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1.

Identificando a vertente adequada na produção literária


de Camões (lírica ou épica), classifique os textos acima
transcritos e faça , à escolha , a análisede um deles.
Tanto no texto A “Descalça foi para a fonte” como no texto B “
Um mover d’olhos brando e piedoso” identificamos a verdente
lírica de Camões.

Analisando o texto B percebemos que se trata de um soneto que


nos apresenta um retrato da mulher amada onde se dá maior
relevo aos traços morais. As qualidades que lhe são atribuidas
tendem a produzir uma imagem de perfeição e a não
individualização da mulher.

O retrato da amada mostra um ideal da beleza classico seguindo


um processo anafórico (repetição de uma mesma estrutura).

Trata-se de um retrato mais espiritual do que físico , que se


conclui com uma referência à transformação do seu pensamento
provocada pela sua formosora que funciona como um “veneno”.

Esta escassa referência a caracteristicas físicas e a


predominância das qualidades morais remete-nos para a
ideologia platónica.

Observa-se ainda que as qualidades morais predominam sobre


as físicas e o fascinio resulta, portanto, da beleza espiritual.

2. Exponha os seus conhecimentos sobre Os Lusiadas, não


esquecendo de referir o que sabe das epopeias que lhe
serviram de modelo , da sua estrutura externa e interna ,
das partes em que a obra se divide e dos planos da
narrativa que a compõem.
Camões escreveu Os Lusiadas sob uma forma narrativa épica em
verso que conta a História de Portugal , tomando como exemplo
as epopeias da Antiguidade Classica., de acordo com o modelo
teorizado pela nova abordagem literária e cultural surgida com o
Renascimento.

As fontes literárias que serviram de modelo para a elaboração


d’os Lusíadas foram a Ilíada , a Odisseia e a Eneida.

O poema esta escrito em versos decassilábicos, com predominio


do decassílabo heróico. É considerado o metro mais adequado à
poesia épica , pelo seu ritmo grave e vigoroso. As estrofes são de
oito versos (oitavas)e apresentam o seguinte esquema ritmico –
ABABABCC.

As estrofes estão distribuidas por 10 cantos. O número de


estrofes por canto varia de 87 a 156 , num total de 1102.

Quanto a estrutura interna , à semelhança dos poemas çlassícos


Os Lusiadas dividem-se em quatro partes:

- Proposição: o poeta apresenta o assunto do poema , que irá


constituir o objeto da sua narração.

- Invocação: destina-se a pedir o favor as Musas, divindades


inspiradoras a quem o poeta apela no inicio do poema e noutros
momentos fulcrais da narração.

- Dedicatória: é um elemento facultativo nas epopeias clássicas.


Camões dedica o seu poema ao D.Sebastião, a quem tece vários
elogios e aconselha novas empresas guerreiras.
- Narração: vão sendo narrados acontecimentos no passado , no
presente e no futuro.

Narração “in medias res”: tem inicio quando a armada já se


encontra no canal de Moçambique , isto é a meio da acção. Este
procedimento defendido por Horácio , na sua Arte Poética , tem
como objetivo “prender o leitor a história”, criando expectativa
relativamenteaos acontecimentos que lhe são cronologicamente
anteriores.

A narração apresenta-se em 4 planos:

- o plano da viagem

-o plano de história de Portugal

- o plano dos Deuses

- o plano das considerações ou reflexões do poeta

3. Identificando a vertente adequada da produção


literária de Camões (lírica ou épica), analise o texto
abaixo transcrito integrando-o na obra a que pertence.
O texto refere-se aos Lusiadas , sendo um poema épico.

O poeta indica o assunto global da obra, pede inspiração as


Ninfas do tejo e dedica o poema ao rei D. Sebatião.

Como já vimos a narração inicia-se in meias res , ou seja a meio


da viagem entre Lisboa e a Índia , no momento em que os deuses
do Olimpo se reúnem em consiliopara decidirem se os
Portugueses deverão chegar ou não a Índia. Venus e Marte
defendeme apoiam os portugueses mas em contrapartida Baco
é-lhes contrário preparando várias ciladas , para os conduzir à
destruição no porto de Quiloa. Vénus intervem afastando a
armada do perigo cpm «ventos contrários»e fazendo-a retomar
o caminho em direção a Moçamba. No fianl deste canto o poeta
reflete sobre a fragilidade do homem que é um mero joguete nas
mãos dos deuses.

O rei de Moçamba , influnciado por Baco , convida os


portugueses a entrarem no porto para os destruir. Vasco da
Gama aceita o convite pois os dois condenados quemandara a
terra colher informações tinham regressado com a noticia de que
aquela era uma terra de cristãos. Mas Vénus mais uma vez afasta
a armada , pondo em fuga os emissários do rei de Moçamba e o
falso piloto. Vasco da Gama apercebendo-se do perrigo que
corria , dirige uma prece à «Divina Guarda» para que lhe mostre
como atingir a terra que procura , a Índia. Venus comove-se e
sobe ao Olimpo para pedir a Júpiter que proteja os portugueses
ao que ele acede e para a consolar, vacticina futuras glórias aos
Lusitanos. Envia então Mercúrio a terra que sonhos indica a
Vasco da Gama o caminho até Melinde onde entretanto lhe
prepara uma calorosa receção. Os portugueses efusivamente
recebidos em Melinde e o rei visita a armada , pedindo a Vasco
da Gama que lhe conte a história do seu país.

Trabalho realizado por: Roxana Andrei

Turma: 10ºR

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