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Universidade de Santiago

O Futuro ao teu alcance

CURSO DE DIREITO - 1.º ANO

1.º SEMESTRE 2018-2019

REGIME: VESPERTINO

SINTESE DAS AULAS

DISCIPLINA: ECONOMIA

Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro

1
5.2. Programa da Disciplina de Economia

Cap. 1. Conceitos Básicos


1.1. Necessidades vs. Bens: Públicos vs. Privados, Coletivos vs. De Mercado, Utilidade vs. Valor
1.2. A Teoria Monetária: Troca Direta, Moeda, Taxas de Câmbio, de Juro, e de Inflação
1.3. Indicadores Económicos Nominal e Real
1.4. Agentes Económicos: Tipologia e Funções
1.5. Abordagem Sintética sobre a H.P.E.: Árvore genealógica da Economia e as Causas do Aparecimento
da Ciência Económica: Micro, Meso, Macroeconomia e Econometria
1.6. Custos vs. Proveitos, Lucro vs. Prejuízo, V.A.B., I.V.A., Amortização
1.7. Despesas vs. Receitas, Gestão de Tesouraria: Necessidade vs. Capacidade de Financiamento
1.8. O Mercado: Procura vs. Oferta
1.9. Princípios da Economia Clássica: Racionalidade, Eficiência, Liberdade, Equilíbrio
1.10. Elasticidade, Produtividade

Cap. 2. Caracterização e Dinâmica das Economias em Desenvolvimento 8


2.1. Conceitos e Princípios
2.2. Características Comuns
2.3. Causas e Consequências do Desenvolvimento Desigual
2.4. A Problemática do Comércio Internacional: A Deterioração dos TT e o Conceito do
“Comércio Injusto”
2.5. Factores Internos e Externos que Determinam a Fraco Desempenho da ASS
2.6. Génese e Evolução da Economia do Desenvolvimento
2.7. O Desafio da Boa Governação
2.8. O Desafio da Indução do Desenvolvimento
2.9. O.D.M. - Objetivos do Desenvolvimento do Milénio
2.10. O.D.S. – Objetivos do Desenvolvimento Sustentável

DISCIPLINA: E.D. - ECONOMIA DO DESENVOLVIMENTO 2 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
5.2. Programa da Disciplina de Economia (Cont.)

Cap. 3. Comércio e Sistema de Financiamento Internacionais e Desenvolvimento Económico


3.1. Comércio Internacional: Vantagens Absoluta, Comparativa e Competitiva
3.2. Balança de Pagamentos
3.3. Principais Indicadores Económicos: Óticas de Produto, Despesa e Rendimento, Interna e
Nacional
3.4. Sistema de Financiamento de Desenvolvimento
3.5. Cooperação Internacional e Desenvolvimento
3.6. Origem e Características das IFI’s
3.7. As IFI’s e os seus Efeitos no Processo de Desenvolvimento dos PVD’s
3.8. WC - Consenso de Washington, Pós-WC e Consenso dos Anos ‘90
3.9. Processos da Globalização e da Regionalização: Integração Regional
3.10. Debate Estado Vs. Mercado no Contexto Atual

Cap. 4. Teorias e Políticas do Crescimento e do Desenvolvimento Económico


4.1. CrescimentoEconómico:CausaseEfeitos
4.2. IndicadoresdoCrescimentoeDesenvolvimento
4.3. OSignificadodoDesenvolvimento
4.4. AProblemáticaeaEvoluçãodosParadigmasedosModelosdeDesenvolvimento
4.5. TeoriasdoCrescimentoedoDesenvolvimento
4.6. AInterdisciplinaridadeeoDesenvolvimento
4.7. A N.E.I. - Nova Economia Institucional

DISCIPLINA: E.D. - ECONOMIA DO DESENVOLVIMENTO 3 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
5.2. Programa da Disciplina de Economia (Cont.)

Cap. 5. Políticas de Desenvolvimento Económico (Trabalhos de Grupo)


5.1. Pobreza,DesigualdadeeDistribuiçãodeRendimentonoContextoCabo-verdiano
5.2. AEconomiadaPopulaçãoedoDesenvolvimentonoContextoCabo-verdiano
5.3. APolíticadoEmpregoedoDesenvolvimentonoContextoCabo-verdiano
5.4. AEconomiadaEducaçãoeoDesenvolvimentoHumanonoContextoCabo-verdiano
5.5. OFenómenodaMigraçãoeoDesenvolvimentoSocioeconómicoemCV
5.6. ComércioInternacionaleDesenvolvimentoEconómiconoContextoCabo-verdiano
5.7. IntegraçãoeDesenvolvimentoEconómicosnoContextoCabo-verdiano
5.8. OPapeldoFinanciamentoExternonoDesenvolvimentoCabo-verdiano

Cap. 6. Ciclo de Conferências Sobre a Inserção de Cabo Verde na Economia Africana


6.1. IntegraçãoEconómicaRegionaleosDesafiosdoDesenvolvimentodeCV
6.2. OFenómenodaMigraçãoeoProcessodeDesenvolvimentoCabo-verdiano
6.3. Competitividade da Economia Cabo-verdiana na Actual Conjuntura Internacional
6.4. Turismo como Motor do Desenvolvimento Cabo-verdiano
6.5. Os Desafios da Sustentabilidade no Contexto Cabo-verdiano

DISCIPLINA: E.D. - ECONOMIA DO DESENVOLVIMENTO 4 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
ESCOLA ESTRUTURALISTA – ED

Origem

1. Os pioneiros da E.D. começaram a pôr em causa os Neoclássicos e


os Keynesianos em relação às questões do desenvolvimento;

2. Enquanto os Neoclássicos assumem o sistema de preços para a


regulação do mercado, os Estruturalistas defendiam o
estruturalismo (mudança estrutural) para resolver os problemas do
desenvolvimento.

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 5 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
GENESE DA ED:

1. A Independência política pode ser conseguida pelo decreto mas o


desenvolvimento económico não;
2. Para a obtenção da Independência económica não era possível se os PVD's
continuassem a recorrer aos economistas dos PD's;
3. Para o efeito, era necessário que houvesse economistas dos PVD's a pensar o
respectivo desenvolvimento;
4. As estratégias para induzir o desenvolvimento:
a. O Estado era o maior agente de mudança;
b. Governo deve intervir na economia para promover o
desenvolvimento;
3. Desenvolvimento programado - ISI (Macro-Estruturas).

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 6 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
•Evolução da ED

1. Primeira geração da ED (1950-75)


1.1. A independência económica ao contrário da política, não se decreta, mas sim conquista-se.

1.2. Desenvolvimento = Crescimento + mudança estrutural, para a sua indução era necessário:
1.2.1. O Estado é o principal agente da mudança
1.2.2. Governo deve intervir na economia para promover o desenvolvimento
1.2.3. Desenvolvimento programado -> ISI
1.2.4. Dedicação aos grandes modelos, teorias e estratégias gerais de mudanças estruturais

Causas do fracasso:
a. Hiato entre o planeado e o executado
b. Aumento da desigualdade social
c. Preços correctos não garantem o desenvolvimento, mas os preços distorcidos  fim do
desenvolvimento

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 7 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
Evolução da ED

2. Segunda geração da ED (1975 aos nossos dias)

2.1. Desagregação sectorial de macro-modelos da 1.ª Geração

2.2. ênfase na acumulação de conhecimentos


ao invés de k

2.3. Não uniformização das políticas, mas diferenciação por sector, país e/ou
região

2.4. Ataque ao modelo Neoclássico. Pois, nos anos ‘80 e ’90 ficou demonstrado
que o mercado não resolve tudo => Intervenção do Estado.

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 8 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
CARACTERIZAÇÃO DA DINÂMICA
GEO-DEMOGRÁFICA AFRICANA
Factores que facilitaram a conquista da África pelos exploradores Europeus

1. Variedade de etnias: Muitos países possuem várias etnias, que acabam


discutindo entre si, acabam se dividindo e se dispersando. Por causa disso, eles
acabam se enfraquecendo e sendo dominados muito mais facilmente.

2. Religiosidade: Na África cada etnia tem a sua religião. Algumas religiões são
denominadas de fatalistas. Essas religiões entregam a vida das pessoas ao
destino, como se viessem até a Terra para cumprir um papel (carma). Então,
quando houve a invasão dos países industrializados, não ocorreu nenhuma
espécie de resistência, pois este era o destino deles (ser invadido e dominado).

3. Proximidade com a Europa: Como a África é o continente mais próximo da


Europa, foi o primeiro a ser colonizado, e por causa da curta distancia, ficava
mais fácil para a Europa enviar armamentos, suprimentos e etc.

4. Superioridade económica da Europa: A Europa tinha mais dinheiro disponível


para investir em armamentos, remédios, suprimentos e etc.
Factores que facilitaram a conquista da África pelos exploradores Europeus

4.1. Avanços Tecnológicos: A Europa tinha armamentos bem mais modernos, meios de
transportar o que precisava muito mais rapidamente e etc.

Na corrida imperialista pela posse de colónias na Ásia e na África, países de civilização


tradicional e densamente habitado, como a Índia, a China, a Argélia, foram dominados devido
à superioridade tecnológica e bélica dos europeus. 0 uso de fuzis com carregamento pela
culatra, de navios de guerra movidos a vapor equipados com canhões de longo alcance, etc,
eliminavam qualquer resistência à conquista europeia.

4.2. Avanços da Medicina: A Europa junto com a revolução industrial, evoluiu muito na medicina
criando remédios que curassem os doentes muito mais rapidamente, e que pudesse acabar
com a dor dos feridos também.

4.3. Acção dos missionários: As acções dos missionários foram muito importantes, pois eles iam
desbravando o continente africano, e em caso de guerra podiam contar para os europeus
tudo sobre o relevo, o clima, a vegetação e outros, sobre certa região.

Filipe Monteiro e Guilherme Sachet


África no Planeta Terra
Mapa Político de África
• A África é composta por 55 países independentes, sendo 49 continentais e 6 insulares. Ainda por 4 províncias (territórios nacionais) e mais de 10
territórios estrangeiros. Abaixo, lista de países africanos, cada um com sua respectiva capital e sistema monetário.
• Países Insulares:
• 1. Ilha de Madagascar (Antananarivo / franco malgaxe)
2. Ilhas de Cabo Verde (Cidade de Praia / escudo)
3. Ilhas de Comores (Moroni / franco comorense)
4. Ilhas Maurício (Port Louis / rupia mauriciana)
5. Ilhas São Tomé e Príncipe (São Tomé / dobra)
6. Ilhas Seychelles (Victoria / rupia seichelense)
• Províncias (Estados) e Territórios Nacionais Atuais:
• Bioko (Guiné Equatorial)
Cabinda (Angola)
Katanga / Congo (1)
Zanzibar (Tanzânia)
• Territórios Estrangeiros Atuais:
• Açores (Angra do Heroísmo)
Antártica Francesa
Ascenção
Bassas da Índia
Celta e Melila (Espanha)
Ilha Bouvet
Ilha da Madeira (Funchal)
Ilha Europa
Ilha Juan de Nova
Ilhas Canárias (Las Palmas e Santa Cruz)
Ilhas Glorioso
Maiote (Mamoutzou)
Reunião (Saint-Denis)
Santa Helena (Jamestown)
Tristão da Cunha
• Antigos Territórios e ex-Colônias:
• África Alemã
África do Sudoeste (SWA)
África Equatorial Francesa
África Ocidental Francesa
África Portuguesa
ex-Colônias sul-africanas
KUT (Quênia, Uganda e Tanganica)
Niassa
Rodésia
Rodésia do Norte
Tanganica
Tanger
outras localidades
• Nações Africanas:
• 1. África do Sul (Pretória / rande)
2. Angola (Luanda / kwanza)
3. Argélia (Argel / dinar argeliano)
4. Benin (Porto Novo / franco CFA)
5. Botsuana (Gaborone / pula)
6. Burquina Fasso (Uagadugu / franco CFA)
7. Burundi (Bujumbura / franco burundinês)
8. Camarões (Iaundê / franco CFA)
9. Chade (Ndjamena / franco CFA)
10. Congo, ex-Zaire (Kinshasa / franco congolês)
11. Congo (Brazzaville / franco CFA)
12. Costa do Marfim (Abidjan / franco CFA)
13. Djibuti (Djibouti / franco djibutiano)
14. Egito (Cairo / libra egípcia)
15. Eritreia (Asmará / nakfa)
16. Etiópia (Addis Abeba / birr etíope)
17. Gabão (Libreville / franco CFA)
18. Gâmbia (Banjul / dalasi)
19. Gana (Acra / cedi)
20. Guiné (Conakry / franco guineano)
21. Guiné-Bissau (Bissau / franco CFA)
22. Guiné Equatorial (Malabo / franco CFA)
23. Lesoto (Maseru / maloti)
24. Libéria (Monróvia / dólar liberiano)
25. Líbia (Trípoli / dinar líbio)
26. Malauí (Lilongwe / kwacha)
27. Mali (Bamaco / franco CFA)
28. Marrocos (Rabá / dirrã marroquino)
29. Mauritânia (Nouakchott / ouguiya)
30. Moçambique (Maputo / metical)
31. Namíbia (Windhoek / dólar namibiano)
32. Níger (Niamei / franco CFA)
33. Nigéria (Abuja / naira)
34. Quênia (Nairóbi / xelim queniano)
35. República Centro-Africana (Bangui / franco CFA)
36. Ruanda (Kigali / franco ruandês)
37. Saara Ocidental (El Aaiun / dirrã marroquino)
38. Senegal (Dacar / franco CFA)
39. Serra Leoa (Freetown / leone)
40. Somália (Mogadíscio / xelim somali)
41. Suazilândia (Mbabane / lilangeni)
42. Sudão (Cartum / dinar sudanês)
43. Sudão do Sul (Juba / dinar sudanês)
44. Tanzânia (Dodoma / xelim tanzaniano)
45. Togo (Lomé / franco CFA)
46. Tunísia (Túnis / dinar tunisiano)
47. Uganda (Kampala / xelim ugandense)
48. Zâmbia (Lusaka / kwacha)
49. Zimbábue (Harare / dólar zimbábuano)
Questões para Reflexão:

1. Não se pode falar de África, mas sim de “Áfricas”;


Felippe Pacheco

2. São mais os estereótipos de que os reais problemas da África que determinam a


sua fraca performance, em termos de desenvolvimento socioeconómico;

3. A eleição de Obama, um Afro-Americano como presidente da única


superpotência do mundo, fazendo com que mesmo os que estão do outro lado
da barricada vissem essas eleições como se de Americanos se tratassem,
representa um sinal dos novos tempos, que poderá vir a traduzir-se numa
oportunidade impar para África;
Jorge Gonçalves, RDP África, 08/11/2012

4. Na fuga à miséria, à ignorância e à morte, os africanos são obrigados a correr


enquanto os outros vão simplesmente caminhando.
25 DE MAIO: DIA DE ÁFRICA: Momento para Regozijo ou Ocasião para Reflexão (RxR) - 25 Maio 2011

1. A seguir, uma pequena tábua cronológica “reflexiva” sobre a África e seus Negros, com fatos da Escravidão e da Negritude:
2. Em 1510, tem início o tráfico de escravos da África para a América…
3. 1550 – Primeira leva de escravos africanos chega em Salvador, na Bahia.
4. 1568 – Tem início a escravidão africana no Brasil, onde cada senhor de engenho teve o direito de adquirir até 120 escravos
por ano...
5. 1831 – Uma Lei declara livres todos os escravos que entrassem no Brasil após esta data...
6. 1834 – A escravidão é abolida em todo o Império Britânico.
7. 1845 – A Inglaterra promulga a Bill Aberdeen, que lhe dá o direito de aprisionar qualquer embarcação que traficasse
escravos...
8. 1857 – No Rio Grande do Sul, no Colégio de Artes Mecânicas, a lei mandava recusar matrículas às crianças de cor preta e aos
escravos e pretos, “ainda que libertos e livres”...
9. 1865 – É criada em Pulaski, no estado americano de Tennessee, uma sociedade secreta de nome Klu Klux Klan, que prega o
fim da raça negra. O nome refere-se ao termo grego “kuklos” que significa círculo...

10. 1884 – A África é dividida pelas potências européias na Conferência de Berlim...

11. 1935 – O Estado de Santa Catarina elege a primeira deputada negra do país: Antonieta de Barros.

12. 1948 – O Partido Nacionalista vence as eleições na África do Sul dando início a política conhecida como “Apartheid”.

13. 1964 – Nelson Mandela é preso na África do Sul por se opor ao regime... Libertado depois de 27 anos de prisão
(11/02/1990), ele é eleito presidente da República da África do Sul em 27/04/1994.
• Processo:

1. A divisão do continente africano teve seu início na segunda parte do


século XIX;

2. Porém, foi um pouco depois, na Conferência de Berlim (1884 –


1885) que a delimitação das fronteiras da África atingiu seu ponto
máximo;

3. Nesta conferência foram decididas normas a serem obedecidas


pelas potências colonizadoras;

4. Apesar do intuito inicial da reunião ter sido o de acertar os limites


de interesse económicos destes países na região, não foi possível
alcançar um equilíbrio entre as ambições imperialistas de cada
nação;

5. A partilha da África foi decidida por Rússia, EUA e 14 países da


Europa.
• Principais Protagonistas:
1. Líder do imperialismo na época, a Inglaterra dominou o norte do Mar
Mediterrâneo até o extremo Sul do continente africano, região onde se
encontrava o Cabo da Boa Esperança;

2. Um importante nome britânico neste processo foi o de Benjamin Disraeli,


que conseguiu tomar o Canal de Suez do completo domínio francês e
egípcio;

3. Este canal encurtava a distância entre os centros da indústria européia e as


áreas de colonização da Ásia, além disso, ligava o mar Mediterrâneo ao Mar
Vermelho;

4. Disraeli adquiriu ações do governo egípcio, fazendo com que o canal de


Suez e todo Egito tivessem dupla administração: inglesa e francesa. Já em
1904, o governo inglês apoiou a França na conquista do Marrocos, tendo
como moeda de troca o abandono dos franceses das terras egípcias. Por
fim, em 1885, a Inglaterra ainda anexou o Sudão, país ao Sul do Egito;

5. A França, apesar de ter perdido o Egito para os britânicos, dominava


Argélia, Tunísia, ilha de Madagascar, Somália Francesa, Marrocos e Sudão
(depois dominado pela Inglaterra) desde 1830.
Guerras:

1. Com a constante presença dos europeus no continente africano,


desencadearam-se diversas disputas colonialistas. Uma delas foi a Guerra
dos Bôeres(1899-1902);

2. A Inglaterra, que dominava há muito tempo a Colônia do Cabo (África do


Sul), entrou em conflito com os bôeres – colonos holandeses que
dominavam Orange e Transvaal;

3. A descoberta de ouro e diamantes na região e Joanesburgo, área dos


bôeres, foi o que atraiu o interesse britânico;

4. A Guerra dos Bôeres estourou em 1899 e foi até 1902. A Inglaterra saiu
vitoriosa e anexou o território de Orange e Transvaal às suas colônias.
• Outros países

– A Alemanha dominava a região que atualmente


é conhecida como República dos Camarões,
Togo, sudeste e oriente da África. Já a Itália
deteve o litoral da Líbia, Somália e Eritréia. A
Bélgica ficou com o Congo.
Consequências:

1. Esta divisão, feita de acordo com os interesses


coloniais, criou conflitos na sociedade africana,
problemas étnicos, económicos e políticos;

2. Nenhum regime político funcionou no continente;

3. O socialismo não foi eficiente e os estados capitalistas


tornaram-se tristes exemplos do mau funcionamento
da economia liberal;

4. A miséria que toma a população do continente tem


origens na dívida externa que cresce a cada ano.
Mapa Físico de África
Geografia da África:

-Principais rios: Nilo, Níger, Congo, Limpopo, Zambeze e Orange.

- Clima: Clima Mediterrâneo (chuvas na primavera e outono) no norte e sul;


Clima Equatorial (quente e úmido) no centro.

- Relevo: Monte Atlas (norte), Planalto Centro-Africano (região central), Grande


Vale do Rift com altas montanhas e depressões (leste). Na região norte
destaca-se o Deserto do Saara.

- Cidades mais populosas: Cairo (Egito), Lagos (Nigéria), Kinshasa (R. D. do


Congo), Cartum (Sudão), Johanesburgo (África do Sul) e Gizé (Egito).
Esta é uma lista de países africanos e dependências por população.

Pos País População


- África 934,283,426 26 Guiné 9,947,814
1 Nigéria 135,031,164 27 Ruanda 9,907,509
2 Egito 80,335,036 28 Chade 9,885,661
3 Etiópia 76,511,887 29 Somália 9,118,773
4 Congo-Kinshasa 65,751,512 30 Burundi 8,390,505
5 África do Sul 43,997,828 31 Benim 8,078,314
6 Tanzânia 39,384,223 32 Serra Leoa 6,144,562
7 Sudão 39,379,358 33 Líbia 6,036,914
8 Quênia 36,913,721 34 Togo 5,701,579
9 Marrocos 33,757,175 35 Eritreia 4,906,585
10 Argélia 33,333,216 36 República Centro-Africana 4,369,038
11 Uganda 30,262,610 37 Congo-Brazzaville 3,800,610
12 Gana 22,931,299 38 Mauritânia 3,270,065
13 Moçambique 20,905,585 39 Libéria 3,195,931
14 Madagáscar 19,448,815 40 Lesoto 2,125,262
15 Camarões 18,060,382 41 Namíbia 2,055,080
16 Costa do Marfim 18,013,409 42 Botswana 1,815,508
17 Angola 16,941,000 43 Gâmbia 1,688,359
18 Burkina Faso 14,326,203 44 Guiné-Bissau 1,472,780
19 Malawi 13,603,181 45 Gabão 1,454,867
20 Níger 12,894,865 46 Maurícia 1,250,882
21 Senegal 12,521,851 47 Suazilândia 1,133,066
22 Zimbabwe 12,311,143 48 Comores 711,417
23 Mali 11,995,402 49 Guiné Equatorial 551,201
24 Zâmbia 11,477,447 50 Djibouti 496,374
25 Tunísia 10,276,158 51 Cabo Verde 423,613
52 Saara Ocidental 382,617
53 São Tomé e Príncipe 199,579
54 Seychelles 81,895

Julho 2007 estimativa


Distribuição da População Mundial

Quais são as principais razões para a não existência de População?

5
3
1 2 4
Distribuição da População Mundial

Os Grandes Vazios Humanos:

1. Localização:

A. Nas Regiões Polares e Subpolares;


B. Nos grandes desertos quentes;
C. Nas florestas equatoriais;
D. Nas grandes cordilheiras montanhosas
Distribuição da População Mundial

Os Grandes Vazios Humanos:

1. Causas:

A. Regiões Polares e Subpolares

1. - Clima pouco favorável


2. - Precipitação escassa e em forma de neve;
3. - Período longo sem iluminação solar;
4. - Solos gelados durante quase todo o ano, o que dificulta o crescimento
da vegetação.
Distribuição da População Mundial

Os Grandes Vazios Humanos:

1. Causas:

B. Desertos Quentes

1. - Clima desfavorável;
2. - Precipitação rara, logo existe escassez de água e sem água não há vida;
3. - Grandes amplitudes térmicas diurnas;
4. - Predominam dunas de areia e solos pedregosos.
Distribuição da População Mundial

Os Grandes Vazios Humanos:

1. Causas:

C. Florestas Equatoriais

1. - Clima desfavorável
2. - Precipitações abundantes e temperaturas elevadas durante todo o ano;
3. - Vegetação muito densa;
4. - Os solos quando perdem a cobertura vegetal, são facilmente arrastados
pela água;
5. - O clima quente e húmido favorece a proliferação de insectos e bactérias
responsáveis pela transmissão de doenças infecciosas, Ex: malária
Distribuição da População Mundial

Os Grandes Vazios Humanos:

1. Causas:

D. Cordilheiras Montanhosas
Clima
1. - Clima rigoroso, com baixas temperaturas e queda de neve frequente;
2. - Escassez de oxigénio devido à rarefacção do ar com a altitude;
3. - Grandes desníveis e acentuada inclinação das vertentes;
4. - Solos pobres e demasiado pedregosos.
Distribuição da População Mundial

Os Grandes Vazios Humanos:

1. América

• Áreas de elevada latitude (engloba o norte do Canadá)


• Montanhas rochosas
• Amazónia
• Andes
• Alasca
• Gronelândia
Distribuição da População Mundial

Os Grandes Vazios Humanos:

2. Europa

• Áreas de elevada latitude engloba:

- Parte da Noruega

- Norte da Rússia
Distribuição da População Mundial

Os Grandes Vazios Humanos:

3. África

• Saara
• Calaári
• Namibe
Distribuição da População Mundial

Os Grandes Vazios Humanos:

4. Oceânia

• Interior da Austrália, abrange

• O Grande deserto Vitória.


Distribuição da População Mundial

Os Grandes Vazios Humanos:

5. Ásia

• Cordilheira montanhosa dos Himalaias


• Deserto frio de Gobi
• Elevadas latitudes ( Norte da Rússia, engloba a Sibéria)
As grandes Concentrações Humanas
A- Nordeste dos EUA; B- Europa Ocidental e Central; C- Ásia Meridional;
D- Ásia Oriental
As grandes Concentrações Humanas
A- Nordeste dos EUA

• Causas:

1. Forte industrialização e urbanização verificada ao longo dos sécs. XIX e XX;

2. Oferta de emprego na indústria e serviços, que atrai imigrantes;

3. Existência de boas vias de comunicação;

4. Predomínio de climas temperados;

5. Solos férteis e vastas planícies que permitem a prática de uma agricultura


mecanizada
As grandes Concentrações Humanas
B- Europa Ocidental e Central

• Causas:

1. Grande parte ocupada pela grande Planície Central Europeia;

2. Bons solos agrícolas;

3. Boas vias de comunicação incluindo rios navegáveis;

4. Existência de indústrias e serviços que geram emprego;


As grandes Concentrações Humanas

C e D- Ásia Meridional e Sudeste da Ásia

1. Presença de antigas civilizações;

2. Solos férteis nas planícies aluviais que, no Verão, são inundadas pelas
águas dos rios;

3. Conjugação de temperaturas elevadas e precipitações abundantes que


favorecem a rizicultura;

4. Rápido crescimento de grandes cidades como Xangai, Bombaim…


Vazios humanos/ grandes concentrações humanas

1. A População Mundial encontra-se desigualmente repartida à superfície da


Terra;

2. Factores humanos e naturais influenciam a distribuição da população


sendo responsáveis pela existência de “grandes vazios humanos”, onde a
presença do Homem é rara, enquanto outras regiões são densamente
povoadas, constituindo “grandes focos de concentração demográfica.
(*) Em milhões de toneladas equivalentes de petróleo (TEP) - 1996 (últimos dados disponíveis)

Continentes Área (km²) População PIB Altitude Média Produção de


(Milhões) (US$ bilhões) (Metros) Energia (*)

África 30.272.922 783,7 517,0 750 567,4

América 742.266 69,3 99,4 sem dados sem dados


Central

América do 23.967.436 408,4 9.200,0 720 2.300,0


Norte

América do 17.850.568 345,5 1.500,0 590 447,8


Sul

Ásia 44.397.460 3.678,0 7.100,0 960 3.000,0

Europa 10.349.915 745,5 9.500,0 340 2.250,0

Oceania 8.480.354 30,0 421,6 340 204,0


1. África tem a população que cresce mais rapidamente, a nível mundial e a mais jovem, mais de
metade da população tem menos de 20 anos de idade, em comparação com os 28% na China.
As Nações Unidas estimam que o continente será responsável por mais de 40% do crescimento
da população global até 2030.

2. O potencial económico de África - e as oportunidades de negócio que o acompanham, nos dias


de hoje, são amplamente reconhecidos. O crescimento acelerado desde 2000 fez de África a
segunda região do mundo que cresce mais rapidamente (depois da Ásia emergente e igual ao
Médio Oriente).

3. A pobreza e o desemprego ainda são superiores aos outros mercados emergentes.

4. Com o rápido crescimento económico surgiram os consumidores mais prósperos - e "vice-


versa“.

5. 45% do crescimento total do PIB de África em 2000 (antes da crise financeira estalar em 2008)
resultou dos sectores da economia relacionados com o consumo.

6. Espera-se que, até 2020, mais de metade dos agregados familiares africanos - quase 130
milhões - terá um rendimento discricionário para gastar (ou poupar), contra os actuais 85
milhões.
CARACTERIZAÇÃO DA DINÂMICA
SOCIOECONÓMICA AFRICANA

• “África não é um país, mas sim 56, com outros tantos sistemas e governos”.
Economist Intelligence Unit (EIU)
CAUSAS E/OU CONSEQUÊNCIAS DO
DESENVOLVIMENTO DESIGUAL

1. Tipologias de Sistemas Económicos


2. Categorias de Estruturas Económicas
3. Tamanho e Níveis de Renda
4. Experiência Histórica
5. Dotação de Recursos Físicos e Humanos
6. Importância Relativa dos Sectores Públicos e Privados
7. Estrutura Industrial
8. Dependência Externa: Económica Política e Cultural
9. Estrutura Política e Poder dos Grupos de Interesse
10. As Economias como Sistemas Sociais
11. Integração dos Sistemas Sociais no Sistema Mundial.

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 47 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
CARACTERISTICAS COMUNS DOS PVD's
(CÍRCULO VICIOSO DA POBREZA):
1. Baixos Níveis de Vida
2. Grande Extensão de Pobreza
3. Baixos Níveis de Saúde
4. Baixos Níveis de Produtividade
5. Altas Taxas de Crescimento Populacional e de
Dependência
6. Altas Taxas de Desemprego e de Subemprego
7. Forte Dependência de Produção Agrícola de Pequena
Escala e de Exportação do Sector Primário
8. Forte Dependência das Exportações
9. Dominação, Dependência e Vulnerabilidade nas
Relações Internacionais

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 48 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
“Lula da Silva concluiu ontem em Adis Abeba, a sua visita à África, no entanto fica a
dúvida se o Brasil está a seguir a sua estratégia imperial, visando a exploração dos
recursos naturais do continente africano, tal como a China, a India e a Rússia ou,
como tem muito para dar, em termos de know-how, se está a aprofundar a sua
estratégia de cooperação sul-sul, abrindo novos mercados” ?

RDP África, 22/11/2012


1. Dadas estas tendências, as indústrias de consumo do continente devem crescer mais de 410
mil milhões de dólares até 2020 - mais de metade do aumento da receita total que todas as
empresas devem gerar em África até ao final da década. Mas, para muitas empresas que
entram em África ou que aí procuram expandir-se a partir de uma base local, o desafio agora é
obterem uma melhor compreensão do mercado e dos seus consumidores.

2. Os dez países - Argélia, Angola, Egipto, Gana, Quénia, Marrocos, Nigéria, África do Sul, Sudão
e Tunísia - contabilizaram 81% do consumo privado de África, em 2011. Mas, em todo o
continente, as oportunidades de mercado para as empresas estão mais concentradas nas
cidades do que em determinados países. Consultora McKinsey Africa Consumer Insights Center

3. Com 40% da sua população a viver nas cidades, África é mais urbanizada do que a Índia (30%)
e quase tão urbanizada quanto a China (45%). Em 2016, mais de 500 milhões de africanos
viverão em centros urbanos e o número de cidades com mais de um milhão de pessoas deverá
chegar às 65, contra as 52 em 2011 (a par com a Europa e superior à Índia e à América do
Norte).

4. Este desenvolvimento é extremamente importante para as empresas de consumo. Os gastos


das famílias urbanas em África estão a aumentar duas vezes mais do que os gastos das
famílias rurais, com rendimentos urbanos "per capita", em média, 80% mais elevados do que
os rendimentos dos países como um todo.
5. A faixa etária entre os 16 e os 34 anos já contribui para 53% do
rendimento nos centros urbanos. Os hábitos de consumo dos jovens são
bem diferentes dos hábitos de consumo dos mais velhos. Os mais jovens
são duas vezes mais propensos a pesquisar informação "on-line" e a
procurar produtos e lojas que reflectem a "imagem certa". São também
mais instruídos, 40% dos indivíduos com idades entre os 16 e os 24 anos
têm o ensino secundário completo, em comparação com apenas 27% dos
indivíduos com 45 anos ou mais.

6. Essas características apontam para uma grande mudança nos hábitos de


consumo dos africanos, à medida que estes grupos etários, o aumento dos
seus rendimentos e os seus comportamentos e critérios de decisão se
tornam na norma social.

7. Muitas empresas - principalmente as multinacionais que estão habituadas


às populações mais velhas dos países desenvolvidos - terão de se adaptar
em conformidade.
Apesar das profundas disparidades sociais e políticas existentes no continente africano,
diversos países africanos têm obtido crescimento económico positivo, principalmente, a
partir da expansão da exploração e exportação de matérias-primas como os produtos
agrícolas, de mineração e petróleo.
Caracterização da Economia Africana:

1. A África é um continente com, aproximadamente, 30,27 milhões de


quilómetros quadrados de terras. Estas se localizam parte no hemisfério norte
e parte no sul. Ao norte é banhado pelo mar Mediterrâneo; ao leste pelas
águas do Oceano Índico e a oeste pelo Oceano Atlântico. O Sul do continente
africano é banhado pelo encontro das águas destes dois oceanos.

2. A África é o segundo continente mais populoso do mundo (fica atrás


somente da Ásia). Possui, aproximadamente, 820 milhões de habitantes
(estimativa 2011).

3. É um continente basicamente agrário, pois cerca de 63% da população


habitam o meio rural, enquanto somente 37 % moram em cidades.
Caracterização da Economia Africana:

4. No geral, é um continente pobre e subdesenvolvido, apresentando baixos


índices de desenvolvimento econômico. A renda per capita, por exemplo, é de,
aproximadamente, US$ 850,00. O PIB (Produto Interno Bruto) corresponde a
apenas 1% do PIB mundial. Grande parte dos países possui parques
industriais pouco desenvolvidos, enquanto outros nem se quer são
industrializados, vivendo basicamente da agricultura.

5. O principal bloco econômico africano é o SADC (Southern Africa


Development Community), formado por 15 países: África do Sul, Angola,
Botswana, República Democrática do Congo, Lesoto, Madagascar, Malaui,
Maurícia, Moçambique, Namíbia, Suazilândia, Seychelles, Tanzânia, Zâmbia e
Zimbábue.
Caracterização da Economia Africana:

6. Além da agricultura, destaca-se a exploração de recursos minerais como,


por exemplo, ouro e diamante. Esta exploração gera pouca renda para os
países, pois é feita por empresas multinacionais estrangeiras, principalmente
da Europa.

7. Os países africanos que possuem um nível de desenvolvimento um pouco


melhor do que a média do continente são: África do Sul, Egito, Marrocos,
Argélia, Tunísia e Líbia.
Caracterização da Economia Africana:

8. Além da agricultura, destaca-se a exploração de recursos minerais como,


por exemplo, ouro e diamante. Esta exploração gera pouca renda para os
países, pois é feita por empresas multinacionais estrangeiras, principalmente
da Europa.

9. Os países africanos que possuem um nível de desenvolvimento um pouco


melhor do que a média do continente são: África do Sul, Egito, Marrocos,
Argélia, Tunísia e Líbia.
Caracterização da Economia Africana:

10. Os principais problemas africanos são: fome, epidemias (a AIDS é a


principal) e os conflitos étnicos armados (alguns países vivem em processo de
guerra civil).

11. Os índices sociais africanos também não são bons. O analfabetismo, por
exemplo, é de aproximadamente 40%.

12. As religiões mais presentes no continente são: muçulmana (cerca de 40%)


e católica romana (15%). Existem também seguidores de diversos cultos
africanos.

13. As línguas mais faladas no continente são: inglês, francês, árabe,


português e as línguas africanas.
14. Apesar de ser um continente com recursos naturais abundantes (como o minério,
a madeira e o petróleo), a economia africana apresenta uma atividade comercial
com outros países extremamente difícil.

15. A precariedade na infra-estrutura, a instabilidade no governo, a corrupção e o


impacto da AIDS na população economicamente activa, acabam por inviabilizar
as relações comerciais entre o continente e o resto do mundo, tornando a
agropecuária a maior fonte de renda de mais da metade de todos os africanos.

16. A corrupção, uma das maiores causas do não investimento no continente, é,


consequentemente, muito alta nesses países. Dos vinte países mais corruptos do
mundo, oito são africanos, segundo a Transparência Internacional.

17. Um terço de toda a APD dada por países no mundo, são para a África (de acordo
com a OCDE). Entretanto, dessa ajuda, é cobrado do país que a recebe, a
implementação de determinada política, para comprar bens e serviços do país
doador (Ajuda Ligada).
18. A economia africana apesar de apresentar muitas dificuldades, actualmente
vem crescendo muito. Estima-se que Angola cresceu 15% no ano passado, e o
continente como um todo, 5%. Uma explicação para isso, é a alta nos preços de
produtos como o petróleo e o minério, que tiveram seus preços aumentados 90 e 70
por cento respectivamente .

19. Até 2016, revela um relatório do Economist Intelligence Unit (EIU), que coloca
também Moçambique entre os 10 mercados africanos com mais potencial.

20. No relatório “Para dentro de África: Oportunidades de negócio emergentes”, o


gabinete de estudos da revista "Economist" conclui que:

- O papel das economias africanas ainda representa apenas 3% da economia


global

- A África subsaariana (excluindo a África do Sul) representa menos de metade do


Produto Interno Bruto do continente.

- Segundo as estimativas do EIU, pelo menos 28 países do continente africano


deverão crescer a uma média anual superior a 5% nos próximos cinco anos.
21. Em 2011, a previsão de crescimento do continente oscilou de 5% a 6% ao ano. Nos
anos de 2008 e 2009, durante a crise financeira mundial, foi o único continente que
cresceu entre 2% e 3% ao ano. A média almejada pela economia africana é manter média
de crescimento de 5% ao ano. A economia mais desenvolvida da região, a África do Sul,
foi a primeira a sentir os efeitos da recessão em 2009, ano em que sua economia
atingiu 1,8 % de crescimento, saltando para 2,8% em 2010. Para o período de 2011 e
2012, o FMI previu crescimento médio de 3,5% para a pátria de Nelson Mandela.

22. A tendência de crescimento da economia sul-africana ocorre pelo aumento do


consumo das famílias e de reforços nos investimentos a partir de taxas de juros
mais baixas e pela ampliação da exploração mineira. No continente, os principais
produtores de petróleo, como Angola e Nigéria, trabalham com média de crescimento
de até 7,25 % em 2012. Porém, esses países estão protegidos da crise mundial por não
possuírem forte integração nas redes industriais e financeiras do resto do mundo.

23. Os países mais pobres da África Subsaariana iniciaram um ritmo de recuperação de


crescimento em 2010, quando atingiram 5,8% ao ano, com perspectivas de
crescimento de 5,9% e 6,5% nos anos de 2011 e 2012. O governo de Gana, por
exemplo, esperava uma taxa de crescimento de 13,5% em 2011. Dentre os países em
recessão, a Costa do Marfim se destacou ao enfrentar uma forte crise após as eleições
realizadas em 2010, porém, o FMI planejou uma normalização do crescimento do país a
partir de 2012, com previsão de crescimento de 8,5%.
24. Numa visão conjuntural, segundo especialista, a África de hoje é um continente
que não depende mais directamente do ritmo económico europeu. Nos últimos
anos tem conseguido atrair investimentos e desenvolver sectores de extracção
e de produção de riquezas, incluindo a busca de novos parceiros económicos da
Ásia.

25. A China tem sido o principal parceiro do continente, grande interessado no


petróleo africano. Segundo a UNITAR (Instituto das Nações Unidas para a Formação
e Pesquisa), a África manterá seu ritmo de crescimento, em virtude da crescente
procura pelas suas matérias-primas, principalmente, por economias emergentes
como China, Índia e Brasil.
26. E como se não bastasse evidenciando este facto perante os números e o tempo, o Cabo-
Verdiano António Carlos Tavares na sua Tese de Doutoramento aceite pelo comité do juri
do Instituto Universitário General Gutierrez, Espanha em 2008, enumerava o seguinte
quanto ao solo do nosso querido continente luminoso, pois a África conta com:

a. 9% da reserva mundial de petróleo – 100.000 milhões de barris, com características


geológicas extraordinárias, o nível de êxito das perfurações é de 5º%, enquanto que no
resto do mundo é de uns 10%.

b. 90% de reserva mundial de cobalto, 90% de platina, 40% de ouro, 98% de cromo, 64%
de magnésio e um terço das reservas urânio.

c. Por exemplo, o Golfo da Guiné produz, na actualidade, mais de 15% do ouro negro que
os Estados consomem ou seja, o Golfo da Guiné abastecerá 25% de consumo dos
Estados Unidos em 2015.

d. A República Democrática do Congo, que se situa no coração de África, é o mais rico país
do continente no que toca a recursos naturais, contando com 30% da reserva mundial
de cobalto, 1º % de cobre, além de ouro, urânio e, o mais importante, o petróleo. Além
disso, por esse território dentro passa o Rio Congo, comparável ao amazonas no Brasil e
contém 40-50% das reservas de água do continente”.
No entanto, sublinha que este grupo de países está a crescer mais depressa
do que qualquer outro no mundo e que os investidores estão a acordar para o
enorme potencial da região: “A corrida para participar no crescimento africano
já começou”.

Sectores com Maior Potencial de Crescimento:


1.Agricultura
2.Agro-indústria
3.Infra-estruturas
4.Serviços e os bens de consumo

Maiores Dificuldades:
1.Corrupção, que continua a aumentar
2.Ineficiência dos serviços públicos
3.Risco político
4.Falta de mão-de-obra qualificada.
Aconselhamentos Estratégicos (EIU)

Aconselha os investidores a prepararem-se bem para as oportunidades, os


riscos e o potencial;
CARACTERIZAÇÃO DA DINÂMICA
POLÍTICO-MILITAR AFRICANA

• “Estou farto da democracia, a FRELIMO tem que renegociar com a RENAMO os


termos do acordo de paz assinado, redistribuindo de forma mais justa a riqueza
entre as partes”.
Afonso Djakama
Gestão de Conflitos vs. Desenvolvimento Socioeconómico

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 70 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
^ Intensidade
de Conflito

Escalada
Violência Contracção
Manifestação Mitigação
Latente Resolução
Tempo >
DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 71 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
I. Guerra em África:

1. Causas:

i. Baixo PIBpc, pobreza e desigualdade extrema

ii. Inércia em relação à “abertura” política / Má Governação

iii. Diversidades étnicas

iv. Guerra como “fim” ao invés de “meio”

v. Guerra como negócio (pilhagens, saques e expropriações)

vi. “Senhores da Guerra”, aos quais não se pode confiar a paz

vii. Economia da guerra

viii. Globalização => Máfia, corrupção, > economia informal

ix. Factores históricos, sociais e culturais

x. Violência endémica a m/l prazo – generalização de conflito, caos e


manutenção do poder a qualquer custo

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 72 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
I. Guerra em África:

2. Consequências:

i. Reconversão lenta

ii. Resistência em relação ao regresso ao campo, principalmente dos


jovens

iii. Dificuldade de reposição logística e infra-estrutural

iv. Produção agrícola só para auto-consumo

v. “Posição de S. Tomé” para os investidores externos – Ver para querer

vi. Necessidade de equilíbrio macroeconómico => Imposição de plafond


de crédito

vii. Inércia em relação à redução das despesas militares e do peso militar

viii. “Free Riding” (boleia) para alguns desinteressados

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 73 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
III. Dividendo da Paz:

1. Custo da Paz:
1. Custo de aproximação
2. Custo de negociação
3. Custo de manutenção da paz

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 74 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
III. Dividendo da Paz:

2. Económico / Político / Social

i. Expectativa do fim do conflito

ii. Acção colectiva para a paz

iii. Programa de desmobilização e reintegração

iv. Paz = Bem público para consumo interno e regional

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 75 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
Dinâmica de Conflitos e o Processo de
Desenvolvimento em África
Esta é uma lista de conflitos militares modernos (pós-coloniais) dentro da
região Norte Africana (incluindo também o Magrebe).
Norte da África (sub-região pela ONU) geográfica, incluindo acima
Obs:

1. "Moderno" é definido como período pós-Primeira Guerra Mundial (pós-


colonial), de 1918 até hoje.

2. A definição "Norte da África" é aproximadamente sobreposto ao termo


árabe Magrebe.

3. "Conflito" é definido como um incidente separado com mais de 100


vítimas.

4. Em todos os casos os conflitos são listados pelo total de óbitos, incluindo


sub-conflitos (especificados abaixo).
Lista cronológica de guerras do século XXI:

2001-presente: Guerra ao Terrorismo


1997-presente: Terrorismo islâmico no Egito
2002-presente: Insurgência islâmica no Magreb
2002-presente: Operação Liberdade Duradoura - Chifre da África
2006: Ascensão da União das Cortes Islâmicas
2006 - 2009: Guerra da Etiópia na Somália
2007 - atual: Operação Liberdade Duradoura - Trans Saara
2009 - atual: Guerra civil islâmica na Somália
2009 - atual: Insurgência na Nigéria
2002 - 2003: Guerra civil da Costa do Marfim
2003-presente: Conflito em Darfur
2004: Confrontos franco-marfinense de 2004
2004 - presente: Conflito no Delta do Níger
2004-presente: Guerra Civil na República Centro-Africana
2004-presente: Conflito de Kivu
2005-presente: Guerra Civil no Chade
2005 - 2008: Insurgência no Monte Elgon
2007-presente: Segunda Revolta Tuaregue
2007 - 2008: Crise queniana
2008: Invasão de Anjouan de 2008
2008: Conflito fronteiriço Djibuti-Eritreia
Vítimas separadas
[a].↑ Campanha Norte-Africana (cifra combinada ~1,000,000 mortes):
Campanha do Deserto Ocidental - 50,000 vítimas
Batalha do Cabo Bon - 900+ vítimas
Ataque em Alexandria (1941) - 8 vítimas
Ação no Cabo Bougaroun - 27 mortes
Mers al-Kbir - 1,299 mortes
Operação Tocha - 1,825 mortes
Campanha da Tunísia - ~376,000 mortes

[b].↑ Disputa da Frente Polisário pela independência: mortes combinadas 14,000:


Conflito do Saara Ocidental - 7,000 marroquinos, mauritanos e soldados franceses mortos, 4.000 membros da Polisário mortos;
3.000 civis mortos.
Intifada de Independência (Saara Ocidental) - desconhecidas.
Protesto no acampamento Gdeim Izik - 18-36 mortes.

[c].↑ Rebelião tuaregue (1990-1995) com, pelo menos, 650-1,500 mortes combinadas:
Massacre Tchin-Tabaradene - 650-1,500 civis mortos.

[d].↑ Primavera Árabe cifra de vítima combinadas 26,200-31,200:


Revolução Egípcia de 2011 - 846 mortos
Consequências da Revolução Egípcia - 72 mortos.
Revolução Tunisiana - 224 mortos
Guerra Civil Líbia - 25,000-30,000 mortos
Protestos no Saara Ocidental em 2010-2011 - 1 morto
Protestos na Argélia em 2010-2011 - 8 mortos
Protestos em Marrocos em 2011 - 1 morto
Protestos no Sudão em 2011 - 1 morto
A SAGA DOS NÚMEROS E DO TEMPO

1. Perante um nascimento sociopolítico milenar difícil e face a uma adolescência atrofiada


perene, do primitivismo a modernidade, dos oceanos e mares aos continentes e ilhas, das
guerras fratricidas às pazes anunciadas, do conflito tempestade no deserto à odisseia ao
amanhecer, continuamos a assumir mesmo que no MUNDO os números e o tempo
dominam a vida dos seres humanos, entre Deus e homens.

2. A África não escapa à bissectriz desses dois braços do ângulo obtuso da verdade: os
Números e o Tempo. À medida que o tempo passa e ela, a África, não deixa de ser um
continente de referência como berço da humanidade, um continente de recursos onde
o seu dinheiro ou dinheiro dos seus próprios filhos encontra-se só seguro na Europa
pronto a ser congelado, um continente luminoso de uma adolescência atrofiada,
conturbada e caótica, os números e o tempo estão sempre presentes. O caos é que
parece ser a ordem preferível para melhor se reinar e tirar dividendos, saquear e
roubar, e continuar a aprender eternamente como pescar ou então pedir peixe para
matar a fome. Enfim, desde os velhos tempos isso foi assim e torna-se necessário com a
leitura tirarmos ilações como se lê nos textos preambulares do Romance Latitude 63.
3. “Os números e o tempo condicionam a vida dos seres humanos desde os velhos tempos
até aos nossos dias, que também são tempos, mas novos. Os números então, estão em
todo lugar, em todos os tempos e em todas as coisas, na guerra fratricida ou na paz
tranquila, na fome privativa ou na abundância regalada, na astronomia ou na astrologia,
na engenharia ou na medicina, na física ou na química, até na própria língua e na escrita
diversa e dispersa.

4. Nas reportagens, nos registos estatísticos e contabilísticos, nos julgamentos ou nas


declarações policiais, nas crónicas jornalísticas e literárias, na beleza e na formosura, os
números e tempo estão sempre presentes, no conjuntivo ou no indicativo, no pretérito
ou no futuro. Não é em vão que os santomenses recorrendo as raízes exprimem “ tempu
tempu sa mandjoka, zelason di ké ka bêlê” que quer dizer, aconteça o que acontecer com o
número dos anos as gerações triunfarão, ou seja como dizem os optimistas, alguns de
nós podemos ficar pelo caminho, mas a revolução continua” pelo progresso e
desenvolvimento, pela PAZ e Concórdia. A Paz em português escreve-se com três letras
do alfabeto como se estivesse a benzer e, a Concórdia escreve-se com nove letras como
se estivesse a procurar a plenitude. Entre o benzer e a plenitude, entre a racionalidade e a
convicção, a África encontrará o seu destino comum?!
Em 2004, a Comissão Africana divulgava um trabalho de aturada investigação, um documento
sobre o título “AFRICA-NOSSO DESTINO COMUM – Documento de Orientação “- onde os
números e o tempo estando bem evidentes deitavam lágrimas de negro sobre o papel
branco chamando a atenção dos Africanos para, no quadro da Africanidade fecunda na
história e na geografia, ultrapassando, o islão, o cristianismo, a colonização, os Africanos
de norte a sul, do leste a oeste, ultrapassando as raças e crioulização, ELES, (os Africanos),
lessem e reflectissem a favor do continente. Era como que o texto descrito com
sentimento mencionasse o seguinte:

1. Nos últimos 40 anos, a África viu-se confrontada com conflitos que ganharam contornos
inter-Estatais, intra-Estatatais, étnicos, religiosos e económicos.

