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A QUARTA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL: Oportunidades e Desafios para

o Brasil

Quando vemos o termo Revolução Industrial, logo deduzimos algo que acontece
no interior das fábricas. De certo modo, este modo de pensar não está totalmente
errado, todavia, as Revoluções Industriais (quatro até o momento) foram além dos
muros das fábricas impactando a sociedade ao longo dos tempos, alterando
tecnologias e determinando tendências.
Isto foi o que aconteceu com a Primeira Revolução Industrial durante o século
XVIII, onde a partir da máquina a vapor, processos que antes eram produzidos pelas
mãos dos artesãos, passaram a ser realizados dentro das fábricas, localizadas em
sua grande maioria no entorno das grandes cidades, o que acabou ocasionando
deslocamento de população para estes locais, e, na maioria dos casos, estes residiam
nas regiões periféricas das cidades.
A Segunda Revolução Industrial acontece entre os anos de 1870 e 1970, e foi
basicamente um update da primeira revolução, onde a eletricidade foi o carro chefe
das mudanças na sociedade, proporcionando maiores facilidades da vida cotidiana
através do uso de aparelhos utilizados na maioria das residências. Nas indústrias,
além das mudanças na parte “mecânica”, houve também mudanças na forma em que
os processos aconteciam dentro das fábricas, como por exemplo os modelos fordista
e o toyotismo.
As duas primeiras Revoluções Industriais tiveram como principal característica
as inovações da forma dos processos através da fonte de energia da produção. Já a
Terceira Revolução Industrial, caracteriza-se pelo trato à informação, pois com o
avanço da informática e da comunicação, processos mecânicos ora realizados pelas
mãos humanas, foram substituídos pela automação, bastando ao ser humano o
controle das máquinas, portanto, o físico começa a dar lugar ao mental. Também a
informação, antes armazenadas em meios físicos começa a ser substituídos pelo
digital, o que encaminha o mundo para a Quarta Revolução Industrial.
Chegamos a contemporaneidade, e o mundo visto pelos nossos avós deu lugar
à Industria 4.0, onde a Internet é o carro chefe desta revolução, pois a conectividade
e a facilidade na obtenção das informações fizeram com que as empresas
revolucionárias deste tempo movimentam bilhões de dólares através de formas de
negócios anteriormente impensáveis, como por exemplo Netflix, Uber e os bancos
digitais que dispensaram as agências físicas e o dinheiro é movimentado de forma
virtual, através de transferências bancárias, pix e cartões de crédito.
No Brasil, a Quarta Revolução chegou, mais por conta da globalização do que
uma virtude nossa, pois falta muito para que possamos desfrutar as benécias desta
modernidade, pois trata-se de um país que envelheceu sem desenvolver o suficiente,
causa disparidades ao acesso à certas tecnologias e isto trás uma mão-de-obra
despreparada para as mudanças, pois como por exemplo temos a Internet tida como
uma das mais caras do mundo e com uma qualidade muito aquem dos países
desenvolvidos. Além disto, deve-se levar em consideração um certo engessamento
que o Estado proporciona quando o assunto é inovação e o uso de políticas públicas
para este fim, um exemplo disto é o custo final do carro elétrico, uma realidade para
muitos no continente Europeu, mas um sonho de consumo para pouquíssimas
pessoas aqui no Brasil, principalmente levando-se em consideração que em muitos
locais não estão preparados para o carregamento o que dificulta em muito o
planejamento de uma viagem mais longa com um automóvel movido a este tipo de
energia.
Portanto, o Brasil corre um grande e sério risco de que quando estivermos na
plenitude da Quarta Revolução Industrial, a quinta já esteja a pleno funcionamento
nas localidades mais desenvolvidas.

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