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ÍJ
Obra publicada
com a colaboração da
° %
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FICHA CATALOGRÁFICA
(Preparado pelo Centro de Catalogação-na-fonte ,
Câmara Brasileira do Livro, SP)
M&C
Ml35d nt
d° Net° ZSh!di"
6*t0
'
vprÿig0 ,Cr c~1n"1 J& i83°- SS° P&"lo, Saraiva, Ed. da Uni-
veisidade de Sao Paulo 1977.
.
Bibliografia .
1
_ t
,
.
r?'rfÍt0 ienf1 - Brasil - História 2. Direito penal
á w 1 aÇ?°
" °
,
Brasil 3 Sociedade - Brasil - Império
.
5 ,
1mPàI"° : Kr"Sii ;
Sociedade : Sociologia
301.098104 (17: f- . 309 .
18104 (18.) (CDD)
ÿ
« r» rx o
1 6O O
ÿi
SARAS VA S A - Livreiros Editores
. .
São Paulo - SP
Av. do Emissário, 1897
Tels.: 66-1135 e 67-5742 -
PABX.: 66-2106 e 66-2126
Belo Horizonte - MG
R . Célia de Souza 571 - Bairro Sagrada Família
,
Rio de Janeiro - RJ
Av. Marechal Rondon 2231
,
_
_
Tel.: 201-7149
Zahidé Machado Neto
do Curso de Ciências Sociais da
Universidade Federal da Bahia
DIREITO PENAL E
ESTRUTURA SOCIAL
°
eÿ
(Comentário Sociológico ao Código Criminal de 1830)
AOt,
* ÿ
V o°
Expressões como estas: "se fosse fazer agora faria de outro "
modo"; "não sei como escrevi isto"; "não me vejo neste texto
já se tornaram rotineiras, quando autores retomam trabalhos
já prontos; são lugar-comum, e bem assim as desculpas que o autor
se sente na obrigação de dar .
emo-
.
' . Cl"aSe que temerosamente, vencendo aquelas barreiras
intpWtc uais)
e'
\
P°r '?11e "a0 dizer, também psicológicas, além de
reabrimos pastas e retomamos fichas e relatórios, es-
q mas e planos, para no espaço de três semanas e pouco mais
redigirmos a monografia .
T°d? eiSC retorno e despertar tinha uma razão vital (em ter-
15t011a iudividual), uma razão de tempo e circunstância,
.
alpm 1f
concursoCC'1° t0nUS terapêutico": jí elaboração de uma tese de
(
ÿ°" C'C
tà te"1at'Va fão voltamos ao mesmo campo de inves-
ti?-ioõpc ri í
t ,
'
"a0 KÇ &rr.scam ao financiamento da pesquisa em cer-
lamp?> c ?*ÿ S°CÍ010gÍ&' &ntre 0S q"&'s este. E se isso é fato de
°
'
i -i
mais, o texto permanece in-
'
a
.
tacto firl n -
seu quadio
seu eÿUemÿ
auadm teonco ÿ emde análise que lhe deu origem e pois, ao
°
,
pírico de referência.
,
metodolóoirru;
mente" fruto \ r m P°"ÿ ° d"iCrentes, isso seria, quase que "natural-
trazendo mais i'° te™P°- Tempo sobre nós próprios,
U eXperiência individual e intelectual;
tempo sobre n nm ÿ
f as reavaliações de m-
vestigações
i , e de reflexões nm 'r1
do-se a invés,i8,çfSS rtTeo,iaiti i°"t°
VI
Este trabalho é dedicado aos meus colegas da Universidade de
Brasília - 1962/1965 fraternizados numa luta pela universidade
,
brasileira .
VII
ÍNDICE
PÁGS.
A tf
Anexo I Parecer da Comissão de Legislação de Justiça
Civil e Criminal . 99
Anexo II Parecer da Comissão encarregada de examinar
os dois projetos do Código Criminal . 101
Anexo III Parecer da Comissão Mista do Código Crimi-
nal apresentado em 31 de agosto de 1829 . . . 103
BIBLIOGRAFIA . 107
IX
Capítulo I
dade e sobrevivência .
o a Anti o-
O trabalho empírico de disciplinas científicas com
pologia, por exemplo, vem provando, com abundância descritivarafas,
de
detalhes como as sociedades chamadas
,
primitivas, tribais, ferir
ag tais
° u qualquer outra expressão que se venha usando para re
omportamentos dos
sociedadesdesenvolvem pautas definidoras dos c
seus membros à base de um universo de valores construído, às veze
, s
de sancionamento da
minuciosamente de meios de observação e está estabelecido, bem
conduta que se desvia do que socialmentenovos
,
íeciutas ca socie
"
resguardado.
honrado ou
A definição, por exemplo, do queda émais
bom ou mau,
é do que a transposi-
vergonhoso em qualquer sociedade na bem sucedidas no
ção ética, valorativa portanto, das experiências
ocietário.
contexto de um dado entendimento s
"
um universo de valores
Assim é que toda sociedade loconstrói
"
,
,
2
-
individuais « coletivos - destacados para tais fins,
os meios societariamente estabelecidos, seja para re'í "
.
a
"
o status quo ,
transgressora , seja para recompor
revidar na mesma medida o golpe sofrido.
A possibilidade do "anti-social confirma a ÿa, jÿdo
"
m'U
formidade" e da "socialização" destaca as observaçoes de D. Kies
(et al.) sobre os "modos de conformidade" como atri u os P
gicos diretamente vinculados à cultura e à estrutura sócia ,
ioimen
ções essas expressas em The Lonely Crowd e poster
sideradas ainda como expressões de valores culturais em
Crowd: a reconsideration in 1960.
Assim é que toda sociedade trata ÿiÿMLÿJermgÿ jnais
ais o
_
ÿharm
cesso, pode-se dizer a sociedade elabora meios capai
, > pressõeS
nizar, ajustar, reajustar ou mesmo prevenir, metia ÿ ntei
sanções , difusas ou organizadas, as condutas, de r0i° c0nstdeia
continuidade no acatamento aos valores societariamen ÿ
como importantes ou indispensáveis à própria vida so
, um dos 3*
O problema do controle social vem representanc ÿq sécu'°
na da
pectos mais discutidos mas várias teorias sociológicas des
XIX; pelo menos desde Augusto Comte. A. teoria C° açgeS d°
ordem e do consensusyftèílQXc em boa medida, as P1e0 ora} e d
,
o
quências variadas na organização social, arrasta uma série de as- " "
pectos rubricados de um modo geral como problemas sociais os ,
5.
G. Gurvitch, 1947 vol. I, p. 273.
,
5
instinctif ni spontané, mais qu'il repose sur le controle social et qu il en
'
* * #
6 . Idem p. 276.
,
7.
W. G. Sumner 1950, p. 60.
,
8 .
Luiz Pereira 1970, p 13
,
9 -
Sobre o assunto cf. G. Gurvitch
,
, 1947, capítulo "Controle Social" .
6
ciedade e direito, temos configurada a sociologia jurídica, como a
honra e a propriedade dos cidadãos -, tudo isso nos faz ver a nor
-
io empreende
(a relação causal) e num conteúdo material (a natureza),podemos
Coss inteipretar
a análise da experiência jurídica em termos tais que bem ecial, da expeiiencia
como a verdadeira análise de experiência cultural, em esp ito ao mecanismo
social e, de modo mais preciso, em tudo quanto diga respe
do controle social Segundo Cossio, a experiência jurídica, por ser expe-
pois, valorativa, além da estrutura lógica formal e ne
.
ces-
riência cultural e, so,
sária (a
,
9 ,
titui o objeto material específico da sociologia (cf. Carlos
,
zador daquele Código algo avançado para certas regiões do país " .
sileira ,
constituem, em boa parte uma intelligentsia. , Contrariando
Mosca , ela é, contudo um grupo "socialmente vinculado" 1(> pelos
,
16 . Para calÿ °
'
8
compromissos de classe, de estamento e mesmo à& CÿS1Í* . - . ,
, i D0lítica
pecto fundamental do projeto existencial da nova soe - < eoendente,
que ali, no verdor de seus primeiros anos de exis enci e ÿa_
lança no papel sob a forma programática
, da í101™'1 ÿ > a tÿua
veria de conceituar e punir as condutas sociais t
de valores vigentes e/ou os ideais e l aspiíaçoes qu , P ,
do pais quengo realizar
realiza
normativo ,
a elite intelectual e socia
Octávio Ianni ,
1972, pp. 11-14 e L. A. Costa
in-
instituições do pretérito esteve presente, entre muitas outras, a
tenção de evitar os riscos do bias, ou da ideologia, tão onipresentes
em tudo quanto seja assunto humano, e, pois, objeto de cogitação anos
das ciências sociais. É óbvio que já hoje, cento e quarenta
total revo-
passados da promulgação desse código, e oitenta de suaó ou contra
gação, ninguém - sob risco de ridículo - será mais pr
o Código de 1830.
osos
Reconhecendo-lhe, embora, o avanço ideológico em numer
pelo com
-
são
terior à Constituição do Império - nos dois sentidos da expres
- e em particular, tratando-se de uma codificação do direitoÿpe-
,
sua -
significacão históriro-social, merece ser iluminado em .todos os_.
ileira.
seus Jingulos pelas especiais perspectivas da ciência social bras
direito penal .
comentários normTfivos,YJ®®t1e
°
' de numerosos
obra doutrinária de juristas
.
-
. Passada por
10
ele a história , será agora objeto de um comei sociais que o
o toma como rtocnmento re y Qladÿ„das_engrena£ ÿ--7 . -
-_
-
nos
produziram e mantiveram durante sessenta_a --
-
pÿÿf1pla_
Tmpéno, ÿtacando dentroÿ,
-
brasileira do Priÿ
~
socicdade
as figuras dos legisladores que participaram t a e < sistema social
Criminal; em particular o seu ,
ÿ
-
__
-
--
-
ÿntoTque Iigam_essa.
como tarefa principal desse estudo, ie r
ar aquela
proporcion
ador
estrutura social ao direito p enal _
ilUC ™ prometimento conserv
transação entre o idealismo liberal e o co p , dominantes inte-
com o status quo , o que caracterizou as ÿ pparte
am boa dos seus
lectualizadas do período na qual se encontrav
legisladores .
11
M
o
** &<&. ÿ°
ANÿA°e
OU
AÍ coP
#° \ 0V
e$
* oS . Go<i
"
í«&£
.
.
,
Ò* v£V
\0
ÿV
\o
Capítulo II
Jj
A Constituição de 1824, traçando as
eleitoral que passa a vigorar no Brasil, impõe uma . ' costume
irá garantir na representação política, através o 1 g lamente
e da lei e do próprio comportamento das cama as mjlitar ga-
dominantes a presença do homem, do proprieano,
, es
*
três úl-
lardoado do doutor, do magistrado e do sacei o e
,
„
orte mar-
timos produtos da educação intelectual que
,
e a§ .
. ,
garantir,
cava as camadas superiores da sociedade biasi fir
_
.
nopulação
dizíamos a presença política de uma faixa bem es .
, gm que
tuaçao
do novo país independente , preso aindjç a si
se manterá por muitos e muitos anos. ,aC
Afastado o escravo, componente importantíssimo v
notar, porém, que não havia nenhuma qualificação anterior dos que
tinham faculdade de votar nem havia chamada nem prazo algum
,
2 . Idem.
14
do Código poderão ser explicados à luz dal d s P
daquelas
sócio-econômicas e da formação intelectua
legislaturas .
. Pin Câ-
Acreditamos que uma visão geral da composição ÿ ÿ
mara no primeiro ano da primeira legisla de
ui a,alguma torma,
{ rma estamos
"
'
\%26 po-
Os deputados que tomaram assento "a
dem ser observados dentro de categorias 0C"P ,
/profissionais,
na primeira
e assim podemos afirmar que a Câmara dos p entos 0riun -
tura: ,
<e
a e
11 portadores de títulos militares ou equiv
10 bacharéis
25 sacerdotes
16 magistrados
2 médicosÿ # AOÿ 0ÿ, ,, ,tnradQÿ
"
'
,.
viscondes. ÿ
quicos).
Vale ainda observar que mais de setenta por cento (70% ) dos
deputados de 1826 ou suplentes que
, atuaram nos anos da primeiía
legislatura estão presentes em 1830.
,
°
Por seu observamos um número relativamente alto de
turno,
deputados com formaçao intelectual su
entre aqueles vinte e sete da primeira perior. É possível ainda que
,
e quarenta e dois da seeunda
,
16
junto àquele a quem incumbiria encabeçarhoa ".continuidade dos ne-
autêntica vocação ,
dizíamos, associada ainda, ida muitos casos,
em intelectual, ao
às via-
próprio prestígio familiar e aos atrativos da v to vibrátil de al-
gens etc., e de certo modo, o próprio temperamen
guns, atraía sacerdotes à participação política.
de um nome
Encontramos nas duas primeiras legislaturas mais talvez
ilustre cuja sotaina não impediu jamais, masumaao consciênc
contrário,ia ativa
tivesse facilitado a ação política e mesmo
,
dres a aderirem, ou
dos problemas nacionais o que levou muitos pa ,
4 .
Sobre o assunto, cf. Gilberto Freyre, 1936.
5 .
Sobre o assunto, cf. João Dornas Filho, s/d.
