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1 PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS – PRAD

1.1.1 JUSTIFICATIVA
O Programa de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) define os procedimentos e ações a
serem aplicados em todas as áreas de intervenção das obras de duplicação da BR-381/MG. Tais
atividades visam à redução dos impactos ambientais inerentes à obra, através da supervisão das
medidas preventivas e corretivas que busquem a mitigação e a compensação destes impactos.
Este programa justifica-se pela necessidade de estabelecer os procedimentos e práticas a serem
aplicados em todas as áreas que vierem a sofrer algum tipo de intervenção durante a execução das
obras, inclusive a etapa final de desmobilização das estruturas de apoio, bem como os critérios a serem
seguidos para evitar impactos desnecessários ao meio ambiente e facilitar os trabalhos de recuperação
das áreas impactadas. Serão englobadas pelas ações descritas neste programa as áreas de jazidas,
caixas de empréstimo, areais, pedreiras, além das áreas ocupadas por canteiros de obras, alojamentos e
os caminhos de serviços (acessos temporários).

1.1.2 OBJETIVO GERAL


Este programa tem como objetivo principal assegurar que a utilização das áreas de apoio às
obras e de fontes de materiais seja efetuada com o mínimo de degradação possível, realizando sua
recuperação após a desmobilização, visando o restabelecimento das características paisagísticas locais,
em consonância com seu uso futuro.

Objetivos Específicos
Recomposição de todas as áreas de uso de obras, sendo elas: os canteiros de obra, caminhos de
serviço, jazidas e caixas de empréstimo, usinas de asfalto, cortes, aterros e bota-foras.

1.1.3 METODOLOGIA
O Programa de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) faz parte da listagem de
programas definidos no Edital do RDC Eletrônico n. 676/2013-00 para contratação da Gestão
Ambiental. Porém, no Plano de Controle Ambiental – PCA, as atividades relacionadas à recuperação
de áreas degradadas foram descritas no âmbito do Programa Ambiental da Construção (PAC), onde se
destaca que este programa propõe:
“Implementar ações preventivas à degradação ambiental, concomitantemente à implantação do
empreendimento e recompor todas as áreas impactadas pelo conjunto de intervenções ao meio ambiente, de
maneira que sejam reestabelecidas nos seus aspectos cênicos e que sejam mantidas as relações normais ou
aceitáveis de solo/água/flora/fauna”.

Visando atender ao Edital, bem como estabelecer uma metodologia de execução do Programa
de Recuperação de Áreas Degradadas, elaborou-se um Plano de Trabalho, o qual contempla as
diretrizes definidas no PCA.
Tendo em vista que o PRAD é direcionado às ações desenvolvidas pela construtora para a
recuperação dos impactos decorrentes da duplicação da rodovia, sendo tais ações supervisionadas pela
Gestora Ambiental, verificou-se que as atividades relacionadas à recuperação de áreas degradadas
foram contempladas e detalhadas no âmbito do Programa Ambiental para Construção – PAC, onde
foram levantadas a partir da análise dos projetos de engenharia, as fases/atividades previstas na obra
de duplicação da BR-381/MG e a partir destas, foram estabelecidas ações a serem executadas em cada
etapa identificada. Sendo assim, o objetivo principal deste novo plano de trabalho foi separar o PRAD
do PAC, criando uma metodologia específica para este programa.

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Os projetos de engenharia do empreendimento incluem a recomposição de todas as áreas de
uso de obras sendo elas: os canteiros de obra, caminhos de serviço, jazidas e caixas de empréstimo,
usinas de asfalto, cortes, aterros e bota-fora. Assim, todas essas áreas, de modo geral, após serem
utilizadas, deverão apresentar uma configuração geométrica compatível com a topografia dos terrenos
adjacentes, mediante a atenuação dos taludes, a reordenação das linhas de drenagem e a recomposição
da cobertura vegetal, de modo a permitir o tratamento harmônico da mesma com a paisagem
circundante. As drenagens temporárias executadas para a implantação dos serviços e estradas de
acesso, como regra geral, devem ser removidas durante as atividades de reabilitação ambiental. O
material removido deverá ser acumulado em área de bota-fora devidamente tratada.
Para a otimização dos recursos naturais disponíveis e redução da quantidade e da
complexidade das áreas a serem recuperadas no final da obra, sua recuperação deve iniciar, sempre
que possível, concomitante com a obra, evitando com isso a exposição de áreas à formação de
processos erosivos e assoreamento de drenagens.
Para as áreas onde a recuperação será iniciada na fase final da obra, como canteiro de obras e
caminhos de serviço, deve-se evitar a exposição das superfícies dos taludes no período das chuvas,
estando estes, preferencialmente, revegetado para proteção contra processos erosivos.
A seguir são apresentadas as atividades de recuperação de áreas degradadas, para cada etapa
da obra, as quais deverão ser implantadas pela construtora responsável:

