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Págs.

156-157
Pré-leitura I Oralidade

1.1.
Camilo Castelo Branco nasceu em 1825. Foi romancista, poeta, cronista e dramaturgo. Publicou cerca de 130
títulos. Em 1860, foi preso com Ana Plácido na Cadeia da Relação do Porto, ambos acusados do crime de adultério.
Esteve preso na cela 12, onde, em apenas 15 dias, escreveu Amor de Perdição.

1.2.
O programa abre com a frase “Juízes machistas, ide ver se chove”, entoada no largo Amor de Perdição, junto à
Cadeia da Relação do Porto, 150 anos depois da prisão de Camilo. Tal ocorreu numa manifestação convocada a
propósito da desvalorização da violência contra uma mulher, por parte de um juiz.

Verifica
1.Camilo Castelo Branco e o seu tio, Simão, tiveram uma vida de boémia, envolvendo lutas, duelos. Ambos foram
presos por vários motivos (adultério, no caso de Camilo, desacatos violentos no caso de Simão).

Págs. 160-161
Educação Literária | Gramática

1.1.
a) Simão António Botelho;

b) Domingos José Correia Botelho (pai de Simão);

c) D. Rita Preciosa Caldeirão Castelo Branco (mãe de Simão Botelho);

d) Amor de Simão, que o conduziu ao degredo e ao afastamento da família.

Págs. 162-163
2.
Embora o narrador aluda também ao «leitor», o seu narratário é a «minha leitora», caracterizada como uma figura
feminina, bondosa («a criatura mais bem formada das branduras da piedade», ll 26-27.) e solidária com os
desafortunados («amiga de todos os infelizes», l. 29).
Assim, por um lado, o narrador pretende apelar ao sentimento das leitoras, uma vez que relata acontecimentos
que têm por base uma história comovente e trágica, e, por outro lado, procura a sua empatia relativamente à
personagem principal, esperando que assumam, em última instância, a mesma compaixão do narrador.
Em suma, dirige-se, particularmente, às leitoras, pois considera que estas são mais sensíveis e, por consequência,
a história de Simão Botelho comovê-las-á.

3.
O narrador expressa “amargura” (l. 35), “respeito” (l. 35) e “ódio” (l. 35).

1
4.
4.1.
Camilo Castelo Branco escreveu esta obra, enquanto estava preso na Cadeia da Relação no Porto, por ter cometido
adultério com Ana Plácido. Assim, a história de Simão Botelho (seu tio) é-lhe familiar, pois foi julgado, também, por
amor. Por isso, respeita os que lutam e sofrem em nome do amor, mas sente ódio por aqueles que são injustos e
hipócritas.

5.
A frase «Amou, perdeu-se, e morreu amando.» (l. 25) resume a vida de Simão, colocando em destaque a força dos
seus sentimentos enquanto vítima do amor, como se demonstra nos parágrafos anteriores, ao mesmo tempo que
remete para a estrutura tripartida da história de amor. Introdução – Simão «amou» e foi correspondido;
Desenvolvimento – foi protagonista de um ato terrível e «perdeu-se» por amor, Conclusão - «e morreu amando,
também por amor se deixando morrer.

5.
a) 2;

b) 1.

6.
a) “fiz” – deítico pessoal e temporal;

b) “eu” – deítico pessoal; “aqui” – deítico espacial.

7.1. Modalidade apreciativa.

8.
a) oração subordinada substantiva completiva.
b) oração subordinada adverbial condicional.
c) oração subordinada adjetiva relativa restritiva.

Leitura

2.
Partindo da tese “Os tempos já não são o que eram” (l. 1), o artigo traça o retrato de uma sociedade em que já não
há amores impossíveis, uma vez que tudo é facilmente concretizável. Para tal, aponta como exemplos a forma
simples como se concretiza um divórcio ou a forma rápida como se encurta a distância. Acrescenta, ainda, que,
atualmente, as famílias não têm tempo para proibir relacionamentos.

3.
Segundo a autora, tendo em conta que o ser humano é um eterno insatisfeito que vive numa sociedade em que
não há lugar para o sacrifício, só se sente verdadeiramente feliz quando vê os seus desejos realizados,
corroborando a opinião do psicanalista Contardo Calligaris. No entanto, apesar de tudo parecer fácil, vive-se numa
cultura de insatisfação, pelo que se torna difícil para o ser humano atingir a felicidade.

