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Imagine-se com 80 anos. Eis um exercício simples para fazê-lo descobrir seus
valores. Peço que dedique alguns minutos para registrar por escrito ou pensar sobre
suas respostas. Dica: o proveito será maior se você escrever suas respostas.
1. Relacionamentos
2. Trabalho/Educação
Que qualidades pessoais gostaria de trazer para o trabalho ou para a sala de aula?
Trabalho. xxxx.
Sala de aula. xxxx.
Como se comportaria em relação a seus colegas, funcionários, usuários, clientes ou
colegas de classe se você fosse o eu ideal?
xxxx.
3. Crescimento pessoal/Saúde
4. Lazer
Lá no fundo, o que você realmente deseja? Muitas vezes, quando faço essa
pergunta, as respostas costumam ser:
Todas podem ser verdadeiras, mas não são “profundas”, consideradas de forma
atenta. Neste capítulo, vamos mais fundo, para conectar sua alma e seu coração,
considerar realmente o que é importante para você. O que você quer representar
na vida? Como quer ser visto?
Lembre-se: valores são os desejos mais profundos do seu coração, a forma
como deseja interagir e se relacionar com o mundo, com outras pessoas e com
você mesmo. Valores descrevem o que você deseja fazer e como deseja fazê-lo -
como quer se comportar em relação aos amigos, à família, aos vizinhos, a seu
corpo, a seu ambiente, ao trabalho etc.
O exercício a seguir é uma adaptação do trabalho dos psicólogos Kelly Wilson e
Tobias Lundgren. Nosso foco está em quatro importantes domínios:
relacionamentos; trabalho/educação; lazer; crescimento pessoal/saúde. Tenha
em mente que nem todos têm os mesmos valores, e este não é um teste para
averiguar se você tem os valores “certos”. Não há certo ou errado, bom ou ruim.
O que você valoriza é o que valoriza - ponto final! Além disso, peço que responda
como se não existissem obstáculos no caminho, nada que o impeça de agir como
quer.
Alguns valores podem se sobrepor. Por exemplo, se praticar esportes é
importante para você, deve constar nas categorias Lazer e Crescimento
pessoal/Saúde. Lembre-se de que valores não são metas. Valores são ações
contínuas - o que você deseja continuar fazendo para o resto da vida. Por
exemplo, viajar com os filhos nas férias é uma meta. Ser um pai amoroso é um
valor. Mais adiante, quando souber quais são os seus valores, chegaremos ao
estabelecimento de metas.
Para finalizar, é preferível que você anote suas respostas. A escrita força a
concentração e ajuda a memorizar suas respostas. Se, no entanto, não se
dispuser a escrever, pelo menos pense seriamente sobre elas.
Ao responder o questionário, é importante lembrar que sentimentos não são
valores. Se escrever “desejo me sentir confiante” ou “quero ficar feliz”, esses não
são valores. Valores são algo que você queira fazer, não sentir. É preciso se
perguntar: “Se realmente me sentisse assim - se realmente me sentisse feliz ou
relaxado, confiante, seguro, amado, respeitado, admirado -, então o que faria
diferente? Como agiria? Quão diferente seria meu comportamento? O que faria de
mais ou de menos?” Suas respostas, então, revelarão seus valores básicos.
1. Relacionamentos
Aplica-se a relacionamentos com parceiros, filhos, pais, demais parentes,
amigos, vizinhos, colegas de escola, trabalho ou esporte, e todos os demais
relacionamentos sociais.
•
Que tipo de relacionamento você quer construir?
•
Como deseja se comportar nesse relacionamento?
•
Que qualidades pessoais quer desenvolver?
•
Como trataria os outros casos fosse seu eu ideal?
•
Que tipo de atividade gostaria de ter com essa pessoa?
Repare que as perguntas acima são todas sobre você, como você gostaria de ser
e como você gostaria de participar desses relacionamentos. Por quê? Porque o
único aspecto de uma relação sobre o qual você tem controle é o seu próprio
comportamento. Você não tem controle algum sobre o que o outro pensa, sente
ou como se comporta. É claro que pode influenciar, mas não pode controlar. A
melhor forma de influenciá-los é com as suas ações: o que você faz com seus
braços, suas pernas e sua boca. Evidentemente, tais ações serão mais eficazes se
forem coerentes com seus valores. Por exemplo, em qualquer relação, você pode
reivindicar mudanças e estabelecer limites. Será muito mais eficaz se fizer isso se
comportando idealmente, e não gritando, berrando, chorando, ameaçando ou
manipulando. Esse princípio se aplica a todos os seus relacionamentos, seja com
amigos, família, colegas, funcionários, seja com qualquer um que venha a
conhecer. Lembre-se da regra de ouro: trate os outros como gostaria de ser
tratado.
Às vezes, como resposta, as pessoas descrevem amigos ou parceiros que
desejam ter, mas essas são metas, não valores. Para chegar aos valores, é
preciso perguntar: “Se eu tivesse esse tipo de parceiro ou amigo, como me
comportaria? Que qualidades traria para o relacionamento?” É claro que pode ser
útil pensar em que tipo de pessoa gostaria de ter na sua vida, porque assim você
pode estabelecer a meta de sair e encontrá-la. Porém, enquanto isso não
acontece, você pode fazer o seu melhor nas relações que tem agora,
incorporando seus próprios valores. Se o outro, seja qual for o relacionamento, se
mostrar hostil, ofensivo ou tratá-lo mal de alguma forma, você precisará
considerar seus valores em relação a autoafirmação e amor-próprio. Em alguns
casos, talvez tenha até que terminar o relacionamento.
