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Estratégia Organizacional
Bergischen Universitat, Wuppertal, viveu e lecionou doze anos na Ásia,
entre 1989 e 2001. Publicou na Alemanha, China, Japão, Estados Unidos
e Portugal. É atualmente professor catedrático no ISCTE onde leciona
Estratégia e Gestão da Qualidade. Desde 1996 é professor visitante da
Universidade de Rennes 1.
DO POSICIONAMENTO AO MOVIMENTO
gestores, estudantes de gestão e para todos aqueles que
pretendam ter da organização uma visão alargada.
ISBN 978-972-618-782-0
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Mar de Fora
Barcos Varados nas Ruas
Homens às Paredes
(Santochi Hashimoto, 2013)
ESTRATÉGIA
ORGANIZACIONAL
DO POSICIONAMENTO
AO MOVIMENTO
3ª EDIÇÃO
REVISTA E AUMENTADA
EDIÇÕES SÍLABO
É expressamente proibido reproduzir, no todo ou em parte, sob qualquer forma
ou meio, NOMEADAMENTE FOTOCÓPIA, esta obra. As transgressões
serão passíveis das penalizações previstas na legislação em vigor.
FICHA TÉCNICA:
Título: Estratégia Organizacional – Do Posicionamento ao Movimento
Autor: Nelson dos Santos António
© Edições Sílabo, Lda.
Capa: Pedro Mota
1ª Edição – Lisboa, junho de 2003
3ª Edição – Lisboa, janeiro de 2015
Impressão e acabamentos: Europress, Lda.
Depósito Legal: 386385/15
ISBN: 978-972-618-782-0
CAPÍTULO 1
Estratégia Organizacional – Uma breve história
1. Introdução 21
2. O paradigma do posicionamento (ou da adaptação) 23
2.1. A análise SWOT 23
2.2. Vantagem competitiva 28
6. Conclusões 40
CAPÍTULO 2
À Volta do Conceito de Gestão Estratégica
1. Introdução 47
2. O conceito de estratégia 48
3. Desenvolvimentos do conceito de estratégia 53
4. Conclusão 57
CAPÍTULO 3
O Princípio de Tudo – A Análise SWOT
1. Introdução 63
2. Meio envolvente mediato 65
2.1. A perspetiva económica 66
2.2. A perspetiva tecnológica 68
2.3. A perspetiva cultural 74
2.4. A perspetiva política 81
2.5. A perspetiva demográfica 82
CAPÍTULO 4
Teoria Baseada nos Recursos
1. Introdução 91
1.1. Teoria baseada nos recursos: sua evolução 93
1.2. Modelo VRIO 100
1.3. Capacidades dinâmicas 101
2. Conhecimento e teoria fundamentada nos recursos 104
3. A teoria baseada nos recursos em ação 110
4. Terminologia 112
5. Recursos e estratégia 115
6. Conclusão 116
CAPÍTULO 5
A Governabilidade Empresarial e a Teoria
dos Stakeholders
1. O problema 127
2. Introdução 127
3. O modelo anglo-americano 131
3.1. A teoria subjacente ao modelo anglo-americano 131
5. Conclusões 150
CONCLUSÕES 159
BIBLIOGRAFIA 163
NOTA
À TERCEIRA EDIÇÃO
11
Nesta edição o capítulo referente à Teoria Baseada nos Recursos
foi reformulado e foi acrescentado uma caixa denominada «as novas
vestes do Imperador e a Gestão das Empresas».
Espero que este livro ajude a pensar melhor o mundo em que
vivemos.
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NOTA
À SEGUNDA EDIÇÃO
Esperamos que este livro vos ajude a elaborar questões que per-
mitam compreender a realidade complexa em que vivemos. A pre-
sente edição tem alguns desenvolvimentos, nomeadamente no capítulo
1 e capítulo 4 com a inclusão do caso do Gato das Botas.
Desejamos que se divirtam tanto a ler este livro como nós nos
divertimos na sua feitura.
Até breve.