Serviços Preliminares
Desmatamento, Destocamento e Limpeza da Faixa de Domínio
 O solo superficial removido deverá ser estocado, visando recomposição das áreas
desmatadas na faixa de domínio, jazidas e canteiros de obra;
Caminhos de Serviço
 As drenagens temporárias executadas para a implantação de caminhos de serviço e estradas
de acesso, como regra geral, devem ser removidas durante as atividades de reabilitação
ambiental. O material removido deverá ser acumulado em área de bota-fora devidamente
tratada;
 Recompor o terreno e a cobertura vegetal após a utilização dos caminhos de serviço, para
evitar processos erosivos. Utilizar solo orgânico retirado do local e estocado para esse fim;
Canteiro de Obras, Usinas de Asfalto, Concreto e Solo
 Promover a correta desmobilização, incluindo a remoção das estruturas dos canteiros, usina
e dos depósitos, a limpeza e recuperação da área.

Serviços de Terraplenagem
 Harmonizar os taludes de corte com a topografia local e modelar as cristas com o objetivo
de evitar terminações angulares;
 Executar o revestimento vegetal dos taludes, imediatamente, após a execução do corte.
Execução de Bota-fora
 Deverá ser feito revestimento vegetal dos bota-fora, inclusive os de 3ª categoria, depois de
adicionadas camadas de material de 1ª categoria para fixação da vegetação, e conformação
final, a fim de incorporá-los à paisagem local;

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 Essas áreas deverão ser reconformada de modo a permitir usos alternativos posteriores, a
partir da reabilitação ambiental das mesmas.
Serviços de Drenagem e Obras de Arte Correntes
 A drenagem superficial deverá ser implantada em paralelo com as etapas de terraplanagem e
pavimentação, evitando-se, dessa forma, longos segmentos desprovidos de tais dispositivos,
o que poderá ocasionar, em função do tipo de solo local, a instalação de processos erosivos;
Serviços de Drenagem e Obras de Arte Especiais
 Efetuar a estabilização dos taludes dos aterros de encabeçamento das obras.
Serviços de Pavimentação

Empréstimos ou Caixas de Empréstimo


 Executar o desmatamento dentro dos limites da área que será escavada e o material orgânico
retirado deverá ser estocado de forma que, após a exploração do empréstimo, este solo
estocado possa ser espalhado na área escavada visando reintegrá-la à paisagem;
 Reconformar as áreas de empréstimos, após a escavação, com abrandamento de taludes, de
modo a suavizar seus contornos e reincorporá-las ao relevo natural. Esta operação deve ser
realizada antes do espalhamento do solo orgânico e recomposição vegetal;
 Drenar completamente as áreas de empréstimos, de forma a conduzir a água em baixa
velocidade a um curso natural de vazão. Para isto, as seções transversais destas áreas
deverão ter fundo convenientemente largo e plano e as seções longitudinais uma declividade
de 1%, controlada topograficamente;
 As explorações deverão ser projetadas prevendo sistemas de drenagem evitando-se o
desencadeamento de processos erosivos. Deve-se evitar exploração de jazidas situadas nas
proximidades de núcleos urbanos;
 Quando as jazidas não forem totalmente utilizadas e forem destinadas à manutenção das
rodovias, a recomposição deverá ser feita de modo a permitir sua utilização futura, sendo
necessária somente a conformação do terreno, reintegrando- a à paisagem;
 Ao se explorar as jazidas, deve-se colocar os expurgos ou terras vegetais em locais que
facilitem o seu futuro espalhamento sobre a parte explorada. Após o espalhamento do solo
vegetal, deve-se plantar vegetação nativa da região. Nessas áreas, à medida que os materiais
forem sendo retirados para utilização na rodovia, o terreno deverá ser conformado com
suavidade para que, ao final da utilização, se possa proceder ao tratamento vegetal
adequado;
 Reconformar e harmonizar a superfície explorada com a topografia local e utilizar os solos
orgânicos, resultantes da limpeza das jazidas, para manter a superfície escavada em
condições de receber cobertura vegetal.

