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Norma Técnica SABESP

NTS 221

Nitrogênio Amoniacal, Orgânico e Total Kjeldahl –


Método titulométrico

Método de Ensaio

São Paulo
Janeiro - 2004
NTS 221 : 2004 Norma Técnica SABESP

SUMÁRIO

1 OBJETIVO ........................................................................................................................ 1
2 PRINCÍPIO DO MÉTODO ................................................................................................ 1
3 DEFINIÇÕES .................................................................................................................... 1
4 MATERIAIS E EQUIPAMENTOS .................................................................................... 1
5 REAGENTES .................................................................................................................... 1
5.1 Reagentes primários ................................................................................................... 1
5.2 Reagentes elaborados................................................................................................. 2
6 LIMPEZA E PREPARO DE MATERIAIS ......................................................................... 3
7 AMOSTRAGEM................................................................................................................ 3
8 INTERFERENTES ............................................................................................................ 3
9 PROCEDIMENTO ANALÍTICO........................................................................................ 3
9.1 Destilação do Nitrogênio Amoniacal ......................................................................... 3
9.2 Digestão e destilação do Nitrogênio Orgânico......................................................... 4
10 EXPRESSÃO DOS RESULTADOS............................................................................... 4
10.1 N-Amoniacal ou N-Orgânico de amostra líquida.................................................... 4
10.2 N-Amoniacal ou N-Orgânico de lodo (amostra sedimentada) .............................. 5
10.3 Nitrogênio total Kjeldahl (NKT) ................................................................................ 5
11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 5

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Norma Técnica SABESP NTS 221 : 2004

Nitrogênio Amoniacal, Orgânico e Total Kjeldahl – Método


titulométrico

1 OBJETIVO
Prescrever método para determinação das frações de Nitrogênio Amoniacal, Orgânico e
Total Kjeldahl em amostras de águas naturais, residuárias e de lodo por titulação
potenciométrica.

2 PRINCÍPIO DO MÉTODO
O Nitrogênio Amoniacal é recolhido em uma solução de Ácido Bórico, após a destilação
da amostra, e é determinado através de titulação com solução de Ácido Sulfúrico. A
quantidade gasta de solução ácida, para retornar o pH da solução de Ácido Bórico ao seu
valor original, é equivalente à quantidade de N-NH 3 presente na amostra. Faixa de
trabalho a partir de 5 mg N-NH3/L.
O Nitrogênio Orgânico é obtido através do tratamento adicional da amostra ao final do
processo de obtenção do Nitrogênio Amoniacal, que consiste na conversão para amônia
pela ação de solução fortemente oxidante, com subseqüente digestão, destilação e
titulação.
O Nitrogênio Total Kjeldahl pode ser determinado por digestão ácida seguida de
destilação e titulação ou pela soma do Nitrogênio Amoniacal e do Nitrogênio Orgânico.

3 DEFINIÇÕES
A presença do nitrogênio em sua forma orgânica ou amoniacal pode ser associada à
idade e proximidade da poluição.
Nitrogênio Orgânico - Forma reduzida do nitrogênio, proveniente das proteínas presentes
na amostra.
Nitrogênio Amoniacal - Origina-se na hidrólise da uréia e é constituído a partir da morte
seguida da decomposição de tecidos animais e vegetais e principalmente das
transformações sofridas pelos compostos orgânicos presentes no esgoto em nitrogênio
amoniacal nas formas de amônia (NH3) ou do íon amônio (NH4+).
Nitrogênio Total Kjeldahl - Consiste na soma das formas reduzidas do nitrogênio e é
utilizado na correlação com DBO e DQO, na previsão das necessidades de nutrientes em
reatores biológicos de tratamento de esgotos.

4 MATERIAIS E EQUIPAMENTOS
- Bureta;
- pHmetro;
- Cacos de porcelana ou pérolas de vidro;
- Sistema de destilação de Kjeldahl;
- Sistema de digestão.