2
4.
O discurso valorativo está presente em expressões como “Os tempos já não são o que eram” (l. 1) e “viver-se uma
história de amor, por mais difícil que possa parecer, não é um bicho de sete cabeças” (ll. 10-12).

5.
Resposta livre.

Págs. 166-167
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1.1.
a) Fernão Botelho associa-se ao regicídio;
b) Domingos Botelho forma-se em Coimbra;
c) Domingos Botelho torna-se juiz em Cascais; d) Domingos Botelho é transferido para Vila Real e nasce o seu filho
Simão.

1.1.1. a) 4; b) 1; c) 3; d) 2.

2.1.
Domingos Botelho e Rita Preciosa contrastam em termos físicos e psicológicos. O primeiro é um nobre de província
pouco favorecido quanto aos “dotes físicos” e, também, inseguro, subjugando-se a D. Rita no seu matrimónio .
Revela-se ciumento e a sua personalidade é motivo de «anedotas» em Vila Real. No final do capítulo, é referido
como «brutal e estúpido». Por sua vez, D. Rita Preciosa é uma dama do paço de Lisboa, bastante formosa, mas
também caprichosa, sarcástica e autoritária. “Zomba” da nobreza de Vila Real, a que se sente superior, mas na qual
as suas “soberba, formosura e graças de espírito” deixam memória.

3.1.
O contraste entre Lisboa e a província é apresentado pelos olhos de D. Rita, dama do Paço. A cidade de Vila Real é
vista como um espaço rural atrasado, onde persistem os valores tradicionais, principalmente para D. Rita,
habituada a viver no conforto da capital. Com efeito, as suas falas, na chegada a Vila Real, expressam a sua
estranheza no momento da receção preparada pela “nobreza da vila” ao “conterrâneo” Domingos Botelho, sendo
que, através da ironia, a dama insinua o anacronismo da iniciativa e da “comitiva”, reforçando-o com a associação
ao “século doze”.

4.1.
O Capítulo I permite o conhecimento do tempo histórico em que decorre a ação, fornecendo informações sobre o
modo de vida e os costumes da época, na e na província, a situação da nobreza no início do século XIX e as relações
sociais e familiares. Exemplos: “ […] dos amores de sua feição e molde, que imolou ao capricho da rainha” (ll. 51-52)
– demonstra o casamento por conveniência, como foi o caso de Domingos Botelho e de D. Rita Preciosa, que acaba
por se casar para fazer a vontade à rainha; “– Ah! sim? Cuidei que o tempo parara aqui no século doze…” (l. 71) –
revela a arrogância e sentimento de superioridade da nobreza lisboeta, neste caso através da personagem de D.
Rita.

5.
O narrador é subjetivo, pois comenta as ações e toma partido relativamente às personagens – “glória, na verdade,
um pouco ardente” (ll. 47-48); “ficamos pensando que seria ela própria rainha.” (l. 87) .
Nota: O narrador, relativamente à presença, é heterodiegético, pois não participa na história, narrando na terceira
pessoa (”A dama do Paço não foi ditosa com o marido.”) Quanto à ciência, é omnisciente, tendo conhecimento
total da ação e do pensamento das personagens (”Inquietava-o o ciúme)”).

3
6.
a) modificador apositivo do nome;
b) modificador;
c) complemento do nome;
d) complemento direto;
e) complemento do adjetivo.

7.1. “la” – refere-se à nora – coesão textual gramatical referencial (anáfora).

Págs. 170-171

8.
a) 15 anos com aparência de 20;

c) forte de compleição;

e) corajoso;

f) agressivo;

g) rebelde / indisciplinado.

9.
A relação de Simão com os pais é distante e pouco afetuosa. Simão demonstra, ainda, ter uma ligação fria com os
irmãos, mantendo, apenas, proximidade com a irmã mais nova, Rita.

10.
Simão é um jovem impulsivo e rebelde, mas que defende os mais desfavorecidos e clama por justiça. Veja-se o
exemplo da rixa em que se envolveu para defender um criado de seu pai que fora espancado por partir umas
vasilhas (ll. 195-198).

