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ADMINISTRATIVO

Recepção . Atendente de loja .


Promotor de vendas . Operador de telemarketing
Tabela 1 – Classificação quanto ao faturamento

Classificação Receita operacional bruta anual


Microempresa Menor ou igual a R$ 2,4 milhões

Maiorque R$ 2,4 milhões e menor ou iguala


Pequena empresa
R$ 16 milhões

Maior que R$ 16 milhões e menor ou igual a


Média empresa
R$ 90 milhões

Maior que R$ 90 milhões e menor ou iguala


Média-grande empresa
R$ 300 milhões

Grande empresa Maior que R$ 300 milhões

Banco nacional dE dEsEnvolviMEnto EconÔMico E social (BndEs).


Porte de empresa. disponível em: <http://www.bndes.gov.br/siteBndEs/bndes/bndes_pt/
institucional/apoio_Financeiro/porte.html>. acesso em: 26 mar. 2015.

Tabela 2 – Classificação quanto ao número de funcionários

Classificação InDÚStria Comércio e serviços


Microempresa até 19 empregados até 9 empregados

Pequena empresa 20 a 99 empregados 10 a 49 empregados

Média empresa 100 a 499 empregados 50 a 99 empregados

Grande empresa Mais de 500 empregados Mais de 100 empregados

Fonte: sERviÇo BRasilEiRo dE aPoio Às MicRo E PEQUEnas EMPREsas (sEBRaE)


(org.). anuário do trabalho na micro e pequena empresa: 2012. 5. ed. Brasília: dieese, 2012.
disponível em: <http://www.sebrae.com.br/sebrae/Portal%20sebrae/anexos/anuario%20do%20
trabalho%20na%20Micro%20e%20Pequena%20Empresa_2012.pdf>. acesso em: 26 mar. 2015.

Outroimportanteaspectodaformaçãodasempresas quevocê precisaconhecerdiz


respeitoasuaorganização jurídica. Emrelação aesseaspecto, as empresaspodem
ser divididas em quatro tipos, conforme mostra o quadro a seguir.

Tipo de organização jurídica Descrição


Pertencema uma pessoa ou a um grupoe atuamno
sentido de produzir riqueza e gerar lucro, que é
distribuídoentre os sóciosparaseuusoparticular. Um
Privadas
supermercado,porexemplo,investeumapartedo
lucrona manutençãodesuaestruturae a outraparte
vai para os donos e os seus sócios.

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Tipo de organização jurídica Descrição
Foram criadas por lei específica e com capital
exclusivamente p Úblico para prestar serviços à
comunidade. Podem ser municipais, quando ligadas à
prefeitura;estaduais,quandopertencemao governo
do Estado; ou federais, que pertencem e trabalham
PÚblicas parao governodo País.Emboranãopossamser
deficitárias, taisempresas não têm porobjetivo o
lucro, massimcumpriraquiloqueé estabelecidopelo
poder municipal, estadual ou federal. Exemplo: [...]
caixa Econômica Federal e as companhias estaduais
de água e esgoto.

Em alguns casos, as empresas pÚblicas podem se


organizar de forma muitoespecial. as autarquias, por
exemplo, são entidades estatais autônomas, com
patrimônioe receitapróprios, criadas por leipara
autarquias
executar, de forma descentralizada, atividades típicas
da administração pÚblica. as autarquias são isentas de
tributação. Exemplos: o inss, as universidades
federais e o Banco central do Brasil.

criadas pelo governo com a participação de capital


privado, para a realização de empreendimentos ou
açõesde interessesocial.Poressemotivo,olucro
obtido pela atividade de uma empresa de economia
mistadeveráserinvestidoemações que beneficiemo
setor. Um exemplo é a Petrobras, que é a maior
Empresas de economia mista
empresa brasileira de economia mista. criada
originalmenteparaexploraro petróleo no subsolo
brasileiro, acabou se transformando em uma empresa
de energia, lidando também com gás natural, fontes
de energiaalternativaetc. Umapartedelaép Úblicae a
outra pertence a acionistas.

sERviÇo nacional dE aPREndiZaGEM coMERcial (sEnac). Práticas administrativas


em escritório. Rio de Janeiro: senac nacional, 2010. p. 45-6.

Para finalizar esse assunto, vamos descrever quais são os principais tributos e im-
postos que toda empresa deve pagar, e que um assistente administrativo precisa
conhecer.
São três as esferas de tributaçãocom as quaisas empresasdevemlidar: federal, es-
tadual e municipal.

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Em relação à tributação federal, existem três possibilidades, mostradas no quadro
a seguir.

Tipo de opção
Descrição
tributária
Éumregimeespecialdetributaçãoparamicroepequenasempresasque
permite realizar o pagamento unificado de tributos, com tratamento jurídico
simples
simplificadoe diferenciado. as condiçõesgerais de opçãosãobaseadasno
nacional
faturamentoanual,excluindoasdeduçõeslegais,sendodeatéR$ 360.000,00
(trezentos e sessenta mil reais) para Microempresa, excluindo as vedações.[...]

Base de cálculo do imposto sobre a renda apurada segundo registros


contábeis e fiscais efetuados sistematicamente, de acordo comas leis
comerciais e fiscais. lucro real é o lucro líquido do período de apuração
ajustado pelas adições, exclusões ou compensações prescritas ou
autorizadas pela legislação fiscal. [...]

lucro real asempresas quesãoobrigadas a tributarpelo lucro realsãoaquelas que:


tenhamreceitatotal, no ano-calendárioanterior,superior ao limitede
R$ 48.000.000,00 (quarenta e oito milhões de reais);suasatividades sejam
de instituições financeiras em geral; que tiverem rendimentos oriundos do
exterior; sejam autorizadas a usufruir de benefícios fiscais relativos à isenção
ou redução do imposto; e que tenham efetuado pagamento mensal
determinado sobre a base de cálculo estimada.

olucropresumidoéumaformadetributaçãoparadeterminaçãodabasede
cálculo do imposto de Renda e da [contribuição social sobre o lucro líquido] –
lucro
csll das pessoas jurídicas que não estiverem obrigadas à apuração do lucro
presumido
real.nestecasodolucropresumido,oiRPJ[impostodeRendadePessoas
Jurídicas] e a csll são devidos trimestralmente.

Rosa, lucilene Faria. tributação: cartilha. Brasília: sebrae, 2012. p. 7-9. disponível em:
<http://www.sebraesp.com.br/arquivos_site/biblioteca/guias_cartilhas/na_medida_
tributacao.pdf>. acesso em: 26 mar. 2015.

No âmbito estadual, encontra-se a tributação sobre operaçõescomerciais, obrigan-


doasempresas que realizamesse tipo deatividadeaopagamentodo Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS).
Por fim, no âmbito municipal, o principal imposto a ser recolhido é o Imposto
sobre Serviços (ISS).

Organização: estrutura e funcionamento organizacional


Para compreender esse assunto, vamos iniciar aprendendo o próprio conceito de or-
ganização. Quando falamos de organização, não estamos apenas nos referindo a uma

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empresa. O termo organização, tal como utilizado na Ad-
ministração, vai além disso. Portanto, é importante que
você conheça e compreenda a definição do termo dada
pelasteoriasdaAdministração. Vejaaseguiruma delas.

Você sabia?
É comum que as empresas
definam e transmitam,
tanto para seus funcioná-
Uma organização é uma combinação de esforços rios quanto para seus
clientes e mercado em
individuais que tem por finalidade realizar propósitos geral, sua missão, visão e
coletivos. Por meio de uma organização torna-se valores. Esse conjunto de
possível perseguir e alcançar objetivos que seriam informações sobre a em-
presa representa sua iden-
inatingíveis para uma pessoa. Uma grande empresa tidade organizacional.
ou umapequena oficina, um laboratórioou o corpo Por missão, entende-se
de bombeiros, um hospital ou uma escola são todos uma breve definição do
queaempresa é, qual sua
exemplos de organizações. razão de existir, em ter-
Fonte: MaXiMiano, antônio césar amaru. introdução mos de definição da sua
à administração. 8. ed. são Paulo: atlas, 2011. atividade principal e do
papel da organização na
sociedade.
Já emrelaçãoaoconceitodeestrutura organizacional, Já a visão é algo que se
pode-se definir organização como sendo o conjunto das aproxima dameta do que
relações estabelecidas pelos indivíduos e pelas diferen- a empresa pretende ser,
ou seja, algo que a em-
tes áreas que formam o todo de uma empresa. presa ainda não é, mas
tem por objetivo concre-
É importante que você, comoassistenteadministrativo, tizar. Nesse sentido, dife-
re da missão, que é algo
conheçabema estrutura organizacionalda empresa em que a empresa já faz, en-
que atua, para que possa lidar com as suas diferentes quanto a visãoéalgo que
áreas e, principalmente, porque é essa estrutura que de- empresa e funcionários
almejam alcançar.
fine a organização de uma empresa.
Porfim, osvaloressãoos
princípios que orientam
Portanto, podemos dizer que a estrutura organizacio- as ações e práticas da em-
nal é fundamental para o funcionamento de qualquer presa e seus funcionários,
individual e coletivamen-
empresa, e dela depende, em grande medida, a forma te. Representam, portan-
como são organizadas, desenvolvidas e coordenadas to, a própria ética da
as atividades cotidianas da empresa. Em termos de empresa.

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comparação, pode-se dizer que a estrutura organizacional é a espinha dorsal de
toda empresa.
Vejaosbenefíciosqueaempresapossivelmenteteráse possuir umaestrutura organi-
zacional bem definida:
• facilidade na identificação das tarefas necessárias;
• maior organização das funções e suas respectivas responsabilidades;

organização formal
É aquela representada pelo organograma da empresa, que geralmente apresenta suas
divisões formais, apontando as posições existentes e suas respectivas responsabili-
dades. Veja a seguir um exemplo.
© daniel Beneventi

PRESIDENTE

Secretária Executiva

Diretoria de Marketing Diretoria de Produção Diretoria Financeira Diretoria de Recursos


e Comercial e Logística e de Contabilidade Humanos

Assistente Administrativo Assistente deVendas Supervisor

Auxiliar de Faturamento

Assistente Administrativo
Menor Aprendiz

Reparequeas linhas do organograma informam como está construída ahierarquiada


empresaetambémrepresentamcomoacontecea comunicaçãoentresetores,cargose

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funções.Éimportantepercebertambémqueasposiçõesqueestãona partesuperiordo
organograma indicam as de maior responsabilidade e autonomia.
No exemplo dado, observa-se que o cargo máximo na hierarquia da empresa é o
do presidente, que ocupa o primeiro nível do organograma e estabelece comuni-
cação direta com as diretorias da empresa. No caso do exemplo, são: diretorias de
Marketing e Comercial, de Produção e Logística, Financeira e de Contabilidade e
de Recursos Humanos. O presidente mantém comunicação direta também com
quem ocupa o cargo de secretária executiva.
Já dentro de cada diretoria, como o traçado das linhas indica, são os diretores que
mantêm comunicação com os funcionários que ocupam os cargos e as funções
existentes na respectiva diretoria.
Outro elemento dessa estrutura organizacional formal são os manuais de procedi-
mentos, que muitas empresasdisponibilizamparaorientaçãodeseusempregados.
Nesses manuais, os funcionários da empresa encontram as definições sobre políticas,
normas e procedimentos adotados pela organização.
Porum lado, asempresaselaboramessasdefiniçõespara que sirvam como orienta-
çãopara a própria organização; por outro, osfuncionários devem conhecê-las para
orientar suas ações de forma alinhada aos conceitos e à cultura da empresa.

organização informal
Já a estrutura organizacional informal de uma empresa se caracteriza por ser o
conjunto das relações que surgem das interações entre seus funcionários, de forma
mais espontânea e não tão formal como aquela delineada nos organogramas, mas
que é dada pela própria organização do trabalho, como acontece, por exemplo, nas
pequenas empresas.
© mathisworks/digital vision vectors/Getty images

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Existe uma técnica chamada “5s”, que é uma metodolo-
gia japonesa comumente utilizada em empresas, inclusi-
ve no Brasil, com o objetivo de auxiliar na simplificação
dos processos e na otimização de recursos e do tempo.
veja o que cada “s” representa em português:

• senso de utilização – sugere que se mantenham ao


alcance apenas materiais essenciais na realização de
suaatividade; os demaisdevem ser guardados;

• senso de organização – sugere que se mantenha


uma organização que facilite a utilização dos mate-
riais, evitando assim movimentos desnecessários;

• senso de limpeza – sugere que as empresas e os


espaços de trabalho estejam sempre limpos, facili-
tando assim os dois “s”anteriores;

• senso de padronização – sugere que o trabalho rea-


lizadoou o serviço prestado sigasempre as mesmas
condições de apresentação, evitando muita variabi-
lidade. imagine se o gosto do bolo de uma padaria
variassede acordocomoturno de confeiteirosque
nelatrabalham? Porissoéimportante estar atento
Ao realizar uma leitura, é importante
grifar no texto as passagens que à padronização utilizada na produção;
considerar importantes, pois isso o
ajudará a compreendê-lo melhor
agora, e quando quiser relembrá-lo • senso de autodisciplina – sugere que se esteja sem-
bastará olhar os destaques
que fez quando estudou. pre atento e alerta ao cumprimento das orientações
Em primeiro lugar: leia o texto inteiro
tentando responder à seguinte anteriores.
questão: Do que trata o texto?
Em seguida, volte ao início e grife as Fonte: sERviÇo BRasilEiRo dE aPoio Às MicRo E
informações que julgar essenciais
para a sua compreensão. O objetivo PEQUEnas EMPREsas (sEBRaE). d-olho na Qualidade:
de grifar é destacar as ideias que o 5s para os pequenos negócios. disponível em:
ajudarão a perceber o que é essencial <http://www.sebrae.com.br/sites/Portalsebrae/
para a compreensão do assunto.
Utilize essa forma de estudar para artigos/d%E2%80%93olho-na-Qualidade:-5s-para-os-
auxiliá-lo na realização dasatividades. pequenos-neg%c3%B3cios>. acesso em: 26 mar. 2015.

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Cultura organizacional
Porfim, vamos falar do que se entende na Administração por cultura organizacio-
nal. Antes, realize a atividade proposta.

atividade 1
C ompreensão de texto

1. Leia o texto a seguir.


O que é cultura organizacional?

o que significa cultura organizacional? talvez você não conheça o real


sentido do termo, mas, seguramente, é capaz de reconhecê-lo quan-
do está inserido dentro dele.[...]

todas as empresas, independentemente do tamanho, do segmento


em que atuame dos bens ou serviços queproduzem, possuemcul-
tura organizacional, formalmente instituída ounão.

aliás, as empresas são bem mais do que isso. Elaspossuem perso-


nalidade própria e podem ser rígidas ou flexíveis, apoiadoras ou hos-
tis, inovadoras ou conservadoras, de culturafraca ou culturaforte.

assim, cultura organizacionalé um sistema de valores compartilhados


pelos seus membros, em todos os níveis, que diferencia uma organi-
zação das demais.

Em Última análise, trata-se de um conjunto de características-chave


que a organização valoriza, compartilha e utiliza para atingir seus
objetivos e adquirir a imortalidade.

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© dmitriy shiron oso v/ala m y/latinstock

deacordocompesquisadoresdoassunto, existemsete características


básicas que, em conjunto, capturam a essência da cultura de uma
organização:

Inovação e assunção de riscos: o grau em que os funcionários são


estimulados a inovar e assumirriscos.

Atenção aos detalhes: o grau em que se espera que os funcionários


demonstrem precisão, análise e atenção aos detalhes.

Orientação para os resultados: o grau em que os dirigentes focam


mais os resultados do que astécnicas e os processos empregados
para seu alcance.

Orientação para as pessoas: o grau em que as decisões dos diri-


gentes levam em consideração o efeito dos resultados sobre as pes-
soas dentro da organização.

Orientação para as equipes: o grau em que as atividades de traba-


lho são mais organizadas em termos de equipes do que de indivíduos.

Agressividade: o grau em que as pessoas são competitivas e agres-


sivas em vez de dóceis e acomodadas.

Estabilidade: o grau em que as atividades organizacionais enfatizam


a manutenção do status quo em contraste com o crescimento.

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com base nesse conjunto, pode-se dizer que a cultura organizacio-
nal onde você está inserido é representada pela forma como os
colaboradores em geral percebem as características da cultura da
empresa. [...]

Por queéimportante entenderaculturaorganizacional? aceitarmelhor


a sua existência, compreender os seus meandros, entender como ela
é criada, sustentada e aprendida pode melhorar a sua capacidade de
sobrevivência na empresa, além de ajudá-lo a explicar e prever o com-
portamento dos colegas no trabalho.

sea empresaondevocêtrabalhapossuivaloresessenciaisbemdefinidos
e amplamente compartilhados, maior oimpacto positivo das lideranças
sobreocomportamentodosfuncionáriose, portanto, menorarotativi-
dade. issoé o que se pode chamar de culturaorganizacionalforte.

Por outro lado, quando os valores essenciais estão equivocados e se


chocam com os valores adotados pela maioria, menor o grau de com-
prometimentocomeles emaioraprobabilidadede aempresa sumir
domapaem umaouduasgerações.issoéoquesepodechamarde
cultura organizacional fraca.

a questão da escolha e da permanência em qualquer uma delas


depende exclusivamente de você. de minha parte, penso que você
nunca deve trabalhar para uma empresa dotada de valores que
não condizem com os seus [...].

Essaescolha serádecisiva para atingir ou reduziro grau desatis-


fação que você tanto almeja no trabalho.

[...]
MEndEs, Jerônimo. oqueécultura organizacional? disponívelem:
<http://www.jeronimomendes.com.br/o-que-e-cultura-organizacional>.
acesso em: 26 mar. 2015.

2. Tendo em vista o texto lido, responda às seguintesquestões:

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a) O que é cultura organizacional? Responda com as suas palavras.

b) Quantas e quais são as características que definem a cultura de uma organização?

c) Segundo o texto, é importante que todo trabalhador conheça a cultura da empre-


sa ondetrabalha. Quaissãoaspassagens dotexto quejustificam essaafirmação?

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3. Reúna-se em grupo e discuta com os colegas sobre as experiências de trabalho
que vocês já tiveram, procurando refletir sobre a cultura organizacional dessas
empresas. Tentemlistaressascaracterísticas, arelaçãoeasimplicações que esse
tipo decultura teve como desenvolvimento doseu trabalho. Compartilhem suas
respostas com os demais grupos.

atividade 2
o que já aprendi sobre empresas

Tendo em vista o que estudou nesta Unidade, responda às seguintes questões:

1. Quais são as formas de classificação de uma empresa em relação ao seu porte?

2. E em relação ao tipo jurídico, como as empresas podem se organizar?

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3. Escrevacomassuaspalavrasoqueentendeporestru-
tura organizacional.

4. Com a ajuda do monitor, forme um grupo com qua-


tro ou cinco colegas para realizar uma pesquisano
laboratório de informática. Cada grupo vai escolher
uma empresa e pesquisar informações sobre ela, de
acordo com o que estudou nesta Unidade. Segue um
roteiro de tópicos que podem nortear sua pesquisa.
Toda empresa, geralmente, possui
dois tipos de nome: a razão social e • Setor da economia em que a empresa se encontra.
o nome fantasia.
Razão social é o nome oficial de uma
empresa, como aparece em seu • Razão social e nome fantasia daempresa.
contrato social como pessoa jurídica,
constando em todos os seus
documentos. • Porte da empresa.
Já o nome fantasia é aquele pelo qual
uma empresa é popularmente
conhecida, e pode (ou não) ser • Estrutura organizacional formal.
diferente da razão social.
Faça uma pequena pesquisa no
laboratório de informática: escolha o
nome de uma grande marca
comercial, por exemplo, e procure
• Cultura organizacional.
saber sua razão social. Ao final, organizem um texto com as informações cole-
Provavelmente, será diferente do seu
nome fantasia, aquele que você está tadas e apresentem para os demais grupos.
habituado a ver nas lojas e
propagandas.

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Un Idade 8
PRINCIPAIS ROTINAS DO
SETOR COMERCIAL
Nesta Unidade, vamos conhecerum pouco mais sobre os seto-
res de marketing e comercial, espaços privilegiados deatuação
do assistente administrativo, quer dentro de grandes e médias
empresas, que geralmente possuem uma área dedicada a essa
função, quer em estabelecimentos menores, que também adotam
práticas administrativas de planejamento, organização e con-
trole de suas atividades.
Veja aseguir algumas das principais rotinas administrativas
relativas a esse setor. É importante saber que esse trabalho
de apoio administrativo dependerá muito do tipo de empre-
sa na qual se trabalha, seja indústria, comércio ou prestação
de serviços (por exemplo, um açougue ou um consultório
médico).

Funções do marketing
O marketing se configura como um elemento fundamental
dentro do setor comercial, sendo, portanto, muito importante
na sua formação como assistente administrativo conhecer alguns
de seus aspectos básicos, complementando assim sua aprendi-
zagem sobre algumas práticas do setor de comércio.
Para iniciar esse assunto, é preciso antes saber o que é marketing.
No Dicionário Aulete, encontramos as seguintes definições:

• conjunto de técnicas de comercialização de


produtos ou serviços, envolvendo pesquisas de
mercado, adequação e promoção junto aos con-
sumidores etc.; MERcadoloGia

a s s i s t e n t e a d m in i st ra t i v o 2 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o 23
• Publicidade feita para favorecer a venda de um
Neil H. Borden viveu de
1895 a 1980, e sua carrei- produto ou serviço, ou para influenciar o pÚblico
ra foi dedicada ao ensino favoravelmente em relação a uma ideia, pessoa,
e à pesquisa de publicida-
de na Harvard Business
empresa etc.
school (Escola de negó- © dicionário aulete. <www.aulete.com.br>
cios da Universidade de
Harvard), nos Estados Existemváriasaçõesde marketing, porém todas elasvi-
Unidos da américa (EUa).
sam não só à formação de uma clientela fiel, mas também
Ele publicou vários estu-
dos sobre o papel econô-
a obtenção de lucro, pois sem isso o comércio não sub-
mico da publicidade e sua siste. Écomessafinalidade que váriosestudiosos realizam
maior contribuição nesse
sentido foi o desenvolvi-
pesquisas e experimentos e, dependendo de seu resultado,
mento e a articulação do eles são publicados e seguidos, tal qual o “composto de
conceito de composto de marketing” (marketing mix, em inglês), desenvolvido por
marketing, que serviu de
base para muitos outros Neil H. Borden em 1949.
estudos e até hoje sobre-
vive em ações e compor- A teoria de Borden, que consistia em combinaruma
tamentos de estudiosos variação de elementos para atingir os objetivos de
do assunto.
marketing, foi aperfeiçoada por Edmund Jerome
McCarthy (1928-), professor da Universidade Esta-
dual de Michigan (EUA), que a resumiu em quatro
grupos, sendo conhecida atualmente como Pilares do
Marketing ou “os 4 P do marketing”, que são: produto,
preço, promoção e praça (ou ponto de venda).

Produto
daniel Beneventi

Preço Mercado-alvo Promoção

Praça
(Ponto de venda)

24 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o a s s i s t e n t e a d m i n i st ra t i v o 2
atividade 1
a nalisando um ponto de venda

Em um pequeno grupo com três ou quatro colegas, conversem sobre as lojas


que costumam frequentar. Levantem, para cada item a seguir, duas caracterís-
ticas que as tornam locais agradáveis, inspirando o desejo de retornar a elas.

1. Sua decoração.

2. Facilidades presentes no local.

3. Localização dos produtos.

4. Atendimento dos funcionários.

Vamos agora conhecer alguns tipos de marketing conforme classificados atualmente.

Tipo de marketing Descrição

trabalha para fortalecer a imagem da empresa ou organização junto


aos consumidores.[...]oobjetivoédivulgara organizaçãopromovendo
institucional
eventos que reforcemsuacredibilidadee suamarca, causandouma
impressão positiva.

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Tipo de marketing Descrição

visamelhorara imageminstitucionalda empresadivulgandoo que ela


fazderelevanteparaa sociedade.costumacontratarjornalistas,
de comunicação
assessores de imprensa ou profissionais de relações pÚblicas para fazer
o contato com a mídia e interagir com a comunidade.

Procuradefinirosobjetivoseasmetasdaorganizaçãoeamelhor
maneira de alcançá-los. Para isso, estabelece ações de curto, médio e
Estratégico
longoprazos.o marketingestratégicoéocontráriodo marketing
pontual,em quea empresaapenasreage ao queacontece.

Évoltadoparaatividades de conservaçãoe preservaçãodo meio


ambiente. Pode ser uma ação direta da própria empresa, que ajuda,
ambiental por exemplo, a conservar os parques pÚblicos perto de sua sede, ou
pode incluirofinanciamentode entidadeseorganizaçõesnão
governamentais que atuam na área ambiental.

incluidesdeopatrocínioe oapoioa peças, filmese shows atéo


financiamentodapublicaçãode livrosedamontagemdeexposições
cultural deartesvisuais.Quemtrabalhacommarketingculturaldeveconhecer
as leis de incentivo à cultura, que permitem o abatimento dos
investimentos no imposto de Renda.

abrangedesdeo patrocínio de um atleta ou clubeaté o financiamento


Esportivo de instalaçõesesportivasou oapoioaprogramascomunitáriosnesse
setor.

Procuraunira imagemda organizaçãoou empresaa um trabalhode


carátersocial. Participarde campanhasde caridade,contribuirpara
instituições que cuidam de pessoas carentes, menores abandonados,
doentes e moradores de rua são as ações mais comuns. também
Filantrópico
pode incluirdoarumpercentual da renda da empresaa umaentidade
filantrópica.Exemplo:umacadeiadelanchonetesquedestinao
faturamentoda vendade um determinadosanduícheduranteum dia
por anoa instituiçõesquecuidam de crianças comcâncer.

não apenas faz doações, mas também procura vincular a empresa a


social campanhas de melhoria da qualidade de vida, cidadania, sa Úde,
educação etc.

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Tipo de marketing Descrição

Procura oferecertodo um conjunto de itens que tornemseu produto


maisatraente.É o casoda lojaque, alémde venderroupas, oferece
de serviço tambémumespaçoparaseusclientesficaremà vontade, ondeeles
podemdescansar,tomarumcaféeesperarempoltronasconfortáveis
enquanto a vendedora embrulha suas compras.

a empresa destaca e divulga suas características para se diferenciar de


suasconcorrentes.Um restaurantecariocacomumabelavistaparaa
BaíadeGuanabara,porexemplo,fazquestãodeincluiressavistaem
de diferenciação
todaasuadivulgação,desdeocartãodevisitasatéas toalhasde
mesa.assimelecomunicaqueédiferentedeumoutrorestaurante
que não ofereça a mesma paisagem.

a empresa,a instituiçãoou o profissionalprocuraconhecerdeperto


seusclientes,dando-lhesumtratamentoquerevelagentilezae
de relacionamento
intimidade.Éocaso,porexemplo,deumacabeleireiraquetelefona
paradarparabéns a umacliente no dia do seuaniversário.

Procurainvestigarondeestão os pontosqueaindanãoforam
de nicho
convenientementeexploradoseatuadiretamentesobreeles.

ao contrário do marketing de nicho, procura atingir todos os


segmentosdeconsumidoresrecorrendoa meiosdecomunicaçãode
de massa
massa, como jornais e canais de tv, divulgando sua mensagem para
populações inteiras.

dispensaos intermediáriose ofereceseusprodutosdiretamente ao


direto consumidor. tem tido um grande desenvolvimento com a venda por
catálogo, mala direta, telemarketing e vendaeletrônica.

Éfeitodentrodaprópriaempresa,procurandoeliminarproblemas,
Endomarketing
aprimorar qualidades e motivar os funcionários.

Podereunirqualquer um dos tiposapresentadosatéaqui, como fim


Político de fortalecera imagempÚblica de candidatos, partidospolíticos ou
governos,principalmenteemperíodos decampanhaeleitoral.

sERviÇo nacional dE aPREndiZaGEM coMERcial (sEnac). Práticas administrativas


em escritório. Rio de Janeiro: senac nacional, 2010. p. 80-2.

a s s i s t e n t e a d m in i st ra t i v o 2 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o 27
atividade 2
i dentifiCando os tipos de marketing

Observeasimagensaseguireclassifique-asemrelaçãoao tipo de marketing, justi-


ficando sua resposta.

ilustrações: © Hudson calasans


Electus Shopping
Os cuidados que o
Electus apresenta
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seu corpo precisa

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a s s i s t e n t e a d m in i st ra t i v o 2 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o 29
Funções de compras
O setor de compras cuida de tarefas essenciais a toda a empresa, que dizem respei-
to aos produtos dos quais necessita para realizar a prestação de um serviço, como
também à compra de todo o material necessário para o consumo interno do esta-
belecimento.
Oassistenteadministrativodá apoio àsprincipaisfunçõesdecomprasdaempresa,
auxiliando, por exemplo, na identificação dos materiais que devem ser adquiridos
e na organização dos documentos necessários às compras.
Algumas etapas são importantes para a realização dessas atividades, como você verá
a seguir, mas éimportante saber que variaçõesnessesprocedimentospodemacon-
tecer, dependendo das escolhas de organização de cada empresa.

• verificar a necessidade de comprar produtos solicitados pelos vendedores ou materiais requisitados


pelos vários setores e departamentos.
• Fazerumplanejamentodascompras, reunindoasrequisiçõesvindasdosdiferentesdepartamentos.
consultar o cadastro de fornecedores para identificar quais empresas fornecem os produtos solicitados.
depois, é preciso comparar preços, condições de pagamento e prazos de entrega. Escolhida a melhor
opção (muitas vezes depois de consultar os funcionários ou o gerente), o encarregado faz um pedido de
compra.
• ao receber as mercadorias que pediu, oresponsável pela compra deve verificar se os itens relacionados
conferem comopedido. se tudoestivercerto,recebea notafiscal econfirmaacompra destacando o
aceite [...]. aí ele deve assinar eescrever adata, confirmando que aceitou amercadoria entregue. a
partir daí, o fornecedor emitirá aduplicata ea fatura para que a empresa possa pagar a compra que
realizou.
• a mercadoria entregue deve ser guardada no lugar apropriado (estoque), antes de ser enviada ao seu
destino final. Essa entrada no estoque é feita por meio de uma ficha de controle de materiais, na qual se
devem relacionar as quantidades de produtos e as suas principais características.
• Quando o produto estiver disponível, o setor de material comunica à área que o solicitou. À medida que
vaisendoentregueaosolicitante, osetordematerialvaidandobaixanoestoque. osolicitante,porsua
vez, deve preencher um documento confirmando que recebeu o produto. cabe ainda ao setor de mate-
rial analisar perdas por estocagem, manejo e prazos de validade. Para isso, ele deve elaborar um registro
das perdas de materiais e do controle dos prazos de validade dos produtos.
• Quando se trata da compra dos chamados bens imobilizados (máquinas, móveis, veículos etc.), estes
devem ser indicados pelo setor de patrimônio.

sERviÇo nacional dE aPREndiZaGEM coMERcial (sEnac).


Práticas administrativas em escritório. Rio de Janeiro: senac nacional, 2010. p. 71-2.

Conheça agora alguns dos documentos utilizados nas transações de compras, tal
como citado no quadro anterior.

30 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o a s s i s t e n t e a d m i n i st ra t i v o 2
• Nota fiscal (NF) – principal documento de comprovação de uma transação co-
mercial ou prestação de serviços. Nela devem constar os principais dados da
empresa, como razão social, Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), en-
dereço e inscrição estadual e/ou municipal. Além desses dados, devem também
ser registradas na NF informações do produto ou serviço, tais como sua descrição,
valor e data de realização. Serve ainda como documento-base para fiscalização
do governo e arrecadação de tributos e impostos. Atualmente, a empresa pode
optar ainda pela emissão da nota fiscal eletrônica.

© daniel Beneventi
RECEBEMOS OS PRODUTOS/SERVIÇOS CONSTANTES NA NF INDICADA AO LADO
NF-e
DATA DE RECEBIMENTO IDENTIFICAÇÃO E ASSINATURA DO RECEBEDOR
Nº: 271
SÉRIE: 1

DANFE
Documento auxiliar da CONTROLE DO FISCO
Nota Fiscal Eletrônica
Giga Equipamentos e Suprimentos p/ Informática ME.
Saída: 1 1
Entrada: 2
Fone: (11) 5557-8555 Nº: 502 FL 1
Rua do Grafite nº 02 - Loja 2B - São Paulo/SP - CEP 02555-140
SÉRIE: 1
NATUREZA DA OPERAÇÃO
Venda de equipamentos e suprimentos para informática
INSCRIÇÃO ESTADUAL INSCR. EST. DO SUBST. TRIBUTÁRIO CNPJ CHAVE DE ACESSO DA NF E CONSULTA NO SITE WWW.NFEFAZENDA.GOV.BR
123.325.564.789 32.858.475/0001-85 0116546485497865456524646615441111153454004546
DNE
OS T(IRNAA
ME Z ÃT
OÁSR
O CIO
IAL/) REMETENTE CNPJ / CPF
DATA DA EMISSÃO
Jucleide da Cunha 318.852.758-99
23/02/2015
ENDEREÇO BAIRRO / DISTRITO CEP
DATA SAÍDA / ENTRADA
Rua das Cachoeiras nº 752 Vila Tupira 05862-012
23/02/2015
MUNICÍPIO FONE / FAX U.F. INSCRIÇÃO ESTADUAL
HORA DA SAÍDA
São Paulo (11) 7758-8897 SP
13:25:43
FATURA
NÚMERO DATAVENC. VALOR
052171 25/03/2015 R$ 720,00
CBÁ LC ULO DO IM POSTO
AS E DE C Á LCUL O DO IC M S VALOR DO ICMS BASE DE CÁLCULO ICMS SUBSTITUIÇÃO VALOR DO ICMS SUBSTITUIÇÃO VALOR TOTALDOS PRODUTOS
R$ 720,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 720,00
VALOR DO FRETE VALOR DO SEGURO DESCONTO OUTRAS DESPESAS ACESSÓRIAS VALOR DO IPI VALOR TOTAL DA NOTA
R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 720,00

TRANSPORTADOR
RAZÃO SOCIAL
/ VOLUMES TRANSPORTADOSFRETE POR CONTA CÓDIGO ANTT PLACA DO VEÍCULO U.F. CNPJ / CPF
Transportadora Vaivém 1 - EMITENTE
2 - DESTINATÁRIO 1 012345 DED 2310 SP 75.453.858/0001-45
ENDEREÇO MUNICÍPIO U.F. INSCRIÇÃO ESTADUAL
Rua das Encomendas, 745 - São Paulo/SP São Paulo SP 658974517548
QUANTIDADE ESPÉCIE MARCA NÚMERO PESO BRUTO PESO LÍQUIDO
1 Caixa 1 180 kg 180 kg

DADOS DO PRODUTO / SERVIÇO ALÍQUOTA


CÓD. PROD. DESCRIÇÃO DOS PRODUTOS NCM/SH CST CFOP UN. QUANT. VL. UNITÁRIO VL. TOTAL V. CÁLC. ICMS VL. ICMS VL. IPI ICMS IPI

015247 Geladeira Branca Cx 1 R$ 720,00 R$ 720,00

CÁLCULO DO ISSQN
INSCRIÇÃO MUNICIPAL VALOR TOTAL DOS SERVIÇOS BASE DE CÁLCULO DO ISSQN VALOR DO ISSQN

DADOS ADICIONAIS
INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES RESERVADO AO FISCO

NF-e com informaçõese valores fictícios

a s s i s t e n t e a d m in i st ra t i v o 2 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o 31
© daniel Beneventi

NOTA FISCAL DE VENDA


AO CONSUMIDOR
Modelo 002 Série D

Giga Equipamentos e Suprimentos p/ Informática ME.


129
1ª Via – Destinatário
2ª Via – Contabilidade
Fone: (11) 5557-8555 3ª Via – Fixa no Talão

Data limite
Rua do Grafite nº 02 - Loja 2B - São Paulo/SP - CEP 02555-140 para emissão
27/06/2015
CF/DF: 55.452.850/002-44 – CNPJ: 65.405.858/0001-78
AIDF AUTORIZADA PARA ME OU EPP OPTANTE PELO SIMPLES NACIONAL PROCON: 151
Data da Emissão 18 / 02 / 15 Valor R$ 49,90
Nome: Joseildo
Endereço: Rua do Oito nº 15
CNPJ/CPF: 587.569.858-86 Fone: (11) 7224-4555
O ICMS está incluído no preço das mercadorias.
As informações abaixo deverão ser preenchidas somente a pedido do consumidor (Dados relativos ao consumidor ou usuário final).

Código Quant. Discriminação Preço Un. Preço Total

23547 1 Teclado sem fio R$ 49,90 R$ 49,90

TOTAL R$ R$ 49,90
Gráfica Impressão. CNPJ: 85.455.785/0001-78 – CF/DF: 98.457.789/454-01
10 BL 50x3 – 50x3 – 001 a 500 – AIDF 2-454-58585/4780

• Requisiçãodemateriais –formulárioquedeveserpreenchidoparaquese conhe-


çam os produtos que serão comprados. Nele constam dados como data, número
do pedido para futuros controles, descrição do produto, quantidade, valor etc.

32 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o a s s i s t e n t e a d m i n i st ra t i v o 2
ilustrações:© daniel Beneventi
REQUISIÇÃO DEMATERIAL 00325 Data
18/02/15
Seção Administração Serviço Material deescritório

VALOR
Quant. Unid. Descrição
Unitário Total
12 Caneta esferográfica azul R$ 1,00 R$ 12,00

3 Pacote de 500 folhas de Papel sulfite R$ 15,00 R$ 45,00

TOTAL R$ 16,00 R$ 57,00

Observações:

Solicitado por: Autorizado por: Recebido Execução Controle de Estoque

18 / 02 / 15 19 / 02 / 15 19 / 02 /15

Código 12.455

• Pedido (ouordem) decompra – documento quecomprovaa realizaçãodopedido


de compra. Nele constam informações sobre os produtos e sobre a transação
comercial realizada, como prazo de entrega, preços, formas de pagamento etc.

Nº: 34 Cot.: 15 Data: 17/04/2015 Pág.: 15

C onstrutora
Mais Obras
Ordem de Compra Obra: Condomínio Viver
CEI:
Resp. confirmação: Oscar Vieira
Gerou O.C.: Oscar Vieira
Faturar para: Construtora Mais Obras Fax: (11) 2146-0637
Av. Engenheiro Luiz da Cunha nº 277
São Paulo/SP CEP 02126-400 Fone: (11) 2146-0635
CNPJ (MF): 25.828.401/0001-45 Insc. Estadual: ISENTO Insc. Municipal: Contato: Oscar Vieira

Fornecedor: Materiais de Construção Oleiro Fax: (11) 0800-3437


Av. Ferraz da Pinha nº 25
São Paulo/SP CEP 01415-102 Fone: (11) 0800-3434

CNPJ (MF): 61.357.630/0001-17 Insc. Estadual: ISENTO Insc. Municipal: Contato: Juliana

Condições de Pagamento: à vista Endereço de Pagamento: o mesmo

Condições de Entrega: Cliente retira Endereço de Entrega: o mesmo

Item Código Descrição Un. Marca Qtde. Preço Unit. % ICMS ICMS % IPI IPI Total
1 01527 Telha Romana m² Oplex 300 R$ 75,00 0,00 0,00 0,00 0,00 R$ 22.500,00

Aprovação: Total IPI


R$ 0,00

Total ICMS
R$ 0,00

Total R$ 22.500,00

Desconto R$ 0,00

Total Líquido R$ 22.500,00


Dept. Compras Diretoria

Observações Gerais: Informações e valores fictícios

Observações da Empresa:

Observações do Fornecedor:

a s s i s t e n t e a d m in i st ra t i v o 2 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o 33
• Fatura – outro documento que comprova a transação comercial, mas que é uti-
lizado apenas em vendas a prazo. Nele constam basicamente os mesmos dados
da nota fiscal, que serve como base para seu preenchimento.
© daniel Beneventi

FATURA Nº 000512 DATA: 08/03/2015


DESTINATÁRIO:

Celso Penha Junior


Rua da Bica nº 45 - AP 42 - São Paulo/SP Rua do Grafite nº 02 - Loja 2B - São Paulo/SP
CEP 03682-030 CPF: 547.859.654-76 CEP 02555-140 - Fone: (11) 5557-8555
CNPJ: 65.405.858/0001-78

Qtd. Descrição das mercadorias Preço Unit. Preço TOTAL


04 Memória Xinliston 4 GB - DDR3 - 9-9-9-9 182,00 728,00
01 Processador QUAD-CORE 7700UK 760,00 760,00
01 Memória Flash - 120 GB 232,00 232,00
01 Placa Mãe G5V32-SLI 354,00 354,00
01 Gabinete Preto Black Piano 170,00 170,00
01 Fonte 400W 258,00 258,00
01 Conjunto Teclado e Mouse NewClick 98,00 98,00

TOTAL DA FATURA 2 600,00

Forma de pagamento: 30 / 45 / 60

Transportador / Volumes transportados


Transportadora Vaivém - Rua das Encomendas, 745 - São Paulo
CNPJ: 75.453.858/0001-45 - IE: 658.974.517.548

Peso bruto: 7 kg Peso líquido: 7 kg Volume: 1 caixa


Observações:
Fatura com dados e valores fictícios

34 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o a s s i s t e n t e a d m i n i st ra t i v o 2
• Duplicata – documento basicamente igual à fatura; sua importância se dá pois é
esse o documento utilizado como prova de existência de uma dívida a ser paga.
Nele consta a assinatura do cliente e, por isso, é usado como prova perante a
justiça, emcasosdenecessidadedecomprovaçãodeefetuaçãodeumatransação
comercial.

ilustrações:© daniel Beneventi


Damaceno Papelaria ME. CNPJ (MF): 51.858.421/0001-99 DUPLICATA
CCM: 22.455-2
Rua das Amácias nº 25 Mun.: São Paulo - SP
Vila Jureia - São Paulo -SP
DATA DA EMISSÃO: 25/02/2015

NF FATURA Nº NF FATF/Duplicata - Valor Duplicata Nº de Ordem Vencimento PARA USO DA


INSTITUIÇÃO FINANCEIRA
Damaceno Papelaria ME.
Damaceno

758545 R$ 742,00 457817-P 25/03/2015


Assinatura do emitente

DESCONTO DE % SOBRE ATÉ


CONDIÇÕES ESPECIAIS

NOME DO SACADO: Editora Juraci Ltda. REP:M


ENDEREÇO: Rua das Folhas nº 171 - Vila Eleonilda
CEP 52451-001 MUNICÍPIO: São Paulo ESTADO: SP
PRAÇA DE PAGAMENTO: São Paulo 100
CNPJ/CPF (MF): 25.855.455/0001-77 Insc. Estadual:ISENTO

Valor por (Setecentos e Quarenta e Dois Reais) x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-


extenso x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-

Reconhecemos a exatidão desta Duplicata de Venda Mercantil na importância acima, que pagaremos à
Damaceno Papelaria ME. ou a sua ordem na praça e vencimentos indicados.