2. Trabalho/Educação
Aplica-se ao seu local de trabalho e carreira e à sua formação. Poderá incluir
também trabalho voluntário e outras formas de trabalho não remunerado.
•
Que qualidades pessoais gostaria de trazer para o trabalho ou para a sala de
aula?
•
Como se comportaria em relação a seus colegas, funcionários, usuários,
clientes ou colegas de classe se você fosse o eu ideal?
•
Que tipo de relacionamentos deseja construir no local de trabalho ou estudo?
•
Que habilidades, conhecimentos ou qualidades pessoais quer desenvolver?
3. Crescimento pessoal/Saúde
Aplica-se a atividades destinadas a aprimorar seu desenvolvimento como ser
humano, em termos físicos, mentais e emocionais. Aqui podem ser incluídas
atividades espirituais ou religiosas, psicoterapia, recuperação de vícios,
meditação, ioga, contato com a natureza, exercícios, alimentação, trabalho
voluntário criatividade, envolvimento em causas políticas ou ambientais e seu
posicionamento diante de questões como o tabagismo.
Tiro ao alvo
Se você já escreveu seus valores ou, pelo menos, pensou sobre eles, é hora de
atingir o “alvo”, uma ferramenta desenvolvida pelo psicólogo sueco Tobias
Lundgren. Primeiro, leia todas as respostas dadas acima (ou lembre-se delas).
Em seguida, marque com um X cada quadrante do alvo de dardos na página
seguinte, representando onde você se encontra hoje. Um X “na mosca”, no centro
do alvo, significa que você está vivendo segundo seus valores naquela área da
vida. Um X longe do centro significa que você está muito distante de uma vida
segundo seus valores. Uma vez que são quatro áreas consideradas, você deve
assinalar quatro “X” no quadro.
Então, o que o exercício diz sobre o que importa para você e o que você anda
negligenciando, evitando ou perdendo? Sentiu dificuldades para preencher o
diagrama? Ele trouxe pensamentos e sentimentos desagradáveis? Muitas vezes,
ao nos conectarmos com nossos valores, nos damos conta de que os temos
negligenciado por muito tempo, o que pode ser doloroso. Mas não é desculpa
para se martirizar! A verdade é que todos nós perdemos contato com nossos
valores de vez em quando e ficamos na defensiva. É inútil remoer, porque não
podemos fazer nada para mudar o passado. O importante é nos conectarmos aqui
e agora, usando os valores para orientar e motivar nossas ações daqui por
diante. Portanto, se sua mente começar a martirizá-lo, somente agradeça.
Talvez você tenha reparado que pulou partes do exercício ou evitou responder
algumas perguntas -, por ter se fundido com pensamentos inúteis como "é muito
difícil", "não posso ser perturbado”, “não sei se estes são meus verdadeiros
valores” ou “isso só vai me trazer decepção”. Se for o seu caso, leia rodo o
capítulo seguinte. Terminada a leitura, retome a atividade. Se, por outro lado,
estiver plenamente satisfeito com o exercício, pode passar direto para o capítulo
27.
Hora de refletir
Os demônios estão inquietos. Sabem que você está armando alguma, traçando
um novo rumo, planejando levar o barco para a costa. Abaixo estão alguns
daqueles que podem tentar interceptá-lo.
Se, durante seu funeral, você pudesse ouvir, o que gostaria que as pessoas que
mais ama falassem sobre você? O que gostaria que pensassem?
1. Caso soubesse que tem apenas um ano de vida, quem gostaria de ser e o que
gostaria de fazer?
2. Ao se ver preso num edifício prestes a desabar, sabendo que lhe restam
poucos minutos, para quem ligaria e o que diria? O que sua resposta revela?
Você conhece essa criatura bem demais para acreditar nela. Sabe que esse
“mais tarde” nunca virá. Agradeça e responda agora mesmo assim.
Esse demônio marca pontos porque é verdade que às vezes seus valores irão
puxá-lo em direções opostas. Não permita, porém, que isso o impeça de agir.
Isso significa apenas que precisará buscar um acordo: talvez tenha que se
concentrar mais em um valor do que em outro. Por exemplo, há alguns anos,
meu irmão mais velho ocupava um cargo importante que lhe exigia passar muito
tempo longe de casa, devido a inúmeras viagens. Era um conflito de valores. Por
um lado, ele valorizava ser um pai amoroso e queria passar o máximo de tempo
possível com seu filho. Por outro, valorizava seu trabalho e, claro, o retorno
financeiro. Valores conflitantes como esses são comuns e raramente existe uma
solução perfeita para todos. O importante é chegar ao equilíbrio. Portanto,
quando meu irmão viajava, ele telefonava para casa toda noite para ler, pelo
telefone, uma história para o filho. Claro que não era o mesmo que estar
presente, mas era um gesto amoroso ainda assim.
A verdade é que haverá momentos em que você precisará mesmo se concentrar
mais em alguns aspectos da vida que em outros, o que exige de você um exame
de consciência: O que é mais importante neste momento, considerando todas as
preocupações conflitantes? Em seguida, decida-se por esse valor, em vez de
perder tempo preocupando-se com o que pode estar descartando.
Há inúmeros outros demônios que tentarão dissuadi-lo, mas agora você já sabe
que não passam de palavras. Deixe-os circular e continue se concentrando onde
precisa: na rota, na condução do barco, no prazer da viagem. Portanto, se não
concluiu os exercícios do capítulo anterior, volte e faça isso agora mesmo. Se
tiver terminado, siga em frente.