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DIREITO ADMINISTRATIVO

Prof: Matheus Carvalho


LICITAÇÕES DAS EMPRESAS ESTATAIS
Inicialmente, é importante ressaltar o art. 37, XXI da Constituição Federal, o qual define que
“ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações
serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições
a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas
as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de
qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.”

Quanto às Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista exploradoras de atividade


econômica, o art. 173, §1º, inciso III, da CF dispõe ser possível legislação específica para reger a
licitação dessas empresas.
De fato, o referido dispositivo define que essas entidades podem submeter-se a um
regime próprio de licitação, com regras simplificadas e com uma dinâmica compatível com
a atividade que exercem no mercado econômico. Entretanto, essa regulamentação deve
ser realizada por meio de lei específica.

O regime específico foi criado com a edição da Lei 13.303/16, que trata do Estatuto das
empresas estatais.
Importa saber que o texto constitucional e a lei mencionada não distingue as empresas
estatais em razão de suas finalidades, ou seja, se são prestadoras de serviço público ou
exploradoras de atividade econômica, sendo-lhes obrigatória a realização de
procedimento licitatório para a celebração de seus contratos.

Por óbvio, em determinadas situações, não há obrigatoriedade de realização do


procedimento licitatório, em virtude da ocorrência de hipóteses de dispensa e
inexigibilidade de licitação.
A inexigibilidade ocorre sempre que for inviável a competição, nos moldes definidos pelo art.
30 da Lei 13.303/16 e a ausência de interesse público configura inviabilidade de competição.

Nesse sentido, o Tribunal de Contas da União firmou entendimento de que, quando a empresa
estatal exploradora de atividade econômica licita para contratações referentes à sua atividade
fim, está sendo impedida de concorrer com igualdade no mercado. Isso porque a rapidez do
mercado não se coaduna com a burocracia da licitação e a realização de procedimento
licitatório, nestes casos, iria de encontro ao interesse público.

Atenção! O TCU entende que não precisam realizar procedimento licitatório, em virtude da
ocorrência de inexigibilidade.

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