5 REAGENTES
5.1 Reagentes primários
- Ácido Bórico p.a. – H3BO3
- Ácido Nicotínico p.a. – C6H5NO2
- Ácido Sulfúrico p.a. – H2SO4

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- Álcool Etílico ou Isopropílico a 95%


- Antiespumante de Silicone 30% em água
- Azul de Metileno p.a. – C16H18 N3SCl.3H2O
- Cloreto de Amônio anidro p.a. – NH4Cl
- Fenolftaleína – C20H14O4
- Hidróxido de Sódio p.a. – NaOH
- Peróxido de Hidrogênio – H2O2
- Sulfato de Cobre p.a. – CuSO4
- Sulfato de Potássio p.a. – K2SO4
- Tetraborato de Sódio anidro p.a. – Na2B4O7
- Tiossulfato de Sódio pentahidratado p.a. – Na2S2O3.5H2O
- Vermelho de Metila p.a. – HOOC.C6H4H:N.C6H4N(CH3)2
5.2 Reagentes elaborados
5.2.1 Solução de Digestão
Dissolver 134g de Sulfato de Potássio e 7,3 g de Sulfato de Cobre em 800 mL de água
deionizada e adicionar cuidadosamente 134 mL de Ácido Sulfúrico concentrado p.a. Após
o resfriamento, avolumar para 1000 mL com água deionizada. Misturar bem e manter a
20ºC para evitar cristalização.
5.2.2 Solução de Hidróxido de Sódio 0,1 mol/L
5.2.3 Solução Indicadora Vermelho de Metila 0,2%
Dissolver 0,20 g de Vermelho de Metila em Álcool Etílico ou Isopropílico a 95% e
avolumar para 100 mL.
5.2.4 Solução Indicadora Azul de Metileno 0,2%
Dissolver 0,20 g de Azul de Metileno em Álcool Etílico ou Isopropílico a 95% e avolumar
para 100 mL.
5.2.5 Solução Tampão Borato
Adicionar 88 mL de Hidróxido de Sódio 0,1 mol/L a 500 mL de solução de Borato de
Sódio 0,025 mol/L (5 g/L de Tetraborato de Sódio anidro p.a ou 9,5 g/L de Tetraborato de
Sódio decahidratado p.a) e avolumar para 1000 mL com água deionizada.
5.2.6 Solução Indicadora de Ácido Bórico
Dissolver 20 g de Ácido Bórico em água deionizada. Adicionar 7 mL de solução
indicadora de Vermelho de Metila 0,2%, 3 mL de solução indicadora de Azul de Metileno
0,2% e avolumar para 1000 mL com água deionizada.
OBS: Renovar esta solução mensalmente (acertar pH entre 3,07 e 3,11 com Ácido
Sulfúrico 0,01 mol/L ou Hidróxido de Sódio 0,1 mol/L).
5.2.7 Solução de Ácido Sulfúrico 0,01 mol/L (0,02 N) (padronizado)
5.2.8 Solução de Fenolftaleína
Dissolver 5 g de Fenolftaleína em 500 mL de Álcool Etílico. Adicionar 500 mL de água
deionizada e em seguida adicionar gotas de solução de Hidróxido de Sódio 0,1 mol/L até
ligeira coloração rósea.
5.2.9 Solução de Hidróxido de Sódio–Tiossulfato de Sódio
Dissolver 500 g de Hidróxido de Sódio p.a em água deionizada e 25 g de Tiossulfato de
Sódio pentahidratado p.a., avolumar para 1000 mL com água deionizada.
5.2.10 Solução Padrão de Nitrogênio Amoniacal
Dissolver 3,819 g de Cloreto de amônio p.a., previamente seco a 100°C durante 2 horas,
em 1000 mL de água deionizada.

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1 mL dessa solução = 1,00 mg N = 1,214 mg NH3


5.2.11 Solução Padrão de Nitrogênio Orgânico
Dissolver 8,786 g de Ácido Nicotínico em 1000 mL de água deionizada.

6 LIMPEZA E PREPARO DE MATERIAIS


Todos os materiais utilizados devem ser lavados com detergente neutro e isento do íon
amônio, e enxaguados com água deionizada. Recomenda-se enxaguar novamente todo
o material com água deionizada antes do ensaio.
Quando utilizados cacos de porcelana, estes devem ser bem enxaguados com água
deionizada e secos para garantir a liberação de bolhas de ar durante o processo de
destilação. Quando impregnados por soluções, devem ficar imersos em solução de
Peróxido de Hidrogênio 0,3% até o clareamento.