2. Enquanto o SIDA atacava em 1998, 2 milhões de pessoas, na mesma altura os conflitos


ceifavam as vidas de 200 mil pessoas.

3. Como facto evidente, cerca de 26 conflitos armados despoletaram em África entre 1963
e 1998, afectando 474 milhões de pessoas entre 1963 e 1968, afectando 474 milhões de
pessoas, ou seja 61% da população do continente.

4. No espaço além subshariano cerca de 79% da população foi afectada na África do Leste,
73 na África Central, 64% na África do Oeste, enquanto 51% de pessoas sentiram-se
afectadas na parte de norte de África e cerca de 21% na zona de sudoeste africano.
5. Dos 75 à 80% de conflitos registados no continente desde 1945, cerca de 40
deles, foram guerras civis, algumas das quais duraram décadas. Por exemplo, as
guerras no Chade duraram ou duram 40 anos, no Sudão duram outros 37 anos,
na Eritreia já duram 36 anos de guerra, em Angola felizmente os irmãos já se
entenderam e a guerra durou 27 anos, enfim, isto para não mencionarmos outros
casos antigos e recentes.

6. Estas guerras incidiram-se ou distribuíram-se por três espaços territoriais do


continente, como por exemplo:
a. O Corno de África - envolvendo a Etiópia, o Sudão, a Eritreia, a Somália;
b. O Sudoeste de África - retumbando cerca de 12 conflitos;
c. A África do Oeste - envolvendo cerca de guerras;
d. O Norte de África - por sua vez só se tem a assinalar o caso da Argélia.
7. Uma das consequências desses conflitos armados tem a
ver com o sindroma dos refugiados. Em 2001 por
exemplo, na África Central e no Corno de África
confrontou-se com o problema de 9,6 milhões de
refugiados ou pessoas deslocadas dos seus locais de
residência, em virtude de conflitos armados.

8. Na verdade, desde as independências e anos que


sucederam o século passado, a África viveu cerca de
trinta conflitos que resultaram em 7 milhões de mortos,
13 milhões de deslocados e 5 milhões de refugiados.

9. Estima-se que os danos económicos causados pelos


conflitos armados andam a volta de 250 biliões de
dólares norte americanos, só para o período de 1980 à
1986.
25 DE MAIO, DIA DA ÁFRICA: O MOMENTO É DE RIGOZIJO OU DE REFLEXÃO

“Não há nada que substitua a independência dos países, não há nada que pague a liberdade e o progresso.
Pois, a liberdade é a pátria dos Homens. Por isso, do primitivismo ao colonialismo, da escravatura ao
abolicionismo, ninguém quererá retroceder”.
Alda Graça Espírito Santo

• Cada dia 25 de Maio, dia da África, deve ser um momento sempre e sempre de muita reflexão na perspectiva
da procura de um norte para o continente, de modo a sustentar o desenvolvimento e estar em condições de
revelar a sua importância na contribuição para o desenvolvimento do mundo, assim como de se auto-
defender, na base do princípio de respeito e interdependência mútuos.
25 DE MAIO: DIA DE ÁFRICA: Momento para Regozijo ou Ocasião para Reflexão (RxR) - 25 Maio 2011

• Os continentes, as ilhas, os oceanos e os mares que hoje formatam a estrutura do nosso planeta Terra,
nem sempre tiveram a configuração de que hoje convivemos com eles. Os estudos geológicos apontam
que a Terra era há milhares e milhares de anos uma única massa acima das águas e, que o continente mais
antigo de que a geologia tem memória chamava-se Pegália. Foi este continente que deu origem a
movimento de formação de vários outros continentes como a Gondwana e a Laurásia por volta de 500
milhões de anos atrás, que por sua vez continha os continentes como a América do Sul, a África, a Índia,
a Antárctica e a Austrália.

• A África teve o seu nascimento geofísico provavelmente a cerca de 130 milhões anos.

• Origem do nome África, sendo que dentre muitas hipóteses a palavra África provém de Avriga, nome
atribuído a uma tribo bérbere que habitava o norte do continente, entre a Tunísia e Argélia.

• No entanto, o nascimento histórico político e sociológico do continente ocorreu oficialemnte em 25 de


Maio de 1963 com a criação da Organização da Unidade Africana (OUA) com o objectivo de descolonizar
o continente, cuja consagração deste anseio ocorreu em 9 de Setembro de 1999 em Sirtre-Líbia,
transformando a Organização em União Africana (UA). Neste sentido o 25 de Maio de 2011 foi um
momento de Regozijo ou de Reflexão (RxR)?

• O dia 25 de Maio é o Dia da África.

• No dia 25 de Maio é comemorado o Dia da Solidariedade aos Povos da África Austral, instituído pela
ONU em 1972.

• A descoberta do Hemisfério Ocidental criou a necessidade de mão-de-obra barata para exportar os


recursos descobertos; o que trouxe uma grande expansão da escravidão em 1500.
25 DE MAIO, DIA DA ÁFRICA: O MOMENTO É DE RIGOZIJO OU DE REFLEXÃO?

1. Embora o Africano depois de vários séculos de existência ainda


não se descobriu, pois ficamos com a sensação de que o Africano
não se encontrou, ou ainda não se encontrou consigo mesmo.
Embora ele chegasse a fase de se parecer com o que devia ser,
ou seja Kakôlô, ele passasse da fase de vítima ao carrasco, de
dirigido para dirigente, em que o culpado é ele mesmo;

2. Embora as estatísticas demonstram segundo o relato do


documento da União Africana de 2004 de que:
 Dos 48 País Menos Avançados do Mundo, 33 deles se
encontram em África, nomeadamente, Angola, Benin, Burkina
Faso, Burundi, República Central Africana, Chade, Comoros,
República Democrática do Congo, República do Congo, Djibuti,
Guiné Equatorial, Eritreia, Ethiopia, Gambia, Guiné Conakry,
Guinea – Bussau, Leshoto, Liberia, Madagascar, Malawi, Mali,
Mauritaania, Moçambique, Niger, Sao Tome and Principe,
Senegal, Sierra Leone, Somalia, Sudan, Togo, Uganda, Tanzânia e
Zâmbia;
3. Há países africanos que num espaço de trinta e seis anos de independência nacional houve duas
Repúblicas. Durante este período houve vinte oito (28) Governos repartidos em catorze para cada
lado.

4. Na Primeira República, o fundamento para explicação de tantos Governos liderados por um só


Partido de acordo com os ditames da história prende-se talvez com guerras intestinais no seio do
próprio Partido que resultou em mudança tácita de mono-partidarismo para o multi-partidarismo.

5. Na Segunda República, já em plena democracia multipartidária a coisa parece ser mais complicada
quando, de acordo com algumas Constituições a vigência dos Governos é de quatro anos e dos
Presidentes da República de cinco, no entanto, multiplicam-se os governos (oficiais e de gestão) e
presidentes de morte precoce.

6. Exemplo: em S. Tomé e Príncipe após trinta e seis anos de independência tenha havido 30 Governos
(28 + 2 de gestão), três Presidentes da República, muitas crises governamentais, muitas irrealizações
conforme se preconizava. Embora os dois maiores partidos do país, o MLSTP/PSD e o PCD enfrentam
crises de liderança devido a vários factores que não importa mencioná-los agora, ( o primeiro mais
visível e complicado que o segundo, o segundo menos disfarçado e tacitamente consensual que o
primeiro), pois deveriam ter em conta as responsabilidades que caem sobre os seus ombros,
nomeadamente, a fundação da nação santomense pelo primeiro e, a pilotagem da introdução da
democracia pelo segundo, ao ponto de pensar-se que os dois partidos são pratos da mesma balança
de libertação;

7. Alguns estudiosos costumam interpretar a existência desses vinte oito Governos surgidos na
República como fenómeno instabilidade.
7. Nos momentos áureos da colonização das ilhas de século XVI à XVIII em que as instituições do
governo colonial não se entendiam, em que as rivalidades entre a sociedade civil, o poder político e
o clero se destacavam.

8. Essas rivalidades duraram até a entrada do século XX com a abolição da escravatura disfarçada, em
que um Governador para fazer uma visita a qualquer Roça, tinha que fazê-lo por escrito e com
antecedência, senão ser-lhe-ia expulsa e vedada a entrada, como fizeram um Governador, segundo
contam, que foi enviado para S. Tomé para cumprir as suas funções, as autoridades camarárias
reencaminharam-no de volta para Portugal por ter sido um imbérbe.

9. A União Africana nascida com a sucessão da Organização da Unidade Africana quase não pode
existir porque os Estados não são estáveis e nem estão unidos, ou ainda não se encontraram.

10. A União tem que existir no seio de cada Estado de modo que todos em nome da União tenham a
Vez, a Voz e a Imagem do Continente vincadas no seio da comunidade internacional em nome da
PAZ e da Concórdia (RxR).

11. Embora a Organização da Unidade Africana (OUA) nascida em 1963 em Addis Abeba tenha
transitado para a União Africana em Sirtre Líbia em 9 de de Setembro de 1999, estando sem forças
para agir verbalmente, junto da comunidade internacional nos assuntos que afectam toda a
comunidade e, especial os africanos em geral, de norte à sul, de este a oeste, sendo incapaz de dizer
“Oh Africanos Acordem”.
CONCLUSÃO:

1. Cada dia 25 de Maio, dia da África, deve ser um momento sempre e sempre de muita reflexão na
perspectiva da procura de um norte para o continente, de modo a sustentar o desenvolvimento e
estar em condições de revelar a sua importância na contribuição para o desenvolvimento do mundo,
assim como de se auto-defender, na base do princípio de respeito e interdependência mútuos.

2. Os números e o tempo falam por tudo quanto existe neste mundo, incluindo a África que ocupa o
terceiro lugar em extensão depois da Ásia e das Américas, cobrindo um espaço de cerca de trinta
milhões de quilómetros quadrados, correspondente a 20% das terras emersas. Essas terras emersas
onde a glória e a dor se desenham, onde a História como agência reitora da Humanidade relegou-nos
o 25 de Maio.

3. Cada 25 de Maio constitui sempre um momento de se reter o presente, rever o passado e preparar o
futuro do continente africano. A retenção, a revisão e a preparação distinta destes espaços, passa por
um equilíbrio sereno a estabelecer como momentos de algazara e proposta de iniciativas para mudar
e mudar o perfil deste espaço mãe de todos nós, nascido há milhares e milhares de anos, o berço da
humanidade, onde todas as escavações paleotológicas relataram a origem e a idade dos seres
humanos.

4. No entanto essa mãe de todos nós gostaria de assistir num mundo globalizado segundo os passos da
Histósria o cumprimento tão necessário dos Objectivos do Milénio, que os homens e mulheres de
África e de outros continentes agrupados numa Organização chamada Nações Unidas, decidiram dar
corpo como compromisso, baseado naquilo que assumiram ser os valores fundamentais e essenciais
para as Relações Internacionais no século XXI, nomeadamente, seriam a Liberdade, a Igualdade, a
Solidariedade, a Tolerância, o Respeito a Natureza e a Responsabilidade Comum.

5. Sobretudo na Responsabilidade Comum e através de uma Parceria Mundial deveríamos ter uma
consideração especial pela África de norte ao sul, de leste ao oeste, comungando a africanidade na
procura da Paz e da Concórdia. Mas, no meio dessa reflexão festejemos mesmo assim.
CAP. 2. CONTEXTUALIZAÇÃO DA ECONOMIA
AFRICANA NO ÂMBITO DOS PVD’S
O DESAFIO DO DESENVOLVIMENTO EM ÁFRICA
CARACTERISTICAS COMUNS DOS PVD's
(CÍRCULO VICIOSO DA POBREZA):
1. Baixos Níveis de Vida
2. Grande Extensão de Pobreza
3. Baixos Níveis de Saúde
4. Baixos Níveis de Produtividade
5. Altas Taxas de Crescimento Populacional e de
Dependência
6. Altas Taxas de Desemprego e de Subemprego
7. Forte Dependência de Produção Agrícola de Pequena
Escala e de Exportação do Sector Primário
8. Forte Dependência das Exportações
9. Dominação, Dependência e Vulnerabilidade nas
Relações Internacionais

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 97 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
CAUSAS E/OU CONSEQUÊNCIAS DO
DESENVOLVIMENTO DESIGUAL

1. Tipologias de Sistemas Económicos


2. Categorias de Estruturas Económicas
3. Tamanho e Níveis de Renda
4. Experiência Histórica
5. Dotação de Recursos Físicos e Humanos
6. Importância Relativa dos Sectores Públicos e Privados
7. Estrutura Industrial
8. Dependência Externa: Económica Política e Cultural
9. Estrutura Política e Poder dos Grupos de Interesse
10. As Economias como Sistemas Sociais
11. Integração dos Sistemas Sociais no Sistema Mundial.

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 98 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
OBJECTIVOS DO MILÉNIO até 2015
1. Reduzir para metade a Pobreza Absoluta e a Fome (Pax a viver com menos de 1
Dólar 1990-2015 – 41,7% taxa de desempenho africana;

2. Assegurar a Educação Primária Universal – Taxa líquida de escolarização no ensino


primário – 50,0% taxa de desempenho africana;

3. Promover a Igualdade dos Sexos e a Autonomia das Mulheres – Equidade de


Géneros em todos os níveis N.º Raparigas/N.º Rapazes no ensino primário – 67,9%
taxa de desempenho africana;

4. Reduzir em 2/3(67%) a Mortalidade Infantil (< 5 anos) - 32,7% taxa de desempenho


africana;

5. Melhorar a Saúde Materna – reduzir em ¾(75%) a taxa de mortalidade materna –


26,9% taxa de desempenho africana;

6. Combater o VIH/SIDA, o Paludismo e Outras Doenças – 8% taxa de desempenho


africana;

7. Assegurar um Ambiente Durável – Sustentabilidade Ambiental-População com


acesso durável a água potável – 60,4% taxa de desempenho africana;

8. Criar uma parceria global para o desenvolvimento.

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 99 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
Classificação dos Países por IDH - PNUD

1. Desenvolvimento Humano Elevado - IDH>= 0,8

2. Desenvolvimento Humano Médio - 0,5=< IDH =< 0,799

3. Desenvolvimento Humano Baixo - IDH < 0,5

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 10 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
COMO INDUZIR O DESENVOLVIMENTO EM ÁFRICA?

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 10 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
MEDIDAS PARA INDUZIR O DESENVOLVIMENTO:

1. Disponibilização de dinheiro barato;

2. Novas parcerias entre os sectores empresarial e


familiar;

3. Desenvolvimento do capital humano;

4. Redução das distâncias relativas (através do reforço


das infraestruturas);

5. Reconstrução/reforço da capacidade (tecido) institucional.

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 10 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
CAP. 3. SISTEMA DE FINANCIAMENTO INTERNACIONAL
E O DESENVOLVIMENTO NOS PVD’s

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 10 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
Sistemas de Financiamento
do Desenvolvimento

S-I=X-M S<I=>M>X I-S=M-X=F

I>S F>0 - Financiamento Externo

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 10 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
Sistema de Financiamento do Desenvolvimento

Financiamento
Externo

O.F.O A.P.D. F.P.

Grau Liberalidade >= 25% Fluxos Privados


Grau Liberalidade < 25%
I.D.E.
Empréstimos Investimentos
25% < G. L. < 100%
Em Carteira
Donativos Créditos de
G. L. = 100%
Fornecedores
DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 10 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
Paradoxo do Financiamento Externo:

A APD e o IDE dependem de um ambiente local favorável. Por isso,


os países que mais necessitam desses meios de financiamento são
aqueles que menos garantias dão para o efeito.