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PREFÁCIO
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dade económica, exige um repensar do ensino ministrado nas escolas
de gestão. A orientação teórica deve prevalecer sobre a prática, sob
pena de estarmos a licenciar analfabetos. Os alunos devem ser equipa-
dos com conhecimentos teóricos que lhes permitam destrinçar e com-
preender antecipadamente a evolução das variáveis que afetam a
sobrevivência das suas empresas. Como Deming, desde há muito
afirmava, a melhor prática é uma boa teoria, pois é a teoria que nos
permite formular as boas questões.
Isto não significa que as escolas de gestão devam abandonar o
ensino dos instrumentos de gestão, antes pelo contrário. O que
defendo é que os mesmos sejam enquadrados numa filosofia de ges-
tão. Formar pessoas dentro de uma filosofia de gestão que tenha como
vetores principais a qualificação permanente dos que trabalham na
empresa, uma liderança grupal e um envolvimento das pessoas no
processo de tomada de decisão é muito mais importante do que o
ensino desgarrado de instrumentos de gestão.
É também urgente discutir a neutralidade do ensino da gestão. A
«teoria da firma» disponibiliza desde há muito vários modelos de
gestão com diferentes pressupostos valorativos, pelo que a adoção de
um ou outro não constitui um ato neutro. Fazemos escolhas delibera-
das e estas não devem ser escondidas sob pena de poluirmos o
ambiente em que vivemos.
Defendo um modelo de gestão que tenha como base três vetores
principais, a saber: (i) liderança grupal, (ii) educação permanente dos
que trabalham na empresa, (iii) envolvimento de toda a organização
no processo de tomada de decisão. A sobrevivência das organizações
passa pela implementação harmoniosa destes três vetores, mas como
Deming afirmava «a sobrevivência não é obrigatória».
O conteúdo deste livro foi influenciado por muitas pessoas. De
entre elas gostaria de referir o Prof. Gomes Cardoso e o Prof. Alfredo
Pereira (meus colegas no ISCTE) com quem na segunda parte dos
anos de 1980 tive várias conversas sobre o que era a estratégia e o
grupo de estudo sobre qualidade e estratégia da Faculdade de Gestão
de Empresas da Universidade de Macau com cujos membros iniciei
16
um caminho de reflexão (ainda não acabado) sobre a ligação entre
qualidade e estratégia. A todos eles o meu obrigado. Por fim, é de
referir que o livro contém muito das discussões caseiras com a Virginia
Trigo.
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CAPÍTULO 1
ESTRATÉGIA
ORGANIZACIONAL
UMA BREVE HISTÓRIA
ESTRATÉGIA ORGANIZACIONAL – UMA BREVE HISTÓRIA
1. INTRODUÇÃO
O que distingue a estratégia organizacional, das restantes discipli-
nas das ciências de gestão? O que a diferencia enquanto disciplina
autónoma? Qual o seu objeto?
Desde os seus primórdios, que o objeto da estratégia organizacio-
nal consiste no estudo das relações das organizações (como um todo)
com o seu meio envolvente, numa perspetiva de longo prazo. A pala-
vra estratégia deriva do grego strategos, ou «a arte do general». O que
diferencia o trabalho do general quando comparado com o trabalho do
comandante de campo? Uma guerra é feita de inúmeras batalhas e o
general é responsável, ao longo do tempo, por múltiplas unidades em
diferentes frentes de batalha. Compete ao general orquestrar os recur-
sos que dispõe e ter uma visão de conjunto (este é o valor que o gene-
ralato acrescenta). Assim como os grandes generais pensam sobre o
todo, o bom estratega organizacional deve também pensar a organiza-
ção como um todo.
Neste livro apresentamos a evolução do pensamento e das práticas
referentes à estratégia organizacional, desde os anos de 1950, tendo
presente os aspetos caraterísticos desta disciplina, que como anterior-
mente referimos, se consubstanciam numa visão integradora das orga-
nizações numa perspetiva de longo prazo.
As mudanças que ocorrem na envolvente obrigam cada época a
produzir os seus conceitos, as suas práticas, os seus instrumentos de
gestão. É precisamente sobre os conceitos, as práticas e os instrumen-
tos de gestão inseridos no contexto em que foram gerados, que iremos
refletir, para melhor compreendermos a evolução do pensamento
estratégico organizacional nos últimos 50 anos.
