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ALIENAÇÃO PARENTAL – Lei nº 12.318/2010.

MATERIAL COM QUESTÕES DE CONCURSO e ALGUMAS REFERÊNCIAS À SÚMULAS E


JULGADOS DOS TRIBUNAIS SUPERIORES

Material confeccionado por Eduardo B. S. Teixeira.

Última atualização legislativa: Lei nº 14.340, public. 19.5.2022.

Última atualização questões de concurso: 25/03/2023.

Observações quanto à compreensão do material:


1) Cores utilizadas:
 EM VERDE: destaque aos títulos, capítulos, bem como outras informações relevantes, etc.
 EM ROXO: artigos que já foram cobrados em provas de concurso.
 EM AZUL: Parte importante do dispositivo (ex.: questão cobrou exatamente a informação,
especialmente quando a afirmação da questão dizia respeito à situação contrária ao que dispõe
na Lei 12.318/2010).
 EM AMARELO: destaques importantes (ex.: critério pessoal)

2) Siglas utilizadas:
 MP (concursos do Ministério Público); M ou TJMG (concursos da Magistratura); BL
(base legal, etc.

LEI Nº 12.318, DE 26 DE AGOSTO DE 2010.

Dispõe sobre a alienação parental e altera o art. 236 da Lei n o 8.069, de 13 de julho de
1990.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu


sanciono a seguinte Lei: 

Art. 1o  Esta Lei dispõe sobre a alienação parental. 

Art. 2o  CONSIDERA-SE ATO DE ALIENAÇÃO PARENTAL a interferência na formação


psicológica da criança ou do adolescente PROMOVIDA ou INDUZIDA por um dos genitores,
pelos avós ou pelos que tenham a criança ou adolescente sob a sua autoridade, guarda ou
vigilância para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de
vínculos com este. (DPEMS-2014) (TJAM-2016) (MPRS-2012/2017) (DPERO-2017) (MPMS-2018) (DPEAP-2018)
(DPESC-2021) (PCSP-2022)

(MPRS-2012): Em relação ao direito fundamental à convivência familiar e comunitária, importante


inovação legislativa ocorreu com a entrada em vigor da Lei 12.318, de 26 de agosto de 2010. A
propósito do tema versado nesse Diploma, considere a seguinte afirmação: A interferência na
formação psicológica da criança ou do adolescente para que repudie genitor constitui ato
promovido não apenas pelos pais, mas também pelos avós ou pelos que tenham a criança ou
adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância. BL: art. 2º, Lei 12318.

Parágrafo único.  SÃO formas exemplificativas DE ALIENAÇÃO PARENTAL, além dos


atos ASSIM DECLARADOS pelo juiz ou CONSTATADOS por perícia, praticados diretamente ou
com auxílio de terceiros: (MPRS-2012) (DPESP-2013) (TJDFT-2014/2016) (DPERO-2017) (DPESC-2021) (PCSP-
2022)

(MPRS-2012): Em relação ao direito fundamental à convivência familiar e comunitária, importante


inovação legislativa ocorreu com a entrada em vigor da Lei 12.318, de 26 de agosto de 2010. A
propósito do tema versado nesse Diploma, considere a seguinte afirmação: Além dos definidos na
Lei como de alienação parental, também constituem atos dessa natureza os assim declarados pelo
juiz ou constatados por perícia. BL: art. 2º, § único, Lei 12318.

I - realizar campanha de desqualificação da conduta do genitor no exercício da paternidade


ou maternidade; (DPEMS-2012) (DPESP-2013) (DPESC-2021)

II - dificultar o exercício da autoridade parental ; (DPESC-2021)


III - dificultar contato de criança ou adolescente com genitor ; (DPESC-2021)

IV - dificultar o exercício do direito regulamentado de convivência familiar ; (DPESC-2021)

V - omitir deliberadamente a genitor informações pessoais relevantes sobre a criança ou


adolescente, inclusive escolares, médicas e alterações de endereço ; (MPAP-2012) (MPRS-2012) (PCSP-
2022)

VI - apresentar falsa denúncia contra genitor, contra familiares deste ou contra avós, para
obstar ou dificultar a convivência deles com a criança ou adolescente; 

VII - mudar o domicílio para local distante, sem justificativa, visando a dificultar a
convivência da criança ou adolescente com o outro genitor, com familiares deste ou com avós .
(DPEMS-2012) (DPERO-2017) (PCSP-2022)

(PCSP-2022-VUNESP): Acerca da alienação parental, assinale a alternativa correta: A mudança de


domicílio para local distante, sem justificativa, visando a dificultar a convivência da criança com o
outro genitor é ato de alienação parental. BL: art. 2º, § único, VII, Lei 12318.