17
e mesmo de frades , das "idéias francesas" é fato historicamente
comprovado .
vio Tarquinio de Souza ® nos diz que Rousseau, entre outros, é en-
contrado como leitura de muitos padres junto às pastorais da Igreja. ,
7 . Idem, p. 20.
8 Pedro Calmon,
.
1937, p. 56.
9 . Idem, p 16.
.
18
económico em expansão O liberalismo por assim dizer, "teórico",
.
,
P Monsenhor 0pernambucano
rv\ * . Cj tais
Muniz Tavares
idéias não causam espanto nem escândalo e ele afirma tranquila- ,
"
19
surro das galerias' Estavam se tornando tão frequentes tais notas
.
a inspirou .
Contudo,
OA\ *
{ V0 . Vf \
~
, j j,
vale ainda observar como a força das "novas ideias
_
20
De certo modo a figura central na elaboração e nos debates
,
C>\ Qy t O .*,
Para o realismo do autor do projeto básico do Código Criminal
(projeto que elaborou um período de repouso em Ouro Preto) era
necessário , àquela altura, rejeitar as instituições republicanas e a
abolição da escravidão mas era necessário, também, liquidar os ob-
,
21
Adicional ,
a adoção de um
sistema federativo nos moldes america-
(ÿo 1W&l tinha o deputado bom c
quências, se aplicado seriam, na sua o onhecimento) cujas conse- ,
m
empréstimos tomados para fi que ela se encontrava exaurida ,
dencias
dos ,
quais resultam, entre outros dos acordos de Indepe'i"
portuguesas a encampação de dívidas ,
emprega-se
,
para com a Inglaterra Com a expressão "inchação.
,
pela primeira vez o sentido do conceito de inflação
económica ,
na elaboração
penal, esmaecendo se a contribui do nosso primeiro códigQ
-
alguns ,
e até mesmo de "suspeito à cauchamado "furta-cor" 21 Pÿr ,
comércio de escravos
AO Y
c O* çA° ,tóO* Qò® -
-
.
ç,, -
Depois de cf ÿ "
impostos emprésti- ,
, AC
histnThHnr nÿ1°"rm&"1° az como uma luta tenaz.
d&
Cârfra «e f Os
sídiÿde mnitn %deputados
T gera1' °0rentar
""
as dificuldades a
,
de-
ob o empenho d
.
,
e muitos outros
,
"A sua
nhariam a face nnlf?
nnariam a iacc 0 a garantÍa
positiva do Reinad
taf liberdades civis é que dese-
.
o "
ÿ
convívio naÿs cmhííÿ H
1', C0m t0d°S os seus defeitos
trouxe para o
<
,
naqueles anos de defini ,
2?: ?ÍeÍ °
p 65
Ta " i°i0 de S°UZ& ' 1937> P. 68.
23! Sm ° ®U
p 399
Ue * f°1a"if
-
"56 p. 398. .
22
dos de todas as províncias e, por certo, de diferentes origens so-
,
litar
, condições de recrutamento e tratamento dado aos íecrutas,
do
aponta verdadeira violação do respeito à pessoa humana no mo
como se vem fazendo o recrutamento , e diz:
"
tenho visto caminha-
rem homens acorrentados pelo pescoço, conduzidos para o Rio de
Janeiro . . .
" 2*
.
23
1 ° i"rmaàa en1
peito do comérck) de fe & Inglaterra e o Brasil a res-
iC1aV0S> f®®
"
sileira. nrimpim
'
» in dependência e soberania da nação bra-
Brasil. seeundn > f"igÚe a1aC& a ie' fundamental do Império do
terceiro nnm,/„ P°ri,Ue Preiudica enormemente o comércio nacional;
°
frU'na t agricultura princípio vital da existência
do povoÿ ninrin ,
um
um cruel vnln
cruel gol
'
?0rgUf a"'ilU''a a navegação; quinto porque dá ,
Os interesses e comprometimentos d
alto: rejeição! e quase todos falaram mais
Uma simples vista d'olhos sobre a rela
por exemplo nos dá a idéia do peso d ção dos deputados de 26,
,
,
recia a primeira legislatura a fina flor de sua "aristocracia cana- ,
para os engenhos
seus negros da África
vam,
,
para a cana e a senzala aos quais acrescenta-
necessariamente o tronco ,
,
talvez mesmo os ferros e o açoite.
,
25. Anais ,
1875, ano de 1827 .
24
e também a convivência e a mesti
faltado çagem que também não terão
.
,
devemos acrescentar uma atitude discricionariamente
patriarcal acatadora incondicional dos costumes tradicionais da fa-
,
,
tradição do regime absolutista e
m que se construiu a nacionalidade,
em que nasceram e se criaram os h
omens da Câmara dos Deputados
afora esses aspectos ,
seus problemas bem mais "avançada bem mais nacionalista (no "
,
sentido de defesa das riquezas de procura de caminhos para conso-
lidá-las em termos nacionais e de um especial sentido de sobera-
,
,
25
"
° °S "0SS0S
de então se ilo Pr°blcmas. E se alguns observadores
S a"10reS de °bi&& que abordam esses tempos e
essas questões r
os problem as etnTr! P°ÿ C*emP'0
iÍ8U
> '
Sa
Armitage; e não discutimos aqui
mostram lisonieirnc .
ra controvertida) nem sempre se
r °
lÿÿtlvo e seus membros, e se a reali-
.
,
, " °Sa
possa conhecer r
fe J'
m d0C"me"1o fundamental para que se
j
"
&Putados
"&
ÿ"e a"0S de afirmação nacional os Anais
em que pesem suas grandes deficiên-
,
c;as_
e Z?' j"1 i . redÿa ° impressionismo de muitos críticos,
mr>Qtr
'
a .
o seu emnenV ° t
T £"X'a'.Va P0r S"a afirmação no cenário político
.
,
°
oO
Observemos alguns aspectos
òfi°*
.
em 82 6
C
,
,°g° f° Í"iCÍ° dos tra-
e divergentes Há t & etUCaÇS0- ™
As opiniões são varias
ÿ aCÿ&™ re m3'0r importância a educação
'
primária- havendo nt
'
26
OS lugares onde se precisa deste e°ÿí Na° Poÿemÿ
ladas nesta Corte e nas grandes c,dades-
ÿguaSe 9
secun-
ocupar-nos das aulas maiores , mas sempre como J
dário .
Nós seremos mais felizes com a instrução d° povo, q
com o grande número de doutores (Apoia c _ . h, .
7
27. Ibidem.
28. Ibidem.
29. Ibidem.
27
mano,
enfatizando a nec
dizentes com as nossas essidade de "matérias
necessidades"
mais modernas e con-
.
O projeto de educação
aproveitar os conventos pública e geral de Lino Coutinho tenta
as ha uma ferrenha reapara ali implantar escolas para meninas.
nuencia reli ção por parte
giosa e a vida dos conventos
dos que são contra a in-
e lepresentante do Rio d .
Cruz Ferreira, magistrado
e Janeiro é contra os conventos e a vida
icigiosa
e diz que "as mulheres que os habita
,
,
aiano
não é de estranhar que o médico e filósofo
Ferreira França vá
,
tantemente sob a mira dos parla além da educação que estão cons-
,
,
mentares .
O problema da escravidão
putados um tratament por exemplo, recebe de muitos de-
,
o duramente realí
promissos estruturais da sociedade e d stico em termos dos com- ,
quando
ções formais entre o liberalismo apre observamos as contradi- ,
M „r
escravo
"
n no
_ Brasil nhecimento d
cunnecimento do problema do trabalho
; outras tantas em í
que taxativamente se faz men-
nrnrl. L f Pr0m°Ver a indústria no país
de proteger o
Em tornoÿessp C0™0 m£Í° d
assuntos temos ocasião de
® aCelerar o crescimento económico.
,
nho fazendo
fazendoaa se encontrar Lino Couti-
guinte declaração: " eu serei semnre de or.
mao que se proíb
.
..
a a intromissão de man
principalmente daqueles aartigos
rtiros de
âp ufaturas estrineeiras
estrangeiras. .
h
que nos temos oficinas"®2 .
O
30. Ibidem .
31. Anais
32. Anais
,
1875, ano 1827
,
1874, ano 1826
28
"
baflios da C
problema em apreço era a impressão dos tra
sugeria-se um francês para fazê-la.
de 1, J
O Brigadeiro Cunha Matos elabora um projeto
as P'
parecer coube a J. Clemente Pereira, ordenan o dutQS
blicas , igrejas e corporações religiosas que consu c iem a res-
E os debates se
"
do grasii.
ingleses introduzirem fazendas francamente pe pelos deferidos
Na vila de Barbacena fabricam-se selins que sÿrjQ comprar
próprios ingleses, e entretanto q"&"d° fe 'ura feitos no país:
selins para a cavalaria dí£ governo nao 1
não senhor compram-se aos ingleses
, .
ravos,
A propósito da abolição do comércio de jÿ ÿ de
Clemente Pereira apresentado um projeto Vasconcelos
26 só a 14 de maio de 27vo problema vo a
, , . ÿ ÿ Ingla-
diz que "é público" que o governo esta C0" „_o grancles os
terra um tratado de abolição daquele come . siniplesmente
protestos, e um deputado qué o taquigra COntra a pre-
Cavalcanti põe-se violentamente contra o pi J , mesmo
sença de "estrangeiros" «. ÿ ETdo Brasil,
tempo a favor da abolição. Diz-se que o g
a
ro;eto é aten -
Inglaterra.
novembro de 26 , ratificada pelo Imperadoi e \ ,
quanto do
O nacionalismo "papo de tucano""tanto dos exa.
Imperador não chegava a tanto. Por ou o "
humana", a ins-
tamente aqueles referentes aos direitos ca p ida brasileira.
brasuei
tituição da escravidão tomava seus rumos na v
* * *
33. Ibidem.
29
velhos , muitos deles; novos
conforme diziam os mais te outros tantos novos e de difícil solução,
,
,
merosos .
cessidade de se erguer ,
tucionalmente estruturados
para fiscalizar e salvaguardar aqueles di-
reitos fundamentais constituci
tados em legislação onalmente discriminados e re
gulamen-
entre outras
específica E o escravo está ali como uma
.
pitalismo em evolução
desenvolvendo modos mais efi-
cazes de produção, achar por bem deslocá ,
lo da situação de mera -
X
,
, altura
Aquela ,
porem, ao lado da promoção dos direitos e
,
,çA° ÿv<0e . .
garantias liberais atuando como ideologia (projeto) nas mentes ilus-
,
tradas
ÿ
de muitos dos homens da Independênci
tradição os compromissos de
,
a, a força social da
nómicas do subsistema periféric classe e as próprias exigências eco-
o em que o Brasil se constituía, tam-
bém se impunham: forças renovado
equilíbrio delas
sairá ras e forças conservadoras: Do
dico entre outros elementos no novo sistema jurí-
e com grandes
,
Criminal .
e graves responsabilidades - o Código
Dele só teremos melhor medid
comparativo com a de visão se fizermos um apelo
preensivo à legislação que o precedeu:
das Ordenações Filipinas o Livro V
a outroi esquema direito penal construído para responder
,
sócio-econômico
tão muitas das razoes socioló no qual sem dúvida alguma
,
,
es-
sitivos,
ou da elimmaçao de gicas" da manuten ,
30
Capítulo III
nico. CP Ò® ,ÿ
O® ° 0 A _
D João IV
.
,
ia de Brÿ ÇJc-si] , terão vigência,
o instaurador da dinast
lida as Ordenações Filipinas que para nos, no - numerosas
com as alterações feitas no decorrer do tempc -ÿ i-
P
No decorrer de sua longa vigência, aS nos fins
passaram relativamente incólumes. Mas, mes acumular ao seu
do século XVIII uma vasta legislaçao C°f®«a *
, d vida de Por-
lado , consequência, por certo, da própria dmamica
tugal e de suas colónias.
31
denacões o ™ m período colonial , os dispositivos das Or-
_ a
'1Uf "°? i°Ca ®™ especial os dispositivos do Livro V
n
. ,
E0 *°
vivenda °
nja brasileira, a contínua luta pela sobre-
.
.
mpsmn .
° ,
rf,S
1rit»uído para que difícil f 1er C°" e talvez ,
0
afirmar !! u1Z "e15eSSa1'°
1a
ÿ
buscar dados mais concretos para se
vida do Brasil C° 0ma19rfÿme"1f "& observação do quadro geral da
.
ferencia . .
,
't
de conquista códígoseÿ?®ÿ
_
, í?* fa"d°Íra®> daf expedições
os
populações trib-iis
" tpnhn' a S e aS rCgrai ritualísticas das
interessase o L"! ™
i»'t "®"° as condutas, os
zatio" do metrópole existindo ™ i ÍT .i™P°i; ° £Ú11iS°a "iÍ,',,-
uma faixa por certa pequem 1"ÿtuiçao e realidade afetar
privada é assim umaS Y°i""i«â°
m
<h «*** A . justiça
eia °
bem observa Ge i° '°,,",'° >«alista
orges BSdiêr i- .
Como
°
viço de uma estrutura social eme P°
eSià S®mPre a Ser"
nL * i
,
venção do 'costume> ou da le, e manter pela só inter-
automática às regras ... 1' P0r Ura eXpécie de conformidade
ÿ
l-A .
