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*Corresponding author: Andre´ Luiz Reis da Silva, Doutor em Cieˆncia Política (UFRGS). Pós-
doutorado na School of Oriental and African Studies, University of London. Professor dos PPGs
em Cieˆncia Política e Estudos Estrate´gicos Internacionais da Universidade Federal do Rio
Grande do
Sul, Brasil. Bolsista de Produtividade CNPq, Porto Alegre, Brazil, E-mail: reisdasilva@hotmail.com
Open Access. © 2022 Andre´ Luiz Reis da Silva, published by De Gruyter. This work is
licensed under the Creative Commons Attribution 4.0 International License.
2 A. L. Reis da
1 Introdução
Dilma Rousseff assumiu a presideˆncia em meio a expectativas de continuidade
em relaçã o ao programa de Luís Iná cio Lula da Silva. Depois de oito anos de
cresci-
mento econô mico, ampliaçã o das políticas sociais e forte inserçã o internacional,
o Brasil assumiu um maior otimismo em relaçã o à s suas capacidades inter-
nacionais. Na política externa, esperava-se alguma reorientaçã o, mantendo as
diretrizes bá sicas do Governo Lula. Contudo, se a política externa de Lula gerou
forte debate intelectual, com artigos, livros e seminá rios, a de Dilma nã o teve a
mesma repercussã o acadeˆ mica. Com a deterioração da política dome´ stica,
a atençã o de Dilma para a política externa diminuiu ainda mais, com o
cancel-
amento de viagens. Em abril de 2016, a Câ mara dos Deputados votou pela
admissã o do processo de impeachment e pô s fim ao seu governo, levando a uma
autodenominada reorientaçã o da política externa brasileira.
Este artigo tem como objetivo analisar as transformaçõ es da política externa
brasileira recente, identificadas a partir do conceito de matriz de inserçã o inter-
nacional. Neste sentido, na perspectiva de compreender as grandes linhas de
De Dilma a 3
Dilma para a Ame´rica do Sul. Com a retraçã o da açã o externa brasileira em meio
à crise dome´ stica, iniciativas para Ame´ rica Central e Caribe perderam
fô lego, e a atuaçã o das empresas brasileiras perdeu o apoio do BNDES em
meio aos escâ n-
dalos de corrupçã o (Saraiva & Gomes, 2016).
A maior alteraçã o no Mercosul no período foi a adesã o da Venezuela, em
2012, que dependia da aprovaçã o do Senado paraguaio. Durante a suspensã o
paraguaia por sua ruptura institucional, apoiada na clá usula democrá tica do
Mercosul, a Venezuela foi admitida como membro pleno. No Brasil, noticiou-
se que o Ita-
maraty teria sido contra a permissã o de entrada à Venezuela naquele momento
(Cantanheˆ de, 2012). Ainda, a Bolívia solicitou adesã o, e Guiana e Suriname
se associaram ao bloco (Saraiva & Gomes, 2016). A suspensã o venezuelana em
2016
por nã o se adequar aos parâ metros do MERCOSUL põ e em cheque a expansã o do
período Dilma.
Apesar das críticas ao Mercosul, sobretudo apó s a criaçã o da Aliança do
Pacífico (2012) e durante o período eleitoral (2014) por sua suposta estagnaçã o,
a corrente comercial brasileira com o bloco segue importante (Marreiro,
2014).
Ademais, houve avanço nos investimentos do Fundo de Convergeˆncia
Estrutural, sobretudo no Paraguai, que reingressou no bloco em 2013. As
relaçõ es com
Argentina e Uruguai, sob as presideˆncias de Kirchner e Mujica foram
bastante positivas. O Brasil se manteve o principal parceiro comercial argentino
(Jesus, 2014), apesar da crescente concorreˆ ncia chinesa, e estabeleceu um
novo para-
digma nas relaçõ es com Montevide´u, visando incrementar a cooperaçã o bilateral
em diversas á reas (Giraldi & Aquino, 2012).