Em 25 / 02/15
(Data do aceite)
NÃO SENDO PAGA NO VENCIMENTO,
COBRAR JUROS DE MORA E
DESPESAS FINANCEIRAS, NÃO
CONCEDER DESCONTOS MESMO
Juraci Assinatura
CONDICIONALMENTE

• Boleto bancário – atualmente, em função da informatização das empresas, é o


documento de cobrança mais utilizado. Nele constam as informações necessárias
para a realização do pagamento, tais como valor, dados da empresa, prazo de
vencimento etc.

BlueBank 171-0 12450.12457 45127.478567 00001.451245 2 45100000008000


Local de Pagamento Vencimento
PAGÁVEL EM QUALQUER BANCO ATÉ O VENCIMENTO 25/03/2015
Cedente Agência / Código Cedente
MATERIAIS ELÉTRICOS NAKASA 5132-4/0017171-3
Data Emissão Número Documento Espécie Documento Aceite Data Processamento Nosso Número
23/02/2015 100450007894612 DS N 700005201127491-9
Uso do Banco Carteira Espécie Moeda Quantidade Moeda Valor Moeda ( = ) Valor do Documento
17-020 R$ 560,00
Texto de Responsabilidade do cedente ( – ) Desconto

MULTA DE R$ 5,70 APÓS 25/03/2015


( – ) Outras Deduções / Abatimento
JUROS DE R$ 0,50 AO DIA
INFORMAÇÕES E VALORES FICTÍCIOS ( + ) Mora / Multa

( + ) Outros Acréscimos

( = ) Valor Cobrado

Sacado JOSIMAR ELETRICISTA


RUA PIRATININGA Nº 524 BL 2
02525-001 SÃO PAULO SP
Sacador / Avalista:
Fichade Compensação
Autenticação Mecânica

a s s i s t e n t e a d m in i st ra t i v o 2 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o 35
• Cadastro de fornecedores – esse tipo de documento é organizado e arquivado com
o objetivo de manter atualizadas e disponíveis as principais informações dos
fornecedores da empresa. Atualmente, a maioria das empresas organiza esses
cadastros de forma eletrônica, por meio de programas específicos ou mesmo de
editores de texto ou planilhas.
ilustrações:© daniel Beneventi

Cadastro de Fornecedores Sair X

Novo Alterar Cancelar Salvar Excluir Pesquisar

Código 032

Nome Tel.
Gráfica Panda 11 7457-0001
Endereço Compl. site
Rua Pantanal nº 478 BL 2 www.graficapanda.com
Cidade e-mail
São Paulo UF SP graficapanda@pig.com.br

CEP
25400-000
CNPJ
81 838.402/0001-95
IE
358.921.516.398 Salvar

ARQUIVO PÁGINA INICIAL INSERIR LAYOUT DA PÁGINA FÓRMULAS DADOS REVISÃO EXIBIÇÃO

Recortar
Calibri 11 A A Quebrar Texto Automaticamente Gera
Copiar
Colar ,0 ,00
Pincel de Formatação N A Mesclar e Centralizar % 000 ,00 ,0

Área de Transferência Fonte Alinhamento Número

A18 Papelaria Criativa

A B C D E F G H
1 Empresa Contato Segmento Telefone 1 Telefone 2 Celular
13 Juca Móveis Carlos Movéis p/ escritório (11) 3333-4574 (11) 99100-5555
14 Papelaria Timbinha Jucleide Materiais p/ escritório (11) 7833-4577 (11) 99997-2222
15 Água na Fonte Mauro Água mineral (11) 5433-4701 (11) 5433-4700 (11) 94577-1112
16 Gráfica Maria Celso Impressões (11) 6764-2543 (11) 7884-0002
17 Alpha Elevadores João Manutenção Elevadores (11) 3337-0000 (11) 3337-0001 (11) 95554-0022
18 Papelaria Criativa Gisleide Materiais p/ escritório (11) 5472-3255 (11) 93333-5455

19

atividade 3
s imulando a rotina de um ComérCio

Vamos agora colocar em prática um pouco daquilo que aprendemos atéaqui. A


ideia é simular uma situação de necessidade de compra de mercadorias para que
você possa trabalhar com as rotinas descritas anteriormente. Para tanto, vamos
eleger como estabelecimento comercial um açougue.

36 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o a s s i s t e n t e a d m i n i st ra t i v o 2
Com a ajuda do monitor, forme um grupo com oscolegas. Vocêsvão realizar todas
asetapasprevistasparaarealizaçãodas compras necessárias paraofuncionamento
do estabelecimento. O desenvolvimento de cada etapa deve ser acompanhado do
preenchimento dos respectivos documentos disponíveis nas próximas páginas.

© daniel Beneventi
NOTA FISCAL DE VENDA
AO CONSUMIDOR
Modelo 002 Série D

Giga Equipamentos e Suprimentos p/ Informática ME.


129
1ª Via – Destinatário
2ª Via – Contabilidade
Fone: (11) 5557-8555 3ª Via – Fixa no Talão

Rua do Grafite nº 02 - Loja 2B - São Paulo/SP - CEP 02555-140 Data limite


para emissão
27/06/2015
CF/DF: 55.452.850/002-44 – CNPJ: 65.405.858/0001-78
AIDF AUTORIZADA PARA ME OU EPP OPTANTE PELO SIMPLES NACIONAL PROCON: 151
Data da Emissão / / Valor

Nome:

Endereço:

CNPJ/CPF: Fone:
O ICMS está incluído no preço das mercadorias.
As informações abaixo deverão ser preenchidas somente a pedido do consumidor (Dados relativos ao consumidor ou usuário final).
Código Quant. Discriminação Preço Un. Preço Total

TOTAL R$

Gráfica Impressão. CNPJ: 85.455.785/0001-78 – CF/DF: 98.457.789/454-01


10 BL 50x3 – 50x3 – 001 a 500 – AIDF 2-454-58585/4780

a s s i s t e n t e a d m in i st ra t i v o 2 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o 37
ilustrações:© daniel Beneventi
Data
REQUISIÇÃO DE MATERIAL 00325
Seção Serviço

VALOR
Quant. Unid. Descrição
Unitário Total

TOTAL

Observações:

Solicitado por: Autorizado por: Recebido Execução Controle de Estoque

/ / / / / /
Código 12.455

Nº: Cot. Data: Pág.:

C onstrutora
Mais Obras
Ordem de Compra Obra:
CEI:
Resp. confirmação:
Gerou O.C.:
Faturar para: Fax:
Fone:
CNPJ (MF): Insc. Estadual: Insc. Municipal: Contato:

Fornecedor: Fax:
Fone:
CNPJ (MF) Insc. Estadual: Insc. Municipal: Contato:

Condições de Pagamento: Endereço de Pagamento:

Condições de Entrega: Endereço de Entrega:

Item Código Descrição Un. Marca Qtde. Preço Unit. % ICMS ICMS % IPI IPI Total

Aprovação: Total IPI

Total ICMS

Total

Desconto

Total Líquido
Dept. Compras Diretoria

Observações Gerais:

Observações da Empresa:

Observações do Fornecedor:

38 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o a s s i s t e n t e a d m i n i st ra t i v o 2
© daniel Beneventi
FATURA Nº DATA:

DESTINATÁRIO:

Rua do Grafite nº 02 - Loja 2B - São Paulo/SP


CEP 02555-140 - Fone: (11) 5557-8555
CNPJ: 65.405.858/0001-78

Qtd. Descrição das mercadorias Preço Unit. Preço TOTAL

TOTAL DA FATURA
Forma de pagamento:

Transportador / Volumes transportados

Peso bruto: Peso líquido: Volume:


Observações:

a s s i s t e n t e a d m in i st ra t i v o 2 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o 39
ilustrações:© daniel Beneventi

CNPJ (MF): 51.858.421/0001-99 DUPLICATA


Damaceno Papelaria ME.
CCM: 22.455-2
Rua das Amácias nº 25 Mun.: São Paulo - SP
Vila Jureia - São Paulo - SP
DATA DA EMISSÃO:

NF FATURA Nº NF FATF/Duplicata - Valor Duplicata nº de Ordem Vencimento PARA USO DA


INSTITUIÇÃO FINANCEIRA
Damaceno PapelariaME.

Assinatura do emitente

DESCONTO DE % SOBRE ATÉ


CONDIÇÕES ESPECIAIS

NOME DO SACADO: REP:M


ENDEREÇO:
CEP: MUNICÍPIO: ESTADO: SP
PRAÇA DE PAGAMENTO:
CNPJ/CPF (MF): Insc. Estadual:

Valor por
extenso

Reconhecemos a exatidão desta Duplicata de Venda Mercantil na importância acima, que pagaremos à
Damaceno Papelaria ME. ou a sua ordem na praça e vencimentos indicados.

Em / / NÃO SENDO PAGA NO VENCIMENTO,


COBRAR JUROS DE MORA E
(Data do aceite) DESPESAS FINANCEIRAS, NÃO
CONCEDER DESCONTOS MESMO
CONDICIONALMENTE
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IE
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Funções de vendas
É igualmente importante que você conheça as funções relacionadas às vendas da
empresa. Nessesetor, o assistente administrativo dá apoio às principais funçõesde
vendas da empresa, que podem envolver atividades de atendimento aos clientes e
identificação de suas necessidades, auxiliandoassimnoprocessodevendadopro-
duto ou serviço oferecido pela empresa.

40 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o a s s i s t e n t e a d m i n i st ra t i v o 2
Nesse contexto, o assistente poderá trabalhar realizando funções como lidar com
os pedidos feitos pelos clientes; fazer a manutenção dos cadastros dos clientes, fa-
cilitando assim o processo de venda e de futuras negociações; e ainda cuidar do
serviço de pós-venda, fornecendo, tanto para a própria empresa como para os
clientes, informações sobre a situação dospedidosdevenda, incluindo dadossobre
sua entrega.
O departamento de vendas de uma empresa geralmente trabalha de forma conjun-
ta com o de marketing, resultando assim em um processo de venda de maior qua-
lidade para o cliente e também para a organização da própria empresa.
Vejanoquadroa seguir os principais tipos devendasealgumasdesuascaracterísticas.

Tipo de venda Características

acompraéintermediadaporvendedores,quequasesempre
trabalham com comissões. o cliente pode ter acesso direto à
serviço completo ou venda
mercadoria,masdevenecessariamentepassarporumfuncionário
direta tradicional
paraefetuara venda.É muitousadopelosetordevarejoe porlojas
de vestuário, de eletrodomésticos e de móveis.

Muitopraticadopelossupermercados,é um dos quemaistêm


crescidono comérciobrasileiro. o consumidortemacessolivre às
autosserviço mercadoriaseatodasasinformaçõesde queprecisar,semo auxílio
diretodo vendedor. depois de escolhero que quer, é só passarno
caixa e efetuar o pagamento.

É parecidacomo autosserviço,à medida que dá livre acessodo


consumidoràs mercadorias,mashátambémvendedoresquedão
autosseleção
assistênciaao cliente.Muitoadotadaem lojasde departamentose
em redes deconfecções.

ovendedorvaiàcasaou aotrabalhodoclienteoferecerseus
venda de porta em porta
produtos. É uma das modalidades maisdifundidasno mundo.[...]

o consumidorconsultaos sites disponíveis, escolhe o que quer,


combinaa formadepagaredepoisnegociaaentrega. asvendas
comércio eletrônico
onlinenãoparamde crescerno Brasil,principalmenteemépocas
festivas como dia das Mães, dia da criança e natal.

sERviÇo nacional dE aPREndiZaGEM coMERcial (sEnac).


Práticas administrativas em escritório. Rio de Janeiro: senac nacional, 2010. p. 76-7.

a s s i s t e n t e a d m in i st ra t i v o 2 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o 41
Alguns conhecimentos sobre rotinas de estoque
O controle deestoqueéumadasprincipaisrotinasadministrativasdesempenhadas
por um trabalhador administrativo em uma empresa. Portanto, é importante você
conhecer um pouco mais esse assunto.
Uma das técnicas mais comuns empregadas nos estoques é a chamada curva ABC
– um método declassificaçãode itens doestoque. Ele foi desenvolvido baseadonos
estudos feitos por Vilfredo Pareto (1848-1923) sobre distribuição de renda, que
concluíram que aproximadamente 20% da população controlava grande parcela da
riqueza, cercade 80%. Com basenessaanálise, foi elaboradoochamado princípio
de Pareto, queafirma que80% dasconsequências são geradaspor 20% dascausas.
A técnica leva em consideração o fato de que estoques são formados por itens que
possuem diferentes valores de custo; logo, são utilizados em diferentes volumes; e
têm diferentes graus de importância para a produção.
Com frequência, em média, 70% a 80% do valor dos materiais estocados corres-
pondea cercade 20% dos itens, que são osdemaior valor, sendo classificadoscomo
A; os classificados como B correspondem a 15% a 20% do valor do estoque; e os
considerados como C, a uma cifra em torno de 5%.
Fontes: salGado, tarcísio tito. logística: práticas, técnicas e processos de melhorias.
são Paulo: senac, 2013; vaGo, Fernando Rodrigues Moreira et al. a importância do
gerenciamento de estoque por meio da ferramenta curva aBc. sociais e Humanas, santa
Maria, v. 26, n. 3, set.-dez. 2013.

Observe o gráfico a seguir.


© daniel Beneventi

C
% Valor do
consumo
anual B

% Número de itens

42 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o a s s i s t e n t e a d m i n i st ra t i v o 2
Nele, você pode identificar os itens classificados como:

• A, que são os itens de maior valor ou relevância;

• B, quecorrespondemaos itens deimportânciaintermediária;

• C, querepresentamositensdebaixarelevâncianosestoques.
Para obter essas informações, é preciso realizar um cálculo muito simples: de posse
do valor unitário de cada item estocado, multiplica-se esse valor pela quantidade
consumida ou vendida em uma medida de tempo que, em geral, é o de um semes-
tre ou de um ano, dependendo da velocidade em que, na história da empresa, se
dão as variações na demanda.

atividade 4
a Curva abC da minha Cozinha

Vocêfaráessaatividadeno laboratório deinformática, poisassimpoderáconhecer


ou ampliar seus conhecimentos sobre a construção de planilhas eletrônicas.

1. Imagine a seguinte situação: você dispõe de dinheiro (capital de giro) e uma


despensa com enormes prateleiras e geladeiras (armazém, almoxarifado, depósito)
comcapacidadeparaestocarosprodutosque consomeregularmentenaprepara-
çãodesuasrefeições, emquantidadessuficientesparaseis meses deconsumo.
2. Anote, ao lado de cada um dos produtos, a quantidade de unidades que vai
utilizar em seis meses (calcule 26 semanas), além dos custos unitário e total de
cada produto. Complete a tabela com os demais produtos em unidades e custos,
conforme o exemplo a seguir.

Produto Unidades Custo unitário (R$) Custo total (R$)


arroz 20 kg (4 sacos) 8,25 33,00

Macarrão 12 kg (24 pacotes) 2,89 69,36

Molho de tomate 8,3 kg (26 sachês) 1,13 29,38

carne moída 12 kg 14,59 175,08

Frango 32,5 kg (13 unidades) 13,60 176,80

Óleo 9ℓ 2,69 24,21

a s s i s t e n t e a d m in i st ra t i v o 2 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o 43
Produto Unidades Custo unitário (R$) Custo total (R$)
sal 2 kg 2,27 4,54

total

3. Lembre-se de calcular o custo total. Para isso, multiplique as unidades de cada


produto pelo seu custo unitário.
4. Agora, crie uma nova tabela, incluindo uma coluna para a posição de cada item,
que, dessa vez, você vai relacionarem ordem decrescente de custo total da aquisição
(nessecaso, começaremos pelo frango; em segundolugar, acarne moídaeassim
por diante). Inclua também uma nova coluna para a proporção, em porcentagem,
que cadaitem representa no valorglobaldascompras, e outra em que você soma-
rá essas porcentagens, uma a uma, totalizando a cada operação.

Note que os números entre parênteses podem se modificar à medida que você for
preenchendo o restante da tabela. Desse modo:

Unidades Custo Custo Participação %


Item Produto acumulada
consumidas unitário (R$) total (R$) (%)
1. Frango 13 13,60 176,80 (34,51) (34,51)

carne
2. 12 14,59 175,08 (34,17) (68,68)
moída

3. Macarrão 15 2,89 43,35 (13,54) (82,22)

4. arroz 4 8,25 33,00 (6,44) (88,66)

5.

6.

7.

8.

9.

10.

44 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o a s s i s t e n t e a d m i n i st ra t i v o 2
Para calcular as porcentagens (%), pegue o valor do qual quer saber qual é a porcentagem corresponden-
te e divida-o pelo valor total (que corresponde a 100%) movendo a vírgula duas casas à direita – ou crian-
do uma vírgula, se já não houver, duas casas à direita. na planilha eletrônica, a fórmula utilizada ficará da
seguinte maneira: porcentagem = valor/total. veja o exemplo a seguir.
imagine que você terá um desconto de R$ 90,00 na compra de uma geladeira de R$ 870,00 reais. nesse
caso, qual é a porcentagem do desconto? veja como a fórmula ficaria na planilha eletrônica:

ilustrações: daniel Beneventi


A1 =90/870

A B C D E
1 =90/870
2
3
4
5

após inserir a fórmula, o resultado será dado em nÚmero decimal, igual a 0,103448. Para transformá-lo
em porcentagem, você tem algumas opções. a primeira é clicar no símbolo “%” na planilha, e o progra-
ma calculará automaticamente, apresentando o resultado de 10%. ou, ainda, você pode multiplicar esse
valor por 100, e será apresentado o resultado 10,3448, que seria 10,3448%.

ARQUIVO PÁGINA INICIAL INSERIR LAYOUTDA PÁGINA FÓRMULAS DADOS REVISÃO EXIBIÇÃO

Recortar
Calibri 11 AA Quebrar Texto Automaticamente Geral
Copiar
,0 ,00
Colar NI S A Mesclar e Centralizar % 000 ,
00 ,0
Pincel de Formatação
Área de Transferência Fonte Alinhamento Número
stilo de Porcentagem (Ctrl + Shift + %)
A1 =90/870 Formatar como uma porcentagem.

A B C D E F G H I J K L M N
1 0,103448
2
3
4
5
6
7
8

outro exemplo: carne moída: 175,08  5,1237 (512,37 com a vírgula já movida) = 34,17.
se usar calculadoras de mão, para calcular novas porcentagens sobre um mesmo total depois de ter
feito aprimeira conta, basta digitaronovovaloracalcularedaro total, poisaoperação se repete auto-
maticamente.

Em nossas tabelas, procuramos uniformizar as unidades de medida (kg, ℓ) usando


valores médios por tipo de embalagem em que o produto é vendido, apenas para dar
uma visão mais uniforme do consumo; os cálculos, porém, estão feitos por unidade
(quilo,litro,sachê,sacoetc.).Mas,considerandoarealizaçãodaatividade,vocêpode-
rámantê-las,se quiser,sem convertê-laspara unidades iguais para todosos produtos.
Nasempresas, asmatérias-primaseoutrosinsumosnormalmentesãocomputados
em unidades simples ou unidades de medida de peso, de volume, de quantidade
por embalagem etc.

a s s i s t e n t e a d m in i st ra t i v o 2 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o 45
5. Agora, classifique os itens segundo a curva ABC:
a) Quais são A?

b) Quaissão B?

c) Quais são C?

Na segunda tabela, os itens de 1 a 3 seriam classificados ou categorizados como A,


uma vez que a soma dos três atinge mais de 80% do valor do estoque. O produto
6 faria parte dos produtos da categoria B, pois a participação de seu custo no total
da despensa é bem mais baixo. O item sal seria da categoria C, com participação
bem baixa no valor total da compra.

O processamento das informações de estoque


Existem vários programas de computador, os chamados softwares, que foram criados
para controlar e integrar diferentes processos que ocorrem dentro das empresas,
facilitando o gerenciamento deles.

46 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o a s s i s t e n t e a d m i n i st ra t i v o 2
Outros são desenvolvidos para objetivos mais específicos, sendo chamados de
softwares especialistas. Elespodemestardisponíveisno mercado ou vira ser espe-
cialmentedesenvolvidosparaumcliente, porumaempresadetecnologiada infor-
mação (TI), tendoem vistaumaáreade trabalho daempresa quenecessite dealgum
programa particular para atender a peculiaridades de seu funcionamento.
São diversos os programas destinados à gestão de estoques. Um sistema especialis-
ta voltado ao gerenciamento de um armazém, por exemplo, possui inúmeras funções
inter-relacionadas.
A abrangência dos programas é bastante extensa, permitindo registro e processa-
mentodetodasasoperações, bemcomodosprocedimentos envolvidos,inclusive o
rastreamento das mercadorias a partir do momento em que são recebidas na em-
presa até sua saída nos veículos que farão as entregas.
Além disso, esses programas possibilitam controle e precisão inventariais (de quan-
tidade de itens presentes no estoque) bastante altos. Por essa razão, eles são muito
utilizadosnão somente em indústrias, mas tambémnoscentrosdedistribuição, em
atacadistas, varejistas e operadores logísticos, que são empresas prestadoras de ser-
viços especializadas em armazenamento e distribuição.
Com tais programas, é possível efetuar inventários por produto ou por grupo de
produtos. Esses inventários costumam ser feitos com regularidade para que se tenha
o controle doestoque da formamaisprecisapossível, umavez que podemocorrer:
• danos e avarias em mercadorias manuseadas no depósito;
• furtos;
• edrurtoossd;e lançamento dos dados de notas fiscais nas entradas e/ou saídas dos pro-
• erros de identificação ou classificação de produtos;

a s s i s t e n t e a d m in i st ra t i v o 2 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o 47
É comum, dependendo do tipo de negócio e porte da
empresa, que se façam contagens físicas das mercado-
rias para confrontação com os dados numéricos, regis-
trados nos programas dos computadores ou em fichas
anotadas manualmente.

atividade 5
p rogramas espeCializados

1. Em dupla, no laboratório de informática, pesquisem


nos sites de busca alguns programas especializados
em gestão de estoque.
2. Registrem as características de cada um deles e elejam
qual lhes pareceu o mais completo para uso diário.

Para conhecer mais sobre esse e


outros assuntos ligados à área de
estoque, acesse o material relativo
ao Arco Ocupacional Administração,
no qual você encontrará os cadernos
e vídeos da ocupação de almoxarife
e estoquista. Disponíveis em:
<http://www.viarapida.sp.gov.br>.
Acesso em: 26 mar. 2015.

3. Apresentem suas conclusões ao restante daturma.

48 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o a s s i s t e n t e a d m i n i st ra t i v o 2
Un Idade 9

POR DENTRO DO SETOR


FINANCEIRO
Toda empresa, seja de pequeno, médio ou grande porte, preci-
sa lidar comagestãofinanceirade seu negócio, o que torna esse
setor vital para qualquer organização.
Com base em dados e informações financeiras é possível avaliar
o desempenho interno da empresa e planejar suas atividades
futuras.
A tendência é que as empresas de maior porte possuam um
setor financeiro que desenvolva especificamente essas atividades,
enquanto nas empresas de menor porte essa gestão pode ser
desenvolvida pelos próprios proprietários do negócio.
De qualquer maneira, trata-se de um setor privilegiado para o
trabalho do assistente administrativo. Por isso, é importante
que você conheça um pouco mais sobre a organização especí-
fica desse setor e das atividades nele realizadas.
Basicamente, aprincipal funçãodo setor financeiroé lidar com
a movimentação – entradae saída – dosrecursosfinanceirosda
empresa. Essa tarefa, nada simples, é fundamental para o bom
funcionamento de toda a organização.
Geralmente, o departamento financeiro exerce diferentes funções
complementares, por exemplo: planejamento financeiro, aqui-
sição e controle de recursos e distribuição de recursos.
Veja no quadro a seguir a descrição de cada uma dessas funções.

a s s i s t e n t e a d m in i st ra t i v o 2 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o 49
Função Descrição

o planejamento no departamento financeiro tem como objetivo, de modo


geral,fazercomqueasmetasestabelecidaspeladireçãodeumaempresa
sejamalcançadas.Paraqueissoaconteça,éprecisodefinir:comorealizar
asações necessárias,quandoelasprecisarãoserexecutadas,porquem
serão feitas e quanto isso vai custar.
[...]cabeao departamentofinanceiroanalisara viabilidadede umprojeto
Planejamento ou de um investimentoespecífico.issoporque,às vezes,tem-sea
intenção de se realizarumaatividade e, apósestudoe análise,
verifica-seque éimpossívelrealizá-la pormuitasrazões, dentreelasa
questão financeira. Um projeto pode ser muito bom, mas, se o
montante de recursos necessários ao seu empreendimento for
superioràcapacidade financeira daempresa, esseprojeto deveser
descartado. [...]

Qualquerempresa, sejagrande e commuitas filiaisou mesmo uma


unidadedemenorporte, realizarotineiramenteoperaçõesquevisam
manteroseunegócioemdia.sãopagamentosdecontas,impostos,
comprasde mercadoriaseprodutosetc. ou seja,sãogastosdiários
necessários para o negócio funcionar. [...]

aquisição e controle cabeàadministraçãofinanceiranãodeixarquefaltemrecursos paraas


de recursos atividades rotineiras.
Masumaorganizaçãonãopodesecontentarempensarsomentenoagora.
Elaprecisaterumavisãotambémdelongoprazo.Portanto,oprocessode
aquisiçãoecontrolede recursosdeveconsideraraquestão do tempo. se
umaempresapretendeampliarsuasinstalações,elaprecisadestinarparte
dos seusrecursos do diaa diaparaviabilizaressaintenção.

[...]
todos os departamentos de uma empresa necessitam de recursos.
sendoassim,para que odepartamentocomercialpossa vender,é
necessáriotermercadoriasno estoque. Mas,paraque elasestejamno
estoque,éprecisocomprá-las.E,paraqueascomprassejamefetuadas, é
distribuição de preciso pagar por elas.
recursos
além disso, não se pode esquecer que em cada departamento da
empresahápessoasqueprecisamfazeroseutrabalhodireito,damaneira
corretae obedecendo aos prazosestabelecidos. se issonãoocorrer,
prejuízospodemsurgir.nessecaso,muitasvezeséprecisorealizar
treinamentoseelaborarregrasclarasparaquenãohajaconfusãoentreos
setoresou departamentossobrearesponsabilidadedecadaum.

sERviÇo nacional dE aPREndiZaGEM coMERcial (sEnac). Práticas administrativas


em escritório. Rio de Janeiro: senac nacional, 2010. p. 53-5.

50 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o a s s i s t e n t e a d m i n i st ra t i v o 2
Agora que você conheceu um pouco mais sobre a orga-
nização e as funções do setor financeiro de uma empre-
sa, vamos apresentar a seguir algumas rotinas básicas que
você, como assistente administrativo, poderá exercer se
for trabalhar nesse setor.

Algumas rotinas do setor financeiro


A primeira atividade realizada pelo financeiro de uma
empresa que vamos conhecer é a rotina de contas a pagar
e contas a receber.
Trata-se de uma atividade realizada em todo tipo de em-
presa e fundamental para sua organização.
Porcontasapagar, compreendem-setodosos pagamentos
que a empresa deve efetuar costumeiramente, seja diária, Funções do Contas a Pagar:
• fixar políticas de pagamentos;
mensal ou anualmente. • controlar adiantamentos
a fornecedores;
• controlar abatimentos e devoluções
São exemplos desse tipo de conta os pagamentos reali- de mercadorias;
• controlar e liberarpagamentos
zadosafornecedores, empregadose funcionários; compra a fornecedores.
de suprimentos; pagamento de impostosetc. silva, Edson cordeiro da. como
administrar o fluxo de caixa das
empresas: guia prático e objetivo de
Assim, é importanteque hajaumrigoroso controlee orga- apoio aos executivos. são Paulo:
atlas, 2005. p. 24.
nizaçãodessascontas,para auxiliarnoprocessodegestão
daempresa,quedeveadministrarosvaloresdospagamen-
tos, bem como as respectivas datas de vencimento.
Para que isso aconteça, é fundamental o setor financeiro ter
canais de comunicação com todos os demais setores que
compõemaempresa, quedeverãotrabalhar de formacon-
juntacoma equipe de finanças, transmitindoas informações
necessárias.
Além disso, é tambémimportante que o setor desenvol-
vapráticasdecadastramentoeagendamento, possibili-
tando o controle das contas e dos pagamentos a serem
realizados, a fim de evitar que exista qualquer tipo de
atraso, o que implicaria prejuízo para a empresa, por
causa do pagamento de juros e multas.

a s s i s t e n t e a d m in i st ra t i v o 2 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o 51
Porfim, deve-se obter a autorização da própria empresa
e concretizar o pagamento da conta.
Já o processo de contas a receber, oposto ao de contas a
pagar, diz respeito atodosospagamentos que devem ser
realizadosparaaempresa, incluindotodososseussetores.
Refere-se, portanto, ao montante de vendas efetuado
pelaempresa, seja de seus produtos oude seus serviços,
que também temde ser controladopelo setor financeiro
de forma integrada aos demais setores que compõem a
empresa.
Além disso, o assistente administrativo deve conhecer as
políticas de crédito praticadas pela empresa, que o aju-
darão na compreensão dessa atividade.
A organização de relatórios sobre esses pagamentos e
recebimentosdaempresa também é uma prática impor-
tante, mas que pode variar de acordo com cada lugar.
Outro procedimento importante está ligado aos dois
descritosanteriormente. Trata-se da conciliaçãobancária:
comparação entre o controle interno realizado pelo setor
financeiro da empresa e as contas bancárias.
Esse controle deve ser feito diariamente em função das
transações efetuadas, possibilitando assim uma checagem
das informações e a localização de possíveis inconsistências.
Uma checagem fundamental a ser executada, aliada às
anteriores, diz respeito aos saldos do controle interno e
Além do uso constante de bancário, que têm de ser equivalentes.
ferramentas de edição de texto e
produção de planilhas, existem
atualmente diversos programas Todos esses procedimentos são importantes e devemser
especialmente elaborados para
auxiliar no controle da gestão realizados constantemente, pois, caso seja encontrado
financeira das empresas. Se
possível, e com o auxílio do monitor, algum erro,é possívelcorrigi-lo, minimizandoassimos
faça uma pesquisa na internet para
conhecer alguns deles. prejuízos para a saúde financeira da empresa.

52 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o a s s i s t e n t e a d m i n i st ra t i v o 2
Vamosfalaragora sobre outro importante aspectodagestãofinanceiradequalquer
empresa: o fluxo de caixa.
Segundo o Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo, o fluxo
de caixa tem o seguinte objetivo e funções:

Prover informações relevantes sobre os pagamentos e recebimentos


(dinheiro à mão, conta-corrente bancária e aplicações de sobra de
caixa) de uma empresa, ocorridos durante um determinado período.

destina-se a controlar as alterações ocorridas durante o exercício, no


saldo de caixa e equivalentes de caixa.

indicaaorigem de todoodinheiroque entrou no caixa em determina-


do período,bemcomooresultadodo seufluxofinanceiro,permitindo
ao administrador melhorar o planejamento financeiro das empresas.
PEPPE, Paulo cesar Raimundo. demonstração de fluxo de caixa: roteiro.
são Paulo: cRcsP, ago. 2012. Palestra. disponível em:
<http://www.crcsp.org.br/apostilas/demonstracao_fluxo_caixa_peppe_0608.pdf>.
acesso em: 26 mar. 2015.

Portanto, o fluxo de caixa, ao controlar as entradas e saídas dos recursos financeiros,


deve ser entendido como uma importante ferramenta na gestão financeira das
empresas. É também com base nele que os gestores têm apossibilidade de realizar
com maior segurança suas tomadas de decisão e seu planejamento estratégico.

atividade 1
montagem do fluxo de Caixa

1. Leia a reportagem a seguir.

a s s i s t e n t e a d m in i st ra t i v o 2 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o 53
Como administrar as saídas do fluxo de caixa?

Respondido por antonio Paulo terassovich, especialista em crédito

os administradores financeiros devem ter bem formalizado o proces-


sode estruturação do fluxo de caixada empresa. Esta tarefa não pode
ser esquecida em hipótese alguma. as empresas até podem viver alguns
períodos sem lucro, mas nãosobrevivem longos períodos sem caixa.
© rodrigobellizzi/123RF/Easypix

de formasimplificada, ofluxo de caixaébasicamenteconstituído de


duaspartes: entradas esaídas. Hoje o assuntoé voltadopara as saídas
de caixa. na linguagemfinanceiraexistemquatroitens onde podem
seralocadas as saídas: aumento de qualquerativo, comocompraspara
manter o estoque adequado ou umamáquina nova; redução de um
passivo, como o pagamento de uma conta de luz, água, ou mesmo
fornecedores; prejuízo líquido, quando as depreciações não forem su-
periores a este valor; e pagamento de dividendos ou recompra de ações.

Para o caso das pequenas empresas, o foco deve ser nos dois primei-
ros itens e analisar as saídas sob os aspectos do comportamento
desses valores, que podem ser divididos em dois grandes grupos:
custos fixos e variáveis.

os custos fixos são aqueles que existem mesmo que a empresa não
venda nada. Eles costumam ser mensais e incidem constantemente.
Já os custos variáveis são aqueles que flutuam para cima ou para
baixo de acordo com o volume de vendas da empresa ou alguma
decisão de aumento de estoques, por exemplo.

54 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o a s s i s t e n t e a d m i n i st ra t i v o 2
Para cada um deles otratamento deve ser diferenciado, pois os pri-
meiros, os fixos, o administrador deve ter um levantamentoe perio-
dicamente controlar suas variações. o segundo tipo, os variáveis,
devem ser coletados a partir das estimativas de produção evendas da
organização e normalmente variam todos os meses.

a s s i s t e n t e a d m in i st ra t i v o 2 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o 55
© daniel Beneventi

Data // // // // // / / // //
Dia da semana Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira Sábado Domingo Segunda-feira
Saldo do caixa – R$ 52,00 R$ 89,00 R$ 116,00 R$ 123,00 R$ 134,00 R$ 126,00 R$ 62,00
RECEBIMENTOS R$ 60,00 R$ 45,00 R$ 35,00 R$ 35,00 R$ 55,00 R$ 80,00 R$ 80,00
Previsão de recebimento vendas R$ 20,00 R$ 45,00 R$ 35,00 R$ 35,00 R$ 55,00 R$ 80,00 R$ 80,00
Outros recebimentos R$ 40,00
PAGAMENTOS R$ 8,00 R$ 8,00 R$ 8,00 R$ 28,00 R$ 44,00 R$ 88,00 R$ 44,00
Retiradas dos sócios R$ 80,00
Vale-transporte R$ 8,00 R$ 8,00 R$ 8,00 R$ 8,00 R$ 8,00 R$ 8,00
Telefone
Fornecedor 1 R$ 20,00 R$ 36,00
Fornecedor 2
Fornecedor 3
Outros fornecedores R$ 40,00
Aluguéis R$ 4,00
Serviços contábeis
Empréstimos
Juros
Folha de pagamento
Outros pagamentos
Saldo do Dia R$ 52,00 R$ 37,00 R$ 27,00 R$ 7,00 R$ 11,00 - R$ 8,00 R$ 36,00

Fonte: sERviÇo BRasilEiRo dE aPoio Às MicRo E PEQUEnas EMPREsas (sEBRaE).


Fluxo de caixa. disponível em: <http://gestaoportal.sebrae.com.br/customizado/uasf/gestao-
financeira/ferramentas-de-apoio/0%20Fluxo%20de%20caixa.pdf>. acesso em: 7 abr. 2015.
• A
caoixfaincarli,avdo pêasrfaasruãoa eumparesxap.oÉsifçuãnodpaamraenotarleqstuaentaeadparetsuernmtaçdão fdlouxflouxdoe
seja precedida de uma discussão sobre a importância de realizar uma boa
gestão financeira, que poderá ser mediada pelo monitor.

Algumas rotinas da contabilidade


O mercado de trabalho na área contábil está em plena ascensão, visto que o grande
avanço econômico mundial necessita de informações precisas, rápidas e constantes.
Todasasatividadesempresariaispassarama ser controladaseregistradaspelacon-
tabilidade, tornando essa área essencial à economia e ao controle do patrimônio,
além de ser o melhor meio de comunicação entre os investidores de capital e as
empresas, pois é por intermédio dela que se consegue ter uma visão precisa do pa-
trimônio empresarial e do retorno sobre os investimentos.
Paraacompanharessaexigênciadegerenciamentoda situação contábildas empre-
sas, existem os escritórios de contabilidade, que atendem os estabelecimentos que
nãopossuem, em seu quadro, postosde trabalho comfuncionárioshabilitadospara
exercer as funções relacionadas a esse setor.
Assim, para finalizar esta Unidade, vamos tratar de algumas rotinas básicas ligadas
ao setor de contabilidade de uma empresa, ampliando dessa maneira os conheci-
mentos que vão construir sua formação como assistente administrativo.

a s s i s t e n t e a d m in i st ra t i v o 2 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o 59
Escrituração
Nas empresas existem livrosespecíficos para registrar
tudo o que acontece em seu dia a dia e que está ligado
à gestão de seu patrimônio, isto é, que provoca alterações
nele.
O patrimônio varia constantemente a partir das ocorrên-
cias diárias, como compras, pagamentos, recebimentos
etc.,eseuregistrocontábilpossibilitaoacompanhamento
de sua oscilação.
São chamados fatos administrativos os eventos que
ocorrem na empresa modificando o seu patrimônio e,
justamente por esse motivo, precisam ser registrados
noslivrosdeescrituração. Essesfatospodemseragru-
pados em três tipos diferentes:

1. Fatos permutativos, qualitativos ou compensativos –


aqueles que não alteram o patrimônio líquido da
empresa; apenas evidenciam trocas entre o ativo e o Patrimônio líquido: For-
passivo. mado pelo capital inicial dos
proprietários juntamente
comolucro obtido noperío-
2. Fatos modificativos ou quantitativos– surgemquan- do que é incorporado ao
do o patrimônio líquido sofre alguma alteração. capital da empresa. É impor-
tanteficarclaroqueo “lucro”
3. Fatos mistos – quando ocorrem, ao mesmo tempo, as nãoinvestido, isto é, aquele
retirado pelos proprietários
duas situações citadas anteriormente. a título de “salário”, entra em
obrigações, ou seja, no pas-
Diferentemente dos fatos administrativos, existem os atos sivo exigível.
administrativos, que correspondem aos eventos que acon- Ativo: conjunto de bens e
direitos. deve ser mensurável
tecem na empresa, mas não afetam o seu patrimônio, e gerar benefícios econômi-
como a contratação de funcionários ou a efetivação de cos momentâneos (ativo cir-
culante) ou futuros (ativo não
contratos de seguro. circulante).
Passivo: conjunto de obri-
Podemos supor então que, como não representam alte- gações e deveres momentâ-
ração no patrimônio, não precisam ser lançados nos neos (passivo circulante) ou
futuros (passivo não circulan-
livros deescrituração. Poréménecessárioanalisarcada te). o passivo é formado pe-
um dos eventos individualmente, pois alguns deles po- las obrigações que podem ser
dem representar compromissos que, no futuro, vão reclamadas por terceiros,
tanto no presente (obrigações
acarretar modificações. Por exemplo: promessa de bens acurto prazo) comono futu-
como garantia de dívidas, hipoteca de imóveis, emissão ro (obrigações a longo prazo).

56 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o a s s i s t e n t e a d m i n i st ra t i v o 2
de títulos de cobrança bancária, fianças ou avais a favor de terceiros etc. Dessa
forma, sua contabilização é feita, atualmente, utilizando algumas provisões para
fazerfrenteaessaspossíveisobrigaçõesfuturas, comoavaisegarantias, conforme
orientações dadas pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (no CPC 25 – Pro-
visões, Passivo Contingente e Ativo Contingente), documento que regulamenta
essas questões conforme determinação das agências reguladoras brasileiras.
Esse registro, também chamado de “lançamento”, precisa ser feito em ordem cro-
nológica e especificar a natureza de cada operação. Deve ser efetuado no Livro
Diário, sendo imprescindível que esteja de acordo com os princípios da Contabili-
dade – Código Comercial brasileiro: Lei federal n o 556/1850 – e siga as normas
tributárias legais – Regulamento do Imposto de Renda (RIR): Decreto federal n o
3.000, de 1999.
Livro Diário Contábil
© daniel Beneventi

Folha nº 001
HISTÓRICO CÓDIGO CONTA VALOR
DATA D OC.
CÓD. DESCRIÇÃO DÉBITO C RÉDITO C ONTABILIZADO

Sempre que surge a necessidade de uma nova tomada de decisão na empresa, esses
livros são consultados, daí a importância deestarem constantementeatualizados e
com sua contabilidade impecável.
Aquantidadede livros e também os tipos que serãoutilizadospelaempresadepen-
dem não só de seu ramo de atividade, mas também de seu porte.
Eles podem ser classificados quanto à sua utilidade em principais, que são os usados
para o registro de todos os fatos administrativos: Livro Diário e Livro Razão;
e auxiliares, aqueles nos quais são registrados eventos específicos e que futuramente
servirão de base para o preenchimento do Livro Diário: Livro Caixa, Registro de
Duplicatas, Livro de Contas-correntes etc.

a s s i s t e n t e a d m in i st ra t i v o 2 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o 59
© daniel Beneventi
REGISTRO DE DUPLICATAS
FATURA ORIGINÁRIA DUPLICATAS

PRAZO
IMPORT. COMPRADOR DATA
Nº DE DATA
VALOR IMPOSTO
Nº DE
DATA PROTESTO A ORDEM OBSERVAÇÕES
ORDEM DA EMISSÃO DA EXPED IÇÃO PAGO R$ ORDEM D E EMISSÃO DE EXPEDIÇÃO DATA
R$ NOME ENDEREÇO OFÍCIO DE PAGAMENTO D E BAIXA

Quanto à natureza dos registros, eles podem ser classificados em cronológicos, quan-
do seguem a ordem dos acontecimentos; e sistemáticos, quando são usadosparare-
gistrar eventos similares.
Levando em conta a finalidade dos livros contábeis, eles se classificam em obrigató-
rios, quando são exigidos pela legislação comercial, tributária e societária, sendo que
as leis queos exigemvariamdeacordocomoâmbitofederal, estadual ou municipal
onde se encontramasempresas; e facultativos, que são usadospelasempresaspara
auxiliara contabilização, mas não são exigidos por lei: Livrode Contas-correntes,
Livro de Controle de Contas etc.