11.1. Oração subordinada adjetiva relativa restritiva – modificador restritivo do nome.

11.2. Oração subordinada substantiva completiva – complemento direto.

Págs. 174-175
Educação Literária | Gramática

1.
a) “Teresa ergueu-se sem lágrimas, e entrou serenamente no seu quarto.” (l. 83).

b) “Teresa adivinha que a lealdade tropeça a cada passo na estrada real da vida, e que os melhores fins se atingem
por atalhos onde não cabem a franqueza e a sinceridade.” (ll. 12-16).

c) “Teresa maravilhou-se da quietação inesperada de seu pai e desconfiou da incoerência.” (ll. 94-95).

d) “– Meu pai… – continuou ela, chorando, com as mãos erguidas – mate-me; mas não me force a casar com meu
primo!” (ll. 70-72).

e) “É escusada a violência, porque eu não caso!…” (l. 72).


4
2.
Nas falas de Tadeu de Albuquerque, é notório o autoritarismo – “Mas repara, minha querida filha, que a violência
de um pai é sempre amor. Amor tem sido a minha condescendência e brandura para contigo. Outro teria subjugado
a tua desobediência com maus-tratos, com os rigores do convento, e talvez com o desfalque do teu grande
património.” (ll. 42-45). Quando Teresa afirma que não quer casar, Tadeu revela toda a sua prepotência – “– Hás
de casar! Quero que cases! Quero!… Quando não, amaldiçoada serás para sempre, Teresa! Morrerás num
convento!” (ll. 74-76).

3.
Ao longo do diálogo, as intervenções de Tadeu de Albuquerque mostram uma preocupação com a defesa da honra
– “Nenhum infame há de aqui pôr um pé nas alcatifas de meus avós.” (ll. 76-77) e “não és minha filha, não podes
herdar apelidos honrosos, que foram pela primeira vez insultados pelo pai desse miserável que tu amas!” (ll. 78--
80). Determinado, afirma que já não vê Teresa como sua filha (ll. 77-78).

4.
a) deítico espacial;
b) deíticos temporais;
c) deítico espacial;
d) deítico temporal;
e) deítico pessoal.

Verifica
1. O tema comum a ambos os textos é o conflito geracional entre pais e filhos relativamente à ideia do casamento.
Os pais, pragmáticos e conservadores, defendem a ideia de um casamento por conveniência. Os filhos, sonhadores
e idealistas, procuram a união pelo amor, sem constrangimentos sociais.

Págs. 176-177

Educação Literária

1.
Após receber a carta enviada por Teresa, Simão reage furiosamente. No entanto, ao ler a carta três vezes
conseguiu refrear os ânimos e mostrar que o seu carácter menos impulsivo se consegue sobrepor aos seus ímpetos
de jovem rebelde.

2.
Simão evidencia sentimentos contraditórios, em consequência da intensidade e da impulsividade do amor que
revela por Teresa. Assim, a esperança de uma maior proximidade de Teresa deixa-o feliz, mas também o perturba.

Páginas cruzadas
Proposta de textualização:
O tema do amor-paixão é retratado na literatura portuguesa em vários dos seus períodos e autores. Assim, é
possível encontrá-lo na poesia trovadoresca, particularmente nas cantigas de amor, e em obras de Camilo Castelo
Branco, do século XIX, como Amor de Perdição. Com efeito, nas cantigas de amor, o sofrimento amoroso – coita de
amor – resulta de uma atitude de resignação do trovador perante a inacessibilidade da amada. Para além disso, o
código do amor cortês impõe uma atitude de obediência e de submissão por parte do trovador. Por exemplo,
composições poéticas como “Se eu podesse desamar”, de Pero da Ponte, retratam o desejo do “eu” de se libertar
do sofrimento amoroso. Já em Amor de Perdição, de Camilo Castelo Branco, o amor de Simão e Teresa está
condenado ao fracasso, pelos constrangimentos sociais impostos. Se, por um lado, o sentimento tem, por exemplo,
um efeito transformador em Simão, tornando-se sociável e comprometido com os seus objetivos académicos, por
outro, condu-lo inexoravelmente para a tragédia pessoal, arrastando consigo Teresa, que é impelida pelo pai para
a vida conventual. Concluindo, é possível encontrar o tema do amor-paixão abordado em diferentes perspetivas,
na literatura portuguesa.

