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2016
Centro Universitário de Patos de Minas - UNIPAM
ISBN 978-85-62203-15-2
CDD 658.001
Apresentação
Olá aluno (a), sou o prof. Roberto Piau. Acompanharei você na disciplina Teoria das Organizações. Ao longo do curso,
você relacionará este conteúdo com as suas práticas cotidianas em empresas; além disso, compreenderá a utilidade e
aplicabilidade dos conceitos da Teoria das Organizações, bem como seu funcionamento. Você é convidado a refletir
sobre as funções e o processo administrativo, através do enfoque da evolução do pensamento administrativo, desenvol-
vendo, simultaneamente, as habilidades conceituais, técnicas e humanas, de forma a permitir o aperfeiçoamento da ca-
pacidade de pensar, de refletir, de definir situações organizacionais complexas, além de diagnosticar e propor soluções. A
disciplina está dividida em 20 aulas, com atividades em Fóruns, avaliação on-line e presencial. Convido você a participar
desses espaços interativos no seu ambiente virtual de aprendizagem. Boa leitura!
Professor
Roberto Piau
Ementa
Atua como professor da disciplina Teoria das Organizações no Centro Universitário de Patos de Minas,
UNIPAM. Possui mestrado em Administração, na área de concentração Gestão Estratégica das Organizações.
Graduado em Administração de Empresas com, Licenciatura Plena em Biologia e Química. Possui MBA em
Gestão Empresarial e Consultoria Empresarial. É gerente geral da Caixa Econômica Federal na cidade de
Patos de Minas.
Aula 1
Introdução à Teoria Geral da Administração
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Sumário
■Conhecer
■ a evolução da administração;
■Conhecer
■ as influências da administração;
■Entender
■ os conceitos básicos importantes para a área da Teoria das Organizações;
■Perceber
■ a importância da administração para a melhoria das organizações e da sociedade em
geral.
Para iniciar o estudo da Administração, é de suma importância que se conheça onde e como ela iniciou. Por
isso, na primeira aula, iremos fazer uma análise geral da história da Administração. Você será apresentado
aos conceitos básicos, vai conhecer um pouco mais sobre o que é ser administrador, e compreender o
que é essa profissão. Proponho que você embarque junto a mim rumo a uma viagem no tempo, para que
assim possa estudar os primórdios da Administração, as primeiras influências sobre essa ciência. Teremos
a oportunidade também de acompanhar a evolução do processo administrativo. Para tanto proponho a
seguinte reflexão:
Reflexão
Podemos considerar a organização como uma unidade de pessoas e processos que visam alcançar
determinados objetivos. Tudo que é relacionado à disponibilidade de um produto final ou de um serviço
prestado, envolve uma organização. A sociedade está repleta de organizações, sejam elas lucrativas,
chamadas de empresas, ou não lucrativas, que são ONGs, Igrejas, Exército, etc. As organizações existem
para que uma determinada atividade seja conduzida até o seu objetivo final, isso para gerar lucro ou para
disponibilizar um determinado benefício. Assim, surge a necessidade de uma figura capaz de conduzir
esse processo até que seja cumprido o seu objetivo final: o administrador.
Reflexão
Quando você decidiu fazer parte deste curso, você organizou uma série de ações
que vão permitir que você conclua seu sonho. Ao organizar seu horário de estudo,
seu momento de trabalho e lazer, você está sendo um administrador de suas ações.
Observamos que o termo administrador é amplo, podendo ser empregado em
diversas situações.
Contextualização
Nesse contexto, o administrador, que é o profissional que vai administrar uma empresa, precisa construir,
ao longo da carreira, três habilidades importantes para uma boa gestão (Katz,1955):
■Habilidades
■ Técnicas: o administrador deve ter o conhecimento do trabalho, de como as tarefas
são realizadas, os métodos, os procedimentos, os equipamentos, para com isso poder cobrar os
resultados esperados dos seus colaboradores.
■Habilidades
■ Humanas: o administrador teve saber lidar com pessoas, nas tarefas que envolvam
a liderança, nos relacionamentos interpessoais, deve saber mobilizar e motivar as pessoas, saber
comunicar, repassar a informação correta.
■Habilidades
■ Conceituais: envolvem a habilidade de trabalhar com ideias e teorias. Estão relacio-
nadas ao saber diagnosticar uma situação, raciocinar hipóteses e formular soluções.
■As
■ organizações são divididas em três níveis administrativos:
■Nível
■ Institucional ou Estratégico: formado pela cúpula da empresa (diretores, acionistas, presi-
- Foco em unidade ou
Nível Gerentes
departamentos da
organização;
Tático - Orientação de médio prazo.