Livro Utilidade Natureza Finalidade

livro diário Principal cronológico obrigatório

livro Razão Principal sistemático obrigatório

livro caixa auxiliar sistemático Facultativo

livro de contas-
auxiliar sistemático Facultativo
-correntes

livro de Registro de
auxiliar sistemático obrigatório
duplicatas

lalur [livro
de apuraçãodo auxiliar sistemático obrigatório
lucro Real]

RiBEiRo, osni Moura. contabilidade geral fácil. 9. ed. são Paulo: saraiva, 2013. p. 81.

58 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o a s s i s t e n t e a d m i n i st ra t i v o 2
livros principais
O Livro Diário é obrigatório pela legislação tributária e também pelo Código Co-
mercial brasileiro. Está presente em todas as empresas, e seu registro deve ser feito
diariamente, pelo método das partidas dobradas.

o método das partidas dobradas foi criado pelo frei luca Pacioli (c. 1445-1517), com o objetivo de mostrar
as alterações ocorridas no patrimônio em determinado período, mantendo sempre um equilíbrio entre
os recursos (ativo) e sua aplicação (passivo).
Para demonstrar esse equilíbrio, registram-se sempre as operações, apontando a origem do recurso e
em que ele foi aplicado. assim, o mesmo valor é lançado sempre duas vezes, um de cada lado da planilha,
pois a cada gasto corresponde um bem ou direito.
Esse método consiste, essencialmente, no princípio de que, a cada débito feito em uma ou mais contas,
corresponde um créditoequivalente emumaoumaiscontas. nãoexistedébitosemcréditocorrespon-
dente, de tal forma que a soma dos débitos é igual à soma dos créditos.
Por exemplo: se o valor de um carro é 15 mil reais, ele vai entrar no balanço da seguinte forma:
ativo (R$)
• Carro = 15 000,00
Passivo (R$)
• Pagamento do carro = 15000,00
nesse caso, o ativo ficou igual ao passivo, o que significa que o balanço está equilibrado.
Épor meio desse método que as empresas oupessoas podem acompanhar, detalhadamente, a aplicação
de seus recursos, o que possibilita um melhor planejamento.

Para que sua escrituração seja confiável, os lançamentos devemseguir uma ordem
cronológica, eexistemalguns itens essenciaisnaformadeefetuaroregistro, obser-
vando a seguinte ordem: local e data em que ocorreu o fato; conta a ser debitada;
conta a ser creditada; histórico do acontecimento; valor.
Na hora de efetuar o registro, a primeira coisa a fazer, após identificar local e data
da ocorrência, é analisar os elementos envolvidos nas operações, isto é, para cada
fato administrativo sempre ocorre uma troca:

a s s i s t e n t e a d m in i st ra t i v o 2 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o 59
Depois, observe, para cada um dos elementos que com-
põem o fato administrativo, em qual tipo de conta ocor-
reráodébitoeemqualaconteceráocrédito. Tendoesses
dados em mãos, fica mais fácil proceder ao registro no
Livro Diário.
Para ficar mais claro, veja o registro, no Livro Diário,
dasoperaçõesocorridasnaempresa M, no mês dejanei- Atualmente, com o aumento do uso
do processamento eletrônico de
ro de 2000. dados, o Livro diário e todas as
outras escriturações contábeis estão
sendo substituídos por formulários
Título da conta / contínuos. As folhas do Livro Diário
Data Débito Crédito são numeradas automaticamente e,
Histórico ao final do período contábil, devem
ser impressas e encadernadas,
juntamente com os termos de
05/01/2000 Bancos c/movimento 23 000,00 abertura e de encerramento.
No entanto, até há pouco tempo, esse
livro necessitava, por força de lei, ser
impresso em tipografias, conter
folhas numeradas sequencialmente e
a caixa 23 000,00 possuir espaço próprio para a
abertura e o encerramento dolivro.
Depois de concluído esse
procedimento, precisava ser
depósito no Banco X autenticado no Registro do Comércio.

Estoque de material
12/01/2000 580,00
de consumo

a caixa 580,00

nota fiscal, série a,


no 3.245, da loja K

É essencial que toda a movimentação contábil da em-


presa seja registrada em primeiro lugar nesse livro, de
forma clara, em nosso idioma, com valores em moeda
nacional. Lembre-se de que esse registro não pode, em
nenhuma hipótese, apresentar rasuras, borrões ou es-
paços em branco.

a s s i s t e n t e a d m in i st ra t i v o 2 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o 61
O uso da preposição a antes da indicação da conta credora tem origem no raciocí-
nio de que qualquer débito ocorrido corresponde a créditos, mas, atualmente, a
maior parte dos sistemas contábeis suprimiu esse uso, o que não impede logicamen-
te que o local onde você venha a trabalhar mantenha essa prática.
As folhas desse livro são numeradas e ele deve conter um termo de abertura e um
de encerramento, assinados pelo responsável da empresa e pelo contador, a todo
final de período. Nessa ocasião, o livro precisa ser autenticado na Junta Comercial
da sede da empresa, não podendo sofrer atraso superior a 180 dias, segundo o
Regulamento do Imposto de Renda (Decreto federal no 3.000/1999), o Código
Comercial (Lei federal no 556/1850) e o Código Civil (Lei federal no 10.406/2002).
A imagem a seguir mostra um modelo de Livro Diário adotado atualmente.
© daniel Beneventi

Livro Diário X

Arquivo Relatórios Adicionais Utilitários Ajuda

0 Livro Diário - 01/02/2015 a 31/03/2015 X

1/50 100%

LIVRO DIÁRIO
,0
,00 Nome: Oracle Com. de Equip. Eletrônicos ME.
CNPJ: 41.585.457/0001-75
Folha: 1

DATA CONTA DE DÉBITO CONTA DE CRÉDITO LANÇAMENTO HISTÓRICO VALOR DE DÉBITO VALOR DE CRÉDITO

01/02/2015 3.0.2.0.01.00015 (0012) 7.7.3.0.01.00024 (0214) 032 PG. POSTO DE GASOLINA R$ 750,00 R$ 750,00
01/02/2015 3.0.2.0.01.00015 (0012) 7.7.3.0.01.00024 (0214) 032 PG. IPTU 02/10 R$ 350,00 R$ 350,00
02/02/2015 3.0.2.0.01.00015 (0012) 7.7.3.0.01.00024 (0214) 032 PG. FORNECEDOR DE MEMÓRIAS R$ 1 200,00 R$ 1 200,00
02/02/2015 3.0.2.0.01.00015 (0012) 7.7.3.0.01.00024 (0214) 032 PG. FORNECEDOR DE PLACAS DE VIDEO R$ 2 700,00 R$ 2 700,00
02/02/2015 3.0.2.0.01.00015 (0012) 7.7.3.0.01.00024 (0214) 032 PG. PAPELARIA ALTA R$ 50,00 R$ 50,00
03/02/2015 3.0 .2.0.01.00015 (0012) 7.7.3.0 .01.00024 (0214) 032 PG. MECÂNICA R$ 850,00 R$ 850,00

O Livro Razão, também obrigatório pelas normas contábeis, é útil para a contabili-
dade da empresa, uma vez que seu registro se dá por meio de contas individualizadas,
o que permite um controle mais frequente de cada uma dessas contas.
Cada lançamento registrado no Livro Diário é transcrito para esse livro, porém
emcontas individuais, comocaixa, estoque, equipamentos etc., apresentando-se
em cada uma delas o detalhamento da movimentação ocorrida no caixa da
empresa, isto é, os débitos, os créditos e o saldo final das operações feitas em
determinada conta.
A escrituração manuscrita desse livro deve conter algumas informações primordiais,
por exemplo: nomedaconta; datadolançamento com indicação dedia, mês eano;
histórico de lançamento, ou seja, o detalhamento do fato administrativo; débito, isto
é, quanto foi debitado da conta; crédito, em que é indicado o valor que foi credita-
do na conta; saldo, que representa a diferença entre o débito e o crédito.

62 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o a s s i s t e n t e a d m i n i st ra t i v o 2
ilustrações:© daniel Beneventi
LIVRO RAZÃO
Fábrica de Serras Jabur Ltda.
CNPJ: 75.253.125/0001-44

Conta-caixa
Débito Crédito
Data Histórico (Entradas) (Saídas) Saldo

Ref. à implantação do
27/02/2015 capital disponibilizado R$ 350.000,00 R$ 350.000,00
pela união societária

Ref. à aquisição de
16/03/2015 R$ 180.000,00 R$ 170.000,00
máquinas e equipamentos

Ref. à aquisição de
23/04/2015 R$ 80.000,00 R$ 90.000,00
móveis de escritório

OLivroRazãocostumaapresentarumaformamaissimplesderegistro,utilizandopara
issoum gráfico ou conta em T,também chamada de razonete. Emborasejainteressan-
te que o assistente administrativo conheça esse procedimento, é importante saber que
não ésuafunçãorealizá-lo,mas sim dosresponsáveispela contabilidadedaempresa.

livros auxiliares
O Livro Caixa serve para o registro de todo e qualquer fato administrativo que
envolvadinheiro na empresa. Ele é facultativo, mas de grande utilidade, principal-
mente quando se quer acompanhar detalhadamente o movimento financeiro da
organização. Poresse motivo, na maior parte das empresas, o preenchimento desse
livro fica acargo datesouraria, queéodepartamento responsável pelo recebimento
e pagamento de cada uma das despesas ocorridas no período.
É importante ressaltar, porém, que no caso de empresa que seja optante pelo Simples
Nacional, que você viu na Unidade 7,esse livro é obrigatório perante o fisco e deve
observar as exigências e formalidades constantes na Lei complementar n o 123, de
14 de dezembro de 2006.
01
DEVE CAIX A HAVER

a s s i s t e n t e a d m in i st ra t i v o 2 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o 63
Normalmenteo livro possuias seguintes colunas: data,
seguindo a ordem cronológicados acontecimentos; his-
tórico, que especifica cada um dos fatos administrativos;
parcelas, que indicam os valores de débito ou crédito,
quando parcelados; débito, que representa as entradas de
dinheiro; e crédito, no qual se registram as saídas de
dinheiro.
Os intocáveis (The Untouchables,
direção de Brian de Palma, 1987) é
um drama policial estadunidense, O movimento começa sempre com o saldo de débito do
baseado no livro de mesmo nome,
publicado em 1957. O filme, estrelado dia anterior e finaliza com o saldo final devedor, que é o
por Kevin Costner (o agente do
governo Eliot Ness) e Robert De Niro mesmo que aparecerá no início do dia seguinte, poden-
(líder de gangue Al Capone), segue o
relato autobiográfico de Ness e seus do ser diário ou mensal.
esforços para conduzir Capone à
justiça, durante a Lei Seca nos EUA.
Mostra o trabalho da contabilidade e Esse livro serve debaseparaaelaboraçãodo Livro Diá-
como a descoberta de seus livros
caixa levou à queda de seu império. rio e, posteriormente, do Livro Razão, sendo que tudo
queélançadonele, obrigatoriamente, deveaparecernos
outros dois, e o saldo apurado no Livro Caixa deve
corresponder ao saldo da conta caixa do Livro Razão.
© daniel Beneventi

LIVRO CAIXA Período: 01/03/2015 a 05/03/2015


Data de emissão: 05/03/2015
Torres Empreendimento Ltda.
Hora: 17:59:41
Nome do Banco: Banco CredBank S/A Valor do mês anterior: R$ 5.000,00
Banco: 171 Código da agência: 015 Valor do dia anterior: R$ 0,00

DATA LANÇAMENTO CÓD. EVENTO L. ORIGEM OBSERVAÇÃO DÉBITO CRÉDITO


02/03/2015 2,00 1254 Internet R$ 50,00
02/03/2015 4,00 1475 Aluguel R$ 750,00
02/03/2015 8,00 3221 Prestação de serviços R$ 1.800,00

Total do dia Total de Débito: R$ 1.800,00 Total de Crédito: R$ 800,00 Saldo: R$ 6.000,00
03/03/2015 8,00 3221 Prestação de serviços R$ 1.400,00
03/03/2015 7,00 4578 Venda de mercadorias R$ 700,00
03/03/2015 6,00 7665 IPTU (Parcela 02/10) R$ 200,00
Total do dia Total de Débito: R$ 2.100,00 Total de Crédito: R$ 200,00 Saldo: R$ 7.900,00
04/03/2015 9,00 4551 Compra de 01 computador p/ expedição R$ 2.500,00

Total do dia Total de Débito: R$ 0,00 Total de Crédito: R$ 2.500,00 Saldo: R$ 5.400,00

05/03/2015 8,00 3221 Prestação de serviços R$ 4.500,00


05/03/2015 3,00 4578 Folha de Pagamento R$ 8.000,00

Total do dia Total de Débito: R$ 4.500,00 Total de Crédito: R$ 8.000,0 0 Saldo: R$ 1.900,00

TOTAL DE DÉBITO: R$ 8.400,00 TOTAL DE CRÉDITO: R$ 11.500,00 SALDO: R$ 1.900,00

Como no caso dos outros livros, esse também costuma, atualmente, ser feito por
meio de programas computadorizados.

64 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o a s s i s t e n t e a d m i n i st ra t i v o 2
ilustrações:© daniel Beneventi
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A22

A B C D E F G H

1 MOVIMENTO DO CAIXA
2 Data Descrição Detalhes Entrada Saída Saldo
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20 TOTAL DO MÊS
21 SALDO FINAL
22
23

O Livro de Contas-correntes também é facultativo, porém bastante usado nas


micro e pequenas empresas.
Nele são registradas, em ordem cronológica, todas as operações comerciais entre a
empresaeseusclientes ou fornecedores. Dessa forma, por intermédiodelepodemos
acompanharosdireitoseas obrigações daempresa, o que facilita seu cumprimento.
Também como os anteriores, pode ser preenchido à mão ou no computador.

01

DATA DÉ BITO CRÉ DITO D SALDO DATA DÉ BITO CRÉ DITO D SALDO
C C

a s s i s t e n t e a d m in i st ra t i v o 2 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o 65
© daniel Beneventi

MOVIMENTAÇÃO CONTA RESUMO

X
CONTA DESCRIÇÃO

BlueBank Conta-corrente / Ag. 777 - C/C 01574-8


DATA DESCRIÇÃO TRANS DESTINO VALOR R$ QUIT REF PARC SALDO

05/03/15 qui condomínio desp casa R$ 550,00 R$ 2 000,00

06/03/15 sex saque para diversos R$ 80,00 R$ 1 920,00


09/03/15 seg luz desp casa R$ 56,00 R$ 1 864,00
financiamento apartamento desp casa R$ 2 000,00 - R$ 136,00
09/03/15 seg
internet desp casa R$ 79,00 - R$ 215,00
09/03/15 seg
gasolina desp carro R$ 120,00 - R$ 335,00
10/03/15 ter desp casa R$ 500,00
sofá - R$ 835,00
11/03/15 qua prestação de serviços 01/06
rec honorários R$ 3 500,00
R$ 2 665,00
12/03/15 qui

13/03/15 sex ju os limite desp juros R$ 45,00 R$ 2 620,00

atividade 2
r etomando alguns ConCeitos de esCrituração

Junte-se a três ou quatro colegas. Nas questões 1 e 2, discutam cada uma delas
antesdeapontaraalternativacorreta. Emseguida, elaboremasrespostasdasques-
tões 3, 4 e 5.

1. Atos administrativos são aqueles que:


a) provocam alteração no patrimônio da empresa;
b) não alteram o patrimônio, apesar de poderem acontecer no dia a dia da empresa.
2. Seumeventoocorridonaempresanãoprovocaralteraçãonopatrimôniolíquido,
mas evidenciarmodificaçõesentreoativoeopassivo, eledeveserconsiderado:
a) um fato modificativo;
b) um ato administrativo;
c) um fato permutativo.

66 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o a s s i s t e n t e a d m i n i st ra t i v o 2
3. Listem pelo menos três itens essenciais na escrituração do Livro Diário.

4. Levando em conta a classificação dos livros contábeis, preencham o quadro a


seguir.

Classificação quanto a

Livros Utilidade: Natureza: Finalidade:


principal e cronológico e obrigatório e
auxiliar sistemático facultativo

livro diário

livro de contas-correntes

livro de Registro de duplicatas

livro caixa

livro Razão

5. Efetuemolançamento, no exemplo depáginade Livro Diárioa seguir, dosfatos


administrativos aqui indicados:
a) venda, à vista, de uma lancha, da marca NoMar, no valor de R$ 135000,00,
conforme recibo;
b) compra, à vista, de um computador da marca BCD, conforme nota fiscal no 341,
no valor de R$ 2000,00;
c) pagamento, emcheque, efetuadoà Transportadora Levatudo, referente aofrete
de uma lancha, no valor de R$ 750,00.

a s s i s t e n t e a d m in i st ra t i v o 2 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o 67
© daniel Beneventi

Livro Diário Contábil


Folha nº 001
HISTÓRICO CÓDIGO CONTA VALOR
DATA DOC.
CÓD. DESCRIÇÃO DÉBITO CRÉDITO CONTABILIZADO

Para conhecer mais sobre esse e outros assuntos ligados à área de contabilidade,
acesse o material relativo ao Arco Ocupacional Administração, no qual você encon-
trará cadernose vídeos daocupação deauxiliar decontabilidade. Disponíveisem:
<http://www.viarapida.sp.gov.br>. Acesso em: 26 mar. 2015.

68 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o a s s i s t e n t e a d m i n i st ra t i v o 2
Un Idade 10
PRINCIPAIS ROTINAS DO
SETOR DE RECURSOS
HUMANOS
Vamos agora tratar das principais rotinas que o assistente ad-
ministrativo precisa saber para trabalhar no setor de recursos
humanos, conhecido como RH, de uma empresa. Para tanto,
vamos a princípio entender um pouco mais sobre as funções
que se espera que o RH desempenhe.
Como o próprio nome diz, esse é o setor responsável por lidar
com todas as questões que dizem respeito às pessoas, aos fun-
cionários de uma empresa, desde sua contratação, passando pela
suaintegraçãocomaculturadaempresa,preocupação comsua
formação contínua, questões relativas a cargos e salários, até um
eventual processo de demissão. Todas essas são atividades e
responsabilidades do setor de recursoshumanos.
Grandes empresas costumam ter um setor de RH muito bem
estruturado, com profissionais especializados; já empresas
menores podem ter as atividades desse setor realizadas pelo
mesmo trabalhador que atua em outras práticas administra-
tivas, como controle de estoque ou setor decompras.
De uma forma ou de outra, todas as empresas que trabalham
com funcionários precisam adotar os procedimentos de RH;
portanto, para você que está buscando se aperfeiçoar nessa área,
tais informações são relevantes.
Sabendo que essa é a área da empresa que lida especificamente
comquestõesreferentesàcontrataçãodosfuncionários, bemcomo
o pagamento de seus salários e benefícios, vamos estudar mais
sobre essas questões, de acordo com a legislação brasileira.

a s s i s t e n t e a d m in i st ra t i v o 2 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o 69
As característicasdo emprego na
atualidade: o empregoformal
Este conteúdo é importante não apenas porque você
pretende se qualificar para a ocupação de assistente ad-
ministrativo, mas também por tratar de uma questão
muitopresentena vidacotidianadamaioriadaspessoas,
seja para quem estáàprocuradoprimeiro emprego, seja
para quem está à procura de outro trabalho, seja para
aqueles que querem aprender uma nova ocupação e mu-
dar de emprego.
Um dos assuntos mais importantes no mundo do traba-
lho diz respeito ao tipo de contrato a que cada um é
submetido. E a forma de contratação de cada trabalhador
afeta diretamente a vida pessoal dele.
Você sabia?
Carteira de trabalho e O emprego formal é aquele que possui registro em car-
Previdência social, ex-
pedida pelo Ministério do
teira profissional ou na Carteira de Trabalho e Previ-
Trabalho e Emprego, é dência Social (CTPS). Nela, a empresa deve sempre
o documento obrigatório
para que os cidadãos pos-
anotar, nas páginas próprias para o “Contrato de traba-
sam ser empregados re- lho”, o nome da empresa, o número do CNPJ, oende-
gistrados. O emprego reço da empresa, a espécie de estabelecimento (comércio,
formal é conhecido popu-
larmente como “trabalho indústria etc.), o cargo para o qual o trabalhador está
com carteiraassinada”. sendo contratado, o código da sua ocupação na Classi-
Fonte: SÃO PAULO (Estado). Se-
cretaria de Desenvolvimento Eco-
ficação Brasileira de Ocupações (CBO), a data de admis-
nômico, Ciência e Tecnologia são, o número do registro, assim como o número da
(Sdect). Educação de Jovens e Adul-
tos (EJA) – Mundo do Trabalho. folha ou ficha do Livro de Registro de Empregados, e a
Geografia, História e Trabalho: 6º
ano/1º termo do Ensino Fundamen- remuneração do trabalhador.
tal. São Paulo: Sdect, 2011.

O conjunto das informações anteriormente citadas (nome


da empresa, número do CNPJ, endereço da empresa,
espécie de estabelecimento etc.) precisa constar obriga-
toriamente na Carteirade Trabalho, poisessas informa-
ções compõem o registro do emprego para o qual o
trabalhador está sendo contratado e, principalmente,
porque só assim seus direitos serão assegurados.
A remuneração especificada na Carteira de Trabalho é
o que chamamos salário bruto, ou seja, é o total do

70 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o a s s i s t e n t e a d m i n i st ra t i v o 2
salário pago pelo empregador, sem contar os descontos obrigatórios que deverão
ser aplicados. Poucas pessoas realmente sabem o que são esses descontos e para
que eles servem, mas é muito importante conhecê-los, pois eles têm tudo a ver
com os direitos conquistados pelos trabalhadores e também com os nossos deve-
res como cidadãos.
Um dos descontos principais é o do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). É
coma reserva criada com esse dinheiro que o governopaga asaposentadorias, auxílios-
-doença e outras formas de auxílio ao trabalhador. Ou seja, é uma contribuição exi-
gida pelogoverno, mas que deve retornarem benefíciospara o própriotrabalhador.
Além desse desconto para o INSS, outros descontos comuns são o do Imposto de
Renda eodo seguro-saúde. Algumas empresaspagam partedocustomensaldesse
seguro, ficando a outra parte por conta do funcionário.
Podemser descontadasdo salário, ainda, algumastaxasreferentesa benefícios que
a empresa ofereça, como vale-alimentação, vale-refeição etc. Embora sejam ofereci-
dos pelo empregador como benefícios, é comum que o funcionário contribua com
uma parte, que é descontada de seu salário.
Vejaaseguir, natabeladedescontosdo Imposto de Rendaeda Previdência Social,
os dois principais descontos realizados nossalários.
Tabela 1 – Descontos do Imposto de Renda sobre o salário bruto
Tabela Progressiva para o cálculo mensal do Imposto sobre a Renda da Pessoa Fí-
sica a partir do exercício de 2015, ano-calendário de2014.

Base de cálculo mensal Parcelaa deduzir do


Alíquota %
(em R$) imposto (em R$)
até 1 787,77 – –

de 1 787,78 até 2679,29 7,5 134,08

de 2 679,30 até 3 572,43 15,0 335,03

de 3 572,44 até 4 463,81 22,5 602,96

acima de 4 463,81 27,5 826,15

Fonte: BRasil. Receita Federal. alíquotas do imposto sobre a Renda Retido na Fonte –
a partir do exercício de 2012. disponível em: <http://www.receita.fazenda.gov.br/aliquotas/
contribFont2012a2015.htm>. acesso em: 26 mar. 2015.

a s s i s t e n t e a d m in i st ra t i v o 2 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o 71
Tabela 2 – Descontos do INSS sobre o salário bruto (jan. 2014)

Salário (em R$) Desconto


até 1 317,07 8%

de 1 317,08 até 2 195,12 9%

de 2 195,13 até 4 390,24 11%


Fonte: BRasil. Ministério da Previdência social. Formas de contribuição: empregado.
disponível em: <http://www.previdencia.gov.br/inicial-central-de-servicos-ao-segurado-formas-
de-contribuicao-empregado>. acesso em: 26 mar. 2015.

72 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o a s s i s t e n t e a d m i n i st ra t i v o 2
Compare esse exemplo com o exemplo apresentado no texto anterior. Quais dife-
renças e semelhanças você vê entre os descontos aplicados no primeiro caso e os
descontos aplicados neste último? Você acha que essas diferenças e semelhanças são
boas ouruins? Quemémaisafetadopelosdescontos? Reflitaarespeitoeanotesuas
conclusões.

Os direitos têm história


Os direitos vinculados ao trabalho têm uma longa história, especialmente na Eu-
ropa, onde alguns países foram os primeiros a reconhecê-los.
É importante lembrar que, no Brasil, a conquista dos direitos vinculados ao traba-
lho só aconteceu no século XX (20).
Observe a linha do tempo que indica a criação de pilares importantes do direito do
trabalhador brasileiro.

Instituição
1932 1936 Criação
1939 da Consolidação
1943 1949
Instituição do do descanso
Justiça do das Leis do
salário mínimo semanal
Trabalho Trabalho
remunerad o
© Luís Dávila
Atividades e documentação do setor de
Recursos Humanos (RH)
O objetivo deste tópico éapresentar avocê as principais
práticas e atividades realizadas pelo setor de Recursos
Humanos. Vamos começar falando sobre as rotinas de
admissão e demissão de funcionários.
Cabe ao RH conduzir todo o processo de seleção dos
funcionários de uma empresa, mesmo que com o apoio
deprofissionais de outrasáreas. Essa seleção é feita por
meio de técnicas específicas que buscam selecionar os
candidatos mais qualificados para cada vaga.
Após a seleção do candidato, é função do RH realizar o
procedimento de integração dos novos funcionários
àempresa. Esseprocesso se inicia com toda atramitação
Existe uma grande diferença entre
rH e departamento de pessoal. relativa à documentação necessária para a admissão.
Enquanto o primeiro é a área da
empresa dedicada a lidar com todas O primeiro passo é solicitar a realização do exame mé-
as questões que envolvem o bem-
-estar e o crescimento profissional dico admissional e depois a entrega da documentação
dos funcionários, o segundo cuida
exclusivamente dosaspectos jurídicos necessária. Vejaa seguir quais são os documentos obri-
e legais da relação trabalhista entre
empregador e empregados. gatórios para a admissão.

76 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o a s s i s t e n t e a d m i n i st ra t i v o 2
• carteira de trabalho e Previdência social, para que sejam feitas as
devidas anotações.

• certificado Militar, para provar quitação com o serviço militar (para


pessoas maiores de 18 anos do sexo masculino).

• certidão de casamento e de nascimento, para verificação de dados,


concessão do salário-família e abatimento dos dependentes, para
efeito de desconto de imposto de Renda.

• declaração de dependentes para fins de imposto de Renda na fonte.

• atestado Médico admissional, que é obrigatório, devendo ser pago


pelo empregador, que é responsável pela guarda docomprovante
do custeio de todos os exames ou consultas realizados pelo em-
pregado (artigo 168 da clt).

• declaração rejeitando ou requerendo o vale-transporte.

• outrosdocumentos/informações, taiscomocédula de identidade, cPF


(cadastro de Pessoas Físicas), cartão do [Programa de integração social]
(Pis)/[Programade Formaçãodo Patrimônio do servidor PÚblico](Pasep),
comprovantedeendereçoedeescolaridadeefotografiasparaoprontuário.

depois de receber essa documentação, o empregador ou a empresa


empregadora passam a ter de exercer as suas obrigações, que são as
seguintes:

• anotar na ctPs a data de admissão, a remuneração e as condições


especiais, se houver.

• Preencher a ficha de salário-família.

• incluir a admissão no caged (cadastro Geral de Empregados e de-


sempregados), o que pode ser feito pela internet, no site <http://www.
mte.gov.br>. [acesso em: 26 mar. 2015.]

a s s i s t e n t e a d m in i st ra t i v o 2 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o 77
• atéo dia 7 do mês subsequenteao mês dereferência dasinformações,
a empresa deverá postar no correio um impresso por meio do qual
presta informação sobre o movimento de pessoal.

• Efetuar o cadastro no Pis/Pasep caso o empregado não possua um


nÚmero de matrícula.

• devolver ao empregado sua ctPs em 48 horas, contra recibo.


sERviÇo nacional dE aPREndiZaGEM coMERcial (sEnac). Práticas
administrativas em escritório. Rio de Janeiro: senac nacional, 2010. p. 105-6.

Mensalmente, também é de responsabilidade desse setor fazer o controle da folha


depagamentode todosos funcionáriosdaempresa. Nessedocumentodevemcons-
tar todas as informações relativas aos salários e descontos realizados em cima do
salário bruto, que podem ser vários, tais como: Imposto de Renda, plano de saúde,
descontosde benefíciose todos osencargossociaise tributos devidos, como INSS
e FGTS.
Também devem constar da folha de pagamento informações relativas ao mês tra-
balhado de cada funcionário, como faltas, licenças, atrasos ou qualquer outro re-
gistro que se faça necessário.
Veja a seguir os detalhes de um demonstrativo de pagamento.
© daniel Beneventi

Demonstrativo de Pagamento
Empresa: Aquiles Com. Ltda. CNPJ: 55.452.125/0001-55
Endereço: Rua Doze nº 8

Crédito em: 05/03/2015 Banco/Agência/Conta: 171/8520/0021450


Referência: Fevereiro/2015 (Folha)

Nome: Gilmar Pereira Coelho Matrícula: 001574


CTPS: 154257 Série: 00124 CPF: 478.859.789-84
Função: Auxiliar de Escritório Salário nominal:R$ 1.500,00
Centro de Custo: 001257 - Contabilidade
Admissão: 10/07/2007 Dep. IR: Dep. Sal. Família:

Código Descrição Referência Valores (+/–)

101 Salário 30.0 R$ 1.500,00 (+)


106 Hora Extra 5.0 R$ 250,00 (+)
106 Adiantamento 40.0 R$ 600,00 (–)
401 INSS 11.0 R$ 192,50 (–)
411 Seguro de Vida 0.0 R$ 15,00 (–)
424 Refeição 20.0 R$ 80,00 (–)
483 Assistência Médica 0.0 R$ 150,00 (–)

Total Bruto: R$ 1.750,00 (+)


Total de Descontos: R$ 1.037,50 (–)
Líquido a Receber: R$ 712,50 (=)

Base FGTS: R$ 1.750,00 Valor FGTS: R$ 140,00


Base IRRF Folha:
Base INSS:

78 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o a s s i s t e n t e a d m i n i st ra t i v o 2
Apósarealizaçãodopagamentodo salário, oempregadordevefornecerao empre-
gado um recibo desse pagamento, também conhecido como contracheque.

ilustrações:© daniel Beneventi


RECIBO
Pagamento Salário

Empregador(a):

Empregado(a):

Período: / / a/ / .
Salário Contratual: R$

Descontos Efetuados:

Vale-transporte: R$
Contribuição Previdenciária (INSS): R$

Adiantamentos: R$
Total: R$

Recebi a quantia líquida de R$ (

), referente ao salário que


me é devido pelos serviços prestados em razão do contrato de trabalho.

Local: Data: // .

Assinatura do(a) Empregado(a)

Observação: preencher na parte de anotações gerais da CTPS do empregado

SUPERINTENDÊNCIA CENTRAL DE ADMINISTRAÇÃO DE PESSOAL


DEMONSTRATIVO DE PAGAMENTO

FOLHA:1/1 INF. CONTROLE: 000152


MATR. / DV NOME CNPJ DEPEND. MÊS / ANO
IR SF

001562 Jolimar da Cunha Neto 0 0 01/2015

BANCO AGÊNCIA CONTA CPF PIS/PASEP

453 8715 01874-3 478.342.176-86 12548756873

SITUAÇÃO
Nº ADMISSÃO / CARGO SÍMBOLO QUINQUÊNIO
FUNCIONAL
ADM MAG
0035 - Motorista de caminhão MTC-35 Efetivado 0 3

Nº DESCONTOS DESCONTOS
TR. DESCRIÇÃO PARCELA VANTAGENS EFETUADOS
ADM. NÃO EFETUADOS

1 SALÁRIOS 2.500,00
2 INSS 275,00
3 IRFF S/SALÁRIO
54,83

a s s i s t e n t e a d m in i st ra t i v o 2 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o 79
Para orientar o preenchimento dessa folha de pagamento, bem como realizar o
controle cotidiano de entrada e saída dos funcionários, é obrigatório que toda em-
presa com mais de dez funcionários possua uma folha de ponto, que pode ser ma-
nual ou eletrônica. Veja a seguir.
© daniel Beneventi

©Fernandacatalão
Empregador Mês / Ano:

Nome: EDITORA TALENTOS LTDA. CNPJ: 21.383.545/0001-88 JANEIRO / 2015


Endereço: RUA DO LIVRAMENTO Nº 112

Empregado
Nome: CARLOS DIAS CPF: 329.458.458-86
Função: EDITOR CPTS (nº e série): 45878 254-SP

Dia Dia da Entrada Almoço Saída Hora Assinatura Assinatura


Semana extra empregador trabalhador
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31

atividade 3
p reenChendo a folha de pagamento

Nesta atividade, você é convidado a preencher uma folha de pagamento fictícia para
que possa exercitar o conteúdo que aprendeu sobre esse assunto tão importante na
prática diária das atividades do assistenteadministrativo.
As empresas podem usar programas específicos para o cálculo da folha de pagamen-
to, mas para realizar esta atividade será utilizada uma planilha eletrônica.

80 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o a s s i s t e n t e a d m i n i st ra t i v o 2
Com a ajuda do monitor, forme um grupo com três ou quatro colegas. No labora-
tório de informática, escolham uma ocupação de uma empresa fictícia para fazer o
cálculo. Para tanto, podem pesquisar um organograma qualquer que possa indicar
alguns cargos da empresa, tais como gerente, analista, secretária e o próprio assis-
tente administrativo.
Em seguida, incluam na planilha todas as informações que aprenderam nesta Uni-
dadeparafazeremo devido cálculo, simulando ovalor dosaláriobrutoe inserindo
os descontos devidos para chegar ao salário líquido que o trabalhador receberá.
Ao final, vocês deverão apresentar suas conclusões para os demais grupos, podendo
imprimir a folha de pagamento calculada para realizar essa apresentação.

Outras rotinas do RH
Casohajanecessidadederealizarademissãodealgumfuncionário, essa também é
uma atividade prevista na rotina do RH ou departamento de pessoal de uma em-
presa. A ação de finalizar um contrato de trabalho, do ponto de vista legal, deno-
mina-se homologação.
Nesse caso, é necessária a seguinte documentação:

Documentação necessária

termo de Rescisão de contrato de trabalho

carteira de trabalho e Previdência social

livro ou Ficha de Registro de Empregados

notificação de demissão

Extrato para fins rescisórios da conta vinculada do empregado no FGts

Guia de recolhimento rescisório do FGts e da contribuição social

comunicado da dispensa

a s s i s t e n t e a d m in i st ra t i v o 2 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o 81
Documentação necessária

atestado de saÚde ocupacional demissional ou periódico

documento que comprove a legitimidade do representante da empresa

carta de preposto e instrumento de mandato

Prova bancária de quitação quando o pagamento for efetuado antes da assistência

nÚmero de registro ou cópia do instrumento coletivo de trabalho aplicável

Fonte: BRasil. Ministério do trabalho e Emprego. instrução normativa sRt no 15, de 14 de


julho de 2010. disponível em: <http://portal.mte.gov.br/data/files/8a7c812d308E216601309Ec4
7E180B22/in_20100714_15.pdf>. acesso em: 26 mar. 2015.

Demais ações do RH e gestão de pessoas


Outra função da área de recursos humanos de uma empresa é lidar com
a questão dos cargos e dos salários. Isso não significa apenas definir quais são os
cargos, quantidades de funcionários necessários e salários praticados, para que assim
a empresa possa desenvolver seu trabalho da forma e com a qualidade que deseja.
Quandofalamosemdesenvolvimentodeplanodecargosesalários, trata-se detodo
um planejamento efetuado nessa área para que se possa construir uma prática de
gestão de pessoas que seja duplamente relevante. Em outras palavras, que traga
benefícios e aumento na qualidade tanto do trabalho realizado quanto da trajetória
pessoal de cada trabalhador, que pode assim almejar, por meio dos seus esforços,
dedicaçãoeconhecimentos, aconquistadenovasposiçõesno desenvolvimento de
sua trajetória profissional dentro da empresa.
Oferecer uma política de planos e cargos transparente e que seja interessante para
todos é função que deve ser considerada fundamental pela área de recursos humanos.
Veja a seguir um exemplo de quadro de cargos e de salários.

82 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o a s s i s t e n t e a d m i n i st ra t i v o 2
Exemplo de estrutura de Cargos e Salários
classe cargos salário médio (R$)

1 auxiliar de serviços Gerais 892,49

auxiliar de Produção 997,03

2 Recepcionista 1 201,29

auxiliar administrativo i 937,14

operador de Máquina industrial 750,42

3 Recepcionista bilíngue 1 726,24

auxiliar administrativo ii 1 372,52

operador de Máquina Pesada 1 251,71

Eletricista 1 485,15

4 operador de Máquina Usinagem 1 730,46

Eletricista ii 1 841,97

almoxarife i 1 313,26

5 Eletricista iii 2 323,53

almoxarife ii 1 491,76

6 almoxarife iii 1 966,62

técnico de segurança do trabalho i 2 445,04

7 técnico de segurança do trabalho ii 3 059,00

8 analista de Recursos Humanos JÚnior 3 637,08

técnico segurança do trabalho iii 3 092,51

Fonte: aQUi tEM RH. dados sobre cargos e salários.


disponível em: <http://www.aquitemrh.com.br/salarios.php>. acesso em: 26 mar. 2015.

Outro aspecto importante da atuação do RH e que vem cada vez mais ganhando
espaçoe importância paraobom desenvolvimento do trabalho dosfuncionáriosde
uma empresa diz respeito à formação dessa força de trabalho.

a s s i s t e n t e a d m in i st ra t i v o 2 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o 83
Muitas empresas estão, cada vez mais, investindo em cursos e treinamentos para seus
funcionários, possibilitando assim que eles possam aperfeiçoar seus conhecimentos
e trazer ainda mais qualidade para o desenvolvimento do trabalho cotidiano.
Algumas organizações fornecem auxílios no pagamento de cursos, totais ou parciais,
tais comocursodeidiomas ou especializações(atémesmo depós-graduação). Isso
porque as empresas vêm compreendendo a importância de seus funcionários estarem
sempre acompanhando e se atualizando em relação ao avanço das tecnologias, da
pesquisa, da ciência e do conhecimento.

atividade 4
por dentro das prátiCas de reCursos humanos

Vamosagorareveralguns importantes aprendizados que vocêobtevenesta Unida-


de. Para tanto, responda às questões a seguir.

1. Quais são os principais direitos garantidos em lei para o trabalhador brasileiro?

2. Vamossupor quevocê esteja trabalhando comoassistenteadministrativono RH


de uma empresa e dois novos funcionários foram admitidos. Detalhe quais os
procedimentos que vocêprecisaráfazerparaoficializaroprocessodeadmissão
desses funcionários.

a s s i s t e n t e a d m in i st ra t i v o 2 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o 85
3. Alémdessesprocedimentoslegaisassociadosàadmissãodessesdoisfuncionários, em
quais outras atividades o RH poderáauxiliá-los?

4. Leia o seguinte depoimento:

Há 11 anos, eu entrei nesta empresa trabalhando como office boy.


naquela época, não tinha ainda nem o Fundamental completo. a
empresa me incentivou a voltar à escola e finalizar meus estudos e
depois que concluí o Ensino Médio comecei a trabalhar na área de
estoque da empresa como assistente. Fui atrás de alguns cursos bá-
sicos na área e, graças a esses novos conhecimentos e ao meu esfor-
ço no dia a dia de trabalho, subi de cargo e atualmente sou analista
de estoque. Minha intenção é continuar estudando, pois sei que a
empresa apoia seus funcionários, eles nos dão uma bolsa de 50% do
valor do curso. afinal, são poucos os que conhecem esse setor como
eu! (silas, 29 anos)

Agora, responda: Qual é a relação entre esse depoimento e o setor de RH da em-


presa em que Silas trabalha? Justifique suaresposta.

84 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o a s s i s t e n t e a d m i n i st ra t i v o 2
atividade 5
uma pausa para reflexão

1. Leia e, se possível, também ouça a letra da música Pecadocapital, do músico e


compositor brasileiro Paulinho da Viola.
Pecado capital

dinheiro na mão évendaval


É vendaval!
na vida de um sonhador
de um sonhador
Quanta gente aí se engana
E cai da cama
comtoda ailusão que sonhou
E a grandeza se desfaz
Quando a solidão é mais
alguém já falou

Mas é preciso viver


Eviver nãoébrincadeiranão
Quando o jeito é se virar
cada um trata desi
irmão desconhece irmão
E aí dinheironamão évendaval
dinheiro na mão é solução
E solidão
© By artes da viola (Moleque)

2. Agora, em dupla, discutam a mensagem da canção e respondam:

a s s i s t e n t e a d m in i st ra t i v o 2 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o 87
a) Vocêsacham que a letra da música expressa, de alguma forma, um certo tipo de
crítica? Se sim, o que está sendo criticado?

b) Oquevocês acham quea música querdizer comasexpressões“Dinheirona mão


é solução/E solidão”?

