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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA

FACULDADE DE ENFERMAGEM
DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM BÁSICA
DISCIPLINA ADMINISTRAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM I

1
TEORIAS ADMINISTRATIVAS E A ENFERMAGEM

GRECO, ROSANGELA MARIA2


BAHIA, MARIA TEREZA RAMOS3

Objetivos
▪ Conhecer as principais teorias administrativas de acordo com a evolução do pensamento
administrativo;
▪ Analisar criticamente o reflexo das teorias administrativas na prática da administração da
assistência de enfermagem.

Introdução

A partir das influências já discutidas foram surgindo às teorias administrativas.


A palavra Teoria originalmente vem do grego theoria que significa uma
visão. Assim o desenvolvimento de teorias pode ser compreendido como racional e intelectual,
conduzindo à descoberta da verdade.
Uma teoria é um guia de ação, um guia para a coleta de fatos e a busca de novos
conhecimentos, ela pode ser definida como sendo um conjunto de conceitos.
Segundo Horta (1979) citando Lahr (sem data), a teoria é um conjunto de leis particulares,
de proposições hipotéticas, conceitos e definições, relacionados a uma explicação comum,
logicamente ordenados, que visam explicar eventos, e são criados com algum propósito ou
objetivo.
Segundo Paim (1986, p. 37) a teoria é “o núcleo central da ciência, sobre cujas bases se
desenvolvem a observação, a descrição e a experimentação”.
Concluindo Teorias podem ser definidas como sendo: uma forma sistemática de olhar
para o mundo e descrevê-lo, explicá-lo, prevê-lo ou controlá-lo.
A importância e necessidade das teorias fica claro, por exemplo, na seguinte afirmação
“sempre que decidimos e agimos, lá no fundo existe uma teoria, muitas vezes precária, mal
fundamentada, baseada em pressupostos às vezes frágeis. E mais: muitas dessas teorias são
inconscientes. Mas o certo é que elas estão presentes. Não há como agir sem que, consciente ou
inconsciente, exista uma teoria por detrás” (CARAVANTES; PANNO; KLOECKNER, 2005
p.40).
Nesta aula falaremos das principais teorias administrativas que foram se consolidando no
decorrer dos tempos.
De modo geral o desenvolvimento das teorias administrativas pode ser subdividido em
três períodos: Clássico a partir de 1895; Neoclássico a partir de 1925 e Moderno por volta de
1940, pois segundo PARK (1997) “O contínuo desenvolvimento das forças produtivas, a
internacionalização dos mercados, a mobilidade dos conflitos sociais e organizacionais e a relativa
consciência disso tudo propiciam a busca de respostas mais abrangentes para as questões
administrativas”.

1 Este texto foi elaborado como material instrucional para a Disciplina Administração da
Assistência de Enfermagem I, para os acadêmicos do 6⁰período do Curso de Graduação em
Enfermagem da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Juiz de Fora. Pedimos
que, caso haja o interesse em utilizar este material, seja citada a referência.
2 Enfermeira, Doutora em Saúde Pública, e-mail rosangela.greco@ufjf.edu.br
3 Enfermeira, Mestre em Saúde Pública, Professora Adjunta III do Departamento de Enfermagem
Básica da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Juiz de Fora, e-mail
mariatrbahia@gmail.com
Como já vimos as teorias administrativas enfatizam pelo menos cinco concepções ou
variáveis, quais são elas:
Ênfase nas tarefas, valorizando os aspectos de racionalização do trabalho sendo
um exemplo a Teoria Científica e Neoclássica; Ênfase na estrutura, evidenciando-se os
princípios da gerência e da racionalidade organizacional como as Teorias Clássica, Neoclássica e
da Burocracia; Ênfase nas pessoas, que pode ser chamada da reação humanista na
administração, com enfoque para os aspectos de motivação, liderança, organização informal
do trabalho – Teoria das Relações Humanas, Comportamental e Neoclássica; Ênfase no
ambiente – Teoria dos Sistemas e Ênfase no ambiente e na tecnologia, com a aceitação
da existência de indeterminação (contingência) valoriza as ocorrências externas e a aplicação bem
sucedida da tecnologia na atividade organizacional- Teoria Contingencial. Vamos ver de modo
esquemático cada uma delas a partir da leitura dos seguintes autores: Kurcgant (1991), Kwasnicka
(1991), Chiavenato (2014), Rodrigues (1994), Collet, et al (1994) e Régnier (1997).