Art. 3o  A PRÁTICA DE ATO DE ALIENAÇÃO PARENTAL FERE direito fundamental da


criança ou do adolescente de convivência familiar saudável, prejudica a realização de afeto nas
relações com genitor e com o grupo familiar, CONSTITUI ABUSO MORAL contra a criança ou o
adolescente e descumprimento dos deveres inerentes à autoridade parental ou decorrentes de tutela
ou guarda. (TJSC-2010) (MPSC-2012) (DPEMS-2014) (TJAM-2016) (MPMG-2017) (MPSC-2019)

Art. 4o  Declarado indício de ato de alienação parental, a requerimento ou de ofício, em


qualquer momento processual, em ação autônoma ou incidentalmente, o processo TERÁ
TRAMITAÇÃO PRIORITÁRIA, e o juiz DETERMINARÁ, com urgência, OUVIDO o Ministério
Público, as MEDIDAS PROVISÓRIAS NECESSÁRIAS para preservação da integridade
psicológica da criança ou do adolescente, inclusive para assegurar sua convivência com genitor ou
viabilizar a efetiva reaproximação entre ambos, se for o caso . (MPMS-2011) (TJAM-2016) (MPSC-2019)
(PCSP-2022)

(TJAM-2016-CESPE): Assinale a opção correta acerca das medidas socioeducativas, da alienação


parental e das medidas pertinentes aos pais ou responsáveis: Declarado indício de ato de
alienação parental, o juiz pode determinar de ofício medidas provisórias necessárias à preservação
da integridade psicológica da criança ou do adolescente, inclusive para assegurar convivência com
genitor ou viabilizar a efetiva reaproximação entre ambos. BL: art. 4º, Lei 12318.

Parágrafo único. Assegurar-se-á à criança ou ao adolescente e ao genitor garantia mínima de


visitação assistida no fórum em que tramita a ação ou em entidades conveniadas com a Justiça,
ressalvados os casos em que há iminente risco de prejuízo à integridade física ou psicológica da
criança ou do adolescente, atestado por profissional eventualmente designado pelo juiz para
acompanhamento das visitas.  (Redação dada pela Lei nº 14.340, de 2022)

Parágrafo único.  Assegurar-se-á à criança ou adolescente e ao genitor garantia mínima de


visitação assistida, ressalvados os casos em que há iminente risco de prejuízo à integridade física ou
psicológica da criança ou do adolescente, atestado por profissional eventualmente designado pelo
juiz para acompanhamento das visitas. 

Art. 5o  HAVENDO indício da prática de ATO DE ALIENAÇÃO PARENTAL, em ação


autônoma ou incidental, o juiz, se necessário, DETERMINARÁ perícia psicológica ou
biopsicossocial. (MPAP-2012) (MPSP-2012) (MPBA-2015)

(MPSP-2012): Em relação à alienação parental, é correto afirmar: Em qualquer ação, autônoma ou


incidental, e a qualquer momento processual, poderá ser determinada perícia psicológica ou
biopsicossocial, para a apuração de ato de alienação parental. BL: art. 5º, Lei 12318.

§ 1o  O laudo pericial terá base em ampla avaliação psicológica ou biopsicossocial, conforme o
caso, compreendendo, inclusive, entrevista pessoal com as partes, exame de documentos dos autos,
histórico do relacionamento do casal e da separação, cronologia de incidentes, avaliação da
personalidade dos envolvidos e exame da forma como a criança ou adolescente se manifesta acerca
de eventual acusação contra genitor. 

§ 2o  A perícia será realizada por profissional ou equipe multidisciplinar habilitados,


exigido, em qualquer caso, aptidão comprovada por histórico profissional ou acadêmico para
diagnosticar atos de alienação parental. (MPSC-2012)

§ 3o  O perito ou equipe multidisciplinar designada para verificar a ocorrência de alienação


parental terá prazo de 90 (noventa) dias para apresentação do laudo, prorrogável exclusivamente
por autorização judicial baseada em justificativa circunstanciada . (MPSC-2012) (MPBA-2015)

(MPSC-2012): Determinada a perícia psicológica ou biopsicossocial tendente a verificar a prática


de ato de alienação parental, o perito ou equipe multidisciplinar designada para tal atividade terá,
nos ternos da Lei 12.318/10, o prazo de 90 dias para apresentação do laudo, prorrogável
exclusivamente por autorização judicial baseada em justificativa circunstanciada. BL: art. 5º, §3º,
Lei 12318.

§ 4º Na ausência ou insuficiência de serventuários responsáveis pela realização de estudo


psicológico, biopsicossocial ou qualquer outra espécie de avaliação técnica exigida por esta Lei ou
por determinação judicial, a autoridade judiciária poderá proceder à nomeação de perito com
qualificação e experiência pertinentes ao tema, nos termos dos arts. 156 e 465 da Lei nº 13.105, de 16
de março de 2015 (Código de Processo Civil). (Incluído pela Lei nº 14.340, de 2022)

Art. 6o  CARACTERIZADOS atos típicos de alienação parental ou qualquer conduta que
dificulte a convivência de criança ou adolescente com genitor, em AÇÃO AUTÔNOMA ou
INCIDENTAL, o juiz PODERÁ, cumulativamente ou não, SEM PREJUÍZO da decorrente
responsabilidade civil ou criminal e da ampla utilização de instrumentos processuais aptos a
inibir ou atenuar seus efeitos, segundo a gravidade do caso: (MPAP-2012) (MPSP-2012) (DPESP-2013)
(TJDFT-2014) (DPEMS-2014) (DPEPR-2014) (DPERO-2017) (MPPR-2021) (DPESC-2021) (MPMS-2022)