32
Os direitos concedidos aos capitães e governadores pelos esta-
tutos jurídicos dos primeiros séculos, fazendo-os jue ízes capazes de
gentios, esten-
aplicar até a pena de morte aos peães, escravos i
dem-se por força da necessidade e do costume, aos potentados terr
-
,
ízes em todas as
toriais transformados em senhores absolutos, em ju
em legisladores e aplicadores de normas criadasidiana.
ao sabor
,
instâncias,
das circunstâncias das suas vontades e da realidade cot
,
ssim um
O direito legislado pela autoridade metropolitanabirá
e ade refor-
dado estranho ,
inexistente quase, e a tradição se incum
domésticos,
"
de uma
tribunais
"
brasileiro .
carência de
A caótica técnica legislativa das Ordenações e a
coordenação das matérias disciplinadas tornam difícil uma abordagem
interpretativa sistemática. ao<0
O Livro V chamado pelos historiadores e comentadores de
código bárbaro incumbindo-se do
, "
" " "
verdadeira
O sentido expiatório das penas, entendidas como
retribuição quase sempre desproporcional ao mal causado, aptoxi
-
crimes .
o afastamento do cuidado
cia do direito canónico não representou
e do trato com as coisas
,
fazer as a°S
eve™ Ç°fS
- ÿU'ZeS eClesiásticos . . . porque eles não podem ,
sangue" 1-b nr i j
"0S C0ndenados do dito crime por serem de ,
C enar
desembargaria em 0S hereSeS cumpre a el Rei ordenar aos
estenÿlsfn ° -
ass portadoia
considerada ? 1V'ndfde
portadomes das cren
e/°U à santidade , as quais são
ças, da fé e da verdade .
morra morte n
a
abusoes
Os Pormeno res vfót„ ,
PfraJfZer
"
C0r fia alguma feiti-
udencias do uso de coisas, às
ver futuro
,
às adivinhações ÿ< flui ,
,
livrar de males ohw m q1"C represente tentativa de
_
, C°ncessões ou Interesses especiais
_
1 n /*\ »
1 -B .
Ordenações Filipinas, 1824
2. Idem p. 6. ,
Livro V ,
, p. 1.
3 . Idem p. 5, ,
34
através invocações , esconjúrios, manipulações e/ou aplicação de
objetos especiais .
A "morte natural", em certos casos, é condicio-
nada ao conhecimento prévio do monarca ( no-lo farão saber para
"
do
liturgia da religião oficial pelo caráter tabu das próprias peças
,
lance sortes .. ..
.
veja em água ... trabalhe em adivinhar em cabe-
ça de homem morto, ou de qualquer alimária não se contempla a
"
admitiria que tal crime fosse cometido por pessoa de mor quali-
"
feitiçaria logo no seu início faz uma referência, como que a justifi-
car as razões de sua inclusão , dizendo: "por quanto entre a gente
rústica se usam muitas abusões, assim como passaram doentes por
silvão ou machieiro, ou lameira virgem, e assim usam benzer com
,
35
sam cometer eÿ cr,LadrJJ"!i° qUe "escude,ros para c,ma" pos-
™ ,
°
chos sem anfnHH aS benzeduras ("os que benzem cães ou bi-
«Wo com di spósflt» ligÿÔ sô '°i P''"",°i"*
"
"r
"
F
™, "
Tÿ° PrÍyÍ1èSi0 PeSS0a1 qUf"d°
crime de "m oeda falL" n P CfS fXCeS°eS e Parf °
°"
questão é a "
rnorh
a corn-i rin
°
. fa "a Pe'° fogo, com bens confiscados para
e da.
'
np
tralizado ,
do autoritarismo ante q d° P°df
qua, de resquícios de loealismo f
q"er 3reaça por mais longin-
,
,
5 . Idem p. 6.,
6. Idem p. 21.
,
36
da forma de governo e do sistema político - é o de "lesa-majes-
tade". A riqueza dos detalhes das possibilidades de realizar uma
conduta delituosa, que se estende do matar o rei, ou a rainha, ou
seus filhos, diretamente ou fornecendo ajuda, até... o quebrar ou
derrubar "alguma imagem de sua (do rei) semelhança, ou armas
reais por sua honra e memória é tão grande quanto à referente
"8
,
pa ), confiscando-lhes os bens.
"
Quando houver morgado, feudo "
expressa a norma.
Defende-se assim, por vários meios, o poder e a integridade
dos governantes ao tempo em que, mediante o expediente do con-
,
37
então cóme çavÿaTanhn
e a m1eg"tare à° poder absoluto - que .
los de nobre?;) P
it ÿe
,. .
,
guardam os privilégios pessoais dos títu-
As distinções de bastardia C°m qUf 0S m0Sm0S fâ0 perdidos.
° C0me1™en10 de qualquer desobedien-
cia aos rígidos e mmÿr a "°
ria" podem resnltnr a 0S P"ncípios do "nobre ofício da arma-
parável auandn f Cm Se"aS PefaS PeCU"iárias além da perda irre-
renis pS los
,
g
° CaS0'
d° diS1ÍftÍV° ÿe dos seus decor-
ÿ
trata de m téria a nrocpc
CXXXViii> na Parie das Ordenações que
que são escusas rl<? h
G
X®Ua '
0C"pa-se explicitamente "das pessoas
algos pSals Ít P£"& VÍ'> e"irf aS quais estão incluídas:
,
V
** u
e"°
-
1 .
,
'
°
escudeiros de quem aue? JU C01fÇ0S de f0SS s desembargadores,
,
°
ve-sc ~ "ncs ÿ
.
rega0
naqueles casos , pelo degredn P
f er° 1emP°rano ,
~
7~ Pefa - é substituído ,
_
__
__
para a África com pregão
tn r.i
i0. Idem_
p. 299.
,
38
na audiência; o açoite com degredo para o Brasil é substituído por
mais um ano de degredo. Se o degredo traz baraço e pregão
(sem açoites), o baraço é substituído por mais um ano de degredo,
e assim por diante . A vileza é, dessa maneira, sempre diminuída de
um grau, de modo a se evitar tanto quanto possível, maiores ata-
,
"
O dispositivo processual que retira o privilégio é taxativo:
mandamos que pessoa alguma assim das sobreditas (aquelas que ,
qualidade, não seja escuso das ditas penas, nem de outra qualquer
pena vil, quando for condenado por crime de lesa-majestade, sodo-
mia, testemunho falso ou por induzir testemunhas falsas, moeda fal-
sa, ou outro crime de falsidade, furto, feitiçaria ou alcovitamento,
por que a estes tais não será recebida alguma exceção de abonação, " ii
antes serão executados como qualquer pessoa vil .
. <\0 4 ÿ -aV-
Assim os crimes que atingem diretamente a estrutura e a or-
,
privilégios pessoais.
A discriminação que é mais comum, vai, em muitos casos,
,
rais .
As relações entre nacionais e "mouros", por exemplo, estão
minuciosamente reguladas bem como entradas e saídas desses de
,
39
Perda dos bens MrsÿTfil™0f i,&",a',. de degredo, galés perpétuas,
de Granada nu? ™ ÿ
°> aPhcave,s a cristãos novos mouriscos ,
'
A di ÿ ~ SS° °" a'ÿ"''0 leguem a terras de Portugal.
e m
meios de °
£Sm0 0 confinamento são usados como
,
C0"ViVÍ0 da
costumes exóticos população a gente estranha, de
oar-Tv! ÿGia"ada Se eX'ge que ao habitarem o reino
só o façam C°r S
rem em c rimes cuiaÿe"aS ~
yS ÿf™?''aS
sao as galés e o confisco dos bens.
- E não o fazendo, incor-
Os escravos VeZ
PSUa
por si". Faz-se Prfi0® 0n brancos não podem "viver '
sintam seus escrivã " f& ie"a® aPiiCáVSÍS a°s senhores que con-
-
1 ° '
S, S
coisa .
Aos escravo ~ feCeÿam 011 a eles dêem qualquer
a ou de nni?0 Se
seus de di PC™Íif ÿ"e fa?fm "bailes nem tangeres
As ter- dias de FestasJ™ .
Pelas Ordenações qÿ
da índia
Aál " '
sua con
quista. E para °
° C °™ércio com as terras de
modos e aos lueares ?
_
~S® men
ção, no próprio código, aos
se,
dessa maneira ™™ Se afaS1eCfr 0S navios controlando-
os nnrit ,
cesas,
holandesas e inelesaÿri? 1ie
*
aC'1,C'a f'1Ura as investidas fran-
,
cio-econômico que se
arremetidas definidoras d
vinha insinV Pf"S' garantias do sistema só-
e sua e ti1"e naquele século daria
um consequente processo de f™- S°3 ~ Para Uma centralização e
mação de
periferias dependentes.
14. Idem pt H2,
,
40
O caráter eminentemente autoritário do código filipino, dado,
referido na primeira pessoa, expressa a necessidade que
"
ordenado",
tem o poder central o soberano, de manter-se acima dos poderes
,
absoluta irracionalidade .
O desconhecimento ,
ou melhor, a não-aplicação do princípio
da responsabilidade individual é a razão pela qual se faz a puni-
bilidade ultrapassar a personalidade do réu para atingir seus des-
cendentes; a indistinção entre moral e direito sendo ainda responsá-
vel pelo cuidado com que se lança a execração, a marca de vileza
e de infâmia àqueles que por mero acidente de nascimento, são
,
ÿ
dos seiscentos Jiÿe nÿ a m0r3l sexual da sociedade portuguesa
pmr
a &°
em condições rondl C0"1r°'e jurídico o comportamento sexual
e harmonT a So
°
a
,
1»= *i.m ÿ
norma
im S°d'°"=
, *" "
.
ÿ
?»»>'morte pelo togo:
0S feitos por fogo em pó" 1f, diz a
.
mente na discriminação S
H
''
U&'S Cer10S aspectos morais pesam direta-
mem com mulherpc a,-p~ ®3° Pÿnas; tais são os casos "dos que dor-
bigamia e de outros tint U J?ief0reS> <lU® estão a seu cargo "
, da
barregueiros. A not- fnt?eS> /lUe se referem às barregãs e
veremos mais adianta r0 ™a"S violenta acontece
porém, como ,
o
-
"
'
ÿ a°S &Ç°keS
Contudo, os interesses
a
nomicas são
er -
.
_
-
16 tA._--
ciais hão que prevaler
16. Idem p. 29.
,
42
"
ou "qualidade so-
cer sobre os privilégios de linhagem, condição ando se trata, prin-
cial. E assim esses privilégios são apagados qu dade estão a
cipalmente de preservar certos pontos de cuja integri
,
"
"
expressa a
A distinção entre "morte natural e "morte civil
"
sua
idéia da possibilidade de se retirar ao homem, no segundo caso,
e considerada "
"
iatória das
Ainda para exprimir a função intimidatória e uintes
exp de deta -
"
através os chamados "tormentos
* * *
contra o código".
'
Morin chamou de "
fevolta dos fatos
it
resultante do desen-
de atender mais rápid-i o Pff£"'Ca '
f® descobertas de novos meios
1C"®"1
e a mudan ça no panoramn ÿm°"1e as necessidades humanas,
já começará a ocorrer no léS xvilí '
110ÿe ÿ r° h°meW
"
pela Europa a partir d éci7nYvnTÿgU® C°meÇ3 3 Se estender
o
cia da reli ]m?i"Cfrà a Perda de influên-
gião em muitosS aS?eCt0S
asnmi d,a vida individual
_ e coletiva.
18. Iclem p. 290.
,
44
Numerosas instituições começam a sepaiar a eÿi'ÿ °
.
j:v;cjual x
vida religiosa de outros círculos de controle da vida
n(
ÿ
social. A pragmática dos novos tempos, Pse coadunar Com
nômicos da indústria máquino-fatureira nao p inrídicos nos
a ritualística e a tão vasta intromissão de drsposittvojundmos ™
aspectos por assim dizer, mais rcconditos ou pess
,
ÿ ÿpróprio
formalismo processual há que ser atenuado unis próprias
ritmo da vida social imposto pelas novas estru
relações
relações que
que elas
elas criam
criam ou
ou propiciam.
propiciam.
A indústria e a máquina, favorecendo o 1 íari '
por sua
classe enriquecida pela posse de capitais mo to ;
econom.c dos
vez, colaborar para o paulatino
''
enfraquec.men
proprietários territoriais, e, U sistem
co-
apoiadas exclusivamente na tradiçao. ÿ
m0 uma espé
-
da socie a e. -
"
caPáter está-
porém, com a "naturalidade que seria f P£'|C', la e a dinâmica
"
trutura juridtca
res das alterações que pode sofrer a es """,
u
.
mpre em retardo
dade seja sempre algo discrepante, esses ÿ ser acentuado
a
relativamente àquela, tal descompasso
"
573.
19. Rccaséns Siches, 1956, p.
°
20. H. Lévy-Bruhl, 1961, p. 8 -
45
coamentr. r, aaSraClUma
P 1"ra material com a descoberta e o aperfei-
a vapor, de novos e eficientes sistemas de
,
cnmnniew-
asnpptn i
aspectos da vi
vid a humana
a° a"SP0r1e e da maior racionalização de todos os
,
Genrÿ« U
p
"
,
S ÿ°rÿfS S°C'a"S atuantes do direito das quais nos fala
,
nnem L p
f°rças conservadoras e forças reformadoras -
ma1S ClUC fUnCa no jogo dos valores e das novas idéias. ,
i
*
do h lm?râS
> C ™ ®era'
> e®ta° i"SPÍradas no desejo de libertação
,
"
,. .
,
QrjpfQ °
_
<3Uf importa especialmente aqui porém, o Livro V das ,
volta doTf- °
P'faS> ° fen ocaso resultou de uma autêntica
S f0"1i® ° códi
"
re-
,
muitos de seus dispositivos .
f '
podem durar aÿ
_
b
que ?no ?curx ÿV s
C d0
po
V 0
emnlo
°
iÍ"Pin° 0fS&rV3"?°S
'
de ohfpnpSr. a 7- - P exemplo, ex
os tormentos, como meios
alvará de ,774 rfSS* ***» Prr««"*ente em desuso Se um
P°mfa, iaZ reviver as torturas
.
alvará de 1790 (
'
outro ,
t
morte, medidas maiS defin?tivífn ,"
ge' em m"i1°S Ca®0S ' a Pe"a de
tomadas ,
D . João ,
P
1922 nP:ÿ
,
23- Émile Du $f®S.
ni, > p 30°-
A . rkheim
tZ. f"C»n LV22, 1
24. Assis
Assis Rih
Ribeiro
; * ™
,,.
,
'
1943, p 30. ,
.
46
Precipitados os acontecimentos nas duas primeiras
século XIX com a arremetida e os reveses"&P01e0ÿ os, Po' s» ÿ
tugal sob o controle económico mais definido e a li Ç , ão
Inglaterra a mesma Inglaterra que teve sob sua egi
, .
ÿeulo ' e
Industrial e o comando do imperialismo economico " aerár ia"
que nos primórdios do século XVIII definiu a ,
os acon-
de Portugal no célebre Tratado de Methuen, prCC'Pÿ Revolução
tecimentos - dizíamos - como consequência direta , Políti.
Constitucionalista D. João jurará as Bases da
"
, marcará,
ca da Monarquia Portuguesa" produto revolucio q regiam
,
de
exatamente a partir de *1826, começa a elab3U. Çc
que resultou, afinal, o Código Criminal de 18
2 . ANTECEDENTES IMEDIATOS
ÿÿ XX
tf*
21 . . Projetos e pareceres - autores e comissoes
Logo da instalação dos trabalhos da
1826 a Câmara dos Deputados do novo Impe
, ag tarefas de
organização de comissões especiais às ÿuais g ndispensáveis
,
Qrc|eriaçõeS
já antes alterados vários- dispositivas Bases
3o ronstituição Po s
lítica
Filipinas principalmente por vias das
,
ÿÿ ÿ yêem.se
da Monarquia Portuguesa", juradas em 1$2 p daspelaLa
. de ÿ d
as normas legais até então vigentes contorn a
as O Ç
outubro de 1823. Nessa lei se declara que inte iro
'
vigor na
tos cartas régias e regimentos portugueses 1C'
,
t nao Se orga-
parte em que não tiveram sido revogados . . . enquarrtoÿao s
nize um novo código, ou não forem inteira i 1924.
A própria Constituição, alguns meses ÿCP°;S' 18 do art. 179
irá expressar o problema e a urgência, ÿUa ódig0 civil e
assim expressa: "Organizar-se-á ™
id2e»
Gtkíiinal- fandmfcr nas -sólidas bases thr justrça -
q
Urgia naturalmente, dar continuidade à vida jurídica da nova
,
logo adverte que é necessário meditar e estudar o projeto que ele traz
aos seus pares .
gulamentadoras
crimes por abuso da liberdade de imprensa"
.
capazes de punir os
.
48
Enquanto o primeiro projeto de código criminal naquele primeiro
issão de legislação, um
estágio - 1826 - está em mãos da com dade de imprensa é
projeto de lei sobre crimes por abuso da liber
longamente debatido. E é necessário e esclarecedor ver como alguns
problemas vêm à tona no momento das discussões: o das penas, por
irrada discussão,
exemplo. Em julho daquele ano, em meio a ac
Bernardo Vasconcelos propõe pena de morte para quem ataca o
sistema político e seu chefe; pena preferível, diz ele, aos trabalhos
forçados se bem se observa quem é possivelmente mais capazé de
de "
- diz Vasconcelos -
,
"
49
De pronto o espírito mais laico mais liberal, passa a distinguir ,
deputado quer uma lei para sua classe e outra para o resto dos
,
isenções .
a seu salvo
que tem para dominar a outra goza de mais este, para ,
iludir e zombar das leis
,
(Anais, 1874, ano 1826). . . .
"
ataque
pios religiosos tais como o adultério
,
à integridade de certos princí-
bigamia o lenocínio o concubinato o incesto, a ,
,
,
ou o sacrilégio e a blasfémia. E dessa discussão
,
temporais" (Anais 1874, anopelas leis civis não estão impostas penas
1826) ,
.
li hl a Fer
f aCei1afdo-as ío tempo em que traça as
deVe
Jra"
,
qUe
ainda se defendi: ,
Ser 0 C0dÍ
8° criminal (Anexo I). AU
o códieo nenal r * ,
de JUaS ParteS gerais: a primeira contendo
de processo climi T n
'
Neste ou em outro códi eXPreSK°: Penal), e a segunda, o código
estar as contmvenp0< -
go separado deveriam
consultos" os mn? H & C0rn'SSÿ° apela para "os sábi
os e juris-
externandò obseí V&V* &efSÍfÍiÍZÿpor "este árduo trabalho "
eira, e sobre
,
50
própria Constituição. Outros projetos, ÿrincípios deverão
dizem os membros da comissão, acl ÿ associações polí-
conformar-se "com o direito universa , na " seguir um sistema
ticas e luzes do século", podendo, se qura a comissão
diverso ou "guardar uma outra ordem . O p rnnfrontados pela
é que se apresentem projetos parará tolher
que sej S g obstar a que
assembléia , pois de outra sorte se
"
]ÿ 0jeto de Ç °
.
ÿ comissã0
vez, adiamento das observaçoes sobre o seu, ate 1 ÿ
jjretamente,
chegados à Câmara ou dela mesma nasados jurídico-penal e
antecipam assuntos que se referem de perto a
que em breve se irá criar com um novo código.
°S'
Um projeto de lei, de autoria de Bernardo ÿaSÿ "CCd
t°
j "
jej <je
Supremo Tribunal de Justiça; na discussão do pr°Je
imprensa" decide-se e aprova-se que os crimes de abuso a
ÿp\y* * >K
Chega-se, assim, ao segundo ano da primeira legislatura.
A fala imperial de 25 de abril já faz referencia a urgência
"
Q
dena os -
padecem, os maus não são punidos, os or interesse, e,
suficientes para que não sejam tentados pelo,vi ÿÿ lar com
portanto, é necessário que esta assembleia felicidade
or ai P'
sumo cuidado e prontidão um ramo tao ™p
o )ÿ
e sossego públicos"... (Anais, 1875, an
51
Em sessão de 4 dp muír* \/r» i
de código criminal- nn r
'
Vasconcelos entrega à mesa um projeto
Pense a leiCSÕwoieto-íf1"t ° "rriidi""' <*°Pi" ""1 »
°ntão
o deputado C-> J,i Ser ™Uit° volumosa" (!) Lembra,
são especi f para exam " a neCeSSÍd&re de se criar uma comis-
, .
a ra
No dia SeguiS compõíse í, Clemente Pereira. ° de J "
logo no di a 12 é eleiH
™
comissão de cinco membros i® que
p *
sentido de que não ma mÿicação de Vasconcelos é feita no
,r
relação com o códieo rHm. JS CU
aS 'e"& regulamentares que tiverem
,
empregados públicos
especial sobre res
nco,
t <
& reSPe110 da responsabilidade
qUerend° Í"tUÍr
dos
ÿ
ponsabilidade dos minfstros .
'
go. Se são tal? 'MÿSUn1a qUfis as relações entre "essas leis"
e o códi ,
°
sociedade e da aplicacãr» riot S C"meS que se podem cometer na
,
.
As idéiaÿV ÿ
" afUS° d° P°der"
O mesmo não ocorre noSmS Sâ° &?0ÍataS por J Clemente Pereira. .
matéria constante de l
ei já .)rJ! !rfra"; reclama se o fato -
de que a
código; diz-se que com istr a Pe'& Câmara esteja num projeto
0S r®Putados . ° Se esta querendo coactar a liberdade
V Mome Srÿresen-
Pará .
°e i frnambuco; J C. De™
.
*e
. ge"C*a; Almeida e Albuquerque,
e b
Posteriormente .
acharel e representante do
P°r a comissão .
var
SaPU«<, --*
representante<*--
de Minas Ge-
CO
Vasconcelos defende seu ponto de vista, no co ígo es a o
"
os delitos todos c evem ser
lugar de todos os delitos e penas" ...
punidos geralmente
"
(Anais, 1875, ano 1827), os projetos c ama os
sui generis, diz ele, são todos contrários à lei. Depois de solicitar
que seu projeto seja examinado pela comissão especial, exp ica as
razões da necessidade de manter um sistema integral, coisa que nao
se pode conseguir enquanto se permanecer na idéia de discu
ir as
t
da estru
Pelo que se pode verificar, além de lutar pelarente
unidade
e harmonico,
tura jurídico-penal por um sistema unificado, coe
,
aSÿeri
como se pode observar desde as primeiras discussões emto- c ,e ma ? .
nÿ SÍfCrada
°"
a matèrÍa P0r demais discu ainda s e
a proposta
passará par i alT*aSSU"i°
pitn
P°r V&SC«"Eÿ os.penal
d° C0rtg°
°
E muito
volte tempo
aos debates
em
termos definitivos
1i0 ÿ outras matérias de importância próxima
r ria o Suprem o
também de outro nm
tT ,Pr*?Jet0°èq"e
tf eX1Ífgue
°
autoria deos Vasc
obsoletos tribuneis
ais
absolutas.
uni
essoal, e
"
de
3
Vn!rr.
t'SC
U1f S?fre ab01jÇa0 do foro p criminais'
0S sobre publicidade dos juízes
i "
outro proieto
está nas "
proximidnrlp . ™ PeM1- A° Pr°P"Sf3-§e & PUfJ-
cidade de
™
od os a os
! Pr0CfSS0 e distingue-se juiz de direito de
°
juiz de fato ou jurado lembra
e ° Pi0f'era da publicidade, uência
Vasconcelos n- iw- ÿ s
ÿ
| *
Inconfidência. Aproveita
!
entÿ
a0rT ÿ mais umaumvenovo
Parf criticar z a situaç
código "
ao
penal vigente r,
abolindo o atua ? r-r,S° ff aJ1er3ra>
,„
n
(° }- (Anexo
SeU parecer ClementeII) no sen-
tido de que sejam amh™ '
'mPr&iS0S e que se preferisse para
discussão
rejeita a
TuarHÿTÿa PriIWejra indicaçãodeliberar.
e
*
o de Vasconcelos A r
segunda e decide que se a
ic o
A0 cic maio
.
ÿ
i coo «
"
&eSia0
irpressao
-
para depois
J0 código não voltará à tona.
No ano legislativo de 1827
.ív
'
ÿ
't
novembro, ainda se cuidará, em
lição
dos privilégios de foro pess P?r0 T"fUnai rf Justiça e da abo
terceira discussão da lei rir, ç, ,
54
comissão eclesiástica sobre problemas de celibato do clero, quando
então se assiste o voto em separado do deputado Padre Feijó, contra
o celibato e certas intervenções vigorosas de liberais e anticlericais
,
exaltados como o médico e filósofo baiano Ferreira França, que além "
cie -, "
seus membros são os mesmos. . . e ainda nao vimos fruto
do seu trabalho . Todavia julgo que a comissão já terá revisto os
códigos muito e muito bem e se não o tem, então permita-se-me dizer
,
que a comissão não tem cumprido o seu dever, nem mostrou obediên-
cia à Câmara .
Salta aos olhos, Sr. Presidente, a necessidade de me -
lhorar o nosso código; todos os dias ouço dizer aqui que a Ordenaçao
do Livro V manda morrer os cidadãos por qualquer crime; e não
será este negócio urgente? porque dele depende a vida e a
...
"
...
"
para que
reúna com urgência ue
a tâmara participação do Senado de q
criminal reunir-
a comissão escolhirH ° PrQ-'f10S de C°digo
se-á no dia 14 às 6 horaVdÿÿ
te e comenta o
Entra-se em |soo \t mfra ainda se discu for
Projeto de lei eme rn" fe'e PrÿTi'°f a0 projeto de código que
„
função
escolhido. Pergunta-cp S° 1SS° "a0 Se"a at0 inerente à própria
ótese de s e
legislativa, quando fo- ° ÿaS ÿa quem alvitre a hip
°
PrerJ0S °S h°re°ÿ
"
"
"
convidar por meio d
-
SàbÍ0« -
O de ut °
° ÿ"'Va rÿa1a f 1a0 delongadaconstitu
histórídas; ia dos
e
dois projetos referimln ~Se a;S C0m'-Siões tantas vezes
Se, pois, para um
.
orga-
.
,
"
?
nizaçao da comissão dos prémio 3QS projetos de código, dá ensejo
56
s contínuas idas e vindas
a que se possam verificar os impasses que a
estão a trazer .
, , .