1- Teoria Científica
A- Criação e Desenvolvimento
Por volta de 1884 Frederick Winslow Taylor (1856 – 1915) que nasceu em Germantown,
subúrbio da Filadélfia, no estado da Pensilvânia, EUA, vindo de uma família de classe média,
abandonou o caminho profissional da advocacia e iniciou como simples operário na siderúrgica
Midvale Steel Company, passando de capataz, contramestre, chefe de oficina, a engenheiro em
1885, quando se formou pelo Stevens Institute.
Com este trabalho nesta empresa e a partir de métodos empíricos de observação e análise,
ele começou a desenvolver, o primeiro modelo científico de organização do trabalho, também
denominado de Taylorismo.
Ele verificou que no sistema de pagamento por dia de trabalho os trabalhadores não
percebiam nenhuma vantagem em trabalhar arduamente, e assim ele afirmava que se a empresa
pudesse estabelecer padrões de desempenho fixos, o trabalhador se esforçaria para receber
salários maiores.
Em relação a Criação e Desenvolvimento da Teoria Cientifica verificamos que ela foi
criada visando obter ganhos de produtividade.
O Taylorismo consiste na aplicação dos princípios de organização e do método científico,
com os objetivos básicos de eliminar o desperdício e as perdas, bem como elevar os níveis de
produtividade. O que é conseguido através da:
▪ Racionalização do trabalho, decomposição das tarefas em operações simples
(levando a quebra do saber operário alterando a relação que o trabalhador tinha até
então com o seu trabalho), estudo dos tempos e movimentos;
▪ Especialização do operário;
▪ Padronização de métodos, instrumentos e tarefas, para obter uniformidade e
reduzir custos;
▪ Delimitação de tarefas e salários de acordo com a produção individual, com
incentivos salariais e prêmios por produtividade;
▪ Divisão entre planejamento e execução do trabalho;
▪ Monopólio do conhecimento, através da atribuição aos gerentes de superpoderes
para controlar rigorosamente a execução.
Assim, Taylor foi considerado “O pai da Administração Científica”, sendo que os
principais aspectos do Taylorismo são: Em relação à ênfase ela está centrada na realização das
tarefas. Quanto à abordagem da organização, a empresa era vista como estrutura formal sendo
conceituada como sendo um sistema fechado. Em relação a concepção do homem considera como
sendo motivável por recompensas salariais, econômicas e materiais, portanto Homem
Econômico.
Taylor embasou sua teoria nos princípios: do planejamento a partir do qual todo trabalho
deveria ter, como critérios para sua realização, métodos baseados em procedimentos
científicos; da preparação dos trabalhadores segundo o qual os trabalhadores devem ser treinados
para produzir mais e melhor; do controle consiste em se certificar que o trabalho está sendo
realizados de acordo com o as normas estabelecidas e o plano previsto e da execução que
consiste na distribuição das tarefas e responsabilidades de acordo com critérios estabelecidos
para disciplinar a execução, divisão do trabalho.

B - Apreciação crítica
Como já dissemos Taylor foi quem propôs a criação de uma “Ciência da Administração”
antes de suas observações não havia uma análise dos processos de trabalho, os gerentes não se
preocupavam com os processos, discutia-se “o que”, mas não o “como” (NÓBREGA, 1998).
A partir da racionalização e da padronização, houve incentivo salarial e prêmios por
produtividade.
Segundo Kurcgant (1991) talvez o aspecto mais crítico na Teoria Científica seja o caráter
mecanicista de sua proposta. Além disso, podemos apontar a superespecialização do operário, a
visão microscópica do homem, a ausência de comprovação científica – uma vez que pouca
pesquisa e experimentação científica foram feitas para comprovar as teses – a abordagem
prescritiva, normativa, incompleta da organização e a compreensão da empresa como um sistema
fechado.
Entretanto apesar das críticas é importante lembrar que as contribuições de Taylor são
relevantes e utilizadas até os dias de hoje, e que a partir de suas observações é que o trabalho
passou a ser executado melhor e economicamente, impulsionando toda uma nova forma de
compreender a Ciência da Administração.
A este respeito Rodrigues (1994 p. 30-31) afirma que “as ideias de Taylor ainda estão
vivas. Com outros títulos ou rótulos ou inseridas implicitamente nas diversas escolas sociais ou
de produção. Logo não podemos desprezá-las”.
A Teoria Científica influência o modelo de organização do trabalho da Enfermagem em
vários aspectos como: na racionalização do trabalho, pois há uma decomposição das tarefas em
operações simples de modo que ao enfermeiro compete a supervisão e o controle de todo o
processo e aos técnicos e auxiliares atividades assistências mas de modo fragmentado não
realiza o cuidado integral do paciente; ocorre também uma especialização dos profissionais,
pois há uma tendência da permanência em uma mesma tarefa; há também uma padronização
de métodos, instrumentos e tarefas; existe uma delimitação de tarefas e salários de acordo
com as categorias profissionais; divisão entre planejamento e execução do trabalho; e, por fim,
ocorre o monopólio do conhecimento, através da atribuição aos enfermeiros de superpoderes para
controlar rigorosamente a execução. Temos a divisão do trabalho com as escalas diárias de
atribuições (MAGALHÃES et al, 2021).

