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Superintendência de Desenvolvimento e Engenharia da Distribuição – TD

INSPEÇÃO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO

COM ULTRASSOM

Gerência de Desenvolvimento e Engenharia de Ativos da Distribuição – TD/AT

Belo Horizonte, Outubro de 2012

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 1

2. OBJETIVO 1

3. PROCEDIMENTOS 1

4. CONCLUSÕES 6

ANEXO – Modelo de relatório para os defeitos encontrados 8

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INSPEÇÃO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO COM ULTRASSOM

1. INTRODUÇÃO

As redes de distribuição, rurais e urbanas, são historicamente inspecionadas em intervalos

definidos, conforme sua importância no sistema elétrico, através de técnicas já consagradas, que
podem ser resumidas na inspeção visual, através de binóculos e/ou a escalada das estruturas,
nas imagens termográficas, realizadas com termovisores, através de imagens do espectro
infravermelho, destacando-se as áreas de diferentes temperaturas, e ainda na detecção de sinais
de radiofrequência que, conforme a condição ou defeito existente nas instalações elétricas pode
gerar níveis de distorções e frequências adversas ao funcionamento regular. Há também as
avaliações realizadas através das câmeras com detectores de atividade do efeito corona, em
componentes metálicos energizados.

No início de 2011 a TD/AT iniciou os contatos com a empresa Coreana UNICORN ENERGY, que
atua na área de inspeções instrumentalizadas de redes de distribuição. Em novembro de 2011 a
TD/AT juntamente com a SL/MP e OM/RD realizaram um teste nas redes da Cemig com o uso da
tecnologia de inspeção com ultrassom, desenvolvido na Coréia do Sul, pela INNDIS D&I.
Atualmente a UNICORN ENERGY possui representação no Brasil para a prestação deste serviço
às distribuidoras nacionais e América do Sul (http://www.unicorndobrasil.com.br). O método é
definido basicamente pela detecção de ondas sonoras não audíveis pelo ser humano (frequências
superiores a 20 kHz), geradas por componentes energizados de redes e linhas do sistema
elétrico.

Esta tecnologia inclui a utilização de um detector de ultrassom, GPS, câmeras fotográficas,

software de análise e binóculo. Os resultados são registrados e avaliados em campo e,
posteriormente, são realizadas as análises finais com relatórios dos diagnósticos e indicativos de
procedimentos, possibilitando eliminar as irregularidades encontradas.

Em setembro de 2012 houve uma contração piloto desta modalidade de inspeção, direcionada
para redes previamente definidas pelas SL/MP e OM/RD. As inspeções foram realizadas
essencialmente na cidade de Contagem, próximo à região industrial conhecida como centro das
indústrias de Contagem (Cinco), onde se avaliou também algumas áreas residenciais vizinhas.

2. OBJETIVO

Este trabalho teve o objetivo de avaliar as potencialidades e complementariedade da inspeção

instrumentalizada com ultrassom, avaliando-se sua precisão no diagnóstico de pontos
defeituosos, para a tomada de decisão da Cemig em relação à sua adoção como técnica regular
de inspeção de redes de distribuição.

3. PROCEDIMENTOS

As inspeções são realizadas por dois técnicos, um na condução de um veículo comum (sem
características ou recursos especiais) e o outro no banco do passageiro, operando um módulo
eletrônico do detector de ultrassom, que contém um visor LCD, uma saída com fone de ouvido,
utilizados em conjunto com um cone coletor do sinal ultrassônico direcionado para a rede
inspecionada. As atividades são direcionadas e registradas através de sistemas georeferenciados,
que auxiliam na condução do veículo e registro geoespacial dos pontos defeituosos.

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Fotos 1, 2, 3 e 4 – Inspeção com detector ultrassom no veículo, análise do solo com binóculo e registro
fotográfico, detalhando a falta encontrada e a solução posterior do problema.

A velocidade média da inspeção é de 30 km/h, considerando as eventuais paradas para análise

de prováveis não conformidades e o trânsito local. Ao detectar uma provável falha, sinalizada por
uma perturbação do sinal audível (pelo fone de ouvido) e pelo visor do módulo do detector, o
operador do equipamento avisa ao condutor (motorista) do veículo que diminua a velocidade e
geralmente estacione, para uma inspeção detalhada na estrutura ou vão.

