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Para êste tipo de entrevista, adotamos forma mais diretiva, para que
haja melhor ordenação na coleta de dados. Entretanto, o orientador, con-
forme a necessidade do caso, poderá dar um cunho não-diretivo à mesma,
de acôrdo com a situação vivida.
O roteiro por nós adotado é o seguinte:
1- INTERESSES PROFISSIONAIS:
Faz-se o levantamento total de tôdas as profissões cogitadas pelo
orientando, de preferência em ordem cronológica de aparecimento, eviden-
ciando-se pormenorizadamente as razões que motivaram essas escolhas e
os conhecimentos que o orientando tenha a respeito dos campos profissio-
nais cogitados. A fim de ficar bem claro o tipo de atividade profissional
que o orientando gostaria de exercer, procuramos induzi-lo a uma defini-
ção, perguntando: "Que tipo de atividade profissional você gostaria de
fazer, sem precisar dar um nome de profissão a esta atividade ou ativi-
dades?"
2- INTERtSSES GERAIS:
Dando seqüência aos aspectos profissionais, passamos a investigar
os interêsses do orientando, onde nos limitamos a pesquisar suas habilida-
des, gostos e preferências. Realçamos o assunto, dizendo: "Tudo que você
faz, fêz, ou gostaria de fazer nos interessa. Mesmo que seja uma atividade
que você considere sem importância". Comenta-se, a propósito, passatem-
pos. diversões, esportes etc.
3 - VIDA ESCOLAR:
tste tópico é de máxima importância para a Orientação profissional.
Nêle procuramos sentir a atitude que o orientando manifeste para com
os estudos, seu ajustamento ao colégio, colegas e professôres, as matérias
por que tem preferência, aquelas em que encontra dificuldades e quais
são elas. Se tem sido reprovado, ou ficado em segunda época e qual tem
sido o seu aproveitamento. Achamos conveniente, nessa oportunidade, le-
vantar o conceito que o orientando tenha a respeito de sua própria inteli-
gência, como êle, intelectualmente se situa no seu grupo, se tem alguma
dificuldade intelectual. Finalmente, perguntamos se, de fato, o orientando
tem vontade de continuar seu~ f!§tudos, ou se pretende abandoná-los, para
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se dedica~ ~ 1f~~ ocupação:
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4- VIDA SOCIAL:
5- VIDA FAMILIAR:
6 - ANAMNESE DO ORIENTANDO:
7- AUTOCONCEITO:
8 - VIDA RELIGIOSA:
9 - VIDA SEXUAL:
10 - VIDA ECONÔMICA:
11 - PROSPECÇõES:
Sinopse do roteiro:
1- Interêsses profissionais;
2- Interêsses gerais;
3- Vida escolar;
4 - Vida social;
5- Vida familiar;
6- Anamnese do orientando;
7- Autoconceito;
8- Vida religiosa;
9- Vida sexual;
10 - Vida econômica;
11 - Prospecções.
UM EXEMPLO
Entrevista de um orientando de 18 anos, do 2.° ano colegial cien-
tífico:
1- Interêsses profissionais:
"A primeira idéia foi a carreira militar - desiludi-me um pouco.
Pensei na Advocacia, porém, não gostei do Latim. No ginásio, pensei na
Diplomacia, porém, desisti. No colegial, gostei de Física e Matemática e
pensei na Engenharia" (sic). Não sente atração pela Medicina. Acha
que tem facilidade para Matemática e Ciências aplicadas. Na Química
não se adaptou bem. "Não consigo decorar" (sic). Gostaria de viajar
"como passatempo e não como profissão" (sic). Já pensou na Arquite-
tura? "Não sei..!'
2 - Interêsses gerais:
Acha que tem jeito para desenho e pintura. Tem feito cópias de
fotografias. As vêzes, desenha paisagens do natural. Tem certa habilidade
e "paciência" (sic). Tem habilidade manual, "em casa conserto tudo .....
(sic). Fêz aeromodelismo. "Já planejei muito, porém, não coloquei em
prática. Gosto muito de automóveis de corrida. Já planejei suspensão
para automóveis, porém, não coloco em prática. Gosto de mecânica. Gosto
de trabalhar em madeira; às vêzes, arrisco uma escultura, mas não sai boa
coisa ..... (sic). Gosta de criar coisas. Gostaria de criar um nôvo estilo
de pintura . Já tem tentado. Acha-se mais técnico do que artista. Gosta
de literatura e gosta de redigir. Geralmente escreve sôbre os mais varia-
dos temas. "Gosto de criar alguma coisa ... " (sic). Coleciona o que es-
creve. Não quer escrever como obrigação, e sim, como "descanso, pra-
zer ... " (sic). Gosta de decoração, porém não põe em prática, em casa,
porque a mãe acha que o orientando não tem bom gôsto. Acha. que tem
bom gôsto. "Gosto muito de pensar - em problema religioso, na origem
da vida" (sic).