Areais
As margens dos cursos d’água devem ser desmatadas o mínimo necessário para passagem de
equipamentos, e posteriormente recomposto e revegetadas.

Utilização de Fontes de Água


Recompor a cobertura vegetal dos acessos à fonte de água após concluídas as obras.

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Para a execução das atividades de recuperação, propostas para cada etapa da obra, são
apresentados a seguir os procedimentos gerais a serem adotados na recuperação dessas áreas,
conforme o projeto de engenharia:

Abertura de Áreas
Nas áreas com trânsito intenso de máquinas durante a obra como empréstimos, canteiro de
obras e demais locais onde ocorrerá decapeamento e/ou escavação, deverão ser seguidos os seguintes
procedimentos visando facilitar os trabalhos de recuperação ambiental posteriores:
 A supressão da vegetação existente deverá ser realizada de acordo com o indicado no PUP -
Plano de Utilização Pretendida do empreendimento;
 A vegetação herbácea deverá ser retirada e armazenada juntamente com a camada
superficial do solo, para uso posterior nas áreas de recuperação;
 Na escolha das áreas para depósito provisório (bota-espera), deve-se dar preferência a locais
planos, sem cobertura vegetal de porte arbóreo e áreas sem restrições legais (APP). No caso
dessas áreas situarem-se em cotas inferiores em relação ao seu entorno, deverão ser
instalados canais de drenagem visando desviar o fluxo das águas pluviais destes locais. No
caso de os materiais ficarem estocados em bota-espera por mais de dois meses, indica-se a
revegetação dos mesmos com espécies herbáceas para a proteção contra lixiviação e erosão;
 Para as áreas de empréstimos que apresentarem vegetação arbórea na sua área de extração e
no entorno, será necessário seu isolamento para evitar danos na vegetação não incluída para
supressão;
 Devem-se executar as escavações adotando técnicas apropriadas para evitar o espalhamento
e deslizamento de materiais para fora dos locais delimitados de trabalho. Devem-se evitar
escavações em grandes profundidades, que encarecem e dificultam as atividades de
recuperação das áreas degradadas e a reabilitação paisagística da área.

Preparo das Áreas


Consiste nas atividades a serem desenvolvidas quando da desmobilização de áreas de canteiros
de obras, jazidas, caixas de empréstimo e bota-fora, além de áreas de instalações industriais, caminhos
de serviço etc.
O preparo definitivo dessas áreas deverá ser realizado através das seguintes atividades, de
acordo com suas especificidades:
 Remoção de todos os prédios, pisos e bases de concreto;
 Limpeza geral da área, triagem dos resíduos coletados e encaminhamento destes para locais
apropriados de descarte e reciclagem;
 Vedação satisfatória ou enchimento de fossas e sumidouros;
 Remoção de cercas;
 Descompactação mecânica do solo nos acessos e nas áreas de locação das edificações
temporários;
 Preparo do substrato através da correção físico-química;
 Erradicação de áreas propícias ao acúmulo de águas pluviais;
 Remoção de quaisquer barramentos ou obstáculos decorrentes das obras;

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 Desobstrução da rede de drenagem natural;
 Implantação de um sistema de drenagem superficial;
 Remoção de bueiros provisórios.

Reconfiguração Topográfica das Áreas Utilizadas


O recondicionamento topográfico é essencial para o sucesso do trabalho de recuperação,
preparando o relevo para receber o solo vegetal, quando existente, seguido pela implantação da
cobertura vegetal. Deste modo, a topografia final das áreas deve apresentar uma forma estável e
adequada para o uso futuro do solo. O relevo final do terreno deve atender aos seguintes requisitos:
 Propiciar estabilidade ao solo, aos taludes e aos patamares, inclusive em áreas adjacentes;
 Auxiliar no controle dos processos erosivos;
 Comportar o uso futuro pretendido para as áreas.
Nas áreas planas, deverá ser evitada a formação de lâminas d'água de modo a não
comprometer o desenvolvimento da cobertura vegetal a ser implantada. Neste sentido, a topografia
final destes locais deverá apresentar um declive mínimo de 2%, em direção do sistema de drenagem e
caixa de sedimentação, quando for o caso.

