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LEGISLAÇÃO FEDERAL

ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

DICAS

LEI Nº 8.069/90 – JURISPRUDÊNCIA

PROFESSOR EDUARDO GALANTE

AULA 31
NÃO VÁ PARA A PROVA SEM SABER: DICAS TOPS!

ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

JURISPRUDÊNCIA

- 01) As medidas socioeducativas previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente revelam


caráter eminentemente pedagógico, de modo que impedir sua execução antes do trânsito
em julgado implicaria o esvaziamento de seu viés protecionista, no que relegaria o
adolescente às mesmas condições de risco que o expuseram à prática do ato infracional (STF,
HC 181447 AgR/SP, DJe 21/05/2020).
- 02) Os prazos referentes aos processos regidos pelo ECA são contados em dias corridos, não
se aplicando a eles a contagem em dias úteis prevista no art. 219 do CPC/2015 – HC
475.610/DF, DJe 03/04/2019.

- 03) O ato infracional análogo ao tráfico de drogas, por si só, não conduz obrigatoriamente à
imposição de medida socioeducativa de internação do adolescente (Súmula 492 do STJ, DJe
13/08/2012). Todavia, essa medida é cabível em casos excepcionais, notadamente quando
as circunstâncias do caso concreto demonstram se tratar da única medida socioeducativa
adequada à sua ressocialização, nos termos do art. 100, c/c o art. 113, do ECA – AgRg no HC
567.090/SC, DJe 30/06/2020.
- 04) Compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes consistentes em disponibilizar ou
adquirir material pornográfico envolvendo criança ou adolescente (arts. 241, 241-A e 241-B
da Lei nº 8.069/1990) quando praticados por meio da rede mundial de computadores – RE
628624/MG, DJe 06/04/2016. A internacionalidade do delito exige, primeiro, que a
publicação do material pornográfico tenha sido em “ambiência virtual de sítios de amplo e
fácil acesso a qualquer sujeito, em qualquer parte do planeta, que esteja conectado à
internet”, mas não só isso, é preciso também que “o material pornográfico envolvendo
crianças ou adolescentes tenha estado acessível por alguém no estrangeiro, ainda que não
haja evidências de que esse acesso realmente ocorreu.” (STJ, RHC 125.440/SE, DJe
15/06/2020).

- 05) No procedimento para aplicação de medida socioeducativa, é nula a desistência de


outras provas em face da confissão do adolescente (Súmula 342 do STJ).
- 06) Na hipótese em que o reconhecimento de “adoção à brasileira” foi fator preponderante
para a destituição do poder familiar, à época em que a entrega de forma irregular do filho
para fins de adoção não era hipótese legal de destituição do poder familiar, a realização da
perícia se mostra imprescindível para aferição da presença de causa para a excepcional
medida de destituição e para constatação de existência de uma situação de risco para a
infante (REsp 1.674.207/PR, DJe 24/04/2018).

- 07) A configuração do crime do art. 244-B do ECA independe da prova da efetiva corrupção
do menor, por se tratar de delito formal (Súmula 500 do STJ).

- 08) O Ministério Público tem legitimidade ativa para ajuizar ação de alimentos em proveito
de criança ou adolescente independentemente do exercício do poder familiar dos pais, ou
do fato de o menor se encontrar nas situações de risco descritas no art. 98 do Estatuto da
Criança e do Adolescente, ou de quaisquer outros questionamentos acerca da existência ou
eficiência da Defensoria Pública na comarca (Súmula 594 do STJ, DJe 06/11/2017).
- 09) O juízo especializado da Justiça da Infância e da Juventude é competente para o
cumprimento e a efetivação do montante sucumbencial por ele arbitrado (REsp
1.859.295/MG, DJe 29/05/2020).

- 10) É necessária a oitiva do menor infrator antes de decretar-se a regressão da medida


socioeducativa (Súmula 265 do STJ).

- 11) É válida a extinção de medida socioeducativa de internação quando o juízo da


execução, ante a superveniência de processo-crime após a maioridade penal, entende que
não restam objetivos pedagógicos em sua execução (STJ, HC 551.319/RS, DJe 18/05/2020)
- 12) A veiculação de matéria jornalística sobre delito histórico que expõe a vida cotidiana de
terceiros não envolvidos no fato criminoso, em especial de criança e de adolescente,
representa ofensa ao princípio da intranscendência (REsp 1.736.803/RJ, DJe 04/05/2020).

- 13) É legal a internação de adolescente gestante ou com o filho em amamentação, desde


que assegurada atenção integral à sua saúde, bem como as condições necessárias para que
permaneça com seu filho durante o período de amamentação (HC 543.279/SP, DJe
25/03/2020).

- 14) O dever de zelar pela correta comercialização de revistas pornográficas, em embalagens


opacas, lacradas e com advertência de conteúdo, não se limita aos editores e comerciantes,
mas se estende a todos os integrantes da cadeia de consumo, inclusive aos transportadores
e distribuidores (REsp 1.584.134/RJ, DJe 05/03/2020).
- 15) Em regra, não há automática consunção quando ocorrem armazenamento e
compartilhamento de material pornográfico infanto-juvenil (REsp 1.579.578/PR, DJe
17/02/2020).