.
tf.
o ced .
ias Q ÿ
cias", mas poderemos nós ter codigo ta
"
vantaeens e
(Anais 1877, ano 1828). E continua a comentar
, uÿagme °
temp0 ;
°
Sobre tais contradições muito se discutia, ora se ngej.
missão mista ,
ora se aceitando projetos estranhos, m ,
p
"S
g p
J
ÿ
0cUpa-
uma vez uma boa observação sobre o clima de opm como que
ções sobre as matérias, por assim dizer, filosofico-jui
ue se
' '» trgs
a demonstrar os impasses ante uma questão qtraca.
anos sem que a solução seja realmente encon
Do cidadão João Clemente Vieira Souto, futuro p;
°
nto
do código penal de Louisiana, Estados Uf1f S mensagem r
o Ministro da Justiça, deputado Teixeira te dificuldades na
do Imperador na qual se explica os problemas
de uma
< (jQ r0_
administração da justiça ante a carência ÿ
gÿ problema é
cesso O governo propõe um codigo de p ÿÿ comissão
levado à comissão especial. Poucas sem fltrnr ns embaraç os
monstrar os em» J
„„
0 destino do código
Diferente do codigo criminal pai mrece irá tramitar
de processo criminal. O projeto desse co g , P1
57
proposta simples e cnnrÿt , eSi& a fxigir. O parecer conclui numa
formação imediata .
*
°e"X
.
de jurados
"
"
.
* A rom. ~ . ÿriam-se 151 magistrados. . . e nada
Eu sempre esperei" - "
fPrfSfU1& o seu parecer.
que isso não é nrmVfÿ a )Z -
j-
qUe a ÍiUS1rf comissão dissesse
principiar? Há rte- i a- ?ÿ °° g0 . . . É pelo adjetivo que se deve
O substantivo é o rátV Je 'V° eStfr "a 0rfÇão Sem o substantivo? . . .
como para o crime- m g° if° Pre®CreVe 3S regras tanto para o cível
a
tar primeiro as reura*ÿ £ Se a 0rde™ 'i0 processo sem se apresen-
~
™ e ,
1830: 6 de maio w
pauta o parecer da comic<A SeSU,K'a parte da ordem do dia volta à
minai .
*&Sf° r1sta sobre o projeto do Código Cri-
te de Pernambuco anln n
ÿ™1i França magistrado e representan-
,
P t q governo
pelos membros da casa , ÿ
, ou
"
Cavalcanti)
lcantu
ge-se a comissão (Limpo de Abreu, Paula Souza e Lu.zCÿva as
e discute-se ainda nos dias 13 e 15 a questão p re minaiÿ
penas. Vota-se uma emenda do deputado ego as de morte
pena de morte nos crimes políticos. Permanecem P especial.
e galés nos casos vencidos Remete-se tudo a con <.
fipnu.
59
cjuc mandou cxerntÿr an j
Estado dos Netrócin® a S? ret0 i0Í publicada na Secretaria de
de Ministro o Visconde ÿf Alentara
a íiÇ a 3 8 *
re janeiro de 1831 servindo ,
" ®°
, que referendou o decreto .
22
. A ideolo
gia dos projetos
-
ç,ÿ
fenecem as cUiJirlaí ÿ' aS fUmer0
SfS comissões que se organizam e
elaboCum ÍJÍ, . T ™ °
te '>em P°Je" e à* àfVf
"
da nação .
<,Cva , importância fundamental na vida
"
ÿ '
Or d . ao
triénio 26/29' il1,f G°mpõem a comissão no qua-
mo bem se pode coikm
'
«.ranhar
"
quá a rST Ú°d»spos,t,vos °»4!». i« »«.« biografias não 6 de ,
, écie de
brar o edifício político-liberal que ela própria,
vinha de
"
por uma esp
"
autoritariamente
paradoxo, de "cruel ironia do destino ,
edificar .
onsabilidade
As longas discussões do projeto de lei sobre a resp
não menos lon-
específica dos ministros e secretários de estado, osm
tais precauções
gos debates sobre liberdade de imprensa demonstra ser, de alguma
e os temores de que a liberdade alcançada viesse es-
sorte, violentada ou perdida. Mas, por outra parte, vê-se a nec
sidade de cercar a integridade física e moral do imperante de piote-
ões do projeto de
ÿ
monarquias absolu-
de tribunais que foram peças de relevância nas ópiia oiga
tas, a exigência da publicidade dos juízes criminais, a pr
61
uanto a
opular. Q
ÿ
último ?3®jS1rat"r& e & instituição do júri plo funcionar; há um
"
igência socialto da
entendimpntn S k
re ° J"" e°mo uma espécie de ex nvolvimen
"
novos tpmnr> X
"
' a te ™e°10 a0S reclamos do dese a das transfor-
ÿeY eC0"°r,C&S>
& °C0rrendodesde
no Brasil, por forç
.
,
vida nrlrim lo.
mações Dolífir a primeira década do sécu
E VasconcelnQ ti, a justiça itine-
rante "no Brasil
ÿa aPre20ar a necessidade de um resente nos sa ex -
i -
de pequenos re
mo do senhor! "°S
a1"/°fd.05> daquelas espécies ela sua
nos encravados 1mPèrÍ0 g"e ""ia> ainda àquela liões
r
altura,localistas
p
imegridade a todn momento perturbada pelas rebe
e
separatistas e
ição do regim
de liberdade
£>
nue
'
?!! a1°Sorganização
d° Pr0C5®S0política
è Um& traz
imposcomoisitoriais
princípio.
dos
Temem-se n« Li.,f - . 0S' af deiÍberaÇ°eS inqu
tempos do absolutismo' pÿ
S ia,
'0d°S °S CrimfS . .
'
°
/U1Ur°
PU1a'*°C0dÍ-° ÿmostra
de Minas 5frà editado.
a urgência que
nto estão
ÿaS C?fSe1"è"CÍSS que no mome
a matéria exige bem r "
ocorrendo em virtude de -
3 ÿ armf ÍtdÍCfm°S-
Lamentavelmente falharanf aS n°iSS taquigráficas no discurso
de Vasconcelos proferido Tf1° te 1827- A menç
ão à pos-
na cadeia indica que o
"
sibilidade de "ter o cirWM i e defender-se
, ' °
ia-se
famoso político dos ipitn ri
ÿ iÿ'"dependência refer
Por certo ao habeas cornu T° fVidente conquista das
.
novas "
da-
62
discussões
de 16 de dezembro de 1830, entre comissões e parecei es,
tempo, não vislumbra
que ocorrem ano após ano, durante todo esse idéias
-
dos
ao "abuso do poder" dizendo ainda que a,
lei de responsa ódigo o
ministros irá infalivelmente para o código por terem no c "
desses dispositivos,
seu lugar próprio" e passa a defender a inclusão
contra a opinião de muitos. No código" - dÿ
"
-ele está o lu-
gar para todos os delitos £ penas
"
Mas
...
não há maiores refe-
rências teóricas .
s nacionais, por -
e é ele mesmo que quer que nos corpos legislativos haja assessores,
posto que não votem, mas que discutam como deputados estrangei-
ros, porque como esses homens não são filhos do país, não conhe-
cem os seus hábitos e os seus abusos, podem ver mais claramente
imbuídos dos seus
que os próprios nacionais, os quais podem estar de um có-
hábitos e prejuízos .
O mesmo deve ser para a formação
im-
digo civil e criminal porque um homem estrangeiro pode estar ito
buído das leis de qualquer país e de seus hábitos, sem estar suje
,
63
idos, não
ÿUf na ÿran?a muitos médicos foram ouv
™mai C°m° reSm0 "a Pfrt& à0 CÍyÍi--- (Anais,
"
Drónrirx; n-»ÿ
melhor m anf1ra ÿ" Se*ndjca,
1?fa'ÿ assim, o deputado pela Bahia, co
.
'
l para
ÿU& 3°r eStfJ ar *fSeridas no contexto sócio-culturalhadas
- ,
por r>p<;<;m
o mnl t S
! àS fr ? ,e"1aS>
]
e equilíbrio
de cui-
dadowÿnTÿ1° 'ad°' dÿ&fd° ° citado parlamentar a adoção Para
"
S n° 1'aÿa'ÿ° df elaboração daquelas normas. conhe- "
tanto lembra
cimento
unento físirr,
físico e moral do homem"
a feCeSÿ1daàe à& observar o que ele chama de .
tas d1V\ /r
P CCCf""&
°S Pr'fCípi°S da Declaração de direitos do ho-
r
'
ÿ .
traba lhado
o esnírito dn Á
go Criminal de f8ÿaSÍifÍr°S q"fnJ° ra daf0raf3° d0 C0di"
o -
segundo nm
frf°feZa/° traJU1°r francês, Victor Fouché, o qual,
»
f* deparler,
rement " '
car il ne tnit
-
1
j
° a
Jÿ™S I3 procédure en matière " 2f-A
omme penalite c est un oeuvre assez complète
..
criminelle-, cnmm ,
.
64
contravenção .
uitas
tudo vicioso também tornaria em prejuízo m
demasiada do filantropo" (Anexo II). . .„<?
E fica-se tentado a perguntar:
nde estar
o te Perena. ia o eÿCÿ°a aÿida-
No projeto Vasconcelos? No Clemen 65
ÿaf1r0P°"? Estaria a comissão em desacordo
i,e'ia1 t°S r°ÍS Pr°Je10S' ta0 tÍS1f"1fS r° rig°r PU
~
ÿ
ÿ
"
nitivo d Livro
,
„ f
rme se ve no n? 2 das conclusões daquele parecer .
mi-intr
? >e"i te"íe"1e d0S deraiS> além de tomar incisivas posições
S° uçao do problema do código demonstra conhecimento
'| ~
,
ni
S ®er'nX d0 direito penal bem à altura dos tempos, e certa
°
sprKrhiiiri ?
& f Pma aSP£°1aS qUe de perto dizem respeito às relações
T£ & e e ™ecanismos de controle social *expressos no direi-
entrp ÿ
tr> _
Pe"a]- «cr a<tp
ÿC0ih£ndQ como base o projeto Vasconcelos compõe a comis- ,
T,
'1 CC, a SiS1emática distinguindo crimes de contravenções, de- ,
.
raiwin , , "
ffÇa° dos crimes contra os interesses dos indivíduos
q
.
iusfifint;-. f& i
encontra no parecer da comissão mista uma
arara'
e SUa inClusão e um interessante destaque de um este-
reótinn r u
lêncin ml Ui'1 * a °ÿSerVaÇão a respeito do repúdio que uma vio-
,
ya
missTn nn ; - - "
"0ranC1a à0 P0V0 A "docilidade dos costumes
suficiente J =
acham os rehf™
°S' afS U™1nd0 assim uma atitude que por demons-
trar um uifpn<ÿÿ .
f "inflnMÿc1ie 1 C0mÍSSâ°
eente expressa às desconexas leis penais são
SUP?rStiÇâ° & por grosseiros prejuízos
vi- "
compièta d as por
ompletadas nor observaçoes indicadoras do conhecimento dos prin
. .
66
cípios da pessoalidade e da proporcionalidade entre pena e delito
(nexo quantitativo), da preexistência da lei na definição do crime,
da limitação do direito punitivo às ações racionalmente consideradas
delituosas e não "a fatos que a razão nega existência e a outros que
estão fora dos limites do poder social" .
pação teórica que nos leva a acreditar que os seus membros, talvez
expressando também a média das idéias mais acatadas pelas figuras
intelectuais mais significativas nas casas do legislativo brasileiro,
estivessem de algum modo aproximados das doutrinas penais que es-
tavam na ordem do dia e que nesse terreno demonstram uma faceta
importante da modernidade que então marcava seus primeiros pas-
sos entre nós .
toriadores .
o0X ,6° t
°
3.
BASES TEÓRICAS E DOUTRINÁRIAS DO CÓDIGO DE 30 -
V
X\ÿX V® ,
A maioria dos tratadistas e comentadores do nosso direito penal
e dos historiadores do direito brasileiro, ao cuidar com brevidade, ou
mesmo com maior cuidado ,
do Código de 1830, não chega a ua
maior análise de suas raízes teóricas .
67
SP ah , í í JSS0 f3° f"Íma a Um& afàiiSe m3ÍS detida, salvo a quen,
Dor íim intA PfC,en1fren1e a uma investigação sistemática,
poi um interesse específico
motivada
.
1e
C!a PUf1ÍC3Ção , em 1875, das atas dos trabalhos legis-
ii f° fn0 de ÿ37
° re»Ponsável pela publicação,
AntoninPp ÿ10i
-
n
-
'
tianí(ri-?frf S °
,
S
|
°
trWS da Câmara , e ainda a pobreza das notas dos
obrisarin n-f ÿ S 1eX1°? da® redatores. Confessa então, ter sido ,
aue fio ..
'
?àra 01ÿCaS e ai"3 para pessoas, vivas àquela altura, e
que figuraram naquelas primeiras assembléias .
"
ÿ i «fIh0"ífZ AiVfS ,
ÿ"'0r ÿaZ menção expressa àquelas dificuldades:
como L i d°°"me"it0S que nos servissem de guia"..., explica, e
SeU P3"do-se: °
contramns
"
...
assim diremos pouco pelo que en-
f&S a1 1S 1fUtC&ÿ&S da Câmara dos Deputados no ano
de 1830"3°- .
,fVnl
ÿP°f1'fa dfS 1ÈC"ÍCaS tipográficas
„
Sa °'
e editoriais do Brasil do
jnvp<;tj0í!,,~ fà
F°r S"a VeZ' dificultam ainda mais os trabalhos de
f G ']a> então
melhor il -
*
~
l
ai ÿéias utilitaristas cm alguns casos sem ,
rios d™ „
1 Jm f1a1eX
Delo nrimn' ÿ daqueles que afinal, foram os responsáveis :
,
err&1J°
quando muitos dispositivos
ente,
vas e emenrp t r -
C0™e?aV&m a encanecer por força das no-
C0n(*'?QQS sociais do país
empoleavam n % , das doutrinas penais que
lEUr°Pf e d°S Pr0Prros avanços da ciência e da téc
ias que ja expressavam tentativas de renovação no
I Ai
i
Á ÿ r f"° tf J&"£Ír° fr 186i'
°
, .
o, em mi
68
campa do direito penal. Algumas já anunciavam um novo código
que deverá substituir o primeiro criado pelos homens do Brasil da ,
res,
não vão muito além da referência ligeira àquelas citadas dou-
trinas e aos elogios feitos à época, às excelências do Código®2.
,
,
179 ("nenhuma lei será estabelecida sem utilidade pública ) fazen- "
,
,
" "
,
1952.
,
69
ÿ derna"
reS?eÿ°S < d"È0); a última ex
$
35 pressão da penalidade "'
°
f
m
ilitaristas; e faz tal afirmação baseado num
nor cinni I 1" rmaÇa° X0fre a filosofia de Bentham afirmação,
,
. \0
.
T, < f
Av\1>
utilitarir ? rX '?° afirmar °S Vínculos do Código à teoria
r„„
'
n n
e particulares.
estraMei?nÿH-fV U"1°r °fi£rVam°$ ainda os comentários de juristas
dmor dn rÿ ?nJ- ÿ XÍG1°1r»sileiro F0UChè P°r exemplo, o francês tra-
~
'
naf Z te ZT7 n"r C0di&° qUe> CUÍJ3tà° dos crimes e das pe-
estruturacão r>a f°S aSPeC10S processuais, não poupa encómios à sua
?Códi,o dl,tin a Ca> amJ a'
° CÍ'ad° comentador, o fato de que
, , .
36
.
'
"
creveu Vicente dT PaXvkente de Aÿved C0dj®° Crimi"f1
o! 193L °
70
grandes nomes do direito penal no século XIX, apontam ainda as
influências que o mesmo exerceu sobre numerosas codificações de
países da América Latina feitas após as lutas nacionaisde in e-
pendência.
lau
de 1830 - escreve o jurista argentino Ladis
"
"O Código
Thót - "era o primeiro código penal independente e odem
autónomo
ser o
da
América Latina" ®®,e sua importância e significação p
servadas em vários pontos de vista, como o nacional, o " it
americano,
rica Latina ,
"
o primeiro Código Penal efetivamente
™
naciona e pre
prto»". V0 .? .
finidas ideias
As principais inovações: postulação prática de de
ica interna, o C°
ele política criminal; aeloção ele uma sistemát
e o sentido das penas elentro do que bem se poderia c amar
" ntam uma rup uu
filosofia penal" entre outros pontos represe
,
adequar o direito penal a uma nova realidade socio traor mana po 1 ice
-
e
mica. Mesmo que se levem em conta - dada a ex ais
tensão territorial do país ÿ-- os vários ritmos histonco-cu ui í
nômicos das diversas regiões decorrentes das diveisas ases a
,
71
forçados,
inclusive np,
5
ÿÿimentos sociais e económicos, ier
re sentido
ÿ'Ç&°" eS15an8&Ír°
ÿ"SS0 de Ladislau
a'ê"™a sorte deve
f
,
um bom nh
V& ?r'S °reiaÇ°eS> Thót, quando, ho
embora
sem aoonfar 1
0fserva ao mesmo tempo o cun
acentuadampn ÿaVf"Çad0 e & marca profundamente naciona
" "
l do
m
s refere
ÿi Pefa'. brasileiro. E se alguns comentadore
.
cidadãos ,
tais sobre
mais esnecificimp
° s quais se aSSe"1am
assent
n° ÿ179' S3° °S P0"105 fundamen
0S dispositivos normativos do Código Criminal
de 1830
llum
'f* "a definição da conduta delituosa (nu a
iminação,
crimen
T"' e / a 'rrC11,°atividade da lei, a discr lização,
referênch lemi
o acatamento
f Pe."a,£iÿ1°SW''f®eraÍS
'
nrv
poenaàasineigualdade
""
lege) e formal
sua individua
peran
te a lei,
ente,
a abolição das ?nprin
e daspenas l Z CrUe.Si 3?0ÍíeS'. tortur
a s, marcas
0 e J"ÿamÍ3> 3 inviolabilidade do dom
r
de ferro quicílio,
a garantia do direito ÿ
-
expressamente no
,
33* "*>
r conhecerá p"CÍa't0 -C0i1'g0
tre Criminal, firmado naquel
««tre ecrime
s prin
-
e
cípios e à °°i'fS' a dÍS'Í"?a°
teStSva aÍire clÿ >/
f'e?>iUStiiiCaSa°>
"
*nr\ X j de
,
em que ela
S"fS C0f{*U1fS> exatamente naqueles aspectos
'
esne t ,
sua vez
venh- 3ÿe1ar a Própria instituição da escravidão, que por ís.
é u W1 i os fundamentos da estrutura económica agrária do pa
'
0 C°n«£ÿ
todo Cr
à °'"<Jas, já que aos escravos se ap
,
ites como
lica a pena de aço
ão estejam ex-
pei ®er" Para todas as ações delituosas às quais n
'
"
mad
estrr
t?ia P0ÿ'ÿT °"mfS PÚb!rcos
instaurada com a indepe
ndência. A,
norma da im-
islau Thót, a expres-
"
Dre
são d
S r111
tade <?yS Pe"aS è' C0m0 eXP''Cf Lad
c a ideia político-criminal do legislador daqueles
Vi'- tempos de que
° i °nm£5 não ficam impunes
dutas consideradas vio-
ja, oras
Certas penas pecuniárias aplicadas a con bservação
ou atentatórias da honra feminina conduzem à o éculos de
-
um nítido traço jp pamarcalismo alicerçado, em três s
ivas marcas culturais de
Pf«encia social, numa sociedade com v
raigado apego aos valores masculinos. óprias figu-
das penas,é seja
Assim é que, seja no aspecto definição, nas pr
possíve l encontrar na
s normativas nos crimes e sua
eS rutura jurídico-penal do Código Criminal
,
de 1830, convivendocom
nstitucionalmente acolhe,
c°m os princípios liberais que ele com
co a filosofia penal que em a
l -
soci
Criminal de 1830 repre-
sa as idéias de uma ológico e histórico Ele expres- .
°
s quais terão de mnP° >
y 1 CQrf concessõe
minadas nel-i r ,
-
,
trutura econômica colonial
periférica, que nan-cir-ÿ
à
dependente e_ ,
cimento e exigibilidade
"
"
A
Livro V das Ordenarfi?ÿ !ÿÿ°X Ci.reS e das penas contidas no
' 'Pi"fS
por dois séculos d™ aSPeC1os
_
°
direito penal que nos regulou
mais essenciais da estrutura da so-
,
ciedade brasileira wL ,
que elÿSSS oteS décadas do século XIX, dos homens
mos dn filr.fr.f-
ÿ
°
u, se quiser a' 0f Íet0 deXi3 análise, das idéias -
,
digo a partir de
sive,
, tais inrfir»ÿg"e n0r1C0"' 0U melhor inspirou o Có- ,
«nttura pressão da
nas específicas m™ PaiS admite dispositivos e pe-
'
*"
Por ser escrava e stá fora T ! Camada da população que
reitos civis e políticos d
os cidadãos? ÿPr01eÇâ° ®erfi d°S dÍ"
normativos eÿ ÿ
cífSs cuâ !iUnÇaoè eí'£S?0nXàVC'
garanti
'
"
P0r dispositivos
unr
~
"
ilustradas"
preferindo-se para os crimes públicos q
,
ÿe
desterro * pei a
5) certos dispositivo
s diagnosticam a presença do d(T
costumes religiosos
à superioridade dos mais ve àÿ
,
,i1°ft°
, cata_
mento aos valores tradicionais e os com
prome imei
vaguarda da estrutura sócio-econômica do
pais.
ÿ2 .
- As penas
No estabelecimento das
praeviapenas,
lege) acolhido o
penal (nulla
poena sine
corretivo e preventivo e o seu sei só tempo
dutividade social pelo ,
entendidas ainda como mal ievertidoe m Ppr0_ . ,
os liberais ÿ de.
que professavam.
Repudiada inclusive como modo de
, PStribilho
_
tão
constante no Livro V - "
da pena de
ÿ
«) a certeza de ÿ
comutá la
™„do em co
que, conferido ao podei '™°Jÿ
este provavelmente o fax
-
, d
P que possível, le- ,
violento,tendo
cessidade da pena máxima forç em vista
>P,
, P e a harmonia
a
sociais .
75
1830,
S t* SC S S0fS d° Pr0Jet0 do Código, em maio dede afas-
e agitando-sp f> n K |
f™' eYafta"Se a ÍdèÍa. i0go acolhida,
tar de todo a Pnem?i d e morte nos chamados crimes políticos.
Ferreira França, A
sendo su-un
'
!!!'! ÿf.fCm 0S ÿherais na voz de
Ça° aC3'ada- Embora as notas taqu
igráficas
is detalhado
.
nal. Os expmn |
de hoie" cnmn 1T " "arrr a dizer), condenados à morte con-
e
decorrentes nprin ÿ '1, 3ra"'eS alcançando suas descendências -
ente nas
forme estatuí-im "™ d° LÍVr0 V -> pesaram certam ia,
decisões ZZZ&T
Ilrr™> fa1Ue'a primeira década
da Independênc ,
ais
X contra a pena máxima de deputados das m
conhecidos li-
variadas formacfíe f : e"1re os quais estão os
«W»! o <*
p
0n®efi .
um monsenhor: Fernan
eS Pacheco Pimentel, do Ceará, e Ai
-
atenta em cerc
dos cuidados esnecinis ÍL , ° B
própria"Oexecução
N
«0 1erm°saÚfj1 <dai
&
dis- "
a publicidader enforcamentn ,
seguinte da intimação
"
, se irre
"
-
co-
a r0UPa ordinária
' "
vogada a sentença o réu Peto
inum, e desfilará pelas rnas
ruas ate
at /ÿ
a forcaC°m(para que todos vejam).
,
76
Mas se exige também que a sentença não se execute na vésp
Perduram ,
com esses requisitos, ainda, o sentido aQS
da antiga lei embora em menor grau, e o acatame
, _
festas na-
sentimentos religiosos ,
aos quais a§°rafe
das vuo
da emancipação
cionais, representativas das lutas e
ÿ
A previsão dos legisladores relativamente a C0
mU
p
ÿaj °
:
c omo
máxima confirma-se no tempo. Reiteradas vezes, e P ' cjecj.
dizem alguns após um episódio cujos resultados orie
, a
no con
45. Tal episódio deve ler sido um erro ÿdicia
Um homem foi eonsiderado P<
ÿ ÿchacina de
caso Mota Coqueiro" .
outro homem
uma família julgado e condenado a forca.
, P ÿ autQr do masSacre.
confessa ao filho momentos antes de m ,.-VPWÍ. vários artigos na
orrei,
Esse caso deu lugar a que José do Patrocínio escreves e«, nwj
,
blicados sob
Gazeta de Notícias coletados depois e pu contestada por
,
-
e 16-3-1855 quarenta escra un ÿ
.ivres foram condenados à morte por homicídio, foram com
de quatorze escravos e quatro homens livres.
77
Só P f*
trabalhos de elabOTacãnÿlÿvr"t°3 ™a"S Pr0Xi®°S à finalização dos
combate-se -i inH,. ~ i Codigo, em maio de 1830 mais uma vez
rante e aviltante M» «a«i P""° 1™ ">"> *
PrescreviaTproietoÿS ,Ú'®°, i™ ÿ'°°Vá-la, conforme já «
considerava a pen-i de
Clemente Pereira nao °S I0 Prrj&1° J
C '
-
ri™*Ui',1tade
Pr iSa°'
gido em razão * Pe'° sentido de mal individual infrin-
presenta. n - , ,
'
e Pei° fÿáter intimidatório que re-
I mais violentas
L ™ÍentfS> mais capazes
i"CaPaZde deafetá-lo
sofrer fisica
outras penas senão aquelas
-
mente.
'
3®rVaÇ°fS como esta do referido comentador do
Código indicim n «
i1
entre nós: "os o-iIpq / ° e fS C°nseqiiências que aquela pena teve
| outros artefatos carrP ?1aV0S-* ilue Se ocupam de fazer trança e
° ii
ía faxina das prisões ° L'â PC'as ruas, e quando muito fazendo
Ide, e o preferem no w qUart0iS' 1èr eSXe £X13t° como de liberda-
k*> é pena, é es-
incentivar a delfnaiiênri!»3'
frf'
ÿ Pf"S3 o citado comentador será
"
1' nheiros: "sou bem feliz- s<> , , ef.aà0S a galés, um dizer aos compa-
W crime que me concedeu estiÿ ff tfrP° S0nf&sse teria
'
, praticado o
eSia S0r16 que hoje partilho"'# .
Pen . .
°
legisladores ,
pelos crim!ÿ °*3SCrVam 0S
P S C"meS a°S 1"3ÿ «ao
comentadores
, esperavam os
-
aplicadas as penas de galés,
'
1deW
PP. 719-720
ÿ
,
.
