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PT/BR
FICHA TÉCNICA
abr. 2010
Segurança e saúde no trabalho, no âmbito do marketing e da contratação
Resumo de um relatório da Agência
A legislação e a fiscalização têm sido os meios tradicionalmente utiliza-
dos para a melhoria dos níveis da segurança e saúde no trabalho. Não
obstante, as empresas, os governos e as organizações setoriais têm,
cada vez mais, tentado descobrir novos métodos para a promoção da
segurança e saúde. Este estudo da Agência descreve dois destes meios:
A prática da segurança e saúde no trabalho como critério para a aquisi-
ção de produtos e serviços de outras empresas;
A prática da segurança e saúde no trabalho como elemento de marketing
para a promoção das vendas dos seus produtos e serviços.
Orientadas para a Qualidade, as empresas colocam no mesmo nível o
desempenho dos fornecedores, no âmbito da segurança e saúde no tra-
balho e a sua capacidade de disponibilizar bens e serviços. A tendência
para o recurso ao trabalho externo, de contratantes e fornecedores tem,
igualmente, tornado as empresas e os organismos públicos mais depen-
dentes dos seus respectivos desempenhos, no âmbito da segurança e
saúde no trabalho, especialmente daqueles que trabalham nas suas pró-
prias instalações.
Além disso, os consumidores - individuais e empresas – estão mais sen-
sibilizados para os valores de ordem social e ética relacionados com o
processo produtivo. Muitas empresas tomaram medidas destinadas a
melhorar o seu desempenho na área da segurança e saúde no trabalho,
como vantagem competitiva na comercialização dos seus produtos— e
serviços.
O relatório reúne 22 estudos de casos de iniciativas de caráter voluntário
tomadas por empresas, organizações setoriais e governamentais. Esses
estudos de caso, baseados em
entrevistas com entidades re-
presentativas, fornecem descri-
ções objetivas sobre práticas,
finalidades e funções e estão
agrupados em torno de seis
abordagens diferentes.
Marketing nas empresas
Outras — empresas desenvolveram os seus próprios esquemas indivi-
duais de contratação, bem como de comercialização de produtos e servi-
ços. Estes esquemas de marketing refletem as necessidades e priorida-
des dos clientes e do mercado em geral. À medida que aumentam o grau
da importância atribuída ao desempenho no domínio da SST e à qualida-
de dos produtos e serviços, aumenta igualmente a exigência de avalia-
ção, documentação e comunicação dessa qualidade relativa ao material
a comercializar e à assistência aos clientes, de forma a que os produtos
e serviços sejam usados de modo seguro e saudável. Eis alguns casos:
ferramentas ergonômicas - Fiskars, equipamento de escritório - Konig
+ Neurath, produtos de limpeza para automóveis - Polytop Autopflege
e setor dos serviços de emprego - Vedior Bis. Uma nova tendência é
a introdução das vertentes social e ética na avaliação do ambiente de
trabalho. Neste relatório, apresenta-se um exemplo da vertente social na
empresa Linjebus.
LOCAIS DE TRABALHO
SEGUROS E SAUDÁVEIS BOM PARA VOCÊ. BOM PARA OS NEGÓCIOS
Sistemas genéricos de marketing
Nas últimas décadas, os esquemas e rótulos de certificação baseados no
desempenho ambiental tornaram-se mais comuns como instrumentos de
marketing. Em graus diferentes, têm-se incluído critérios de SST e têm
sido criados esquemas que incidem prioritariamente sobre a SST. Entre
os sistemas genéricos de marketing descritos no catálogo, encontram-se
esquemas de rotulagem de produtos e equipamento, assim como certifi-
cação de sistemas e de subcontratantes na área da gestão, com base em
critérios de SST. Os casos que aqui se apresentam referem-se a: esque-
ma de rotulagem da Indoor Climate, esquema de rotulagem da TCO para
equipamento de escritório (ver caixa 1), esquema de gestão da TCO 6E
e marketing da Bakery Equipment - NF SHA, por Bongard.
Caixa 1. Equipamento para escritório de marketing – O
esquema de rotulagem da TCO.
No início dos anos oitenta, a TCO percebeu que os computadores pes-
soais iriam ser o principal instrumento de trabalho para os 1,3 milhões
de membros da associação de trabalhadores da TCO (Suécia). Simul-
taneamente, surgiram as primeiras preocupações com a possível inter-
relação entre os campos magnéticos, as lesões nos fetos humanos e os
problemas da gravidez. Pouco depois, estava generalizado o uso de ter-
mos como hipersensibilidade electromagnética durante o trabalho com
computadores, estresse dos computadores e lesões por esforço físico.