2 - Teoria Clássica
A- Criação e Desenvolvimento
Esta Teoria foi idealizada por Henri Fayol (1841 - 1925) nascido na França, que
paralelamente a Taylor defendia princípios semelhantes na Europa. Uma diferença entre Taylor e
Fayol diz respeito a inserção destes na empresa, enquanto Taylor começou “no chão da fábrica”
Fayol trabalhava nos níveis organizacionais da cúpula administrativa.
Esta teoria estava voltada para conseguir a máxima eficiência da organização através da
adoção de uma estrutura que fosse adequada e consequentemente com um funcionamento
compatível com essa estrutura.
Enquanto as ideias de Taylor estavam voltadas para os trabalhadores das linhas de
produção, a teoria Clássica estava voltada para a alta administração da empresa exigindo de quem
a comandasse conhecimentos gerencias.
Além disso, Fayol considerava a administração como um processo universal, possível de
ser aplicado em qualquer área, como uma atividade comum a tudo que necessita ser coordenado,
comandado e controlado. A Teoria Clássica compreende a administração como um corpo de
conhecimentos que pode ser produzido, desenvolvido e planejado racionalmente, ela foi
fortemente influenciada pelas estruturas organizacionais militares e da igreja, compreendendo
as empresas como estruturas limitadas a partir de uma hierarquia rígida e estática.
A Teoria Clássica define como sendo funções administrativas o planejamento, a
organização, o comando, a coordenação e o controle. Em relação à ênfase ela está centrada na
estrutura. A Teoria Clássica enfatiza a estrutura e o funcionamento organizacional e as Teorias
Neoclássica e da Burocracia também tem esta ênfase.
Quanto à abordagem da organização nesta teoria a empresa era vista como uma estrutura
formal, constituída por um conjunto de órgãos, com desenho de cargos, tarefas, regras e normas
bem delimitadas e com uma divisão vertical do trabalho, seguindo uma hierarquia da autoridade.
No que se refere a concepção de homem, esta teoria considera o homem como sendo
motivável por recompensas salariais, econômicas e materiais, portanto Homem Econômico.
A Teoria Clássica definiu os princípios gerais da administração:
Divisão do trabalho - Compreendida como sendo a especialização dos funcionários desde
a maior autoridade até os operários, favorecendo a eficiência e a produtividade.
Autoridade e Responsabilidade - A autoridade é considerada como o direito dos
superiores darem ordens que deverão ser seguidas e a responsabilidade como a contrapartida da
autoridade.
Disciplina - Estabelecimento de regras de conduta e de trabalho válidas para todos, sem
elas ocorre o caos na organização.
Unidade de Comando - Um trabalhador deve receber ordens de apenas um superior.
Unidade de Direção - Deve haver um único plano de trabalho para um grupo de atividades
com o mesmo objetivo.
Subordinação dos interesses individuais aos gerais - O interesse de um funcionário não
deve prevalecer sobre o interesse da instituição.
Remuneração - A compensação deve ser justa, e na medida do possível garantir a
satisfação do indivíduo e da empresa.
Centralização - As atividades essenciais e a autoridade devem ser centralizadas.
Rede Escalar - Deve haver uma estrutura hierárquica com uma linha de autoridade fixa.
Ordem - Um lugar para cada coisa, e cada coisa em seu lugar.
Equidade - Senso de justiça que deve prevalecer justificando a lealdade e devoção de cada
funcionário a organização.
Estabilidade - A rotatividade tem efeitos negativos, uma vez que é necessário tempo para
que o trabalhador se adapte as suas funções.
Iniciativa - Em todos os níveis é necessário que haja entusiasmos e energia, para que os
planos sejam estabelecidos e cumpridos.
Espirito de Equipe - Há necessidade do desenvolvimento do trabalho em conjunto, e a
manutenção do relacionamento interpessoal.

B - Apreciação crítica
Os estudos de Fayol foram centrados na unidade do comando, autoridade e na
responsabilidade, dando a Teoria Clássica um caráter prescritivo e normativo na determinação
de regras e normas, além disso, uma vez que se voltou para a estrutura formal da organização,
não considerando a estrutura informal, concebeu a empresa como um sistema fechado, sendo
criticada também por não estar voltada para as necessidades dos trabalhadores.
Propôs a divisão horizontal do trabalho, através do agrupamento de atividades afins,
denominada departamentalização e a divisão vertical estabelecendo níveis hierárquicos, com
ênfase na estrutura que a organização deveria possuir para ser eficiente.
Possibilitou uma redução nos custos dos bens manufaturados, tornando muitos
destes antes inacessíveis as camadas trabalhadoras, disponíveis para as massas. Tornou ainda
possível o aumento dos salários.
A Teoria Clássica influência a Enfermagem quando utiliza no desenvolvimento do
trabalho a definição de responsabilidades, de regras de conduta, a padronização de procedimentos,
a especialização, a definição de uma hierarquia a ser seguida, o desenvolvimento de um trabalho
rotineiro e as avaliações quantitativas. Profissionalização do gerenciamento a partir de cargos
gerenciais nas organizações de saúde (MAGALHÃES et al, 2021).