Preparo do Solo
Após a etapa de recondicionamento topográfico e, quando necessária, instalação de estruturas
de drenagem, será realizado o preparo do solo para as atividades de implantação da cobertura vegetal
das áreas impactadas. Esta etapa deve ser realizada tão logo ocorra a liberação das áreas, evitando solo
exposto por longos períodos, a fim de minimizar os riscos de formação de processos erosivos e demais
impactos associados.
O preparo do solo consiste em um conjunto de medidas para promover a sua reestruturação e
proteção, sendo estas mais complexas quanto maior for o nível de degradação das áreas. Para a
realização do preparo do solo que comportará as atividades de revegetação, se faz necessária a
execução das seguintes ações:
Descompactação do Solo
Nos canteiros de obra e acessos provisórios que se apresentarem revestidos com cascalhos
(rochas ou britas), após a desmobilização, deverá ser realizada a remoção destes materiais por meio de
raspagem superficial. Posteriormente, o solo deste local será descompactado com auxílio de
escarificador, que deve atingir uma profundidade mínima de trinta centímetros, para então ser
distribuída uma camada de solo orgânico, propiciando o adequado desenvolvimento da futura
cobertura vegetal.
Nas áreas de apoio, estacionamento e áreas de manobras das máquinas que encontrarem-se
revestidas com solo vegetal, pressupõe-se que este estará compactado, devido ao elevado trânsito de
maquinários. Também nessas áreas, os solos deverão ser descompactados com auxílio de
escarificador, que deve atingir uma profundidade mínima de trinta centímetros.

Reestruturação e Distribuição do Solo Vegetal


A etapa de distribuição do solo vegetal ocorre após a preparação do terreno. Este
procedimento marca o início do processo de reestruturação do solo, o qual é composto por práticas de
correção da fertilidade do solo e implantação da vegetação herbácea, objetivando promover a
recomposição das propriedades químicas, físicas e biológicas do mesmo. Salienta-se que a

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reestruturação do solo é um processo de longo prazo, que visa buscar o equilíbrio ecológico e o
retorno das propriedades do solo próximas aos originais.
O solo vegetal será distribuído homogeneamente nas áreas em que este foi removido pelo
processo de decapagem. A espessura desta camada será proporcional à retirada pelo decapeamento das
áreas, ou seja, cerca de 20 centímetros.
Dentre as áreas a serem recuperadas, deve-se ter maior cuidado na colocação do solo orgânico
nas áreas de taludes, uma vez que nestas áreas é mais difícil de ocorrer à fixação da vegetação, quando
o solo não está devidamente reestruturado.

Tratamentos
De acordo com o tipo de impacto acarretado em cada área ocupada pelo empreendimento são
propostos diferentes tratamentos para a recuperação ambiental.
Tratamento 1 - Enleivamento
O tratamento 1 consiste na implantação de leivas de grama e será aplicado nas interseções,
onde incidirão atividades de restauração e melhorias. Previamente ao assentamento das leivas de
grama devem ser seguidas as seguintes etapas:
 Correção das imperfeições do terreno com auxílio de enxada;
 Aplicação de calcário (500 kg/ha) e adubo mineral NPK formulação 5-20-20 (200 kg/ha),
em superfície;
 Assentamento das leivas.
No caso de as leivas serem implantadas nos meses secos, estas deverão receber regas com
intervalo de 2 dias durante o primeiro mês.
Tratamento 2 - Hidrossemeadura
O tratamento 2 consiste na implantação de cobertura vegetal através do método de
hidrossemeadura. Para sua aplicação fazem-se necessários os seguintes procedimentos:
 Configuração topográfica dos taludes de corte e aterro;
 Implantação de sistemas de drenagem com caixas de sedimentação junto às áreas de
descarga, quando for o caso;
 Sulcamento da superfície a ser aplicada a hidrossemeadura;
 Aplicação de calcário em superfície (500 kg/ha);
 Aplicação de adubo mineral NPK formulação 5-20-20 (200 kg/ha), juntamente na calda de
aplicação.
As espécies recomendadas para a hidrossemeadura estão apresentadas no Quadro 1.

Quadro 1 – Espécies herbáceas indicadas para hidrossemeadura.


