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SÉCULO XII
Artigo
Sancho III, pai de Alfonso VIII, governou apenas durante um ano, pois morreu
na região de Toledo, em julho de 1158. Com isso, seu primogênito herdou o reino de
Castela com apenas dois anos e nove meses de idade.
O reino de Castela incluía a própria cidade e uma série de territórios, inclusive a cidade
de Toledo. 45 esta que diferia consideravelmente em sua configuração social do resto do
reino, uma vez que, tendo sido conquistada através de tratados, a maioria da sua
população moçárabe permaneceu no território. Quanto ao reino de Castela, limitou-se a
leste com Aragão, incluindo toda La Rioja, com o Ebro na fronteira de Haro,
continuando para o sul com a atual separação. Pelo Oeste, limitava-se com Leão
seguindo a linha do antigo condado de Castela, incorporando então Ávila e Segovia,
formando depois a fronteira entre ambos os reinos até a antiga estrada romana da Prata.
Até que Alfonso VIII alcançasse a idade para governar, o reino ficou nas mãos de vários
regentes. Como consequência a menoridade do monarca, ocorreu o enfraquecimento de
Castela, já que os regentes se aproveitavam para perseguir seus inimigos, fato que
causava inúmeros problemas para o reino.
O jovem rei ficou sob tutela, como era de costume nesses casos, de um
importante membro da corte. A princípio, Gutierre Fernández de Castro foi o regente. É
importante destacar que fazemos questão de enfatizar o nome completo deste, visto que
“Castro” era o sobrenome de uma das famílias mais importantes de Castela, a qual
possuía numerosas terras e castelos naquele reino.
Outra família importante eram os “Laras”, cujas posses mais importantes
estavam nas regiões da Extremadura castelhana e em Toledo. A rivalidade entre os
Castro e os Lara era lendária, de modo que não deveria surpreender que estas famílias
contestassem duramente a custódia do jovem monarca, porque sabiam que isso poderia
significar vantagens sobre seus rivais. Nesse sentido, as disputas acerca da custódia de
Alfonso VIII começaram imediatamente após a morte de seu pai. Provavelmente em
1158, os Lara obtiveram de Don Gutierre Fernández de Castro a custódia da criança,
com a promessa de devolvê-lo quando solicitado. Contudo, quando os Castro a
requereram em 1160, os Lara se recusaram a cumprir o acordo. Por este motivo, os
Castro pediram ajuda de Fernando II, rei de Leão. Juntos atacaram e derrotaram os Lara
no território da “Tierra de Campos”.
Após o conflito, os Lara conseguiram convencer um dos Castro a cederem a
custódia de Alfonso novamente a eles. Desta maneira, o jovem rei foi morar com Don
Manrique Pérez de Lara, que passou a ser o regente do reino. Todavia, outro conflito
entre as famílias rivais ocorreu em 1162 e o monarca leonês intervêm novamente em
favor dos Castro. É indubitável que esta intervenção de Fernando II foi prejudicial para
Castela, visto que o rei leonês ocupou a região da Segovia, algumas províncias da
Extremadura e a cidade de Toledo. 50 Sobre este episódio a Primera Crónica General
comenta:
Et ellos touieronle por loco, et sobresto ouieron lides muchas uezes los
de Castro et los de Lara, et ouo y del uma et de la outra part por esta
razon muchas muertes et grandes omezillos, assi que por esso pudiera
el rey de Leon tomar la mayor parte de Castiella et otrossi de
Estremadura; et aun ueno y tanto que tomaron por este achaque los
leoneses, podendo mas que los castellanos, uma parte de Castiella et
outra de las Estremaduras de allenot Duero.