7 AMOSTRAGEM
Acondicionar as amostras em frascos de vidro ou de polietileno e manter sob
refrigeração. Analisar dentro de 24 horas. Amostras preservadas com Ácido Sulfúrico a
pH menor que 2,0 podem ser analisadas até 28 dias.
Cloro residual deve ser eliminado pela adição de solução de Tiossulfato de Sódio no
momento da coleta (cada 0,5 mL da solução de Tiossulfato de Sódio 3,5% elimina 2,5 mg
de cloro).

8 INTERFERENTES
Detergentes podem ocasionar formação de espumas durante o processo de destilação, o
que é minimizado com adição de antiespumante à base de silicone, na proporção de 3
gotas de solução para cada 100 mL de amostra.
Altos teores de óleos e graxas presentes em algumas amostras devem ser extraídos com
Triclorofluoretano, em funil de extração.
Se a amostra for clorada, a Amônia pode estar presente na forma de cloraminas. A
adição de solução de Tiossulfato de Sódio faz a conversão dessas cloraminas em
Amônia. Sendo assim, o Cloro residual deve ser eliminado pela adição de solução de
Tiossulfato de Sódio no momento da coleta (cada 0,5 mL da solução de Tiossulfato de
Sódio 3,5% elimina 2,5 mg de cloro).
A digestão ácida do processo Kjeldahl ocorre à temperatura de 380ºC. Altas
concentrações de sais e sólidos inorgânicos dissolvem durante a digestão provocando
aumento da temperatura acima de 400ºC e conseqüente perda do nitrogênio.
Para prevenir o aumento da temperatura, adicionar 10 mL de Ácido Sulfúrico concentrado
para cada 3 gramas de Demanda Química de Oxigênio ou 50 mL de excesso de reagente
por grama de Demanda Química de Oxigênio.
Nota 1: Considerar que amostras contendo Glicina, Uréia, Ácido Glutâmico, Cianatos e
Acetamida são hidrolisadas durante o processo liberando amônia.
Nota 2: Produtos de limpeza ou reagentes que contenham Hidróxido de Amônio causam
contaminação durante a execução do ensaio.

9 PROCEDIMENTO ANALÍTICO
9.1 Destilação do Nitrogênio Amoniacal
Acertar o pH para 9,5 de 500 mL da amostra líquida, da prova em branco e dos padrões
com solução de Hidróxido de Sódio (para lodo, utilizar uma quantidade equivalente a 1 g

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de lodo, dissolver em 500 mL de água deionizada e dar o mesmo tratamento de amostra


líquida);
Medir e anotar o pH da solução indicadora de Ácido Bórico;
Transferir a amostra para balão de Kjeldahl contendo alguns cacos de porcelana ou
pérolas de vidro e adicionar 25 ml de Solução Tampão Borato e transportá-lo
imediatamente para o aparelho de destilação;
Destilar com a ponta do condensador imerso na solução indicadora de Ácido Bórico.
Coletar pelo menos 200 mL de destilado em um balão de 250 mL contendo 50 mL de
solução de Ácido Bórico. Deixar a destilação continuar até acertar o menisco do balão
sem a ponta do tubo submerso na solução de Ácido Bórico;
Medir o pH do branco e titular até atingir o pH da solução indicadora;
Titular o destilado (amostra, padrões) com solução de Ácido Sulfúrico 0,01 mol/L
(PADRONIZADO) até que o valor do pH se iguale ao pH da prova em branco e anotar o
volume gasto.
Nota 3: Utilizar os cacos de porcelana secos para garantir que não ocorra refluxo da
amostra durante o processo de destilação.
Nota 4: A evaporação da amônia nestas condições é extremamente rápida, assim, toda
amônia livre contida na amostra é recolhida nos primeiros 25% de destilado.
Nota 5: A prova em branco deve estar com a coloração violeta, se estiver esverdeada
significa que houve contaminação, devendo assim reiniciar o processo lavando as
vidrarias adequadamente e eliminando possíveis fontes de contaminação do ambiente
por amônia.
9.2 Digestão e destilação do Nitrogênio Orgânico
Nos 250 mL restantes nos balões de destilação da amostra, prova em branco, e dos
padrões, adicionar 50 mL da Solução de Digestão e iniciar a digestão até formação de
fumos brancos de SO 3;
Aguardar o resfriamento, adicionar 500 mL de água deionizada, algumas gotas de
solução de Fenolftaleína e 50 mL de Solução de Hidróxido de Sódio-Tiossulfato de Sódio;
e transportá-lo imediatamente para o aparelho de destilação;
Destilar com a ponta do condensador imerso na solução indicadora de Ácido Bórico.
Coletar pelo menos 200 mL de destilado em um balão de 250 mL contendo 50 mL de
solução de Ácido Bórico. Deixar a destilação continuar até acertar o menisco do balão
sem a ponta do tubo submerso na solução de Ácido Bórico;
Medir e anotar o pH do branco;
Titular o destilado (amostra, padrões) com solução de Ácido Sulfúrico 0,01 mol/L
(PADRONIZADO) até que o valor do pH se iguale ao pH da prova em branco e anotar o
volume gasto.