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 10 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
Competitividade do País – Critérios Básico:

1. Meio ambiente na sustentabilidade macro e


micro-envolventes
2. Dotação de recursos naturais
3. Qualificação e desenvolvimento humanos
4. Sistema científico e tecnológico de raiz nacional
5. Transferência efetiva de tecnologia
6. Capacidade de inovação
7. Desenvolvimento equilibrado do país
8. Infraestruturas físicas eficazes e eficientes
9. Elevado valor acrescentado
10. Integração do conjunto das atividades num plano
O IDE e o Desafio de Endogeneização dos Efeitos Spillovers
O IDE e o Desafio de Endogeneização dos Efeitos Spillovers

A. Enquadramento do Tema:

1. O papel do I.D.E. e das EMN’s na economia tem, em função do contexto geográfico e


do tempo, paradoxalmente oscilado, entre uma doença fatal e a cura para todos os
males;

2. No entanto, devidos aos seus potenciais benefícios socio-económicos, a concorrência


inter-estados para a sua captação tem-se transformado, não só numa solução de
desenvolvimento, mas também, numa estratégia de sobrevivência num mundo
altamente competitivo e globalizado;

3. É nesta “estratégia padrão” de desenvolvimento / sobrevivência, que Cabo Verde,


vem, ao longo da última década, canalizando uma dose significativa do seu esforço
institucional, na captação do IDE, na fiel expectativa, de paulatinamente, o fazer
ganhar o estatuto do principal instrumento de financiamento do desenvolvimento
sócio-económico nacional.
O IDE e o Desafio da Endogeneização dos Efeitos Spillovers

PARTE I – O IMPACTO DO IDE NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO


SOCIOECONÓMICO

CAPÍTULO 1 – CAUSAS E EFEITOS DO IDE

1.1. Os Determinantes dos Fluxos do IDE

1.1.1. Conceitualização e Caracterização do I.D.E.

O IDE – Investimento Directo Estrangeiro consiste numa iniciativa adoptada


por parte de um dado investidor, em transferir para uma economia alheia à
sua de origem, num horizonte longínquo, ou numa perspectiva duradoura,
um conjunto de recursos tangíveis e intangíveis, englobando as transacções
iniciais e outras subsequentes estabelecidas com a sede ou outras afiliadas,
sob a forma de capital, tecnologia, conhecimentos especializados, técnicas
de gestão e de produção, bem como, culturas organizacionais, procurando
esse investidor deter na organização que acolhe esses recursos, uma voz
efectiva no controlo da sua gestão.
O IDE e o Desafio da Endogeneização dos Efeitos Spillovers

Segundo José Manuel Martins Caetano, (1997), na sua obra intitulada de:
“As Teorias do Investimento Directo Estrangeiro Face às Recentes
Estratégias de Internacionalização das Empresas”, o IDE é determinado
pelos três tipos alternativos de elementos:

1. Macroeconómicos - se a unidade de análise é o país, onde a dinâmica


das vantagens comparativas das nações afigura como sendo o
determinante dos fluxos de IDE;

2. Mesoeconómicos – a este nível, os fundamentos para os fluxos de


investimento internacional são procurados a nível sectorial;

3. Microeconómicos – abordagem baseada no comportamento das


empresas, estas que procuram com esta estratégia, colmatar as falhas
de mercado, em especial a compra/venda de inputs essenciais, e as
economias derivadas da dimensão e da interdependência de
actividades, incentivando desta forma, as empresas a reunir as
abordagens de mercados geograficamente separados, sob a mesma
estrutura organizativa.
O IDE e o Desafio da Endogeneização dos Efeitos Spillovers

1.2. O IDE e os Efeitos Spillovers

Não obstante os efeitos nefastos inerentes ao IDE, este, pelo seu triplo
efeito sobre a economia dos países receptores, continua a ser, em quase
todas as latitudes, um instrumento financeiro fundamental para qualquer
estratégia de desenvolvimento. Estes efeitos, na economia real, são
traduzidos em:

1. Crescimento da produtividade média da economia;

2. Aumento da produtividade das próprias empresas locais;

3. Crescimento da concorrência no mercado nacional.


O IDE e o Desafio da Endogeneização dos Efeitos Spillovers
Efeitos spillovers - caracterizados como sendo uma forma de externalidade, em que as
EMN acabarão por contagiar as empresas locais, proporcionando-as um
incremento no seu nível de produtividade, através dos seus seguintes activos
intangíveis:

1. Know-How tecnológico;

2. Marketing e estilo de gestão;

3. Experiência internacional ou reputação.

Esse incremento traduzirá num duplo ganho para o país acolhedor do IDE:

1. Efeitos Directos:

a. Aumento do fluxo e do stock de capital disponível;

b. Aumento da capacidade produtiva interna e/ou do PIB;

c. Acréscimo na capacidade exportadora;

d. Aumento da oferta de emprego.


O IDE e o Desafio da Endogeneização dos Efeitos Spillovers

2. Efeitos Spillovers Indirectos / Involuntários:


Podem ocorrer através da verificação isolada ou acumulada dos seguintes fenómenos de
ordem económica:

a. Aumento da concorrência entre as empresas;

b. Efeito demonstração (learning by doing);

c. Aprendizagem por observação (learning by watching);

d. Mobilidade da força de trabalho;

e. Laços com clientes e fornecedores.


O IDE e o Desafio de Endogeneização dos Efeitos Spillovers

Condições Necessárias para a Ocorrência de Efeitos Spillovers:

1. “Capacidade social” endógena de absorção dos novos métodos de


produção e de organização;

2. Um sistema de educação adequado;

3. Um eficiente sistema financeiro;

4. Relações de trabalho desenvolvidas;

5. Um bom nível de “congruência tecnológica” (embora não exista


consenso quanto ao nível ideal do “gap” tecnológico), a variar no
intervalo [50%, 80%];

6. Uma boa proximidade tecnológica em relação ao líder tecnológico.


O IDE e o Desafio da Endogeneização dos Efeitos Spillovers

Carácter Multi-dimensional das Causas e dos Efeitos Spillovers


A evidência empírica da difusão de spillovers é ambígua. Pois, não é consensual que seja
universalmente benéfico um aumento da presença estrangeira. Pelas seguintes razões:

1. Qualquer resultado que indique a existência de spillovers exercida pela Presença


Estrangeira, deve ser encarado com muita cautela;

2. O conceito de spillovers tecnológico é muito vasto e abstracto;

3. A relação entre a Presença Estrangeira e a Produtividade é complexa, sendo


condicionada pelo desfasamento temporal desses efeitos;

4. Em muitos casos os efeitos spillovers não são identificados, não porque eles não existam,
mas sim, porque essa relação não é linear;

5. A condição necessária apontada para a ocorrência de efeito spillovers, é a existência de


um Gap Tecnológico que varia no intervalo [50%, 80%];

6. A ocorrência de spillovers exige ainda como condição necessária para o efeito, a


existência de características sectoriais que sejam favoráveis, porque sem isso, não há
Gap que consiga resistir.
O IDE e o Desafio da Endogeneização dos Efeitos Spillovers

1.3. As Oportunidades e Ameaças Potenciais Inerentes ao IDE e às EMN’s

Em função do espaço e do tempo, o papel do IDE e das MNE’s no


desenvolvimento das economias locais, podem paradoxalmente variar
entre uma doença fatal e a cura para todos os males.
O IDE e o Desafio da Endogeneização dos Efeitos Spillovers

1.3.1. Oportunidades Potenciais:

Segundo Andrew Mold (2001), citando Feldstein, a circulação de


capitais sem restrições oferece as seguintes vantagens:

1. Reduz o risco associado à detenção de capital;

2. Permite a diversificação dos empréstimos e do


investimento;

3. Pode contribuir para a propagação de boas práticas de


governação empresarial, regras de auditoria e
tradições legais;

4. Limita a capacidade dos governos de seguirem as más


políticas.
O IDE e o Desafio da Endogeneização dos Efeitos Spillovers

O mesmo autor acrescenta ainda outros ganhos que o IDE proporciona aos países receptores:

1. Ajuda ao crescimento rápido do sector industrial dos PVD’s, o que corresponde a


uma primeira via para a industrialização. No entanto, segundo para este autor, o
ideal para um país é ter uma base empresarial nacional sólida e, as EMN
aparecerem apenas como complemento ou alternativa;

2. Disponibilização de conhecimento e tecnologia, o que constitui o seu ponto mais


forte, desde que os mesmos sejam adequados ao nível do desenvolvimento local;

3. Geração de empregos directos e indirectos;

4. Abertura do acesso aos mercados mundiais;

5. Estabilidade dos fluxos de capital que caracteriza o IDE, diferente dos outros fluxos
financeiros internacionais;

6. Ausência do risco para os países acolhedores;

7. Apoio no equilíbrio da BP;

8. Aumento da competitividade interna e da competitividade do país no mercado


internacional.
O IDE e o Desafio da Endogeneização dos Efeitos Spillovers
1.3.2. Ameaças Potenciais associadas às EMN e IDE:
1. Consumo excessivo do aforro local;

2. Eliminação da indústria local com a elevação da competência;

3. Retenção da maior parte dos benefícios que geram, não sobrando benefícios para a economia receptora;

4. Controlo da extracção dos recursos naturais;

5. Promoção de campanhas publicitárias e de marketing que não se dirigem às necessidades da população


local;

6. Com uma estrutura produtiva intensiva em capital, tornam-se pouco geradores de emprego;

7. Aproveitamento da debilidade da legislação ambiental local, para não exercerem um controlo eficaz sobre a
poluição que geram;

8. Aproveitamento da transferência de preços para evitar o pagamento de impostos, utilizando para o efeito a
mobilização dos lucros entre as suas filiais;

9. Utilização do sector agrícola, de uma vasta área de terrenos para cultivar produtos de luxo para os países
ricos;

10. Transferência de tecnologias e padrões de consumo inadequados à realidade local e repressão sobre o
desenvolvimento tecnológico e o crescimento das iniciativas empresariais locais;

11. Corrupção da elite local e lançamento dos países economicamente mais frágeis no caminho da dependência
capitalista, funcionam como agências do imperialismo.
O IDE e o Desafio da Endogeneização dos Efeitos Spillovers

Segundo Hausmann e Fernández-Arias, sugerem, um conjunto de medidas e políticas que resulte numa melhoria do ambiente de
negócios e do funcionamento dos mercados, traduzida no reforço inequívoco da respectiva capacidade competitiva e
promova os factores reais de atracção do IDE, nomeadamente:

1. Promoção da estabilidade política e económica;

2. Elevação dos níveis de educação e de formação técnica;

3. Elevação dos níveis de produtividade;

4. Promoção de um ambiente laboral com um standard mínimo;

5. Promoção de investimentos;

6. Parceria entre os sectores público e privado para a edificação da capacidade industrial local;

7. Colaboração entre as empresas estrangeiras e locais;

8. Institucionalização de uma efectiva política competitiva;

9. Melhoria das infra-estruturas;

10. Garantia de custos efectivos de trabalho;

11. Diminuição dos obstáculos burocráticos;

12. Regulamentação do sistema de fusões e aquisições;

13. Desincentivo a uma competição inter-regional;

14. Luta contra o crime e a corrupção.


O IDE e o Desafio da Endogeneização dos Efeitos Spillovers

Ideias-chave da Abordagem Teórica:

1. Uma elevada parcela do IDE, no total das entradas de capital num país,
pode reflectir a fraqueza das suas instituições, ao invés da sua força. Por
esta razão, os superiores interesses da nação devem ser preservados em
todo o processo de IDE;

2. Em função do espaço e do tempo, o papel do IDE e das MNE’s no


desenvolvimento das economias locais, podem paradoxalmente variar
entre uma doença fatal e a cura para todos os males;

3. As economias receptoras só conseguirão tirar os reais benefícios do IDE,


se em paralelo, apostarem na promoção do empresariado local, criando a
nível nacional, um sector empresarial forte e actuante, indutor de uma
capacidade social de absorção dos efeitos spillovers.
ANÁLISE EMPÍRICA DOS FLUXOS DO IDE

A TENDÊNCIA GLOBAL DOS FLUXOS DO IDE


ANÁLISE EMPÍRICA DOS FLUXOS DO IDE
ANÁLISE EMPÍRICA DOS FLUXOS DO IDE

Fig. 2 - Evolução da Poupança e do Investimento nos PVD's


30,00

25,00

20,00

15,00

10,00

5,00

0,00

-5,00

19 19
1996 1997
80- 88- 1998 1999
87 95 2000
2001

1980-87 1988-95 1996 1997 1998 1999 2000 2001

Poupança 21,60 25,00 27,00 27,50 25,80 25,90 26,60 26,00


Investimento 23,90 26,70 28,40 28,20 26,60 25,70 25,80 25,80
GAP -2,30 -1,70 -1,40 -0,70 -0,80 0,20 0,80 0,20
ANÁLISE EMPÍRICA DOS FLUXOS DO IDE

Fig.3 - Fluxo Global do IDE ("Inflows")

500.000,00

400.000,00

300.000,00
US$ milhões
200.000,00

100.000,00

0,00
1987-90 1991-94 1995-98

Global 175.487,00 197.646,00 440.376,00


ANÁLISE EMPÍRICA DOS FLUXOS DO IDE

Fig.4 - Repartição do IDE / Nível de Rendtº 1987-98

Países Médio e
Baixo
Rendimentos
26% Países Elevado
Rendimento
74%

Países Elevado Rendimento Países Médio e Baixo Rendimentos


ANÁLISE EMPÍRICA DOS FLUXOS DO IDE

Síntese do Capítulo

1. A razão do fracasso do IDE nalguns PVD’s, nomeadamente em


África, não tem só a ver com factores de ordem política e
económica, que são considerados como os factores internos do
fracasso desses países, mas também em larga medida, com
estereótipos que foram sendo criados à volta da imagem deste
continente e que este acabou por interiorizar;

2. O desafio é: equacionar as técnicas precisas para combater aos


diversos preconceitos com os factores de ordem interna e externa,
de modo a que África seja competitiva a curto prazo e viável a
médio e longo prazos.
O IDE em Cabo Verde: Experiência e Perspectivas

Síntese do Capítulo

1. A razão do fracasso do IDE nalguns PVD’s, nomeadamente


em África, não tem só a ver com factores de ordem
política e económica, que são considerados como os
factores internos do fracasso desses países, mas também
em larga medida, com estereótipos que foram sendo
criados à volta da imagem deste continente e que este
acabou por interiorizar;

2. O desafio é: equacionar as técnicas precisas para


combater aos diversos preconceitos com os factores de
ordem interna e externa, de modo a que África seja
competitiva a curto prazo e viável a médio e longo prazos.
OBJECTIVOS DO MILÉNIO até 2015
1. Reduzir para metade a Pobreza Absoluta e a Fome (Pax a viver com menos de 1 Dólar
1990-2015 – 41,7% taxa de desempenho africana;

2. Assegurar a Educação Primária Universal – Taxa líquida de escolarização no ensino


primário – 50,0% taxa de desempenho africana;

3. Promover a Igualdade dos Sexos e a Autonomia das Mulheres – Equidade de Géneros


em todos os níveis N.º Raparigas/N.º Rapazes no ensino primário – 67,9% taxa de
desempenho africana;

4. Reduzir em 2/3(67%) a Mortalidade Infantil (< 5 anos) - 32,7% taxa de desempenho


africana;

5. Melhorar a Saúde Materna – reduzir em ¾(75%) a taxa de mortalidade materna – 26,9%


taxa de desempenho africana;

6. Combater o VIH/SIDA, o Paludismo e Outras Doenças – 8% taxa de desempenho


africana;

7. Assegurar um Ambiente Durável – Sustentabilidade Ambiental-População com acesso


durável a água potável – 60,4% taxa de desempenho africana;

8. Criar uma parceria global para o desenvolvimento.

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 13 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
Indicadores do IDE em África

1. Crescimento na ordem de 105% entre 1999 e 2000;

2. O peso relativo com o RM tem diminuído, tendo passado


de 2% (1989) para 0,65% (2000);

3. O factor mais preocupante para a África não são os


valores absolutos mas sim os relativos / comparativos;

4. Em 1996 África atraia 1,4% do IDE global  3,7% do


total dos PVD’s;

5. Sectores de > atractividade em África: 1.º Turismo; 2.º


Telecomunicações; 3.º Petróleo.

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 13 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
Características do Mercado Africano

1. Pouco dinâmico;

2. Pouco diversificado;

3. Pouco desenvolvido;

4. Os investimentos procuram não depender só dos consumidores internos;

5. Ranking de atractividade africana: 1.º África do Sul (com 74% das >
empresas); 2.º Egipto; … 11.º Moçambique; … 13.º Angola ...

6. Não é o custo de M.O. Que determina o grau de atractividade de um


país, mas a sua respectiva Pmg L.

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 13 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
Indicadores do IDE em África

1. Crescimento na ordem de 105% entre 1999 e 2000;

2. O peso relativo com o RM tem diminuído, tendo


passado de 2% (1989) para 0,65% (2000);

3. O factor mais preocupante para a África não são os


valores absolutos mas sim os relativos / comparativos;

4. Em 1996 África atraia 1,4% do IDE global  3,7% do


total dos PVD’s;

5. Sectores de > atractividade em África: 1.º Turismo; 2.º


Telecomunicações; 3.º Petróleo.

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 13 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
A visita do PM de Portugal a Angola, prevista para o dia 16/11/201,
à procura de investidores para as empresas públicas (EDP, GALP,
etc.) a privatizar, poderá representar uma inversão, sem
precedentes, da história.

France Press, 15/11/2011

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 13 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
APD: UM INDUTOR DE (SUB)DESENVOLVIMENTO?
APD – recursos financeiros provenientes de
Entidades Oficiais do Estado de países doadores
directamente (bilateral) ou através de
organizações internacionais (multilateral), em
condições vantajosas (bonificação dos juros do
mercado maior ou igual a 25%), cujo objectivo
seja a promoção do desenvolvimento e o
aumento do nível de vida nos Países em Vias de
Desenvolvimento (PVD’s).
Cooperação Internacional: ONU

1. Surgiu no pós II guerra mundial

2. Cartas das nações unidas assinada em


24/10/1945

3. Objectivo central: Preservação e


manutenção da paz

4. Órgãos das Nações Unidas

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 13 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
Pré-história da Cooperação para o Desenvolvimento

Plano de Fomento

Plano Marshall

Atrair aliados na guerra fria


concentrada
Definição de A.P.D.