Esportes - Não é desportista, porém, faz o que lhe agrada, "não
levo um treinamento intensivo ... " (sic). Pratica volibol, futebol (no
colégio) e hipismo.
Divertimentos - Praia. "Gosto muito de conversar sôbre os ou-
tros ... " (sic). Gosta de discutir religião. Vai a cinema - "filmes nouvelle
vague" (sic). Gosta de ler, porém, o faz pouco. Gosta de política, porém
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só para discutir "sou lacerdista ferrenho e janista decepcionado ... " (sic).
A namorada é opositária política.
3- Vida escoZar:
Atualmente gosta de estudar, "principalmente matérias de raciocí-
nio" (sic). Sempre passou raspando, não liga para nota. De que mais
gostou foi Física, Matemática e Descritiva. Comportamento regular, "re-
volto-me contra o regime ... " (sic). Quer acabar o curso no Colégio Mi.,--
litar. Atualmente, estuda regularmente. Está num curso de vestibular
para Engenharia, à noite.
4- Vida sociaZ:
Não se acha muito sociável, "sou meio fechado, não agrado muito
aos outros" (sic). Sua turma é mais ou menos da mesma idade. Tem
um amigo íntimo: "é mais no sentido de ajudá-lo; êle tem mais proble-
mas do que eu ... " (sic). Já foi líder na turma, "minha casa é centro de
reunião do pessoaL.. Eu gosto de ser o centro ... " (sic). Gostaria de
ter, na vida, um cargo de direção - pretende ter uma indústria de ma-
teriais eletrônicos. Namora uma môça há quase dois anos. "Ela mudou-
se para São Paulo e só nos vemos nas férias ... " (sic). Os dois se gostam
muito, "é uma garôta formidável, se bem que não seja muito bonita.
Creio que ela tem muito do que eu tenho ... " (sic). Acha que não se
casará com ela. Pensa em casar-se "depois de formado, econômicamente
bem e socialmente definido. Depois de 30 anos ... " (sic). Confessa que
vê na môça "mais uma amiga do que uma namorada ... " (sic). Tem
düiculdades de estabelecer contatos em ambiente desconhecido. Acha-se
acanhado e tímido.
5- Vida familiar:
Mãe e quatro filhos. É o primogênito. Pai: brasileiro, faleceu aos
41 anos, câncer do estômago. O orientando estava com 5 anos. Tem lem-
brança do pai. "Achava-o um sujeito espetacular, meio duro, porém, sem-
pre com razão. Não cometia injustiça. Eu o creio bem parecido comigo:
tímido e honesto" (sic). Diz ter tido segurança, quando êle estava perto.
"Era como eu gostaria de ser ... " (sic). Confessa que sente falta do pai.
Acha que a morte do pai o amadureceu. "Nesses anos todos eu tenho
resolvido tudo sozinho ... Isto também me fechou um bocado ... " (sic).
O pai era oficial do Exército. Mãe: brasileira, 40 anos. Saúde, problema
de espinha. O orientando opõe-se a um nôvo casamento da mãe. "Não
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sei por que ... " (sic). A mãe trabalha como orientadora de um hospital.
"É muito calma, bondosa, porém, às vêzes, não me compreende bem"
(sic). O orientando não sabe entrar em contato com a mãe. Os dois
brigam, porque o orientando é meio desligado da família. Diz que não con-
segue se abrir com ninguém. "Se houver preferência é por mim ... " (sic).
Relação com os irmãos - "Perfeitamente bem, principalmente com
o menor ... " Não tem intimidade com os irmãos. "tles também são fe-
chados ... " (sic). Confessa que eram estranhos. O orientando passa a
maior parte do seu tempo fora do lar. Os irmãos são estudiosos, "menos
o menor" (sic). .
Ambiente do lar - "Não poderia ser melhor ... " Apenas a avó ma-
terna briga um pouco com a mãe do orientando. A mãe procura ser
compreensiva.
6- A namnese do orientando:
7- Autoconceito:
8- Vida religiosa:
9 - Vida $exual:
10 - Vida econômica:
11 - Prospecções: