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DOCUMENTO VERDADE

WUORNOS

KILLERS SERIAL

VERDADE
KILLERS SERIAL

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eletrônico ou impresso, inclusive fotocópias sem prévia autorização e consentimento da editora.
í
SERIAL KILLERS

ndice
Introdução ..............................06
Aileen Wuornos ...................08
Andrei Chikatilo....................... 14
Dennis Rader..............................22
Dennis Nilsen ............................ 30
Maníaco do Parque ............... 36
Gary Ridgway .............................42
Jeffrey Dahmer ..........................48
John Wayne Gacy....................56
Richard Chase .......................... 64
Ted Bundy ................................ 70
Fontes ........................................ 78
4 DOCUMENTO VERDADE
AILEEN WUORNOS

DOCUMENTO VERDADE 5
SERIAL KILLERS

6 DOCUMENTO VERDADE
I ntrodução

É
possível entender a mente
de um serial killer?

Essa tarefa não é nada fácil. Os


assassinos em série possuem
problemas psicológicos e doenças
mentais ou são apenas pessoas
carregadas de maldade? Em “Serial
Killers - Documento Verdade”,
selecionamos relatos de dez dos
piores assassinos em série da
história do mundo. Serão contados,
caso a caso, as histórias desses
criminosos, desde as suas vidas
A SEGUIR, TEREMOS AS
até os crimes bárbaros por eles
HISTÓRIAS DE AILEEN
cometidos - que marcaram para
sempre a história da sociedade WUORNO, ANDREI
na qual ocorreram. Nesta edição, CHIKATILO, DENNIS
WUD§DPRV R SHUʏO GRV DVVDVVLQRV RADER, DENNIS NILSEN,
confessos para conhecer um pouco FRANCISCO DE ASSIS
mais de suas tão complexas mentes. PEREIRA, GARY RIDGWAY,
Todos os casos são verídicos,
JEFFREY DAHMER, JOHN
comprovados na própria matéria, e
WAYNE GACY, RICHARD
separados por capítulos. O exemplar
contém 10 capítulos relatados CHASE E TED BUNDY.
minuciosamente.

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SERIAL KILLERS
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AILEEN WUORNOS
1,10 AILEEN CAROL PITTMAN
29 DE FEVEREIRO DE 1956
ROCHESTER - MICHIGAN - EUA
1,00
8 DOCUMENTO VERDADE
AILEEN WUORNOS

S
UA MÃE A DEIXOU
JUNTO COM O IRMÃO
PARA OS AVÓS CRIAREM,
POIS ELA NÃO OS QUERIA

Os avós maternos os adotaram e


FULDUDPFRPRVHXVʏOKRV6HPTXH
eles soubessem da verdade, acha-
vam que sua verdadeira mãe era
uma irmã. Laura e Britta Wuornos
tinha problemas com alcoolismo,
principalmente Britta, além de exi-
gir um comportamento muito rígido,
com direito a muitas surras. Aileen
estava se tornando uma garota cada
vez mais rebelde e, por consequên- AILEEN ESTAVA SE
cia, apanhava mais. Ela gostava so- TORNANDO UMA GAROTA
mente de seu irmão e de sua mãe, CADA VEZ MAIS REBELDE,
mas ninguém conseguia livrá-la das POR CONSEQUÊNCIA,
constantes agressões. APANHAVA MAIS.
Aileen não tinha amigos e seu
ELA GOSTAVA SOMENTE
comportamento na escola não era
bom. Com dez anos, começou a DE SEU IRMÃO E DE SUA
se prostituir em troca de cigarros, MÃE, MAS NINGUÉM
dizia também que mantinha rela- CONSEGUIA LIVRÁ-
ções sexuais com seu irmão. Aos LA DAS CONSTANTES
12 anos, descobriu que seus “pais” AGRESSÕES.

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R NO
O
SERIAL KILLERS

W U
L E E N
AI “Eu estou cavando até os ossos,
eu estou cavando até os ossos.
Exumação de coisas que é melhor
Ú[Yjkgraf`g&=klgmj]kkmk[alYf\g
lembranças de um amor que está
morto e enterrado. Pois hoje à
fgal]]m]klgmk]flY\gkgraf`g$
cavando até os ossos.”