A TCO decidiu elaborar e estabelecer re-
quisitos, juntamente com representantes
dos usuários e especialistas técnicos D,
orientando esses requisitos diretamente
para o mercado. Assim, introduziu um rótu-
lo facultativo que se destina a:
ƒƒ estimular os fabricantes a desenvolve-
rem equipamento de escritório mais seguro do ponto de vista do
trabalho e do ambiente;
ƒƒ ajudar os compradores a escolher equipamento de escritório mais
adequado para os usuários e para o meio ambiente ;
ƒƒ fornecer aos compradores e aos vendedores um rótulo bem explícito,
poupando assim tempo, trabalho e dinheiro no processo de compra.
O esquema de rotulagem da TCO foi avaliado em 1998, tendo a sua eficá-
cia sido validada. Durante o ano de 1998 venderam-se, em todo o mundo,
cerca de 90 milhões de monitores de computador. Um terço desses moni-
tores exibiam rótulos da TCO. O esquema de rotulagem da TCO tornou-se
um importante fator do desenvolvimento tecnológico nesta área.
De acordo com a avaliação que foi feita, os campos eletromagnéticos
foram reduzidos em mais de um fator de 10, tendo também sido subs-
tancialmente reduzidas a oscilação da imagem e o gasto de energia.
Sistema governamental de marketing
É também descrito um esquema de marketing iniciado em nível gover-
namental. Esse esquema, que se destina a certificar empresas com um
bom desempenho na área da SST, encontra-se ainda em fase de desen-
volvimento. Uma das suas finalidades é atrair empregados e outra é criar
www.sesi.org.br/pro-sst
http://osha.europa.eu/pt
uma vantagem competitiva no mercado. Trata-se, por um lado, de um
incentivo econômico suave e, por outro, de um incentivo à gestão, para a
melhoria do desempenho na área da SST, para lá do que é exigido pela
legislação.
Contratação nas empresas
Muitas empresas e organizações já desenvolveram os seus próprios es-
quemas de contratação. Nos setores de alto risco, como a indústria da
construção civil, os principais itens considerados foram os riscos óbvios
e as elevadas taxas de acidentes, bem como os respectivos custos e os
riscos de descumprimento de prazos. Alguns desses esquemas, inicial-
mente desenvolvidos no seio da indústria da construção, foram adap-
tados às necessidades de outros setores. Nesta categoria, foram apre-
sentados casos sobre a ligação fixa Øresund, Renault Technocenter (ver
caixa 2), Electrabel e AstraZeneca.
Nos últimos anos, tem-se observado uma tendência para prestar mais
atenção às necessidades de formação dos trabalhadores e dos supervi-
sores e para a definição de requisitos específicos, visando o desempe-
nho em matéria de SST por parte dos contratantes, sendo esse desem-
penho fiscalizado e avaliado pelo cliente ou por um auditor independente.
Caixa 2. Renault Technocenter
No início da década de 90, a Renault projetou a construção do seu
novo complexo de tecnologia. A empresa pretendia que o estaleiro de
construção fosse exemplar, em termos de qualidade global e segu-
rança no trabalho. O projeto abrangia 12 edifícios a serem construí-
dos em 350.000 m2 de superfície, implicava nove milhões de horas
de trabalho distribuídas por 900 empreiteiros e 10.000 trabalhadores.
A Renault estabeleceu as suas condições aos potenciais empreiteiros.
O custo total dessa política para a Renault (excluindo os postos de pri-
meiros socorros e os custos da recepção) foi de 18 milhões de francos.
Este investimento na segurança foi um dos aspectos da procura da
qualidade total, através da boa gestão do estaleiro. Entre outras coisas,
os empreiteiros foram selecionados com base nos critérios de SST e o
seu trabalho, assim como o seu desempenho em matéria de seguran-
ça, foi continuamente acompanhado na fase da execução. Consequen-
temente, a taxa de frequência de acidentes situou-se em muito menos
da metade da que se verifica na indústria da construção em geral.
Sistemas genéricos de contratação
O aumento do trabalho por contrato tem implicado o desenvolvimento de
outros esquemas genéricos de contratação. Usar os mesmos requisitos
para os contratantes na área da formação em SST ou dos sistemas de
gestão em SST permite que a ‘certificação’ ou a aprovação inicial dos
contratantes, assim como a supervisão da melhoria contínua do sistema,
seja realizada por uma terceira parte.
Dois dos sistemas apresentados – lista de verificação VCA e “passaporte
de segurança “– foram desenvolvidos na indústria petroquímica, sendo
atualmente utilizados também em outros setores. Parte do seu êxito pa-
rece residir na simplicidade e na facilidade de utilização desses sistemas
e no fato de os clientes terem participado no seu desenvolvimento e utili-
zado a sua experiência para a definição dos critérios.