Critérios:

1. Objectivo - favorecer o desenvolvimento nos PVD's

2. Grau de liberalidade maior ou igual a 25%

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 13 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
Problemas Gritantes da APD:

1. Condições de condicionalidade

2. O cansaço dos doadores, devido a:

a. Fracos resultados dos PVD's

b. Corrupção

c. Comodismo local (causado devido ao perdão da dívida)

2. Ajuda ligada

- Ex: Cooperação Austríaca

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 13 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
2.2. As Perspectivas do BM e dos Doadores Bilaterais

As Dimensões da "Boa Governação":

1. Capacidade e eficiência na gestão do sector público;

2. Responsabilização aos diferentes níveis da actividade


estatal (descentralização e participação);

3. "Rute of law" (papel da legislação);

4. Transparência do sector publico (controlo orçamental e


medidas anti-corrupção).

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 14 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
CORRUPÇÃO EM ÁFRICA

Na moldagem de um governo de homens a ser


administrado por homens, a maior dificuldade é esta:
é preciso primeiro habilitar o governo a controlar os
governados; e, em seguida, forçá-lo a se controlar a si
mesmo.

James Madison, Federalist, N.º 51 (1788)

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 14 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
2. A Condicionalidade Política

2.1. Contexto de Emergência

• Desde do período pós II Guerra que o percurso histórico das problemáticas do


desenvolvimento se encontra marcado por acções de âmbito político.

• A articulação dos contextos económicos e objectivos políticos (elemento de


referencia incontornável) é de certo modo constitutiva da própria ideia de ajuda
e cooperação internacional.

• 1989 - Colapso do mundo comunista

• Fim da Guerra Fria

• Primeiro documento do BM focando a problemática da boa "governação"

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 14 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
• Avanço do comunismo nos PVD's, utilizando a "arma das
alianças" que era mais fiável quando os regimes eram
ditatoriais com poderes/aparelhos repressivos sobre as
"ameaças subverssivas".

• Fim da Guerra-Fria = Fim do Comunismo

• A governação e a emergência da condicionalidade política

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 14 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
Instituições de Bretton Woods

•1944 - conferência monetária e financeira, realizada em


Bretton Woods, da qual resultou a criação do BM e do FMI.

BM - principal instituição multilateral encarregue de


financiar o desenvolvimento económico.

Trata-se de um GRP composto por mais 6 organizações:

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 14 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
1. BIRD - Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento (1945)

2. SFI/AFI - Sociedade/Associação Financeira Internacional. Criada em 1955


para mobilização de fundos para o sector privado nos PED

3. AID- Associação Internacional para o Desenvolvimento. Criado em 1960, tem


a função de limitar a sua acção aos PMA com créditos mais favoráveis do que
o BM

4. MIGA - Agencia Multilateral de Garantia de Investimentos (1988) com o


objectivo de facilitar o futuro do investimento privado para fins produtivos nos
PED, através de numa política de seguros de risco de um prazo

5. CIADI - Centro Internacional para a Resolução de Diferendos relativos a


Investimentos (1966) entre investidores externos e países de acolhimento

6. GCIIA - Grupo Consultivo de Investigações Internacionais sobre Agricultura

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 14 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
Evolução das Actividades do BM

Salto Qualitativo do BM:

1. Primeiros 25 anos - financiamentos de infra-estruturas

2. Anos 70 - financiamento de projectos agrícolas, educativos e sanitários


para necessidades básicas e contra a pobreza

3. Anos 80 - financiamento de PAE, muitas vezes em conjunto com o FMI

4. Anos 90 - face a pobreza, começaram a incluir medidas tendentes a


proteger os sectores mais vulneráveis.

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 14 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
5. Primeiros 25 anos: aposta no sector privado -
crescimento = desenvolvimento

6. Anos 70: ênfase nas necessidades básicas da população


- dimensão social do desenvolvimento

7. Anos 80: Consenso de Washington - prioridade ao A.E.


único para o desenvolvimento.

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 14 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
FMI
• Criado em 1944

• Actualmente fazem parte 183 países

• Vocacionado para estabilizar as taxas de câmbio, evitando o caos no sistema


multilateral de pagamentos

• Actualmente a sua missão principal é de conceder crédito aos países com


problemas estruturais na BP; resolver problemas monetários e lutar contra os
desequilíbrios da BP

• Está associado à condicionalidade económica - imposição políticas


económicas ao país receptor (pobre e endividado)

• Importante instrumento dos PD's na extensão das políticas económicas


liberais a todo o mundo

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 14 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
PNUD

Criado em 1965, com a missão principal


de erradicar a pobreza e criar condições
para a boa governação.

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 14 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
Desenvolvimento Económico e Democracia Política no
Contexto do A.E. em África

Samuel Harrington(1991) - "Third wave" (terceira via)

No contexto internacional em que se processa a "viragem


democrática" houve uma transformação das lógicas de
condicionalidade de APD e a emergência dos discursos e
práticas de condicionalidade política no quadro da estabilização
e ajustamento estrutural levada a cabo pelo BM na década de
90, beneficiado pelos doadores bilaterais e outras instituições
internacionais associada a problemática da democracia e o
respeito pelos direitos humanos.

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 15 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
O Contexto de Estabilização e Ajustamento

1. A necessidade de adopção de programas de estabilização e


ajustamento estrutural surgiu da crise que os países africanos
travavam a partir do final da década de 70.

2. Os governos recorreram às instituições irmãs de Bretton


Woods, o FMI e o BM.

3. Durante a década 80 - em semelhança doutras latitudes,


quase todos os países da África assinaram acordos com estas
instituições, fazendo da Estabilização e A.E. a "sabedoria
convencional" das políticas de crescimento e desenvolvimento.

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 15 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
O Contexto de Estabilização e Ajustamento

4. Os PE e PAE tiveram ao longo das suas várias


gerações perfis diferentes: passando de um perfil
economicista para um perfil mais político e, por
fim, social e ambiental. Esta trajectória é
reflectida nas medidas de condicionalidade
impostas pelas respectivas IFI’s, nomeadamente,
Privatização, democratização, luta contra a
pobreza e contra a corrupção, equilíbrio do
género e protecção ambiental.

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 15 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
O Contexto de Estabilização e Ajustamento

5. No entanto, essas medidas pelas políticas restritivas


que impõem, principalmente na sua versão mais
primária, acabaram por causar do “outro lado da moeda”
enormes malefícios socioeconómicos, o que fez com
que os governos locais acabem encurralados entre “a
espada e a parede”.

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 15 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
Quadro dos PAE na ASS ao Longo da Década 80

1.1. O P.E. - Programação de Estabilização (FMI)

P.E. - Actua na esfera monetária visando a baixa da procura, num


horizonte de curto prazo.

1.2. O P.A.E. - Programa de Ajustamento Estrutural (BM)

P.A.E. - Actua na esfera real, visando a expansão da oferta, num


horizonte de médio/longo prazo.

Primeira Geração - (< Década 80) concentraram-se na estrutura


produtiva: privatização, desregulamentação e liberalização do
comercio, potenciando o papel regulador do mercado, ao invés
do intervencionismo do estado.
DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 15 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
Segunda Geração (Décadas 80 e 90) - extensão
das condicionalidades para os domínios da
reforma institucional, ecologia, luta contra a
pobreza, serviços sociais e da democratização.

Os caminhos mais promissores são os


correspondentes às dimensões sociais do
ajustamento.

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 15 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
P.A.E. – Programa de Ajustamento Estrutural

Âmbito

Este programa visa, fundamentalmente, fazer com que os


países promovam a respectiva mudança estrutural,
melhorando a sua estrutura produtiva e a consequente
capacidade de oferta nos mercados interno e externo,
controlando assim, a médio e longo prazos, o seu nível de
oferta, de modo a restabelecerem, a prazo, o respectivo
equilíbrio macroeconómico.

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 15 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
Medidas Políticas de um P.A.E. - Impostas do Lado da
Oferta.:

1. Liberalização do comércio externo

2. Reforma Fiscal para mobilização de recursos

3. Uso Eficiente dos recursos públicos

4. Reforma institucional – Reforço da capacidade


institucional

5. Estabelecimento de safety nets (segurança mínima)

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 15 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
Críticas ao BM

1. Desenvolvimento = crescimento económico - reflecte-se nos


financiamentos que faz, onde 85% do financiamento vai para
empresas de países que não podem ser receptores de credito
(PD's), promovendo o desconto das empresas do Norte ao invés
da industria local dos PVD's tão importante para o seu
crescimento

2. Grande influência política externa dos E.U.A. nas suas decisões

3. Preferir a ordem à democracia

4. Financiar políticas de controlo de crescimento demográfico

5. Não resolver problemas (sociais) dos deslocados

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 15 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
6. Não levar em conta os efeitos ambientais dos seus
projectos (sustentabilidade)

7. 37% dos seus projectos foram um fracasso

8. Pressões internas para a aprovação de grandes projectos


geralmente pouco eficazes.

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 15 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
P.E. – Programa de Estabilização

Âmbito

Este programa visa, fundamentalmente, fazer com que os


países controlem, o seu nível de procura, de modo a
restabelecerem, a curto prazo, o respectivo equilíbrio
macroeconómico.

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 16 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
Medidas Políticas de um P.E. - Impostas do Lado da
Procura:

1. Ajustamento na taxa de câmbio

2. Controlo (plafond) de crédito

3. Taxa de juro real positiva

4. Diminuição dos gastos públicos

5. Diminuição da dívida externa

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 16 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
3. Abordagens Empíricas da Relação entre a
Democracia e Desenvolvimento

3.1. Alguns Estudos Estatísticos e Econométricos

•Investigação empírica com base nas relações entre: O


P.A.E., crescimento económico, redução da pobreza e a
democratização - vertente política;

•A relação empírica mais analisada pelos IFI's é a que incide


sobre a reforma macroeconómica, A.E e crescimento
económico;

•Não ocorreu nenhuma relação empírica significativa e


incontroversa entre as reformas estruturais e o crescimento
económico em África, e nem tão pouco, entre a democracia
e crescimento económico.

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 16 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
3.2. Lições de Diferentes Contextos Históricos e Sócio-
culturais

•Caso dos NTC's: em termos marxistas, pode-se afirmar que


a infra-estrutura sócio-económica criada pela ditadura de
desenvolvimento, uma vez consolidada e complexificada,
gera superestrutura democrática correspondente.

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 16 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
Características gerais da transição para a democracia
política, bem sucedida:

Fase 1: Regimes de ditaduras de desenvolvimento fortes e


eficazes;

Fase 2: Reforma fundiária, forte investimento na educação e


ética de trabalho, abertura politica;

Fase 3: Protagonismo crescente de grupos sociais.

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 16 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
4. Retorno ao Conceito da Democracia

• Democracia política e desenvolvimento económico tem uma


relação muito complexa;

• Resta saber se a democracia não é um bem/objecto válido


em si mesmo. - Gordon White

• "A pressão da adopção de medidas de A.E., pode traduzir-se


na incapacidade dos governos em dar resposta aos
descontentamentos, o que motiva o descrédito das
instituições... A combinação das condicionalidades politicas e
económicas coloca os governos africanos entre a espada e a
parede, dificultando tanto a reforma económica como
sociológica" - Oppenheimer (1993).

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 16 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
Origens do Washington Consensus (1980)

1. Má experiência da América Latina

2. Falhas das politicas intervencionistas

1.ª Visão do WC:

1. PAE

2. Papel regulador do estado no mercado e não


intervencionismo

3. Anos 90: Extensão da condicionalidades para as


dimensões sociais do ajustamento

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 16 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
2. Características do WC - Washington Consensus

1. P. A. E.

2. Papel do mercado regulado e não internacionalismo (- e melhor Estado)

3. Extensão de condicionalidades para as dimensões sociais do


ajustamento

4. Desregulamentação

5. Liberalização de I.D.E.

6. Reforço dos documentos (direito) de propriedade

7. Taxas de cambio "unificadas" e competitivas

8. Diminuição dos gastos públicos

9. Direccionamento correcto das despesas publicas (eficiência)

10.Reforma - definição de prioridades de forma eficiente


DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 16 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
4. O que pôs em causa o WC?

1. O milagre asiático e o colapso do socialismo


demonstraram a importância do Estado

2. Fim da guerra fria - democracia liberal e económica de


mercado

3. WC falhou na Ásia quer na explicação do sucesso com a


crise financeira (1997).

As falhas do WC - nova concepção do desenvolvimento

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 16 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
Emergência do Pós WC Acrescenta + 10 Características:

1. Reforma política e legislativa

2. Instituições reguladoras

3. Combate à corrupção

4. Flexibilidade do mercado

5. Acordos com a OMC

6. Regulamentação financeira

7. Prudência na liberalização do K

8. Redes de seguros sociais

9. Prudência na política cambial

10.Redução da pobreza
DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 16 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
O Post - WC O Novo Paradigma do Desenvolvimento

Objectivos do Post- WC:

1.Mais saúde e educação

2.Desenvolvimento sustentado

3.Desenvolvimento equitativo

4.Desenvolvimento democrático

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 17 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
Consenso dos Anos 90

1. Necessidades de reformas económicas

2. Intervenção do estado

3. Sistemas de preços "correctos" de mercado, porque se eles


não garantir o desenvolvimento os preços distorcidos
representam o fim do desenvolvimento

4. Politicas certas para manter a estabilidade

5. Liberalização económica

6. Desregulamentação

7. Privatização
DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 17 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
OBJECTIVOS DO MILÉNIO até 2015

1. Reduzir para metade a Pobreza Absoluta e a Fome (Pax a viver com menos de 1 Dólar
1990-2015 – 41,7% taxa de desempenho africana;

2. Assegurar a Educação Primária Universal – Taxa líquida de escolarização no ensino


primário – 50,0% taxa de desempenho africana;

3. Promover a Igualdade dos Sexos e a Autonomia das Mulheres – Equidade de Géneros em


todos os níveis N.º Raparigas/N.º Rapazes no ensino primário – 67,9% taxa de desempenho
africana;

4. Reduzir em 2/3(67%) a Mortalidade Infantil (< 5 anos) - 32,7% taxa de desempenho


africana;

5. Melhorar a Saúde Materna – reduzir em ¾(75%) a taxa de mortalidade materna – 26,9%


taxa de desempenho africana;

6. Combater o VIH/SIDA, o Paludismo e Outras Doenças – 8% taxa de desempenho africana;

7. Assegurar um Ambiente Durável – Sustentabilidade Ambiental-População com acesso


durável a água potável – 60,4% taxa de desempenho africana;

8. Criar uma parceria global para o desenvolvimento.

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 17 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
As Dimensões da "Boa Governação":

1. Eficiência na gestão do sector público (coisa pública);

2. Responsabilização aos diferentes níveis da actividade


estatal (descentralização e participação);

3. Estado de Direito ("Rute of law");

4. Transparência do sector público (controlo orçamental e


medidas anti-corrupção).

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 17 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
Evolução da Taxa de Crescimento na A.S.S.

1965-69 1970-79 1980-89* 1990-99

2,4% 4,0% 2,1% 2,4%

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 17 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
O Comércio Externo em África
1. Ver os fluxos comerciais entre diferentes regiões do mundo (1997)

2. Quadros da importância da África no comércio mundial (1965-99)

a. Peso decrescente da África e da ASS

b. África atingiu o peso máximo de 3,6% e ASS de 2,1% no mesmo


período médio de 2,4%

3. Composição das Exportações da A.S.S.:

a. Grande importância do petróleo nas exportações totais

b. Concentração das exportações em poucos países

c. Indústria com um peso diminuto

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 17 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
A África deveria rever o seu
posicionamento relativo no comércio
internacional, uma vez que representa
cerca de 10% da produção mundial do
petróleo.
Ministro Angolano do Petróleo, 23/11/2011

Fala-se muito na dependência dos EUA do


petróleo, no entanto, estes continuam a ser o
principal produtor mundial do petróleo.
Friedman, George – Os Próximos 100 Anos

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 17 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
As Causas do Fraco Desempenho da ASS

I. Factores Internos:

1. Políticas Inadequadas

a. Políticas Cambiais – Sobrevalorização e acesso


privilegiado ao mercado de câmbios pelos grupos
de interesse

b. Políticas Orçamental expansionista => inflação

c. Políticas Comerciais e Aduaneiras – Proteccionismo


/ ISI / ineficiência no sistema fiscal => > défice
público e inflação

d. Política de Preços - Preços distorcidos => fim do


desenvtº

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 17 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
As Causas do Fraco Desempenho - ASS

Soluções:

a. Liberalização económica

b. Privatização

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 17 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
As Causas do Fraco Desempenho da ASS

I. Factores Internos:

2. Excessivo Estado na Economia / SPE

3. Políticas de “Rent-Seeking” / Corrupção

4. Sistema Financeiro pouco diversificado /


desenvolvido; BCentral = BComercial; Não existência
de Bolsas de Valores (sem financiamento não há
crescimento => Não desenvolvimento)

5. Instabilidades Política, Social e Militar

6. Sistema Educativo – Fraca aposta no desenvolvimento


de RH a m/l prazo => fraca Pmg => fraca
competitividade.