Todas as habilidades são exigidas em todos os níveis administrativos, porém a habilidade técnica é mais
frequente no operacional, assim como a habilidade conceitual está mais presente no nível na cúpula
organizacional.
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Porém, como sabemos, nem todos os administradores possuem essas habilidades; no entanto, elas podem
ser desenvolvidas. É importante lembrar que a união dessas habilidades possibilita ao administrador a
capacidade de ser potencialmente competente na sua profissão.
Reflexão
A Administração está presente em toda e qualquer organização que requer um coordenador que irá
desempenhar o papel de organizar e dirigir pessoas, processos e recursos em prol de um objetivo, seja
uma grande indústria ou uma pequena confecção, seja em uma rede internacional de distribuição, seja
em um pequeno supermercado, seja em uma rede de franquias no segmento de alimentação, ou seja,
em uma pequena lanchonete. Não importa o tamanho, a proporção ou a importância que um negócio
representa na economia como um todo. Perceba, aluno (a), que em todos os casos, é necessária a figura de
um administrador para planejar, organizar, dirigir, controlar os processos e incentivar as pessoas.
Reflexão
Contextualização
Administrar é:
■Planejar
■ o que deve ser alcançado;
■Organizar
■ e estipular tempo hábil para a execução das ações;
■Direcionar
■ e distribuir as funções, buscando proporcionar melhor aproveitamento das pessoas;
■Controlar
■ os recursos disponíveis, buscando sempre obter produtividade;
■Liderar
■ equipes, motivando-as para a busca de melhores resultados;
■Ficar
■ atento ao mercado externo, buscando novas oportunidades;
■Conciliar
■ e encurtar os pontos entre planejamento e ação, fazendo com que o que foi planejado
seja executado no tempo programado;
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■Ser
■ um agente transformador dentro das organizações.
Todo profissional de Administração busca sempre obter resultados. No entanto, sem uma base teórica
adequada, o administrador estará sempre sem orientação, podemos dizer que estará sempre “dando um
tiro no escuro”. Por isso, é necessário o estudo das teorias administrativas, vividas em cada momento da
história, para que possamos ter uma base para a tomada de decisão. Essas teorias foram influenciadas,
cada qual em seu tempo, por seis variáveis básicas na Teoria Geral da Administração (TGA): tarefas,
estrutura, pessoas, ambiente, tecnologia e competitividade. Por fim, em tempos atuais, a TGA vem sendo
diretamente influenciada pela competitividade.
Teoria é um conjunto de suposições elaboradas para explicar a relação entre dois ou mais fatos observáveis
e proporcionar uma base sólida para prever eventos futuros (SOBRAL, 2013, p.47).
É uma teoria que tem como objetivo compreender as organizações como um fenômeno social e desenvolver
modelos explicativos ou descritivos de práticas administrativas (SOBRAL, 2013, p. 47).
TEORIAS
ÊNFASE PRINCIPAIS ENFOQUES
ADMINISTRATIVAS
Tarefas Administração Científica Racionalização do trabalho no nível operacional.
Organização formal;
Teoria Clássica
Princípios gerais da Administração;
Teoria Neoclássica
Funções do administrador.
Organização formal burocrática;
Teoria da Burocracia
Estrutura Racionalidade organizacional.
Múltipla abordagem:
- Organização formal e informal;
Teoria Estruturalista
- Análise intraorganizacional e interorganizacio-
nal.
(continua)
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(conclusão)
TEORIAS
ÊNFASE PRINCIPAIS ENFOQUES
ADMINISTRATIVAS
Organização informal:
Teoria das Relações
Motivação, liderança, comunicação e dinâmica
Humanas
de grupo.
Teoria do Comporta- Estilos de Administração. Teoria das Decisões.
Pessoas
mento Integração dos objetivos organizacionais e indi-
Organizacional viduais.
Desenvolvimento Orga- Mudança organizacional planejada.
nizacional Abordagem de sistema aberto.
Análise intraorganizacional e análise ambiente.
Teoria Estruturalista
Abordagem de sistema aberto.
Ambiente
Análise ambiental(imperativo ambiental).
Teoria da Contingência
Abordagem de sistema aberto.
Análise ambiental(imperativo ambiental).
Tecnologia Teoria da Contingência
Abordagem de sistema aberto.
Caos e complexidade.
Competitivi- Novas Abordagens na Aprendizagem organizacional.
dade Administração
Capital intelectual.