- 16) Consoante o ECA, em todos os recursos, salvo os embargos de declaração, o prazo será
decenal (art. 198, II, ECA) e a sua contagem ocorrerá de forma corrida, excluído o dia do
começo e incluído o do vencimento, vedado o prazo em dobro para o Ministério Público (art.
152, § 2°, do ECA) – HC 475.610/DF, DJe 03/04/2019).

- 17) O menor sob guarda tem direito à concessão do benefício de pensão por morte do seu
mantenedor, comprovada sua dependência econômica, nos termos do art. 33, § 3º do
Estatuto da Criança e do Adolescente, ainda que o óbito do instituidor da pensão seja
posterior à vigência da Medida Provisória 1.523/96, reeditada e convertida na Lei n.
9.528/97. Funda-se essa conclusão na qualidade de lei especial do Estatuto da Criança e do
Adolescente (8.069/90), frente à legislação previdenciária (REsp 1.411.258/RS, DJe
21/02/2018).
- 18) A conduta de emissora de televisão que exibe quadro que, potencialmente, poderia criar
situações discriminatórias, vexatórias, humilhantes às crianças e aos adolescentes configura
lesão ao direito transindividual da coletividade e dá ensejo à indenização por dano moral
coletivo – REsp 1.517.973/PE, DJe 01/02/2018

- 19) A prática de crimes em concurso com dois adolescentes dá ensejo à condenação por
dois crimes de corrupção de menores – REsp 1.680.11/GO, DJe 16/10/2017.

- 20) O grande interesse por material que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica
envolvendo criança ou adolescente é ínsito ao crime descrito no art. 241-A da Lei n.
8.069/1990, não sendo justificável a exasperação da pena-base a título de conduta social ou
personalidade (REsp 1579578/PR, DJe 17/02/2020
- 21) O delito do art. 240 do ECA [produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar,
por qualquer meio, cena de sexo explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou
adolescente] é classificado como crime formal, comum, de subjetividade passiva própria,
consistente em tipo misto alternativo – STJ, HC 438.080/MG, DJe 02/09/2019

- 22) A ordem cronológica de preferência das pessoas previamente cadastradas para adoção
não tem um caráter absoluto, devendo ceder ao princípio do melhor interesse da criança e
do adolescente, razão de ser de todo o sistema de defesa erigido pelo ECA, que tem na
doutrina da proteção integral sua pedra basilar (HC 505730/SC, julgado em 05/05/2020).

- 23) A superveniência da maioridade penal não interfere na apuração de ato infracional nem
na aplicabilidade de medida socioeducativa em curso, inclusive na liberdade assistida,
enquanto não atingida a idade de 21 anos (Súmula 605 do STJ, DJe 19/03/2018).
- 24) A Defensoria Pública pode ter acesso aos autos de procedimento verificatório instaurado
para inspeção judicial e atividade correicional de unidade de execução de medidas
socioeducativas (RMS 52.271/SP, DJe 29/06/2018).

- 25) A conduta da agressão, verbal ou física, de um adulto contra uma criança ou


adolescente, configura elemento caracterizador da espécie do dano moral in re ipsa – REsp
1.642.318/MS, DJe 13/02/2017.

- 26) É possível a condenação de emissora de televisão ao pagamento de indenização por


danos morais coletivos em razão da exibição de filme fora do horário recomendado pelo
órgão competente desde que verificada a conduta que afronte gravemente os valores e
interesses coletivos fundamentais (REsp 1.840.463/SP, DJe 03/12/2019).
- 27) A hipossuficiência financeira ou a vulnerabilidade familiar não é suficiente para afastar a
multa pecuniária prevista no art. 249 do ECA [descumprir, dolosa ou culposamente, os
deveres inerentes ao poder familiar ou decorrente de tutela ou guarda, bem assim
determinação da autoridade judiciária ou Conselho Tutelar: Pena – multa de três a vinte
salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência] – REsp 1.658.508/RJ,
DJe 26/10/2018.

- 28) A prescrição penal é aplicável nas medidas socioeducativas (Súmula 338 do STJ)

- 29) A reiteração infracional do adolescente não impõe, necessariamente, o estabelecimento


da medida socioeducativa de internação (AgRg no HC 572.716/SP, DJe 28/05/2020)
- 30) Tratando-se de medida socioeducativa aplicada sem termo, o prazo prescricional deve
ter como parâmetro a duração máxima da internação (3 anos), e não o tempo da medida,
que poderá efetivamente ser cumprida até que o socioeducando complete 21 anos de idade
– AgRG no REsp 1.856.028/SC, DJe 19/05/2020.

- 31) O marco inicial para a contagem do prazo prescricional para a cobrança da multa
administrativa imposta, em razão de infração prevista no ECA, é o trânsito em julgado para
efeito de pagamento da multa e não a data da infração administrativa (REsp 1655163/SC,
DJe 01/09/2020).