5
Pág. 183-184
Educação Literária | Gramática

1.
No diálogo entre o padre e a prioresa está presente uma intenção crítica do autor, destacando-se a crítica ao clero,
uma vez que a obra se constitui, também, como uma crónica da mudança social. Nesse sentido, no diálogo inicial
percebe-se que alguns comportamentos do clero são colocados em causa, nomeadamente o voto de castidade
(por exemplo, pelos comentários do padre em relação a Mariana) e a vida regrada (contrariada pelo consumo de
vinho).

2.
Mariana dirige-se ao convento, onde se encontra com Teresa, com o intuito de lhe entregar uma carta de Simão.
Simão e Teresa mantinham um amor proibido. Por sua vez, Mariana ama Simão e, mesmo sabendo que iria
conhecer Teresa (o que a deixava desconfortável e até com alguns ciúmes), coloca o seu amor por Simão em
primeiro lugar e tudo faz para o ver feliz e para o ajudar, ainda que isso implique que o seu amado seja feliz com
Teresa.
Deste modo, apesar de terem um estatuto social bem diferente, estão unidas pelo sentimento amoroso que
nutrem por Simão e ambas têm o objetivo de o proteger dos outros e de si mesmo. A sua conduta pauta-se pela
determinação, pela honra, pela abnegação por amor. Em tudo são heroínas românticas.

3.1.
João da Cruz assume-se como «um rústico» (l. 145), com uma visão conservadora dos papéis sociais do homem e
da mulher, o que é confirmado pela sua linguagem simples, fazendo uso da sabedoria popular para fundamentar as
suas opiniões.
Nesse sentido, considera que este amor de Simão por Teresa é exagerado e fá-lo perder o discernimento, na
medida em que, na sua opinião, a um homem rico e fidalgo como Simão não faltarão mulheres bonitas e com dote
e que, se o destino o quiser, Teresa há de ser sua.
Contudo, ainda que considere que o amor por uma mulher não justifica os perigos que Simão deseja correr,
mostra-se solidário e bondoso e coloca a sua valentia e a sua coragem ao dispor do jovem.

4.
a) 1;

b) 2.

5.
Quando é surpreendido por Mariana, Simão reflete sobre a dedicação da jovem, que considera seu «anjo da
guarda» (ll. 233-234). Os seus pensamentos sugerem, também, que ele próprio assume que deveria seguir os
conselhos de prudência anteriormente dados pela filha de João da Cruz.

6.
Coesão textual gramatical interfrásica.

Págs. 188-189

7.
A expressão destaca os traços de carácter de Baltasar: a arrogância e a prepotência e, simultaneamente, a
pequenez moral de quem se compraz no sofrimento dos outros, como acontece com a repreensão que dirige a
Tadeu, culpando-o pela ousadia de Teresa.

6
8.
b) impulsivo;
c) violento;
d) honrado / corajoso;
f) hipócrita;
g) irónico;
h) violento;
j) irritado;
k) arrogante;
l) corajoso;
m) solidário.

9.
Simão revela várias características que o aproximam do herói romântico. Primeiramente, o amor exacerbado por
Teresa, que o conduz à morte. De seguida, o sentido de justiça e o sentimento de honra, quando assume o erro
que cometeu e é preso.

10.1.
Simão percebe que, desde o dia em que foi separado de Teresa, o seu destino de desgraça e de tragédia já estava
traçado. A antecipação deste desfecho trágico já havia sido referida pelo narrador, logo no início da obra, quando
menciona que o amor de Simão o levará à perdição e à morte: “Amou, perdeu-se, e morreu amando.”

11.
a) coesão textual gramatical referencial (anáfora);
b) coesão textual gramatical temporal.

Verifica
1.
a) herói romântico;
b) personagem;
c) excecional;
d) crenças;
e) enérgico;
f) instável;
g) sociedade;
h) revoltar-se;
i) conflito;
j) rebeldia;
k) família;
l) amor;
m) ideal;
n) narrador;
o) maturidade;
p) idade;
7
q) Desobedecendo;
r) orgulho;
s) rejeitar;
t) coragem.