ÉPOCA
QUANTIDADE OBSERVAÇÃ
NOME CIENTÍFICO NOME COMUM PREFERENCIAL DE
(KG/HA) O
SEMEADURA
Espécies estivais
Brachiaria humidicola Braquiária-humidícola 12 Outubro a dezembro Espécie perene
Paspalum atratum Capim-pojuca 15 Outubro a dezembro Espécie perene

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ÉPOCA
QUANTIDADE OBSERVAÇÃ
NOME CIENTÍFICO NOME COMUM PREFERENCIAL DE
(KG/HA) O
SEMEADURA
Neonotonia wightii Soja-perene 3 Outubro a dezembro Espécie perene

Tratamento 3 - vegetação herbácea


O tratamento 3 consiste na implantação de vegetação herbácea pelo método da semeadura
manual em linhas distantes 10 cm entre si. Este procedimento é recomendado para áreas planas ou de
baixa declividade onde não há impedimentos ao preparo e semeadura manual. Este método está sendo
apresentado como uma alternativa para recuperação de pequenas áreas.
Para a realização da semeadura manual devem ser seguidos os seguintes procedimentos:
 Configuração topográfica utilizando solo de subsuperfície;
 Implantação de sistemas de drenagem com caixas de sedimentação junto às áreas de
descarga, quando for o caso;
 Aplicação de uma camada de solo superficial (de no mínimo 10 cm), separado e
armazenado na fase de decapagem;
 Correção das imperfeições do terreno com auxílio de enxada;
 Aplicação de calcário (500 kg/ha) e adubo mineral NPK formulação 5-20-20 (200 kg/ha),
em superfície;
 Semeadura das espécies apresentadas de acordo com a época do ano a ser realizado o
plantio.
As espécies recomendadas para esse tratamento são as mesmas apresentadas no Quadro 1.

Irrigação
Consiste na irrigação das áreas plantadas, através de carro-pipa ou outro meio adequado, na
época de seca, durante o primeiro ano do plantio.

Manutenção dos Plantios - Tratos Culturais


Abrange, basicamente, a capina (coroamento) das áreas plantadas, o combate sistemático às
pragas e doenças (formiga, fungos e outros), a adubação em cobertura ao final do primeiro ano do
plantio e o replantio de falhas observadas durante o desenvolvimento da vegetação introduzida.
Além dessas atividades, as áreas plantadas deverão ser monitoradas com o objetivo de
prevenir possíveis ocorrências de espécies invasoras, capazes de competir com a vegetação
introduzida.
Os tratos culturais dispensados às mudas constam do coroamento e do controle sistemático à
formiga cortadeira. Nos períodos de estiagens prolongadas, as mudas devem ser regadas com
frequência diária. O replantio adota a substituição da muda eventualmente perdida por outra, de
preferência contendo raiz embalada.

Monitoramento das Áreas de Recuperação Ambiental


Todas as atividades de recuperação de áreas degradadas serão supervisionadas pela Gestora
Ambiental, através de vistorias para averiguação da efetividade e correta aplicação das medidas de
recuperação, que incluem a recomposição de todas as áreas de uso de obras, não comerciais, sendo
elas os canteiros de obra, caminhos de serviço, jazidas e caixas de empréstimo, usinas de asfalto,

