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A ESCRAVIDÃO EM MAGÉ
anos por diversos autores, como João J. Reis82 . Seja como for,
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representatividade dos fatos estudados. Até porque a própria
Ciro Cardoso83 :
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"(...) a multiplicação de estudos regionais
se acredita.
84 Como exemplos dessa postura, temos: Castro, Hebe, Ao sul da história. São
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período. As diferenças encontradas para cada momento
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decisiva, para o delineamento das características das áreas
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Iraci da Costa 86, comprovam que as possibilidades de casamentos
do século XIX" in Estudos econômicos, vol. 13. São Paulo, Fipe, 1983.
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faixas de Magé Curitiba sul de Minas Reconcâvo
TOTAL 457 100 35 100 100 100 100 100 100 100
Esc: escravo
Prop.: Proprietário
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A análise da tabela 1 permite-nos um estudo
87 Por exemplo: Luna, F. Vidal, e Costa, Iraci, op.cit. ; Libby, Douglas C.,
engenhos e escravos na sociedade colonial. São Paulo, Cia. das Letras, 1988.
120
Na nossa tabela temos como exemplo claro do que
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os plantéis com mais de 30 (não discriminados na tabela),
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todos os escravos e 3/4 dos proprietários. Já na área
uma importante exceção, uma vez que conta com uma estrutura de
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vez que estes produtos tinham um baixo grau de
concreta.
que em geral não ocorria com estes últimos. Além disso, com
que não é uma regra de ouro: vemos que haviam grandes plantéis
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Livramento. Para darmos conta desses dados, teremos que nos
consideradas.
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Brasil. Alcir Lenharo91 mostrou-nos que esta região na década
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proprietários. Para explicar-se essa estrutura, contudo, deve-
do século XIX.
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TABELA 2: ESTRUTURA DE POSSE DE ESCRAVOS EM MAGÉ AO LONGO DO
PERÍODO(1850-1886).
N % N % N % N % N % N % N % N %
s/esc 4 10 -- - 7 14 -- -- 7 21 -- -- 17 30 -- --
1/4 14 36 34 7 23 47 50 12 14 41 27 14 25 44 55 22
5/10 8 21 55 12 9 18 73 17 4 12 30 16 7 12 47 18
+ 20 6 15 263 58 3 6 199 46 1 3 23 12 3 5 85 33
TOTAL 39 100 457 100 49 100 432 100 34 100 190 100 57 100 255 100
ofícios de Magé.
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escravos possuídos como no de proprietários. Todas as demais
período.
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normalmente encontrado, sobretudo nas áreas agroexportadoras,
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mesmos, tão difundida até o fim do tráfico atlântico, tendeu a
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proveitosas. Passou-se de forma acelerada de uma época em que
comunidade 94 :
(1835-1872)" in: Estudos econômicos vol. 17. São Paulo, Fipe, 1987., e Lugão,
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"Comunidade e plantation não são elementos
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construir, dentro das limitações existentes, uma esfera
própria de atuação.
2%, o que nos pareceu muito pouco verosímil. Esses dados são
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Magé. Tendo em vista tais dificuldades, preferimos trabalhar,
de 1850 e 1856.
N % N % N %
1872.
freguesia de Aparecida.
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A tabela 3 foi montada com a função de introduzir-
preciosas.
café, este número aumentou neste período. O que fez com que
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se substancialmente no período. Em Capivary, por exemplo 95 , o
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reiteração ao longo do tempo), à qual nos referimos acima,
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TABELA 4: RAZÃO DE MASCULINIDADE DOS ESCRAVOS EM MAGÉ,
município Ano
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dá ao fenômeno estudado o caráter de uma tendência de longo
prazo.
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simultânea na taxa de fecundidade das mulheres, mensurada
de mil mulheres.
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O caso de Magé, no entanto, difere destes. E isto
município.
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neste período. Trabalharemos apenas com os dados relativos a
município98 .
depende dos números totais das transações realizadas com outros municípios, e
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porque a venda dos homens "excedentes" (aqueles que não teriam
fértil.
masculino.
Piedade, por sua vez, apresentava uma taxa bem mais modesta:
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baseado na reprodução natural dos escravos poderia ter como
99 Mattoso, Kátia, Ser escravo no Brasil. São Paulo, Brasiliense, 1988.; Reis,
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devem contudo ser exageradas. José Roberto100 mostra-nos, de
da comunidade cativa.
100 Góes, José Roberto, "O cativeiro imperfeito ( um estudo sobre a escravidão
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africanos 50,24 10,92
Nordeste 1,07
Outras 2,08
1870 101.
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As razões para tal discrepância parecem estar no
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No caso de Magé, no entanto, essas diferenças quase
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apenas ganha maior densidade quando nos debruçamos sobre a
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A análise dos dados disponíveis nos inventários
102 Slenes, Robert, "O que Rui Barbosa não queimou: novas fontes para o estudo
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razões de masculinidade, exceto para as crianças. A razão de
lucratividade.
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levaria a um aumento dessa razão, e não a uma diminuição
para além desse limite. Outro ponto que devemos ter em conta é
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produtiva mais importante (aquela entre 14 e 40 anos)
plantel masculino.
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para a sua existência: a família escrava. Para nosso
tabela 7.
Tipos de Escravos
parentesco N %
casados 25 2,09
claro
Fonte: Inventários
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A tabela acima exige algumas explicações a respeito
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Paraíba do Sul105 , por exemplo, o número de escravos reunidos
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senhor. Vilma Ferreira 106 nos mostra claramente que uma das
da instituição familiar.
ser separados de suas mães após uma certa idade, como comprova
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É claro que esse rápido resumo do que seria a família
surpreendentes.
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no período estudado, a razão de masculinidade mostrou-se tão
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idade de 12-14 anos, quando então integravam-se as atividades
produtivas.
se fosse o caso).
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físico, tais cativos não eram, de maneira alguma, inúteis,
para manter-se.
Conclusão:
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respeito deste período de transição precisa, para se
em cada região.
se, então, a única opção dessas regiões. Para Magé, tal fato
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dos escravos, quanto do resultado de estratégias senhoriais
que, no Brasil, essa era muito mais uma exceção do que uma
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provavelmente, à manutenção de um vínculo entre mãe e filho
obra no pós-abolição.
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características bastante originais se comparadas a outras
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