86 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o a s s i s t e n t e a d m i n i st ra t i v o 2
c) Quaisrelaçõespodemserestabelecidasentreamensagemdamúsicaeosistema
capitalista no qual vivemos?

d) E com o universo das empresas, é possível estabelecer alguma relação?

3. Organizem uma apresentação da reflexão que fizeram sobre a música. Pode ser
em forma de peça de teatro, apresentação musical ou cartaz.

a s s i s t e n t e a d m in i st ra t i v o 2 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o 89
Un Idade 11

O ASSISTENTE
ADMINISTRATIVO NAS
EMPRESAS DO SETOR
DE TRANSPORTES
Esta Unidadeé dedicada ao estudo das informações e dos proce-
dimentos específicos que um assistente administrativo precisa co-
nhecerao trabalhar em uma empresaligada ao setorde transportes.
O modal rodoviário é o mais utilizado para o transporte de
cargas em nosso país; segundo os dados da Agência Nacional
de Transportes Terrestres (ANTT) de 2014, esse modal foi
responsável pelo transporte de aproximadamente 61% do to-
tal das cargas transportadasem território brasileiro.
Paradarcontadessemontantede transportes realizados, em 13
de abril de 2015, esse setor contava com os seguintes registros
formais feitos pelo Registro Nacional de Transportadores Ro-
doviários de Cargas (RNTRC) na ANTT:
• 868 957 Transportadores Autônomos de Cargas (TAC);
• 174 311 Empresas de Transportes de Cargas(ETC);

• 415 para Cooperativas de Transportes de Cargas (CTC).


Fontes: aGÊncia nacional dE tRansPoRtEs tERREstREs
(antt). Registro nacional do transportador Rodoviário de cargas
(RntRc). RntRc em nÚ meros. disponível em: <http://appweb2.antt.
gov.br/rntrc_numeros/rntrc_transportadorFrotaveiculo.asp>.
acesso em: 13 abr. 2015.
conFEdERaÇÃo nacional do tRansPoRtE (cnt). Boletim
estatístico. disponívelem: <http://www.cnt.org.br/Paginas/Boletins_
detalhes.aspx?b=3>. acesso em: 26 mar. 2015.

Pode-se dizer que a organização de empresas no ramo de trans-


portes decargas no Brasil éalgo recente. Do pontodevista formal,
88 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o a s s i s t e n t e a d m i n i st ra t i v o 2
foi apenas em 1963, com o Decreto federal no 51.727, que se criou, no Departamento
Nacional de Estradas e Rodagens (DNER), o Registro das Empresas de Transporte
Rodoviário de Carga e dos Veículos Autônomos de Carga.
Esse decreto, que regulamentava a existência das empresas de transporte no País,
vigorou até 1983, quando foi sancionada a Lei federal n o 7.092, criando o Registro
Nacional de Transportes Rodoviários de Bens.
Nova alteração jurídica aconteceu em 2007, pela Lei federal n o 11.442, que passou
a instituir a seguinte divisão:

i. transportador autônomo de cargas (tac): pessoa física que tenha


no transporterodoviáriode cargasasuaatividadeprofissional;

ii. Empresa de transporte Rodoviário de cargas (Etc): pessoa jurí-


dicaconstituída por qualquerformaprevista em leiquetenha no
transporte rodoviário de cargas a sua atividade principal.
BRasil. lei nº 11.442, de 5 de janeiro de 2007. disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11442.htm>. acesso em: 26 mar. 2015.

Vamos a seguir aprofundar nossos conhecimentos sobre essesetoreasempresas que


trabalham nesse ramo, informações essas que complementam o conteúdo de formação
doassistente administrativo que tenha interesseem trabalhar naárea de transportes.

Especificidadesda organizaçãoe das práticas de uma


empresa de transportes
Agora você vai conhecer mais a fundo o funcionamento e a organização das em-
presas de transporte.
As empresas desse setor, geralmente, possuem a seguinte estrutura organizacional:
administração, manutenção e operação.
Aáreadeadministração desenvolve as atividadesrelacionadasa planejamento, or-
ganização e controle das operações da empresa, envolvendo as atividades dos setores
de compras, financeiro, RH, jurídico, tecnologia da informação etc.
A área de manutenção, por sua vez, é dedicada aos cuidados necessários com a
frota de veículos que a empresa possui, atividade central para o bom desempenho
do transporte das cargas e da segurança dos seus trabalhadores.
A área operacional é a responsável pelo planejamento e execução da prestação do
serviço de transporte e movimentação das mercadorias.

90 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o a s s i s t e n t e a d m i n i st ra t i v o 2
Veja o organograma a seguir, que define essas áreas e suas responsabilidades.

© daniel Beneventi
ADMINISTRAÇÃO MANUTENÇÃO OPERAÇÃO
• Mecânica
• Recursos Humanos
• Funilaria • Transporte
• Jurídico
• Pintura • Central de controle
• Contabilidade
• Eletricidade operacional
• Tesouraria
• Borracharia • Escala
• Finanças
• Tapeçaria • Programação
• Suprimento/Compras
• Limpeza • Movimento
• Tecnologia da
• Socorro mecânico • Planejamento
informação
• Almoxarifado

CLIENTE

Fonte: sERviÇo social do tRansPoRtE (sEst); sERviÇo nacional dE


aPREndiZaGEM do tRansPoRtE (sEnat). curso de formação básica para assistente
administrativo no transporte rodoviário de cargas, 2011.

Principais órgãos de regulação e fiscalização do transporte


rodoviário
A seguir, serão apresentados os principais órgãos de regulação e fiscalização do
modal rodoviáriono Brasil. Observecomatençãoasatribuiçõesdecadaumdeles.

agência nacional de transportes terrestres (antt)


A ANTT é o principal órgão do governo federal que regula o transporte terrestre
(rodoviário e ferroviário) no território brasileiro.
Aagência, vinculadaao Ministério dos Transportes, foicriada em 2001e temcomo
principalfunção ser um“órgãoreguladordaatividadedeexploraçãodainfraestru-
tura ferroviáriaerodoviáriafederaledaatividadedeprestaçãode serviços de trans-
porte terrestre”.
BRasil. decreto nº 4.130, de 13 de fevereiro de 2002. disponível em: <http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/decreto/2002/d4130.htm>. acesso em: 26 mar. 2015.

a s s i s t e n t e a d m in i st ra t i v o 2 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o 91
É atribuição desse órgão realizar a habilitação dos trans-
portadores, que podem ser transportadores autônomos,
empresas de transporte de cargas ou cooperativas. Assim,
cabe à ANTT a responsabilidade de conceder aesses
trabalhadores e/ou empresas o RNTRC, que possibilita
e autoriza a realização do transporte de cargas no terri-
tório brasileiro.
Outra importante atribuição desse órgão é sua função
reguladora das ações das empresas transportadoras, como,
porexemplo,realizar o monitoramento dospreçoscobra-
dos pelos serviços detransporte.

departamento nacional de infraestrutura de


transportes (dnit)
O DNIT, também uma instituição federal, uma autarquia
ligada ao Ministério dos Transportes, foi criado em 2001
e substituiu o DNER, que foi extinto.
Você sabia?
Os demais modais de Veja a descrição das funções do DNIT:
transporte também pos-
suem órgãos fiscalizado-
res. O transporte aéreo,
por exemplo, é regulado
pela Agência Nacional de
Aviação Civil (Anac), vin-
culada à Secretaria de
Aviação Civil da Presi-
dênciada República. Jáo
transporte marítimo é
regulado pela Agência
Nacional de Transportes a autarquiatem por objetivoimplementar a política
Aquaviários (Antaq), vin- deinfraestrutura dosistema Federal deviação, com-
culada ao Ministério dos
Transportes. preendendo sua operação, manutenção, restauração
ou reposição, adequação de capacidade e ampliação
mediante construção de novasviaseterminais. os
recursosparaaexecução das obrassão da União.
ou seja, o órgão é gestor e executor, sob a jurisdição
do Ministério dos transportes, das vias navegáveis,
ferrovias e rodovias federais, instalações de vias de
transbordo e de interface intermodal e instalações
portuárias fluviais e lacustres.

92 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o a s s i s t e n t e a d m i n i st ra t i v o 2
além disso, o dnit é o órgão da União competente para exercer as
atribuições elencadas no art. 21 do código de trânsito Brasileiro: nas
rodoviasfederais, eleéresponsávelpela aplicaçãodemultas por exces-
so de peso e/ou de velocidade, por meio dos postos de pesagem e
das lombadas eletrônicas.
dEPaRtaMEnto nacional dE inFRaEstRUtURa dE tRansPoRtE
(dnit). apresentação. disponível em: <http://www.dnit.gov.br/acesso-a-
informacao/insitucional>. acesso em: 26 mar. 2015.

Polícia Rodoviária Federal (PRF)


Aprincipalatividadeda Polícia Rodoviária Federalérealizarafiscalizaçãodasro-
dovias e estradas federais observando e fazendo cumprir nas estradas e rodovias o
Código Brasileiro de Trânsito (CBT), além da importante função de prestação de
serviço àsvítimasdeacidentesedeoutrasocorrências que aconteçamnasrodovias
federais.

© natasha Prado/ag. o dia/Futura Press

Ministério da agricultura, Pecuária e abastecimento (Mapa) e


agência nacional de vigilância sanitária (anvisa)
O Mapa é o Ministério do governo federal responsável pelas ações e implementações
de políticas públicas relativas ao setor de agricultura, pecuária e abastecimento.
Já a Anvisa, vinculada ao Ministério da Saúde, atua na área de alimentos e medi-
camentos: coordena, supervisiona e controla as atividades de registro, informações
e inspeção, controle de riscos e estabelecimento de normas e padrões. O objetivo é
garantir as ações de vigilância sanitária de alimentos, bebidas, águas envasadas, seus

a s s i s t e n t e a d m in i st ra t i v o 2 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o 93
insumos, suas embalagens, aditivos alimentares e coadjuvantes de tecnologia, limi-
tes de contaminantes e resíduos de medicamentos veterinários.
As duas instituições compartilham as ações anteriormente citadas e também com os
Estados e municípios, que integram o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária.
Assim, os dois órgãos são importantes para o transporte rodoviário de cargas, pois
são também responsáveis pelo estabelecimento de normas e pela fiscalização do
transporte de produtosagropecuários (Mapa) edealimentos, medicamentos, agro-
tóxicos etc. (Anvisa).
A regulamentação do setor de transportes no Brasil é feita por meio da Lei federal
no 11.442, de 5 de janeiro de 2007, que dispõe sobre o transporte coletivo rodoviá-
rio de cargas por conta de terceiros e mediante remuneração, conforme segue:

art. 1o. Esta lei dispõe sobre o transporte Rodoviário de cargas – tRc realizado em vias pÚblicas, no
território nacional, por conta de terceiros e mediante remuneração, os mecanismos de sua operação e a
responsabilidade do transportador.

§ 1o. no caso de transporte de produtos perigosos, será observado exclusivamente o disposto em lei fe-
deral, considerando-se as competências estabelecidas nos arts. 22 e 24 da lei no 10.233, de 5 de junho
de 2001. (incluído pela lei no 12.667, de 2012)

§ 2o (vEtado). (incluído pela lei no 12.667, de 2012)

art. 2o . a atividade econômica de que trata o art. 1o desta lei é de natureza comercial, exercida por pessoa
física ou jurídica em regime de livre concorrência, e depende de prévia inscrição do interessado em sua
exploração no Registro nacional de transportadores Rodoviários de cargas – RntRc da agência nacio-
nal de transportes terrestres – antt [...]
BRasil. lei no 11.442, de 5 de janeiro de 2007. disponível em: <http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11442.htm>. acesso em: 26 mar. 2015.

Existe uma legislação específica para o transporte de cargas perigosas, ou seja,


para o transporte dos considerados “produtos perigosos”. O governo federal san-
cionou, em 1988, o Regulamento para o Transporte Rodoviário de Produtos
Perigosos (Decreto no 96.044), ao qual foram adicionadas posteriormente algumas
instruções complementares por meio das Resoluções no 420, de 12 de fevereiro
de 2004, no 701, de 25 de agosto de 2004, e no 1.644, de 26 de setembro de 2006
da ANTT.
Váriosprodutospossuem orótulodeperigoso, sendo classificadosemnovecatego-
rias e simbolizados como segue:

94 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o a s s i s t e n t e a d m i n i st ra t i v o 2
CLASSE DE RISCO E RÓTULOS

daniel Beneventi
1 Explosivo 2 Gases 3 Líquidos
inflamáveis

1 2 2 2 3

4 Sólidos inflamáveis, substâncias sujeitas à combustão espontânea,


substâncias que em contato com água emitem gases inflamáveis

PERIGOSO
COMBUSTÃO SÓLIDO QUANDO
ESPONTÂNEA INFLAMÁVEL MOLHADO

4 4 4

5 Substâncias oxidantes 6 Substâncias tóxicas


e peróxidos orgânicos e substâncias infectantes

5.1 5.2 6 6

7 Materiais radioativos

RADIOATIVO RADIOATIVO RADIOATIVO


CONTEÚDO CONTEÚDO CO NTEÚDO
ATIVIDADE ATIVIDADE ATIVIDADE

7 7 7

8 Substâncias corrosivas 9 Substâncias e artigos perigosos diversos

8 9

Fontes: aGÊncia nacional dE tRansPoRtEs tERREstREs (antt). cartilha sobre o


transporte de produtos perigosos no Mercosul. 2012. disponível em: <http://www.antt.gov.br/
index.php/content/view/13101/cartilhas.html>. acesso em: 26 mar. 2015; . Resolução
no 420, de 12 de fevereiro de 2004. disponível em: <http://www.antt.gov.br/index.php/content/
view/1420/Resolucao_420.html>. acesso em: 22 abr. 2015.

96 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o a s s i s t e n t e a d m i n i st ra t i v o 2
documentação do transporte de carga
Outra questão que envolve o transporte de carga diz respeito a sua documentação.
Por isso, vamos estudar quais são os documentos essenciais para que o transporte
seja feito com segurança. Falaremos de três tipos de documentos: os do motorista,
os relativos ao veículo (caminhão) e à carga transportada.
Vamos então conhecer quais são os documentos solicitados para cada um desses
casos,e quejuntoscompõem adocumentaçãoobrigatoriamenteexigida, habilitan-
do o transportador para realizar seu trabalho de forma adequada.
Documentos do motorista
O motorista deve sempre estar de posse e apresentar quando solicitado apenas um
documento: a Carteira Nacional de Habilitação (CNH). As categorias que habilitam
o motorista a dirigir veículos próprios para o transporte de carga são C, D ou E.
O motorista deve se lembrar de portar com ele a CNH original, pois nenhum tipo
decópiaserá aceito. Além disso, éimportante estar atento paraa datade vencimen-
to do documento, para evitar problemas. Atualmente, a CNH apresenta foto de
identificação do motorista e também informações como RG e CPF, sendo, portan-
to, aceita como documento de identificação válido em todo o território nacional.
© denatran

© detran/sP

O novo modelo da CNH (à esquerda), com mais de 20 itens de segurança, substituirá gradualmente o modelo emitido
até 2015 (à direita).

a s s i s t e n t e a d m in i st ra t i v o 2 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o 95
Documentação da carga
A carga a ser transportada necessita de uma série de documentos que regularizam
sua movimentação, que serão apresentados a seguir de acordo com o tipo de carga
transportada: produtos não perigosos e produtos perigosos.
Transporte de produtos não perigosos

NOTA FISCAL Nº 001.457


X SAÍDA ENTRADA
Rua da Castanha, 277
São Paulo - SP
CEP 03742-019 1ª VIA
CNPJ
SAC (11) 0800-2323233
22.123.456/0001-99 DESTINATÁRIO/
NATUREZA DA OPERAÇÃO CFOP INSC. ESTADUAL DO SUBSTTRIBUTÁRIO INSCRIÇÃO ESTADUAL REMETENTE
Venda 5.405 235.469.874.578 DATA LIMITE
PARA EMISSÃO

DESTINATÁRIO/REMETENTE 00.00.00
NOME/RAZÃO SOCIAL CNPJ/CPF DATA DA EMISSÃO

Joselito Pintor 413.809.989-75 15/02/2015


ENDEREÇO BAIRRO/DISTRITO CEP DATA SAÍDA/ENTRADA

Rua Belas Artes, 357 AP 42 Vila Jurema 01536-002 15/02/2015


MUNICÍPIO FONE/FAX UF INSCRIÇÃO ESTADUAL HORA DASAÍDA

Monte Alto (19) 91234-5678 SP 12:54:03


FATURA

DADOS DO PRODUTO
ALÍQUOTAS
CÓDIGO SIT. VALOR VALOR
DESCRIÇÃO DOS PRODUTOS CF UNID. QUANTIDADE VALOR DO IPI
PRODUTO TRIB. UNITÁRIO TOTAL
ICMS IPI

001448 Cx. lápis de cor aquarelável 48c. 1 009 Unid 1 57,00 57,00 0,00 0,00 0,00
747545 Pincel 15 mm p/ aquarela 1 007 Unid 1 7,00 7,00 0,00 0,00 0,00

CÁLCULO DO IMPOSTO
BASE DE CALCULO DO ICMS VALOR DO ICMS BASE DE CÁLCULO ICMS SUBSTIT. VALOR DO ICMS SUBSTITUIÇÃO VALOR TOTAL PRODUTOS

64,00 0,00 0,00 0,00 64,00


VALOR DO FRETE VALOR DOSEGURO OUTRAS DESPESAS ACESSÓRIAS VALOR TOTAL DO IPI VALOR TOTALDANOTA

0,00 64,00
TRANSPORTADOR/VOLUMES TRANSPORTADOS
NOME/RAZÃO SOCIAL FRETE POR CONTA PLACA DO VEÍCULO UF CNPJ/CPF

1 EMITENTE
Transportadora Vaivém 2 DESTINATÁRIO 1 DAN 2302 SP 75.453.858/0001-45
ENDEREÇO MUNICÍPIO UF INSCRIÇÃO ESTADUAL

Rua das Encomendas, 745 São Paulo SP 8.974.517.548


QUANTIDADE ESPÉCIE MARCA NÚMERO PESO BRUTO PESO LÍQUIDO

1
DADOS ADICIONAIS
Nota Fiscal com dados e valores fictícios RESERVADO AOFISCO Nº DECONTROLE
DO FORMULÁRIO

DADOS DA AIDF E DO IMPRESSOR

RECEBEMOS DE (RAZÃO SOCIAL DO EMITENTE) OS PRODUTOS CONSTANTES DA NOTA FISCAL INDICADA AO LADO NOTA FISCAL
DATA DO RECEBIMENTO IDENTIFICAÇÃO E ASSINATURA DO RECEBEDOR

Nº 001.457

a s s i s t e n t e a d m in i st ra t i v o 2 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o 97

96 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o a s s i s t e n t e a d m i n i st ra t i v o 2
quanto mais distante e maior o tempo gasto para trans-
portar a carga, maior será o custo desse transporte. No
entanto, a distância é considerada fator preponderante na
definição doscustos, ficandoo tempoem segundo lugar.
As despesasnotransporte também podem ser divididas
em fixas e variáveis. Observe algumas delas:
Despesas fixas Despesas variáveis
seguro do veículo combustível

licenciamento e imposto sobre Propriedade de


Pagamento de pedágios
veículos automotores (iPva)

Pagamentodaprestaçãodefinanciamentoou
Pneus e óleo
empréstimo do veículo

salários,encargosebenefíciosdemotoristase
demaisdespesascommanutençãodoveículo
ajudantes

Assim, é possível observar que os custos variáveis são


aquelesrelacionadosàdistânciapercorridaparaareali-
zaçãodotransporte/frete. Jáoscustosfixossãodetermi-
nados independentemente da distância percorrida, ou
seja, não variam sendo a distância maior ou menor.

custos do frete
Vamos agora conhecer os principais conceitos envolvidos na
negociação de um frete. Primeiro, vamosver as definições
de cadaum dosagentesenvolvidosnessetipode serviço.
• Transportador – refere-se ao sujeito responsável por
realizar o transporte contratado pelo embarcador,
podendo ele ser um trabalhador autônomo ou uma
O Conhecimento de Transporte empresa de transporte, que receberá o frete como re-
Eletrônico (CT-e) é o documento mais
importante para a comprovação da muneração pelo trabalho realizado.
contratação do transportador pelo
embarcador. Para conhecer outras
informações fundamentais sobre o • Embarcador – essa denominação refere-se à empresa
transporte de cargas, você pode
acessar o material da ocupação de que necessita contratar algum tipo de transporte para
motorista de carga, do Arco
Ocupacional Transporte, no site do realizar a entrega das mercadorias e dos produtos co-
Programa Via Rápida Emprego.
Disponível em: mercializados a seus clientes, sendo a responsável pelo
<http://www.viarapida.sp.gov.br/>.
Acesso em: 26 mar. 2015. pagamento do frete.

102 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o a s s i s t e n t e a d m i n i st ra t i v o 2
A composição da tarifa a ser cobrada pelo serviço de transporte depende de cinco
fatores: frete-peso, frete-valor, taxas, Gerenciamento de Riscos (Gris) e pedágio. Veja
do que se trata cada um desses itens no quadro a seguir.

[...]parcelada tarifaquetemporfinalidaderemuneraro
transporte do bem entre os pontos de origem e de
destino. incluitantocustosdiretos quantocustos indiretos:
custos operacionais do veículo, despesas administrativas e
Frete-peso
de terminais,[custosde gerenciamentode riscos], custos
de capitaletaxa de lucrooperacional.asomadestes
constituiototaldocustooperacional,queéespecíficopara
cadatransportadoraeparacadatipodeserviçorealizado.

[...]é fundamentalparao equilíbrioentre custose receitas.


Proporcionalaovalordamercadoriatransportada,tem
comofinalidaderesguardaro transportador dos riscosde
Frete-valor (ou ad valorem)
acidentes e avarias envolvidos em sua atividade. tais riscos
sãoproporcionaisaotempoqueobemficaempoderda
empresa durantea operação de transporte [...]

[...] destinam-se a remunerar os serviços adicionais


necessários à prestação dos serviços. são cobradas apenas
Generalidades [taxas] quando os serviçoscorrespondentessão efetivamente
prestados. [Em alguns casos, variam com o peso
transportado.]

Gerenciamento de Riscos é representado por um


percentual(%)sobreovalorda nota Fiscal[...][etem
como] finalidade cobrir os custos específicos decorrentes
Gris das medidas de combate ao roubo de cargas,
notadamenteas de prevençãode risco[...],reduçãode
risco[...]e transferênciade riscos[...],alémdos custosde
mão de obra aplicada a essas atividades.

[Em rodovias sujeitas a pedágio, a lei federal] no 10.209


Pedágio tornouobrigatórioo fornecimentode vale-pedágioao
carreteiro e o repasse desta despesa ao embarcador. [...]

associaÇÃo nacional do tRansPoRtE dE caRGas E loGÍstica (ntc &


loGÍstica). Manual de cálculo de custos e formação de preços do transporte rodoviário de
cargas. 2014. disponível em: <http://www.portalntc.org.br/media/images/publicacoes/manual-
de-calculo-e-formacao-de-precos-rodoviario-2014/index.html>. acesso em: 26 mar. 2015.

Outro importante aspecto que deve ser do conhecimento do assistente administra-


tivo interessado em trabalhar em uma empresa de transportes diz respeito aos tri-
butos que esse serviço deve pagar.
Além do ICMS e do ISS, impostos já estudados na Unidade 7, são específicos do
serviço de transportes de carga o pagamento:

a s s i s t e n t e a d m in i st ra t i v o 2 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o 103
Etapas da verificação

verificação simples
© luciana cassia/latinsto ck

104 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o a s s i s t e n t e a d m i n i st ra t i v o 2
Inicialmente se costuma proceder a uma verificação simples, chamada “cega”, em
que se conferemapenasasquantidadesdascaixas ouembalagens entreguescomas
constantes na nota fiscal de entrega e do Manifesto de Carga, verificando assim se
os documentos estão de acordo com o pedido de compra de materiais.

conferência das embalagens recebidas


É importante que o motorista que fez o transporte da carga, e que é responsável por
ela, faça, após descarregar o caminhão, a conferência quantitativa da carga trans-
portada. Para tanto, pode-se preencher um formulário, como o do modelo a seguir,
para realizar o registro das informações.

© daniel Beneventi
CONFERÊNCIA DE QUANTIDADE
Fornecedor Nota Fiscal Nº Data

Código Material Quantidade contada

Observações:
Nome do conferente Assinatura Data
/ /

Posteriormente, as embalagens ou caixas são abertas para que se proceda a uma


verificaçãomaisdetalhada damercadoriaentregue– oque, dependendo daprática
adotadanaempresa e/ou dosvolumesrecebidos, pode ser feito poramostragem, ou
seja, apenas parte das embalagens são abertas para a conferência.
Existem produtos que demandam uma análise mais detalhada de sua qualidade
ou características e, nesses casos, são separadas amostras para serem analisadas
por técnicos ou por laboratórios de controle de qualidade. Dependendo do
produto, da empresa ou do fornecedor, essa inspeção pode ocorrer antes mesmo
da descarga, de modo a evitar o trabalho da recarga, caso o produto não seja
aprovado.
Um exemplo é o teste de impureza, em que é checada a proporção departículas
estranhas em algumas amostras do produto escolhidas ao acaso (aleatoriamente)
em pontos diferentes da carga.

a s s i s t e n t e a d m in i st ra t i v o 2 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o 105
© luciana cassia/latin stock

Finalizandoesse processo, ao se constatar que a carga transportada e entregueestá


deacordocomoestabelecidocomercialmente, ou seja, quea cargaentregueestáde
acordo com os padrões de qualidade, higiene e quantidade que foram solicitados,
realiza-se o procedimento conhecido como regularização da carga. Esse passo final
é da maior importância, pois dele depende a liberação do pagamento pelo trabalho
executado pelo motorista de carga.

Coleta de mercadorias
O segundo tipo de procedimento a ser realizado pelo motorista de carga no con-
texto de um armazém ou terminal de cargas é o de coleta de mercadorias. Esse
processo refere-se à retirada, à saída das mercadorias do armazém e ao respectivo
carregamento dos caminhões que vão transportá-las.
É, portanto, o processo inverso do que você acabou de estudar.
Esse procedimento começa dentro do armazém ou do depósito de onde as merca-
dorias serão coletadas. Em muitas empresas, existem esteiras rolantes que auxiliam
otrânsitodosprodutosnessaetapaecolaboramparaminimizardanosno manuseio,
ao mesmo tempo que facilitam o trabalho dos operadores, conduzindo os volumes
emdireçãodasrespectivas docasparaaoperaçãodecarga ou controlando automa-
ticamente os produtos que são encaminhados para aseparação.
A etapa da separação é feita tanto tendo como ponto de partida um pedido indivi-
dual quanto a partir de um produto para vários pedidos, conjuntamente.

106 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o a s s i s t e n t e a d m i n i st ra t i v o 2
No primeiro caso, toma-se o pedido em mãos e se procede à separação de todos os
seus itens; no segundo caso, toma-se um produto e ele é separado para todos os pe-
didos. É como se você fosse ao supermercado realizar compras para duas famílias:
você pode pegar um carrinho e apanhar todos os produtos da lista e, depois, pegar
outro carrinho e percorrer novamente todo o supermercado recolhendo eventualmen-
te vários produtos iguais; ou pegar um carrinho e recolher os produtos das duas
compras deumaúnicaveze, sendonecessário, pegaroutrocarrinhopara completar
as compras. Aescolhaporuma ou outraopçãoprovavelmente decorrerá da varieda-
de de produtos de cada compra – se são muitos ou poucos produtos iguais – ou da
quantidade de itens de cada uma.
Feita a separação, os produtos são embalados, não necessariamente apenas
quando enviados para fora da empresa – há produtos que devem estar perfei-
tamente embalados, mesmo em pequenas movimentações dentro da própria
empresa –, sendo então encaminhados à expedição.

©simon dawson/Bloomberg/Getty images

Aetapa seguinte consistenaconferênciaenocarregamentodacarga, para que esta


possa então ser transportada ao cliente que asolicitou.
Os paletes são estrados quadrados, de madeira ou plástico. Sobre eles, podem ser
acomodadas eempilhadas embalagens, caixas, fardos etc., permitindo padronizar
os volumes que serão transportados juntocom o própriopalete e facilitando a orga-
nização das mercadorias.

a s s i s t e n t e a d m in i st ra t i v o 2 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o 107
Elespodem ser acessadospordois lados (duasentradas)
ou pelos quatro lados (quatro entradas), sendo de uso
contínuo ou descartáveis (one way), de uma ou duas faces
(só a parte de cima é lisa ou tanto a de cima quanto a de
baixo são lisas) e mais ou menos reforçados, com a ca-
pacidade de aguentar diferentes pesos.

Foto s: © Renato viotti/latinstock

Palete de dois lados.

Palete de quatro lados.

Orientações para a realização dos


procedimentos tanto de carga
quanto de descarga de materiais
em armazéns:
• organizar, semprequepossível,
as unidadesde carga paletizadas;
• reduzir amovimentação
manual das cargas;
• não empilhar as mercadorias
e os produtos diretamente no Palete plástico termoformado.
piso do armazém;
• observar o peso máximo de 20 kg
para o transporte manual de cargas;
• observar sempre as condiçõesdos
equipamentos de movimentação
utilizados nesses armazéns, atentando
ainda para que esses mesmos
equipamentos sejam sempre utilizados
seguindo as normas técnicas
estabelecidas, para que não haja
nenhum tipo de acidente ou prejuízo;
• enquanto estiver em operação
dentro de um armazém, o trabalhador
deve ficar sempre atento às suas
ações e às dos demais que estão
trabalhando ao redor, evitando assim
riscos de acidentes. Palete de uma face não reversível.

108 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o a s s i s t e n t e a d m i n i st ra t i v o 2
Procedimentos internos da empresa
Para finalizar, você vai conhecer os procedimentos que devem ser realizados
internamente na empresa para que todo o processo de transporte de cargas e
mercadorias, descrito anteriormente, possa acontecer. É fundamental que o as-
sistente administrativo conheça todas essas rotinas e as respectivas atividades
que as acompanham.

Etapa Descrição

É uma das etapas maisimportantes dentro de umatransportadora.


Processo de coleta
Umacoletabem-feitaéessencialparaobomatendimento aocliente.

Éoregistrodo atendimentoao clienteepermiteorecolhimentode


dados essenciais para que a coleta propriamente dita possa ser
solicitação de coleta realizada.a equipede coletadeve,assimque recebera solicitação,
confirmar se há alguma irregularidade ou necessidade de equipamento
suplementar paraefetuá-la.

identificação da Paraqueamercadoriapossaserrastreadaédeextremaimportância
Mercadoria que seja realizada a identificação das mercadorias.

Éfundamentalaconferênciadaquantidadedevolumes,verificando
conferência da nota
assimse a quantidadecoletadaestá de acordocom os dizeres da
Fiscal
nota fiscal.

Épermitidooenviode mercadorias de Pessoa Jurídica(PJ)para


cliente Pessoa Física PessoaFísica(PF)comnotafiscal, desdeque nãosejammuitos
volumes ou que caracterizem comércio.

Faz-se necessário para resguardar o transporte de objetos particulares


de pessoas não obrigadas à emissão de nota fiscal, conforme
legislação de cada Unidade Federal (UF), sendo imprescindível ser
preenchido e assinado pelo remetente de próprio punho.
ovalormáximoaceitoé de R$ 500,00pordeclaração.Esta
declaração, feita pelo declarante, nãopoderáomitir o valor da
declaração de conteÚdo mercadoria. caso a mercadoria tenha valor nominal superior ao
e valor estabelecido ela não poderá ser transportada.
UFsquepermitemotransporte de objetos por meiodestadeclaração:
sP e PR.
UFsquenãoaceitamestadeclaraçãoeportantoénecessárioanota
FiscalavulsaadquiridanasecretariadaFazendadoEstadopara
acobertaros objetosparaotransporte: MG, Rs, sc,Go,dF e Ms.

a s s i s t e n t e a d m in i st ra t i v o 2 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o 109
Etapa Descrição

noato dacoleta,deveráserverificadoseotipo demercadoriapoderá


sertransportado, levando em consideraçãoo seguinte:
• Mercadoria deve ser compatível com a operação.
• Mercadorianãodeveconter nenhum tipo de restriçãoparao
transporte.
• Mercadoriadeveestardentro dos padrõespredeterminados.
• Éproibidootransportede ProdutosPerigososrelacionadosna
tabelada onU,a não serquetodas as exigênciasestejamde acordo
tipos de Mercadorias para o transporte deste tipo de mercadoria.
• Éprecisoverificarseamercadoriaasertransportadapossuialgum
valor sentimental, como antiguidades, por exemplo.
• Éde fundamentalimportânciaverificarnãose tratarde mercadoria
consideradailegal.Eseafirmativa,otransportedeveserrecusado.
• É proibido o transporte de mercadoria incompatível com a
operação,pornãopermitirema presençadeoutros produtos,não
permitiremoempilhamentoouquetenhamaltoriscodeavariar
outras mercadorias etc.

documento que isenta a empresa de responsabilidade de


indenizaçõespelaperdatotalouparcialdamercadoriaentregueparao
despacho, seporventurasofrerduranteotransporteavaria em razão
de suanatureza.
como exemplo destes tipos de mercadorias, podemos citar:
• Vidros ou peças com vidros
termo de • Farol
Responsabilidade • Geladeira
• Instrumentos musicais
• Peças de granito
• Chapas de inox
• Mercadorias com mais de 6 (seis) metros
• Mercadorias de difícilmanuseio

a entregaé a etapa finaldo trabalhode umatransportadora e é o


Processo de Entrega
processoquecontribuidiretamenteparaa fidelizaçãode clientes.

1100 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o a s s is t e n te a d m i n i s t r a t i v o 2
Etapa Descrição
o comprovantede entrega é o registro de que todo o trabalho de uma
transportadora foi realizado por completo e de acordo com o
combinado,porisso,eleéonossodocumentomaisimportante.
nestecomprovantede entregadevemconstarosseguintesdadosde
comprovante de Entrega quem efetivamente recebeu a mercadoria:
• PessoaFísica– data, assinatura,hora, nomelegívele nº do RG.
• PessoaJurídica– data,carimbodaempresa,nomelegível,
assinatura e hora.

de uma maneirabem simples, é a formade programaras entregase


coletasdentrodeumadeterminadaregiãoou área,partindoda base
operacional da empresa e retornando a mesma, sendo que o
motoristatenhacondiçõesderealizarasoperaçõesdentrodotempo
Roteirização previsto e com a menor quilometragem possível.
as empresas transportadoras, geralmente, contam com um
profissionalquepossuibonsconhecimentosdacidadequantoa
bairroseruasetrabalhamcomaajudade guiasde ruasimpressos ou
eletrônicos,efazemuso doscódigosdeendereçamentopostal(cEP).

trata-se de ficha onde constam as orientações de percurso para o


motorista, locais onde poderápernoitar,comomantercontatocoma
Plano de viagem
empresasobreaviagem,telefonesdeemergência,quaisasentregas
deverão ser realizadas e prioridades.

a Pagar– pelodestinatário: significaquea transportadoraainda não


recebeu o pagamento pelo serviço prestado.
Pago – pelo cliente: significa que a transportadora já recebeu.
À vista: pago peloremetente no atoda entregada mercadoriana
tipos de Frete transportadora.
Geralmentesãoutilizadasasseguintessiglasparaidentificaro tipo
de frete:
ciF– Fretea pagar no remetente. FoB–
Freteapagarnodestinatário.

Parafechamentodaprestaçãodecontastodososdocumentos,
cheques, dinheiro, ctRcs, que ficaram para resolução de problemas
Prestação de contas ou que precisarão ser reprogramados, devem ser entregues para que
sejafeitaaconferênciaetomadasasdevidasprovidênciaspara
finalização desteprocesso.

todos os veículos utilizados pela empresa devem ser rastreados e


Rastreamento e monitoradospor umacentralde Monitoramentoatravés de sistemas
Monitoramento satelitais,etodaequipeenvolvidanesteprocedimentodeveser
treinada econstantemente atualizada.

sERviÇo social do tRansPoRtE (sEst); sERviÇo nacional dE aPREndiZaGEM


do tRansPoRtE (sEnat). curso de formação básica para assistente administrativo no
transporte rodoviário de cargas, 2011. p. 71-4.

a s s i s t e n t e a d m in i st ra t i v o 2 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o 111
atividade 1
revendo o que aprendi sobre o setor de transportes

Para reforçar o aprendizado relativo ao trabalho do assistente administrativo nas


empresas de transporte, responda às seguintesquestões:

1. Quais são as principais áreas que compõem uma empresa de transportes? Rela-
cione asprincipais responsabilidades de cada uma delas.

2. Quais são os principais órgãos de regulação e fiscalização do transporte rodoviário?

3. Identifique os principais documentos relacionados ao transporte de cargas não


perigosas.

112 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o a s s i s t e n t e a d m i n i st ra t i v o 2

112 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o a s s i s t e n t e a d m i n i st ra t i v o 2
4. Quaissãoas principais etapas que aempresadetransportesdeveseguirnapres-
tação do serviço de transporte de uma carga?

© Franck Boston/123RF
a s s i s t e n t e a d m in i st ra t i v o 2 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o 113
114 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o a s s i s t e n t e a d m i n i st ra t i v o 2
Un Idade 12
REVENDO SEUS
CONHECIMENTO
S
Estamos chegando ao fim deste curso.
É hora de rever aquilo que você aprendeu nesse tempo no qual
se dedicou à formação básica na ocupação de assistente admi-
nistrativo.
É importante que você consiga identificar o que sabe em relação
a essa ocupação e que se sinta preparado para buscar uma vaga
no mercado de trabalho em uma empresa ou em algum dos
outros espaços nos quais os conhecimentos desse profissional
são requisitados.
Vamos, então, retomar o que você aprendeu.

atividade 1
r evisite seus ConheCimentos

Na Unidade 2, você refletiu sobre o que sabia inicialmente a


respeitodas atividadesqueoassistenteadministrativo realiza,
indicando o que sabia ou não fazer. Agora, vai pensar novamen-
te sobre esse assunto e listar o que aprendeu no curso.
Essa será a base tanto para você fazer seu currículo e entrar no
mercado de trabalho como para identificar lacunas e buscar
novas formas de aprimoramento na ocupação.
Se você quiser, consulte o site da Classificação Brasileira de Ocupa-
ções(CBO)(disponívelem:<http://www.mtecbo.gov.br>;acesso
em: 26 mar. 2015)paraverificar, mais uma vez, oque se esperade
um trabalhador nessaocupação.
O que ainda preciso
O que já sabia fazer O que aprendi no curso
aprimorar/aprender

O importante é não ficar parado


Analisando a última coluna do quadro da Atividade 1, há conhecimentos que você
considera necessário aprimorar ou adquirir? Sim? Isso é normal, e esse fato não deve
desanimá-lo. Partedosconhecimentos sobrea ocupaçãovocê aprenderána prática,
com a experiência. Outra parte você vai adquirir de outras maneiras.
Assim, planeje o que fará para dar sequência a seu aprendizado e ampliar seus co-
nhecimentos:
• vai voltar a estudar;
• vai procurar um novo curso nessa área;
• vai ler revistas ou livros especializados;

• vai pesquisar mais informações sobre as práticas administrativa na internet.


Só você poderá escolher o que fazer. Não há regras sobre o que é certo ou errado
nessa hora. O importante é não deixar o tempo passar, para não perder o ânimo, e
se programar para realizar as atividades escolhidas de forma organizada.

116 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o a s s i s t e n t e a d m i n i st ra t i v o 2
O planejamento é um instrumento que deve ser revisto
de tempos em tempos, para não se tornar ultrapassado.
Ações e prazos podem, e devem, ser sempre atualizados.
Nãoadiantaprevermuitasaçõesdifíceis deexecutar. A
chance de você desanimar nesse caso é muito grande.

atividade 2
planeje seus próximos aprendizados

Para fazer seu planejamento, utilize o quadro a seguir.

O que fazer? Por quê? Como? Quando?

A preparação para o mercado de


trabalho
Além de aprimorar seus aprendizados, você deve prepa-
rar-se para obter um lugar no mercado de trabalho.
Paraajudarnaprocurado emprego, é importante deixar
seus documentos em ordem. A indicação (o famoso “boca a boca”)
é uma das formas pelas quais as
pessoas mais conseguem
Paraisso, oprimeiropassoéorganizaroscomprovantes emprego ou se tornam conhecidas
pelo seu trabalho.
de tudo o que você sabe fazer ou já fez que esteja ligado
ao trabalho de assistente administrativo.

a s s i s t e n t e a d m in i st ra t i v o 2 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o 117
• cartas de recomendação;

• documentos pessoais.
Além do portfólio, você tem de fazer um currículo. Nele
você vai elaborar um resumo de tudo o que já fez, o que
sabe e o que pretende fazer.
Em português, é melhor usar o termo currículo, em vez
de curriculum ou curriculum vitae.
Antigamente, os currículos eram extensos, e todas as
informações constantes dele eram muito detalhadas.
Algumas pessoasatéinventavamdadospara tornarseu
currículo mais interessante.
Hoje, os currículos são curtos e objetivos. Vão direto ao
assuntoe,depreferência, ressaltamossabereseaspráti-
cas relacionados à ocupação ou ao cargo que a pessoa
pretende exercer.
Para tornar sua apresentação mais adequada, os dados
que sempre devem constar do currículosão:

a) Nome.
b) Dadospessoais(incluaapenasseuendereçocompletoe
idade; não precisa colocar estado civil, filhos etc. – essas
informações só devem aparecer se forem importantes
paraocargo oufunçãoquevocêtem intençãodeocupar).