Fotos 5, 6 e 7 – Sequência de Inspeção com detector ultrassom no veículo (na Coreia do Sul), sistema
GPS, registro em decibéis da distorção encontrada e velocidade instantânea da inspeção.

Os dois técnicos deixam o veículo e, através de binóculos de longo alcance e câmeras

fotográficas com zoom de maior capacidade, buscam detalhes em isoladores, cabos, isolamentos,
contatos, etc. que possam justificar a distorção apontada pelo ultrassom. Na maioria dos casos
consegue-se visualizar e registrar os danos existentes (através de fotos e anotações). Na
eventualidade da não identificação visual (do solo) de algum defeito, a experiência dos inspetores
permite identificar a instalação sob suspeita, registrando um alerta para a mesma. Nestes casos,
os resultados registrados pelo conjunto ultrassom (imagem gráfica, nível do sinal em dB e o ruído
audível gerado) geralmente estão associados à defeitos conhecidos, que são informados no
relatório de inspeção e irão facilitar a tomada de decisão da área de manutenção.

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Fotos 8 e 9 – Inspeção na Cemig - Avaliação visual do ponto onde foi detectado um sinal ultrassónico
distorcido (20 dB), em um isolador de porcelana.

Fotos 10 – Inspeção na Cemig - Inspeção visual da cadeia de isoladores substituída, com danos na
porcelana e comprovada deficiência do isolador em ensaio elétrico (suportabilidade) em laboratório. Esse
tipo de falta geralmente não é identificada nas inspeções de redes convencionais.

Na primeira experiência na Cemig, em dezembro de 2011, foram inspecionadas redes próximas

ao Anel Rodoviário, oportunidade onde foram confirmadas falhas que haviam sido identificadas
nas inspeções convencionais, realizadas antes desse trabalho (e que ainda não tinham sofrido
intervenções corretivas). Em outros casos a inspeção com ultrassom sinalizou supostas faltas e
alertas não identificadas nas inspeções convencionais, como defeitos em isoladores e conexões.

Com base nos resultados favoráveis obtidos nesta inspeção, foi contratada uma inspeção piloto
para alimentadores localizados em Contagem-MG. Os trabalhos foram executados entre os dias
17 e 23 de setembro de 2012, quando foram percorridos 93 km de redes urbanas, próximas a SE
Cinco e centro das indústrias de Contagem, avaliando-se 2.653 postes e seus vãos, conforme
resultados condensados na Tabela 1.

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Alimentador km Postes Alertas Defeitos Total

Cinco 05 3,9 111 3 1 4
Cinco 02 7,8 222 1 5 6
Cinco 03 17,2 491 2 4 6
Cinco 01 12,0 342 2 3 5
Bhat 15 28,9 825 5 18 23
Bhad 10 23,2 662 0 7 7
Total 93,0 2.653 13 38 51

Tabela 1 – Resultados da inspeção com ultrassom em setembro de 2012

Os relatórios apresentados pela Unicorn Energy e Inndis apresentam diversas abordagens para
os resultados encontrados, como por exemplo:

- Dados gerais, onde estão listados os alimentadores, a quilometragem inspecionada, o

número de postes amostrados, quantidade de defeitos e alertas, por alimentador;
- Constatações por tipo de defeitos e alertas, por alimentador e análises percentuais;
- Mapas georeferenciados, sinalizando todas as vias percorridas durante as inspeções nos
alimentadores;
- Fichas de cada defeito e alerta, contendo localização, fotos, detalhes, constatações,
recomendações e comentários para cada situação encontrada;
- Fotos em alta definição, ilustrando cada falta encontrada, com detalhes do dano
encontrado e da localização de cada componente sob suspeita;
- Todas as informações estão vinculadas a registros georeferenciados, situando e
registrando cada ocorrência identificada.

