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Encontro Técnico SENAC / AESAS

Principais grupos químicos, características e


propriedades

Luci Carla Gheleri Andrietta


luci.andrietta@mxns.com
Luci Carla Gheleri Andrietta

 Química (UNESP).

 Mestre em Engenharia Química na área de poluição atmosférica (Unicamp).

 Coordenadora de laboratório na Mérieux NutriSciences.

 18 anos de experiência em análises ambientais de compostos orgânicos


(VOC, SVOC, TPH) e desenvolvimento de metodologias de análise.

 6 anos de experiência com análise de TO-15.


Principais contaminantes

Alguns dos principais contaminantes do solo e água são:

Metais pesados

Produtos de petróleo (hidrocarbonetos)

Compostos organoclorados
- Solventes
- PCB’s
- Pesticidas
Metais pesados

Metais pesados – principal grupo de contaminantes inorgânicos, devido:

 Mobilidade.

 Concentrações em que eles começam a manifestar seus efeitos tóxicos.

 Acumulam-se no solo por tempo indefinido.

 Altamente reativos.

A definição de metais pesados ainda é um assunto em evolução, ou seja, não existe uma definição
específica para esses metais em especial.
Metais pesados

De uma forma geral, considera-se metal pesado todo aquele metal que apresenta:

 elevada massa atômica (referência é o sódio - 23 g/mol).


 número atômico superior a 20.
 elevada densidade, em torno de 3,5 a 7,0g/cm³.
 alto grau de toxicidade quando em concentrações elevadas.

Essa definição inclui: Cd, Co, Cr, Cu, Fe, Hg, Mn, Mo, Ni, Pb, Zn, alguns semi-metais e outros
ametais como As e Se.
Metais pesados

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Tabela_Peri%C3%B3dica_de_2019.webp
Metais pesados

No entanto, nem todo o metal é prejudicial ao organismo. Existem determinadas porções que
são essenciais para os sistemas biológicos. Estas doses são tão pequenas que se designam por
micronutrientes, como é o caso do zinco, do magnésio, do cobalto e do ferro.

O chumbo, o mercúrio e o cádmio são metais que não existem naturalmente em nenhum
organismo. Não desempenham funções nutricionais ou bioquímicas em microorganismos, plantas
ou animais. Ou seja, a presença destes metais em organismos vivos é prejudicial em qualquer
concentração.

Arsênio, Cádmio, Chumbo e Mercúrio destacam-se, entre os metais pesados, devido sua elevada
toxicidade.
Metais pesados

O risco dos metais pesados em solos é dado não só pela sua concentração total, mas
especialmente, por sua biodisponibilidade.

Para que os metais pesados possam ter efeito tóxico em um ser vivo devem estar quimicamente
disponíveis.

Biodisponibilidade de uma espécie química pode ser entendida como a porção elementar que está
disponível para ingestão, inalação ou assimilação por um organismo vivo.

Quando um metal é fracamente ligado a uma espécie química, seu índice de disponibilidade é
elevado, porque o metal pode ser solubilizado com pequenas alterações no meio, como a redução
do pH ou Eh.
Metais pesados

A estabilidade é muito alta quando os metais estão ligados fortemente com as espécies químicas, e
para se tornarem solúveis, seriam necessárias grandes alterações nas condições ambientais, as quais
normalmente não ocorrem na natureza sem influência do homem. Se as concentrações mais elevadas
de metais se encontram nesta condição, sua biodisponibilidade é baixa e, consequentemente, o risco de
toxicidade é pequeno.

A biodisponibilidade do metal é uma função da:

 concentração total do metal.


 fatores físico-químicos (por exemplo: pH e potencial redox, etc.).
 fatores biológicos (por exemplo: bioacumulação e solubilização).
Hidrocarbonetos

Os hidrocarbonetos são compostos formados apenas por átomos de carbono e hidrogênio.

São classificados de acordo com a cadeia carbônica:


Hidrocarbonetos

Os hidrocarbonetos do petróleo podem ser divididos em duas frações principais:

 Alifáticos: alcanos de cadeias linear (parafinas), alcanos ramificados (isoparafinas) e cicloalcanos


(naftenos).