118 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o a s s i s t e n t e a d m i n i st ra t i v o 2
c) Objetivo, ou seja, a vaga em que você estáinteressado.
d) Seus saberes e práticas mais adequados ao trabalhopretendido.
e) Históricoprofissional, isto é, os trabalhos que já teve. Se vocênão teve emprego
formal, escreva: “Principais experiências”. Siga a ordem cronológica inversa:
comece pelo mais atual e siga em ordem até o mais antigo.
f) Escolaridadeecursos, lembrandoque, nesse item, valequalquercursoquevocê
tenha frequentado – de idiomas, computação, oficinas de qualificação profissio-
nal relacionadas a suas áreas de interesse etc.
g) Trabalhos voluntários, passatempos e áreas de interesse.
h) Data (o dia da elaboração do currículo).
i) Assinatura.

atividade 3
C omo fazer um CurríCulo

1. Com base nas informações anteriores, elabore uma primeira versão de seu cur-
rículo.

a s s i s t e n t e a d m in i st ra t i v o 2 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o 119
2. Troqueideias com os colegas e o monitor, verificando se há alguma mudança a
fazer.

3. Agora, no laboratório de informática, digite e formate seu currículo no compu-


tador, deixando-o apresentável para que seja enviado a possíveis empregadores.

Última etapa
A última etapa a enfrentar é a entrevista ou seleção para o emprego que você pre-
tende.
Ao procurar um escritório, por exemplo, é provável que tenha de fazer uma entre-
vista, na qual vai relatar sua vida e sua experiência profissional.
Dependendo do tamanho e das características da empresa, a entrevista vai ser mais
ou menos formal e ter uma ou mais etapas. Em empresas maiores, o clima costuma
ser mais formal, e o processo de seleção, mais demorado. De qualquer forma, não se
intimide na entrevista. Procure mostrar o que sabe com tranquilidade.
Veja alguns princípios que poderão ajudá-lo:
• Itrnafboarm
lhae-msenaenlateestsco.bre a empresa: onde é, como se organiza, quantas pessoas

118 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o a s s i s t e n t e a d m i n i st ra t i v o 2
118 A R C o O C U PA C I O N A L A d m i n i s tr A ç ã o a s s i s t e n t e a d m i n i st ra t i v o 2
Técnico em Administração

Empreendedorismo

Inconfidentes
2014
EMPREENDEDORISMO

“ O empreendedorismo é uma revolução silenciosa, que será para o século XXI


mais do que a revolução industrial foi para o século XX.”

Jeffry Timmons, 1990

2
3
Empreendedorismo

O Empreendedorismo é a capacidade de agir para tornar real seus sonhos e fazer com que seus
sonhos, visões e projetos se tornem realidade. É utilizar a própria capacidade de combinar recursos
produtivos – capital, matéria prima e trabalho – para realizar obras, fabricar produtos e prestar serviços
destinados a satisfazer necessidade de pessoas.
O cientista americano Thomas Alva Edison pode ser tomado como um
exemplo clássico de empreendedor. Muitos dos produtos por ele criados foram o
início de indústrias (não no sentido de fábricas, mas de setores de negócios)
importantes para o século XX, sendo ainda importantes hoje em dia. A lâmpada
elétrica originou a indústria da iluminação pública e doméstica; a invenção do
fonógrafo possibilitou o surgimento da indústria fonográfica e o cinematógrafo,
como você já deve ter adivinhado, possibilitou a introdução do cinema como
entretenimento.
O Empreendedorismo é a força que existe por trás da inovação e do crescimento sustentável na
maioria das economias prósperas. Através dele, novas idéias e abordagens, tecnologias avançadas,
ferramentas para incremento da produtividade e produtos de alto valor agregado são continuamente
introduzido nos negócios e nos mercados, contribuindo fortemente para a permanência da mudança na
sociedade.
O empreendedorismo gera um auto grau de realização pessoal, esse é
mais um fator para se estimular o empreendedorismo.

Algumas invenções e conquistas do século XX

1903: Avião motorizado


1915: Teoria geral da relatividade de Einstein
1923: Aparelho televisor
1928: Penicilina
1937: Nylon
1943: Computador
1945: Bomba atômica
1947: Descoberta da estrutura do DNA abre caminho para a engenharia genética
1957: Sputnik, o primeiro satélite
1958: Laser
1961: O homem vai ao espaço
1967: Transplante de coração
1969: O homem chega à lua; início da Internet, Boeing 747
1970: Microprocessador
1989: Word wide Web
1993: Clonagem de embriões humanos
1997: Primeiro animal clonado: a ovelha Dolly
2000: Seqüenciamento do genoma humano

O mundo tem passado por várias transformações em curtos períodos de tempo, principalmente
no século XX, quando foi criada a maioria das invenções que revolucionaram o estilo de vida das
pessoas. Geralmente essas invenções são frutos de inovação, de algo inédito ou de uma nova visão de
como utilizar coisas já existentes, mas que ninguém anteriormente ousou olhar de outra maneira.

4
Por trás dessas invenções, existem pessoas ou equipes de pessoas com características especiais,
que são visionárias, que questionam, que arriscam, que querem algo diferente, que fazem acontecer,
que empreendem. Os empreendedores são pessoas diferenciadas, que possuem motivação singular,
apaixonadas pelo que fazem, não se contentam em ser mais um na multidão, querem ser reconhecidas
e admiradas, referenciadas e imitadas, querem deixar um legado. Uma vez os empreendedores estão
revolucionando o mundo, seu comportamento e o próprio processo empreendedor devem ser estudados
e entendidos.
Alguns conceitos administrativos predominaram em determinados períodos do século XX, em
virtude de contextos sócio-políticos, culturais, de desenvolvimento tecnológico, de desenvolvimento e
consolidação do capitalismo, entre outros.
O papel do empreendedor foi sempre fundamental na sociedade. Então, por que o ensino do
empreendedorismo está se intensificando agora? O que é diferente do passado? Ora, o que é diferente
é que o avanço tecnológico tem sido de tal ordem que requer um número muito maior de
empreendedores. A economia e os meios de produção e serviços também se sofisticaram, de forma que
hoje existe a necessidade de se formalizar conhecimentos, que eram apenas obtidos empiricamente no
passado. Portanto, a ênfase em empreendedorismo surge muito mais como conseqüência das
mudanças tecnológicas e sua rapidez, e não apenas como um modismo. A competição na economia
também força novos empresários a adotar paradigmas diferentes.
Paradigma é a palavra utilizada para designar uma maneira de pensar ou agir
num determinado contexto ou época. Ou seja, é um modelo ou padrão seguido
pela maioria das pessoas. O termo também se refere a uma escola ou linha de
pensamento científico ou filosófico. Um exemplo para uma melhor
compreensão pode ser dado na física. Até o início do século XX o paradigma
existente era a física newtoniana (do físico britânico Isaac Newton [1642-
1727]). Com a publicação dos trabalhos de Albert Einstein (1879-1955) nos
primeiros anos do século XX, esse paradigma mudou – houve uma ruptura ou
quebra do paradigma anterior.
Por isso, o momento atual pode ser chamado de a era do empreendedorismo, pois são os
empreendedores que estão eliminando barreiras comerciais e culturais, encurtando distâncias,
globalizando e renovando os conceitos econômicos, criando novas relações de trabalho e novos
empregos, quebrando paradigmas e gerando riqueza para a sociedade.

Paradigmas

A percepção é o processo pelo qual a pessoa organiza, interpreta e traduz as informações que
vem através dos órgãos dos sentidos. A percepção é a base da compreensão do comportamento porque
é por meio do processo perceptivo que as pessoas constroem a sua própria realidade. É com base no
que é percebido que elas raciocinam, tomam decisões e agem.
Nossa percepção do mundo à nossa volta é amplamente guiada por nosso conhecimento
estruturado sobre o mundo, e sobre as coisas e pessoas que encontramos nele. Essas estruturas de
conhecimento, tipicamente chamadas de paradigmas (ou esquemas) e metáforas dominantes, nos
ajudam a identificar coisas (categorias) e a determinar o que elas significam e como nós devemos
responder a elas.

“Paradigma é a forma como você percebe o mundo. No entanto, ele está para você da mesma forma
como a água está para o peixe. O peixe não sabe que está dentro dela até que o tirem para fora.”
Adam Smith

Com essa frase, o economista inglês do século XVIII nos convida a pensar fora da caixa, isto é, a
percorrer os caminhos nunca dantes trilhados e a olhar o mundo sempre com novos olhos.

5
Paradigmas nos Negócios

Em 1979, os suíços detinham 90% do faturamento do mercado de relógio do mundo. Um dia,


um técnico de uma das maiores empresas fabricantes de relógio na suíça apresentou a seu chefe um
novo modelo que ele tinha inventado: o relógio eletrônico a quartz. O chefe olhou para o protótipo e
disse: “Isto não é relógio; não tem corda, nem molas, nem rubis”.

Os japoneses e norte-americanos tomaram conta do mercado, lançando o relógio eletrônico. Os


90% que os suíços detinham ficaram reduzidos a 15%. Em apenas três anos, 50 mil funcionários
perderam o emprego na indústria relojoeira suíça.

Paradoxo: Quem descobriu o relógio eletrônico a quartzo foi um suíço. O problema é que quando o
paradigma muda, o conhecimento anterior vai à zero. Toda aquela tecnologia aprendida durante anos
de confecção de relógio mecânico não serviria muito para a produção dos novos relógios.

Resolução visual

O que você vê na figura A? Quantas bolas pretas você consegue enxergar na figura B

Henry Ford se achou um gênio de marketing lançando uma campanha


massificada de padronização da cor preta.

Motivo real: Secagem mais rápida.

Willian Durant, pequeno empresário, lançou a flexibilidade de opção de


cores. Buscou também um mecânico suíço, Louis Chevrolet. Desta
associação nasce a General Motors.

6
Razões do Empreendedorismo
O empreendedorismo busca a auto-realização de quem utiliza este método de trabalho,
estimulando o desenvolvimento como um todo e o desenvolvimento local, apoiando a pequena
empresa, ampliando a base tecnológica, criando empregos, evitando armadilhas no mercado que está
incidindo. Com isso em mente, é preciso reorientar o ensino brasileiro para a velocidade nas
mudanças, novas tendências internacionais, adaptando-se ao novo mercado, com ética e cidadania.

Segue abaixo um quadro mostrando as diferenças entre os diversos atores no contexto


do empreendedorismo:

Partes envolvidas
Características Gerente Empreendedor Intraempreendedor
Liberdade de ação, Auto- Liberdade de ação e
Motivação Poder
motivação recompensa Organizacional
Arregaça as mangas,
Actividades Delega a sua autoridade Delega mas colabora
Colabora com os outros
Negócios, Gerência e Empreendedor com mais
Competência Administração, Política
Política habilidade Política
Acontecimentos Dentro e fora da empresa,
Interesses Tecnologia e mercado
internos da empresa mercado
Erros são evitados, mas
Erros Evitar erros Aprendizagem com erros
aprende-se com eles
Interage do assunto para Visão e decisão própria,
Decisões Fundamentação
depois delegar Acção versus Discussão
Se o sistema não o satisfaz, Acomoda-se ou provoca curto-
Sistema Burocracia o satisfaz
constrói o seu circuito
Relações Hierarquia Negociação Hierarquia "amiga

7
A Revolução do Empreendedorismo

Empreendedorismo segundo alguns autores

Mas, afinal qual é a melhor definição para empreendedorismo? Muitas são as definições, mas
talvez uma das mais antigas e que talvez melhor reflita o espírito empreendedor seja a de Joseph
Shumpeter(1942):

“O empreendedor é aquele que destrói a ordem econômica existente pela introdução de novos
produtos e serviços, pela criação de novas formas de organização ou pela exploração de novos
recursos e materiais.”
Essa definição moderna de empreendedorismo foi cunhada pelo economista de origem austro-húngara
Joseph Schumpeter (1883-1950) em seu livro de 1942 Capitalismo, Socialismo e Democracia, no qual
expunha a sua teoria da Destruição Criativa ou Destruição Criadora.

Para Schumpeter, toda inovação introduzida no mercado é entendida como um


ato empreendedor, realizada por um empresário empreendedor na busca de lucro,
entendido pelo autor não só como a remuneração do capital investido, mas daquilo
que ele descrevia como lucro extraordinário, isto é, um lucro acima da média do
mercado que facilitaria novos investimentos produtivos e alimentaria a economia.
Como veremos adiante, a inovação era central ao pensamento de Schumpeter e
é fundamental para o empreendedorismo.
Outra contribuição importante de Schumpeter é o conceito de destruição
criadora, na qual a economia é sacudida cada vez que uma inovação radical é
introduzida, com o declínio dos detentores de tecnologias e processos antigos e a
ascensão dos inovadores, até que estes sejam, por sua vez, suplantados pelos novos
inovadores do momento. Para um melhor entendimento do conceito, basta pensar o
que aconteceu com a Europa do século XVI com as Grandes Navegações. Dois
países pequenos e inovadores introduziram novos tipos e navio e dispositivos
tecnológicos de navegação como a bússola, que permitiam a navegação longe da
costa e deslocaram o fluxo de riqueza das rotas mediterrâneas, dominadas pelas
repúblicas italianas de Veneza e Gênova, para as rotas atlânticas das Américas,
África e Índia, causando o declínio do poderio veneziano e genovês. Olhando para o
presente, analise o impacto da internet nos negócios e, extrapolando o raciocínio para
o futuro, pense no impacto gerado por uma exploração espacial bensucedida na
economia global.
[Veja uma discussão mais aprofundada sobre Schumpeter e destruição criadora na plataforma da
disciplina.]

Kirzne (1973) colocar a referência completa ao final tem uma abordagem diferente. Para esse
autor, o empreendedor é aquele que cria um equilíbrio, encontrando uma posição clara e positiva em
um ambiente de caos e turbulência, ou seja, identifica oportunidades na ordem presente. Porém, ambos
são enfáticos em afirmar que o empreendedor é um exímio identificador de oportunidades, sendo um
indivíduo curioso e atento a informações, pois sabe que suas chances melhoram quando seu
conhecimento aumenta.

8
De acordo com Shumpeter, o empreendedor é mais conhecido como aquele que cria novos
negócios, mas pode também inovar dentro de negócios já existentes; ou seja, é possível ser
empreendedor dentro de empresas já constituídas.
Então o empreendedor é aquele que detecta uma oportunidade e cria um negócio para capitalizar
sobre ela, assumindo riscos calculados. Em qualquer definição de empreendedorismo encontram-se,
pelo menos, os seguintes aspectos referentes ao empreendedor:

1. iniciativa para criar um novo negócio e paixão pelo que faz.


2. utiliza os recursos disponíveis de forma criativa, transformando o ambiente
social e econômico onde vive.
3. aceita assumir os riscos e a possibilidade de fracassar.

O processo empreendedor envolve todas as funções, atividades e ações associadas com a


criação de novas empresas. Em primeiro lugar, o empreendedorismo envolve o processo de criação de
algo novo, de valor. Em segundo, o empreendedorismo requer a devoção, o comprometimento de
tempo e o esforço necessário para fazer a empresa crescer. E em terceiro, o empreendedorismo requer
ousadia, que se assumam riscos calculados, que se tomem decisões críticas e que não se desanime com
as falhas e erros.
Observe que empreender é correr um risco calculado na busca de resultados
almejados. O risco, embora exista, é calculado pelo empreendedor, que buscará
informação, de modo a diminuí-lo ao mínimo tolerável para a obtenção dos resultados
desejados.

O empreendedor revolucionário é aquele que cria novos mercados, ou seja, o


indivíduo que cria algo único, como foi o caso de Steve Jobs, criador da Apple e da revolução dos
computadores pessoais. É interessante notar que Bill Gates, criador da Microsoft, e do sistema
operacional Windows pouco teria a fazer sem que houvesse computadores para o seu sistema. O
próprio sistema Windows foi alvo de processos de cópia por parte da Apple durante anos, sob a
alegação de que os ícones de pastas, documentos, etc eram parte do sistema operacional dos
computadores Apple.
Você pode assistir ao filme “Piratas do Vale do Silício” para ter uma ideia de como essa revolução
começou. Assistindo ao filme, observe também os paradigmas existentes.

BURKE, Martyn. Piratas do Vale do Silício. Estados Unidos, 1999. 95min.

Os dois exemplos acima servem para definir o conceito de inovação radical – a criação de algo
inexistente anteriormente, e da inovação incremental, na qual se adiciona algo a uma coisa
previamente existente. A fronteira entre a inovação radical e a incremental pode ficar meio confusa,
quando se considera que ciência e tecnologia existem geralmente sobre bases existentes anteriormente.
A inovação de Steve Jobs foi diminuir o tamanho dos computadores existentes, que podiam
ocupar um andar inteiro de um edifício para um conjunto que cabia em uma escrivaninha. Essa
diminuição é que possibilitou um maior acesso ao uso dos computadores e a revolução que se seguiu.
No entanto, a maioria dos empreendedores cria negócios em mercados já existentes, não
deixando de ser bem-sucedidos por isso.

Conceitos/significados de empreendedorismo/empreendedor

✓ Dicionário Aurélio: Empreender – 1. Propor-se, tentar (ação, empresa laboriosa e


difícil). 2. Pôr em execução.

✓ Definição via Web site http://www.priberam.com – v.tr.: tentar, experimentar, decidir-


se a fazer alguma coisa; resolver; pôr em execução; v. int.: cismar, sentir apreensões.

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✓ “É o indivíduo capaz de identificar oprtunidade em seu ambiente atual, mesmo em
meio a crises”. (Kirner, 1973)

Curiosidade: Para aqueles que gostam de ficção científica, o nome


Enterprise, dado à nave interplanetária da série de tv e dos filmes Jornada nas
Estrelas, refere-se ao substantivo/verbo empreendimento/empreender na língua
inglesa. De fato, lançar-se ao espaço em busca de outros planetas e povos é um
empreendimento e tanto, não é mesmo?

Conceitos e definições

Empreendedorismo é um “fenômeno cultural, expressão dos hábitos, práticas e valores das pessoas”.

Os empresários de sucessos são influenciados por empreendedores de seu círculo de relações


(família, amigos) ou por líderes ou figuras importantes, tomados como “modelos”.

Como informado acima, o empreendedorismo é um fenômeno cultural, ou seja, é fruto dos


hábitos, práticas e valores das pessoas. Existem famílias mais empreendedoras do que outras, assim
como cidades, regiões, países. Na verdade aprende-se a ser empreendedor pela convivência com
outros empreendedores em um clima em que ser dono do próprio nariz, ter um negócio é considerado
algo muito positivo.

Consideramos três níveis de relações, o primário, o secundário e o terciário:

Nível Primário: Familiares e conhecidos, ligações em torno de mais de uma atividade (é a principal
fonte de formação de empreendedores).
Nível Secundário: Ligações em torno de determinada atividade, redes de ligações.
Nível Terciário: Cursos, livros, viagens, feiras e congressos.

É comum ouvirmos que um empresário nasce feito, como um artista. Ambas as


afirmações estão erradas. Um músico ou pintor se forma a custa de muito esforço e
exercícios constantes. O mesmo pode ser dito sobre um empreendedor. Há métodos e
técnicas que podem ser aprendidos e praticados.

O que é ser EMPREENDEDOR?

Inovador do ambiente

Conceito: Empreendedor é aquele que utiliza sua imaginação e sua capacidade de fixar metas para
seus desenvolvimentos com a finalidade de alcançar suas visões.

“Alguns homens vêem as coisas como são, e perguntam: “Por quê?”. Eu sonho com as coisas
que nunca existiram e pergunto: “Por que não?””
Bernard Shaw

Quaisquer que sejam as fontes de informação sempre encontraremos a figura


do empreendedor relacionada a alguém:

➢ Inovador
➢ Inquieto

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➢ Criativo
➢ Planejador
➢ Sempre de olho no futuro
➢ O empreendedor tem um “modelo”, uma pessoa que o influencia.
➢ Tem iniciativa, autonomia, autoconfiança, otimismo, necessidade de
realização.
➢ Tem perseverança e tenacidade
➢ O fracasso é considerado um resultado como outro qualquer. Ele aprende
com os resultados negativos, com os próprios erros.
➢ Tem grande energia. É um trabalhado incansável.
➢ É apaixonado pelo que faz

Diferença entre Empresário e Empreendedor

Empresário: Condição jurídica da pessoa que foi ao órgão público e registrou uma
empresa no seu nome.

Empreendedor: É a expressão de um conjunto de comportamentos, que potencializa a


condição deste empresário, direcionando-o com mais eficiência rumo aos seus
objetivos.

Exemplos de Empreendedor:

➢ Indivíduo que cria uma empresa, qualquer que seja ela;

➢ Pessoa que compra uma empresa e introduz inovações, assumindo riscos, seja na forma de
administrar, vender, fabricar, distribuir, seja na forma de fazer propaganda dos seus produtos
e/ou serviços, agregando novos valores;

➢ Empregado que introduz inovações em uma organização, provocando o surgimento de valores


adicionais (também conhecido como intraempreendedor).

➢ Contudo, não se considera empreendedor uma pessoa que, por exemplo, adquira uma empresa
e não introduza nenhuma inovação (quer na forma de vender, de produzir, quer na maneira
de tratar os clientes), mas somente gerencia o negócio.

Ser empreendedor no meio Corporativo e Profissional

De ordem Empresarial De ordem pessoal

Globalização

Aumenta a competição

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Acirrada  Dura, forte. Vivemos uma “guerra”

Crescente Cadadiaquepassa, acompetiçãoaumenta,surgem novoscompetidoresno


mercado.Acompetição hoje não é mais local, masglobal.

Indicador de desempenho da capacidade proativa constante de buscar um trabalho melhor, tanto no


aspecto quantitativo (remuneração), como qualitativo (satisfação pessoal e qualidade de vida)!!

A tendência do atual mercado de trabalho é exigir pessoas flexíveis, de respostas rápidas,


autônomas e empreendedoras, em detrimento das “obedientes e disciplinadas”.
O profissional passivo, que limita-se a receber e cumprir ordens é um personagem com os dias
contados. Em seu lugar, está surgindo o empreendedor interno – aquele que busca uma visão diferente
dos fatos e age, em vez de ficar observando e esperando as coisas acontecerem. Criativo, crítico,
perspicaz, e audacioso, permite-se arriscar e assumir novos desafios. Ele não espera por oportunidades
nem lamenta-se por não ter dito uma chance. Age e conduz a sua vida profissional. O
intraempreendedor é a nova demanda de um mercado em constante mutação.

Alguns mitos sobre Empreendedor e Empreendedorismo

MITO 1: Empreendedores não são feitos, nascem.


O empreendedor é feito através da acumulação das habilidades, experiências e contatos em um período
de anos.

MITO 2: Qualquer um pode começar um negócio


Realidade: A parte mais fácil é começar. Difícil é sobreviver. Talvez somente 1 entre 10 a 20 novas
empresas que sobrevivem 5 anos ou mais, conseguem obter ganhos de capital.

MITO 3: Empreendedores são jogadores


Realidade: Empreendedores de sucesso assumem riscos calculados, minimizam riscos, tentam
influenciar a sorte.

MITO 4: Empreendedores são os seus próprios chefes e completamente independentes.


Realidade: Não são independentes eles servem a muitos outros “chefes” como: sócios, investidores,
clientes, fornecedores, empregados).

MITO 5: Empreendedores experimentam grande estresse e pagam alto preço.


Realidade: É verdade, mas não mais que em outras profissões.

MITO 6: O dinheiro é o mais importante ingrediente para começar o negócio.


Realidade: O dinheiro é o fator menos importante.

MITO 7: Se um empreendedor tem capital inicial suficiente, não pode perder a chance.
Realidade: Muito dinheiro cria euforia e a síndrome de criança estragada.

Características dos empreendedores de sucessos

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1. São visionários

Eles têm a visão de como será o futuro para seu negócio e sua vida e, o mais importante: eles têm a
habilidade de implementar seus sonhos.

2. Sabem tomar decisões

Eles não se sentem inseguros, sabem tomar as decisões corretas na hora certa, principalmente nos
momentos de adversidade, sendo isso um fator chave para o seu sucesso. E mais: além de tomar
decisões, programam suas ações rapidamente.

3. São indivíduos que fazem a diferença

Os empreendedores transformam algo de difícil definição, uma idéia abstrata, em algo concreto, que
funciona, transformando o que é possível em realidade. Sabem agregar valor aos serviços e produtos
que colocam no mercado.

4. Sabem explorar ao máximo as oportunidades

Para a maioria das pessoas, as boas idéias são geradas daquilo que todos conseguem ver, mas não
identificaram algo prático para transformá-las em oportunidade, por meio de dados e informações.

Conforme vimos anteriormente, tanto Schumpeter (1942) quanto Kirzener (1973) são enfáticos em
afirmar que o empreendedor é um exímio identificador de oportunidades, sendo um indivíduo curioso
e atento a informações, pois sabe que suas chances melhoram quando seu conhecimento aumenta.

5. São determinados e dinâmicos

Eles implementam suas ações com total comprometimento. Atropelam as adversidades, ultrapassando
os obstáculos, com uma vontade impar de fazer acontecer. Mantêm-se sempre dinâmicos e cultivam
um certo inconformismo diante da rotina.

6. São dedicados

Eles de dedicam 24 hors por dia, 7 dias por semana, ao seu negócio. Comprometem o relacionamento
com amigos, com a família, e até mesmo com a própria saúde. São trabalhadores exemplares
encontrando energia para continuar, mesmo quando encontram problemas pela frente. São incansáveis
e loucos pelo trabalho.

7. São otimistas e apaixonados pelo que fazem

Eles adoram o trabalho que realizam. E é esse amor ao que fazem o principal combustível que os
mantém cada vez mais animados e autodeterminados, tornando-os os melhores vendedores de seus
produtos e serviços, pois sabem, como ninguém, como fazê-lo.

O otimismo faz com que sempre enxerguem o sucesso, em vez do fracasso.

8. São Independentes e constroem o próprio destino

Eles querem estar à frente das mudanças e ser donos do próprio destino. Querem ser independentes,
em vez de empregados; querem criar algo novo e determinar os próprios passos, abrir os próprios
caminhos, ser o próprio patrão e gerar empregos.

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9. Ficam ricos

Ficar rico não é o principal objetivo dos empreendedores. Eles acreditam que o dinheiro é
consequencia do sucesso dos negócios.

10. São líderes e formadores de equipes

Os empreendedores possuem um senso de liderença incomum.

São respeitados e adorados por seus funcionários, pois sabem valorizá-los, estimulá-los e recompensá-
los, formando um time em torno de si. Sabem que para obter êxito e sucesso, dependem de uma equipe
de profissionais competentes. Sabem ainda recrutar as melhores cabeças para assessorá-los nos
campos onde não detém o melhor conhecimento.

11. São bem relacionados (networking)

Os empreendedores sabem construir uma rede de contatos que os auxilia no ambiente externo da
empresa, junto a clientes, fornecedores e entidades de classe.

12. São organizados

Os empreendedores sabem obter e alocar os recursos materiais, humanos, tecnológicos e financeiros,


de forma racional, procurando o melhor desempenho para o negócio.

13. Planejam, Planejam e Planejam

Os empreendedores de sucesso planejam cada passo de ser negócio, desde o primeiro rascunho do
plano de negócios, até a apresentação do plano a investidores, definição das estratégias de marketing
do negócio, sempre tendo como base a forte visão de negócio que possuem.

14. Assumem riscos calculados

Talvez essa seja a característica mais conhecida dos empreendedores. Mas o verdadeiro empreendedor
é aquele que assume riscos calculados e sabe gerenciar o risco, avaliando as reais chances de sucesso.
Assumir riscos tem relação com desafios. E para o empreendedor, quanto maior o desafio, mais
estimulante será a jornada empreendedora. Assim como um praticante de esportes radicais, um
empreendedor não assume riscos desnecessários. O objetivo é superar barreiras e não cometer suicídio.

15. Criam valor para a sociedade

Os empreendedores utilizam seu capital intelectual para criar valor para a sociedade, com a geração de
empregos, dinamizando a economia e inovando, sempre usando sua criatividade em busca de soluções
para melhorar a vida das pessoas.

16. Persistência
➢ Age diante de um obstáculo;
➢ Age repetidamente ou muda de estratégia a fim de enfrentar um desafio ou superar um
obstáculo;
➢ Assume responsabilidade pessoal pelo desempenho necessário para atingir metas e objetivos.

A persistência é uma das características do empreendedor. Todo negócio tem seus momentos
difíceis. Mas é preciso persistir e buscar superação.

Você sabe a diferença entre persistência e teimosia?

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Descreva abaixo sua impressão sobre cada um desses termos:

10. Independência e autoconfiança

➢ Busca autonomia em relação a normas e controles de outros;


➢ Mantém seu ponto de vista, mesmo diante da oposição ou de resultados inicialmente
desanimadores;
➢ Expressa confiança na sua própria capacidade de complementar uma tarefa difícil ou de
enfrentar um desafio.

Um empreendedor é sempre auto-determinado, sabe tomar decisões com segurança. Faz


questão de ser seu próprio patrão e dono do seu nariz; acredita em si e na capacidade de realizar
sonhos e projetos. Tem a humildade para perguntar, pesquisar, ouvir e refletir sobre sugestões dadas,
principalmente pelos mais experientes. Todo o empreendimento é um desejo concretizado por alguém
que confiou no próprio potencial.

Será que você tem esses comportamentos?

Necessidades do Empreendedor

Para que o empreendedor sinta-se e mantenha-se feliz em suas atividades, deve


considerar que existem necessidades que influenciam seu comportamento. São elas:

Ser reconhecido pela conquista de um padrão de


Aprovação vida melhor;
Ter o respeito de todos.

Ditar seu próprio ritmo de trabalho;


Independência Fazer o que satisfazer.

Transformar idéias em oportunidades;


Realização Provar seu talento.

Calcular bem os riscos ao tomar decisões.


Segurança Antecipar dificuldades e se prevenir.
Sempre ter uma reserva para enfrentar acidentes
de percurso

Aproveitar ao máximo o próprio potencial.


Auto-realização Transformar, construir, realizar, utilizando suas
capacidades.

Principais Conhecimentos Necessários

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1. Conhecimento dos aspectos técnicos relacionados com o negócio

Pergunte...
• Qual é o seu negócio?
• Você quer produzir?
• Você quer oferecer um serviço?

O seu negócio é produção? Estude o processo de produzir alguma coisa.


O seu negócio é oferta de serviço? Estude tudo sobre o serviço que você ofertará.

2. Experiência Técnica

• Conheça a fundo o produto e/ou serviço que pretende oferecer ao mercado.


• Como é o processo de produção?
• Como é a qualidade que este produto deve ter?
• Como se organiza e controla a produção.
• É importante conhecer o que você pretende produzir.

3. Experiência Comercial

Conheça as diversas áreas que envolvem a comercialização de seu produto e/ou serviços, como:

• Distribuição
• Vendas
• Publicidade
• Pesquisa de mercado e
• Definição de novos produtos e/ou serviços

Se lhe faltar experiência nessa área, tenha alguém de confiança que possa lhe assessorar.

4. Escolaridade

Ter um nível mínimo de escolaridade facilita seu acesso e compreensão no mundo dos negócios,
enriquecendo sua experiência prática.

5. Experiência em empresas

Trabalhar em organizações é ter a oportunidade de conhecer o funcionamento de várias áreas e suas


finalidades, ampliando sua visão organizacional. Esse conhecimento é um grande diferencial para
abertura do próprio negócio ou uma oportunidade de trabalho.

6. Formação complementar

Refere-se à aquisição de informações ou o aprimoramento dos conhecimentos que já possui. Isto pode
partir de um interesse particular ou de uma necessidade gerada pelo próprio negócio.

Principais Habilidades

Existem inúmeras habilidades as quais representam à facilidade de uso da capacidade.


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Seguem abaixo algumas delas:

• Habilidade de identificação de novas oportunidades

Habilidade de perceber o que os outros não percebem e de visualizar muito mais longe que os
demais.

• Habilidade de valorização de oportunidades e pensamento criativo

Habilidade de atribuir valor àquilo que se apresenta como uma oportunidade.

• Habilidade de comunicação persuasiva/negociação

Habilidade de convencer os outros a respeito da pertinência de uma idéia.

• Habilidade de aquisição de informações

Habilidade de coletar, reunir e agrupar informações.

• Habilidade de resolução de problemas

Habilidade para utilizar sistematicamente operações mentais, a fim de, encontrar respostas, para
enfrentar os desafios e superar os obstáculos.

Empreendedorismo ao longo do tempo


A palavra empreendedor (entrepreneur) tem origem francesa e significa aquele que assume
riscos e começa algo novo. Antes de partir para definições mais utilizadas e aceitas, é importante fazer
uma análise histórica do desenvolvimento da teoria do empreendedorismo (Hisrish, 1986).

Antiguidade
Não há registros históricos ou arqueológicos de empreendedores individuais na Antiguidade, mas
sabe-se que o comércio tinha papel importante, mesmo nas comunidades neolíticas. Dentre as ruínas
mais antigas de aglomerações humanas estão as localizadas na atual Síria, na região de al-Jerf al-
Ahmar. O vilarejo neolítico datando de mais de 11 mil anos foi construído no entroncamento de rotas
de comércio já existentes, levando os cientistas a presumir que o comércio date de época anterior.
Você pode ver abaixo uma foto das ruínas de al-Jerf al-Ahmar. É interessante saber que muitas das
edificações tinham armazéns anexos ou subterrâneos:

QuickTime™ and a
decompressor Você pode ver mais informações a respeito no site
are needed to see this picture. em espanhol www.diplomatie.gouv.fr/es/.../siria-jerf-
el-ahmar/
Há muitos outros sítios arqueológicos com
evidências de atividades comerciais. Pesquise, por

17
exemplo, os sítios de Göbekli Tepe e Çatalhöyük na Turquia.
Os arqueólogos modernos concordam que a escrita cuneiforme surgida na Mesopotâmia foi criada
inicialmente para registrar transações comerciais. Há diversas tabuletas de cerâmica com anotações de
mercadorias, suas quantidades e preços assim como há registros de impostos e doações aos templos
religiosos. A literatura foi um uso posterior da escrita.
Bem mais tarde, a Fenícia foi um conjunto de cidades-estado da Antiguidade que floresceu com o
comércio no mar Mediterrâneo. Uma de suas colônias mais famosas foi a cidade de Cartago, na costa
da atual Tunísia, uma potência comercial por cerca de 3 mil anos, atacada e destruída pelos romanos,
que buscavam o domínio das rotas comerciais do Mediterrâneo.
Roma costuma ser lembrada por seu poder militar, mas as bases que sustentavam o império eram
comerciais.

Idade Média e Renascimento

Na Idade Média, o termo empreendedor foi utilizado para definir aquele que gerenciava
grandes projetos de produção ou comércio. Nas vilas e cidades havia o sistema das Corporações de
Ofício, no qual profissionais das artes e ofícios, como marceneiros, pedreiros ou artistas, serviam um
período de aprendizagem na oficina de um mestre, até que pudessem provar para outros mestres
experientes serem capazes de exercer seu ofício por conta própria, tornando-se mestres também e
podendo aceitar aprendizes. O sistema era rígido e um mestre em um ofício – o de marceneiro, por
exemplo –, não podia atuar em outra área fora da marcenaria. Se precisasse de puxadores de ferro, por
exemplo, tinha que adquiri-los de um mestre ferreiro.
Esses empreendedores costumavam estabelecer-se com uma licença do nobre que governava a
vila ou cidade, devendo-lhe impostos. Vale observar que o conceito de nação não era ainda
estabelecido. Regiões como a França, a Itália e a Alemanha eram aglomerados de principados,
ducados, condados e baronatos unidos pelo sistema feudal a um rei, geralmente não muito poderoso.
No caso da França, por exemplo, os duques da Borgonha (região entre a França e a atual Bélgica)
foram durante anos mais ricos e poderosos que o rei, fazendo, inclusive, alianças com os inimigos do
rei, no caso a Inglaterra, durante a guerra dos cem anos.
A Borgonha era uma grande produtora de vinhos e tecidos finos, exportando-os para toda a
Europa, sem se importar com os interesses do rei. Produtores e comerciantes da Borgonha
funcionavam sob o regime das Corporações de Ofício, pagando impostos ao duque.
A Itália era um caso interessante, na medida em que sequer havia um rei. Cada cidade-estado
dominava uma pequena região, constituindo-se em principado, ducado ou até república, como nos
casos de Gênova e Veneza. Essas repúblicas eram governadas por comerciantes ricos e banqueiros,
que atuavam como capitalistas para comerciantes aventureiros, que cruzavam o Mediterrâneo em
busca de comércio e riquezas. Os riscos eram grandes e as perdas também. Veja o caso de Marco Polo
e seu pai e seu tio, exploradores de uma rota comercial terrestre até a atual China.
A respeito dos riscos, vale ler a peça famosa de William Shakespeare, O Mercador de Veneza,
uma história rica em aventura, temperada com vingança. Para quem não quiser ler (uma perda e tanto),
há um excelente filme recente com o ator Al Pacino, no papel de Shylok.
Livro: http://livros.universia.com.br/2012/10/17/baixe-gratis-o-livro-o-mercador-de-veneza-de-
william-shakespeare/
Filme: RADFORD, Michael. O Mercador de Veneza. Estados Unidos, 2004. 2h18min.
Durante a Idade Média, mais especificamente durante as Cruzadas, os cavaleiros
Templários, um grupo de religiosos guerreiros, dedicados à proteção dos peregrinos que
viajavam à Terra Santa, tornaram-se os primeiros banqueiros. Um viajante podia
depositar uma soma numa igreja dos templários em sua cidade e resgatar pequenas
somas ao longo da viagem, ou a soma total ao final dela, junto a outro grupo de
cavaleiros, mediante um documento assinado que ficou conhecido como carta de
câmbio ou letra de câmbio. A atividade de banqueiros disseminou-se entre outras
camadas sociais, depois que o rei Filipe o Belo da França, grande devedor da Ordem,
destruiu os Templários em 1314.
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As Grandes Navegações
Situadas historicamente no final do Renascimento, as chamadas Grandes Navegações Ibéricas
sustentavam-se sobre importantes inovações tecnológicas.
Vimos acima que durante séculos o comércio entre a Europa, o norte da África e o Oriente
Próximo se dava pelo mar Mediterrâneo. Arriscar-se além de seus limites era geralmente desastroso.
Os portugueses foram os introdutores da nau, um barco de bojo largo, construído para longas viagens
através do oceano Atlântico. A nau substituiu diversos modelos de barcos estreitos, como as galeras,
usadas para as curtas viagens mediterrâneas. Suas formas largas e fundo achatado resistiam melhor às
muitas tempestades de alto mar. As outras inovações foram o astrolábio e a bússola, adaptadas de
modelos existentes desenvolvidos pelos árabes. Ambos os instrumentos permitiam a navegação sem a
dependência da posição do sol ou das estrelas.
Inovações introduzidas por portugueses e espanhóis produziram o galeão, uma nau mais leve,
estreita e ágil, armada em guerra, isto é, transportando canhões, que permitiram a defesa das frotas
com as riquezas de além mar. Entretanto, mais para o final do século XVI, os ingleses criaram um
galeão ainda mais rápido, tornando-os uma potência marítima até o século XX.

Século XVII

Richard Cantillon, importante escritor e economista do século XVII, é considerado por muitos
como um dos criadores do termo empreendedorismo, tendo sido um dos primeiros a diferenciar o
empreendedor – aquele que assumia riscos – do capitalista – aquele que fornecia o capital.
O sistema das Corporações de Ofícios prevaleceu até a Revolução Francesa, no final do século
XVIII e o início da Revolução Industrial, ocorrido mais ou menos na mesma época.
No século XVII o conceito de nação se fortaleceu, com a figura do rei tendo mais poder e
concedendo alvarás e permissões especiais para a fabricação de produtos e de seu comércio.
Especiarias do Oriente e das Américas, madeiras nobres, sedas e produtos finos eram alvo
dessas concessões e explorados por companhias de empreendedores como a Companhia das Índias
Ocidentais, fundada por comerciantes holandeses, que chegaram a conquistar partes de Pernambuco e
do Maranhão da corôa portuguesa.
Houve três Companhias das Índias Orientais diferentes, fundadas por comerciantes franceses,
ingleses e holandeses, estabelecendo-se nas colônias recém descobertas, explorando-as
comercialmente.
Nesse contexto, vale lembrar o papel importante do corso, uma concessão
oficial dada por um governo a capitães de navios para atacar a marinha mercante de
países inimigos. Os ingleses Walter Raleigh e Francis Drake foram corsários
famosos, atacando os navios espanhóis cheios de ouro e outras preciosidades
coloniais. René Duguay-Trouin foi um corsário francês que, dentre outras façanhas,
atacou a cidade do Rio de Janeiro, exigindo um resgate para a sua retirada. Há
registros históricos evidenciando que Duguay-Trouin contou com o financiamento
de capitalistas franceses para o seu empreendimento, cabendo-lhe como almirante de
uma frota de 17 navios, 1/5 do butim.
Corsários eram diferentes de piratas, que não tinham a permissão de governo
algum e predavam navios de qualquer nação.
O destino de piratas ou corsários, quando capturados, costumava ser a forca.

Outra curiosidade desse período foi o nascimento da indústria de seguros.


