Acerca da Legitimação com Base nos Direitos Humanos - Habermas

Quais as diferenças entre a liberdade dos antigos e a liberdade dos modernos?

Pontua-se que Habermas afirma que no contexto da liberdade dos antigos foram
construídos limites legítimos que vedam a usurpação das esferas de liberdade subjetiva
intocáveis do povo. Em contrapartida, a liberdade dos modernos deve sua legitimidade ao
resultado da autocompreensão ética e da autodeterminação soberana de uma coletividade
política.

O que significa, para Habermas, dizer que os direitos humanos possuem um

traço detetivesco?
Segundo a perspectiva de Habermas, os direitos humanos buscam considerar todas
as vozes e indica, por sua vez, a existência de um modelo em que as infrações ainda ocultas
contra as próprias reivindicações podem ser descobertas e corrigidas, o que é denominado por
Lutz Wingert como “traço detetivesco” dos direitos humanos. Nesse sentido, promovem a
inclusão do outro enquanto ao mesmo tempo funcionam como sensores para as exclusões
realizadas em seu nome.

Qual a crítica que Habermas realiza aos valores asiáticos? Segundo Habermas,
os direitos humanos podem ser sacrificados se tal sacrifício for necessário para que se
alcance um bem maior para a comunidade?
Habermas, no que se refere aos valores asiáticos, faz uma análise crítica em três
pontos principais. Antes de tudo, tece uma crítica sobre a primazia à comunidade em
detrimento aos indivíduos, bem como ao não reconhecimento de uma divisão entre a ética e o
direito. Além disso, evidencia que alguns governos orientais violam os direitos humanos e
têm como justificativa a afirmação de que, entre os direitos humanos, há uma hierarquia. Um
exemplo disso é que, para tais governos, é cabível o cerceamento do direito político à
participação. Por fim, a terceira crítica é se refere à ideia adotada pelo Oriente de ordem
jurídica individualista. Isso porque, para Habermas, tal ordem jurídica é responsável por
diversos malefícios sobre a coesão da comunidade.