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O que são os freios ABS?

Obrigatório no Brasil em todos os carros fabricados a partir de 2014, o ABS é um


sistema inteligente que une hidráulica e eletrônica para impedir o travamento das
rodas quando o pedal do freio é acionado bruscamente, algo comum numa situação
de emergência ou quando o piso tem pouca aderência. Aqui, por exemplo, são
comuns os acidentes nas chuvas de verão, enquanto outros países sofrem com a neve.

Para fazer o seu trabalho, o ABS conta com sensores nas quatro rodas que informam,
em milésimos de segundo, se uma delas está começando a travar. O módulo
eletrônico (uma espécie de computador) avalia a informação e aciona as duas
eletroválvulas dessa roda, que aliviam a pressão do fluido por um instante. Em
seguida, voltam a aplicar toda a força. Essa “modulação” é repetida enquanto for
necessário.

Breve história da tecnologia


O primeiro sistema de freios ABS que realmente funcionou foi criado por Gabriel
Voisin em 1929. O francês, que era aviador e um grande amigo de Santos-Dumont,
usou a invenção para evitar acidentes durante o pouso das aeronaves, algo que na
época causava várias mortes. Mas, como ainda era totalmente mecânico, tinha uma
série de limitações. O uso da tecnologia acabou ficando bastante restrito.

Durante a Segunda Guerra Mundial, a aviação deu um grande salto tecnológico e os


sistemas mecânicos antitravamento ficaram bem confiáveis. A partir da década de
1950, passaram a equipar vários aviões de passageiros e, anos depois, foram usados
em alguns modelos de motos, carros de corridas e esportivos de produção artesanal.
A eletrônica finalmente chegou ao ABS em 1969, com o Concorde.

Após várias experiências em diversos países, o sistema moderno de freios ABS estreou
nos luxuosos sedans da Mercedes-Benz e BMW em 1978. Mesmo pesando mais de
seis quilos, usava um módulo eletrônico de controle e foi considerado um grande
avanço. No Brasil, a tecnologia chegou em 1991, com o antigo Volkswagen Santana.
Hoje, todo o sistema pesa cerca de um quilo.

Por que o ABS é mais seguro?


Um carro com ABS apresenta uma frenagem muito melhor do que um modelo sem a
tecnologia. Em situações extremas, quando o motorista é surpreendido por algum
imprevisto ou a pista não tem a aderência necessária, esses freios fazem a diferença.
Inclusive, pesquisas comprovam que o sistema reduz consideravelmente os acidentes
de trânsito, salvando milhões de vidas em todo o mundo.

Entre as suas principais vantagens, podemos destacar:


· Ausência do travamento das rodas, mesmo em pisos com baixo atrito;

· Redução da distância percorrida durante a frenagem em cerca de um terço;

· Controle perfeito da direção, mesmo com os freios acionados ao extremo.

Nas últimas décadas, os freios ABS também passaram a atuar de uma forma integrada
com outros sistemas eletrônicos de segurança dos veículos, como as tecnologias ASR
(controle de tração), EBD (distribuição eletrônica de frenagem entre a dianteira e a
traseira), ESP (controle de estabilidade), Hill Holder (assistente de partida em rampa) e
até dispositivos semiautônomos nos modelos mais sofisticados.

Os componentes do sistema
Além de ser fundamental para a segurança do veículo, o ABS é um conjunto de vários
componentes mecânicos, hidráulicos, elétricos e eletrônicos. Suas peças podem ser
encontradas em diversas partes do veículo. É muito importante o dono do carro saber
onde ficam e para que servem, assim pode tomar os cuidados necessários e ficar
atento na hora da manutenção. Vamos a elas:

Rodas fônicas: costumam ter a forma de um anel dentado ou disco magnético. Quase
sempre, estão acopladas a outras peças do carro, como os cubos de roda, rolamentos,
retentores, juntas homocinéticas, caixa do diferencial, entre outras.

Sensores de velocidade: presentes em cada roda (ou, em alguns utilitários, no centro


do diferencial) trabalham “lendo” as informações das rodas fônicas. A partir desses
dados, o módulo eletrônico detecta o início do travamento e aciona o sistema.

Unidade hidráulica: localizada no cofre do motor, é formada por uma bomba eletro-
hidráulica (que pressuriza novamente o fluido de freio após o ABS entrar em ação),
câmara acumuladora (para onde o fluido retorna até ser pressurizado) e as válvulas
solenoides (responsáveis pelo controle da pressão do fluido em cada roda).

Cilindro mestre: outro detalhe importante, principalmente na hora da manutenção, é


que o cilindro mestre dos carros equipados com ABS é diferente dos modelos sem a
tecnologia. Se montarem o item errado, a frenagem ficará comprometida.

Módulo eletrônico: é o “cérebro” do sistema. Seu microprocessador controla a ação


de todos os componentes, evitando os travamentos e proporcionando a melhor
frenagem. Também alerta o motorista e o mecânico quando surge algum defeito.

Cuidados na manutenção do ABS


Apesar de ser um sistema bastante robusto e confiável, o ABS não pode ser esquecido
na hora da revisão. O ideal é seguir todas as orientações do manual do veículo ou,
pelo menos, realizar uma checagem preventiva uma vez por ano ou a cada 10.000 km.
O fluido de freio merece uma atenção especial. Se estiver velho, contaminado, com
muita água ou a especificação estiver errada, pode danificar a unidade hidráulica.

A manutenção dos freios de um carro com ABS também exige uma série de cuidados.
Até uma troca de pastilhas pode danificar vários componentes, se for feita de
qualquer jeito. Procure uma oficina de qualidade, com profissionais treinados e
todos os equipamentos necessários para um diagnóstico correto, a começar
pelo scanner. Também fique atento com a compra das peças, muitas são diferentes.

Sempre que você notar qualquer comportamento estranho do veículo na hora de


frear, como o travamento das rodas, excesso de trepidação no pedal, aumento das
distâncias de frenagem, ruídos estranhos, vazamentos de fluido ou se a luz de alerta
do ABS começar a acender no painel, não deixe para depois. É preciso procurar um
mecânico de confiança o quanto antes para resolver o problema.

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