3 - Teoria das Relações Humanas


A- Criação e Desenvolvimento
Com a grande depressão devido à quebra da Bolsa de Valores de Nova York em 1929, no
início da década de 30 nos Estados Unidos, ganha força um conjunto de teorias administrativas,
também denominadas de teoria das Relações Humanas ou Escola das Relações Humanas.
Até então como consequência das Teorias Científica e Clássica o trabalhador era
considerado de forma muito mecânica e econômica, já esta teoria cria novas perspectivas para a
administração, ao passar a perceber os trabalhadores como portadores de sentimentos e
necessidades, deixando de enfatizar a estrutura e passando a preocupar-se com os aspectos
psicológicos e sociais do homem no trabalho.
Um dos primeiros estudiosos da Teoria das Relações Humanas foi o médico e sociólogo
australiano Elton Mayo, que em 1924 realizou um estudo para verificar a influência da iluminação
na produtividade, buscando variáveis que influenciassem, positiva ou negativamente a produção.
Este trabalho ficou conhecido como experiência de Hawthorne, por ser este o nome do bairro
onde estava localizada a Western Electric Company, fábrica onde Mayo realizou sua pesquisa,
em Chicago, nos EUA.
A partir desta experiência Mayo concluiu que a produção não era determinada unicamente
pela condição física do trabalhador, mas que ela era uma decorrência também e principalmente
da integração dos trabalhadores com o grupo social.
Enquanto as Teorias de Taylor e Fayol tinham uma compreensão da estruturação das
organizações mecânica e econômica a Teoria das Relações Humanas tinha uma compreensão
mais Social e Humana. Esta teoria preocupa-se com os aspectos psicológicos e sociais do homem
no trabalho e, portanto, tem uma compreensão mais social e humana das empresas. A partir desta
teoria a administração passou a discutir novas variáveis, entre elas a motivação humana, a
liderança, a comunicação e a dinâmica de grupo.
Em relação aos pressupostos básicos desta teoria, no que diz respeito à ênfase, ela está
centrada nas pessoas. Além desta a Teoria Comportamental e a Neoclássica também tem esta
ênfase. Quanto à abordagem da organização a empresa era vista como estrutura informal. Com a
teoria das Relações Humanas passou-se a salientar a importância da organização informal, da
cooperação entre os trabalhadores para os resultados na produção e para a necessidade de não
haver incompatibilidade entre os objetivos da organização e os dos trabalhadores.
A teoria das Relações Humanas considera que as recompensas sociais é que são fatores
determinantes no desempenho do indivíduo, assim o homem é considerado um ser social –
concepção de homem, “homem social”.
Com o advento da Teoria das Relações Humanas novos princípios passaram a ser
discutidos entre eles as recompensas sociais como determinantes do desempenho e a
administração participativa.

B - Apreciação crítica
As principais críticas a esta teoria apontam para a concepção ingênua e romântica dos
trabalhadores e para a ênfase exagerada nos grupos informais, que fizeram com que ela se tornasse
uma forma paternalista de administração, ignorando os confrontos e conflitos entre empregados
e administradores, levando a um enfoque manipulativo e demagogo.
O maior impacto desta teoria foi à constatação de que os trabalhadores possuem uma
capacidade para agir eficientemente na medida em que lhes é oferecido certo grau de
responsabilidade, e que os problemas humanos no trabalho podem ser equacionados e
solucionados.
A Teoria das Relações Humanas influência a Enfermagem na medida em que nos
processos de trabalho passam a ser utilizados os conhecimentos de liderança, de motivação,
comunicação e recursos de dinâmica de grupo. Valorização da integração social e interatividade
entre os profissionais das instituições e em especial no gerenciamento de recursos humanos
(MAGALHÃES et al, 2021).

4 -Teoria da Burocracia
A- Criação e Desenvolvimento
Esta Teoria administrativa desenvolveu-se por volta de 1940, quando o sociólogo alemão
Max Weber (1864-1920) estudou as organizações sob o aspecto estruturalista enfocando a
adequação dos meios utilizados nas empresas em relação aos resultados, aos fins esperados.
Assim a Burocracia é uma forma de organização humana que se baseia na racionalidade, visando
à máxima eficiência possível no alcance dos objetivos.
Popularmente por burocrática compreendemos uma organização tão complexa que
impede as soluções rápidas ou eficientes, onde os papéis se multiplicam e avolumam, onde há o
seguimento rígido pelos funcionários aos regulamentos e rotinas, levando a ineficiência da
empresa, assim burocracia costuma ser sinônimo de defeitos ou disfunções do sistema e não o
sistema em si mesmo, mas não devemos nos prender ao julgamento de valores da palavra
burocracia.
A partir do texto acima pode-se afirmar que o conceito popular de burocracia e a teoria
burocrática significam coisas diferentes. Segundo Max Weber burocracia é exatamente o
contrário do conceito popular, ou seja, é a organização eficiente por excelência que detalha
antecipadamente como as tarefas deverão ser realizadas, devendo ser impessoal e formal. Além
disso, para Weber, as principais características do Modelo Burocrático seriam: Caráter formal e
legal das normas, regulamentos, rotinas, procedimentos e comunicações; Divisão de trabalho,
estabelecendo o grau hierárquico de cada cargo, o poder, a responsabilidade, as atribuições
e as condições necessárias; Ênfase e estímulo à competência técnica e profissionalização; O
corpo administrativo deve ser separado da propriedade da empresa, com especialização da
administração; Completa previsibilidade do funcionamento.
Em relação à ênfase, ela está centrada na estrutura e no funcionamento organizacional,
assim como as Teorias Clássicas e Neoclássica.
A teoria Burocrática quanto à abordagem da organização compreende a empresa como
estruturada por normas e regulamentos previamente estabelecidos por escrito, que definem
antecipadamente como ela deve funcionar, conferindo um caráter formal à organização.
No que diz respeito a concepção de homem caracteriza-se pela impessoalidade nas
relações humanas, considerando os trabalhadores apenas em função dos cargos e funções que
exercem nas instituições, considera o homem como – Homem Organizacional.
Com o advento da Teoria da Burocracia os princípios da Teoria Clássica são retomados.

