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DEPARTAMENTO DE LETRAS
Nº USP: 13652520
lferreiradepaula13@usp.br
BRUNO BETTELHEIM
Baseando-se firmemente em uma análise crua, como é percebida por nós, leitores, em
um primeiro momento, Bettelheim se apropria de alguns contos de fadas de enredo
semelhante; onde há uma maldição de finalidade inicialmente fatal, que passa a ser
temporária e se finda perante uma ação externa à personagem afetada, para
relacionar os acontecimentos fantasiosos ao ciclo de amadurecimento humano –
especialmente o conto “A Bela Adormecida”, equiparado em alguns momentos à
“Branca de Neve”.
Apesar de abordar a masculinidade em contos como no “As Três Plumas” e “As Três
Linguagens”, tais citações tornam-se praticamente levianas quando seguimos para o
restante do texto, onde desfia-se detalhadamente uma trama atrelada especificamente
ao processo do amadurecimento feminino, praticamente desmembrando cada passo
deste e analisando-os de forma abrangente nas principais versões de “A Bela
Adormecida”.
A forma com a qual o autor desenrola o texto acompanha uma cadência linear de
acontecimentos; o momento de introversão que acompanha o início do
amadurecimento, ligado ao feminino como o momento pré menarca, os simbolismos
expressos de forma sutil ao longo da narrativa – a pretensão de aventurar-se no
perigo, rumo ao desconhecido, relacionado aos primeiros contatos com a sexualidade,
a aquisição da harmonia, primeiramente consigo mesmo até se estender à harmonia
com o outro.