Fotos 11, 12 e 13 – Inspeção na Cemig - Inspeção realizada no vão da rede, onde a distorção sônica
permitiu localizar o toque de cabos e já havia danos ao isolamento do condutor. Face à gravidade, a
correção foi efetuada no dia seguinte.

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Fotos 14, 15 e 16 – Inspeção na Cemig - Fotos do solo em alta definição são determinantes para a correta
identificação da falta e decisões para as ações corretivas.

Fotos 17 e 18 – Inspeção na Cemig - Imagens em alta definição, com destaque para as irregularidades
encontradas, possibilitando a clara identificação das faltas e adoção de soluções mais adequadas.

Foto 19 – Inspeção na Cemig - Detalhe em mapa Foto 20 – Inspeção na Cemig - Imagem do percurso
georeferenciado do ponto onde foi encontrado um (em vermelho) realizado para a inspeção com
defeito. Informação fornecida junto ao relatório das ultrassom. Mapa fornecido junto ao relatório das
inspeções. atividades.

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Foto 21 – Equipamento detector ultrassom desenvolvido pela Indis D&I.

4. CONCLUSÕES

A técnica apresentada neste trabalho foi utilizada inicialmente na Coreia do Sul como inspeção
complementar às tradicionais (termografia, inspeção visual e radiofrequência). Desde outubro de
2011, na Coreia do Sul, a técnica de ultrassom vem sendo adotada como principal, na inspeção
das redes de distribuição daquele país, em uma ou duas vezes por ano, conforme importância do
alimentador. Atualmente a Inndis está desenvolvendo um novo equipamento para integrar
termovisor e ultrassom em um único aparelho, a ser utilizado a partir de 2014.

A Unicorn e a Inndis pretendem criar uma estrutura de serviços no Brasil, a partir de Minas Gerais,
para oferecer a todas as concessionárias brasileiras, da América do Sul e Central essa
modalidade de inspeção. A princípio não há intenções de venda de equipamentos, softwares e
treinamentos, para que terceiros ou as próprias concessionárias executem esse tipo de inspeção.

Além da Coreia do Sul (KEPCO), a Inndis D&I inspeciona redes de distribuição com ultrassom na
Jamaica (JPS), Indonésia (PLN), China (Hwa Book), Malásia (TELAGA), EUA (LAWP - Los
Angeles-USA) e ConEdson (USA).

No Brasil já foram feitas demonstrações na CEB, CELG e CEMIG. A CEB contratou inspeções
para suas redes, a serem executadas em novembro de 2012.

A inspeção com ultrassom apresentou excelente precisão nos diagnósticos realizados na Cemig,
inclusive em situações não detectadas pelas inspeções convencionais. Pela quantidade de postes
inspecionados (2.653) e o total de alertas e defeitos encontrados na inspeção com ultrassom (total
de 51, sendo 13 alertas e 38 defeitos), verificou-se nas análises das redes da Cemig um
percentual de falhas de 1,92% do total de postes avaliados. Na Coréia do Sul, onde esta técnica
vem sendo utilizada em maior escala, esta taxa de falha se encontra em um percentual de 0,5%,
podendo reduzir ainda mais no médio e longo prazo desta utilização.

Finalmente, a TD/AT, SL/MP e OM/RD concluíram que a metodologia de inspeção de redes com
ultrassom pode contribuir significativamente para a melhoria dos diagnósticos das redes de
distribuição da Cemig, podendo ser utilizada em complementação às técnicas adotadas
atualmente pela empresa. Como próximo passo, a Cemig deve avaliar os custos e benefícios
envolvidos nesta aplicação, no sentido de se adotá-la ou não aos nossos métodos e técnicas de
inspeção.

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Elaboração: Nilton dos Santos Filho - TD/AT

Participação: Breno Rodrigo Gama Gurgel - SL/MP

Ubirajara Miranda Junior - SL/MP
Adilton Juarez B. Cunha - OM/RD
Ricardo Dias Rego - OM/RD

Aprovação: Anderson Neves Cortez - TD/AT

Claudinei Jeremias Avila - SL/MP
Carlos Jose Thiersch - OM/RD

/ANEXO

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ANEXO – Modelo de relatório para os defeitos encontrados

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