 Aromáticos: hidrocarbonetos monoaromáticos, hidrocarbonetos aromáticos policíclicos e compostos


aromáticos sulfonados.

Os produtos refinados do petróleo (gasolina, diesel, óleos lubrificantes, querosene, óleo combustível)
também possuem os mesmos compostos que o petróleo, mas com um intervalo de pontos de ebulição
mais restritos.

Exemplo: Gasolina: predomina compostos alifáticos de C5 – C8 e aromáticos de C6 – C12.


Diesel: predomina compostos alifáticos de C9 – C18.
Hidrocarbonetos Alifáticos

Alcanos: são hidrocarbonetos de cadeia aberta e saturados (apenas ligações simples C – C).
Podem ser lineares (parafinas) ou ramificados (isoparafinas). Apresentam fórmula geral: CnH2n+2

 Exemplos de alcanos lineares (parafinas):


Hidrocarbonetos Alifáticos

 Exemplos de alcanos ramificados (isoparafinas):


Hidrocarbonetos Alifáticos

O número de isômeros cresce com o nº de átomos de carbono em uma molécula devido ao


aumento dos possíveis arranjos estruturais.

Fonte: Alcanos - Aula 3. QO-427 Prof. José Augusto.


https://iqm.unicamp.br/arquivos/Aula%203%20Alcanos.pdf
Hidrocarbonetos Alifáticos

Cicloalcanos: cadeia fechada e ligações simples. Apresentam fórmula geral: CnH2n

• Também chamados de naftenos ou cicloparafinas.


• O teor de naftenos no petróleo pode chegar a mais de 60% .

C10H20
Hidrocarbonetos Alifáticos

Alcenos: hidrocarbonetos de cadeia aberta e insaturados (presença de ligação dupla entre átomos
de carbono C=C). Podem ser lineares ou ramificados. Apresentam fórmula geral: CnH2n.

• Também chamados de olefinas ou hidrocarbonetos olefínicos.

• Esses compostos são mais reativos que os alcanos, pois a ligação dupla é mais fácil de ser
rompida, realizando principalmente reações de adição.

• Normalmente não estão presentes no petróleo crú, mas são amplamente produzidos durante os
processos de refino.
Hidrocarbonetos Alifáticos

 Exemplos de alcenos lineraes:

 Exemplos de alcenos ramificados:


Hidrocarbonetos Alifáticos

Alcadienos: os compostos dessa classe apresentam duas ligações duplas na mesma molécula.
Apresentam fórmula geral: CnH2n-2

1,3-Butadieno Isopreno (2-metil-1,3-butadieno)


C4H6 C5H8 2,3,3-trimetil-1,4-pentadieno
C8H14

Cicloalcenos: cadeia fechada e ligação dulpa. Apresentam fórmula geral: CnH2n-2

4-metil-ciclopenteno Ciclopropeno Ciclohexeno 3-etil-4-metil-ciclopenteno


C6H10 C3H4 C6H10 C8H14
Hidrocarbonetos Alifáticos

Alcinos: os alcinos são hidrocarbonetos de cadeia aberta e insaturados, que apresentam pelo menos
uma ligação tripla entre dois átomos de carbono (C ≡ C). Apresentam fórmula geral: CnH2n-2
• Uma das formas de obtenção de alcinos é pelo craqueamento (fragmentação) de compostos
derivados do petróleo.

Cicloalcinos: cadeia fechada e ligação tripla. Apresentam fórmula geral: CnH2n-4


Hidrocarbonetos Alifáticos

Propriedades dos hidrocarbonetos alifáticos:

São moléculas apolares. Portanto, insolúveis em água.

Interações intermoleculares – dipolo induzido ou van der Waals.

Possuem densidade menor que da água.

Densidade aumenta com o aumento da massa molecular.


• maior superfície de contato
Solubilidade diminui com aumento da massa molar. • maior nº interações intermoleculares
• maior quantidade de energia para
desfazer as interações
Hidrocarbonetos Alifáticos

• maior superfície de contato


 Ponto de Ebulição e Fusão aumentam com o • maior nº interações intermoleculares
aumento da massa molar. • maior quantidade de energia para
desfazer as interações

Fonte: Alcanos. Aula 3. QO-427 Prof. José Augusto. https://iqm.unicamp.br/arquivos/Aula%203%20Alcanos.pdf


Hidrocarbonetos Alifáticos

• possuem menor superfície de


 Ponto de Ebulição e Fusão diminuem com a ramificação. contato.
• interações entre as moléculas
são mais fracas.
Hidrocarbonetos Aromáticos

Os hidrocarbonetos aromáticos são compostos orgânicos que possuem um ou mais anéis


aromáticos.

Um anel aromático é formado por 6 átomos de carbono ligados em uma cadeia fechada com
ligações duplas e simples intercaladas.

Os hidrocarbonetos aromáticos estão separados em dois principais grupos:

 Hidrocarbonetos monoaromáticos: apresentam apenas um anel aromático.

 Hidrocarbonetos Policíclicos : apresentam múltiplos anéis.


Hidrocarbonetos Aromáticos

Hidrocarbonetos monoaromáticos:

BTEX
Hidrocarbonetos Aromáticos

Propriedades dos hidrocarbonetos monoaromáticos:

• Compostos que se apresentam geralmente no estado líquido, em temperatura ambiente.

• Apresentam característica apolar.

• Interagem por meio de dipolo-induzido ou van der Waals.

• Compostos monoaromáticos são mais solúveis em água quando comparados ao alcanos e


alcenos. (ex.: solubilidade do benzeno é 1790 mg/L e do hexano é 12,7 mg/L).

• Os compostos monoaromáticos são, geralmente, mais tóxicos que os alifáticos de mesmo


número de carbono.

• São menos densos que a água.

• São capazes de participar de reações orgânicas de adição e substituição.


Hidrocarbonetos Aromáticos

Os compostos BTEX, devido a sua alta solubilidade em água, possuem grande mobilidade e
são os primeiros contaminantes presentes na gasolina a alcançarem o lençol freático.

O benzeno é considerado o hidrocarboneto mais solúvel em água e mais tóxico, tanto ao


homem quanto ao meio ambiente.

Fonte: Cardoso, José Eduardo Taddei. Avaliação de técnicas de remediação em processos de contaminação da água e do solo por hidrocarbonetos. Dissertação
(Mestrado) – Universidade Estadual Paulista. Faculdade de Engenharia de Bauru. 2018
Hidrocarbonetos Aromáticos

Hidrocarbonetos Policíclicos - Exemplo: PAH’s (polycyclic aromatic hydrocarbon).

Existem mais de 100 PAH’s.

16 PAH`s como poluentes prioritários,


devido as suas importâncias
ambientais, industriais e toxicológicas.

São classificados como condensados


(estrutura aromática está ligada
diretamente à outra estrutura
aromática).

Os PAH’s são de grande interesse


ambiental em consequência de seu
potencial tóxico.
Fonte: Meire, R., Azeredo, A. e Torres, J. Aspectos ecotoxicológicos de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos. Oecol. Bras., 11 (2):
188-201, 2007
Hidrocarbonetos Aromáticos

Propriedades:

• São sólidos a temperatura ambiente.

• Apresentam altas temperaturas de fusão e ebulição.

• São apolares.

• São solúveis em solventes orgânicos.

• São mais denso que a água.

• Possuem baixa volatilidade.

As propriedades físico-químicas dos PAH’s variam de acordo com o seu peso molecular e a sua
estrutura.
Hidrocarbonetos Aromáticos

A persistência dos PAH’s no ambiente varia de acordo com sua massa molecular. Os compostos de
baixa massa molecular são degradados mais facilmente, comparativamente aos de alta massa
molecular.

Os PAH’s estão classificados como poluentes orgânicos persistentes (POP’s).

São compostos altamente estáveis e que persistem no meio ambiente por muito tempo, resistindo
à degradação química e biológica, além de terem a capacidade de bioacumular em organismos
vivos.
Hidrocarbonetos Aromáticos

A solubilidade do PAH’s diminui com o aumento do nº de anéis aromáticos, tornando essas


substâncias pouco solúveis em água.

Fonte: Cardoso, José Eduardo Taddei. Avaliação de técnicas de remediação em processos de contaminação da água e do solo por
hidrocarbonetos. Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual Paulista. Faculdade de Engenharia de Bauru. 2018.
Compostos Organoclorados

Os compostos organoclorados são aqueles que possuem pelo menos um átomo de cloro ligado a
uma cadeia carbônica.

Os compostos organoclorados podem ser divididos em dois grupos:

 Baixa massa molar – são voláteis. Exemplos: solventes clorados industrias (PCE, CCl4) e CFC’s.

 Alta massa molar – são semi-voláteis. Exemplos: PCB’s e pesticidas (DDT, BCH).

Os solventes clorados estão divididos em: Alifáticos e Aromáticos. São muito utilizados tanto na
indústria quanto em laboratórios.
Solventes Clorados - Alifáticos

- Alifáticos

Fonte: Salgado,Paulo Eduardo de Toledo. Informações gerais e ecotoxicológicas de solventes clorados. Centro de Recursos Ambientais – CRA, 2004. Série Cadernos de
Referências Ambientais, v. 15.
Solventes Clorados - Alifáticos

Propriedades:

 São líquidos incolores.

 Possuem baixa solubilidade em água.

 São solúveis em solventes orgânicos.

 Apresentam ponto de fusão e ebulição crescentes com o aumento da massa molecular.

 Muitos solventes clorados são quimicamente instáveis. Assim, eles já começam a se


decompor a temperatura ambiente.

 Os solventes clorados possuem um alto poder de dissolução. Por isso, são solventes
aplicáveis em diversas áreas.

 Alguns solventes clorados evaporam rapidamente a temperatura e pressão normal, dando


origem a emissões de compostos orgânicos voláteis (COV).
Solventes Clorados - Alifáticos

 São mais densos que a água devido à presença do átomo de alto peso atômico (cloro).
Exemplo: a densidade do TCE é de 1,46 g/cm³.

 O PCE e TCE ao entrar em contato com o aquífero formam uma fase líquida não aquosa
mais densa (mais pesada) que a água , denomindada de “Dense Non-Aqueous Phase
Liquid” (DNAPL).

 Cloros substituintes induzem interações moleculares mais fortes que substituintes


hidrogênio.
Solventes Clorados - Alifáticos

Uma grande preocupação ambiental é devido à formação de cloreto de vinila (CV) através do
processo de decloração do PCE, pois o cloreto de vinila tem muito mais afinidade com a água que
o PCE possibilitando uma maior mobilidade para esse composto.

Dependendo do mecanismo pode-se


chegar a mineralização do contaminante
organoclorado, ou seja, formação de CO2 e
H2O. Fonte: Froehner, Sandro; Luz, Erissen Cardoso da; Machado, Karina Scurupa. Degradação de compostos
organoclorados através da redução com nano partículas de ferro zero. XVI Congresso Brasileiro de Águas
Subterrâneas e XVII Encontro Nacional de Perfuradores de Poços.
Solventes Clorados - Aromáticos

- Aromáticos: clorobenzeno, Diclorobenzenos (DCB) e Triclorobenzenos (TCB)


Solventes Clorados - Aromáticos

Propriedades:

• Possuem características tóxicas.

• Compreendem um grupo importante de contaminantes ambientais.

• São compostos voláteis e geralmente são emitidos no ambiente devido ao uso como solventes,
desengraxantes, intermediários na síntese de produtos químicos, de pesticidas, entre outros.

• O clorobenzeno, 1,2-DCB, 1,3-DCB e 1,2,4-TCB são líquidos.

• 1,4-DCB, 1,2,3-TCB e 1,3,5-TCB são sólidos.

• São pouco solúveis em água, mas sóluveis na maioria dos solventes orgânicos.
Compostos Organoclorados – Clorofenóis

Os clorofenóis são compostos organoclorados, constituídos pelo fenol, cujo anel aromático
possui átomos de cloro. São formados a partir da molécula de fenol com a substituição de 1 ou
mais átomos de H por átomos de Cl.

Fonte: Juárez Cardeña, Úrsula Maria. Tratamento de efluentes aquosos contendo clorofenóis por meio de processo oxidativo avançado foto-
fenton. Dissertação de Mestrado. Departamento de Engenharia Química. Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. São Paulo - 2009
Compostos Organoclorados – Clorofenóis

No total existem 19 clorofenóis diferentes, distinguindo-se pelo número e pela posição dos
átomos de cloro no anel.