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cortes, aterros e bota-fora, a supervisão ocorrerá até que se constate a estabilização dos locais
impactados.
O monitoramento consiste basicamente, na avaliação visual da eficácia das ações executadas,
a partir da observação do desenvolvimento da cobertura vegetal, adequado sistema de drenagem
pluvial, estabilidade do terreno sem formação de processos erosivos, indícios do surgimento
espontâneo da vegetação nativa oriunda do banco de sementes.
Deverá ocorrer monitoramento considerando as seguintes premissas:
 Atendimento aos aspectos de natureza ambiental e institucional, no que tange a tarefa de
recuperação das áreas degradadas;
 Acompanhamento dos procedimentos relacionados com a conclusão dos serviços de
recuperação;
 Elaboração de relatórios.
Os monitoramentos de áreas degradadas seguirão ao disposto na Instrução de Serviço IS-03 –
Programa de Recuperação de Áreas Degradadas, constante no Anexo B.4 da IPR – 729 de Diretrizes
Básicas para Elaboração de Estudos e Programas Ambientais Rodoviários do DNIT (DNIT, 2006) e
Instrução de Proteção Ambiental para Recuperação de Áreas Degradadas – IPA 07, constante na IPR –
713 de Instrução de Proteção Ambiental das Faixas de Domínio e Lindeiras das Rodovias Federais
(DNIT, 2005).
A partir das vistorias, caso sejam identificadas não conformidades no que diz respeito, à
observância dos condicionantes instituídos, e que interferem com os procedimentos relacionados com
a programação das obras e processos construtivos, estas serão registradas e a equipe de supervisão
ambiental responsável irá propor medidas corretivas a serem adotadas num prazo estabelecido pela
mesma. Posteriormente, a Construtora será comunicada e serão efetuadas vistorias para
acompanhamento e verificação da adoção das medidas sugeridas.
Lavrar Termo de Encerramento e Devolução da Área
No final das atividades de recuperação ambiental das áreas impactadas pertencentes a
terceiros, a empreiteira deverá formalizar através da lavratura de “Termo de Encerramento e
Devolução da Área”, no qual o proprietário manifestará o aceite dos métodos utilizados na
recuperação do sítio degradado.
Este documento será encaminhado à Gestora Ambiental, que enviará o mesmo ao DNIT e ao
órgão ambiental licenciador (SUPRAM LM).
Atende-se assim, a condicionante 10, da LI 001/2020 - Renovação - Comprovar negociação
(contrato/termo de acordo) com o superficiário dos locais propostos para os canteiros de obras e áreas
de empréstimo/jazidas, bem como a regularização ambiental/mineral destas últimas.

1.1.4 ATIVIDADES REALIZADAS

Lote 3.1 – Consórcio Brasil/Mota/Engesur


No período em vigor a equipe de Supervisão Ambiental realizou o monitoramento de todas as
áreas cadastradas no SGA que sofreram algum tipo de intervenção do Consórcio Construtor no
decorrer das atividades construtivas no Lote 3.1.
O monitoramento global é realizado semestralmente e tem como objetivo avaliar todas as
medidas de recuperação ambiental adotadas pela empresa construtora afim de assegurar resultados
satisfatórios no processo de recuperação das áreas.

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Cabe destacar que o monitoramento global não é realizado nas áreas nº 02, 09, 10, 11, 17, 18,
19, 22, 42, 49 e 68, visto que o “Termo de Encerramento” já foi formalizado e apresentado pela
empresa construtora. Este item é obrigatório para finalização do processo de acompanhamento da
Gestora Ambiental nas áreas, bem como, resguardar esta autarquia quanto a futuras e possíveis ações
judiciais movidas pelos superficiários.
Assim, das 76 (setenta e seis) áreas monitoradas no período, 43 (quarenta e três) encontram-se
“Recuperadas”, 28 (vinte e oito) encontram-se “Não recuperadas” e cinco estão “Em recuperação”
(Figura 1 a Figura 9).
Em comparativo com a última campanha global executada em setembro de 2022 – RA92,
observou-se o acréscimo de três áreas definidas como “Recuperada”. Desta forma, considerando que
as obras de duplicação da BR-381/MG no Lote 3.1 encontram-se em estágio avançado e que apenas
57% das áreas foram recuperadas até o momento, a Supervisão Ambiental ainda considera o
quantitativo como baixo o que valida a situação ambiental “Não conforme” do ROC 065/LT-3.1
(Figura 10 a Figura 11).

Figura 1 – PRAD n. 25 – Área não recuperada. LD. Lote 3.1. Estaca 1296. Km 314. E714883/N7825667. 23k. 14/03/23.

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Figura 2 – PRAD n. 63 – Área em recuperação. LD. Lote 3.1. Estaca 990. Km 308. E719767/N7826538. 23k. 14/03/23.

Figura 3 – PRAD n. 40 – Caminho de serviço não recuperado. LE. Lote 3.1. Estaca 1124. Km 310. E717913/N7826582.
23k. 14/03/23.

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Figura 4- PRAD n. 53 – ADME não recuperado. LE. Lote 3.1. Estaca 878. Km 305. E720887/N7827733. 23k. 14/03/23.

Figura 5- PRAD n. 04 – ADME em recuperação. LE. Lote 3.1. Estaca 100. Km 290. E732463/N7829231. 23k. 15/03/23.

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Figura 6- PRAD n. 05 – ADME recuperada. LD. Lote 3.1. Estaca 114. Km 290. E732184/N7829206. 23k. 15/03/23.