Capitalistas e empreendedores ingleses juntaram-se para criar um fundo coletivo que
indenizasse possíveis perdas no comércio ultramarino.
Século XVIII

Nesse século o capitalista e o empreendedor foram definitivamente diferenciados,


provavelmente devido ao início da industrialização que ocorria no mundo.
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O século XVIII iniciou-se sob o absolutismo, terminando na Revolução Francesa que, embora
ocorrendo na França, espalhou seus ideais de Igualdade, Fraternidade e Liberdade por toda a Europa
e por muitas de suas colônias.
A Revolução Industrial foi bastante mais pacífica e foi produzida por uma série de inovações,
sendo uma das mais importantes a automação dos teares, as máquinas usadas para a manufatura de
tecidos, realizada pelo francês Joseph Marie Jacquard (1752-1834). O uso de cartões de papelão
perfurado permitia a repetição rápida de padrões em tecidos. Até hoje o nome Jacquard é sinônimo de
um tipo de tecido com padrões em relevo.
A inovação de Jacquard – o cartão perfurado – inspirou a criação das primeiras máquinas de
calcular e dos primeiros computadores.
Outra inovação importante foi o uso do vapor como força motriz, isto é, como força para
colocar máquinas em movimento. Os ingleses Thomas Newcomen (1664-1729) e Thomas Watt (1736-
1819) foram os primeiros a utilizar o vapor para mover motores e máquinas. Aperfeiçoamentos
introduzidos por Richard Trevithick (1771-1833) permitiram o uso do vapor sob pressão para
movimentar máquinas, inaugurando a era do transporte a vapor, com trens e navios movidos assim.
Inicialmente o carvão de madeira foi usado como combustível, mas logo descobriu-se que o
carvão mineral atuava melhor e minas foram cavadas por toda a Europa para dar energia para a nova
era.
Rapidamente fábricas com máquinas a vapor surgiram, produzindo de tecidos a cerâmicas,
linhas férreas cobriram a Inglaterra e o resto da Europa e navios a vapor cruzavam os mares a
velocidades muito maiores que as das naus e galeões.
Até o final do século XIX a Inglaterra tornou-se a maior potência marítima e a maior potência
industrial do mundo, estabelecendo um império que se estendia até a Índia, tomada aos portugueses no
início do século XVIII.

Séculos XIX e XX

No final do século XIX e início do século XX, os empreendedores foram frequentemente


confundidos com os gerentes ou administradores, sendo analisados meramente de um ponto de vista
econômico, como aqueles que organizam a empresa, pagam os empregados, planejam, dirigem e
controlam as ações desenvolvidas na organização, mas sempre a serviço do capitalista.
Aqui cabe uma breve análise das diferenças e similaridades entre administradores e
empreendedores. Todo empreendedor necessariamente deve ser um bom administrador para obter o
sucesso, no entanto, nem todo bom administrador é um empreendedor. O empreendedor tem algo
mais, algumas características e atitudes que o diferenciam do administrador tradicional.
O cientista americano Thomas Edison foi um exemplo interessante que misturava o cientista e
o empreendedor. Com o auxílio de capitalistas, em 1889, Edison fundou a General Electric, empresa
que existe até hoje.
Seu laboratório em Menlo Park, no estado americano de Nova Jérsei, criado em 1876, é tido até
hoje como um exemplo de Parque Tecnológico. Edison patenteou mais de 400 inventos.

Empreendedorismo no Brasil
Durante o período colonial era proibido estabelecer indústrias no país. Havia umas poucas
manufaturas comandadas por artesãos em moldes medievais. A confecção de móveis floresceu no
Brasil, com muitas peças mais ricas e detalhadas do que suas congêneres produzidas em Portugal. O
estado de Minas Gerais era um dos centros produtores e seus museus e arquivos ainda guardam
exemplares dessa arte. Uma das metas dos inconfidentes mineiros era a independência e a liberdade
para que nativos do Brasil pudessem empreender livremente.

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As primeiras indústrias foram estabelecidas no Brasil com a chegada da Família Real
portuguesa em 1808. D. João VI estabeleceu uma fábrica de pólvora no Rio de Janeiro e permitiu a
criação de outras pequenas indústrias.
Um exemplo de empreendedor brasileiro no século XIX é Irineu Evangelista de Souza, o barão
e depois visconde de Mauá. Mauá foi um banqueiro, um industrial arrojado e um grande
empreendedor na área de ferrovias, muitas vezes com o apoio de financistas ingleses.
O visconde teve também diversos fracassos empresarias sem, no entanto, se deixar abater.

Veja o filme: REZENDE, Sérgio. Mauá – o Imperador e o Rei. Cor, 135 min. Brasil, 1999.

Já no século XX, o movimento do empreendedorismo no Brasil começou a tomar forma na


década de 1990, quando entidades como SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio as Micro e Pequenas
Empresas) e Softex (Sociedade Brasileira para Exportação de Software) foram criadas. Antes disso,
praticamente não se falava em empreendedorismo e em criação de pequenas empresas. Os ambientes
político e econômico do país não eram propícios, e o empreendedor praticamente não encontrava
informações para auxiliá-lo na jornada empreendedora. O SEBRAE é um dos órgãos mais conhecidos
dos pequenos empresários brasileiros, que buscam junto a essa entidade todo suporte de que precisam
para iniciar sua empresa, bem como consultorias para resolver pequenos problemas pontuais de seu
negócio. O histórico da Softex pode ser confundido com o histórico do empreendedorismo no Brasil
na década de 1990. A entidade foi criada com o intuito de levar as empresas de software do país ao
mercado externo, por meio de várias ações que proporcionavam ao empresário de informática a
capacitação em gestão e tecnologia.
Foi com os programas criados no âmbito da Softex em todo país, junto a incubadoras de
empresas e a universidade/cursos de ciências da computação/informática, que o tema
empreendedorismo começou a despertar na sociedade brasileira. Até então, palavras como plano de
negócios (business plan) eram praticamente desconhecidos e até ridicularizadas pelos pequenos
empresários.
O Brasil entrou nesse milênio com todo potencial para desenvolver um dos maiores programas
de ensino de empreendedorismo do mundo, comparável apenas com os Estados Unidos, onde mais de
1.100 escolas ensinam empreendedorismo. As ações recentes sobre empreendedorismo desenvolvidas
no Brasil começam a apontar para essa direção. Seguem alguns exemplos de trabalhos:

1. Os programas Softex e Genesis (Geração de Novas Empresas de Software, informação e


Serviços), que apóiam atividades de empreendedorismo em software, estimulando o ensino da
disciplina em universidade e a geração de novas empresas de software.

2. Ações voltadas à capacitação do empreendedor, como os programas EMPRETEC e Jovem


Empreendedor do SEBRAE. E ainda o programa Brasil Empreendedor, do Governo Federal, dirigido a
capacitação de mais de 1 milhão de empreendedores em todo pais e destinando recursos financeiros a
esses empreendedores, totalizando um investimento de oito bilhões de reais.

3. O enorme crescimento do movimento de incubadoras de empresas no Brasil. Dados da


ANPROTEC (associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos de Tecnologias
Avançadas) mostram que em 2000, havia mais de 135 incubadoras de empresas no país, sem
considerar as incubadoras de empresa de internet, totalizando mais de 1.100 empresas incubadas, que
geram mais de 5.200 empregos diretos.
No Brasil, algumas iniciativas já começam a acontecer, destacando-se concursos destinados a
estudantes de engenharia, ciências da computação, administração e também negócios de internet.

• Concurso do Instituto E-cobra para plano de negócios de empresas de internet. A primeira


versão do concurso teve mais de 10.000 inscritos e recebeu mais de 700 planos de negócios.

• Concurso Engenheiro Empreendedor, da UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina.


21
• Concurso nacional de plano de negócios para estudantes de administração, promovido pela
FENEAD – Federação Nacional de Estudantes de Administração.

Vários outros incentivos ao desenvolvimento de plano de negócios é feito no Brasil. O Governo


Federal juntamente com o Sebrae visa esse apoio e incentivo com vários projetos um deles é o
programa prêmio técnico empreendedor, para alunos de cursos técnicos e tecnológicos.

No relatório executivo da Global Entrepreneurship Monitor (GEM), o Brasil aparece como o país
que possui a melhor relação entre o número de habitantes adultos que começam um novo negócio e o
total dessa população:

Brasil: 1 em cada 8 adultos


Estados Unidos: 1 em cada 10 adultos
Austrália: 1 em cada 12 adultos
Alemanha: 1 em cada 25 adultos
Reino Unido: 1 em cada 33 adultos
Finlândia e na Suécia: 1 em cada 50 adultos
Irlanda e Japão: 1 em cada 100 adultos

Dados do SEBRAE apontam, entretanto, que um grande porcentual desses empreendedores


empreende por necessidade e não por vocação. O empreendedor por necessidade é aquele que
empreende por falta de outras perspectivas de emprego. Suas atividades vão desde a venda de balas e
doces na rua ou em um cômodo de sua residência até a abertura de um negócio mais estruturado. A
taxa de fracasso entre esses empreendedores costuma ser alta, dado que se lançam em seus negócios
com pouco preparo e informação.

Para leitura:

“Com as atuais mudanças na Economia e nas Relações Trabalhistas, que fazem com que o
emprego, com carteira assinada, torne-se cada vez mais instável e escasso, mais pessoas têm
“surfado” na onda empreendedora e estão abrindo seus próprios negócios”.
Você já leu algum artigo que começasse da forma descrita acima? Eu já, muitos...
Existe uma confusão reinante em nossa sociedade entre o que é ser empreendedor e o que é
ser empresário. Empreendedor, para muitos (muitas vezes pessoas importantes e formadores de
opinião) é simplesmente aquela pessoa que abre um negócio.
Para nós, este é o empresário. O empreendedor é muito mais do que isso, mas, muitas vezes,
nem precisa ser isso...
Empreendedorismo está intimamente ligado a uma realização pessoal e profissional. O
empreendedor não precisa abrir seu próprio negócio... Ele pode participar do negócio de outrem,
mas de uma forma pró-ativa e, antes de tudo, deve sentir-se realizado por assim proceder.
Estudiosos do comportamento humano afirmam que o homem não vive no mundo que o
cerca, mas sim em uma representação deste mundo, por ele criada a partir da percepção e
processamento daquilo que está à sua volta.
Essa “realidade virtual” é criada através da utilização de uma combinação de percentuais
dos cinco sentidos conhecidos (visão, audição, olfato, paladar e tato), de uma forma singular para
cada indivíduo, quase uma impressão digital.
Aliado a esses cinco sentidos, existe dentro de nós, um sexto, muitas vezes adormecido, que
quando despertado faz com que nos tornemos cientes de nossos sonhos e das oportunidades a nossa
volta e que nos compele à realização pessoal e profissional. Esse sexto sentido tem um nome:
Empreendedorismo.

22
Por isso, diante da eterna discussão se o empreendedor já nasce feito ou pode ser formado, a
nossa posição é a seguinte:

“O Empreendedorismo, nosso sexto sentido, existe dentro de cada um de nós, nasce conosco,
só precisa ser resgatado”.

Como resgatar essa capacidade de ser empreendedor? Esta é a proposta deste curso.

Para isso ser possível, é preciso antes de tudo retirar o gesso, a camisa de força que é colocada
em nós, desde pequenos, pelo sistema educacional e pela sociedade.

Importante: Fazer a dinâmica teste sua criatividade, do livro Empreendedorismo Transformando ideias em Negócios –
José Carlos Assis Dornelas, pág. 45
Está disponível em algum lugar?

Leitura:
Orientação empreendedora como diferencial para as organizações
Seria interessante ter as referências e o texto completo, com o nome do autor.

Quanto aos termos orientação empreendedora e o gerenciamento empreendedor, eles são


utilizados para caracterizar uma organização empreendedora, ou seja, uma organização que possui
uma postura empreendedora. De acordo com Guth e Ginsberg (1990), o tópico de organização
empreendedora envolve dois tipos de fenômenos e os processos circundantes: o surgimento de novos
negócios dentro de organizações existentes; e a transformação de organizações através de renovação
de idéias chaves dentro nas quais ela foi construída.
Segundo Stevenson e Jarillo (1990), o gerenciamento empreendedor reflete os processos
organizacionais, métodos a estilos que uma firma utiliza para atuar de forma empreendedora. Covin e
Slevin (1991) afirmam que organizações com postura empreendedora são aquelas onde um particular
padrão comportamental ocorre periodicamente. Este padrão invade todos os níveis organizacionais e
reflete uma filosofia estratégica global em efetivas práticas gerenciais.
Miller (1983) aponta para o fato de que existem algumas dimensões que caracterizam uma
orientação empreendedora. Para ele, uma firma empreendedora empenha-se em produtos/mercados
inovadores, empreende com algum risco e atua de forma proativa. Assim, ele utiliza as dimensões
inovação, correr riscos e proatividade para caracterizar e testar empreendedorismo. Por outro lado,
uma firma não empreendedora é aquela que inova muito pouco, é altamente aversa a riscos, e imita as
mudanças de seus competidores ao invés de ser proativa em suas ações.
Zahra e Covin (1995), afirmam que esta definição de Miller é construída com base no trabalho
de Schumpeter, de 1934, e é consistente com estudos mais recentes como o de Guth e Ginsberg
(1990), assim como tem influenciado outras pesquisas sobre organizações empreendedoras. Lumpkin e
Dess (1996) também apontam para um grande número de pesquisas que têm adotado uma abordagem
baseada nessa conceitualização original de Miller.
A partir dos estudos de Miller (1983), Lumpkin e Dess (1996) acrescentam mais duas
dimensões para caracterizar e distinguir o processo empreendedor: agressividade competitiva e a
tendência para ação independente e autônoma. Assim, para Lumpkin e Dess (1996), cinco dimensões
têm sido usadas como chaves para caracterizar e distinguir o processo empreendedor: autonomia,
inovação, correr riscos, proatividade e agressividade competitiva.
Estas dimensões podem estar presentes quando a empresa se empenha em novo negócio,
entretanto novos negócios bem sucedidos também podem acontecer com apenas algumas destas
dimensões. O quanto cada uma dessas dimensões é útil para predizer a natureza e o sucesso de um
empreendimento pode ser contingente a fatores externos, como o ambiente de negócios, por exemplo,
ou a fatores internos ou ainda a características de fundadores ou gerentes (Lumpkin e Dess, 1996). Isso

23
corrobora os estudos de Miller (1983), que apontam para o fato de que o empreendedorismo é
integralmente relacionado a variáveis de ambiente, estrutura, estratégia e personalidade do líder, e que
este relacionamento varia sistematicamente e logicamente de um tipo de organização para outro.
Zahra e Covin (1995), apontam para o fato de que organizações empreendedoras têm um
impacto positivo nas medidas de performance financeira. Segundo os autores, estes efeitos na
performance tendem a ser modestos ao longo dos primeiros anos e crescem ao longo do tempo,
sugerindo que um comportamento empreendedor pode, de fato, contribuir para o progresso da
performance financeira da organização a longo prazo.
Bernardi (2003) afirma que empresas empreendedoras, com alta capacidade competitiva,
centram suas atenções no cliente, nas percepções de valor e utilidade, bem como nas formas sistêmicas
adequadas a cumprir bem seu papel no ambiente. De acordo com Freitas (1993), para uma empresa ser
sempre competitiva deve ser capaz de reagir rapidamente aos eventos para atingir os objetivos fixados
a curto termo, bem como antecipar e evoluir em harmonia com seu ambiente, para garantir a
perenidade a longo prazo.
Para Chagas e Freitas (2001), a empresa empreendedora é aquela que consegue olhar além do
usual, possuindo habilidade de assumir a direção dos processos de transformação e o mudança de
direção de seus recursos. Lesca (apud Freitas, 1993) apontam para uma empresa ideal, com as
seguintes características:
- Rentável a curto prazo e viável a longo prazo;
- Possui uma identidade clara, sabendo o que é, o que quer vir a ser, e como agir;
- É comunicante e participativa, vigilante e previdente;
- É capaz de adaptação à mudança e de aprendizagem inovadora;
- É capaz de esforços para aperfeiçoamento de seus membros;
- É capaz de mobilizar energia e inteligência para atingir seus objetivos.

No ambiente organizacional de rápida mudança e inovação, as organizações precisam aprender


a sobreviver e prosperar, e só poderão fazer isso se aprenderem a ser empreendedoras.

Plano de Negócios
Quando se fala em empreendedorismo, remete-se naturalmente ao termo plano de negócios. O
plano de negócios é parte fundamental do processo empreendedor. Empreendedores precisam saber
planejar suas ações e delinear as estratégias da empresa a ser criada ou em crescimento.
A principal utilização do plano de negócios é a de prover uma ferramenta de gestão para o
planejamento e desenvolvimento inicial de uma empresa.
Plano de negócios (do inglês Business Plan), também chamado "plano
empresarial", é um documento que especifica, em linguagem escrita, um negócio
que se quer iniciar ou que já está iniciado.
Geralmente é escrito por empreendedores, quando há intenção de se
iniciar um negócio, mas também pode ser utilizado como ferramenta de
marketing interno e gestão. Pode ser uma representação do modelo de negócios
a ser seguido. Reúne informações tabulares e escritas de como o negócio é ou
deverá ser.
A principal utilização do plano de negócios é a de prover uma ferramenta
de gestão para o planejamento e desenvolvimento inicial de uma empresa.
De acordo com o pensamento moderno, o plano de negócio é um
documento vivo, no sentido de que deve ser constantemente atualizado para que
seja útil na consecução dos objetivos dos empreendedores e de seus sócios.
O plano de negócios também é utilizado para comunicar o conteúdo a
investidores de risco, que podem se decidir a aplicar recursos no
empreendimento.
24
Para E. Bolson, plano de negócio "é uma obra de planejamento dinâmico que
descreve um empreendimento, projeta estratégias operacionais e de inserção no
mercado e prevê os resultados financeiros". Segundo o mesmo autor, a
estratégia de inserção no mercado talvez seja a tarefa mais importante e crucial
do planejamento de novos negócios.
O plano de negócios é um documento escrito que tem o objetivo de estruturar as principais idéias e
opções que o empreendedor analisará para decidir quanto à viabilidade da empresa a ser criada.
Também é utilizado para a solicitação de empréstimos e financiamento junto a instituições financeiras,
bem como para expansão de sua empresa.
Uma dica importante sobre a elaboração de um plano de negócios é encará-lo como
uma importantíssima peça de marketing. Para o empreendedor e seus liderados é um
norte, uma meta a ser alcançada. Deve, portanto, ser inspiradora e capaz de,
efetivamente, apontar rumos a serem tomados. Para investidores, sejam capitalistas ou
bancos de investimento, a peça deve ser capaz de motivá-los a acreditar e investir no
projeto.

O objetivo de escrever um Plano de Negócios

Em princípio, espera-se que uma empresa seja capaz de gerar lucro. Ter um plano bem
estruturado é um caminho para a consecução desse objetivo. De fato, uma pesquisa realizada com ex-
alunos de administração da Harvard Busines School, nos Estados Unidos, concluiu que o plano de
negócios aumenta em 60% a probabilidade de sucesso dos negócios. É óbvio que sempre haverá
pessoas de sorte, com sucesso nos negócios, sem plano, e também aquelas que ganham na loteria. Mas
serão casos mais isolados. Através do plano é possível:

• Entender e estabelecer diretrizes para o seu negócio.


• Gerenciar de forma mais eficaz a empresa e tomar decisões acertadas.
• Monitorar o dia-a-dia da empresa e tomar ações corretivas quando necessário.
• Conseguir financiamentos e recursos junto a bancos, governo, Sebrae, investidores,
capitalistas de risco etc.
• Identificar oportunidades e transformá-las em diferencial competitivo para a empresa.
• Estabelecer uma comunicação interna eficaz na empresa e convencer o público externo
(fornecedores, parceiros, clientes, bancos, investidores, associações, etc)

O que o Plano de negócios mostra

➢ Ele mostra todos os detalhes do empreendimento

➢ Quem são os empreendedores

➢ Qual é o produto, quais e quantos são os clientes

➢ Quem são os concorrentes

➢ Qual o processo tecnológico de produção e venda

➢ Qual a estrutura de gerenciamento

➢ Quais são as projeções financeiras para fluxo de caixa, receitas, despesas, custos e lucros.

➢ Identifica as oportunidades e ameaças.

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➢ Procura avaliar as diversas influências ambientais incidentes sobre o seu novo negócio,
podendo assim, minimizar o seu risco.

➢ Fornece informação financeira detalhada que mostra como seu negócio terá sucesso na busca
do lucro.

O Plano de Negócios é um instrumento de diminuição de riscos. Ao fazer o


Plano de Negócios, o empreendedor estuda a viabilidade de um projeto ou produto sob
todos os aspectos.

Estrutura do Plano de Negócios

Não existe uma estrutura rígida e específica para se escrever um plano de negócios, pois cada
negócio tem particularidades e semelhanças, sendo impossível definir um modelo padrão de plano de
negócios que seja universal e aplicado a qualquer negócio. Uma empresa de serviços é diferente de
uma empresa que fabrica produtos ou bens de consumo, por exemplo. Porém, qualquer plano de
negócios deve possuir um mínimo de seções as quais proporcionarão um entendimento completo do
negócio. Estas seções são organizadas de forma a manter uma seqüência lógica que permita a qualquer
leitor do plano entender como a empresa é organizada, seus sócios e suas qualificações, seus objetivos,
seus produtos e serviços, seu mercado, sua estratégia de marketing e sua situação financeira.

1. Capa. A capa, apesar de não parecer, é uma das partes mais importantes do plano de
negócios, pois é a primeira parte que é visualizada por quem lê o plano de negócios, devendo portanto
ser feita de maneira limpa e com as informações necessárias e pertinentes.

2. Sumário. O sumário deve conter o título de cada seção do plano de negócios e a página
respectiva onde se encontra, bem como os principais assuntos relacionados em cada seção. Isto facilita
ao leitor do plano de negócios encontrar rapidamente o que lhe interessa.

3. Sumário Executivo. O Sumário Executivo é a principal seção do plano de negócios. O


Sumário Executivo fará o leitor decidir se continuará ou não a ler o plano de negócios. Portanto, deve
ser escrito com muita atenção e revisado várias vezes, além de conter uma síntese das principais
informações que constam no plano de negócios. O sumário executivo deve ser a última seção a ser
escrita, pois depende de todas as outras seções do plano para ser elaborada. Ele precisa ser uma peça
vendedora!

4. Análise Estratégica. Nesta seção são definidos os rumos da empresa, sua visão e missão,
sua situação atual, as potencialidades e ameaças externas, suas forças e fraquezas, seus objetivos e
metas de negócio. Esta seção é na verdade a base para o desenvolvimento e a implantação das demais
ações descritas no plano.

5. Descrição da Empresa. Nesta seção deve-se descrever a empresa, seu histórico,


crescimento, faturamento dos últimos anos, sua razão social, impostos, estrutura organizacional e
legal, localização, parecerias, certificações de qualidade, serviços terceirizados, etc.

6. Produtos e Serviços. Esta seção do plano de negócios é destinada aos produtos e serviços da
empresa: como são produzidos, quais os recursos utilizados, ciclo de vida, os fatores tecnológicos

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envolvidos, o processo de pesquisa e desenvolvimento, os principais clientes atuais, se a empresa têm
marca e/ou patente de algum produto.

7. Plano Operacional. Esta seção deve apresentar as ações que a empresa está planejando em
seu sistema produtivo e o processo de produção, indicando o impacto que estas ações terão em seus
parâmetros de avaliação de produção.

8. Plano de Recursos Humanos. Aqui devem ser apresentados os planos de desenvolvimento


e treinamento de pessoal da empresa. Devem ser indicadas as metas de treinamento associadas às
ações do Plano Operacional, as metas de treinamento estratégico, de longo prazo e não associadas
diretamente às ações.

9. Análise do Mercado. Na seção de análise de mercado, o autor do plano de negócios deve


mostrar que os executivos da empresa conhecem muito bem o mercado consumidor do seu
produto/serviço (por meio de pesquisa de mercado): as características do consumidor e sua
localização, análise da concorrência, sua participação de mercado e a dos principais concorrentes.
Embora possa parecer estranho, esta deve ser a primeira parte a ser pensada e escrita. Uma
empresa pode sobreviver sem produtos, mas não pode sobreviver sem mercado (clientes). Entender
quem são e quantos são os clientes é o primeiro passo para saber se um projeto de negócio é viável ou
não.

10. Estratégias de Marketing. Deve-se mostrar como a empresa pretende colocar seu
produto/serviço no mercado e conquistar seus clientes, manter o interesse dos mesmos e aumentar a
demanda. Deve abordar seus métodos de comercialização, diferenciais do produto/serviço para o
cliente, política de preços, principais clientes, canais de distribuição e estratégia de
promoção/comunicação e publicidade. Nesta seção deve-se focar o composto de marketing: produto,
preço, praça e propaganda.

11. Plano Financeiro. A seção de finanças deve apresentar em números todas as ações
planejadas para a empresa e as comprovações, através de projeções futuras (quanto necessita de
capital, quando e com que propósito) de sucesso do negócio. Deve conter demonstrativos de fluxo de
caixa com horizonte de, pelo menos, três anos; balanço patrimonial; análise do ponto de equilíbrio;
necessidades de investimentos; demonstrativos de resultados; análise de indicadores financeiros do
negócio, como faturamento previsto, margem prevista, prazo de retorno sobre o investimento, etc.
A análise apresentada deve ser realista. É costume desenharem-se cenários, com uma visão
otimista, uma realista ou conservadora e uma pessimista, caso fatores adversos externos apareçam.
Lembre-se que investidores são especialistas em finanças, buscando sempre o retorno de seu
investimento. Projeções irrealistas são facilmente detectáveis.

12. Anexos. Esta seção deve conter informações adicionais julgadas relevantes para o melhor
entendimento do plano de negócios. Por isso, não tem um limite de páginas ou exigências a serem
seguidas. A única informação que não se pode esquecer de incluir é a relação dos currículos dos sócios
e dirigentes da empresa. Pode-se anexar informações como fotos de produtos, plantas da localização,
roteiros e resultados completos das pesquisas de mercado que foram realizadas, material de divulgação
do negócio, folders, catálogos, contrato social da empresa, etc.

Atualmente encontram-se no mercado através de livros e também pela internet vários modelos
de Plano de Negócios, estruturas e programas que auxiliam o empreendedor a elaborar um Plano de
Negócios. O SEBRAE oferece em seu site um programa dinâmico e de fácil manuseio, basta o
empreendedor acessar o site e se cadastrar para pode usufruir deste software. Outro software também
muito conhecido e recomendado por muitos é o Make Money.

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Leitura:
Incubadoras de Empresas
Seria interessante ter as referências e o texto completo, com o nome do autor.

Desde o surgimento do primeiro parque tecnológico que se tem notícia, no final da década de 1940,
em Palo Alto, na Califórnia, caracterizado pelo estreito relacionamento com a Universidade de Stanford
(Broadhurst, 1988), e que serviu de modelo para outros países desenvolverem os seus pólos tecnológicos
(Torkomian, 1992), conceitos como capital de risco, empreendedorismo e incubadoras de empresas são
considerados condições básicas para o desenvolvimento econômico regional, pela transferência de
tecnologia (Gibb, 1992; Spolidoro, 1999; Dornelas et al., 2000). É importante notar que a participação dos
governos no incentivo às empresas de base tecnológica tem sido fundamental, assim como no caso dos
parques e pólos tecnológicos, direcionando os esforços de pesquisa para setores considerados prioritários,
como ocorreu nos Estados Unidos (Medeiros et al., 1992), Japão, França, Canadá, Alemanha, Itália,
Inglaterra e, mais recentemente, em países em desenvolvimento como Israel (Khavul et al., 1998), China e
México (Lalkaka & Bishop, 1996).
No Brasil, os primeiros pólos tecnológicos foram criados a partir de 1984, por meio de convênios
do CNPq com instituição localizadas em São Carlos–SP, Joinvile-SC, Campina Grande-PB, Manaus-AM e
Santa Maria-RS, com o intuito de criar empresas de base tecnológica nessas regiões (Medeiros et al., 1992;
Torkomian, 1992). Essas experiências iniciais motivaram o surgimento de parques e pólos tecnológicos em
outras regiões do Brasil, que atualmente possui dezenas dessas iniciativas. Com a criação dos pólos e
parques tecnológicos, o surgimento do conceito de incubadora de empresas de base tecnológica foi natural,
já que para abrigar as iniciativas empreendedoras havia a necessidade de se construir espaços que
proporcionassem um perfeito desenvolvimento desses negócios inovadores e acelerassem sua
consolidação.
As incubadoras de empresas são entidades sem fins lucrativos destinadas a amparar o estágio
inicial de empresas nascentes que se enquadram em determinadas áreas de negócios. Uma incubadora de
empresas pode ser definida como um ambiente flexível e encorajador no qual são oferecidas facilidades
para o surgimento e o crescimento de novos empreendimentos (ANPROTEC, 1998). Além de assessoria na
gestão técnica e empresarial da organização, a incubadora oferece a possibilidade de serviços
compartilhados como laboratórios, telefones, internet, fax, telex, copiadoras, correio, luz, água, segurança,
aluguel de área física e outros. Assim, uma incubadora de empresas é um mecanismo – mantido por
entidades governamentais, universidades, grupos comunitários etc. – de aceleração do desenvolvimento de
empreendimentos (incubados ou associados), por meio de um regime de negócios, serviços e suporte
técnico compartilhado, além de orientação prática e profissional. A empresa incubada não encontrará fora
da incubadora as facilidades existentes dentro dela, a preços tão competitivos e de forma tão integrada. Por
isso, a taxa de mortalidade das micro e pequenas empresas em geral, e a procura por vagas em incubadoras,
por parte das empresas nascentes, vem aumentando no país.
Mas o principal objetivo de uma incubadora de empresas deve ser a produção de empresas de
sucesso, em constante desenvolvimento, financeiramente viáveis e competitivas em seu mercado, mesmo
após deixarem a incubadora, geralmente em um prazo de três a quatro anos. Ou seja, todo empreendedor e
sua empresa passam por um processo de seleção para serem admitidos em uma incubadora, devendo
apresentar, entre outros documentos, um plano de negócios de seu empreendimento.
O número de incubadoras de empresas tem crescido rapidamente nos últimos anos, tanto no
exterior, como no Brasil. Nos Estados Unidos, até o início da década de 1980, havia apenas cerca de dez
incubadoras. Esse número cresceu rapidamente na década seguinte e, em 1997, já havia mais de quinhentas
incubadoras naquele país. Em 1999, o número de incubadoras nos Estados Unidos era superior a
oitocentos. No Brasil, mais recentemente, vem ocorrendo algo semelhante. A primeira incubadora de
empresas do país foi criada em São Carlos-SP, em 1984, e está vinculada à Fundação Parque de Alta
Tecnologia de São Carlos, entidade mantenedora da incubadora. Desse período até os dias atuais, o número
de incubadoras de empresas no país aumentou consideravelmente. Atualmente, principalmente no estado
de São Paulo, cria-se, em média, uma incubadora de empresas por mês. É importante ressaltar que essas
incubadoras são de caráter bastante eclético: tecnológicas (que abrigam empresas de base
tecnológica, por exemplo, software, eletrônica, biotecnologia, etc), convencionais ou tradicional (que
abrigam empresas industriais e de serviços onde a tecnologia não é o fim, mas pode ser utilizada no
processo de produção do bem ou serviço, por exemplo, vestuário, calçados, etc), e mistas (que
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abrigam ambos os tipos de empresas). Há também as incubadoras criativas, que abrigam empresas
das chamadas indústrias criativas, como produtoras cinematográficas e teatrais, empresas de design
e de moda, empresas de efeitos especiais para filmes e jogos, etc.
Em todo o país, o número de incubadoras de empresas já é superior a 135 (ANPROTEC, 2000),
sendo o Brasil o país que experimenta a maior taxa de crescimento em todo o mundo. No estado de São
Paulo existem cerca de 40 incubadoras de empresas, correspondendo a esse explosivo crescimento do
número de incubadoras no país, nos últimos três anos, deve-se ao fato de o SEBRAE nacional e estaduais
terem financiado grande parcela dessas incubadoras nascentes, com renovação anual dos convênios
firmados.
Para saber se existe uma incubadora em sua região, acesse o site da ANPROTEC, entidade que
representa o movimento de incubadoras no Brasil, WWW.anprotec.org.br, que contém uma relação dos
parques tecnológicos e das incubadoras de empresas a eles associadas. Outra alternativa são os Sebrae
estaduais, as prefeituras municipais, as universidades, que também apóiam o movimento e podem
encaminhar os empreendedores interessados.

Uma incubadora de empresas é uma forma interessante de se tentar diminuir


o índice de mortalidade das MPE no Brasil que é altíssimo: mais da metade da micro,
pequenas e médias empresas, (56%), fecha as portas até o terceiro ano de vida,
segundo dados do Sebrae. Uma incubadora de empresas busca oferecer as
pequenas empresas apoio estratégico durante os primeiros anos de existência.
Localização das Incubadoras (dados ANPROTEC)

Na versão online de nosso curso nós teremos uma maior ênfase na parte prática,
tendo como base conceitual maior o trabalho de Bill Aulet. Segundo este
trabalho, há 24 passos estruturados para se estabelecer um empreendimento de
sucesso. Juntamente com esse passo-a-passo, teremos uma amarração com o
plano de negócios. Esperamos que, ao final da disciplina, você seja capaz de
definir um empreendimento, estabelecer a sequência dos passos para pô-lo em
prática e produzir um documento escrito com essas informações.
Bom proveito!

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Unidade1
A Importância do Profissional de Operador de Caixa

Figura1: Operador de caixa e cliente.


Fonte: http://vagasdeempregobh.com/vaga-de-operador-de-caixa-supermercado/. Acesso em 22/09/2014.

Objetivos da Aprendizagem: O profissional de operador de caixa desempenha vá-


rias funções como: cálculos, recebimentos e registros de diversos tipos de paga-
mento de valores, verifica documentos e assinaturas, executa transações financei-
ras e se ocupa do fechamento do caixa. Porém, uma das suas principais atividades
é o atendimento ao cliente que precisa ser feito com simpatia e educação, tanto
com clientes, quanto com colegas de trabalho. Assim, o profissional Operador de
Caixa é responsável pelo fechamento do ciclo de vendas na empresa, ou seja, pela
fidelização e encantamento dos clientes, auxiliando o cliente a escolher a melhor
forma de pagamento, fornecendo informações sobre os produtos ou serviços e
finalizando o atendimento com a maior atenção e dedicação necessária, com o ob-
jetivo de conquistar o cliente e fazer com ele retorne à empresa. Portanto, neste
módulo você aprenderá sobre as necessidades dos clientes, aspectos de vendas e
uma introdução ao marketing em geral. Vamos lá?

Operador de Caixa
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Unidade 2
Marketing e Vendas

Figura2: Marketing
Fonte: http://www.smartmkt.com.br/blog/dicas-de-marketing-para-sua-empresa/ .Acesso em 22/09/2014.

O marketing é muito importante para as pessoas e para as empresas. Por isso é


importante que você conheça como as empresas podem utilizar o marketing para
promover seus produtos e serviços. No âmbito pessoal você verá que pode utilizar
os princípios do marketing para promover sua imagem profissional no ambiente de
trabalho. Vamos conhecer um pouco então do Marketing?

2.1 Conceituando Marketing


As pessoas pensam em Marketing apenas como vendas e propaganda. Pelo fato de
estarem expostas todos os dias aos comerciais de televisão, anúncios de jornais,
mala-direta e telemarketing ativo, as pessoas tendem a pensar que o marketing se
resume somente aos processos de vendas e propagandas. Porém além de abranger
todos os processos de divulgação citados acima, o marketing preocupa-se em satis-
fazer as necessidades do cliente (SANTOS 2002).

Então existem várias formas de conceituar o marketing, certo? Um desses concei-


tos está abaixo:

O marketing é toda atividade de um negócio que leva o produto ou serviço até o


consumidor final (SANTOS, 2002, p.1).

A palavra marketing é de origem inglesa e para melhor entendermos o seu proces-


so, começaremos com os conceitos de: necessidades; desejos; demandas; produto;
valor; satisfação; qualidade; troca; transações; relacionamentos e mercados (SAN-
TOS, 2002. ). O marketing está relacionado a vários aspectos como necessidades,
desejos, valor, demanda entre outros. Veremos agora cada um para você conhecer
melhor, ok?

Necessidades

O conceito relacionado ao marketing é o das necessidades humanas; então saber


tudo sobre os clientes é fundamental para o sucesso das empresas e do marketing,
o exemplo de alguns casos abaixo que demonstram como são utilizadas as ferra-
mentas do marketing para conhecer os clientes (SANTOS, 2002).

A Coca-Cola sabe que são colocados 3,3 cubos de gelos no copo de seus clientes,
que são vistos 69 dos seus comerciais ao ano, e a preferência é para as latas bem
geladas.

Cada cidadão nos Estados Unidos gasta 20 dólares por ano com flores.

Pronatec
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Assim a maioria das empresas que se utilizam do marketing obtém respostas para
todas as situações que envolvem seus clientes. Essas informações são de suma
importância para elaborarem as suas estratégias de marketing, com o objetivo de
alcançar cada vez mais seus clientes e fidelizar os já alcançados.

Assim é importante para você futuro profissional Operador de Caixa conhecer seus
clientes, e utilizar desse conhecimento para aprimorar seu atendimento, ofere-
cendo produtos e serviços que satisfaçam cada vez mais as necessidades e desejos
dos seus clientes!

Dessa forma quando os clientes satisfazem suas necessidades, outra necessidade


surge em um ciclo interminável, assim uma das formas para satisfazer as necessi-
dades são os desejos. Vamos conhecê-lo!

As necessidades não são criadas pelos profissionais de marketing pertence à


própria natureza humana, assim quando uma necessidade não é satisfeita,
as pessoas tentam reduzi-la ou procuram um objetivo que a satisfaça, certo?
(SANTOS, 2002).

Agora você aprenderá como o conceito de necessidades é diferente do conceito de


desejos, certo? Isso é muito importante para você conhecer cada vez mais os perfis
dos clientes que fazem compra na empresa que você trabalha, vamos lá?

Desejos

Figura 3: Desejo de compra.Fonte: http://www.fashionbubbles.com/comportamento/o-pensamento-capitalista-o-futuro-do-


consumo-e-o-equilibrio-entre-desejo-e-necessidade-parte-22/. Acesso em 22/09*/2014.

O maior desafio do marketing é atender os desejos das pessoas que se constituem


em necessidades humanas, transformadas pela cultura, mídia, status e caracterís-
ticas individuais (SANTOS, 2002). Podemos conceituar o desejo como sendo:

A forma de satisfazer as necessidades evoluídas das pessoas.

Assim à medida que a sociedade evolui as necessidades evoluem, transformando-se


em desejos. As empresas buscam por meio de seus produtos e serviços suprir tanto
as necessidades como os desejos, ou seja, as demandas dos clientes.

Operador de Caixa
13

Qual a diferença entre necessidades e desejos? Depende do contexto, por


exemplo, uma pessoa que não tem o que vestir, tem a necessidade de qual-
quer peça de roupa, certo? As pessoas que possuem um guarda-roupa cheio
de roupas de vários estilos, ao ver uma vitrine em uma loja outras peças de
roupas, ao comprá-las irão satisfazer seus desejos e não necessidades, certo?

Vamos entender agora como funciona a demanda? Veja e entenda como a deman-
da está relacionada ao conceito de desejos! Vamos lá?

Demanda

As pessoas buscam os produtos e serviços que lhes proporcionem cada vez mais
benefícios, satisfação, de acordo com seus desejos, necessidades e recursos finan-
ceiros. Dessa forma:

Quando os desejos podem ser comprados tornam-se demandas (SANTOS, 2002,


p.16)

Assim a demanda é a disposição de comprar determinada mercadoria ou serviço


por parte dos clientes, certo?

Produto

Figura 4: Carrinho com produtos.


Fonte: http://www.marketingdigital.net.br/index.php/marketing-digital-como-transformar-necessidade-em-oportunidade/. Acesso em
22/09/2014

O conceito de produto envolve aquilo que possa ser oferecido ao mercado para
satisfazer as necessidades ou desejos dos clientes. É importante entendermos que
o conceito de produto envolve os objetos físicos como (mercadorias em geral) e
também aquilo que não é físico, certo? Por exemplo, as prestações de serviços por
outras empresas. Então os produtos podem ser bens físicos, ou tangíveis, que são
aqueles que podemos tocar ou sentir, ou os produtos poder ser bens intangíveis, ou
aquilo que não podemos pegar ou sentir.

Pronatec
14

Produtos são bens e serviços, onde bens são tangíveis e serviços intangíveis!

Você aprenderá agora como os clientes percebem o valor do produto, certo? Assim,
além do valor financeiro do produto, você pode agregar valor aos produtos quando,
por exemplo, faz um excelente atendimento! Vamos conhecê-lo?

Valor

Ao se decidirem sobre quais bens e serviços irão adquirir os clientes baseia-se nos
valores que os serviços ou bens podem lhe proporcionar, certo? Assim, os clientes
agem sobre o valor percebido. Por exemplo, quando se compra um carro, o cliente
busca comprar comodidade, rapidez e conforto. Dependendo das necessidades ou
desejos, existirão clientes que comprarão um carro, buscando mostrar status, luxo
e poder aquisitivo, certo?

Então é importante que você, futuro profissional Operador de Caixa, saiba agregar
valor aos produtos e serviços oferecidos empresa que você trabalha. Como?

Estando sempre informado sobre as necessidades e desejos dos seus clientes,


conhecendo o produto e serviço com que você trabalha e buscando sempre
satisfazer as necessidades e desejos dos clientes!

Saber agregar valor ao produto é uma das fases que você pode utilizar para suprir
as expectativas do cliente! Quando se alcança isso você gera satisfação no cliente!
E um cliente satisfeito retornará sempre a empresa! Vamos então entender um
pouco sobre satisfação.

Satisfação

Figura 5: Cliente satisfeito.


Fonte: http://www.institutophd.com.br/blog/por-que-as-pesquisas-de-satisfacao-sao-essenciais-para-o-seu-produto/. Acesso em
22/09/2014.

Operador de Caixa
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A satisfação do cliente está relacionada à superação de suas expectativas de com-


pra, atendimento, de produto ou serviço. Dessa forma, é muito importante que o
cliente esteja satisfeito com o produto ou serviço oferecido pela empresa, pois, o
cliente satisfeito retorna às empresas e consomem cada vez mais! Além de indicar
outros clientes à empresa! Um atendimento eficaz é aquele que começa com o
vendedor e termina com o operador de caixa, em um ciclo de vendas que o cliente
deixa a loja ou empresa ou estabelecimento encantado com o atendimento e sa-
tisfeito com o produto ou serviço adquirido!

E quando se fala em satisfação o primeiro conceito que vem junto é a qualidade!


Qualidade em todos os aspectos: produto, serviço e atendimento. Vamos agora
falar um pouco sobre qualidade.