na verdade eram seus avós, algo que fez ainda mais


ela se revoltar, pois soube que a mãe tinha os aban-
donado.
Aos 14 anos ela engravidou. Sua fama de prostituta
na cidade só piorou, pois ela fazia muitos favores sexu-
ais aos garotos, e todos a mal-
A CONVIVÊNCIA COM OUTRAS BANDIDAS tratavam publicamente. Seu
SÓ APRIMOROU SEUS INSTINTOS bebê foi entregue direto para
adoção, devido a sua idade.
E TAMBÉM SUA SEXUALIDADE. Ela o viu apenas quando nas-
ceu e contou que a gravidez
foi consequência de um estupro.
/RJR DS³V R QDVFLPHQWR GR VHX ʏOKR VXD DY³
a única pessoa que realmente ela gostava, morreu
H VHX DY´ ʏFRX W£R GHVFRQWURODGR FRP D PRUWH GD
esposa que acabou expulsando os netos de casa,
deixando-os sem lugar para morar. Eles dormiam na
rua, dentro de carros ou onde alguém deixasse.
Com 15 anos, ela começou a pegar caronas em
WURFDGHVH[RGHVGHHQW£RRVH[RʏFRXDLQGDPDLV
relacionado à troca de bens matérias, como se fosse

10 DOCUMENTO VERDADE
S AILEEN WUORNOS

uma moeda. Aileen não parou mais de se prostituir.


Foi para diversas cidades acompanhada por gangues de motoquei-
ros ou pessoas fora dos padrões da sociedade. Ficou conhecida como
a “vadia do cigarro”.
Em 1976, com 20 anos, foi para Flórida e continuou com sua vida
de prostituição e pequenos delitos. No mesmo ano, Aileen recebeu
a notícia de que seu irmão havia morrido de câncer. Ela compare-
ceu ao seu enterro e disse que não sabia da doença.
Com seu comportamento piorando e sua agressividade aumen-
tando, seus crimes começaram a ser mais ambiciosos, pois ela
queria dinheiro. Foi então que cometeu seu primeiro assalto a mão
DUPDGDPDVIRLSHJDSHODSRO­FLDHʏFRXWUªVDQRVSUHVD
A convivência com outras bandidas só aprimorou seus instintos e
também a perceber que sua sexualidade não era só para parte mas-
culina, mas também para feminina. Foi solta aos 27 anos e retornou a
sua antiga vida promíscua, com muita droga e bebedeira.
Aileen se apaixonou por uma mulher, Tyra Moore, com que teve um
relacionamento diferente dos outros, pois tinha uma companheira, não
apenas uma pessoa na qual a usava em troca do sexo. Tyra tinha uma
YLGDQRUPDOPDQWLQKDVHXHPSUHJRʏ[RGHFDPDUHLUDHPXPKRWHO0HV-
mo com o relacionamento, Aileen continuava se prostituindo, pois a na-
morada também queria mais dinheiro. Pela sua idade e o fato de não ter

DOCUMENTO VERDADE 11
M A S
I
I

IT
SERIAL KILLERS

V mais a mesma beleza, manter sua renda estava com-


plicado.
Em 30 de novembro de 1989, ela comete seu
primeiro assassinato. Richard Nallory, de 51 anos,
IRL HQFRQWUDGR PRUWR HP XPD ʐRUHVWD FRP TXDWUR
tiros e todos os seus pertences roubados, após dar
à Aileen. O segundo assassinato ocorreu no ano de
1990, sua vítima foi o pedreiro David Espiers, de
Richard Nallory - 51 anos 43 anos, encontrado em um depósito de lixo ilegal,
morto com seis tiros e também teve seus pertences
roubados. Mais uma vítima: o funcionário de rodeio
Charles Carskaddo, 40 anos, foi encontrado mor-
to com nove tiros. A quarta vítima era Peter Siems,
seu corpo nunca foi encontrado, apenas seu carro
foi localizado e algumas pessoas disseram que seus
pertences também foram roubados e que viram duas
mulheres com ele antes do carro bater. A polícia es-
tranhou os quatros assassinatos e começou a pensar na
David Espiers - 43 anos possibilidade de ser um assassino em série, porém, o fato
dos corpos não serem da mesma região, fazia com que
HOHVʏFDVVHPHPGºYLGDVREUHHVVDSRVVLELOLGDGH
No parque de Ocala, na Flórida, outra vítima: o
vendedor Troy Burress, de 50 anos, havia levado
dois tiros. Posteriormente, mais dois assassinatos
foram cometidos, as vítimas eram Dick Humphreys,
ex-chefe de polícia, 56 anos, morto com seis tiros e
Walter Antonio, 62 anos, encontrado morto com qua-
Charles Carskaddo - 40 anos tros tiros e usando somente as meias.
Aileen não planejava ou torturava suas vítimas,
na verdade era muito descuidada. Nas mortes que
cometeu, em grande maioria, visava se vingar dos
homens e, principalmente, roubar seus pertences
para, assim, viver com eles. Ela encontrou uma nova
forma de ter dinheiro, cometer crimes em série tor-
nou-se normal em sua vida. Após um de seus crimes,
percebendo que podia ser presa, jogou a arma que
usada em um rio. Como ela penhorou uma câmera
Peter Siems - 65 anos
que pertencia a umas das vítimas, suas impressões

