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A injustiça

Me chamo Bárbara, tenho 17 anos, e vivo uma vida miserável, estou cansada
dessa minha vida, não aguento mais trabalhar o dia inteiro para ter como
compensação apenas migalhas ao fim do dia, não aguento mais assistir meus pais
morrerem pouco a pouco nas colheitas, trabalhando dia e noite faça sol ou faça
chuva apenas para ter um teto sobre nossas cabeças.
Não aguento mais assistir a tudo isso sabendo que nobres como Octávio, o
homem responsável por causar nossa miséria e sofrimento, vive uma vida repleta
de conforto e luxo. Octávio é um dos homens mais ricos de Manchester e também
responsável por todo o sofrimento daqueles que o servem. Octávio, filho do antigo
rei Leônidas, que havia falecido pelas mãos de seu próprio filho, foi um rei
majestoso, que se importava com o seu povo, Octávio era completamente diferente,
sempre pensando em lucro, e mais lucro. Com a explosão da cólera, reuni vários
dos meus, trabalhadores que passavam o mesmo que eu, sentiam as dores que eu
sentia, passavam a fome que eu passava, então resolvi propor uma rebelião, onde
iríamos assassinar o rei e tomarmos o seu poder para que a paz prevalecesse
novamente em nosso reino, mas para fazer isso eu tinha que recrutar pessoas sem
que o Octávio e a igreja percebesse, o que seria praticamente impossível, mas a
minha raiva, cansaço e tristeza me fez começar a chamar as pessoas que assim
como eu estavam cansados dessa injustiça, comecei recrutando servos que não
tinham contato direto com Octávio, como os meus pais e amigos deles que também
trabalhavam na colheita, eles gostam da minha proposta e começaram a me apoiar
e recrutar mais pessoas de maneira muito rápida. Quanto mais tempo ia passando
mais pessoas ficavam sabendo até aqueles que não eram servos, e isso começou a
me preocupar, pois parecia que em todos os lugares tinham pessoas cochichando
nos cantos, creio que esse comportamento também se repetia com os servos que
trabalham dentro do palácio, e uma hora ou outra os nobres iam perceber esse
comportamento estranho. Até que o que eu temia aconteceu, em um dia Octávio
mandou me chamar para ir até a sala do trono falar com ele, ele tinha um ar de
deboche e um olhar de desprezo enquanto falava comigo, disse que jamais que
gente como eu, sem direito de escolha ou opinião, conseguiria tirá-lo do poder e
muito menos mata-lo, me ameaçou de morte e me mandou voltar ao trabalho.
No outro dia, fui chamada novamente para ir a sala do trono, chegando lá, o
padre, que representava as decisões da igreja, pois a igreja era a decisão suprema,
estava ao lado de Octávio e ele disse ao padre que eu era uma bruxa, tentei negar,
A injustiça

mas ninguém ia acreditar em uma serva, o padre disse que o ato de praticar
feitiçaria era um crime imperdoável aos olhos de Deus e que eu seria condenada à
morte na fogueira, apareceram mais dois carrascos me amarrando e me
empurrando para fora da sala, tentei resistir, mas minhas ações foram em vão, eles
me largaram em uma sala pequenas vazia sem janela, sem comida e sem água,
disseram que era para eu esperar até o dia da minha execução.
Chegado o dia me tiraram de lá, me amarraram em um grande tronco de
árvore ao ar livre com lenha aos meus pés, e começaram chegar pessoas para
assistir, a essa altura eu já tinha aceitado o fato que eu não tinha mais saída e me
arrependido de ter proposto a rebelião, até que vi meus pais chegando para assistir,
os dois estavam chorando e eu senti uma enorme culpa por não ter conseguido dar
a liberdade para eles que nem havia prometido, a praça se encheu rapidamente e
com isso o carrasco acendeu a fogueira as últimas coisas que eu ouvi foram os
lamentos de meus amigos, gritos de minha mãe e o choro de meu pai.

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