Figura 7 - PRAD n. 23 – Área não recuperada. LD. Lote 3.1. Estaca 330. Km 295. E729462/N7826950. 23k. 15/03/23.

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Figura 8- PRAD n. 12 – Área não recuperada. LE. Lote 3.1. Estaca 660. Km 301. E724561/N7828686. 23k. 15/03/23.

Figura 9- PRAD n. 35 – Área recuperada apresentando revestimento vegetal em bom estado. LE. Lote 3.1. Estaca 705.
Km 302. E728920/N7826711. 23k. 15/03/23.

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Figura 10 - Situação ambiental das áreas do PRAD acompanhadas no período, Lote 3.1.

Figura 11 – Comparativo da situação ambiental das áreas cadastradas no Lote 3.1, no âmbito do PRAD.

Além disso, das 33 (trinta e três) áreas que ainda não foram recuperadas, 18 (dezoito) estão
localizadas entre as estacas 130 a 260, 300 a 450 e 530 a 1040 BPE, que tratam de segmentos que
foram liberados para o trafego de usuários, e conta com as atividades construtivas encerradas. O
Quadro 2 apresenta a relação dessas áreas.

Quadro 2 - Áreas não recuperadas no segmento duplicado liberado para o tráfego no Lote 3.1 –
BR-381/MG.
CADASTRO NO
ÁREA DO SITUAÇÃO
ESTACA TIPO DE ÁREA COMPONENTE
PRAD AMBIENTAL
AMBIENTAL

12 654 ADME Não recuperada BF12


23 330 ADME Não recuperada Não mencionada
27 1016 PE BE Não recuperada Não mencionada
28 892 PN Caminho de serviço Em recuperação Caminho de serviço 02
30 948 PE Área de empréstimo Não recuperada Não mencionada
40 1125 PE Caminho de serviço Não recuperada Caminho de serviço 04

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CADASTRO NO
ÁREA DO SITUAÇÃO
ESTACA TIPO DE ÁREA COMPONENTE
PRAD AMBIENTAL
AMBIENTAL

46 600 Canteiro de obras Não recuperada Não mencionada


51 765 Platô de ponte Não recuperada APP Severo II
52 697 Talude de corte Não recuperada FD
53 872 PE ADME Não recuperada FD
54 894 PE ADME Não recuperada FD
57 855 PE BE Não recuperada FD
63 988 ADME Em recuperação Não mencionada
72 425 ADME Não recuperada Não mencionada
74 346 Caminho de serviço Em recuperação Caminho de serviço 01
75 440 Talude de corte Não recuperada FD
76 360 Jazida Não recuperada Não mencionada
77 134 ADME Não recuperada Não mencionada

A seguir, o Quadro 3 apresenta a síntese das áreas de apoio em uso pela construtora
identificadas em campo, em atendimento ao solicitado no parecer n. 19/2019.

Quadro 3 - Síntese das áreas de apoio em uso identificadas em campo, Lote 3.1 – BR-381/MG.
ÁREA DO
TIPO DE ÁREA ESTACA LADO COORDENADAS SITUAÇÃO AMBIENTAL
PRAD
46 Canteiro de obras 600 LD 725494 7829379 Não recuperada
54 ADME 894 BPE LE 720695 7827941 Não recuperada

Em relação ao Plano de Ação, no período, por correio eletrônico a Gestão Ambiental reiterou
à empresa construtora sobre a atualização do documento. Em resposta, a construtora informou que o
documento está em elaboração e que será encaminhado assim que estiver aprovado (ANEXO 16).
Cabe destacar não houve retorno sobre a previsão para recuperação da área PRAD n° 01, onde foram
instaladas as cercas que delimitam a faixa de domínio da rodovia, conforme relatado no RA97.
Quanto aos termos de encerramento, no período não foram apresentados novos documentos. É
importante salientar que, das áreas cadastradas no SGA, 24 (vinte e quatro) não estão totalmente
dentro da faixa de domínio da rodovia, e será preciso a apresentação do “Termo de Encerramento”.
Até o momento foram apresentados os documentos referentes a 11 (onze) áreas.
Com o objetivo de otimizar a apresentação das informações no âmbito do programa, no
ANEXO 16 é apresentada a síntese das áreas onde a construtora encerrou a utilização, bem como as
ações de recuperação identificadas em campo. A quantificação dos serviços executados para a
recuperação foi obtida junto ao Componente Ambiental, aprovado pelo DNIT em julho de 2020 (SEI
6049552).
Registros Ambientais Emitidos para o PRAD
No âmbito do programa, no SGA da Gestão Ambiental consta um registro de ocorrência
emitido para o lote. Considerando que as obras de duplicação da BR-381/MG no Lote 3.1 encontram-
se em estágio avançado e que 57% das áreas foram recuperadas até o momento, a Supervisão
Ambiental considera o quantitativo como baixo, o que valida a situação ambiental “Não conforme” do
ROC 065/LT-3.1. A síntese do registro ambiental segue detalhada na Tabela 1 e a ficha de registro
pode ser acessada pelo SGA.