- 32) A suspeita da prática de crime sexual contra criança e adolescente justifica a sua
inquirição na modalidade do “depoimento sem dano”, respeitando-se a sua condição
especial de pessoa em desenvolvimento, em ambiente diferenciado e por profissional
especializado (AgRg no AREsp 1682899/DF, DJe 13/08/2020).
- 33) O art. 184 do ECA dispõe que, oferecida a representação, a autoridade judiciária deve
designar audiência especialmente para a apresentação do adolescente, tratando-se de
norma especial em relação à prevista no art. 400 do Código Penal, não havendo nulidade
quanto à oitiva do adolescente antes do depoimento das testemunhas (AgRg no AREsp
1689954/GO, DJe 10/08/2020).

- 34) Ressalvado o risco evidente à integridade física e psíquica, o acolhimento institucional


não representa o melhor interesse da criança (HC 572.854/SP, DJe 07/08/2020). O risco de
contaminação pela Covid-19 em casa de acolhimento justifica a manutenção da criança com
a família substituta (HC 572.854/SP, DJe 07/08/2020)
- 35) A reiteração de atos infracionais (no caso, eram passagens por tráfico de drogas)
possibilita a imposição de medida socioeducativa de internação. Os atos infracionais não se
equivalem aos crimes, tampouco as medidas socioeducativas tratadas no Estatuto da
Criança e do Adolescente guardam correspondência com as penas previstas no Código
Penal, pois, embora possam refletir certa restrição à liberdade do Adolescente, não
apresentam caráter retributivo, mas eminentemente pedagógico e reabilitador, a fim de que
sejam oferecidas ao menor as condições para que se recupere e se afaste em definitivo da
prática de ilícitos (AgRg no HC 581.587/SC, DJe 04/08/2020). O ato infracional análogo ao
tráfico de drogas, por si só, não conduz obrigatoriamente à imposição de medida
socioeducativa de internação do adolescente (Súmula 492). Todavia, essa medida é cabível
em casos excepcionais, notadamente quando as circunstâncias do caso concreto
demonstram se tratar da única medida socioeducativa adequada à sua ressocialização, nos
termos do art. 100, c/c o art. 113, ambos do Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA
(AgRg no HC 567.090/SC, DJe 30/06/2020).
- 36) Nos procedimentos regulados pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, adotar-se-á o
sistema recursal do Código de Processo Civil, com as adaptações da lei especial (art. 198 do
ECA). Consoante o texto expresso da lei especial, em todos os recursos, salvo os embargos
de declaração, o prazo será decenal (art. 198, II, ECA) e a sua contagem ocorrerá de forma
corrida (art. 152, § 2º, do ECA) – AgRg no AREsp 1569416/RS, DJe 17/06/2020).

- 37) A internação provisória, antes da sentença, poder ser determinada pelo prazo máximo
de 45 dias, se indicados, em dados concretos dos autos, indícios de autoria do ato
infracional e a necessidade da cautela, à luz do art. 122 do ECA – HC 580.480/SP, DJe
23/06/2020).

- 38) As condutas de armazenamento de arquivos de pornografia infantojuvenil e posterior


transmissão parcial dos referidos arquivos denotam autonomia apta a configurar o concurso
material, afastando-se a tese defensiva de aplicação do princípio da consunção (AgRg no
REsp 1844844/SP, DJe 26/08/2020)
- 39) A ordem cronológica de preferência das pessoas previamente cadastradas para adoção
não tem um caráter absoluto, devendo ceder ao princípio do melhor interesse da criança e
do adolescente, razão de ser de todo o sistema de defesa erigido pelo ECA, que tem na
doutrina da proteção integral sua pedra basilar (HC 505730/SC, julgado em 05/05/2020). A
observância do cadastro de adotantes não é absoluta porque deve ser sopesada com o
princípio do melhor interesse da criança, fundamento de todo o sistema de proteção ao
menor (HC 572.854/SP, DJe 07/08/2020)

- 40) A diferença etária mínima de 16 (dezesseis) anos entre adotante e adotado pode ser
flexibilizada à luz do princípio da socioafetividade (REsp 1.785.754/RS, DJe 11/10/2019).
- 41) Segundo o texto expresso do ECA, em todos os recursos, salvo os embargos de
declaração, o prazo será decenal (art. 198, II) e a sua contagem ocorrerá de forma corrida,
excluído o dia do começo e incluído o do vencimento, vedado o prazo em dobro para o
Ministério Público (art. 152, § 2º). Desse modo, por força do critério da especialidade, os
prazos dos procedimentos regulados pelo ECA são contados em dias corridos, não havendo
que se falar em aplicação subsidiária do art. 219 do CPC/2015, que prevê o cálculo em dias
úteis. STJ. 6ª Turma. HC 475.610/DF, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 26/03/2019
(Info 647).
“NINGUÉM EDUCA NINGUÉM,
NINGUÉM EDUCA A SI MESMO,
OS HOMENS SE EDUCAM ENTRE
SI, MEDIATIZADOS PELO
MUNDO”.

PAULO FREIRE

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