10 EXPRESSÃO DOS RESULTADOS


10.1 N-Amoniacal ou N-Orgânico de amostra líquida

mg N-NH3/L ou mg N-Norg/L = (A – B) x 280 x F


V
onde:
A = mL de H2SO4 usados na titulação da amostra
B = mL de H2SO4 usados na titulação do branco
280 = constante [14(N) x 0,02 (normalidade do H2SO4) x 1000]
V = volume de amostra em mL
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F = fator da solução de Ácido Sulfúrico 0,01 mol/L


10.2 N-Amoniacal ou N-Orgânico de lodo (amostra sedimentada)

mg N-NH3/kg ou mg N-Norg/kg = (A – B) x 280 x F


m
onde:
A = mL de H2SO4 usados na titulação da amostra
B = mL de H2SO4 usados na titulação do branco
280 = constante [14(N) x 0,02 (normalidade do H2SO4) x 1000]
m = peso da amostra em grama
F = fator da solução de Ácido Sulfúrico 0,01 mol/L
10.3 Nitrogênio total Kjeldahl (NKT)
mg NKT/L (kg) = mg N-NH3/L (kg) + mg N-Norg/L (kg)

Para transformar o resultado de mg N-NH3/L em mg NH3/L basta multiplicar o resultado


por 1,214.

11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
- AGUDO, E. G. - Apostila da disciplina “Fundamentos químicos de saneamento” do
curso de pós-graduação em Saneamento Ambiental da Universidade Mackenzie, 1990.
- COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL. Legislação
Federal, controle da poluição ambiental. Série Legislação. São Paulo, 1991.
- PIVELI, R. P. & MORITA, D. M. “Caracterização de Águas Residuárias”- Sabesp - São
Paulo, 1996.
- Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater - 20ª edição.
- ISO 78-2 – Chemistry - Layouts for standards – Part 2: Methods of chemical analysis,
1999.

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Considerações finais:

1) Esta norma técnica, como qualquer outra, é um documento dinâmico, podendo ser
alterada ou ampliada sempre que for necessário. Sugestões e comentários devem ser
enviados ao Departamento de Tecnologia – TTT.
2) Esta norma é elaborada segundo a NTS 160.
3) Tomaram parte na elaboração desta Norma:

ÁREA UNIDADE DE NOME


TRABALHO
M MCEC Maria Teresa Berardis
M MOEC Cleonice Xavier Guedes
M MSEC Márcia Cecília Glasser Santi da Costa
R RAOC Anna Cristina Kira
R RBOC Amélia Yoshie Ossugui
R RGOC Luís Antônio Salomão
R ROA Mauro Ignácio
R RSOC Marco Antônio Silva de Oliveira
R RVOC José Aparecido Oliveira Lemes
T TELM Jefferson Alexandre de Aguiar
T TELP Vera Lúcia de Andrade Aguiar
T TEO Moacir Francisco Brito
T TEOB Francisco Novais
T TTHQ Elvira Antonieta Simi Venckunas
T TTT Maria Célia Goulart

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Sabesp - Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo


Diretoria de Produção e Tecnologia - T
Superintendência Técnica - TT
Departamento de Tecnologia - TTT

Rua Costa Carvalho, 300 - CEP 05429-900


São Paulo - SP - Brasil
Telefone: (011) 3388-8839 / FAX: (011) 3814-6323
E-MAIL: mgoulart@sabesp.com.br

- Palavras-chave: nitrogênio amoniacal, nitrogênio orgânico, nitrogênio Kjeldahl,


método de ensaio, determinação

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