12 DOCUMENTO VERDADE
AILEEN WUORNOS

“ EU SÓ GOSTARIA DE DIZER QUE ESTOU VELEJANDO COM A ROCHA E


VOLTAREI COMO EM INDEPENDENCE DAY COM JESUS, 6 DE JUNHO, COMO


NO FILME, NA NAVE MÃE E TUDO. EU VOLTAREI.
GLJLWDLVʏFDUDPQDORMDDSHVDUGHXVDUXPQRPHIDOVR'HVVDIRU-
ma, a polícia conseguiu descobrir sua verdadeira identidade.
Em nove de janeiro, ela foi presa em um bar chamado Last Resort.
$VDXWRULGDGHVʏ]HUDPXPDFRUGRFRPDVXDFRPSDQKHLUD7\UDRIHUH-
FHUDPLPXQLGDGHVHHODWHVWHPXQKDVVHFRQWUD$LOHHQHDʏ]HVVHFRQ-
fessar.
Ela admitiu ter matado sete homens, mas todos
HPOHJ­WLPDGHIHVD0XGRXHVVDVFRQʏVVµHVHPDO-
guns momentos, dizendo que uns foram como for-
ma de defesa e em outros não. Em outras ocasiões,
ela também disse que se estivesse solta, mataria
novamente, mesmo se fosse no pátio da prisão,
pois não gostava de pessoas. “Sou inocente, fui es-
tuprada, espero que você também seja estuprado.
Troy Burress - 50 anos
Seus sujos da América”, gritou em seu julgamento.
1DºOWLPDHQWUHYLVWDSDUDRVHXʏOPH$LOHHQIDORXVR-
bre a polícia saber de todos os seus crimes, e de ter
deixado ela continuar, para transformá-la em uma serial
killer, ela diz: “Lembrem-se, faça com que todos saibam
que eu sabia que os policiais sabiam quem eu era de-
pois que Richard Mallory morreu. Eu deixei impressões
digitais em todos os lugares e eles esconderam isso.”
Em nove de outubro de 2002, foi executada com
uma injeção letal, na prisão estadual da Flórida, e Dick Humphreays - 56 anos
ʏFRXFRQKHFLGDSHODLPSUHQVDFRPRȍGDPDGDPRU-
te”. Sua última frase foi: “Eu só gostaria de dizer que
estou velejando com a rocha e voltarei como em In-
dependence Day com Jesus, 6 de junho, como no
ʏOPHQDQDYHP£HHWXGR(XYROWDUHLȎ
O direito por sua história foi comprada enquanto
HODHVWDYDSUHVDSRLVXPʏOPHVREUHVXDWUDMHW³ULDH
assassinatos foi lançado. Ela é considerada uma das
primeiras mulheres a se tornar serial killer. Charlize Walter Antonio - 60 anos
Theron interpretou o papel de Aileen em Desejo As-
sassinoʏOPHODQ§DGRHP
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SERIAL KILLERS
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ANDREI CHIKATILO
1,10 ANDREI ROMANOVICH CHIKATILO
16 DE OUTUBRO DE 1936
VILA YABLOCHNOYE - UCRÂNIA
1,00
14 DOCUMENTO VERDADE
ANDREI CHIKATILO

E
M 1930, A FOME ASSOLOU
A UCRÂNIA, PERÍODO DA
SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
QUE FICOU CONHECIDO COMO
“O TEMPO DO CANIBALISMO”.

A escassez era tão grande que, no


desespero, pessoas comuns co-
metiam atos de insanidade e cani-
balismo. Porém, ninguém poderia
imaginar que, em uma pequena
vila da Ucrânia chamada Yabloch-
noye, em 16 de outubro de 1936,
nascia o homem que macaria a
história da Rússia.
Andrei Romanovich Chikatilo,
quando criança, ouvia de sua mãe
que seu irmão mais velho Stepan foi
canibalizado durante a fase de fome UMA DISFUNÇÃO SEXUAL
no país, mesmo sem provar que ele NA ADOLESCÊNCIA, FEZ
tenha morrido desta forma, ela usa- CHIKATILO SOFRER
YDHVVDKLVW³ULDSDUDVHXVʏOKRVQ£R MUITO, OCASIONANDO
saíssem de casa.
IMPOTÊNCIA SEXUAL
Na fase da adolescência, Chika-
TEMPORÁRIA. ELE SE
tilo sofreu muito com um problema
de disfunção sexual, ocasionando SENTIA HUMILHADO
impotência sexual temporária, se E REJEITADO SEM OS
sentia humilhado e rejeitado sem “PODERES SEXUAIS”.