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 17 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
Corrupção

Na moldagem de um governo de homens a ser administrado


por homens, a maior dificuldade é esta: é preciso primeiro
habilitar o governo a controlar os governados; e, em
seguida, forçá-lo a se controlar a si mesmo.

James Madisson, Federlist, N.º 51 (1788)

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 18 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
Sete Teses sobre Corrupção:

1. As práticas do complexo da corrupção insere-se no mesmo tecido de normas e


atitudes sociais e são vistas pelas populações como fazendo parte de uma mesma
família de comportamentos;

2. A corrupção é generalizada e banalizada em quase todos os países africanos,


tornando um elemento de funcionamento do aparelho administrativo ou para-
administrativo de top à base;

3. A corrupção é denunciada por palavras e ao mesmo tempo praticada por actos;

4. A estigmatização verbal da corrupção raramente desencadeia acções judiciais ou


sanções;

5. A corrupção é um elemento cumulativo e expansionista, pouco reversível;

6. Não há correlação evidente entre, a amplitude da corrupção e os tipos de regime


político;

7. A fronteira entre aquilo que é corrupção e aquilo que não o é flutuante e depende do
contexto e da posição dos actores.

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 18 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
As Causas do Fraco Desempenho da ASS

II. Factores Externos:

1. Deterioração dos TT – Termos de Troca –


Instabilidade / volatilidade dos mercados
internacionais das m.p.

2. Dependência da APD – Comodismo, mentalidade


assistida e passividade dos agentes

3. Imposição do PAE (e do PE) – com o efeito


primário: Retracção da procura interna, baseado
no WC – Washington Consensus, resultando em
ónus sociais.

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 18 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
Origem do fraco desempenho económico em África

1. Evolução dos TT em África

2. Gráfico dos produtos (1993-2000)

3. Proposta da fuga ao ciclo vicioso em África => recurso


ao Financiamento externo :

a. APD (Empréstimos concessionais + Donativos)

b. Empréstimo (Não concessionais / OFO)

c. I.D.E.

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 18 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
As Causas do Fraco Desempenho - ASS

Soluções:

a. Combater os factores externos, apostando na


eliminação dos factores internos;

b. Seguir as tendências universais, aproveitando as


oportunidades / vantagens comparativas.

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 18 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
As Dimensões da "Boa Governação":

1. Eficiência na gestão do sector público (coisa pública);

2. Responsabilização aos diferentes níveis da actividade


estatal (descentralização e participação);

3. Estado de Direito ("Rute of law");

4. Transparência do sector público (controlo orçamental e


medidas anti-corrupção).

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 18 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
ESCOLA ESTRUTURALISTA – ED

Origem

1. Os pioneiros da E.D. começaram a pôr em causa os Neoclássicos e


os Keynesianos em relação às questões do desenvolvimento;

2. Enquanto os Neoclássicos assumem o sistema de preços para a


regulação do mercado, os Estruturalistas defendiam o
estruturalismo (mudança estrutural) para resolver os problemas do
desenvolvimento.

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 18 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
GENESE DA ED:

1. A Independência política pode ser conseguida pelo decreto mas o


desenvolvimento económico não;
2. Para a obtenção da Independência económica não era possível se os PVD's
continuassem a recorrer aos economistas dos PD's;
3. Para o efeito, era necessário que houvesse economistas dos PVD's a pensar o
respectivo desenvolvimento;
4. As estratégias para induzir o desenvolvimento:
a. O Estado era o maior agente de mudança;
b. Governo deve intervir na economia para promover o
desenvolvimento;
3. Desenvolvimento programado - ISI (Macro-Estruturas).

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 18 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
•Evolução da ED

1. Primeira geração da ED (1950-75)


1.1. A independência económica ao contrário da política, não se decreta, mas sim conquista-se.

1.2. Desenvolvimento = Crescimento + mudança estrutural, para a sua indução era necessário:
1.2.1. O Estado é o principal agente da mudança
1.2.2. Governo deve intervir na economia para promover o desenvolvimento
1.2.3. Desenvolvimento programado -> ISI
1.2.4. Dedicação aos grandes modelos, teorias e estratégias gerais de mudanças estruturais

Causas do fracasso:
a. Hiato entre o planeado e o executado
b. Aumento da desigualdade social
c. Preços correctos não garantem o desenvolvimento, mas os preços distorcidos  fim do
desenvolvimento

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 18 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
Evolução da ED

2. Segunda geração da ED (1975 aos nossos dias)

2.1. Desagregação sectorial de macro-modelos da 1.ª Geração

2.2. ênfase na acumulação de conhecimentos


ao invés de k

2.3. Não uniformização das políticas, mas diferenciação por sector, país e/ou
região

2.4. Ataque ao modelo Neoclássico. Pois, nos anos ‘80 e ’90 ficou demonstrado
que o mercado não resolve tudo => Intervenção do Estado.

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 18 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
MODELOS E PARADIGMAS DE DESENVOLVIMENTO

I. Década 1950 - 60: Paradigma da Modernização


Modelo Dualista - Lewis 1955:

1. O Tradicional vs. o Moderno (Desenvolvimento a 2 velocidades)


2. O Rural vs. o Urbano
3. Agricultura vs. a Indústria
4. Advogam o investimento no sector moderno com maior Pmg
5. O sector moderno absorve os excedentes de Mão-de-obra
provenientes do sector tradicional.

Principais Dificuldades do Modelo:


1. O sector moderno não conseguiu absorver todos os excedentes de
Mão-de-obra provenientes do sector tradicional;

2. Crise no Centro e na Periferia /Industria e na Agricultura.

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Década 1960 - 70: Paradigma da Pobreza e os Modelos
Produtivistas - Myrdal 1968:

1. "Os pobres também podiam fazer o desenvolvimento (não


eram só os ricos os detentores de modernização e os
pobres de M.O.)”;

2. Para o efeito, basta aumentar a respectiva Pmg.

Principais dificuldades do modelo:

1. Excesso de gastos públicos;

2. Défice / endividamento público.

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Década de 1970-80: Paradigma da Dependência e os
Modelos Proteccionistas - Prebish 1984; Baran 1970:

1. Crescente questionamento do papel do mercado;

2. A dependência resulta das relações diferentes entre o


centro e a periferia;

3. Solução: uma rápida industrialização do Sul, através da


politica de I.S.I. dos produtos do Norte.

Principais dificuldades do modelo:

1. Ineficiência económica;

2. Défice / endividamento público.

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 19 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
Década 80-90: Teorias Neoclássicas, Paradigma do Mercado e
os Modelos Neo-liberais - Friedman 1980;
World Bank 1989:

1.O livre funcionamento do mercado garante a eficiência (inspirado


na Teoria da mão invisível de Adam Smith);

2.Estado minimalista;

3.Crescimento económico = desenvolvimento económico.

Principais dificuldades do modelo:

1.Não obstante o crescimento económico a pobreza não decresceu


tanto como o previsto;

2.O mercado não e condição suficiente para garantir o


desenvolvimento.
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Teoria Neoclássica:

1. Decisões individuais racionais


2. Racionalidade com base nos custos de oportunidade
3. Mercado livre e preços equilibrados
4. Mecanismos macroeconómicos, auto-equilibradores
5. Comércio internacional livre e mutuamente vantajoso
6. Taxas de cambio flexíveis
7. Concorrência perfeita => Eficiência
8. Rendimento dos factores produtivos igual à sua Pmg
9. Concorrência perfeita com os preços adequados para o
crescimento económico.

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 19 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
Final do Século XX:

Ruptura epistemológica no domínio da ED, porque os velhos paradigmas


começaram a não dar resposta aos novos problemas, o que levou à
aplicação cada vez mais de novos modelos.

Problemas:
1. O mercado não e perfeito, mas por vezes incipiente / escasso ou até
inexistente
2. O homoeconomicus é uma abstracção não realista
3. A racionalidade individual começa a se opor a uma racionalidade colectiva
que se reflecte num quadro institucional

7 Novas Adjectivações do Desenvolvimento:


1. Equitativamente Distribuído
2. Balanceado no Género
3. Regionalmente Sensível
4. À Escala Humana
5. Culturalmente Descentralizado
6. Participativamente Planificado
7. Sustentável.

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CAP. 3. GLOBALIZAÇÃO VS. REGIONALIZAÇÃO E O
PROCESSO DE INDUÇÃO DO DESENVOLVIMENTO

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INTEGRAÇÃO ECONÓMICA REGIONAL

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Frases para Reflexão:

1. Prevê-se, doravante, 1 Europa a 3 velocidades.

Revista Exame, 28/11/2011

2. Atingido a crise as economias que fazem a transição entre os europeus da


linha da frente e os da 2.ª linha, havendo já previsão de pedido de ajuda
externa da Itália, na ordem de 600.000 Milhões € e de Espanha, na ordem de
200.000 Milhões €, será o colapso do sistema europeu.

A. Markel & Sarkozi, 28/11/2011

3. Com a actual crise económico-financeira, se a Europa não mudar, terá que


haver uma revolução!

Mário Soares, Jornal O Público, 29/11/2011

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 19 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
O NOVO TRATADO (< Março de 2012) DEVERÁ PREVER
“SANÇÕES IMEDIATAS EM CASO DE NÃO RESPEITO
DA REGRA DO DÉFICE (ORÇAMENTAL) INFERIOR A
3%” DO PIB.

Angela Merkel e Nicolas Sarkozy, 05/12/2011

O PM de Cabo Verde propôs, durante a sua visita à Guiné


Bissau, a criação de um Corpo de Intervenção para a
manutenção da paz ao nível da CPLP.

Trata-se de uma audácia ou de uma precipitação?

Jorge Gonçalves, RDP África, 29/11/2011

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 19 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
Fases de Integração Económica Regional 2.º Bela Balassa

1. A.P.C. – Zona/Área Preferencial do Comércio

i. Descriminação positiva entre os países membros

2. Z.C.L. – Zona de Comércio Livre

i. Livre circulação de bens e serviços nas trocas comerciais intra-zona

3. U.A. – União Aduaneira

i. Adopção de uma PEC

4. M.C. - Mercado Comum

i. Livre circulação de bens e serviços, pessoas e k (factores)

5. União Política e Económica

i. Moeda única e instituições supranacionais


DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 20 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
Conceitos Básicos:

1. Deflexão do Comércio – Consiste na possibilidade de os países


membros de uma ZCL, com a eliminação de direitos alfandegários intra-
zona, importar de um país não membro, através de um outro país membro
que pratique uma taxa alfandegária inferior em relação a esse país
exportador. => regras de origem.

2. Criação do Comércio – Consiste na possibilidade de os países membros


da UA, com a eliminação de direitos alfandegários intra-união,
substituírem a produção interna e/ou importação de um país não membro
pela importação de um país membro que seja mais eficiente nessa
produção;

3. Desvio do Comércio – Consiste na possibilidade de os países membros


da UA, com a eliminação de direitos alfandegários intra-união,
substituírem a produção interna e/ou importação de um país não membro,
mais eficiente nessa produção, pela importação de um país membro
menos eficiente (mas com uma falsa capacidade competitiva);

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 20 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
Efeitos da Criação e Desvio do Comércio

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 20 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
Condições para que uma UA seja Criadora de Comércio:

I. Robson:

1. > Área integrada e > N.º de países integrados;

2. Direito alfandegário médio > antes e < pós-união;

3. Competitividade / industrialização das economias


integradas;

4. Diferença de custos unitários nas indústrias


protegidas.

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Condições para que uma UA seja Criadora do
Comércio

II. Lipsey:

1. > Proporção do comércio intra-zona e < proporção


do comércio com o RM no total do comércio
externo;

2. < Peso do comércio externo no PNB.

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 20 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
“O Euro nasceu torto, devido à ganância de alguns países
membros e à desorientação dos outros. As políticas
inadequadas estão a contribuir para o seu fim a prazo.

Sem um Governo único a moeda única, devido à sua


instabilidade intrínseca, será uma eterna miragem.”

Jacque Dellors, Ex-Presidente da Comissão Europeia (Pai da


EU), 03/12/2011

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INTEGRAÇÃO ECONÓMICA EM ÁFRICA

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 20 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
• “Existe uma certa tendência para copiar as mesmas instituições da EU,
mas isto não muda muita coisa na prática. Para que nos possamos
associar é necessário que haja um interesse comum, é preciso que cada
um ganhe”.
José Brito – Ex- Ministro NE – CV

A Lusofonia é uma utopia útil. Pois, o que é comum é apenas a lingua


portuguesa.
Joaquim Chissano
Dinâmica Institucional e Desenvolvimento em África
Economia Institucional, Politicas Públicas e
Desenvolvimento
Contributo do Prof. ANTONIO BAPTISTA
UniSantiago – Fevereiro 2012

““Os incentivos são a pedra de toque da vida moderna. Entendê-los – ou, na maior
parte das vezes, investigá-los – é a chave para solucionar praticamente qualquer
enigma, dos crimes violentos à trapaça nos esportes ou ao namoro na internet.”
Steven Levitt
Algumas considerações teóricas
• Estado de Natureza X Estado de Direito
– O contrato social
– A constituição
– Importância das normas e regras
• Economia Institucional
• Economia Comportamental
• Incentivos
• Quais Politicas Públicas?
O Conceito de Desenvolvimento

1. Desenvolvimento económico como acumulação de


CAPITAL
2. A contribuição dos mercantilistas e fisiocratas
(Capital Natural)
3. Adam Smith (Capital fisico)
4. O Capital Humano
5. Capital Social
Estado x Mercado
• A existência de falhas de mercado relacionadas com
a racionalidade limitada dos agentes económicos,
externalidades, assimetria de informação e
estruturas de mercado de concorrência imperfeita
tem justificado a necessidade de regulação
económica como forma de alcançar maior eficiência
nos mercados.

• Estabelecimento de regras específicas de


comportamento.
Instituições

• “Instituições” é o termo genérico que os


economistas institucionais utilizam para
representar o comportamento regular e
padronizado das pessoas/empresas em
uma sociedade, bem como as ideias e os
valores associados a essas
regularidades.
“Na ausência de normas e regras de
comportamento, os indivíduos
tendem a agir de forma oportunista e
como predadores. Essas regras
podem ser formais (leis, direitos de
propriedade, regulamentos etc) ou
informais (herança cultural, tradição,
tabus, costumes etc) e servem para
reduzir a incertezas e estabelecer as
“regras do jogo na sociedade”.
Aspecto importante
• O desempenho de países não desenvolvidos
é condicionado pela matriz institucional
deficiente. Nesses países as incertezas são
maiores, os agentes económicos não
conseguem identificar melhores alternativas
e, portanto, não podem melhorar seus
resultados sendo, portanto, importantissimo
e imprescindível a existência de um sistema
eficiente de regulação económica.
Aspecto importante
• A estrutura dos incentivos na sociedade é
fundamental e por isso torna-se urgente
analisar uma engenharia de incentivos
eficiente que possa moldar o comportamento
racional dos agentes económicos e permitir a
acumulação de capital.
O que dificulta a mudança?

• Força da sabedoria convencional


• A armadilha da globalização (valores)
• Zombie Economics
• Ausência de capacidade critica endógena
• Diagnóstico impreciso
• Restrições metodologicas da economia
• Ausência do foco na acumulação de capital
por parte de politicas publicas
• ...
Desafio?

• Que Instituições (Regras e Normas de Conduta)


serão necessárias para a:
- Mudança de atitude, cultura, valores,,
racionalidade económica…?

“...Que possa promover a ACUMULAÇÃO DE


CAPITAL?”
Pistas para reflexão
• Valores compartilhados na sociedade
• Famílias pouco sensibilizadas para a
poupança e investimento
• Racionalidade limitada
• Ausência de mecanismos de regulação (normas
e regras)
• Quais regras??? O sistemas tributário tem a
resposta.
– EX: IUP
Pistas para reflexão
• A efectiva tributação do património é um excelente
estabilizador automático da economia e tem o
poder de moldar o comportamento e a
racionalidade dos consumidores. É, sem dúvida, o
mecanismo mais eficiente e sustentável para
garantir a prosperidade nacional.
28.ª Cimeira da OUA – 1991

Recomendação:

Todos os países da ASS deviam se integrar numa organização de cooperação /


integração económica regional.