78
que elas viessem de alcançar principalmente a massa e , 1
cumpri
correção nos lugares em que os réus estiverem
sentenças" .
mero de
"
deias
novadora resultando das influências das novas i
pelos legisladores*;ÿ
Se compararmos, por exemplo, a disposição ea
ladora ou desmoralizante das penas do Lwo V asna p
< ÿej_
vasta aplicação da pena de prisão no novo Código,
deias "tilitanstas que
xar de concluir pela presença da influência das i
têm na prisão todo um sentido a um só tempo coator, p
traz ao destinatário , e intimidatório, pelo exemplo.
Contudo condições não ocorreram de modo a se ÿ
tica as idéias que apenas repousaram nos mais de 150 d p
,
79
aue o Hil!w!fS í,en1j1fi""a"aS da prática
,"
de um sistema penitenciário
garam até nóÿ ÿ€ÿ}r
Código l
â?"U n0 projeto de Panopticum °2 não che-
de 30 não refere qualquer sistema peni-
tenciário s-ih
i
santec ÿ. mc„
°
R;0S f
0S'Um®S de "r r°do geral e de aspectos da
delinquência no
(a prisão da Xiiÿ
fi P0r
f"e'r0' SeS""do eles, na prisão do Aljube
tados" vivenrlrv fxemplo são vistos "criminosos acorren- ,
f
distinguem-se em dois tipos: prisão simples*
,
as quais podem ser perpétuas ou temporárias.
posição dn ÿVrfka'h{? Jf'Xa 0 C0digo, de um
°
s n
modo geral, à dis-
observacão de ÿfÿà e i iegn'amentos policiais , das prisões , com a
que evem ser realizados nos recintos dessas últimas.
da construcão
construção estar
p tnw
S)
!
m i0rf\? circular no qual estando a direção no centro
iam os d.retores em consoante vigilância das celas.
,
53 -
P. Kidder e J C Fletcher 1941.
.
.
.
,
54. Idem pp. 144-145.
,
ÿ ,
opiniões" sobre
admiram quando comnirim n -t
os sistemas ÿénít %iar.QSJ"®.if& f°frf & viagem, emitindo
observados. ,n
S Os missionários se
relatório do citado diretor S1 "aia° £frà' 1'f® prisões que visitaram e o
m m
. '=i°'""'* .» -
, o
80
Mas, a acreditar ainda uma vez nos depcimentos de IC ÿ
os condenados a penas de prisão com ra <. uais
Fletcher,
se
no Rb de Janeiro na construção de aterros com os q
quistavam faixas de mar.
A prjs ão perpétua, corn trabalho, é designada paia p0_
blicos que de algum modo representem atentado a me p
. ÿ
a
lítica ou à integridade nacional; enfim, a alta traiçao p< ter
através do auxílio à nação inimiga para fazer a gue <.
hostilidades contra o Império; para os crimes Ç0"1111 f (je.
do Império e a forma do seu governo; contra o che eco g ,
pondo-o, privando-o de sua autoridade constitucional ou a
ordem legítima da sucessão) bem como para o cume
,
e r »
crime que se consuma mediante a prática especifica e ?
tatórias à independência e integridade nacionais e ao ex
poderes políticos. z-A
CCrtos ca
Outros crimes públicos como a peita c o suborno cm' ÿ
, cjQ „a;Si
gislativo, insiste na urgência da organizaçao da vi ag
< Jmaj or.
mostrando os perigos de peita e suborno numa m
ganizada e mal paga.ÿ )
E se o Código impõe penas graves, como a prisão I
aqueles crimes ,
há observações interessantes sobre
tar a lei .
do "éculo passa-
Carl von Koseritz" exprime nos anos okenta
do um verdadeiro libelo sobre a situação da jus iç em
'
s0b as
os crimes impunes e toda sorte de ilícitos penais q
57. Alemão, chegou ao Brasil em 1830 como ÿeÿjor-
mercenária Radicou-se na zona de colomzaç
.
' '' .inti-escravista, deixa
nalismo e política Liberal, evolucionista
.
sobre
Koseritz um livro interessante e rico de inf JL . observa que
refacio, 0hserva q se trata de
o qual Afonso Arinos de Melo Franco, em p
81
e&1e (° Código Criminal) não é observado
deÿde ml,,toÿ
e™P?,
11 * ' *
" =8
coripem ri a
coragem de com ela (no caso a imprensa) se meter ,
.
cãn
0yfCeiXfrar de ser aplicadas; em que medida frontando
-
a corrup-
amiplp« !y15 rd.,J.ya ÿ0reSCeu
J®P0X.tivos entredo nós,
específicos de alguma
Código sorteeis a um dado
Criminal, listas e
ÿ°eSe'"QS ffa'™ef1e avaliar. Mas, em verdade, anartas
~
oup n
cpntmc
norm-is a realidade- social.
normas ;
"
nriv '
fÿ 0™ definida no Código, a pena de banimento, pela qual se
ia ÿyr& XemPre 0S réus dos direitos de cidadão bras ileiro e os
iiiihi
perpetuamente de habitar o território do Império (art. 50), "
descritos
!!1C'e 1er S'ÿ° fP'"Ca'ÿa er quaisquer dos crimes
~
nn m
no mesmoÿp
da condena-
cn<
p
] a
d? asileiro enquanto durarem os efeitos
cãn" ' ,
a5a0 nCl"e'QS condenados a galés, prisão, degredo ou des-
terrn °n U °' ° ba°Ímef1o como tal não aparece como pena im-
nnfiHo
? ÿUi 'l"fr aÇa0 delituosa, e o comentadort0 acrescenta que
>
§ 3?
ÿreÿ"ÿeCe" °S defeitos da pena, mas atendeu ao
tt , .
°
dn ar/S
posições.
70
Cÿ1ÍtUÍÇâ°" C°r° 'iUe Pdra farr0fiZar fS diS"
r?-!,?l *ÿ"fÍ.Se P0'ÿe' ainda, inferir das discussões na Câmara nos relevo
várir>
os nmhipr
l?etS ?Se C-ÿa'at'a'
5"f.P°rÿe*S10sentimento
011 P0r 3ilnÍ'° se punham
nacional em de
e integrida na-
e
cion-il ' ÿ r)p &e aCre'htar numa tendência confirmada na inaplicação
82
da pena de banimento mesmo para os crimes que mais de perto di-
,
t 53,
A privação dos direitos políticos prevista nos casos do ar ,
.
por sua vez, não implica privação dos direitos civis. Ai se veri-
ivil.
fica, ainda uma vez, a precaução de afastar a idéia dedemorte c
seus bens,
Desse modo pode o condenado dispor, por exemplo,
,
ser facilmente cometidos por pessoas dos estratos mais baixos da so-
ciedade , pelos mais ignorantes: o legislador estava pensando princi-
palmente no escravo). E observamos, também, que para os crimes
de natureza política preferiu-se a pena de prisão a qualquer outra.
Também aí as razões são de teor evidentemente preconceitual,
ideológico .
da defloradT C"re de e
/>;
!1"Pr0 <«. 221) "cometido por parente
O degredo nec«p aU ?"f f"° t(ÿm'{a dispensa para o casamento"ÿ
3
remota da
'
0' imP°St0 (Z a 6 anos) "para a província mais
em au? -
ofendida e naturaS?
"
'
Sa Çe1a
e' S"a
!'VerS0fha" P°r q"f passou a
™1'ÿa
.
se o dote -
E ao degredo acrescenta-
da sua nrin!cin?i ' Íÿa ° íéu a S3n" "dos termos dos lugares do delito,
°,
șf'
.Jc Sab
pr que a i o ÿt 01f C0"SerVar reunida a tropa depois ,
t °C'°
'
tados e as d isposic<vV . ,
'
ÿ
°i Pr.tCípios morais socialmente aca-
f'fa- nalar que TmodoS
Vale assi
pro consumado alem ch ? ,
°
ÿreKPeÍt° & h°fra ieWi"
0S dispositivos referentes a estu-
.
84
O dote representa assim ao mesmo tempo, compensação do
,
\ 0
Atendendo ao princípio da satisfação, inclui o Código penas de
multa, seja como pena exclusiva, para certos crimes seja como pena
,
acessória. A* Uròlusãa da invilta é f-.pibà
, porém, çofeti Um rígqr,
às moào st eúkw qualquer semMnqa cotn eonfeo , com-
queira no Livro V., è proibida pefa própria Conÿtítaíção (att.
179, § 2?),
85
acões mirmr>*
b 1" P f 01í iU&pensào de emprego são aplicadas a
,
esnecínl H °
efiS a?°' C°™0 a denunciar as precauções tomadas para
'
cnm r, "K
°
iurírfim n i m UrCi?namfn1°" o correto cumprimento" do sistema
"
.
jundico-admmistrativo
.
t
* tem n0 °0dÍ8° de 1830 uma situação espe-
a fnrW V i eS° 0t'"f & especificamente para o escravo mas aplicada
,
mentrK ~
d& a'gUm modo tenham tomado parte em movi-
renca \ ÿ inSUrreiÇão ela define muito claramente a imensa dife-
,
" t
°
U ° Sa'és ,
será condenado a açoites e, depois de os ,
i
um coítnmp ,
funcionamentÿe CV'!"1°
C C
, m grande parte responsável pelo próprio
.
. _
se acrescentand o
30 aSi"ma Pe"a comum imposta ao escravo; a eles
mento> C°m° /Z ° djSP°Âi1iV»>
duplo
upio sofri
sofriment o ferro a pena impõe um
,
o ao condenado .
Ambos igualmente humilhantes .
-
ÿí£ludente _ daÿlicitude .
--
"
o eXPreSSa° "castigo moderado ,
.
Ci®" CÍf "0 funcionamento do poder
.
43
. .
Os crimes
Pct
'
m ?822 Ú "
P ,-
°r° r=Í°" * ° ***
ração ,
da rebelião e da ldição
s
ÿ° aS i"gUrfS da
' , ,
In
"
tenças dentrí(
' "
,
> C 3Presentam na sua definição sutis dife-
pela hierarquia das pU? ii C°"i"""
"
V'n1e rÍi
.
Pisoas» para tentar direta-
modos a constituiçãoÿ
ÿÿÿ
,
fo
a
'
f ,"1efnJaJe J0 império, por vários
1'® governo a autoridade e os direitos
do chefe do governo r,
,
1
dos poderes constituídoÿp eSaCS{ar 0U impedir a execução de atos
'
grau máximo ,
a prisão "-»>.pétua
P"Sa" Pÿ
-fa com
eSSf C1'mà Se dá
trabalhp °
, como pena, no
.
,°
- f
,2* à ii"iifiM"Úi a
"
implantado A conspiração £
.
5{a{US qU0 político recentemente °
-
e apagar o crime ,
«jumento de perplexidade .
88
a
Por sua vez a pena aplicável - desterro
,
temporário -ÿ e
ticáveis por indivíduos
pena típica para aqueles crimes políticos pra a planejar
das camadas mais altas mais letradas", mais capacitadas
"
,
do país. Sabe-se
qualquer alteração no quadro constitucional xemplo, deram lugar que
episódios ocorridos no período regencial, por e
à aplicação dessa pena a políticos atuantes no Império.
imento, de ação
A rebelião tem um sentido mais expresso de movbada do regime,
de massa de populações que se propõem à derru
,
iminal expressa, no
do governo do chefe da nação. Essa figura cr
que a cada mo-
,
ltantes da própria
ainda às dificuldades de aplicação das penas, resu
das nos movimentos.
quantidade de pessoas que podem estar implica
ituação também
A sedição é a figura criminal que tem uma s cometido
muito especial no Código, que assim a define: as"julgar-se-á
armadas todas, ou
este crime ajuntando-se mais de vinte pessodo empregado pub ico
parte delas, para o fim de obstar a posse lo legítimo; ou para o
nomeado competentemente e munido de títu obstar à execução e
privar do exercício do seu emprego; ou para ÿ
l de legítima autoridade .
cumprimento de qualquer ato ou ordem lega lar
Com isso verifica-se o cuidado do legislador em contemp lo-
ís em que a tradição co
situações perfeitamente ocorríveis num pa der vinculado á proprie -
n0Va
o acatamento daquelas .
SÍ1UaÇão política garantindo
,
ÿ
E,
,
C°™° ÿSe P0àe Ver> é o típico crime do escravo.
justamente nor „
d
J1áX'r0 C0"} f Pf"a de morte, a insurrei-
™" J
Ção não poupa o hom
qualquer modo n m . fm Vre que ajuda incita ou aconselha de ,
. SP
a r
AJj terdade e a segurança individuais e a
tegidas no Códi
tivas incluíd go Criminal de 1830 através daspropriedade são pro-
disposições norma-
as sob a rubrica de crimes
particulares.
Todos eles são contem
influxo liberal que os plados com um menor rigor e um vivo
colocam numa situação bem diversa daquela
em que eram tratados no Li
três se vro V das Ordenações Entre todos eles,
ÿ
medida do alcance da
naqueles dispositivos da estrutura
,
da sociedade brasileira
das áreas mais urbanas ,
nao p a deixar
nhum outro ato reduzir ,
alguém à escr
ser um grave crime .
_ ários
Durante a primeira legislatura, em várias e£ escravo.
motivos discutiu-se o problema do fundamen o d pessoas
Apareciam na Camara , de quando em vez caSos,
se dizendo livres e que no entanto estavam, p "
q verdadeiro --
reduzidas à situação de escravo inclusive P0r1'1"de.
i ,
ou pretenso - senhor ,
título legal de proprieda
Duas petições chegadas à mesa da das gentes "
.
a realização do
ÿ
casamento .