B - Apreciação crítica
Um dos dilemas, enfrentado pela Teoria Burocrática diz respeito ao fato de que a
impessoalidade e a racionalidade do modelo não permitem uma liderança competitiva ou uma
sobrevivência em um ambiente dinâmico, onde existem pressões constantes de forças exteriores
que encorajam o burocrata a seguir outras normas diferentes das da organização.
Além disso, o exagerado apego as regras, normas e regulamentos, assim como o modo
operacional mecânico, a desatenção ao comportamento humano inibem a criatividade a
flexibilidade, transformando muitas vezes os meios em fins.
Como aspectos positivos são citados: a possibilidade de maior rapidez nas decisões;
uniformidade de rotinas, procedimento e interpretação, uma vez que toda regulamentação é
escrita, redução do atrito entre as pessoas, subordinação dos mais novos aos mais antigos,
constância e confiabilidade, pois tudo é conduzido de acordo com as normas entre outros.
A Teoria Burocrática influência a Enfermagem na forma de organização dos processos
de trabalho com valorização das normas e regras dificultando as mudanças por um lado, e
contribuindo para organização do serviço por outro. Pode, às vezes, engessar o processo decisório
na enfermagem.

5 - Teoria Comportamental
A- Criação e Desenvolvimento
Esta Teoria teve origem a partir de uma crítica e reestruturação da Teoria das Relações
Humanas, e apesar de compartilhar dos conceitos fundamentais rejeita as concepções românticas
e ingênuas desta teoria.
Assim, a partir da década de 50, inicialmente nos Estados Unidos, se desenvolve uma
nova concepção de administração, que transfere a preocupação com a estrutura para o processo,
para o comportamento humano nas organizações, tendo por base o movimento Behaviorista ou
das ciências do comportamento.
Os estudiosos desta teoria se debruçaram sobre a análise do comportamento
das pessoas, principalmente no que diz respeito ao que motiva as pessoas.
Além disso, tendo por base os estudos de Herbert Simon, a Teoria Comportamental
compreende a organização como sendo um sistema de decisões onde cada trabalhador participa
racional e conscientemente, escolhendo e tomando decisões individuais a respeito de alternativas,
tendo por base as informações que recebe em seu ambiente.
Dentre as várias proposições sobre a motivação humana, citam-se as contribuições de
Maslow com o estudo das necessidades humanas básicas, de Mc Gregor com a teoria X e Y,
Herzberg com a teoria higienista e Likert com os sistemas de administração.
No anexo I vocês podem ler um texto que apresenta resumidamente o que falavam estes
estudiosos.
Esta Teoria abandona as posições normativas e prescritivas das teorias anteriores para a
adoção de posições explicativas e descritivas. Em relação à ênfase ela está centrada nas pessoas
assim como as teorias das Relações Humanas e Neoclássica.
Quanto à abordagem da organização, a teoria Comportamental compreende a organização
como um sistema social, cooperativo e racional e, portanto, formal e informal.
Em relação a concepção de homem a teoria considera o homem como sendo Homem
Administrativo, visando à maneira satisfatória e não a melhor maneira de realizar o trabalho tendo
por base o behaviorismo.
A Teoria Comportamental traz como princípio estudar os fenômenos sociais através das
causas que influenciam os comportamentos dos indivíduos tanto em nível micro como macro.

B - Apreciação crítica
Como crítica a Teoria Comportamental questiona-se a relatividade da teoria da
motivação que considera como se todas as pessoas possuíssem as mesmas necessidades e como
se estas pudessem ser hierarquizadas linearmente, outra questão diz respeito ao fato da estrutura
formal da organização ser considerada de forma isolada, independente da estrutura informal.
Além disso, também, ela é criticada pela tendência a ser manipulativa, uma vez que busca
descobrir formas intrínsecas de obter maior produtividade ou qualquer outro objetivo.
Como aspecto positivo é possível destacar a grande contribuição desta teoria para a
administração ao evidenciar os diferentes estilos com que os administradores dirigiam suas
equipes, unindo a escolha do estilo às convicções que estes possuíam sobre o comportamento
humano.
As teorias motivacionais demonstraram ainda que os objetivos dos indivíduos
nem sempre se aproximam dos objetivos das organizações, levando muitas vezes, a um
comportamento alienado e ineficiente, que pode retardar ou impedir o alcance dos objetivos das
organizações. Por outro lado, é difícil de definir parâmetros universais que possam ser utilizados
para motivar as pessoas, há sempre um componente subjetivo na motivação, e, portanto, o que é
bom para uma pessoa pode não ser para outra.
A Teoria Comportamental influência a Enfermagem nas formas de administração de
pessoal, através dos estilos de chefia e também através da teoria das Necessidades Humanas
Básicas que contribuiu para a criação da Sistematização da Assistência de Enfermagem. Esta
Teoria ainda contribui com a enfermagem ao mostrar a importância da motivação e da valorização
dos membros da equipe. Valoriza aspectos psicológicos e comportamentais, nas organizações.