Fases para a criação da Comunidade económica Africana em 25 Anos (1991-2015):

1.ª Fase – Reforço das comunidades regionais existentes (8 anos)

2.ª Fase – Estabilização dos regimes fiscais existentes em cada zona (8 anos)

3.ª Fase – Criação da ZCL no interior de cada agrupamento (10 anos)

4.ª Fase – Coordenação e harmonização dos regimes tarifários e não tarifários (2 anos)

5.ª Fase – Criação do Mercado Comum (4 anos)

6.ª Fase – Comunidade Económica Africana (5 anos)

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 22 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
Experiências de Integração em África:

1. África Ocidental: CEDEAO (ECOWAS) – 1975 com 15 países + CV (>05-07-1975)

a. Factores Integradores:

i. Contribuem para a dinamização do espaço

b. Factores Desintegradores:

i. Interesses de dominação e afirmação regional;

ii. Efeitos da CEAO, criada em 1973 e transformada em UEMOA em 1994,


formados essencial/ pelos países francófonos com o objectivo da UEM que
pertencia à CEDEAO (que demonstrava alguma inércia);

iii. Graves desequilíbrios internos => UEMOA seja + bem aceite (inclusive pela
EU) que a CEDEAO, por deixar de fora os países com > instabilidade;

iv. Alteração e incumprimento de metas sucessivamente fixadas (UA prevista


para 1990, passou para Mercado Comum para 1995 e adiada para 2000, o
que também não foi atingida).

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 22 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
a. Problemas:

i. Harmonização difícil dos códigos de investimento e fiscal

ii. Fraco comércio intra-regional:

• EU - 34,5% (1960) -> 60,4% (1990)

• CEDEAO - 3% (1970) -> 4% (1980)

iii. Grandes Desequilíbrios inter-estados (só a Nigéria detém


41% do comércio intra-regional e a Costa de Marfim >
30%, Senegal 5% e os Restantes 0,…% =>;

iv. Desequilíbrio na repartição dos benefícios de integração.

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 22 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
Experiências de Integração em África:

2. África Central: ECCAS (1983) – 10 países + Angola (1988),


incluindo + 2 grupos subregionais: CEMAC + CEPGL

a. Problemas:

i. Sofre ainda mais que a CEDEAO o efeito da


instabilidade político-militar;

ii. Sofre o efeito da duplicação dos efeitos de


integração das sub-regiões;

iii. O comércio intra-regional ronda apenas os 2%


(sendo o Camarões responsável por 82% do
total, Congo Zaire 5% e República Centro
Africano (4%);

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 22 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
Experiências de Integração em África:

3. África Austral – Inclui 2 grandes zonas integradas + muitos


outros sub-blocos regionais:

a. SADCC (1980) -> SADC (1992) com 9 países, com a


meta da criação da UA em 2000

b. PTA (1981) -> COMESA (1994) um monstro territorial


com 24 países, com a meta da criação da UA em 2000

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 22 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
Experiências de Integração em África:

II. Condicionantes de Integração Regional

1. Falta de vontade e de empenhamento políticos dos estados membros (“ciúmes”);

2. Fraca capacidade financeira dos países membros => debilidade dos mecanismos de
compensação;

3. Disparidades nos níveis de desenvolvimento;

4. Forma diferenciada na repartição dos benefícios;

5. Importância da imposição do PAE;

6. Desenvolvimento incipiente da estrutura industrial;;

7. O papel e o interesse das ETN’s no controlo e manutenção da pobreza e do


subdesenvolvimento;

8. Dependência da APD, face aos países doadores.


DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 22 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
Experiências de Integração em África:

III. Solução para o Sucesso da Integração Regional:

1. Dimensão mais reduzida dos espaços integrados;

2. Prazos mais realistas / exequíveis;

3. Aposta na infra-estruturação => > Economia de escala e < custo


de transacção;

4. Desenvolvimento dos estados membros => vantagem na troca


intra-regional.

5. A Gestão de Conflitos e o Processo de Desenvolvimento


em África

DISCIPLINA: E.A. - ECONOMIA AFRICANA 22 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
Cap. 4. Teorias e Políticas do Crescimento e do
Desenvolvimento Económico
1. Crescimento Económico: Causas e Efeitos

2. Indicadores do Crescimento e Desenvolvimento


3. O Significado do Desenvolvimento
4. A Problemática e a Evolução dos Paradigmas e
dos Modelos de Desenvtº
5. Teorias Neokeynesianas do Crescimento
6. Crescimento no “3º Mundo” e a Teoria dos
Círculos Viciosos
7. Teorias do Desenvolvimento (ROSTOV)
8. A Interdisciplinaridade e o Desenvolvimento

DISCIPLINA: E.D. - ECONOMIA DO DESENVOLVIMENTO 22 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
Significado do Desenvolvimento

“Não importa quanta informação temos sobre o


desenvolvimento se não tivermos entendido o seu significativo
real”.
Denis Goulet, The Cruel Choice

DISCIPLINA: E.D. - ECONOMIA DO DESENVOLVIMENTO 22 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
Significado do Desenvolvimento

O desenvolvimento deve, ser concebido como um processo


multi-dimensional que envolve mudanças em estruturas,
valores e instituições bem como a aceleração do crescimento
económico, a redução da desigualdade e a erradicação da
pobreza absoluta.

DISCIPLINA: E.D. - ECONOMIA DO DESENVOLVIMENTO 23 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
8 Diferenças nas Condições de Partida para o “Take Off” entre
os PVD’s e os PD’s

1. Dotação de recursos físicos e humanos;


2. Rendas per capita e níveis de PNB em relação ao RM
3. Clima;
4. Tamanho, distribuição e crescimento da população;
5. Papel histórico da migração internacional;
6. Benefícios do comércio internacional;
7. Pesquisa científica e tecnológica básica e capacidade de
desenvolvimento;
8. Estabilidade e flexibilidade das instituições políticas.

DISCIPLINA: E.D. - ECONOMIA DO DESENVOLVIMENTO 23 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
3 Objectivos do Desenvolvimento:

1. Aumentar a disponibilidade e ampliar a distribuição de


bens básicos para a manutenção da vida: Alimento, saúde e
protecção;

2. Elevar os níveis de vida: + rendimento, + emprego, +


educação + cultura;

3. Expandir a gama de escolha económica e social dos


indivíduos e nações.

DISCIPLINA: E.D. - ECONOMIA DO DESENVOLVIMENTO 23 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
Modelo de Estágios de Cresctº Económico - Rostow:

1. Sociedade Tradicional - agrícola, com baixos níveis de poupança;

2. Pré-condições para o “Take-Off” – com taxa de produtividade a poder chegar


a 5% do PNB;

3. “Take-Off” – sociedade preparada para responder activamente às novas


possibilidades e alterações políticas, sociais e instituições;
- Estímulo que promova uma revolução política, tecnológica ou um novo
ambiente internacional favorável;
- Sectores-lideres – durante e após o take-off, agrupados em 3 categorias:
Sectores de crescimento primário; Sectores de crescimento suplementar
(consequência do > Agricultura); Sectores de crescimento derivado
(consequência do > PIB);

4. Maturidade;

5. Idade do Consumo em Massa.

DISCIPLINA: E.D. - ECONOMIA DO DESENVOLVIMENTO 23 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
TEORIAS KEYNESIANAS DO CRESCIMENTO:
Segundo estas teorias o crescimento económico é visto como um
mecanismo de quantidades globais no qual actuam variáveis
como:

1.(I) Investimento;

2.(Y) Rendimento;

3.(S) Poupança;

4.(K) Alguns autores associam uma 4.ª variável: O Stock ou o


Volume de Capital.

DISCIPLINA: E.D. - ECONOMIA DO DESENVOLVIMENTO 23 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
TEORIAS KEYNESIANAS DO CRESCIMENTO:
Teorias essencialmente endógenas.

I. Elementos do Modelo

1. Teoria do Ciclo de Crescimento de Hicks (Jonh Richard Hicks, 1950) – introduz aos
conceitos keynesianos o novo mecanismo: A Aceleração

Y = f (I) – Por intermédio do Multiplicador

Se o I cessa no fim do 1.º período, o cresctº tende a diminuir de etapa em etapa até
finalmente cessar. Se persistir, a linha de cresctº do Y será paralela, mas com atraso

Induzido – resulta do aumento prévio da procura


dos consumidores ou dos produtores

Autónomo – provocado por uma inovação/decisão


das autoridades, independente do
aumento da procura económica

DISCIPLINA: E.D. - ECONOMIA DO DESENVOLVIMENTO 23 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
TEORIAS KEYNESIANAS DO CRESCIMENTO:

II. Como Funciona o Modelo

O Efeito Multiplicador: ΔI (Autónomo) => ΔY – Explica como é que após o começo do crest.º do I o Y
aumenta.

O Efeito Acelerador: ΔY => ΔK – Explica como é que após esse aumento de Y se produz um aumento do I
Induzido - é um mecanismo de acumulação cujo princípio é semelhante ao do multiplicador, mas cuja
hipótese de base é diferente. Pois, só pode funcionar se todas as capacidades de produção estiverem
utilizadas.

Processo de Crescimento:
1. É a combinação dos dois efeitos que provoca o crescimento.

2. Este ciclo virtuoso tem o seu limite na diminuição inicial e na travagem subsequente do investimento
induzido, devido à rarefacção dos recursos (pleno emprego) => < Δ Y => Depressão.

3. I Autónomo é que tem capacidade para acabar com a depressão.

É a relação que une uma mudança havida na procura global a uma mudança na procura de bens de
investimento. i.e.:
>D>I

DISCIPLINA: E.D. - ECONOMIA DO DESENVOLVIMENTO 23 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
TEORIAS KEYNESIANAS DO CRESCIMENTO:

II. Como Funciona o Modelo


O Efeito Multiplicador: ΔI => ΔY – Explica como é que após o começo do
crestº do I o Y aumenta.

O Efeito Acelerador: ΔY => ΔK – Explica como é que após esse aumento


de Y se produz um aumento do I Induzido - é um mecanismo de
acumulação cujo princípio é semelhante ao do multiplicador, mas cuja
hipótese de base é diferente. Pois, só pode funcionar se todas as
capacidades de produção estiverem utilizadas.

É a relação que une uma mudança havida na procura global a uma


mudança na procura de bens de investimento. i.e.:
>D>I

DISCIPLINA: E.D. - ECONOMIA DO DESENVOLVIMENTO 23 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
ESCOLA ESTRUTURALISTA – ED

Origem

1. Os pioneiros da E.D. começaram a pôr em causa os


Neoclássicos e os Keynesianos em relação às questões do
desenvolvimento;

2. Enquanto os Neoclássicos assumem o sistema de preços


para a regulação do mercado, os Estruturalistas defendiam o
estruturalismo (mudança estrutural) para resolver os
problemas do desenvolvimento.

DISCIPLINA: E.D. - ECONOMIA DO DESENVOLVIMENTO 23 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
GENESE DA ED:

1. A Independência política pode ser conseguida pelo decreto mas o


desenvolvimento económico não;
2. Para a obtenção da Independência económica não era possível se
os PVD's continuassem a recorrer aos economistas dos PD's;
3. Para o efeito, era necessário que houvesse economistas dos PVD's a
pensar o respectivo desenvolvimento;
4. As estratégias para induzir o desenvolvimento:
a. O Estado era o maior agente de mudança;
b. Governo deve intervir na economia para promover o
desenvolvimento;
3. Desenvolvimento programado - ISI (Macro-Estruturas).

DISCIPLINA: E.D. - ECONOMIA DO DESENVOLVIMENTO 23 Prof.: Mestre José Luis Mascarenhas Monteiro
•Evolução da ED

1. Primeira geração da ED (1950-75)

1.1. A independência económica ao contrário da política, não se decreta, mas sim


conquista-se.

1.2. Desenvolvimento = Crescimento + mudança estrutural, para a sua indução era


necessário:
1.2.1. O Estado é o principal agente da mudança
1.2.2. Governo deve intervir na economia para promover o desenvolvimento
1.2.3. Desenvolvimento programado -> ISI
1.2.4. Dedicação aos grandes modelos, teorias e estratégias gerais de mudanças
estruturais

Causas do fracasso:
a. Hiato entre o planeado e o executado
b. Aumento da desigualdade social
c. Preços correctos não garantem o desenvolvimento, mas os preços distorcidos 
fim do desenvolvimento

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•Evolução da ED

2. Segunda geração da ED (1975 aos nossos dias)

2.1. Desagregação sectorial de macro-modelos da 1.ª Geração

2.2. ênfase na acumulação de conhecimentos


ao invés de k

2.3. Não uniformização das políticas, mas diferenciação por sector,


país e/ou região

2.4. Ataque ao modelo Neoclássico. Pois, nos anos ‘80 e ’90 ficou
demonstrado que o mercado não resolve tudo => Intervenção do
Estado.

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MODELOS E PARADIGMAS DE DESENVOLVIMENTO

I. Década 1950 - 60: Paradigma da Modernização


Modelo Dualista - Lewis 1955:

1. O Tradicional vs. o Moderno (Desenvolvimento a 2 velocidades)


2. O Rural vs. o Urbano
3. Agricultura vs. a Indústria
4. Advogam o investimento no sector moderno com maior Pmg
5. O sector moderno absorve os excedentes de Mão-de-obra
provenientes do sector tradicional.

Principais Dificuldades do Modelo:


1. O sector moderno não conseguiu absorver todos os excedentes de
Mão-de-obra provenientes do sector tradicional;

2. Crise no Centro e na Periferia /Industria e na Agricultura.

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Década 1960 - 70: Paradigma da Pobreza e os Modelos Produtivistas -
Myrdal 1968:

1. "Os pobres também podiam fazer o desenvolvimento (não eram só os


ricos os detentores de modernização e os pobres de M.O.)”;

2. Para o efeito, basta aumentar a respectiva Pmg.

Principais dificuldades do modelo:

1. Excesso de gastos públicos;

2. Défice / endividamento público.

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Década de 1970-80: Paradigma da Dependência e os Modelos
Proteccionistas - Prebish 1984; Baran 1970:

1. Crescente questionamento do papel do mercado;

2. A dependência resulta das relações diferentes entre o centro e a periferia;

3. Solução: uma rápida industrialização do Sul, através da politica de I.S.I.


dos produtos do Norte.

Principais dificuldades do modelo:

1. Ineficiência económica;

2. Défice / endividamento público.

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Década 80-90: Teorias Neoclássicas, Paradigma do Mercado e
os Modelos Neo-liberais - Friedman 1980;
World Bank 1989:

1.O livre funcionamento do mercado garante a eficiência (inspirado


na Teoria da mão invisível de Adam Smith);

2.Estado minimalista;

3.Crescimento económico = desenvolvimento económico.

Principais dificuldades do modelo:

1.Não obstante o crescimento económico a pobreza não decresceu


tanto como o previsto;

2.O mercado não e condição suficiente para garantir o


desenvolvimento.
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Teoria Neoclássica:

1. Decisões individuais racionais


2. Racionalidade com base nos custos de oportunidade
3. Mercado livre e preços equilibrados
4. Mecanismos macroeconómicos, auto-equilibradores
5. Comércio internacional livre e mutuamente vantajoso
6. Taxas de cambio flexíveis
7. Concorrência perfeita => Eficiência
8. Rendimento dos factores produtivos igual à sua Pmg
9. Concorrência perfeita com os preços adequados para o crescimento
económico.

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Final do Século XX:

Ruptura epistemológica no domínio da ED, porque os velhos paradigmas


começaram a não dar resposta aos novos problemas, o que levou à
aplicação cada vez mais de novos modelos.

Problemas:
1. O mercado não é perfeito, mas por vezes incipiente / escasso ou até
inexistente
2. O homoeconomicus é uma abstracção não realista
3. A racionalidade individual começa a se opor a uma racionalidade colectiva
que se reflecte num quadro institucional

7 Novas Adjectivações do Desenvolvimento:


1. Equitativamente Distribuído
2. Balanceado no Género
3. Regionalmente Sensível
4. À Escala Humana
5. Culturalmente Descentralizado
6. Participativamente Planificado
7. Sustentável.

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OBJECTIVOS DO MILÉNIO até 2015
1. Reduzir para metade a Pobreza Absoluta e a Fome (Pax a viver com menos de 1 Dólar
1990-2015 – 41,7% taxa de desempenho africana;

2. Assegurar a Educação Primária Universal – Taxa líquida de escolarização no ensino


primário – 50,0% taxa de desempenho africana;

3. Promover a Igualdade dos Sexos e a Autonomia das Mulheres – Equidade de Géneros


em todos os níveis N.º Raparigas/N.º Rapazes no ensino primário – 67,9% taxa de
desempenho africana;

4. Reduzir em 2/3(67%) a Mortalidade Infantil (< 5 anos) - 32,7% taxa de desempenho


africana;

5. Melhorar a Saúde Materna – reduzir em ¾(75%) a taxa de mortalidade materna – 26,9%


taxa de desempenho africana;

6. Combater o VIH/SIDA, o Paludismo e Outras Doenças – 8% taxa de desempenho


africana;

7. Assegurar um Ambiente Durável – Sustentabilidade Ambiental-População com acesso


durável a água potável – 60,4% taxa de desempenho africana;

8. Criar uma parceria global para o desenvolvimento.

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Para Reflexão:

Cerca de 34.000.000 de pessoas estão infectadas com o vírus de HIV-


SIDA, das quais aproximadamente 24.000.000 residem na ASS,
provocando em consequência cerca de 5.000 óbitos /dia.

Jorge Gonçalves, RDP-África, 17/05/2012

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