Os clorofenóis se formam a partir de reações de cloração de fenóis ou de hidrólise alcalina de


clorobenzenos.

Estes compostos são usados como conservantes na indústria da madeira, retardantes de chama,
inseticidas, fertilizantes, entre outros.

No solo, muitos CP´s, originam-se a partir de reações de biodegradação de herbicidas e


pesticidas. Os clorofenóis podem também formar-se por processos de cloração biológicos, a
partir de ácidos húmicos, existentes no solo.
Compostos Organoclorados – Clorofenóis

Propriedades:

 A toxicidade depende do grau de cloração e da posição dos átomos de cloro em relação a


hidroxila. Os clorofenóis com átomo de cloro na posição 2 e 6 ou apenas na posição 2, do
anel aromático, são os menos tóxicos. E quando os átomos de cloro se encontram nas
posições 3, 4 e 5, a toxicidade aumenta. O 3,4,5-Triclorofenol possui alta toxicidade
comparada ao dos demais.

 São solúveis em vários solventes orgânicos.

 Possuem baixa biodegradabilidade.

 São poluentes persistentes.


Compostos Organoclorados – Clorofenóis

 São pouco solúveis em água. A solubilidade em água diminui com o aumento do nº de átomos
de cloro no anel.

solubilidade (g/L) em
composto fórmula
água a 20 ˚C

2-clorofenol C6H5ClO 28
3-clorofenol C6H5ClO 26
4-clorofenol C6H5ClO 27
2,4-diclorofenol C6H4Cl2O 4,5
2,4,5-triclorofenol C6H3Cl3O 0,948
pentaclorofenol C6HCl5O 0,014

Fonte: Mourato, Marta Sofia. Determinação de Clorofenóis em águas por LC-MS/MS. Caso de estudo: 2-amino-4-
clorofenol. Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em Engenharia Química. Instituto Superior Técnico da
Universidade de Lisboa.. Novembro/2014.
Compostos Organoclorados – PCB’s

Bifenilas policloradas (PCB’s): são constituídos por um grupo bifenila (dois anéis benzênicos
unidos por uma única ligação C – C), cujos átomos de hidrogênio podem ser substituídos por até
10 átomos de cloro.

Fonte: Yogui, Gilvan Takeshi. Ocorrência de compostos organoclorados (pesticidas e PCBs) em mamíferos marinhos da costa de São Paulo (Brasil) e da Ilha rei George
(Antártica). Dissertação de Mestrado. Universidade de São Paulo – Instituto Oceanográfico – 2002.
Compostos Organoclorados – PCB’s

Dependendo da posição e da quantidade de ligações com os átomos de cloro, origina-se


estruturas diferentes – total de 209 estruturas diferentes denominadas de congêneres dos PCB’s.

Nomenclatura dos PCB’s :


Compostos Organoclorados – PCB’s

Fonte: Manual de gestão de PCB para equipamentos elétricos: detentores e destinadores. Ministério do Meio Ambiente. Secretaria de Qualidade Ambiental.
Brasília – DF. MMA, 20222. https://portal-api.sinir.gov.br/wp-content/uploads/2022/04/Manual-de-Gestao-de-PCB-para-Equipamentos-Eletricos-DIGITAL.pdf
Compostos Organoclorados – PCB’s

Os congêneres com mesmo número de cloros são chamados de homólogos.

Exemplo: os nonaclorobifenilos são todos congêneres de PCB, com exatamente 9 substituintes de


cloro, que apresentam diferentes arranjos.

Fonte: Manual de gestão de PCB para equipamentos elétricos: detentores e destinadores. Ministério do Meio Ambiente. Secretaria de
Qualidade Ambiental. Brasília – DF. MMA, 20222. https://portal-api.sinir.gov.br/wp-content/uploads/2022/04/Manual-de-Gestao-de-
PCB-para-Equipamentos-Eletricos-DIGITAL.pdf
Compostos Organoclorados – PCB’s

Nem todos os 209 congêneres possuem elevada toxicidade.