Por outro lado, um grupo de trabalho constituído por representantes de
compradores do setor público, por fornecedores e por uma associação
de fornecedores desenvolveu o terceiro esquema que se apresenta
nesta subcategoria - IKA (ver caixa 3). Este esquema ilustra uma linha
de orientação preparada para os compradores de produtos de limpeza.
Outros estudos de caso procedem a uma análise dos serviços de contra-
tação no setor público na Áustria (BeschaffungsService) e o investimento
em matéria de ética (Triodos Bank).
Caixa 3. Compra de produtos de limpeza – IKA
Este estudo de caso descreve as orientações usadas para definir os
requisitos das propostas para aquisição de produtos de limpeza. Es-
tas orientações foram produzidas em 1996 por um grupo de trabalho
nomeado pela Associação de Compradores Públicos da Dinamarca
(IKA), país onde atualmente são utilizadas. Os seus autores estimam
que, até Fevereiro de 2000, elas tenham sido usadas em cerca de
75 concursos abertos pelos municípios e 12 concursos abertos pelos
condados. As referidas orientações têm por finalidade:
ƒƒ poupar tempo aos compradores no momento de prepararem as
propostas, oferecendo um formulário de preenchimento para a pro-
posta;
ƒƒ estimular os fornecedores a desenvolverem produtos de limpeza
mais seguros, tanto no aspecto ambiental como no profissional;
ƒƒ ajudar os compradores de modo a garantir que todos os requisitos
pertinentes para a entrega dos produtos de limpeza estejam incluí-
dos na preparação das propostas;
ƒƒ poupar tempo aos compradores no momento da avaliação das
propostas com base nas perguntas-padrão feitas aos proponentes;
ƒƒ poupar tempo aos fornecedores de produtos de limpeza como re-
sultado dos requisitos normalizados por mais compradores.
Iniciativa governamental de contratação
Descreve-se aqui um esquema de compras iniciado por um governo - o
esquema de boa vizinhança da HSE. Este esquema tem por finalidade
aproveitar as vantagens da experiência prática na gestão da seguran-
ça e saúde e partilhá-la com terceiros – firmas vizinhas, fornecedores,
subcontratantes ou a comunidade em geral – podendo aplicar-se per-
feitamente a todos os setores e proporcionando alguns benefícios àque-
les que a ele aderem – os Bons Vizinhos. Entre os referidos benefícios
contam-se uma maior confiança nos parceiros comerciais, devido a um
melhor conhecimento das questões de SST.
Como adquirir o relatório
O texto integral do relatório em inglês está disponível no web site da
Agência em <http://agency.osha.eu.int/publications/reports>.
O relatório impresso ‘Segurança e saúde no trabalho no âmbito do ma-
rketing e da contratação’, Agência Europeia para a Segurança e a Saú-
de no Trabalho, 2000, ISBN 92-95007-01-8, pode ser encomendado ao
Serviço Oficial de Publicações EUR-OP, no Luxemburgo (<http://eur-op.
eu.int/>), ou aos seus agentes de vendas. O preço é de 9 euros (excluin-
do IVA).
No Brasil, as empresas industriais têm adotado o sistema de gestão
voltado à Segurança e Saúde no Trabalho estabelecido pela Norma
OSHAS 18.001:2007. Outra Norma que tem sido motivo de interesse
de empresas e clientes no Brasil, relacionada ao meio ambiente, é
a Norma NBR ISO 14.001:2004 que visa prover as organizações de
elementos de um sistema de gestão ambiental eficaz que possam
ser integrados a outros requisitos da gestão e auxiliá-las a alcançar
também os objetivos econômicos.

Este produto é baseado no material original produzido pela EU-OSHA e adaptado pelo SESI. EU-OSHA é a Agência de Informação da União Européia para Segurança e Saúde no Trabalho.
Disponível em: <http://osha.europa.eu/en>.O SESI é responsável pela tradução para o português e pela adaptação do texto para o contexto legal do Brasil.
SESI/DN – Unidade de Saúde e Segurança do Trabalho (UniSaúde)
Normalização: SSC/ACIND Projeto Gráfico e Editoração: CT Comunicação Adaptação do texto: Eliane Cardoso Sales

Agência Europeia para a Segurança e a Saúde no Trabalho

Gran Vía, 33, E-48009 Bilbao
Tel.: (+ 34) 94 479 43 60, Fax: (+ 34) 94 479 43 83
E-mail: information@osha.europa.eu
http: //osha.europa.eu Serviço Social da Indústria
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