6- Teoria Neoclássica
A- Criação e Desenvolvimento
Esta teoria surgiu a partir da releitura e aprimoramento de algumas características da
administração clássica, através de testes e experimentos, sendo vários os autores que compõem
seu corpo de conhecimentos.
Ela é uma reação à influência das ciências do comportamento no campo da Administração
em detrimento dos aspectos econômicos e concretos que envolvem o comportamento das
organizações.
Um dos produtos da Teoria Neoclássica é a chamada Administração por Objetivos.
Ela se caracteriza pela ênfase na ação, na operacionalização prática da administração;
reafirmação dos postulados clássicos que são redimensionados e reestruturados de acordo com
uma configuração mais ampla e flexível; retoma os princípios de administração como critérios
elásticos para a busca de soluções práticas; enfatiza os objetivos e os resultados como
forma de avaliar o desempenho das organizações; absorve o conteúdo de outras teorias
administrativas mais recentes; concebe a administração como uma técnica social de lidar com
pessoas, influenciando-as para o alcance de objetivos e resultados.
Além disso, os autores neoclássicos adotam o processo administrativo como núcleo de
sua teoria eclética e utilitarista, definindo como funções administrativas Planejar, Organizar,
Dirigir e Controlar.
Em relação à ênfase esta teoria está centrada na realização das tarefas, nas pessoas, na
estrutura e o funcionamento organizacional, pois ela em relação a ênfase é eclética
Quanto à abordagem da organização a teoria Neoclássica considera a organização como
sendo um sistema social com objetivos a alcançar e, portanto, ela é formal e informal.
A concepção de homem considera o homem como – Homem Administrativo e
Organizacional.
A Teoria Neoclássica além dos princípios da teoria Clássica traz como princípios a
divisão do trabalho, a especialização, a existência de níveis hierárquicos e a amplitude
administrativa (Número de subordinados que o administrador pode dirigir).

B - Apreciação crítica
Um aspecto positivo é a tentativa de superação dos aspectos negativos da teoria clássica,
o caráter prescritivo e normativo na determinação de regras e normas, e concepção da organização
como um sistema fechado.
O processo administrativo adotado por esta teoria se mostra flexível, maleável e adaptável
às situações variadas e circunstâncias diferentes.
Seu grande desafio é conseguir a participação dos trabalhadores e enfrentar o dilema da
centralização versus descentralização.
A Teoria Neoclássica influência a Enfermagem na utilização das funções administrativas
planejamento, organização, direção, coordenação e avaliação que estão presentes no fazer do
enfermeiro tanto no processo de trabalho assistir, como no processo de trabalho educar, pesquisar
e gerenciar. Além disso, influência também através da Administração por Objetivos.

7 - Teoria de Sistemas
A- Criação e Desenvolvimento
Esta teoria surgiu na década de 60 tendo como base os principais conceitos da cibernética
que envolve os estudos dos sistemas, da ciência da comunicação e do controle.
Seu precursor foi Ludwig Von Bertalanffy, que definiu sistema como sendo um conjunto
de elementos inter-relacionados e integrados visando o alcance de um objetivo determinado, e um
dado resultado ou uma determinada função.
Com uma abordagem integrativa a teoria de sistemas fundamenta-se em três premissas:
os sistemas existem dentro de sistemas, eles são abertos e as funções de um sistema dependem de
sua estrutura.
Assim as organizações são consideradas como sistemas de papéis onde os trabalhadores
agem como transmissores de papel, atores e pessoas focais.
Da definição de Bertalanffy decorrem as seguintes características de um sistema:
▪ Todo sistema tem um ou alguns propósitos ou objetivos – Propósito ou objetivo;
▪ Tem uma natureza orgânica através da qual uma ação que produza uma mudança
em uma das unidades, muito provavelmente irá produzir mudanças em todas as
outras unidades – globalismo ou totalidade;
▪ Tendência para o desgaste, para desintegração, o afrouxamento dos padrões
e o aumento da aleatoriedade – entropia – à medida que aumenta a informação
diminui a entropia;
▪ Há um equilíbrio dinâmico entre as partes do sistema – homeostasia.
Os sistemas podem ser classificados ainda em relação a sua natureza sendo denominados
de sistemas abertos aqueles que trocam matéria e energia com o meio ambiente e os fechados
àqueles que não fazem trocas com o meio.
Em relação à ênfase a Teoria dos Sistemas está centrada no ambiente. Quanto à
abordagem da organização a empresa era conceituada como sendo um sistema aberto.
Quanto a concepção de homem, a teoria de Sistemas concebe o Homem Funcional
compreendido como o indivíduo que tem um papel dentro das organizações, inter-relacionando-
se com os demais indivíduos, como um sistema aberto.
A Teoria de Sistemas traz como princípio que os elementos estão integrados e inter-
relacionados de modo a alcançar um resultado.

B- Apreciação crítica
Para alguns autores ela é considerada abstrata e conceitual, de difícil aplicação as
situações gerenciais práticas.
Entretanto pode-se dizer que a abordagem sistêmica é basicamente uma teoria geral
compreensiva uma vez que cobre amplamente todos os fenômenos organizacionais, tendo
contribuído para uma ampliação na visão dos problemas organizacionais.
Além disso, ela é considerada também como uma síntese integrativa dos
conceitos clássicos, neoclássicos, estruturalistas e behavioristas.
E apesar de sua abordagem parecer completa, ela ainda necessita de uma melhor
sistematização e detalhamento pois sua utilização na prática ainda é pequena.
A Teoria de Sistemas influência a Enfermagem na forma de estruturação dos serviços que
são subsistemas de um sistema maior, no nosso caso o Sistema Único de Saúde, trocando matéria
e energia. Assim o Serviço de Enfermagem dentro de uma Instituição de Saúde é um subsistema
que vai compor outro sistema o de Atenção à Saúde. Os serviços de saúde e de enfermagem não
são estruturas independentes e, por isso, inserem-se em sistemas menores e maiores
(MAGALHÃES et al, 2021).