Quadro 1 Teorias administrativas
Fonte: Chiavenato (2014, p.54)
Tecnologia da
Início da Desenvolvimento
Informação
industrialização Industrial
Serviços
Pouca mudança Aumento da mudança
Aceleração da Mudança
Previsibilidade Fim da Previsibilidade
Imprevisibilidade
Estabilidade e Certeza Inovação
Instabilidade e Incerteza
Ênfase na:
Administração Científica Teoria Neoclássica
Produtividade
Teoria Clássica Teoria Estruturalista
Qualidade
Relações Humanas Teoria Comportamental
Competitividade
Teoria da Burocracia Teoria de Sistemas
Cliente
Teoria da Contingência
Globalização
Cada uma dessas teorias é válida e extremamente eficiente para resolver problemas de cada época, no
entanto, cada uma delas possui enfoques diferentes, ressaltando diferentes valores. É imprescindível
o conhecimento acerca dessas teorias para que você, gestor, tenha as tomadas de decisão de maneira
assertiva. Quando surgirem diferentes problemas para serem resolvidos, esse conhecimento mostrará
diferentes opções para você buscar uma solução.
O profissional de Administração precisa ser dinâmico. É necessário não somente ter o conhecimento das
teorias da administração, mas também saber compreender cada área em específico. Assim, ao administrar a
empresa, há circunstâncias em que o administrador terá que executar seus conhecimentos em Matemática,
Psicologia, Direito, Contabilidade etc. Sua capacidade de administrar uma organização será medida a partir
do controle que terá dos processos e das pessoas, e para isso, é necessário saber conhecer cada setor da
organização.
2 Os primórdios da Administração
A Administração sempre acompanhou a humanidade, desde seus primórdios. Vamos conhecer agora as
principais influências que antecederam a Administração.
Vejamos:
A Administração, em sua forma atual, sofreu diversas influências e utiliza de princípios que são empregados
em outras ciências, como a Matemática, a Sociologia, a Tecnologia da Informação, a Engenharia etc. Como
dito, a Administração, como uma ciência, possui apenas cem anos de existência; no entanto, as pirâmides
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do Egito só existem por influência e pela capacidade de dirigentes que souberam planejar, organizar,
dirigir e controlar recursos e pessoas, resolvendo problemas daquela organização. Apesar de existir um
histórico de mais de 6.000 anos, desde que as pirâmides foram erguidas, a Administração só conseguiu se
desenvolver de forma notável a partir do século XX, absorvendo, no decorrer do tempo, diversas influências.
Reflexão
Você sabia que várias organizações tiveram influência para que surgisse a Ciência
da Administração?
A Igreja Católica, os militares, os economistas liberais, a Revolução Industrial, os filósofos e vários outros
setores influenciaram.
Uma das influências na ciência da Administração veio através da forma de uma organização muito antiga
Em um ambiente onde circulam operações, moeda e trabalho, existe uma “mão invisível” que governa e
direciona. Era como o filósofo e economista escocês Adam Smith abordava a economia, foi ele que fundou
a economia clássica, em que a base de tudo era a competição. Karl Marx (1867), citado por Chiavenato
(2011), aborda o conceito de mais-valia, em que toda a força de trabalho é explorada pelo capitalismo em
busca da obtenção de lucro. Porém, é Chiavenato (2011) quem explica o conceito de mais-valia, sendo esse
conceito compreendido como tudo aquilo que o trabalhador executa, além daquilo que é pago. É a mão
de obra executada, além do que foi contratado, não havendo remuneração pela tarefa adicional. Sendo
assim, é através dessa fonte que os capitalistas conseguem os seus lucros.
No início do século XX, com a força do sindicalismo juntamente com o socialismo, o capitalismo foi obrigado
a se aperfeiçoar, passando a adotar medidas de melhorias nos fatores de produção e na remuneração dos
trabalhadores. E quanto mais havia pressão por parte dos sindicatos, mais os capitalistas eram obrigados a
adotar práticas de melhor desempenho no trabalho. Foi daí que começaram as práticas de racionalização
do trabalho.
Segundo o liberalismo, a vida econômica deve afastar-se da influência da estatal. Sendo assim, a livre
concorrência é o postulado principal do liberalismo econômico.
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Por que a livre concorrência e a competição são importantes para a economia de uma forma geral?
Reflexão
Contextualização
Você concorda?
Se há competição, as organizações começam a competir entre si, melhorando
produtos, qualidade e o preço final de seus produtos e serviços. Outro fator
importante é que a livre concorrência dá ao cliente a opção de livre escolha no
mercado, buscando a empresa que melhor atenda às suas necessidades. Desta
forma, o Estado só deverá intervir na economia quando não houver a livre
concorrência, como, por exemplo, na formação de cartel.