I - declarar a ocorrência de alienação parental e ADVERTIR o alienador; (DPEPR-2014) (MPPR-


2021)

II - ampliar o regime de convivência familiar em favor do genitor alienado ; (MPPR-2021)


(DPESC-2021)

(DPESC-2021-FCC): Lúcia tem a guarda unilateral de seu filho, atribuída judicialmente a seu
favor. Ao pai foi estabelecido o regime de visitação em finais de semana alternados. O pai parou
de pagar alimentos ao filho, razão pela qual Lúcia deixou de permitir as visitas do filho ao genitor,
bem como passou sistematicamente a desqualificar o pai para o filho em razão do
inadimplemento da pensão alimentícia. Lúcia procurou atendimento da Defensoria Pública para
ajuizamento do cumprimento de sentença de alimentos em face do genitor, ocasião em que
também buscou orientações acerca do regime de visitação. Nesse caso, as ações praticadas por
Lúcia podem incorrer nas situações previstas na Lei de Alienação Parental que, de acordo com a
gravidade do caso, podem acarretar, entre outras medidas, a ampliação do regime de convivência
com o genitor alienado. BL: art. 6º, II, Lei 12318.

III - ESTIPULAR multa ao alienador; (MPAP-2012) (DPEMS-2014) (DPEPR-2014) (MPPR-2021)

IV - determinar acompanhamento psicológico e/ou biopsicossocial; 

V - DETERMINAR a alteração da guarda para guarda compartilhada ou sua


inversão; (TJDFT-2014) (DPEMS-2014) (DPEPR-2014) (DPERO-2017) (MPPR-2021) (MPMS-2022)

(MPMS-2022-AOCP): Assinale a alternativa correta: A prática de ato de alienação parental pode


ter por consequência a alteração da guarda para guarda compartilhada ou sua inversão, sem
prejuízo da decorrente responsabilidade civil. BL: art. 6º, II, Lei 12318.

#Atenção: #DPEMS-2014: #TJDFT-2014: #CESPE: #VUNESP: Não é consequência automática do


reconhecimento, pelo julgador, da alienação parental a alteração da guarda da criança ou do
adolescente. O juiz poderá decidir, cumulativamente, ou não, pela alteração da guarda
compartilhada.
VI - DETERMINAR a fixação cautelar do domicílio da criança ou adolescente; (MPSP-2012)
(MPPR-2021)

VII – (revogado).       (Redação dada pela Lei nº 14.340, de 2022)

§ 1º  Caracterizado mudança abusiva de endereço, inviabilização ou obstrução à convivência


familiar, o juiz também poderá inverter a obrigação de levar para ou retirar a criança ou adolescente
da residência do genitor, por ocasião das alternâncias dos períodos de convivência familiar . (Incluído
pela Lei nº 14.340, de 2022)

§ 2º O acompanhamento psicológico ou o biopsicossocial deve ser submetido a avaliações


periódicas, com a emissão, pelo menos, de um laudo inicial, que contenha a avaliação do caso e o
indicativo da metodologia a ser empregada, e de um laudo final, ao término do acompanhamento.
(Incluído pela Lei nº 14.340, de 2022)

Art. 7o  A atribuição ou alteração da guarda dar-se-á por preferência ao genitor que
viabiliza a efetiva convivência da criança ou adolescente com o outro genitor nas hipóteses em
que seja inviável a guarda compartilhada. (MPAP-2012) (DPESP-2015)

(DPESP-2015-FCC): Analise o seguinte enunciado a respeito da guarda: a guarda compartilhada é


tida como regra mesmo na hipótese de não haver consenso entre os pais, traduzindo-se em uma
quebra da ideia de poder advinda da guarda unilateral e visando o melhor interesse dos filhos, de
modo a funcionar como antídoto à alienação parental. BL: art. 7º, Lei 12318.

Art. 8o  A alteração de domicílio da criança ou adolescente É IRRELEVANTE para a


determinação da competência relacionada às ações fundadas em direito de convivência familiar,
SALVO se DECORRENTE DE CONSENSO entre os genitores ou de decisão judicial. (MPAP-
2012) (MPSP-2012)

Art. 8º-A. Sempre que necessário o depoimento ou a oitiva de crianças e de adolescentes em


casos de alienação parental, eles serão realizados obrigatoriamente nos termos da  Lei nº 13.431, de 4
de abril de 2017, sob pena de nulidade processual.  (Incluído pela Lei nº 14.340, de 2022)

           Art. 9o  (VETADO) 

Art. 10.  (VETADO) 

Art. 11.  Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 

Brasília,  26  de  agosto  de 2010; 189o da Independência e 122o da República. 

LUIZ INÁCIO LULA DASILVA


Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto
Paulo de Tarso Vannuchi
José Gomes Temporão

Este texto não substitui o publicado no DOU de 27.8.2010 e retificado no DOU de 31.8.2010

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