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Tabela 1– Síntese do Registro Ambiental cadastrado no SGA da Gestão Ambiental para o Programa de
Recuperação de Áreas Degradadas, Lote 3.1 – BR-381/MG.
PRAZO
PARA
REGISTRO DATA ESTACA LADO COORDENADAS MONITORAMENTO SITUAÇÃO
SOLUÇÃO
*
ROC 065 08/10/2018 0 LD/LE 716716 7826260 16/03/23 Não conforme NC
* Conforme Plano de ação apresentado pela Construtora em 20/05/22. NC – Não Contemplado.

1.1.5 RESUMO DAS ATIVIDADES REALIZADAS E FUTURAS


Para o Lote 3.1, a equipe mobilizada realizou a campanha semestral de monitoramento das
áreas cadastradas no SGA no âmbito do PRAD. A verificação foi visual in loco e contou com o auxílio
de um drone para mapeamento aéreo detalhado, preciso e atualizado de cada local.
Constam no SGA 76 (setenta e seis) áreas cadastradas no âmbito do programa, destas 43
(quarenta e três) encontram-se “Recuperadas”, 28 (vinte e oito) encontram-se “Não recuperadas” e
cinco estão “Em recuperação”.
Em relação ao Plano de Ação, no período a Gestão Ambiental reiterou à empresa construtora a
atualização do documento, via correio eletrônico. Em resposta, a construtora informou que o
documento está em elaboração e que será encaminhado assim que estiver aprovado.
A soma do quantitativo de áreas “Recuperadas” e “Em recuperação” representa 63%, a
Supervisão Ambiental ainda reconhece o valor como baixo, levando em consideração o avanço físico
do empreendimento, o ROC 065/LT-3.1 permanecerá “Não conforme”.

Quadro 4 – Cronograma de atividades – Programa de Recuperação de Áreas Degradadas – BR-381/MG.


LOTE ATIVIDADES RMA 98 RF
Monitoramento das áreas de frente de obra e áreas de
3.1 X
apoio
Acompanhamento do estágio de recuperação das
3.1 X
áreas.
3.1 Monitoramento das áreas em situação “Recuperada” X
3.1 Monitoramento dos registros do programa X
3.1 e 7 Elaboração do Relatório Final do Programa X

1.1.6 CONCLUSÕES
No Lote 3.1, constam cadastradas no SGA da Gestão Ambiental 76 (setenta e seis) áreas que
tiveram intervenção pelo consórcio construtor durante as obras de duplicação. Destas, 43 (quarenta e
três) encontram-se “Recuperadas”, 28 (vinte e oito) como “Não recuperadas” e cinco “Em
recuperação”.
Considerando que de forma geral a obra encontra-se com um avanço físico e financeiro que
excede 91% do contrato e apenas 63% das áreas afetadas pela empresa construtora durante as obras de
duplicação foram recuperadas, pode-se inferir que o atendimento às diretrizes do programa ambiental
não está sendo cumprido.
Evidencia-se a necessidade da construtora apresentar o termo de entrega das áreas onde foram
firmados contratos com superficiários para os dois lotes em obra.

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Conforme determinado pelo SEMAB/DNIT no Ofício n. 201261/2022/SEMAB, de
07/11/2022 (SEI 12922462), as atividades de Supervisão Ambiental no Lote 7 encontram-se
suspensas.

1.1.7 RESPONSABILIDADES DO DNIT


A supervisão da execução do PRAD é de responsabilidade da Gestora Ambiental, e sua
execução é de responsabilidade da construtora. Neste cenário, o DNIT, enquanto contratante, tem a
responsabilidade de fiscalizar as atividades de suas contratadas e atuar como mediador em casos de
possíveis impasses entre os envolvidos.

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