As organizações militares utilizavam o princípio da unidade de comando, em que cada um só pode ter um
superior. Esse conceito é a base da organização militar abordada como uma hierarquia de comando.
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Saiba mais
Sun Tzu (544 a.C. – 496 a.C.) foi um filósofo chinês, um general, que abordou em seu
livro A Arte da Guerra conceitos de estratégia militar que lidam com a preparação
e o planejamento no campo de batalha, com a estruturação e direção da guerra,
com as manobras utilizadas para vencer seus adversários e com a avaliação dos
pontos fortes e fracos dos inimigos. Fatores que, convertidos em um contexto
atual, na realidade de cada organização, são fundamentais para a aplicação da
administração em uma empresa.
A Física e a Matemática influenciaram efetivamente as práticas administrativas. Foi através dos estudos e dos
conceitos adotados por Francis Bacon, René Descartes, Galileu Galilei e Isaac Newton que a Administração
ganhou forma de exatidão. Partindo dos princípios adotados por Galileu e Newton, através das leis gerais
e da previsão de fatos na ciência, a Administração prevê alterações em ambientes econômicos e sociais,
tecnologia e formas de cultura na sociedade. Quando passamos a entender as forças envolvidas, é possível
prever alterações nos ambientes organizacionais (Chiavenato, 2011).
No século XVIII, James Watt aperfeiçoou a máquina a vapor. Isso possibilitou uma crescente e acelerada
evolução nos processos industriais. Uma modificação na economia e em toda a estrutura política e social
possibilitou um crescimento naquele período maior do que houve em todo o milênio. Toda essa mudança
é chamada de Revolução Industrial.
Contextualização
Antes de tudo isso, existia um processo de trabalho familiar, no qual as pessoas entregavam a matéria-
prima a um especialista alfaiate, por exemplo, para que o mesmo confeccionasse uma determinada roupa.
Tudo isso em produção artesanal, com ferramentas manuais para modelar e finalizar os produtos. Na
Idade Média, o capitalista tinha o capital, mas não tinha o conhecimento para produção de produtos,
então ele subcontratava o trabalho, ou seja, repassava para as guildas toda a produção.
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Saiba mais
Segundo Silva (2008), as guildas fortaleceram a hierarquia do mestre, do aprendiz e do jornaleiro e também
regularam as horas de trabalho, salários, preços, número de aprendizes e territórios de vendas. Como o
capitalista não tinha conhecimento do trabalho nem a habilidade para a produção de bens e serviços, ele
fornecia para as guildas toda a matéria-prima para a elaboração dos produtos. Esse modelo deu certo por
algum tempo, mas começou a apresentar problemas.
Reflexão
Que outro termo podemos usar para definir subcontratações nos nossos dias?
Surge, então, a necessidade de confinamento das pessoas em um único local. O capitalista assume
a responsabilidade pelo sistema fabril, colocando os operários em um único lugar, fazendo surgir as
empresas, num processo de produção em escala aumentada em prédios especializados para produção,
onde os trabalhadores ficassem concentrados em um único lugar, com os equipamentos e maquinários
disponíveis. É a troca do sistema da indústria caseira para a do sistema fabril.
Você consegue imaginar como seria administrar essas primeiras indústrias fabris?
Reflexão
Muitas indústrias, nessa época, assumiram formas autoritárias e despóticas para controlar seus operários.
Muitas empresas eram consideradas verdadeiras prisões, pois o operário estava sujeito a uma carga horária
de trabalho, diferentemente do que acontecia nas guildas.
Com a Revolução Industrial, surgia também um novo processo, o da substituição da mão de obra por
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máquinas especializadas, com um motor movido a vapor.
Nesse momento de transformações, muda-se também a figura do trabalhador, que deixa de lado a
pequena indústria familiar, para se especializar em uma indústria de larga escala, trabalhando com maior
produtividade, produzindo maior quantidade com preços mais reduzidos e expandindo mercados.
Reflexão
Bom, vejamos.
A Primeira Revolução Industrial (1780 a 1860) é também chamada de revolução do carvão e do ferro,
com a mecanização da indústria e da agricultura, a aplicação da força motriz à indústria (invenção da
máquina a vapor), o desenvolvimento do sistema fabril (artesão vira operário e oficinas viram indústrias) e
um espetacular aceleramento das comunicações e dos transportes. Aparecem as primeiras locomotivas a
vapor, as estradas de ferro, o telégrafo elétrico, o selo postal, o telefone.