Nos casos em
mas a sedução que não se verifica o estupro propriamente dito,
a simples "ofensa pessoal para fim libidinoso" ou a
copula carnal obtida mediante
,
...
casarem com as ofendidas"
s "não haverá penas" ...
se "
os réus
.
Através do dote
e se o pré requisito omoral
contrato familial garante-se economicamente,
-
livrando-a de quais
,
quer dúvidas morais .
"
|ÿf'r~ 0S Cr"me® °°ntra a segurança do estado civil e doméstico:
celebração de matrimónio cont
adultério, ra as leis do Império poligamia,
parto suposto e outros fi ,
A fórmul
a adotada pelo Código de 30 nao discrepou in
códigos da époc
homem "concubinaa, o adultério ma
t sculino caracter ÿ
eúda e manteúda" o feminin .
ÿ0
na de > certo,
pendência de indí
Vaga diante do cios ,
,
P
'
,
mas de algum modo acompan anco ;r;to geral da lei
r,iÈ°' .
A evidente superioridade .
„ do homem mais
notada nas camadas
também
mais altas da es ra
,
em todos os sentidos
s0CÍai; mas existente
,
Mas se ocorre a .
da eliminação
- lavando-se com san quela conduta, 1aÿ"®®diada - matando-se os
comparsas, ou apenas um deles gue a honre P - como se sabe de
tantas informações e estórias
,
93
dos filhos, o repúdio sob vários modos, até a adúltera (ou suposta
adúltera) sucumbir, quase nunca, porém, se usando o meio jurídico
da acusação de adultério, coisa que representa para o homem u a
marca da qual ele dificilmente será socialmente purificado.
Quanto aos crimes contra a propriedade, observados os avanços
sobre a legislação penal anterior, nada de mais especial se observa,
causando estranheza o fato de que não se contempla no Código em
especial o furto e o roubo da propriedade maior, algumas vezes ainda
mais valiosa que a terra: o escravo. Embora a referência do art.
268: "haverá crime contra a propriedade ou o objeto tenha valor
em si, ou de qualquer maneira o represente das definições de furto
"
ação
à religião do Império por vários meios externados, ou adamentais
propag da
de doutrinas que "diretamente destruam as verdades fun "
ira legislatura,
Desde os primeiros debates da Câmara, na prime
m choque com a
0 laicismo dos liberais mais avançados punha-se e ilo de
ortodoxia de alguns padres É de observar, .
com João Cam adas
Oliveira Torres que o sentimento religioso
" nas classes ilustr
por sua vez nada tinha de fanático" fi. E não há dúvida que nossos
,
"
,
dispositivo constitucio-
que hão de ter pesado na deliberação sobre onças de religião e culto
nal a respeito de liberdade religiosa, as difereompradores e vendedo-
que tínhamos com os nossos mais próximos c
res: a Inglaterra anglicana.
*
. .
onaria no Brasil à
Cientes do papel representado pela maç da presença no
época da Independência e mesmo depois dela, e
legislativo de muitos dos seus mais importantes dirigentes, levando-se
64. João Camilo de Oliveira Torres, 1957, p. 436.
65. Maria Graham, 1956, pp. 290 e segs.
95
Vasrnnrpin.
'
a di$P0fiia° 1aXa1*ya d° chamado projeto Bernardo
Droihidas" Sÿ Uei aSSim Se rffere: "todas as sociedades secretas são
°"
Droietn W e™e UiU~i° qUe & adoção quase total dos dispositivos do
lerislativn urr ?i&, ÿ£re'ra sobre sociedades secretas recebeu do
,
normas r>p .
a.a ÿid& 1Uf podemos chamar de conciliadora. São
ÿ
aue P miSS1V3s, as dos arts 282 283 e 284, e por elas conclui-se .
,
an
' tp
O
'
,
aLSS C?'raV
"ià
f"Ç0eS
t
soci
,
"'1° Che8ar & marcar acentuado
com ela
edade brasileira ou uma concordância
"
ciiiHnHft ? *f° ÿ
. i
° "
e °
. -
ÿdigo dos vadios e mendigos, vale acentuar o
S
àauela pn
'
.
C !"'Çr'f" "01r°a1ÿV&i e 3 observação de viajantes que
sociólofrm nr e VYeram "° Brasil e que como autênticos estranhos ,
e a
iiírv Seÿ
\ d0C"SaS
"i >i
* Fletcher destacam a ce-
se dizia mend-
'
Oe"tigando pelas ruas das cidades; segundo
doentes o?íÿ Á" i®1f SfUSfu5efh°rf5- E como os escravos
,
°
assim ímnnn .m f S gindo doenças ... infringindo,
citados mLi f ° £° Criminal. Nossos observadores os ,
de janeiro
ae Janeiro, a m'f> h- Z íi1en°S re3'ista que teria reprimido, no Rio
a mendicancia *
,
,
os "mendigos fingidos" .
* * *
ficinas de impiessão,
Nos centros maiores, onde existiam as o avulsos,
onde era possível um público razoável para jornais, impressos
rande para
OU mesmo livros, o ambiente não era suficientemente gtamente co-
icados. O promotor, cer
exigir mecanismos mais sofist
97
nhecido de todos, era a autoridade a quem se deveria enviar, no dia
da publicação e distribuição, um exemplar do escrito ou obra i m -
pressa.
ôs em
ÿ'!SSa<ÿ°S C"f<í".e1)ta an0S da promulgação da lei quenstitui
p um
J?1f11? C0dÍ8° Peta1 brasileiro, este já se co
ÿ
vionr "
dociimÿ-nP
documento legal em vias de obsolescência.
sistema
S imS
fe 1888> C0r° C0"sequência da abolição do ituação
U~5e de ajustar o texto normativo à nova s
-
pcrra o
C"
'
t
a es-
° e J
QS 0S institutos que podem fazer lembrar
cravidãn" «n,
cravidão «« escreve J. Vieira de Araújo E assim se faz.
P'Ct0 a"damento a idéia de substituir o Código dos
idas rlt Trth m ência das
&Ce1era?ão do tempo histórico, consequ enais
'
. aO v<OV \çf>r
$?.
-.< ao . ©
ÿ A\yÿ \cfr' rtÿV
vòr
<>>v°
i
98
ANEXO I
ri-
"
O Código Criminal deve ser dividido em duas partes, a p
nda conterá o co ígo e
meira conterá o código penal, c a segu ser
processo criminal: neste ou em outro código separado devem
enas ou
compreendidas as meras contravenções de polícia, suas p
multas ,
e forma verbal e sumária do processo...
Para se obterem estes códigos parece à comissão serempreen-
conve-
risconsultos a
niente que a Câmara convide os sábios e ju islação e de justiça
der este árduo trabalho A. A Comissão de leg
do ilustre deputado o Sr.
civil e criminal examinou o projeto de lei Criminal do Im-
José Clemente Pereira sobre a divisão do Código nhecidos como bases
pério do Brasil, e princípios que devem ser reco da ordem do pro-
Para o desenvolvimento dos delitos e das penas, e ios postos
cesso criminal A Comissão é de parecer que os princíp
.
e Sf£®-
Janeiro ,
1874, t. 4<?, 2"? vol., PP-
99
tidos, e
,
depois da confrontação e exames desses códigos decidirá ,
tf
«p 6
,
V 0°
xO
Jÿ\àQ {b
,
,
*V
cM
°
ÿ
ioõ
ANEXO ,T
nadas circunstâncias.
*
Anais do Parlamento Brasileiro 1827, Câmara dos Deputados, Rio de
,
101
dois Se fPreSe"tfra à comissão a idéia de organizar dos
lhado em aliiT ÿ o ° 1Uf de melhor escolha se acha espa-
S'
°'
ao mm™
ÿ
. , ,
Pfr& °fereCer à discussão uma, senão completa,
pi er °idffada base pelo método que seguira
o
Sr. ClempntP ,
novidadp n.fe
'
trC'rf' e l1iQ supre na clareza e ordem a falta da
rfC® ° d0 5r Vasconcelos quando imediatamente
lh'a rWn -
,
é, pois
,
a comissão de parecer:
fsrf rÿ
e
°
deputados o
a ÍÈ"aÍS '0"V0reS 3os ilustres
pecial agrado em&n1e ú Pereira e Vasconcelos receba com es- ,
°
tanto nara t S °S Pr°Je10S e ordene que ambos se imprimam ,
° j
seu juízo sohrp °S ° .
°
S deputados possam melhor formar o
™e]fC™ff10 deles como para se dar lugar às
observações dns i "
, ,
SC°" 0S e SàbÍ°S
litarão os debates. da f3Çâ° C°m ° qUe Se iat"
'
,
°
prudente £ ™'SCQ""e
OMd° M Úi1ii'» <>'1 P°™- =°ii
para a b "
delas poderá miis fnrii em regulada distribuição
menor Eúmero de retoaÿ
,
de Deus e Silva"
, * *
pressos os códigos.
102
ANEXO III
*
Apud Thomaz Alves, Anotações Teóricas e Práticas ao Código Crimi-
nal, primeira parte, t. 1, 2® ed . correta e aumentada, Garnier Rio de Janeiro,
,
1886.
103
leko-Torém ÿ "T?! "
de U™ P0y° àe CQi1Umes dóceis, qual o brasi-
J ° &1Uf* da Ji0
primária nín nnÿ& ° ÿ
Ssa população , em que a educação
pensável- tenr? °
a
ÿ r&'' deixa Ver hipóteses em que seria indis-
C°"S°ÿar"S& d
dêncii dn Ipí ÿUC
esta triste necessidade com a provi-
mento do Pr, ri
'
convier a substituição
,
que seguramente o recusará quando
.
retido ÿ nem ÍS n
"
'
f
0/ÿC0me"da C0m0
d° a h°™ef
0frf Perfe't& ° Pf°je1° 0ie"
gislacão Ttnai "n0
S; maS> comparando-o com a le-
r eCei a aÿrmiir a utilidade e mesmo necessidade
de ser a d of a rir ,
.
T , ,
XCC
f a °S °a aS °a *lUaíÿfaÇão
"
i , ,
°
,
P°der S0C{ai: ®iaS também o vício de
'"
centes .
Ao cnnÿ' 1i° °
n?"e"1eS> f de estender as penas aos ino-
da Constituir™ a t P™Je1° oferecido é baseado no art. 179, II,
'Ne"hUra
utilidade pública' ° lei será estabelecida sem
"
"
oferecer.
105
ilda e pública.
organizado
o código- til™, ® "i °
3,'ff0" Q método co'n que estava
ito mais em
?"P=''" à, »°», M mu ndas oferecidas
tão
breveTmoí Fta
' , .
emendas ado-
tadas pelaÿomtesÿÿ aS a11er3Ções e ra
n r"'1° me'h0r Se depreenderá pela leituue
do Código aDresenf,ÿ. r - Se> portanto, a comissão, a notar q s
"
-
delitos, ou me
o sistema quis mí-ih
Pr0P0rCÍ°"ar a natureza dos ificou graus, e só
deixou a nenn Hp m ? em
mo em que ouantiHnH 10i?0S 0S ÿeÿ10S class
"0 de'Í'o de homicídio com certas cir
cuns-
'
os «á
nesses delitos S0 ,a
? àe'X°uÿUeno grau
sempre homicídios a
máximo.
C ° de deS1r"ir d° C0dÍê° t0daS aS d!S?0"
sições rSaSyVex r pensamento, deixando inisterial, que
pre são d
es-
-as na lei
pecial, assim rnmr. f ÿ e"íiUa"f0 a responsabilidade m
f , fif'Í"r°
ela destacou ficandr
nenhuma das comissões?S i i ÿ M eS?eCÍaii r
r a®>
ocuparam do Código lem
e
re brou-se dis-
to, sem dúvida Dan m - Código, refíetindo
além disto que a L . ,"f° i'CaSSe r3"C0 Q
defeÍt0S' sobretudo quanto
aos sistemas das penaÿ doS fS1f"ieS
" 3*ren1e & opinião de conserva-
'
f
las,
.
melhorá-
'ijP°S'Ções, e trabalhou para °"",i,!rridi"
_
ce
e
ÿ °1Q1J f supressão de alguns delitos,
dp1& ®U°i °""'°i' ,="KÍ° i'rP"= =m
ÿ
i
i'i1» °
mudou a classificacão
que lhe pareceu Sor
âmara, mas
Cl
Criei nao sabô &° Y01° deSta Augusta C
eJ°" Sft'Sÿ&Zer> e que para isto fez quanto
.
106
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neste trabalho.
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DIREITO PENAL E
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agrário-patriarcal-escravistà. Para
bem apreender o significado socio-
lógico do Código Criminal de 1830 ,
o
,
oV , 0,ÒSdoutrinárias do Código de 1930, o
Vs>° çafeomentário sociológico ao referido
gÇjp
estatuto. Três anexos complementam
comple
a obrajÂo primeWo consistente em
Parecer da Comissão de Legislação
de Justiça Civil e Criminal, lido em
sessão de 11-8-1826; o segundo,
versando Parecer da Comissão en-
1 . e\& carregada de examinar os dois pro-
- OÍe1°S
<
d0 Código Criminal; o terceiro,
Parecer da Comissão Mista do Có-
edição
EDUSP