Págs. 190-191
Em Exame

2.
Exemplo de resposta:
A determinação e rebeldia de Teresa fazem com que esta personagem encarne o papel de heroína romântica.
De facto, Teresa, ao longo da obra, apresenta uma transformação. Inicialmente, a personagem representa a
pureza angelical e a fragilidade, parecendo uma vítima indefesa. No entanto, pela liberdade de amar Simão,
contraria o pai e recusa casar com Baltasar Coutinho. A personagem assume a desobediência à autoridade paterna
até às últimas consequências, revelando ser corajosa e firme nas suas convicções. Assim, não se conformando com
um casamento escolhido por vontade paterna, aceita e prefere a clausura num convento como punição, revelando
que está “mais livre que nunca”, porque a “liberdade de coração é tudo”. Por amor, a fidalga, de trato fino e
superior, é tomada pela emoção e impulsividade.
Em suma, o amor-paixão que Teresa sente por Simão dá-lhe forças para enfrentar o poder prepotente do pai,
definindo-a como uma heroína romântica.

Pág. 191
Pré-leitura | Oralidade

1.1.
A cena final representa o momento em que Romeu, acreditando que Julieta está morta, decide pôr fim à sua vida.
Ao acordar e ver que Romeu está morto,
Julieta mata-se também, cravando um punhal na barriga. Desta forma, os dois amantes acabam por morrer vítimas
do ódio das suas famílias, representando um amor intenso e trágico. Esta injustiça está, também, subjacente à
história trágica de Simão e Teresa, sendo notória no carácter heroico dos protagonistas que, desde o início,
enfrentam os preconceitos das famílias e a repressão por parte de uma sociedade que não os deixa viver o amor de
forma sublime.

Educação Literária | Gramática

1.
a) “Considero-te perdida, Teresa.” (l. 170); “Não posso ser o que tu querias que eu fosse.” (l. 173);

b) “Se eu pudesse ainda ver-te feliz neste mundo;” (l. 35); “Era criança há três anos, Simão” (l. 48);

c) “Tudo, em volta de mim, tem uma cor de morte.” (l. 171); “Poderia viver com a paixão infeliz; mas este rancor
sem vingança é um inferno.” (l. 178); “teu esposo do Céu” (l. 181);

d) “É já o meu espírito que te fala, Simão. A tua amiga morreu.” (l. 14); “perdoa à tua esposa do Céu” (ll. 17-18);
“A vida era bela, era, Simão, se a tivéssemos como tu ma pintavas nas tuas cartas, que li há pouco!” (ll. 39-40).

2.
Mariana revela-se dedicada a Simão – “Mariana, que levantava a cabeça ao menor movimento dele.” (l. 74); “– O
Anjo da compaixão sempre comigo! – murmurou ele.” (l. 107) – e capaz de se sacrificar para o acompanhar – “–
Se o não incomodo, deixe-me aqui estar, senhor Simão.” (l. 80).

8
Págs. 196-197

3.
A reação de Mariana acompanha o estado de agonia crescente de Simão. Assim, inicialmente Mariana declara
estar pronta para morrer se o mesmo acontecer a Simão – “– Morrerei, senhor Simão.” (l. 131). Depois, com o
crescente aumento da febre, Mariana acusa a reação à debilidade de Simão – “Mariana tinha envelhecido” (l.
146). Quando a jovem decide apertar o embrulho com as cartas de Teresa e de Simão à cintura, parece indiciar
ter tomado uma decisão fatídica. Finalmente, durante o funeral de Simão, a atitude apática de Mariana é
estranha e só compreensível pela decisão já tomada de se atirar ao mar – “ […] e parecia estupidamente encarar
aqueles empuxões que o marujo dava ao cadáver […]” (ll. 189-190).
Em conclusão, a decisão de Mariana confirma o seu carácter e a força do seu amor, que se assume como amor-
paixão, marcado pela intensidade dos sentimentos e pela ânsia de plenitude, inclusivamente na dimensão
espiritual. Por isso, abdica da própria vida, manifestando de forma inequívoca e irreversível a sua abnegação e o
seu afeto.

4.
a) vocativo;
b) sujeito;
c) predicado;
d) modificador.

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