8 - Teoria da Contingência
A- Criação e Desenvolvimento
A palavra contingência significa: o que pode vir a acontecer ou não. Diz respeito a uma
proposição que só pode ser verificada, confirmada ou não pela experiência e evidência e não pela
razão.
Esta teoria tem sua origem a partir de estudos, na década de 60, que mostraram como uma
mesma organização funcionava de formas diversas em condições diferentes. E assim, concluiu-
se que as condições em que uma organização funciona, são decorrentes do ambiente externo que
influenciam na estruturação e nos processos administrativos das empresas.
De uma forma mais ampla a teoria contingencial mostra que não se alcança a eficácia
organizacional seguindo apenas um único modelo, não existe uma forma que seja a única e a
melhor para que se alcancem os objetivos que são variados e acontecem em ambientes também
diversos nas organizações.
Assim ambientes e situações diferentes requisitam relações organizacionais diferentes e
modelos apropriados para cada caso vivenciado.
Segundo os autores que estudaram a abordagem da contingência as duas variáveis que
produzem o maior impacto sobre as empresas são o ambiente e a tecnologia, que
consequentemente implicam em diferenças na estrutura e no funcionamento.
Ela enfatiza que não há nada de absoluto nas organizações ou na teoria administrativa,
tudo é relativo.
Sua tese central, como já dissemos, é a de que não há um método ou técnica
exclusivamente válida, ótima ou ideal para todas as situações. O que há é um conjunto de
alternativas, métodos ou técnicas, discutidos pelas diversas teorias administrativas, sendo que um
deles poderá ser o mais adequado para uma determinada situação.
Assim a abordagem contingencial consiste em se diagnosticar as características do
ambiente e da tecnologia para que se possam verificar as necessidades organizacionais e a partir
delas, propor a abordagem teórica que dê conta da situação vivenciada.
Pela Teoria da Contingencia pode-se afirmar que as teorias administrativas anteriores não
estão erradas, o que acontece é que cada uma delas foi proposta e desenvolvida tendo em
perspectiva um determinado contexto, uma dada situação, na qual ela funciona adequadamente.
Mas, se o contexto e a situação se modificam ela pode deixar de ser válida.
Em relação à ênfase a teoria está centrada na tecnologia e no ambiente. No ambiente
conceituado como sendo tudo o que envolve externamente uma organização, contexto dentro do
qual ela está inserida e na tecnologia compreendida como conhecimentos acumulados ou
desenvolvidos sobre o significado e a execução de tarefas e pelas suas manifestações físicas
decorrentes (máquinas, equipamentos, instalações) constituindo um complexo de técnicas
utilizadas na transformação dos insumos pelas organizações.
Quanto à abordagem da organização, a Teoria Contingencial compreende a organização
como um sistema aberto e fechado. Considera a organização um sistema aberto quando se
considera o ambiente/contexto no qual ela está inserida e um sistema fechado quando se considera
a racionalidade técnica.
A teoria contingencial considera o homem um indivíduo complexo em relação a sua
natureza, as suas características, as suas múltiplas necessidades e potencialidades. Concepção de
homem – Homem Complexo.
Como princípio a Teoria contingencial tem que o ambiente externo influência a
estruturação e os processos organizacionais, devendo haver ajuste entre a organização, o ambiente
e a tecnologia, com ênfase na flexibilidade organizacional.

B - Apreciação critica
A teoria contingencial é eclética e integrativa, absorvendo os conceitos das diversas
teorias administrativas ampliando os horizontes e afirmando que nada é absoluto.
Ela afirma que todas as teorias administrativas são válidas, mas para determinados
contextos e circunstâncias, sendo considerada muitas vezes mais uma maneira relativa e
situacional de se ver as organizações do que propriamente uma Teoria Administrativa.
A Teoria Contingencial influência a Enfermagem através dos modelos de administração
mais participativos e flexíveis além disso, a liderança contingencial é uma realidade e vêm
crescendo sua utilização entre os enfermeiros.

Algumas Reflexões Finais


Bem, chegamos ao final de mais um encontro, onde discutimos as principais teorias
administrativas: Científica, Clássica, Relações Humanas, Burocrática, Comportamental,
Neoclássica, de Sistemas e Contingencial.
A importância desse conhecimento também é descrita por Matos, Pires (2006) ao
discutirem a gestão e organização do trabalho em saúde, a partir da busca de subsídios em várias
áreas do conhecimento, destacando as teorias administrativas.
De acordo com estudos de Paiva et al (2010) e Vergílio (2015), as teorias administrativas
científica, clássica, das relações humanas e burocrática são as que mais se evidenciam, exercendo
influências significativas nas organizações dos serviços de saúde.
Discutimos como cada uma delas traz uma contribuição particular e importante para o
desenvolvimento da prática de administração, influenciando no desenvolvimento organizacional
de empresas, serviços e instituições. É importante resgatar os aspectos positivos e negativos das
teorias para fundamentar escolhas e vivenciar novos modelos (MATOS E PIRES, 2006). No
entanto, deve estar claro que esses posicionamentos que explicam as dinâmicas organizacionais,
coexistem num mundo globalizado e competitivo que estão sempre sendo analisados e avaliados
e não adotam respostas unidirecionais. As organizações, na atualidade, estão sempre incorporando
estratégias diferenciadas, com diversos enfoques teóricos para se manterem no mercado
(MAGALHÃES et al, 2021).
No decorrer da apresentação das teorias pudemos também refletir sobre como nós
enfermeiros podemos aplicar esses conhecimentos no dia a dia de um serviço de enfermagem.
Segundo Paiva et al (2010), faz-se necessário a qualificação dos profissionais para um
atendimento que beneficie a organização, a clientela e a sociedade. Porém a reestruturação dos
serviços é imprescindível tendo como foco a satisfação da clientela, valorização do profissional e
qualidade dos serviços prestados.