Qualidade

A qualidade está diretamente relacionada à satisfação dos clientes! A qualidade


pode ser conceituada como a ausência de defeitos nos produtos ou serviços (SAN-
TOS, 2002). Assim a empresa só alcança a qualidade total quando supera as expec-
tativas, necessidades e desejos dos clientes. Vamos entender agora como as pes-
soas efetuam suas trocas em busca da satisfação de seus desejos e necessidades.

Troca

Trocar é barganhar, permutar, sendo considerado o conceito central do marketing


(SANTOS, 2002). A troca ocorre quando as pessoas decidem satisfazer suas necessi-
dades, das quais pelo menos duas partes precisam participar, uma entrando com
o recurso e a outra com o serviço ou bem a ser consumido. Dessa forma, as trocas
criam valor, dando as pessoas possibilidades maiores de consumo, certo? Ao se
efetuar uma troca o passo seguinte é a transação. Conheça agora o seu conceito.

Transações

A transação é uma unidade de medida, que consiste em uma troca de valores


entre duas partes (SANTOS, 2002). São várias as formas de transações como: as
transações monetárias, que envolvem dinheiro. Assim o marketing, ao programar
suas estratégias, busca uma resposta, que se traduz na compra do bem ou serviço.
Essa compra do bem ou serviço se dá por meio de uma transação monetária, certo?
Para se ter constantes transações, um relacionamento saudável com o cliente é
primordial. Entenda agora a importância dos relacionamentos.

Relacionamentos

A empresa e você, futuro profissional Operador de Caixa, deve buscar estabelecer


relacionamentos em longo prazo com seus clientes, distribuidores, comerciantes
e até mesmo os seus fornecedores. Os bons relacionamentos geram constantes lu-
cros à empresa e é uma forma de sempre conhecer as necessidades e desejos dos
clientes! Por meio de um relacionamento saudável, a empresa conhece melhor o
perfil dos seus clientes, ou seja, o mercado onde atua. Veja agora o conceito de
mercados.

Pronatec
16

Mercados

Figura 6: Nichos de mercado.


Fonte: http://www.finanzzas.com/competencia-de-mercado. Acesso em 22/09/2014.

O mercado era considerado um lugar onde os vendedores trocavam seus bens,


porém, na atualidade, o mercado refere-se a vários grupos de clientes. Assim, em
marketing:

O grupo de compradores reais e potenciais de um produto é o mercado (SANTOS,


2002).

Dessa forma, as empresas e indústrias se especializam em produtos e serviços


diferentes, para constantemente atenderem a demanda dos clientes, em suas ne-
cessidades e desejos.

Até vimos como os conceitos necessidades, desejos, demanda, produto, valor, sa-
tisfação, qualidade, troca, transações, relacionamentos e mercado estão inte-re-
lacionados nas empresas, ou seja, estão relacionadas entre si. Assim é de suma
importância que você, futuro profissional Operador de Caixa, entenda todo esse
processo na área de marketing e como você pode usas essas ferramentas para ter
sucesso em sua profissão!

1. Qual a importância para a empresa e para você, futuro profissional de Opera-


dor de Caixa, conhecer os desejos e necessidades dos clientes?

2. Conceitue marketing e sua importância para as empresas.

3. Qual a importância de um excelente atendimento aos clientes?

4. Porque o Profissional Operador de Caixa é responsável por executar um exce-


lente atendimento?

5. Qual a diferença entre desejos e necessidades?

6. O que são bens tangíveis e intangíveis. Dê exemplos.

Operador de Caixa
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TRABALHO EM EQUIPE

1. Em duplas, faça uma pesquisa sobre uma empresa de qualquer ramo e identifi-
que os produtos ou serviços oferecidos ao mercado por essa empresa.

2. Pesquise o atendimento ao cliente nessa empresa e descreva como é feito esse


atendimento.

3. A partir dessa pesquisa, levante questões como:

Se o cliente foi bem atendido nessa empresa, levando em consideração os aspectos


necessidades e desejos.

Não é necessário fazer entrevistas com os clientes. Este trabalho é apenas


um trabalho de observação. Não é necessário citar o nome da empresa. Todas
as informações coletas serão discutidas em sala de aula.

2.2 Introdução ao Marketing Pessoal e Sucesso


Profissional

Figura 7: Marketing pessoal.


Fonte: http://agoraeutenhoetica.blogspot.com.br/. Acesso em 22/09/2014.

Quando utilizamos o conceito de marketing para promovermos nossa imagem pro-


fissional na empresa, estamos executando o marketing pessoal. Então para você,
operador de caixa o marketing pessoal, é muito importante, pois, envolver várias
situações no seu dia a dia. Como por exemplo, cada atitude sua no trabalho reflete
a empresa. Então é muito importante você conhecer o marketing pessoal, não só
para projetar uma boa imagem da empresa para saber respeitar também o colega
de trabalho e manter uma postura adequada no dia a dia do trabalho. Assim, pode
se dizer que:

Toda estratégia que leve a imagem do profissional até o consumidor final, o cliente
recebe o nome de marketing pessoal (SANTOS, 2002).

Pronatec
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Assim enquanto o marketing concentra seu foco nas trocas, o marketing pessoal
concentra seu foco na transformação, ou seja, o marketing pessoal por meio da
imagem e características dos profissionais promove as transformações necessárias,
para tornar os colaboradores da empresas, profissionais eficientes. O marketing
pessoal, por exemplo, permite que os profissionais projetem uma boa imagem da
empresa em que trabalham.

Dessa forma, o marketing pessoal busca a valorização das habilidades, conheci-


mento, liderança e imagem das pessoas com a finalidade de promover a empresa e
os produtos ou serviços oferecidos pelo mercado. Quando bem utilizado o marke-
ting pessoal contribui para minimizar os pontos fracos dos produtos ou serviços
ofertados no mercado, fortalecendo seus pontos fortes e aumentando suas chances
de vendas. Assim:

Uma empresa utiliza o Marketing para fazer com que seus produtos sejam conhe-
cidos, apreciados e comprados, no Marketing Pessoal um profissional faz o mesmo,
mas em benefício a sua carreira! (MANSUR,1998).

O OBJETIVO do Marketing Pessoal é o SUCESSO!

Figura 8: Sucesso com marketing pessoal.


Fonte: http://www.virada180.com.br/site/marketing-pessoal.html. Acesso em 22/04/2014.

Uma das consequências de um marketing bem sucedido é o sucesso profissional,


certo? Mas o que fazer para chegar ao Sucesso?

Abaixo algumas sugestões:

• Desenvolver a liderança: a liderança é a capacidade de influenciar outras pes-


soas, ser um formador de opinião;

• Confiança: procurar transmitir confiança aos seus chefes e companheiros de


trabalho, sendo uma referência de que se algo precisa ser bem feito, tem que
ser feito por você.

• Desenvolver maturidade é saber solucionar conflitos sem provocar mais con-


flitos;

Operador de Caixa
19

• Ser íntegro: executar o seu trabalho sem prejudicar ninguém. Não ser exage-
radamente ambicioso e atropelar quem aparece pela frente.

• Ser um Profissional de destaque: sendo o primeiro a levantar a mão, quando o


chefe precisa de um voluntário para uma tarefa.

• Empatia: colocar-se no lugar do outro e elogiar o trabalho do colega e reco-


nhecer o mérito dos outros;

• Otimista: o pessimismo só atrasa seu desempenho.

• Paciência: esperar o tempo certo para sua promoção, saber escutar o colega
de trabalho sempre!

• Comunicação Clara: é necessário que o profissional saiba se comunicar cla-


ramente, sabendo ouvir e transmitir suas idéias de forma compreensiva. A
comunicação envolve não só a comunicação verbal, mas a comunicação clara
e profissional nos próprios meios que a empresa oferece, como por exemplo, a
comunicação por meios eletrônicos (internet).

• Motivação: a motivação é aquilo que motiva a pessoa para um determinado


comportamento. O profissional deve procurar sempre está motivado de tal
forma que essa motivação influencie seus colegas de trabalho. Por isso, é inte-
ressante sempre ter metas, objetivos, e planos alcançáveis na vida pessoal e
profissional! (CHALMERS, 1996).

• Saber receber feedback: o feedback é o retorno sobre o seu trabalho. Por meio
desse retorno, que geralmente é realizado pelo seu superior, você fica sabendo
o que se espera de você e o que você alcançou e o que poderá melhorar nas
atividades. Então, escute com paciência e procure sempre ser o melhor no que
desempenha!

• Participar na gestão: para se alcançar o sucesso na vida profissional é impor-


tante aproveitar as oportunidades que a empresa oferece! As empresas atuais
possuem uma gestão participativa sobre a qual os colaboradores podem opinar
demonstrando o que acham sobre aquilo que deve ser melhorado no local
de trabalho, e algumas empresas recompensam seus trabalhadores por essas
atitudes!

Numa empresa séria quem tem marketing pessoal sempre recebe atenção da
chefia e apoio dos colegas!

Pronatec
20

2.3 - Composto de Marketing – 4P (Pês) Introdução ao


Processo de Vendas

Figura 9: Composto de marketing.


Fonte: http://administracaodempe.blogspot.com.br/2012/04/composto-de-marketing-4ps.html. Acesso em 22/09/2014.

Aprenderemos agora sobre o ponto inicial do marketing e marketing pessoal conhe-


cido como os 4p’s que são o produto, a promoção, o ponto de venda e o preço. Os
4p’s serão abaixo serão aplicados na empresa e na vida pessoal (marketing pesso-
al), e engloba todo o processo de vendas! Veja abaixo:

• Produto: conhecer o produto é de suma importância! Como você irá informar o


cliente sobre aquilo que você não conhece? Então domine completamente tudo
sobre o produto! Em relação a você o marketing pessoal ensina que devemos
nos conhecer e buscar detectar pontos fracos e pontos fortes, isso se chama
autoanálise! Então busque transformar seus pontos fracos em pontos fortes!

• Promoção: no marketing a promoção refere-se em divulgar o produto. E no


marketing pessoal a promoção está voltada para o destaque no seu trabalho,
consegue-se isso, por exemplo, por meio de um excelente desempenho de suas
funções!

• Ponto de Venda: no marketing está ligado ao lugar ou ponto de venda-PDV-


que o produto é ofertado, para isso é necessário conhecer profundamente o
público alvo da empresa. No marketing pessoal o ponto de venda está ligado
aos ambientes frequentados por você, ambiente profissional, social e familiar,
assim as pessoas conhecerão o produto com o qual você trabalha, por exemplo,
aumentando suas oportunidades de negociação e sua rede de relacionamento
também!

• Preço: na empresa, o preço deve ser compatível com o produto, suas atribui-
ções e qualidade! Em relação à você, o preço ou remuneração atribuída a você
no mercado de trabalho, deve ser compatível com suas qualificações, habili-
dades e escolaridade, por isso, qualifique-se sempre!!

Operador de Caixa
21

Os 4p’s do Marketing: produto, praça, preço e promoção!

Assim, em todo o processo de vendas, o marketing e marketing pessoal estão pre-


sentes para facilitar a aceitação do produto ou serviço pelo consumidor ou cliente.

2.4. Ciclo de Vida dos Produtos e Serviços

Figura10: Gráfico com ciclo de vida de produtos e serviços.


Fonte: http://loyaltymakeit.blogspot.com.br/2010/12/programa-de-fidelidade-x-ciclo-de-vida.html. Acesso em 22/09/2014.

As empresas precisam conhecer o ciclo dos produtos/serviços que oferecem aos


seus clientes, já que os estágios dos produtos impactam o histórico de vendas das
empresas. Dessa forma, o ciclo do produto ou serviço estabelece os vários estágios
de um produto ou serviço em relação ao seu histórico de vendas, sendo importante
conhecê-lo para a empresa adequar seus serviços ou produtos, diante das mudan-
ças instáveis que ocorrem no mercado. Esse ciclo de vida dos produtos e serviços
está dividido em:

• Introdução: compreende o estágio inicial, que é o lançamento do produto ou


serviço no mercado;

• Crescimento: geralmente ocorre quando o produto ou serviço recebe uma


aceitação pelo público alvo da empresa.

• Maturidade: nesse estágio o produto já alcançou aceitação dos clientes, e


pode ocorrer até um aumento do seu preço.

• Saturação: quando outras empresas oferecem o mesmo produto ou serviço, e


isso dá início às quedas nas vendas.

Pronatec
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• Declínio: forte queda nas vendas, nos lucros e os clientes tendem a desapare-
cer sensivelmente.

Por isso, é importante conhecermos os 4p’s e como o marketing atua, sendo neces-
sário sempre posicionar o produto ou serviço de forma competitiva no mercado.
É importante apresentar e descobrir o que diferencia seu produto ou serviço do
concorrente e sempre deixar os clientes totalmente informados sobre o diferencial
do seu produto ou serviço, certo?

Conhecer o produto ou serviço é um dos maiores diferenciais que podemos


oferecer ao cliente!

Você observou o quanto que o marketing pode ajudá-lo no bom atendimento. Abai-
xo algumas habilidades para realizar um bom atendimento (ROLIM, 2013):

• Capital Intelectual: é conhecimento que possuímos. Quanto mais sabemos,


mais aprimoramos nossas habilidades e mais valioso nos tornarmos ao mercado
e aos nossos clientes. Para desenvolver o capital intelectual sempre participe
de cursos e busque cada vez mais informações (leitura de livros, noticiários e
etc);

• Empatia: compreender como o cliente deseja ser atendido, “colocar-se no lu-


gar do outro”, o que podemos fazer para superar as expectativas dos clientes;

• Disposição em atender: mostrar ao cliente que você tem a missão de atendê


-lo sempre!

• Apresentação Pessoal: ter uma boa apresentação pessoal, ter zelo e cuidado
consigo, ou seja, cuidados básicos com higiene e vestimentas!

• Comunicação: Ouvir as necessidades do cliente e Prestar as informações dese-


jadas de forma correta! Busque sempre aprimoramento em cursos de relacio-
namento interpessoal e oratória!

• Solução de problemas: Ser habituado em resolver problemas sempre e encon-


trar diversas soluções!

• Ética: respeitar o espaço do outro sempre e agir com transparência e honesti-


dade no exercício da profissão!

É importante a você futuro operador de caixa conhecer a lei n° 8.078, de 11 de


setembro de 1990, que se refere aos direitos do consumidor que adquire um bem
ou um serviço. Para efeitos de conhecimento, abaixo alguns trechos da lei

Fonte: http://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/codigo-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90. Acesso em 17/02/14.

Operador de Caixa
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Código de Defesa do Consumidor - Lei 8078/90 | Lei nº 8.078, de 11 de setembro


de 1990

TÍTULO I

Dos Direitos do Consumidor

CAPÍTULO I

Disposições Gerais

Art. 1º O presente código estabelece normas de proteção e defesa do consumidor,


de ordem pública e interesse social, nos termos dos arts. 5º, inciso XXXII, 170, in-
ciso V, da Constituição Federal e art. 48 de suas Disposições Transitórias.

Art. 2º Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto
ou serviço como destinatário final.

Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que


indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo.

Art. 3º Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou


estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de
produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exporta-
ção, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.

§ 1º Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.

§ 2º Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante re-


muneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária,
salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.

CAPÍTULO III

Dos Direitos Básicos do Consumidor

I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas


no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos;

II - a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e serviços,


asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas contratações;

III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com


especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade e
preço, bem como sobre os riscos que apresentem;

III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com


especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade, tri-
butos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que apresentem; (Redação
dada pela Lei nº 12.741, de 2012)

IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coer-


citivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no
fornecimento de produtos e serviços;

Pronatec
24

V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações despro-


porcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem exces-
sivamente onerosas;

VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais,


coletivos e difusos;

VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à prevenção ou


reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos, asse-
gurada a proteção Jurídica, administrativa e técnica aos necessitados;

VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da


prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a
alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de expe-
riências;

IX - (Vetado) ;

X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral.

1. Conceitue marketing pessoal e sua importância para empresa, para você e


para os clientes.

2. O que são os 4p’s e como são utilizadas no marketing e marketing pessoal?

3. Cite pelo menos quatro formas de alcançar o sucesso profissional edescreva-as.

4. Descreva o ciclo do produto e serviços.

ATIVIDADES EM EQUIPE

Pesquise o ciclo de vida de algum produto ou serviço e descreva-o em seus está-


gios. Procure trazer a embalagens, informações sobre os seus concorrentes, quan-
do foi lançado pela primeira vez no mercado, enfim tudo sobre o produto ou ser-
viço que você irá apresentar. A apresentação deverá ser feita por todos da equipe.
Bom trabalho!

Para agregar valor ao seu trabalho, faça pesquisas em sites, utilizando a


internet!

No próximo tópico aprenderemos sobre ética profissional e sua importância no


ambiente de trabalho. Vamos lá?

Operador de Caixa
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Unidade 3
Ética Profissional

Figura 11: Caminhos éticos.


Fonte: http://www.blogti.microcampsp.com.br/etica-para-profissionais-de-ti-4/. Acesso em 22/09/2014.

Agora você aprenderá como a ética é importante para a construção de uma postura
profissional adequada no ambiente de trabalho. Veja que, por exemplo, a ética
está relacionada às normas e regras da empresa.

Assim, dentre os vários conceitos que existem, a ética profissional está relacio-
nada ao comportamento das pessoas. Nas empresas a ética é de fundamental im-
portância, pois estão ligadas as normas de conduta que a empresa possui e seu
cumprimento ou não pelos trabalhadores. Então é sempre importante, você ao ser
contratado por uma empresa buscar conhecer quais as regras e regulamentos e as
normas de conduta que regem o seu ambiente de trabalho.

Um profissional ético tem maiores oportunidades de se destacar no seu local de


trabalho ganhando confiança da empresa e garantindo sua estabilidade no traba-
lho.

A ética estabelece a fronteira entre o certo e o errado (NASH, 2001).

É importante responder as seguintes perguntas para o reconhecimento das práticas


que não éticas ou antiéticas:

• Isso é certo?

• Isso é justo?

• Estou prejudicando alguém?

• Eu poderia divulgar isso para o público ou para alguém respeitado?

• Eu diria a meu filho para fazer isso?

Devemos procurar ser éticos em todos os aspectos da nossa vida, que englobam
desde a vida pessoal à vida profissional. Você como futuro profissional operador
de caixa, deve prezar pela ética em seus relacionamentos com o cliente e com os
colegas de trabalho. Para ser um excelente profissional você não precisa desfazer
e nem expor a situação do outro colega de trabalho e muito menos a empresa
concorrente. A ética envolve vários conceitos, como a integridade, o caráter, e a
honestidade das pessoas. Lembre-se:

Você enquanto profissional da empresa em que trabalha representa a imagem da


empresa a todo o momento!

Pronatec
26

Todas as suas atitudes e a maneira como se comporta principalmente em locais


públicos estará vinculado à empresa que trabalha. A partir do que foi exposto sobre
ética, responda a pergunta:

1. Como conseguimos levar a ética para dentro de nossa vida profissional? Discuta
com os colegas de sala, exemplifique uma situação antiética no trabalho e uma
situação considerada ética, escreva a situação nas linhas abaixo.

Operador de Caixa
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Unidade 5
O Operador de Caixa e suas Múltiplas Funções

Figura 16: Funções de um operador de caixa.


Fonte: http://www.easycompdiadema.com.br/cursos/opcs.html. Acesso em 22/09/2014.

Objetivos da aprendizagem: Neste módulo serão abordadas as funções que exerce


um operador de caixa. Aprenderemos sobre transações financeiras com dinheiro,
cheques, cartões de créditos e débitos, boletos bancários e carnês. E serão abor-
dados ainda os dados que devem ser observados durante o trabalho do operador,
quando necessita solicitar documentos dos clientes na realização das transações.
Veremos também os direitos do cliente e sobre operador de caixa e sua saúde.
Bons estudos!

5.1 Conhecendo o Operador de Caixa


Aqui você aprenderá o quanto é importante a função de operador de caixa nas
empresas e estabelecimentos, por isso é importante que você se qualifique cada
vez mais! Quem nunca precisou de um profissional para realizar o pagamento por
um serviço ou produto que compra? (ROLIM, 2013). Em todos os estabelecimentos,
independente do tamanho, você sempre encontrará o profissional operador de
caixa, que finalizará o atendimento ou um ciclo de venda, executando a transação
financeira e concretizando a compra (ROLIM, 2013). Chamado de operador de
frente de loja ou operador de checkout ou simplesmente “caixa”, esse profissional
possui como atribuições (ROLIM, 2013, p.41; 42):

Realizar a correta conferência e registro de produtos;

• Informar o valor correto ao cliente, indicado no sistema de operação de caixa;

• Receber o pagamento em dinheiro ou título de crédito;

• Conferir os documentos necessários ao recebimento dos títulos de crédito e de


transações diversas;

• Fornecer o cupom fiscal ou nota fiscal ao cliente;

• Fornecer o troco correto ao cliente, nunca oferecer balinhas, chicletes ou ou-


tros itens sem o livre consentimento do cliente;

• Oferecer produtos/informar ao cliente sobre promoções ou novidades;


Pronatec
28

• Realizar vendas adicionais;

• Controlar os valores de entrada/saída do caixa;

• Manter a sua posição de atendimento – PA- (balcão e equipamentos) organizada


e limpa;

• Cuidar dos equipamentos utilizados durante o seu trabalho, zelando por sua
conservação;

• Verificar os equipamentos e reportar à supervisão caso haja necessidade de


realizar algum conserto;

• Organizar relatórios sobre a atividade, quando solicitado;

• Receber pagamentos de agências concessionárias (água, luz, telefone), bem


como prover recargas de serviços pré-pagos (como, por exemplo, telefone);

• Vender ingressos, bilhetes, passagens e tickets;

• Prestar informações gerais ao público (sobre produtos ou sobre a empresa na


qual é colaborador);

• Auxiliar o cliente na embalagem de produtos, quando não houver embalador e


também na presença do embalador, auxiliar o colega de trabalho para acelerar
o atendimento;

• Auxiliar na reposição de mercadorias quando solicitado.

Como são diversas as atividades desse Profissional Operador de caixa!

Cada empresa possui suas exigências em relação ao profissional operador de


caixa, assim cabe a você futuro Profissional Operador de Caixa, adaptar-se
ao estabelecimento que trabalha! (ROLIM, 2013).

5.2 - Locais de Trabalho


O profissional Operador de caixa possui um amplo campo de atuação, já que todas
as empresas realizam transações financeiras e necessitam desse profissional. Assim
ele pode atuar em (ROLIM, 2013):

• Lojas em geral (comércio, shopping, lojas de departamentos entre outros locais);

• Supermercados;

• Mercadinhos;

Operador de Caixa
29

• Hortifrutis;

• Atacarejos;

• Lojas de conveniência;

• Instituições financeiras;

• Farmácias e drogarias;

• Escolas e cursos.

No próximo tópico conheceremos os equipamentos utilizados pelo operador de


caixa! Nossa isso é muito importante para você! Pois se o operador de caixa não
sabe operar os equipamentos, prejudica a empresa, o cliente, todo o processo
de vendas dos produtos e serviços. Muitos clientes não voltam mais às empresas
alegando a demora no atendimento ao caixa. Você deve ser atencioso como todos
esses equipamentos e cauteloso também e ao mesmo tempo eficiente!

5.3 Equipamentos Utilizados pelo Operador de Caixa

Figura 17: Equipamenos de um operador de caixa.


Fonte: http://www.mundodastribos.com/curso-gratuito-de-operador-de-caixa-2012-via-rapida.html. Acesso em 22/09/2014.

O profissional operador de caixa precisa conhecer e saber executar os equipamen-


tos da sua posição de atendimento. “Os equipamentos são interligados entre si e
possuem a função de auxiliar a operação de caixa e fornecer resultados rápidos e
confiáveis” (ROLIM, 2013, p. 43). Cabe, ao operador utilizar os equipamentos de
forma eficaz e evitar os erros humanos, sempre operando com atenção e muita
agilidade (ROLIM, 2013).

(ROLIM, 2013): lembrem-se esses equipamentos, é patrimônio da empresa,


então zele por eles! Está sob sua responsabilidade mantê-los limpos e infor-
mar ao superior quando ocorrer algum problema que indique necessidade
manutenção, certo?

Segundo a autora Rolim (2013), é necessário ainda a você futuro profissional ope-
rador de caixa seguir todas as especificações indicadas pelo fabricante durante

Pronatec
30

o treinamento na empresa, assim evitará danos aos equipamentos. A posição de


atendimento (PA) deve ser ainda mantida em ordem, evitando o acúmulo de po-
eiras, restos de comidas então evite alimentar-se durante o seu trabalho), evite
a umidade e desorganizações em geral, a ordem é essencial para receber bem o
cliente!

A seguir alguns equipamentos utilizados pelo operador de caixa (ROLIM, 2013):

• Balcão: no balcão são montados todos os equipamentos de utilização na ope-


ração de caixa e é por onde passam todos os produtos comprados, certo? Então
deixe-o sempre limpo para receber seu cliente, tenha em mãos uma flaneli-
nha, espanador e produto de limpeza (adequado para o balcão, geralmente
indicado pelo fabricante), caso venha derramar algum grão, água, açúcar ou
até mesmo a embalagem gelada que sempre molha um pouco o balcão como
de carnes. Deve-se manter sacolas no balcão se o estabelecimento utilizar é
claro, e essas sacolas devem ficar bem organizadas no seu balcão!

• Scanner ou leitor de código de barras: é o equipamento que realiza a leitura


do código de barras, decodificando-o, pois é no código de barras que encon-
tramos as especificações do item ou preço. Esse equipamento pode ser do tipo
“pistola”, que utilizamos com a mão, ou do tipo fixo, acoplado em uma “torre”
no balcão.

• Monitor: é a tela onde acompanhamos os produtos e seus preços! E no monitor


o cliente e o operador de caixa acompanham toda transação.

• Teclado: local no qual são digitadas as opções desejadas no sistema que é rea-
lizada a transação financeira.

• Impressora de cupom fiscal: é uma pequena impressora que serve para, ao fi-
nal da transação financeira, emitir o “relatório de compra” ou o cupom fiscal.
É importante que você operador de caixa seja treinado para repor o rolo de
papel quando este mesmo acabar na impressora!

• Gaveta de dinheiro: é a gaveta que se utiliza para guardar os valores. Essa


gaveta possui várias divisões que são utilizadas para organizar os diferentes
valores, então mantenha-se organizado e correrá o risco de cometer erros!

• TEF: Essa máquina realiza a Transferência Eletrônica de Fundos. É a maquina


que recebe o pagamento por meio de cartões.

• Impressora de cheques: é o equipamento que prepara os cheques para o clien-


te poder assinar!

Os carrinhos e cestinhos, que são utilizados pelos clientes, recebe o nome


equipamentos complementares! Eles devem está sempre nos locais corretos,
limpos e em bom estado! O malote também é um equipamento (bolsa) com-
plementar, utiliza-se dele para transferência de valores da estação de caixa
ao caixa central!

Operador de Caixa
31

Vamos conhecer agora alguns procedimentos que você futuro Operador de Caixa
executará! Vamos lá?

5.4 Operacionalização – Alguns Procedimentos


Realizados pelo Operador de Caixa
Segundo Rolim (2013), alguns procedimentos realizados pelo operador de caixa
são:

• Rendição: Como qualquer outro profissional, o operador de caixa possui seus


horários de trabalho, então quando ele assume seu turno e deixado pelo o ou-
tro colega de trabalho, diz-se que ele está “rendendo” o outro, certo?

• Abertura do sistema: Quando se inicia o sistema informatizado para iniciar


suas atividades!

• Recebimento de fundo de troco: é a quantia que o operador de caixa recebe


(moedas ou “miúdos”.) para facilitar seu troco na atividade!

• Sangria: É a retirada dos valores acumulados na gaveta de dinheiro, destinado


ao caixa central ou tesouraria, via malote. No malote também são enviados
além dos valores os cupons diversos.

• Devolução, Estorno ou Cancelamento: Quando o cliente desiste de alguns itens


da compra realizada, o operador de caixa deve aceitar a devolução, cancelar
o registro e realizar o estorno (devolução da quantia paga pelo cliente). De-
pendendo da empresa, essa operação necessita da autorização de um superior
como o chefe de operação de caixa ou o gerente.

• Troca: O cliente pode necessitar efetuar alguma troca, então encante o cliente
sempre no seu atendimento e conheça as normas para as trocas no estabele-
cimento no qual você irá trabalhar, não se esquecendo dos direitos do cliente
perante o código de defesa do consumidor, certo?

• Pesquisa de preços: Caso o cliente necessite pode efetuar a pesquisa de preços


na hora antes de efetivar a compra;

• Reposição de produtos: Como o profissional operador de caixa lida diretamen-


te com o cliente, por isso é chamado de profissional de linha de frente, quando
souber de algum produto que o estabelecimento não tenha – informação pelo
cliente; é sempre importante que você informe à empresa! Outro ponto im-
portante é que sempre acumula produtos no caixa – deixados pelos clientes,
então recorra ao profissional responsável por repor esses produtos e atenção
aos produtos perecíveis, certo?

Aproveite os horários de menor movimento para auxiliar na limpeza de carri-


nhos e cestinhos, da PA, repor produtos, faça o melhor que puder!

Dica de filme para a aula: O homem que copiava!

Pronatec
32

A Pernambucana2 Rosilda está no Guinnnes Book ela é a operadora de caixa


mais rápida do mundo, ela trabalha em um supermercado no Rio de Janeiro.
Ela registra as mercadorias e empacota todos os produtos, tudo isso em 1
minuto e 53 segundos sendo que registrou e empacotou 50 itens, batendo o
recorde que pertencia a uma norte americana!

Atividade em Equipe

1. Faça uma visita a algum estabelecimento e realize uma entrevista com opera-
dor de caixa e com o seu supervisor. Faça as seguintes perguntas ao operador
de caixa (Lembre-se de que você não precisa citar o nome do estabelecimento)
e apresente às respostas a sua turma de curso, ok?

a) Quais são as atividades que você realiza no seu trabalho?

b) Há quanto tempo você trabalha como operador de caixa? Você é feliz com a
profissão?

c) Quais são as situações mais difíceis que acontecem durante o atendimento ao


cliente?

d) O que é importante para realizar um bom atendimento ao cliente?

2. Ainda na mesma visita ao supermercado faça perguntas ao supervisor:

a) Qual a importância do operador de caixa para a empresa?

b) O que o operador de caixa pode fazer para exercer um bom atendimento ao


cliente?

c) Qual o perfil profissional para quem deseja atuar na área de operação de caixa?

d) Aproveite o momento para fazer outras perguntas que você achar interessan-
te, lembre-se de que não precisa gravar essa entrevista, é só você transcrever
as respostas.

Boa Sorte!

1 Fonte: http://www.pcsaudavel.com/operadora-de-caixa-mais-rapida-do-mundo/#axzz2vnKmxHBH. Acesso em 12 de março de 2014.

Operador de Caixa
33

Unidade 7
Operador de Caixa e a Sáude
Para um bom desempenho de suas atividades, é de fundamental importância que
o operador de caixa esteja desfrutando de boa saúde. Nesse módulo destacaremos
alguns pontos sobre o respeito à saúde e indicamos alguns exercícios de ginástica
laboral para o operador de caixa.

Profissão e Saúde

Toda profissão está sujeita aos riscos ocupacionais (ROLIM, 2013), riscos ocupacio-
nais são os problemas que podem ser ocasionados no ser humano, decorrentes da
prática de uma atividade ou ocupação. O operador de caixa como todo profissio-
nal, se expõe a fatores de risco durante o desenvolvimento de suas atividades que
podem desencadear doenças ou não (ROLIM, 2013). Situações como trabalhar em
pé ou sentado durante longos períodos de tempo, manter posturas inadequadas,
estar exposto a ruídos constantes, podem facilitar o aparecimento de doenças no
sistema circulatório ( má circulação sanguínea), problemas nas articulações ( LER-
Lesão por Esforço Repetitivo), problemas na audição ( surdez). O principal respon-
sável pela saúde do profissional é você, então veja abaixo algumas orientações
relacionadas à saúde do operador de caixa:

• Utilize sempre o EPI’s ( Equipamento de Proteção Individual);

• Evite ficar na mesma postura;

• Realize a ginástica laboral;

• Busque manter uma boa qualidade de vida!

7.1. Ergonomia e Nr 17
Ergonomia é uma palavra derivada da junção de duas palavras gregas: Ergon (tra-
balho) e nomos (normas, regras) e significa o estudo da adaptação do trabalho e
seus aspectos relacionados às características dos indivíduos trabalhadores (ROLIM,
2013).

No Brasil existem um conjunto de normas que regulamenta as situações de traba-


lho como a utilização de materiais, condições ambientais, jornada de trabalho,
pausas, folgas e normas de produção (ROLIM, 2013). Esta norma é conhecida por
Norma Regulamentadora, foi estabelecida em 23 de novembro de 1990 pelo Minis-
tério do Trabalho e Previdência Social. Os operadores de caixa possuem a Norma
Regulamentadora que contempla a sua função: NR17.

1. Faça uma pesquisa sobre a NR17 em equipe e apresente alguns trechos sobre a
Norma Regulamentadora. Siga as orientações abaixo:

Pronatec
34

• Imprima as NR17 e divida-a em trechos, cada equipe deverá ficar responsável


pela apresentação dos trechos divididos pelo professor.

• Faça uma apresentação bem dinâmica, utilizando cartazes, slides, use sua
criatividade!

7.2 Ginástica Laboral


Veja a seguir alguns tipos de exercícios que podem ser praticados por você, opera-
dor de caixa, e que se realizados de forma correta proporcionará a você bem-estar
e qualidade de vida! Aproveite agora, e, com os outros colegas, faça cada um
desses exercícios com ajuda do professor! Vamos lá?

Figura 34: Exercícios de ginástica laboral.


Fonte: http://www.qualityts.com.br/noticias/?p=709. Acesso em 22/09/2014.

SUCESSO E FELICIDADE A VOCÊ FUTURO PROFISISONAL OPERADOR DE CAIXA!!

Operador de Caixa
35

Referências Bibliográficas
SANTOS, Lígia. Marketing Pessoal e sucesso profissional. Campo Grande: UCDB.
2002, 90 p.

GOMES, José Maria; MATHIAS, Washington Franco. Matemática financeira com +


de 600 exercícios resolvidos e propostos. São Paulo: Atlas, 1981, 486 p.

JUNIOR, Frank Ayres. Matemática Financeira: resumo da teoria: 500 problemas


resolvidos. São Paulo: McGraw-Hill, 1981.

ROLIM, Fabiana. Operador de Caixa – Qualificando a linha de frente. São Paulo,


Viena, 2013. 144 p.

NASH, Laura L. Ética nas empresas. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2001.
240 p.

CHALMERS, Ruy B. Motivação e práticas de vendas: formação da auto-imagem do


vendedor de sucesso. São Paulo: Atlas, 1966. 175 p.

CRESPO, Antônio Arnot. Matemática comercial e financeira fácil. 13. ed. São Pau-
lo: Saraiva, 1999. 238 p.

MATHIAS, Washington Franco; GOMES, José Maria. Matemática Financeira: com +


de 600 exercícios resolvidos e propostos. São Paulo: Atlas, 1977. 486 p.

MANSUR, Maurício; VILELA, Andréa. Marketing pessoal passo a passo. Belo Hori-
zonte: Autêntica, 1998.77p

Pronatec
iNSTITUTO FEDERAL
Conhecimentos Bancários
Transações Financeiras: Formas de Pagamento
Aqui você aprenderá como ocorrem as transações no dia a dia de um operador de
caixa. Então, você verá o que o operador de caixa poderá utilizar ou receber para
executar essas transações, certo? Vamos lá?

Quando se finaliza uma compra, o cliente realiza o pagamento pelo produto ou ser-
viço que adquiriu (ROLIM, 2013). Assim a transação é uma permuta, que é o mesmo
que troca, ou seja, acontece a permuta de um serviço ou produto, por um valor
que pode ser oferecido em moeda de comum acordo ou título de crédito (ROLIM,
2013, p.55). Dessa forma o cliente pode realizar o pagamento em dinheiro (moeda
corrente adotada no país no qual está localizado o estabelecimento, essa moeda
pode está em forma de cédulas e moedas) ou o cliente pode realizar o pagamento
por meio do título de crédito. O que é título de crédito? Veja abaixo na descrição
de (ROLIM, 2013, p.55):

Título de crédito é qualquer documento que caracteriza um pagamento sem a


utilização do dinheiro, mas que possui total valor comercial. É um documento que
será trocado por dinheiro, logo, este documento simboliza dinheiro. A utilização
de um título de crédito garante ao cliente a formalização da sua aquisição/compra
mesmo sem a utilização concreta do dinheiro.

Assim é considerado título de crédito todo documento considerado como um paga-


mento sem a utilização do dinheiro, certo? Vejamos os exemplos abaixo e conhe-
ceremos cada um (ROLIM, 2013):

• Cheques;

• Promissórias;

• Cartões de débito e crédito;

• Boletos bancários;

• Carnês.

Antes de iniciarmos o estudo sobre cada um desses títulos de crédito, vamos estu-
dar um pouco sobre o dinheiro, ok?
6.1 Transação Financeira: Dinheiro- Dispositivos de
Verificação ee Segurança do Dinheiro

Figura 19: Segurança do dinheiro.


Fonte: http://ambientalsustentavel.org/2011/por-ambiente-agencia-da-onu-defende-taxar-transacoes-financeiras/.Acesso em
22/09/2014.

O dinheiro é um documento que se usa em transações financeiras, apresentado


em formato de cédulas ou moedas. Há muito tempo era a única ou principal forma
de pagamento por um bem ou um serviço adquirido (ROLIM, 2013). IMAGEM DE DI-
NHEIRO É sempre importante saber informações sobre como identificar dinheiros
falsos, existem dispositivos de segurança que auxiliam na identificação. Você como
profissional de Operador de Caixa não pode ter vergonha em observar se o dinheiro
é verdadeiro. Mesmo quando você receber o dinheiro por parte de outro operador
de caixa (ROLIM, 2013), observe-os, pois se você receber o dinheiro falsificado
deverá ressarcir o valor á empresa!

Assim verificar os valores ao receber é mais do que um ato de proteção, é um ato


de cidadania! (ROLIM, 2013).

6.2. Transações Financeiras/Cheques


O dispositivo de verificação tem como objetivo evitar as tentativas de falsificação
de dinheiro, a própria cédula possui vários dispositivos de segurança que auxiliem
na verificação se a cédula é verdadeira ou falsa (ROLIM, 2013). Assim para se cer-
tificar de que a nota não é falsa, verifique, pelo menos, estes quatro itens:

• Marca d’água;

• Alto-relevo;

• Faixa holográfica;

• Número escondido.

Veja na figura abaixo como identificar notas falsas de real ou dinheiro¹


Figura 20: Dispositivos de segurança de uma nota de dinheiro pt.1.
Fonte: http://dicascriseeconomica.blogspot.com.br/2010/12/novas-notas-de-real-circulam-desde-o.html. Acesso em 22/09/2014.

Veja abaixo os itens de segurança das novas notas de Real.

Figura 21: Dispositivos de segurança de uma nota de dinheiro pt.2.


Fonte: http://dicascriseeconomica.blogspot.com.br/2010/12/novas-notas-de-real-circulam-desde-o.html. Acesso em 22/09/2014.
Figura 22: Dispositivos de segurança de uma nota de dinheiro pt.3.
Fonte: http://dicascriseeconomica.blogspot.com.br/2010/12/novas-notas-de-real-circulam-desde-o.html.

Vamos Praticar? Em duplas, elabore uma cédula de dinheiro de um “banco” fic-


tício, demonstrando as normas de segurança para o reconhecimento das cédulas.
Faça no espaço abaixo:

6.2.1 - Título de Crédito: Cheque

Figura 23: Assinando um cheque.


Fonte: http://www.creditoecobranca.com/blog/2009/09/24/mudanca-nas-regras-do-cheque/. Acesso em 22/09/2014.

Por serem títulos de créditos muito utilizados em transações financeiras, é de


suma importância que o operador de caixa tenha entendimento em relação aos
aspectos relacionados aos cheques, e aos dispositivos de segurança para o seu
recebimento. Vamos lá?

O cheque é uma das formas de pagamento caracterizado como título de crédito


que permite a transação financeira sem a presença do dinheiro (ROLIM, 2013).
São documentos produzidos pelos bancos, sendo que a folha de cheque é consi-
derada uma ordem de pagamento à vista, ou seja, a partir do momento no qual o
proprietário emite a folha de cheque a ser preenchida e assinada para realizar um
pagamento, ele está autorizando o banco no qual possui a sua conta, que receba
a folha de cheque e faça a troca por dinheiro, finalizando, portanto, a transação
comercial (ROLIM, 2013).
As folhas de cheque possuem tamanho padrão e campos de dados comuns a
todos os bancos! (ROLIM, 2013).

Dados Encontrados no Cheque

Na linha superior do cheque encontramos dados como o número do banco, o nú-


mero da agência, o número da conta da pessoa ou empresa, o número da folha de
cheque e espaço para o preenchimento do valor numérico (valor a ser pago). Veja
abaixo (ROLIM, 2013):

• Número do banco: é a numeração de identificação do banco perante o Banco


Central;

• Número da agência: é o número da agência específica na qual está localizada


a conta do cliente;

• Número da conta: é a identificação da conta do cliente naquele banco;

• Número do cheque: é o número da folha específica de cheque em que está


sendo realizada a transação;

• Espaço para o preenchimento do valor numérico: local no qual se coloca o


valor do cheque, escrito em números;

Figura 24: Exemplo de cheque em branco.


Fonte: http://www.osegredo.tv/. Acesso em 22/09/2014.

Observando a imagem acima veja que existem três linhas de igual tamanho, as
duas primeiras linhas são para o preenchimento do valor do cheque escrito por
extenso e a última linha serve para nominar o cheque, ou seja, colocar o nome da
pessoa ou empresa para a qual o cheque está destinado (ROLIM, 2013).
Figura 25: Exemplo de cheque preenchido.
Imagem disponível em: http://lookfilmes.blogspot.com.br/2011/01/chque-de-pagamento-de-aluguel.html. Acesso em 22/09/2014.