Em relaçã o aos EUA, as primeiras manifestaçõ es da presidenta foram rece-
bidas pela mídia como o início de uma reaproximaçã o com os Estados Unidos
apó s
as tensõ es que sucederam a Declaraçã o de Teerã . Contudo, a maior parte das
divergeˆ ncias no relacionamento bilateral persistiu no primeiro mandato de
Dilma. Pecequilo (2014) percebe uma continuidade na política brasileira e no
respeito
mú tuo, apó s a conquista de Lula de aceitaçã o por parte de Washington de uma
posiçã o autô noma, e muitas vezes discordante, do Brasil em relaçã o aos EUA. As
pressõ es internas por alinhamento, simpá ticas à política externa dos anos 1990,
foram frustradas pela manutençã o do que Pecequilo (2014) chama de “diversifi-
caçã o e acomodaçã o”. Enquanto promovia a institucionalizaçã o do “diá logo da
parceria global” e iniciativas de cooperaçã o trilateral, Dilma manteve as disputas
comerciais.
Pecequilo (2014) aponta um segundo momento das relaçõ es bilaterais: “dis-
tâ ncia, repensamento e estagnaçã o” (2013–2014). A inflexã o entre os períodos e
´ marcada pela descoberta da espionagem estadunidense ao governo
brasileiro,
a empresas brasileiras e à pró pria presidenta. Em resposta, Dilma cancelou viagem
marcada aos Estados Unidos e iniciou campanha, posteriormente apoiada pela
De Dilma a 1
Quadros e Joã o Goulart foi desmontada e substituída por uma política externa
“interdependente”, dependente e subordinada aos EUA, e recuada em suas pre-
tensõ es globais. O desengajamento internacional foi tã o grande que os pró prios
militares posteriormente promoveram uma nova revisã o, resgatando pontos da
Política Externa Independente.
Em março de 2017, o chanceler Jose´ Serra pediu demissão do cargo de
Ministro das Relaçõ es Exteriores, com a justificativa de problemas de saú de. Para
substituí- lo, assume Aloysio Nunes, tambe´m Senador da Repú blica e com
uma trajetó ria
semelhante à de Jose´ Serra. Ex-guerrilheiro no período da Ditadura Militar, exi-
lado, filiado ao PSDB, e tambe´ m com base política em Sã o Paulo. Jose´ Serra
vinha se desgastando no Ministe´ rio, e havia sinais de que o Temer desautorizou
algumas de suas iniciativas e ideias. Na Assemble´ ia Geral da ONU em 2016,
Temer afirmou
que “a integraçã o latino-americana estava acima dos interesses ideoló gicos” e
tambe´ m de que reafirmava a candidatura do Brasil a uma vaga no Conselho
de Segurança. Embora se esperasse alguma inflexã o na substituiçã o de Serra
na
Chancelaria, o fato e´ de que na prá tica o MRE continuou com a mesma política.
As críticas a política externa do Temer se acirraram inclusive dentro do Min-
iste´ rio das Relaçõ es Exteriores. O desconforto foi expresso no manifesto de
jovens diplomatas sobre a política externa brasileira, algo incomum num
corpo bur-
ocrá tico com alto grau de disciplina e hierarquia. Neste contexto, o chanceler
Aloysio Nunes buscou fazer pequenas correçõ es de rumo, buscando um perfil mais
discreto para o Itamaraty, mas mantendo a agenda e o “desengajamento
estrate´ gico” iniciado por Jose´ Serra. Um ponto alto deste desengajamento
ocorreu em abril de 2018, com o anú ncio feito pelo Brasil (juntamente com
Argentina,
Chile, Colô mbia, Peru e Paraguai) de suspender sua participaçã o na Unasul.
Entretanto, o caminho escolhido por Temer corre o risco de destruir um patrimô nio
diplomá tico duramente construído nas ú ltimas de´cadas (Silva & Perez, 2019).
