DISCIPLINA: INSTITUIÇÕES DE DIREITO PÚBLICO E PRIVADO PROFESSOR: JOHILSE TOMAZ ALUNO: ÁLVARO DE ARAÚJO BORGES
Resenha crítica do filme Tempo de matar
O filme Tempo de Matar de 1996, baseado no livro de mesmo nome
escrito por John Grisham, foi dirigido por Joel Schumacher e roteirizado por Akiva Goldsman. Teve também participação em sua produção Elliot Goldenthal responsável pela trilha sonora e atuação de Matthew McConaughey como Jake Tyler Brigance, Sandra Bullock como Ellen Roark e Samuel L. Jackson como Carl Lee Hailey.
O drama jurídico nos apresenta a história do advogado Jake Tyler
Brigance, em sua batalha judicial para inocentar Carl Lee, um homem negro que assassinou dois homens brancos e racistas que estupraram violentamente sua filha de dez anos. O julgamento então se desenvolve em um mar de reviravoltas, envolvendo questões raciais e de violência, enquanto Jake e sua família e amigos vivem um pesadelo devido as constantes ameaças e agressões vindas de grupos racistas liderados por familiares dos estupradores mortos, os quais planejam executá-lo por estar ajudando Carl Lee.
Apesar de em inúmeros momentos da trama os personagens reforçarem
a justiça como algo que trata e julga todos igualmente, é muito mais que perceptível os atritos raciais que acontecem de forma direta e indireta, sejam com os personagens principais ou com secundários. De certa forma analisando como os fatos aconteceram e se desenrolaram, fica mais que claro ao telespectador que toda essa história é apenas mais um acontecimento nesse enorme ciclo de ódio, dês de o estupro que desencadeou todos os acontecimentos da narrativa, a vingança de Carl Lee e as perseguições feitas a Jake, todo esse ódio tem sua origem no ridículo e irracional ideal de supremacia de uma raça sobre outra, que lastimavelmente foi e ainda é algo encontrado principalmente no Sul dos Estados Unidos da América, região está onde o filme se passa.
Próximo ao fim do filme temos o momento decisivo antes do resultado
final do júri, onde o advogado Jake Brigance após uma conversa franca com Carl Lee, finalmente consegue pensar em uma forma de virar o jogo e evitar a condenação de seu cliente, então por meio de um discurso extremamente emotivo onde narra o trágico e brutal crime cometido contra a filha de Carl Lee, ele pede ao júri que imaginem como eles se sentiriam se a garota fosse branca, e com essa cartada final todos no júri são tomados pelo sentimento de revolta pela situação, e então julgam o réu como inocente. Esse desfecho foi um resultado de Jake finalmente ter entendido e aceitado para si próprio que o sistema judicial é apenas um reflexo dos ideias e visões da sociedade, e que infelizmente, enquanto a sociedade não se tornar de fato igual, a justiça também não será.