Observando o cheque acima, a terceira linha define duas situações relacionadas ao


cheque (ROLIM, 2013).

• Cheque nominal: é aquele cheque onde colocamos o nome de uma pessoa ou


de uma empresa para o cheque será destinado, desta forma, apenas o sujeito
mencionado naquela última linha é que possui o direito de compensar (trocar
o cheque por dinheiro). Assim esse cheque só pode ser apresentado ao banco
pelo beneficiário indicado no cheque. Porém, é importante saber que mesmo
nominal o cheque pode ser endossado. O endosso consiste em uma transferên-
cia do cheque nominal à outra pessoa determinada pelo beneficiário. Mas cui-
dado! Cheques com escrita “não à ordem” ou “não endossável” não permitem
este tipo de transação.

• Cheque ao portador: Quando o cheque não é nomeado ele torna-se um cheque


ao portador, que significa que qualquer pessoa que estiver portando (carregando)
aquele cheque poderá trocá-lo. Assim, por motivos de segurança, convencionou-se
que o cheque ao portador não possua valor superior a R$100,00 (cem reais).

Na situação de recebimento na operação de caixa a solicitação para nomear o


cheque para a empresa é considerada um dispositivo de segurança, visto que
inibe a troca do cheque por outras pessoas! (ROLIM, 2013).

Dando continuidade, as duas últimas linhas do cheque são reservadas para o espa-
ço, para a data e a linha de assinatura na qual as pessoas assinam, ao lado destas
linhas estão a logomarca do banco e o endereço da agência na qual se situa a
conta e, abaixo, o nome do titular do cheque e a numeração de seus documentos
de identificação.

Sobre o cheque podemos dizer ainda que (ROLIM, 2013):

• Cheque cruzado: é aquele cheque que no seu preenchimento, o cliente pode


utilizar duas linhas transversais e paralelas, indicando o cheque cruzado. Este
procedimento significa que o cheque somente pode ser pago mediante crédito
em conta.
• Cheque sem fundo: é o cheque que durante o seu preenchimento, é emitido
sem que haja saldo na conta para o seu devido pagamento.

Conheça agora as pessoas envolvidas em uma transação com cheque.

Sujeitos da Transação

Segundo a autora Rolim (2013), quando é realizada uma transação com título de
crédito caracterizamos dois sujeitos: a pessoa que emite o título de crédito e a
pessoa que recebe (física ou jurídica).

Veja a diferença:

Pessoa física: é a pessoa, ou seja, homens e mulheres que possuem o Cadastro de


Pessoa Física (CPF);

Pessoa Jurídica: é a entidade abstrata com existência e responsabilidade jurídi-


cas, como, por exemplo, empresas públicas e privadas, órgãos e associações, etc.
Possuem o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica ( CNPJ).

A pessoa (física ou jurídica) que emite o título de crédito-cheque é chamada de


emissor, emitente ou devedor. A pessoa física ou jurídica que recebe o cheque é
denominada de cedente ou credor, pois é aquele que está concedendo crédito.
Também é considerado o beneficiário. Destaca-se também o sacado, que é o banco
onde está depositando o dinheiro do emitente (ROLIM, 2013). Agora vamos conhe-
cer alguns cuidados que devemos ter ao receber os cheques, vamos lá?

6.2.4 Cuidados para Garantir a Segurança no Recebimento de Che-


ques

Algumas ações devem ser tomadas para garantir a segurança ao receber um che-
que (ROLIM, 2013), veja abaixo:

Cada empresa possui as suas normas para o recebimento de cheques. Então é im-
portante que você conheça as normas da empresa que você irá trabalhar, e adap-
tar-se a elas! Algumas empresas, por exemplo, só recebem cheques previamente
cadastrados de seus clientes!

É importante realizar pesquisas nos serviços de proteção ao crédito. No caso de


cheques consulte o SERASA.

Se tiver dúvidas em relação ao recebimento de um cheque SEMPRE peça auxílio –


ou até mesmo autorização- do supervisor direto!

Solicite os documentos de identificação com foto e ANALISE-OS!

Ao receber o cheque realize a conferência, verificando se a assinatura é seme-


lhante a assinatura do documento de identificação e se os valores estão de acordo
com os valores apontados pelo sistema e se o valor numérico está de acordo com
o valor escrito por extenso;
Tome sempre cuidado redobrado com cheques previamente assinados, cheques
de terceiros ou que não estejam em bom estado de conservação (amassados ou
amarelados, por exemplo);

NÃO RECEBA CHEQUES RASURADOS!

NÃO PREENCHA OS CHEQUES PELOS CLIENTES!

Você sabe o que é SERASA3?

Serasa significa Centralização de Serviços dos Bancos, e não é uma sigla, sendo uma em-
presa privada brasileira, que faz análises e pesquisas de informações econômico-financeiros
das pessoas, para apoiar decisões de crédito, como empréstimos. Criada pelos bancos, com
o objetivo de centralizar informações, e fazer com que seus custos administrativos diminu-
íssem e diminuir também a margem de erros sobre as informações para emprestar crédito a
pessoas, a Serasa fornece a empresa consultas sobre seus clientes, diretos e indiretos verifi-
cando os indivíduos que constam em seu banco de dados, ou seja, quando uma pessoa deve
algum valor para um estabelecimento comercial, a Serasa então inclui a pessoa nessa lista,
e é possível então pagar para fazer a consulta nesse banco de dados. A Serasa então divulga
os dados aos seus associados, especialmente os bancos e estabelecimentos comerciais, e
caso o nome de um indivíduo seja incluído no banco de dados, apenas após o pagamento da
dívida, o banco pode solicitar a exclusão do nome desse banco de dados.

Vamos às atividades?

Utilizando o modelo abaixo, preencha um cheque de um banco fictício.

Figura 26: Cheque em branco.


Fonte: http://misturaurbana.com/2011/07/o-que-voce-faria-se-te-dessem-um-cheque-em-branco/. Acesso em 22/09/2014

6.3 Título de Crédito: Cartão de Crédito


Um título de crédito bastante aceito pelas empresas e muito utilizado pelos clien-
tes é o cartão de crédito. Por isso devido a grande utilização desse documento nas
transações financeiras, torna-se importante o conhecimento de como recebê-lo
1 Fonte:http://www.significados.com.br/serasa/. Acesso em 16/03/14
com segurança (ROLIM, 2013). É um documento cedido através de uma empresa
denominada financeira (ou até mesmo um banco) que cede aos seus clientes um
limite de crédito, ou seja, uma quantia é oferecida ao cliente para que ele possa
utilizar (ROLIM, 2013). Dessa forma, ao realizar a compra, o cliente utiliza o cartão
de crédito – que popularmente é conhecido como “dinheiro de plástico”. A finan-
ceira ou o banco realiza então o pagamento a empresa que recebeu este tipo de
título e o cliente paga à empresa que cedeu o cartão.

6.3.1 Dados Presentes no Cartão de Crédito

Para a autora Rolim (2013) os dados encontrados em um cartão de crédito são os


seguintes:

Figura 27: Exemplo de cartão de crédito.


Fonte: http://www.ocenomato.com.br/index.php?idcanal=104. Acesso em 22/09/2014.

• Nome do banco administrador do cartão;

• Número do cartão;

• Data de validade;

• Bandeira;

• Chip de dados;

• Tarja magnética;

• Local para a assinatura do portador;

• Número de segurança.

6.3.2 Sujeitos envolvidos na Transação Financeira

A utilização de cartões oferece segurança e muita comodidade aos clientes. Mais


segurança recebe o estabelecimento, pois, caso o banco ou financeira não aprove
as compras a negativa é enviada na hora e o comerciante não sofre prejuízo (RO-
LIM, 2013).
Figura 28: Identificadores do cartão de crédito.
Fonte: http://www.cartaodecreditoguia.com.br/onde-fica-o-numero-do-cartao-de-credito. Acesso em 22/09/2014.

Veja abaixo as descrições dos envolvidos neste tipo de transação financeira (RO-
LIM, 2013):

• Portador: é o cliente que realizará o pagamento através do cartão. Pode ser


titular da conta de cartão de crédito ou apenas o portador do cartão adicional.

• Estabelecimento: é a empresa que receberá o pagamento, por um produto ou


serviço, comprado quando se utiliza o cartão;

• Adquirente: é a empresa responsável pela comunicação da transação entre


o estabelecimento e a bandeira. No Brasil, são as empresas como Redecard,
Cielo, Hipercard e Getnet, estas empresas fornecem as máquinas de cartão de
crédito;

• Bandeira: é a empresa responsável pela comunicação da transação entre o


adquirente e o emissor do cartão de crédito. Sendo as maiores bandeiras no
Brasil a Visa, MasterCard e Hipercard;

• Emissor: é a empresa administradora do cartão, uma instituição financeira


que emite o cartão de crédito. Algumas das responsabilidades da administra-
dora são: delimitação do limite de compras, aprovação de transações, emissão
de faturas, serviços de cobrança, serviços diversos referentes ao cartão.

6.3.3 Dispositivos de Segurança ao Receber Cartões

Abaixo alguns passos importantes ao receber cartões durante uma transação fi-
nanceira:
• Sempre solicite um documento com foto e confira, além de foto, a assinatura
do cliente;

• Verifique a data de validade do cartão;

• Se a empresa solicitar informe na papeleta gerada pela máquina, o telefone e


assinatura do cliente.

Os passos acima são muito importantes, pois, como muito cartões trabalham
apenas com senhas, sendo que nada mais é solicitado, se acontecer algum
uso que não seja realizado pelo titular do cartão, a transação é caracteriza-
da como crime, podendo você operador de caixa e o cliente penalizados por
isso! (ROLIM,2013).

6.3.4 Operacionalização com Cartão de Crédito

São duas as funções realizadas com cartão de crédito (ROLIM, 2013):

Débito: função que permite o pagamento automático, imediato!

Crédito: função que permite ao portador utilizar o cartão com o crédito do emis-
sor, permitindo parcelamentos!

Figura 29: Operando uma máquina de cartão de crédito.


Fonte: http://portalestacaoespacial.com.br/?p=8609. Acesso em 22/09/2014.

Para as duas funções, utilizamos a máquina de cartão de crédito, também conheci-


da por TEF (Transferência Eletrônica de Fundos). São duas as formas de passarmos
o cartão (ROLIM, 2013):

• Através do magneto (tarja magnética localizada na parte de trás do cartão),


assim você irá passar o cartão na máquina ao lado, conforme a figura acima;

• Ou através da leitura do chip, onde se insere o chip na abertura da máquina,


como na figura abaixo.
Figura 30: Realizando operação com máquina de cartão de crédito.
Fonte: http://blogdocrato.blogspot.com.br/2011_06_01_archive.html. Acesso em 22/09/2014.

Durante a transação financeira envolvendo o cartão de crédito (ROLIM, 2013), o


funcionário do estabelecimento passa o cartão na máquina. Será solicitada função
débito ou crédito. Na função crédito o cliente pode optar por parcelar, a depen-
der da política da empresa, com ou sem juros. Na função débito a transação gera
saque automático. Aprovada a transação, o equipamento emite duas vias de com-
provante: uma via será entregue ao portador e a outra via deverá ficar na empresa
(importante você solicitar a assinatura do portador e verificar se a assinatura con-
fere com o verso do cartão ou de algum outro documento de identificação).

Vamos às atividades?

1. Como o cartão de crédito é conhecido popularmente?

2. Quais são os dados que estão presentes no cartão de crédito?

3. Quais são os dispositivos de segurança para o recebimento de cartões de crédito?

4. Quais são as duas funções realizadas na operação com cartão de crédito?

5. O que significa TEF?

6.4 Título de Crédito: Boleto Bancário e Carnês


Os boletos são muito utilizados no recebimento de pagamentos diversos pelas insti-
tuições financeiras. Caracterizam-se como título de crédito e é importante conhe-
cermos sobre sua utilização para melhor atender ao cliente (ROLIM, 2013). O bole-
to bancário é uma das formas de pagamento bastante conhecidas pela população.
É um documento de cobrança, utilizado como instrumento (guia) de pagamento
de um produto ou serviço prestado. Com esta guia de pagamento, o emissor do
boleto (cedente) pode receber do cliente (sacado) o valor referente ao produto
ou serviço.
O boleto bancário também pode ser chamado de bloqueto de cobrança, bloqueto
bancário ou boleto de cobrança. Logo abaixo, veremos os principais dados e cam-
pos do boleto bancário.

6.4.1 Principais Dados/Campos do Boleto

O boleto é formado por diversos campos. Cada campo possui um dado, uma infor-
mação referente a transação. Veja a seguir os principais campos do boleto bancário:

• Código do Banco: refere-se à numeração do banco que administra o recebi-


mento daquele boleto bancário;

• Linha digitável: é a representação numérica do código de barras. São os nú-


meros que são utilizados pelo operador de caixa quando o código de barras
está danificado.

• Vencimento: é a última data para o pagamento do boleto bancário sem juros.


Algumas instituições financeiras não recebem boletos como vencimento ultra-
passado.

• Valor do documento: é o valor a ser pago pelo cliente.

• Código de Barras: Representação gráfica de dados numéricos ou alfanuméricos.

• Sacado: Identificação do cliente que irá pagar o boleto bancário ( nome, en-
dereço, etc).

• Data do Documento: é a data em que o boleto foi gerado ou emitido.

• Cedente: dados da empresa titular da conta, responsável pela emissão do


boleto.

Figura 31: Dados do boleto.


Fonte: http://www.macoratti.net/07/10/net_bol.htm. Acesso em 22/09/2014.
6.4.2. Recebimento de Boletos Bancários e Código de Barras

Ao receber um boleto bancário, o operador de caixa deve verificar se o documento


está dentro do limite do recebimento (ROLIM, 2013). No campo central do boleto
bancário geralmente encontram-se textos referentes à descontos ou acréscimos
que modificarão o valor originalmente expresso. Algumas empresas podem conce-
der descontos aos clientes que realizarem o pagamento do boleto antes da data
de vencimento, ou até mesmo na data-limite. No geral qualquer empresa, pode
cobrar multas e taxas quando o cliente realiza o pagamento após a data de venci-
mento. Cabe ao profissional operador de caixa verificar o texto, realizar os cálcu-
los de desconto ou acréscimo e informar ao cliente o valor final. Para a efetivação
dos cálculos, é importante que o operador de caixa saiba realizar os cálculos com
porcentagens, que já aprendemos no módulo de Introdução à Matemática Finan-
ceira (ROLIM, 2013).

O código de barras está presente em boletos de bancários e produtos em geral


(ROLIM, 2013), são aquelas “listras em preto e branco” que facilitam as transa-
ções comerciais, oferecendo maior agilidade e controle. O código de barras é uma
representação gráfica de dados, quando decodificado por máquina apropriada (o
leitor de código de barras ou scanner), permite verificar um grande e universal
banco de dados, a identificação daquele produto ou documento, retornando os
dados como identificação do produto e preço (ROLIM, 2013).

O Código Nacional de Produtos (código de barras) foi introduzido formalmente no


Brasil em 29 de novembro de 1984, através do decreto n° 90.595 (ROLIM, 2013).
Vamos às atividades?

1. Usando sua criatividade, desenhe no espaço abaixo, um modelo de boleto fic-


tício, com nome um banco preenchendo com as seguintes informações:

• Código do banco: 614;

• Vencimento: 27/10/2013;

• Valor do documento: R$580,00;

• Data do documento: 25/10/2013;

• Cedente: Financeira Finanças.

2. Pesquise em rótulos de produtos, códigos de barras e cole abaixo

6.5 Título de Crédito: Promissória


A promissória é um título de crédito utilizado por pessoas que necessitam de crédi-
to, mas não possuem cheques, utilizada em alguns comércios, deve ser conhecida
pelo operador de caixa no desempenho de suas atividades (ROLIM, 2013). Por ser
um título de crédito aceito em alguns estabelecimentos comerciais, a nota promis-
sória permite ao cliente realizar compras pré-datadas e até mesmo parceladas. O
seu preenchimento possui campos parecidos com os campos de preenchimento do
cheque e, por ser um documento que pode ser redigido pelo operador de caixa,
requer muita atenção ao seu recebimento (ROLIM, 2013).

O preenchimento da nota promissória resulta em um texto no qual o devedor as-


sume a responsabilidade de efetivar o documento das compras realizadas (ROLIM,
2013), assim a nota promissória é “uma promessa de pagamento”. Para aceitar o
pagamento através de nota promissória depende das normas de recebimento da
empresa, bem como do relacionamento entre credor (estabelecimento ou pessoa
que aceita o pagamento em nota promissória, também chamado de beneficiário ou
tomador) e devedor (também chamado de subscritor). Em alguns casos, é solicita-
da uma terceira parte- o avalista (pessoa que se responsabiliza pelo pagamento
da dívida, caso o devedor não o faça).

A nota promissória também pode ser endossada, ou seja, transferida a outras pes-
soas (ROLIM,2013). Ao assumir uma dívida em nota promissória o emitente com-
promete-se a pagar aquele valor em determinada pré-acordada: é a data de ven-
cimento. Se não for realizado o pagamento a nota promissória pode ser protestada
em cartório, negativando o nome do devedor (o que impossibilita a tomada de
outras linhas e crédito, financiamentos ou crediários), podendo ainda ser acionado
a cobrança judicial (ROLIM, 2013).

6.5.1 Dados Presentes na Nota Promissória

Na folha de nota promissória os seguintes dados:

• A denominação NOTA PROMISSÓRIA;

• O campo n°, no qual colocamos duas informações respectivamente: a ordem


da parcela e a quantidade total e parcelas a serem pagas. (Esta informação é
importante para verificar se o pagamento será dividido, em quantas vezes).

• A data de vencimento – dia no qual o emitente compromete-se a liquidar a


dívida (caso não seja determinada a data, o vencimento será considerado à
vista).

• O valor da nota promissória – este valor é expresso em números e também


escrito por extenso.

• A promessa de pagar o título que está sendo emitido;

• O local do pagamento da dívida (caso este campo não seja preenchido, será
considerado o domicílio do emitente).

• Os dados do beneficiário (nome e CPF ou CNPJ);

• Os dados do emitente (nome, CPF ou CNPJ, endereço, telefone);

• A data e o local nos quais a nota promissória foi preenchida.

• A assinatura do emitente.
• Caso solicitado, o nome e dados do avalista;

• Assinatura e dados (identidade ou CPF e endereço) e duas testemunhas.

Figura 32: Dados nota promissória.


Fonte: http://www.hugomeira.com.br/nota-promissoria-duplicata-letra-de-cambio/. Acesso em 22/09/2014.

Ao profissional operador de caixa cabe a prestação de auxílio no preenchimento,


bem como orientações ao cliente. Deve, ao receber a nota promissória, verificar
se todos os dados estão preenchidos e se os mesmos estão corretos (ROLIM, 2013).

Lembre-se de que tal qual o cheque, a nota promissória não pode ser rasura-
da, pois pode perde o seu valor e sua utilidade (ROLIM, 2013).

1. Usando o modelo acima de nota promissória, crie uma nota promissória co-
locando os campos obrigatórios em relação a sacado e cedente. Desenhe no
espaço abaixo.

6.6. Comprovantes: Recibos e Notas Fiscais


O cliente possui a necessidade e o direito de documento de comprovação, ou seja,
confirmação de que a transação foi realizada, para tanto é fornecido a ele notas
fiscais e recibos (ROLIM, 2013). O recibo é um documento, emitido em papel, por
pessoas ou empresas, para comprovar o recebimento de pagamento por produ-
tos vendidos ou serviços prestados (ROLIM, 2013). Porém, apesar de servir para
comprovação, o recibo não é documento oficial (não serve como instrumento de
arrecadação de impostos para o governo), sendo esta a sua maior diferença com a
nota fiscal (ROLIM, 2013).

6.6.1. Dados de Preenchimento dos Recibos

Entre os campos que devem ser preenchidos em um recibo estão:

Número do recibo: número de ordem no talonário ou protocolo;

Valor: quantia recebida expressa em valor numérica e escrita por extenso;

Denominação do pagante: nome da pessoa ou empresa que pagou, precedida de


afirmação de recebimento;

Objeto do pagamento: denominação dos produtos ou serviços comprados;

Localidade e data do pagamento: nome da cidade e data;

Dados do recebedor: nome, assinatura, CPF ou CNPJ, endereço;

Veja a figura abaixo:

Figura 33: Exemplo de recibo


Fonte: http://comofazer.etc.br/modelo-de-recibo-simples-aprenda-aqui-como-fazer/. Acesso em 22/09/2014.

6.7 Nota Fiscal/ Cupom Fiscal


A nota fiscal é um documento de comprovação de venda de produto ou serviço,
significa também a transferência de propriedade sobre um bem ou serviço pres-
tado (ROLIM, 2013). Pode ser emitida a pessoas jurídicas ou físicas ou entre essas
pessoas. A diferença entre nota fiscal e recibo é que a nota fiscal destina-se ao re-
colhimento de impostos (ROLIM, 2013). As empresas ou pessoas que não emitem a
nota fiscal cometem o crime de sonegação fiscal. Os dados presentes na nota fiscal
são os mesmos presentes nos recibos. Como existem diversas notas fiscais, a mais
comum, presente na operação de caixa é o cupom fiscal, emitido pelo equipamen-
to de emissor de cupom fiscal (ECF). Assim o cupom fiscal apresenta vários dados
como: itens comprados, valor, quantidade, total pago, data e hora da transação,
dados da empresa (nome, CNPJ, inscrição estadual, endereço).

1. Qual a finalidade de recibos e notas fiscais?

2. O que é recibo?

3. Quais são os dados de preenchimento dos recibos?

4. A nota fiscal também comprova transação financeira, logo, qual é a diferença


entre nota fiscal e recibo?

5. Qual a nota fiscal que é muito encontrada em operações de caixa?

Bons estudos!
Introdução à Matemática Financeira e sua
Importância para o Profissional
Objetivos da Aprendizagem: Neste módulo o aluno terá a oportunidade de ve-
rificar que a Matemática Financeira fornece instrumentos para estudar e avaliar
as formas de aplicação do dinheiro bem como de pagamentos de empréstimos.
Com isso você, aluno, futuro Profissional Operador de caixa, terá a oportunidade
de conhecer alguns conceitos dessa disciplina tão interessante e poderá aplicá-la
nas suas atividades profissionais.Os conceitos abordados contribuirão para você
compreender melhor como funciona a parte de porcentagem e juros no mercado
de trabalho, o que permitirá a você aluno agregar valor à sua futura profissão e
a empresa na qual desempenhará a função de Operador de Caixa. Bons estudos!

4.1. O Contexto das Finanças

Figura 12: Processo de finanças.


Fonte: http://unieducar.org.br/catalogo/curso/disciplinas-para-concursos-financas. Acesso em 22/09/2014.

Antes de iniciarmos o nosso estudo sobre finanças, colocarei aqui para você enten-
der melhor como surgiu às finanças durante o desenvolvimento da sociedade. Isso
será importante, pois você verá que envolver todos os conceitos que já trabalha-
mos até aqui. Vamos lá?

Durante o processo de desenvolvimento das sociedades, o problema de satisfazer


às necessidades das pessoas foi solucionado por meio do processo de troca de um
bem por outro (GOMES; MATHIAS, 1981).

A moeda então surgiu como intermediário para este processo sendo a forma de
acumular valor e gerar riquezas, e o preço passou a ser a medida de valor dos bens
(GOMES; MATHIAS, 1981).

Assim as pessoas poderiam vender seus bens ou comprá-los para consumir no fu-
turo, surgindo a noção de juros. Em outras palavras as pessoas que preferissem
consumir seus bens no futuro, exigiam uma recompensa por isso. Essa recompensa
recebe o nome de juro (GOMES; MATHIAS, 1981). O juro pode ser explicado como:

O custo do crédito ou simplesmente a remuneração pelo capital aplicado


Antes de iniciarmos o tópico de juros simples, é importante revisarmos alguns con-
ceitos importantes como taxa de juros e forma percentual, você verá que é simples
os cálculos e que na sua empresa utiliza-se muito a prática de juros compostos,
certo? Isso é muito importante para você poder, por exemplo, explicar ao cliente
o porquê do acréscimo de juros em uma venda a prazo parcelada, ok?Vamos lá?

4.2 Taxa de Juros - Juros Simples e Montante.


Juros Compostos e Montante

Figura 13: Taxa de juros.


Fonte: http://www.creditooudebito.com.br/qual-banco-tem-menor-taxa-juros/. Acesso em 22/09/2014.

Os juros são determinados por meio de um coeficiente que se refere a um dado


intervalo de tempo, então quando falamos em 12% por ano, quer dizer que quando
empregamos certo valor a essa taxa, por um ano, vamos obter 12% desse valor
empregado (GOMES; MATHIAS, 1981).

Esse valor a quem nos referimos na Matemática Financeira recebe o nome Capital,
representado pela letra C

As taxas de juros podem ser apresentadas de duas formas (GOMES; MATHIAS, 1981):

• Forma porcentual;

• Forma Unitária.

Na forma porcentual a taxa vêm com o símbolo % que significa por centos do ca-
pital.Vejamos o exemplo abaixo:

Exemplo: Qual o juro que rende um capital de R$1.000 aplicado por 1 ano à taxa
de juros de 10% ao ano? Calcularemos mais adiante.

E na forma unitária a taxa refere-se à unidade do capital e não se apresenta com


o símbolo %. Vejamos o exemplo abaixo:

Exemplo: Qual o juro que rende um capital de R$1.000 aplicado por 1 ano à taxa
de juros de 0,10 ao ano? Calcularemos mais adiante.
Na forma unitária a taxa já se apresenta transformada, então é importante que
sempre que você for calcular os juros prestar atenção na taxa, se ela apresentar
o símbolo % deverá ser transformada em forma unitária. Para transformar a forma
porcentual em unitária é bem simples é só dividir o valor da taxa que virá acompa-
nhada pelo símbolo % por 100 (CRESPO, 1999). Veja o exemplo abaixo:

Forma Porcentual Transformação Forma Unitária


12% a.a. (a.a. significa ao
12÷100 0,12 a.a.
ano)
6% a.s. (a.s significa ao se-
6÷100 0,06 a.s.
mestre)
1% a.m. (a.m significa ao
1÷100 0,01 a.m
mês)

Nos cálculos de juros sempre utilizaremos a taxa na forma unitária, então,


fique atento!

Juros Simples e Montante

Figura 14: Refém dos juros.


Fonte: http://dilsonramosjc.blogspot.com.br/2012/07/juros-selic-baixam-no-bc-mas-cartoes-de.html. Acesso em 22/09/2014.

Quando apenas o capital produz juros durante toda a sua aplicação, o juro no fim
do prazo recebe o nome de juros simples (JUNIOR, 1981). Nesse regime de juros
simples os juros calculados são sempre sobre o mesmo Capital. Antes de iniciarmos
os nossos cálculos sobre os juros é importante conhecermos alguns conceitos onde:

• J é o juro no período da taxa;

• C é o principal ou capital investido;

• i é a taxa de juros do período; e

• n é o número de períodos.
Dessa forma os juros simples é representado pela simples fórmula abaixo:

J=C.i.n

O Capital é conhecido como Valor Presente, Valor Atual, Valor Principal ou


Valor Aplicado!

E assim para encontrarmos o valor FINAL DA APLICAÇÃO que é a soma do Capital


mais os juros denominado como MONTANTE, onde:

• M é o montante ou valor futuro;

• C é o capital; e

• J é o juro, utilizaremos a seguinte fórmula:

M = C(1+i.n)

A fórmula acima foi encontrada partindo do pressuposto de que:

M= C + J como J= C.i.n e substituindo a variável J pela sua respectiva fórmula te-


remos a seguinte fórmula de Montante: M= C+ C.i.n (substituímos a variável J), co-
locando a variável C em evidência, pois é comum nesse cálculo temos M= C(1+i.n)
essa é a fórmula que utilizaremos para cálculo do Montante.

O Montante é também conhecido como o VALORFUTURO!

Retornado ao exemplo anterior: Qual o juro que rende um capital de R$1.000


aplicado por 1 ano à taxa de juros de 0,10 ao ano? Vamos calcular os juros e o
montante aplicando essas fórmulas.

Primeiro passo: Identificar as variáveis:

• J=? é o que se procura;

• C= R$ 1.000;

• n= 1 ano;

• i= 0,10 a.a

Observa-se que nesse caso a taxa de juros está em forma unitária, caso viesse com
o símbolo % precisaríamos dividi-la por 100, certo?
Assim como J= C.i.n teremos 1000 x 1x 0,10= J=R$100

Como o Montante é o Capital mais os juros e o Capital é igual a R$1000, já dado


no problema temos:

M=C+J 1000+100= M= R$1.100, lembrando que você pode achar o Mon-


tante também utilizando a fórmula M=C(1+i.n) assim:

M= 1000(1+0,10.1)= R$ 1.100, simples não é? Bom o segredo para o bom uso des-
tas fórmulas é lembrar que a taxa de juros i e o período n devem estar na mesma
unidade de tempo. Por exemplo, se em uma questão sobre juros a taxa for i= 6%
ao ano e o período n= 36 meses, antes de colocarmos direto nas fórmulas devemos
colocar o período e a taxa na mesma unidade de tempo, certo? Observe os exem-
plos abaixo:

Exemplo: Para usarmos a taxa de 6% ao ano, temos que transformar o período de


36 meses em períodos de anos, ou seja:

• i = 6% ao ano e n= 36 meses, onde 36 meses são 3 anos, assim a taxa i e o


período n, estão na mesma unidade.

Você pode ainda usar o período de 36 meses e transformar a taxa que foi dada em
ano em meses, certo? Dessa forma:

• n= 36 meses e i = 6% ao ano; se i = 6% ao ano por mês é só dividir por 12, então


encontramos 6÷12= 0,5% por mês (olha o símbolo de % ), para utilizar esse valor
nas fórmulas aprendemos que devemos transformá-lo em valor unitário então
0,5%, quando dividimos por 100 temos: 0,005 por mês, certo?

A taxa de juros i e o período n devem ser referidos na mesma unidade de


tempo!

Abaixo você fará anotações sobre esta aula e logo após fará a bateria de exercí-
cios, para facilitar as respostas

A partir da Fórmula básica para o cálculo de juros simples podemos obter


outros valores, como o valor do capital (C), da taxa (i) e do período de tempo
(n), veja:
J=C.i.n C= J/i.n e i= J/C.n e n=J/C.i

De modo semelhante podemos achar outros valores a partir da fórmula do


Montante, veja:

M= C(1+i.n) C= M/1+i.n e i=M/C-1/n e n= M/C-1/i

Cuidado! Não se esqueça de que a taxa i e o período n tem que estarem na


mesma unidade de tempo!

Exercícios Juros Simples

1. Uma dívida de R$ 1000,00 que deve ser paga com juros de 8% a.m. pelo regime
de juros simples e devemos pagá-la em 2 meses. Calcule o valor dos juros.

2. Calcule o montante resultante da aplicação de R$70.000,00 à taxa de 10,5%


a.a. durante 145 dias.

3. Calcular os juros simples produzidos por R$40.000,00, aplicados à taxa de 36%


a.a., durante 125 dias.

4. Qual o capital que aplicado a juros simples de 1,2% a.m. rende R$3.500,00 de
juros em 75 dias?

5. Calcular os juros simples, referente a um capital de R$1.000, aplicado confor-


me as taxas e prazos abaixo:

Taxa de Juros Prazo


a)15% a.a 1 ano
b)17% a.a 4 anos
c)21% a.a 5 meses
d)26,8% a.a 30 meses
e)30,8%a.a 5 anos e meio
f)38% a.a 4 anos e 8 meses

6. Que montante receberá um aplicador que tenha investido R$5.000, conside-


rando as taxas e os prazos abaixo:

Taxa de Juros Prazo


a)18% a.a 6 meses
b)31,8% a.a 2 anos e 7 meses
c)42% a.a 4 anos e 3 meses
RESPOSTAS:

1. R$160;

2. R$72.960,42;

3. R$5000,00;

4. R$116.666,67;

5. a) R$150; b)R$680; c) R$87,50; d) R$670,00; e) R$1.694,00; f) R$1.773,33;

6. a) R$5.450; b) R$9.107; c) R$13.925

Juros Compostos e Montante

Analisamos o regime de juros simples caracterizado pelo fato de somente o capital


inicial render juros (GOMES; MATHIAS,1981). A diferença entre os juros simples e
os juros compostos é que os juros compostos retratam melhor a nossa realidade,
e não somente o capital rende juros, mas estes juros são devidos também sobre
os outros juros formados, dizemos que então que os juros são capitalizados, então
temos o nome de juros compostos (GOMES; MATHIAS, 1981).

Exemplo:

Calcular o capital acumulado (montante) de um aplicação de R$ 1.000,00 à taxa de


10 % ao mês, durante 4 meses.

Solução:

Juros Montante
1° mês=0,1 x 1000 = 100 Montante após esse mês = 1100
2° mês: 0,1 x 1100 = 110 Montante após esse mês = 1210
3° mês: 0,1 x 1210=121 Montante após esse mês = 1331
4° mês: 0,1 x 1331 = 133,10 Montante (final) = 1464,10

Podemos escrever que no sistema de juros compostos, o capital C, aplicado à taxa i


ao período, produz juros j e gera um montante M ao final de n períodos, calculados
pela seguinte fórmula:

M = C × (1 + i)n e os juros pela fórmula: J=M-C

Exemplo: Quanto receberá de juros uma pessoa que aplicou R$3.000, a juros
compostos, durante 3 meses, a uma taxa de 1% ao mês?

1° passo Identificar as variáveis:

C=3000;

n=3 meses;

i=1%;
M = C × (1 + i)n M= 3000 .(1+0,01)3 ( calculado com o auxílio da cal-
culadora);

M=3000. (1,01)3 3000. 1,030301=R$ 3090,90;

J=M-C 3090,90-300= R$90,90 de juros, simples não é?

Exemplo: Calcular a aplicação inicial que, empregada por 1 ano e seis meses, à
taxa de juros compostos de 3% ao trimestre, se torna igual a R$ 477,62?

1° passo Identificar as variáveis:

M = R$ 477,62

i = 3% = 0,03

n = 6 (as capitalizações são trimestrais)

M = C × (1 + i)n

477,62 = C × (1,03)6 ( usar a calculadora)

C=

C = R$ 400,00

Com a mesma fórmula de juros compostos você poderá encontrar outras variáveis:

M = C × (1 + i)n e C= M/ (1 + i)n

Lembrando que trabalharemos com o período n e a taxa i na mesma unidade , ok?

O ano civil ou exato possui 365 dias ou 366 (bissexto) e o ano comercial 360
dias!

Saiba que:

Abreviatura Significado
a.d. ao dia
a.m. ao mês
a.b. ao bimestre
a.t. ao trimestre
a.q. ao quadrimestre
a.s. ao semestre
a.a ao ano
Observe que a diferença dos juros simples e compostos é que quem financia
por juros simples, obtém um montante (valor total a pagar) inferior ao que
financia por juros compostos. Compare: Se uma pessoa empresta a outra a
quantia de R$ 2.000,00, a juros simples, pelo prazo de 3 meses, à taxa de 3%
ao mês. Quanto deverá ser pago de juros?

Solução para Juros Simples:

J = c . i. t J = 2.000 x 3 x 0,03 R$ 180,00

Solução para Juros Compostos:

M = 2.000.( 1 + 0,03)³ M = 2.000 . (1,03)³ M = R$ 2.185,45


como J=M-C= R$ 185,45

Exercícios Juros Compostos

1. Calcular o montante de uma aplicação de R$10.000 sob a taxa de 20% a.a e


período de 5 anos?

2. Qual o juro que se obtém de um capital R$ 1.500 aplicado sob a taxa de 10%a.a
e no período de 10 anos?

3. Qual é o montante gerado por um capital de R$ 1.000 aplicado pelo prazo de


12 meses a uma taxa de 1% a.m?

4. Qual é o montante gerado por um capital de R$ 1.000, aplicado pelo prazo de


2 anos uma taxa de 1% a.a?

5. Aplicou-se a juros compostos uma capital de R$ 1.400.000.00, a 4% ao


mês, durante 3 meses. Determine o montante produzido neste período.

6. Qual o capital que se for aplicado juros compostos a 8% ao mês, produz


em 2 meses um montante de R$ 18.915,00 de juros.

7. Aplicação de R$ 5.000,00 a taxa de juros compostos de 20% a.m. irá gerar, após
quatro meses, qual montante?
8. Considerando um capital de R$ 5.000,00 e que você receba juros compostos de
6% a.a., calcule os juros e o montante depois de decorrido o prazo de um ano.

Respostas

1. R$ 24.883,20

2. R$2.390,61

3. R$1.126,00

4. R$1.020,00

5. R$1.574.809,600

6. R$16.216,56379

7. R$10.368

8. M= R$5.300 e J= R$ 300

4.3 Porcentagem ou Percentagem?

Figura 15: Porcentagens.


Fonte: http://pt.dreamstime.com/photos-images/porcentagem.html. Acesso em 22/09/2014.

Caro aluno, agora que você aprendeu sobre juros, aprenderá sobre porcentagem.
São simples os cálculos e isso é muito importante mesmo para você, por exemplo,
conceder um desconto ao cliente, saber proceder nesses cálculos e explicar esses
cálculos aos clientes que questionam muito isso! Vamos lá?

As duas expressões1 estão corretas e existem na língua portuguesa. Assim sempre


que nos referirmos à proporção de uma grandeza ou quantidade calculada em re-
lação a uma centena, podemos utilizar os substantivos comuns femininos porcenta-
gem ou percentagem. As expressões significam também uma comissão ou taxa de
lucro sendo que a palavra porcentagem é a mais utilizada no português do Brasil.

As porcentagens são apresentadas pelo símbolo %, lembra-se dele? Por exemplo, as


razões centesimais que são frações que apresentam denominadores iguais a 100,
2 Disponível em: http://duvidas.dicio.com.br/porcentagem-ou-percentagem/ . Acessado em 06/03/2014.
podem ser representadas por este símbolo %. Veja abaixo:

a) ¼ =25/100=0,25=25%

b) 7/100= 7%=0,07;

c) 8/100=8%=0,008;

d) 50/100=50%=0,50= 1/2

e) 7,5/100= 7,5%=0,075;

f) 141,5/100=141,5%=1, 415;

Analisando as situações acima, você pode perceber que o símbolo % representa


centésimos, assim, por exemplo, 15% é uma forma que podemos usar para repre-
sentar 15/100 ou 0,15 (quinze centésimos). Dessa forma quando de diz que uma
pessoa gasta ¼ (um quarto) do seu dinheiro com aluguel é a mesma coisa que dizer
que a pessoa gasta 25% do seu dinheiro com aluguel, certo?

Entender a porcentagem para você, futuro profissional operador de caixa, é im-


portante, pois é uma linguagem muito utilizada pelos clientes! O cliente quer des-
contos, quer saber quanto ganhou de desconto em porcentagem na compra à vista,
quer saber quantos por cento vai pagar a mais na compra a prazo.

Simplificando temos que a razão da forma a/b na qual o denominador b = 100,


é chamada taxa de porcentagem ou simplesmente porcentagem ou ainda
percentagem, representada pelo símbolo %. Assim o cálculo de 20% de 80,
por exemplo, pode ser obtido como o produto ou multiplicação de 20% por
80, isto é: 20%.80 = 20/100.80 = 0,20.80=16.

Então, para indicar um índice de A% por cento, escrevemos A% e para cal-


cular A% de um número B, realizamos o produto ou multiplicação:

Produto = A%.B = A/100.B

Vamos exemplificar! Uma loja oferece um desconto de 15% de desconto para pa-
gamento à vista na compra de um automóvel que custa R$80.000,00.Quanto uma
pessoa irá pagar por esse carro, à vista?

Resolução: 15%.80.000, certo? 15/100.80000=0,15.80000=12000

12000 de desconto, certo? Se o carro custa 80000 e o cliente receberá 12000 de


desconto então pagará=80000-12000=68000, simples e fácil!

Outro exemplo: Um fichário tem 25 fichas numeradas, sendo que 52% dessas
fichas estão etiquetadas com um número par. Quantas fichas têm a etique-
ta com número par? Quantas fichas têm a etiqueta com número ímpar?

Resolução: Vamos Lá! 52%.25=52/100.25=0,52.25=13; então são 13 fichas etiqueta-


das com número par, certo? Se no total temos 25 fichas e 13 são etiquetadas com
o número par, então, 25-13=12 e o que sobrou são fichas etiquetas com o número
ímpar, certo?ou seja 12.

Vamos Praticar?
Exercícios sobre Porcentagens

1. Na sua primeira ida ao Shopping, você olhou uma calça que custava R$150,00.
Na semana seguinte, você decidiu comprar a calça, mas esta tinha sofrido um au-
mento de 10% do valor anterior. Qual o novo preço da calça?

2. Um vídeo-game pode ser comprado por R$ 300,00 parcelado em 3 vezes, ou à


vista com 20% de desconto. Neste caso, para o pagamento à vista, de quanto é a
economia, em reais?

3. Uma pessoa percorreu 50% do comprimento da ponte. Se a ponte possui 7 quilô-


metros de extensão, quanto falta ser percorrido?

4. Numa promoção, um prato de espaguete estava com 20% de desconto. Qual o


preço pago, se o preço original era de R$ 9,00?

5. Você quer comprar um sapato. Pagando à prazo, o sapato sai por R$ 56,00 á
vista, tem um desconto especial de 10% .

6. Após uma pesquisa de opinião, apurou-se que 20% da população de uma cidade
com 25000 mil habitantes, lê o Jornal A. Quantas pessoas não lêem este jornal,
nesta cidade?

7. Jonas e seus amigos de turma decidiram ir ao cinema assistir ao filme “Lanterna


Verde”. O ingresso para sessão 3D custa R$20,00. Qual o valor que será cobrado a
cada um deles, considerando que todos pagam meiaentrada e, ainda, conseguiram
um desconto extra de 10%, pois organizaram um grupo com 20 pessoas?

Respostas

1. R$165,00;

2. R$240,00;

3. 3,5 km;

4. R$7,20;

5. R$ 50,40;

6. 20000;

7. R$9,00;

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