Em relaçã o à integração “física” Sul-Americana – IRSA, Temer tambe´m teria
de lidar com o processo de integraçã o física, com muitas obras em andamento e
que inclusive foram incluídas no PAC. A incapacidade momentâ nea das empresas
de infraestrutura pode abrir espaço para multinacionais norte-americanas, euro-
pe´ias e ate´ chinesas. O desengajamento abre espaço para o fortalecimento
das potências estrangeiras e suas empresas na regiã o. O Brasil, nesse sentido,
desce
um degrau na escala do comportamento esperado das poteˆ ncias me´ dias,
que constitui em buscar resguardar a regiã o para sua pró pria influeˆ ncia.
Assim, a diplomacia brasileira está atuando num patamar muito abaixo das suas
capacidades e das necessidades do país, que continua consumindo seu
patrimô nio diplomá tico e fragilizando sua inserçã o internacional, num rá pido
processo de
De Dilma a 2
isolamento. Tal postura poderá ter efeitos altamente nocivos para o país em curto e
me´dio prazo.
No final de março de 2021, depois enfrentar forte pressã o de membros do
governo e do Congresso, o ministro Ernesto Araú jo pede demissã o. No dia 06 de
abril, o novo chanceler, Carlo Alberto Franco França, toma posse. Em seu
discurso
de posse, França elencou como prioridade a “diplomacia da saú de”, a “modern-
ização da economia” e “urgeˆ ncia climá tica”. Tambe´ m afirmou a necessidade
de valorizar o multilateralismo e reivindicou uma diplomacia universalista. Do
ponto
de vista discursivo, aponta-se para uma inflexã o na política externa de Bolsonaro,
mas ainda cedo para definir se e´ apenas um ajuste ou uma mudança um
pouco mais profunda, nos termos de Charles Hermann (1990).
12 Considerações finais
A presidente Dilma Rousseff buscou a continuidade da política externa do
Governo Lula, operando a mesma matriz de inserçã o internacional do Brasil.
Entretanto, utilizou um perfil mais discreto, evidenciado, principalmente, no
menor nú mero de viagens internacionais, em comparaçã o com o mesmo período
do Governo Lula. Utilizando menos os recursos da diplomacia presidencial, Dilma
delegou para os assessores mais diretos e para o corpo diplomá tico a conduçã o
da política externa. Entretanto, ao utilizar para a diplomacia o mesmo modelo de
gestã o “de resulta- dos” utilizado para o conjunto do governo, Dilma mantinha o
controle das dir- etrizes da inserçã o internacional do país. A demanda pelas
reformas no sistema internacional, a articulaçã o com os países emergentes, o
fortalecimento da cooperaçã o Sul-Sul e uma posiçã o de altivez e autonomia em
relaçã o à s grandes
poteˆncias se mantiveram no Governo Dilma. Em relaçã o às mudanças de eˆnfase,
a política externa de Dilma focou na reduçã o dos danos da crise econô mica
inter-
nacional, cuja articulaçã o com os BRICS e a reforma do sistema econô mico
internacional ganhou centralidade.
Entretanto, os efeitos da crise política e econô mica interna e as transformaçõ es
internacionais atingiram as bases deste modelo de inserçã o internacional,
fragilizando-o e trazendo poucos resultados. De tudo isso que foi abordado no
texto, a destituiçã o da presidente Dilma constitui um marco para a finalizaçã o da
matriz de inserçã o regional iniciada desde o Governo Lula (2003–2010). A crise
internacional, a crise política e econô mica interna, as limitaçõ es da inserçã o de
uma poteˆncia emergente perife´rica, bem como o giro político na Ame´rica do
Sul
podem ser apontados como fatores, ou variá veis, essenciais para compreender as
transformaçõ es matriciais da política externa brasileira. Entretanto, as
2 A. L. Reis da
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