Referências

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Coletiva.1. ed. São Paulo: Manole, 2015. p. 69-135. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520455241. Acesso em: 01 dez. 2020

ANEXO I – Teorias Motivacionais de acordo com CHIAVENATO (2014) e KWASNICKA


(1991).

Teoria de Maslow – Da hierarquia das necessidades humanas

Segundo Maslow, as pessoas são dominadas por motivos ou solicitações de suas


necessidades internas insatisfeitas, que orientam e determinam o comportamento. Há uma
hierarquia dessas necessidades, uma escala de prioridades que vai das necessidades básicas ou
fisiológicas, de segurança, sociais ou de afeição e de pertencer a um grupo, de autoestima ou
reconhecimento até as de autorrealização ou realização pessoal.
Essas cinco categorias de necessidades são importantes, interdependentes e justapostas.
E elas podem surgir concomitantemente, ou seja, uma necessidade de autorrealização pode surgir
antes que uma necessidade fisiológica esteja completamente satisfeita, o alcance dos níveis não é
permanente sendo que a ordem à importância das necessidades das pessoas e as maneiras de
satisfazê-las podem se modificar.

Teoria de McGregor – Da participação

McGregor assinala a existência de um conflito básico entre as necessidades dos


indivíduos e as da organização, e considera que nenhuma das partes pode ser plenamente
satisfeita, mas cabe ao administrador orientar seus esforços nesse sentido.
Em seus estudos ele sugere dois estilos dicotômicos de administração:
a) Teoria X – que corresponde à suposição de que o homem é uma criatura indolente e
que foge à responsabilidade, que tem aversão ao trabalho e o evitaria se pudesse, daí a necessidade
de organizar todo o seu trabalho e controlá-lo, por meio de regulamentos, disciplina, através de
promessas de recompensas e elogios, como o fazia a Teoria Clássica,
b) Teoria Y – que corresponde à suposição de que o homem é uma criatura que tem
motivações e necessidades que necessitam ser satisfeitas, gostam do trabalho quando
compreendem o que se espera delas e quando recebem satisfação decorrente do mesmo, daí a
necessidade do conhecimento da motivação humana como meio de obtenção de eficiência no
trabalho.
A Teoria Y é o estilo mais adequado em todas as situações e gera um clima de trabalho
favorável que estimula, por si mesmo, a alta produtividade, o autocontrole e a criatividade.
A teoria de McGregor considera que o homem renova suas próprias necessidades, ela é
normativa e fornece uma descrição interessante de uma filosofia da organização calcada no
humanismo e na tentativa de integrar as necessidades individuais e organizacionais. Propõe uma
administração participativa ou consultiva nas quais os indivíduos participam ou são consultados
quanto às decisões que devem ser tomadas a seu respeito.

Teoria de Hezberg - De higiene

Hezberg considera que as pessoas possuem dois tipos de necessidades diferentes que
afetam o comportamento humano:
Elementos ambientais ou higiênicos, que são: condições de trabalho, tipo de supervisão,
políticas administrativas, status e prestígio, relações interpessoais, dinheiro e segurança pessoal,
sendo que Hezberg considera que qualquer mudança ou melhoria nesses elementos diminuirá a
insatisfação, mas não aumentará a satisfação.
Elementos motivacionais ou de função, que são: reconhecimento, trabalho
estimulante, maior responsabilidade, crescimento e desenvolvimento pessoal, sendo que qualquer
mudança ou melhoria nesses elementos poderá motivar melhor desempenho.
Para Hezberg, a estratégia de desenvolvimento organizacional mais adequada é a
reorganização que ele denomina ‘enriquecimento de tarefas’ a qual consiste basicamente em
aumentar a responsabilidade do cargo adicionando tarefas gradativamente mais elevadas e
desafiantes.

Likert - Perfis organizacionais

Para Likert, a administração é um processo relativo, onde não existem normas e princípios
válidos para todas as situações, e assim ela não pode ser igual em todas as organizações,
assumindo feições diferentes, de acordo com as condições internas e externas das organizações.
Ele propõe então uma classificação de Sistemas de Administração definindo
quatro perfis organizacionais:
▪ Autoritário coercitivo – fortemente arbitrário e que controla rigidamente toda a
organização;
▪ Autoritário benevolente – variação atenuada do primeiro, mais condescendente e
menos rígido;
▪ Consultivo – caminha na direção participativa, e gradativamente representa um
abrandamento da arbitrariedade organizacional;
▪ Participativo – democrático e aberto.
Para chegar a esta classificação ele analisou as seguintes variáveis organizacionais: o
processo decisorial adotado; o sistema de comunicação existente; o relacionamento interpessoal
e o sistema de recompensas e punições vigentes na organização.
Esses quatro sistemas mostram as diferentes e gradativas alternativas existentes para
administrar uma empresa, além disso, Likert constatou que quanto mais próximo do Sistema
participativo estiver o estilo de administração da empresa, maior será a probabilidade de haver
alta produtividade, boas relações de trabalho e elevada rentabilidade.

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