A toxicidade dos PCBs depende da quantidade e posição dos átomos de cloro em sua molécula.
Os congêneres que não contêm átomos de cloro na posição orto, mas possuem átomos de cloro
em ambas as posições para e têm no mínimo um par de cloros na posição meta, são
considerados os mais tóxicos.

Fonte: Yogui, Gilvan Takeshi. Ocorrência de compostos organoclorados (pesticidas e PCBs) em mamíferos marinhos da costa de
São Paulo (Brasil) e da Ilha rei George (Antártica). Dissertação de Mestrado. Universidade de São Paulo – Instituto
Oceanográfico – 2002.
Fonte: Pizzatto, Antônio Henrique. Validação de método para determinação de
bifenilas policloradas em águas por GC-MS. Universidade Federal do Rio Grande do
Sul - UFRGS. Escola de Engenharia. Departamento de Engenharia Química. Porto
Alegre, 2018.
Compostos Organoclorados – PCB’s

Somente 130 são encontrados em misturas comerciais.

Devido a suas propriedades, os PCBs tiveram diversas aplicações comerciais. Exemplos:

 Em transformadores e capacitores

 Em fluidos hidráulicos

 Como pesticidas / herbicidas


Compostos Organoclorados – PCB’s

Propriedades:

 Apresentam elevada massa molar.

 São pouco solúveis em água, e a solubilidade decresce com o aumento do número de átomos
de cloro na molécula. Porém são bastante solúveis em solventes orgânicos, óleos vegetais e
gorduras animais.

 Boas propriedades isolantes e alta resistência elétrica.

 Elevada estabilidade térmica e química.

 São altamente tóxicos, resistentes a degradação e persistentes no ambiente. E tambem são e


bioacumulativos nos organismos vivos.

Pertencem à classe dos poluentes


orgânicos persistentes (POP’s).
Compostos Organoclorados – pesticidas

Pesticidas organoclorados – são compostos químicos utilizados no controle de pragas e


fungos. Esta classe de compostos abrangem os inseticidas, os herbicidas e os fungicidas.

A ligação C–Cl, presente na estrutura molecular dos pesticidas organoclorados, é difícil de ser
rompida e o cloro pode reduzir a reatividade de outras ligações das moléculas.

Para muitas aplicações, a falta de reatividade é uma vantagem importante. Porém, também
significa que, ao serem lançados no meio ambiente, eles se degradam muito lentamente e
tendem a se acumularem.

O grupo mais antigo, de pesticidas organoclorados, é o dos DDT (dicloro-difenil-tricloroetano).


Compostos Organoclorados – pesticidas

Exemplos de grupos de pesticidas organoclorados:


 Derivados do diclorodifenil (DDT, seus metabólitos DDE e DDD, e o metoxicloro).
 Hexaclorobenzeno (HCB).
 Hexaclorocicloexanos (α-HCH, β-HCH, γ-HCH e δ-HCH).
 Ciclodienos (aldrin, dieldrin, endrin, clordano, nonacloro, endosulfan, heptacloro e heptacloro-
epóxido).
 Hidrocarbonetos clorados (mirex, toxafeno e clorodecona).

HCB Metoxicloro Aldrin Mirex


Compostos Organoclorados – pesticidas

Isômeros do diclorodifeniltricloroetano Isômeros do hexaclorociclohexano (HCH)

Fonte: Yogui, Gilvan Takeshi. Ocorrência de compostos organoclorados (pesticidas e PCBs) em mamíferos marinhos da costa de São Paulo (Brasil) e da Ilha rei George (Antártica). Dissertação de Mestrado.
Universidade de São Paulo – Instituto Oceanográfico – 2002.
Compostos Organoclorados – pesticidas

Propriedades:

 Baixa solubilidade em água

 Sóluveis em solventes orgânicos

 Alta estabilidade – devido as ligações carbono-cloro

 alta lipossolubilidade (capacidade de uma molécula se dissolver em gorduras) – se acumulam


nas gorduras dos organismos.

 Resistentes a degradação - Persistência ambiental


Pertencem ao grupo dos Poluentes
 Alta toxicidade Orgânicos Persistentes (POP’s).

 Capacidade de Bioacumulação
Obrigado!

Luci Carla Gheleri Andrietta

luci.andrietta@mxns.com

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