21
ESTRATÉGIA ORGANIZACIONAL
Posicionamento Movimento
P D
Vantagem Estratégia
SWOT Transformação
competitiva baseada
permanente
em recursos
A C
22
ESTRATÉGIA ORGANIZACIONAL – UMA BREVE HISTÓRIA
2. O PARADIGMA DO POSICIONAMENTO
(OU DA ADAPTAÇÃO)
Até ao início dos anos de 1990, os avanços teóricos da disciplina de
estratégia organizacional desenvolveram-se à volta da noção de posi-
cionamento concorrencial. A filosofia dominante era a adequação estra-
tégica, que tinha por base os seguintes dois princípios fundamentais:
a) A sobrevivência de toda e qualquer organização exige a sua
adaptação à envolvente,
b) O sucesso de toda e qualquer organização exige a construção e
defesa de uma vantagem competitiva.
23
ESTRATÉGIA ORGANIZACIONAL
24
ESTRATÉGIA ORGANIZACIONAL – UMA BREVE HISTÓRIA
dades restantes, estas devem ser avaliadas tendo em conta a sua pro-
vável contribuição para a realização de cada um dos objetivos.
Segundo Ansoff, a empresa pode desenvolver-se seguindo dois
eixos estratégicos. O primeiro eixo é o da expansão, isto é, o reforço
da posição que detém; o segundo eixo é o da diversificação. A expan-
são comporta naturalmente menos risco que a diversificação e propor-
ciona sinergias à empresa.
A avaliação consiste em apreciar as vantagens e os inconvenientes
de cada um dos eixos estratégicos tendo em consideração os efeitos de
sinergia. A sinergia ou o efeito 2 + 2 = 5 é a possibilidade de obter
combinando dois ativos uma produção superior à que resultaria da
soma da exploração destes ativos isoladamente. A sinergia pode pro-
vir, por exemplo, da utilização de uma rede de distribuição não satu-
rada para comercializar um novo produto.
Andrews, por sua vez, definia Corporate Strategy como «the pat-
tern of decisions in a company that determines and reveals its objecti-
ves, purposes, or goals, produces the principal policies and plans for
achieving these goals, and defines the range of business the company
is to pursue, the kind of economic and human organization it is or
intends to be, and the nature of the economic and non-economic con-
tribution it intends to make to its shareholders, employees, customers,
and communities».
A definição de Andrews marcou a agenda da investigação dos
últimos 40 anos e por esse motivo não a traduzo. A sua definição é
não só abrangente, pois engloba os meios e os fins associados à defi-
nição de uma estratégia, como se preocupa com a contribuição das
organizações para as suas partes constituintes (stakeholders). De real-
çar também a dimensão futuro na definição de Andrews.
Caso a atividade (negócio) fosse bem definida, as questões deslo-
cavam-se para a descoberta das oportunidades e ameaças do meio
envolvente. Aclaradas as ameaças e oportunidades devemos preocu-
par-nos com o posicionamento da organização, tendo em conta os seus
pontos fortes e fracos. Estamos perante uma abordagem relativamente
simples, por exemplo, a definição da atividade exige uma análise pré-
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ESTRATÉGIA ORGANIZACIONAL
Figura 2
Freios/
SWOT Tempo Cenários
/motores
Espaço Concorrência
Segmentação Perfil
concorrencial
Domínios Análise
estratégicos estrutural (Porter)
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ESTRATÉGIA ORGANIZACIONAL – UMA BREVE HISTÓRIA
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ESTRATÉGIA ORGANIZACIONAL
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ESTRATÉGIA
NELSON JOSÉ DOS SANTOS ANTÓNIO nasceu em Portimão, no Algar-
ve, onde aprendeu a vadiar. Doutorado na Alemanha em 1986 pela
Estratégia Organizacional
Bergischen Universitat, Wuppertal, viveu e lecionou doze anos na Ásia,
entre 1989 e 2001. Publicou na Alemanha, China, Japão, Estados Unidos
e Portugal. É atualmente professor catedrático no ISCTE onde leciona
Estratégia e Gestão da Qualidade. Desde 1996 é professor visitante da
Universidade de Rennes 1.
DO POSICIONAMENTO AO MOVIMENTO
gestores, estudantes de gestão e para todos aqueles que
pretendam ter da organização uma visão alargada.
ISBN 978-972-618-782-0
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