Ocorreu nesta época um grande êxodo rural. As pessoas começaram a largar o campo para trabalhar
Reflexão
A Segunda Revolução Industrial, ou do aço e da eletricidade (1860 a 1914), tem as seguintes características:
4- Transformações radicais nos transportes e comunicações. Ferrovias são ampliadas, com produção de
carros em larga escala pela Ford e com o primeiro avião de Santos Dumont.
5- Surgimento do capitalismo financeiro, com grandes bancos para financiar essas novas invenções.
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Reflexão
Podemos ver que houve uma súbita transformação, e a habilidade do artesão é transferida para a máquina,
para produzir mais, com melhor qualidade e menor custo. Outra transformação foi a substituição da força
do animal ou da força humana pela potência das máquinas a vapor e depois pelo motor, aumentando a
produção com maior economia e com máquinas cada vez mais potentes.
A partir desse momento, torna-se crucial a figura do administrador. Ele é que vai gerenciar esses recursos,
alocando as pessoas em suas funções, planejando, organizando, direcionando, motivando as pessoas
e controlando os resultados. É nesse momento também que surgem grandes dificuldades, como o
analfabetismo dos trabalhadores, incapazes de decifrar manuais de operação das máquinas, a falta de
motivação dos empregados e o controle de fabricação por parte dos gestores, buscando o máximo de
produtividade.
8 A Evolução da Administração
Agora, considerando a ênfase nas tarefas e na estrutura, temos teorias de organizações burocráticas e
estruturalistas. Com ênfase nas pessoas, temos a Teoria das Relações Humanas, que buscam motivação e
incentivo à liderança. Após este período clássico, vimos o início de uma era industrial neoclássica, com teorias
estruturalistas, comportamentais e de sistemas, abordadas por divisão de tarefas e departamentalização,
seguida por uma característica do período atual: A Era da Informação.
As organizações estão cada vez maiores. A globalização, que significa a quebra de fronteiras no comércio,
vem possibilitando a expansão universal do campo de atuação das organizações. Atualmente, uma
empresa pode ter contato com um cliente do outro lado do mundo. A empresa tem acesso a informações
de seus clientes, possibilitando prever ações, mudanças de hábito e de cultura. Através das redes sociais e
da popularização das tecnologias, é possível conectar todas as pessoas em uma única rede, compartilhando
ideias, vontades e hábitos.
No cenário atual, observamos que a quantidade de informação existente é maior do que aquilo que se
pode usufruir; por isso, a qualidade das informações acaba sendo mais importante. O administrador deve
cada vez mais buscar a inter-relação entre as cinco variáveis básicas do conceito da teoria administrativa,
para que, com isso, possa buscar a máxima eficiência e a efetivação dos objetivos propostos pela
organização. A figura abaixo nos mostra essa inter-relação entre as cinco variáveis, ou seja, para sermos
bons administradores temos que buscar o equilíbrio dessas variáveis dentro de uma visão sistêmica. Todas
estão interligadas e todas são importantes para a gestão das nossas empresas.
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Tarefas Pessoas
Tecnologia
Ambiente
Considerações finais
Nesta primeira aula, podemos ver que no decorrer da história da humanidade sempre existiu alguma
forma de administração. Esta importante ciência sofreu várias influências como da Igreja Católica, da
Organização dos Militares, dos economistas liberais e da Revolução Industrial.
É importante que você tenha percebido que a Administração nasceu da necessidade de melhorar os
processos nas empresas industriais. Desta forma, a Administração, na sociedade moderna, tornou-se vital e
indispensável. Veremos nas próximas aulas as escolas da Administração e a importância delas no contexto
da época em que foram criadas. Até mais!
Referências
BRAVERMAN, Harry. Trabalho e Capital Monopolista: a degradação do trabalho no século XX. Rio de
Janeiro: LTC Editora, 1987.
CHIAVENATO, Idalberto. Administração nos novos tempos: os novos horizontes em administração. 3 ed.
Barueri: Manole, 2014.
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da Administração. 8 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.
KATZ, Robert L. Skills of an Effective Administrator. Harvard Business Review, jan./fev. 1955.
20
MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria Geral da Administração: da revolução urbana à revolução
digital. 7 ed. São Paulo: Atlas, 2012
SILVA, Reinaldo O. da. Teorias da Administração. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008.
SOBRAL, Felipe. Administração: teoria e prática no contexto brasileiro. São Paulo: Pearson Education do
Brasil, 2013.