DOCUMENTO VERDADE 15
A L I
SERIAL KILLERS

C H IK
RE I OVICH

D
ATILO, QUANDO CRIANÇA

N
OUVIA DE SUA MÃE QUE SEU

A
IRMÃO MAIS VELHO STEPAN, FOI
CANIBALIZADO DURANTE A FASE
DE FOME NO PAÍS.

os “poderes sexuais”. Conforme foi crescendo, sua boa aparência


atraia as mulheres, mas logo a questão sexual o impedia de se re-
ODFLRQDU,VVRIH]FRPTXHDVSHVVRDVGDYLODRQGHPRUDYDʏ]HVVHP
fofocas e comentários, gerando traumas jamais esquecidos em sua
existência, e, que mais tarde, o levariam a destruir muitas vidas.
Frustrado, por seus problemas, queria achar uma forma de su-
perar os traumas sofridos, encontrando nos estudos o seu cami-
nho. Ele tentou entrar para importante Universidade de Moscou,
PDVIDOKRX5HVROYHXHQW£RLQJUHVVDUHPXPDHVFRODSURʏVVLRQDO
Em 1963, com 28 anos, casou-se com uma amiga de sua irmã,
Feodosyia, de 24 anos. O problema que tanto lhe assombrava, fez
com seu casamento se mantivesse sem relações sexuais. Para ser
pai, inventou um processo de inseminação e conseguiu que sua
esposa engravidasse por duas vezes. Continuou seu caminho nos
estudos para ser um homem diferenciado em sua época, formou-se
em Marxismo – Leninismo, engenharia e literatura russa.
Aparentemente, Andrei se tornara um homem de bem, casado,
FRPERPHPSUHJRSDLGHGRLVʏOKRVHPHPEURGRSDUWLGRFRPXQLV-
ta. Mas mostrava para sociedade uma vida de mentiras.
Em 1970, iniciou seus trabalhos na escola secundária, mais uma

16 DOCUMENTO VERDADE
T O ANDREI CHIKATILO

vez, a procura de aceitação, prestígio e autoridade, mas, sem su-


cesso, seus alunos não o respeitavam e lhe colocavam apelidos
denegrindo sua imagem. Um dos apelidos que lhe fora atribuído era
o de “ganso” - por causa do seu pescoço comprido e sua postura
estranha. Além disso, a convivência com jovens foi provocando ira
e revolta, pois, apesar de ter se tornado um homem inteligente, não
conseguia ter os prazeres de uma pessoa normal.
Nessa fase, surgiram os primeiros indícios de sua personalidade
criminosa, pois começou a molestar crianças (meninas ou meninos).
Em 1974, foi demitido por esses abusos, mas seus atos não se tor-
nam públicos pois foram encobertos pela escola.
No mesmo ano, ele resolve mudar de cidade e deixar para trás
esses acontecimentos. Foi para a cidade de Shakhty com sua famí-
lia, conseguindo um novo emprego em outra escola.
Já marcado por tantos traumas e insucessos em sua vida, co-

COM 28 ANOS, O PROBLEMA QUE TANTO LHE


ASSOMBRAVA FEZ COM QUE SEU CASAMENTO SE
MANTIVESSE SEM RELAÇÕES SEXUAIS.

DOCUMENTO VERDADE 17
SERIAL KILLERS

“O
AÇOUGUEIRO


DE ROSTOV
meça a desenvolver uma personalidade conturbada. Andrei
comprou uma segunda casa, sem o conhecimento de sua es-
posa, em um lugar distante e escondido, considerado um beco,
chamado Mezhevoy Lane. Em 1978, “O Açougueiro de Ros-
tov” faria sua primeira vítima, uma menina de 9 anos, chamada
<HOHQD=DNRWQRYD$SDUWLUGD­VHXVLQVWLQWRVVHDʐRUDUDPSRLV
ele descobriu muito prazer ao molestar. Mesmo assim queria ter
um contato sexual com a vítima, mas, por causa da sua impotên-
cia, no lugar de seu órgão genital usou uma faca. A menina foi
encontrada, dias depois, em um rio próximo a casa de Andrei. A
polícia encontrou marcas de sangue na casa, mas não o consi-
derou suspeito pois não tinha antecedentes criminais e era uma
pessoa de vida respeitável. Outro suspeito, que já tinha acusa-
ções de estupro, levou a culpa por esse crime, sendo executado
pela polícia.
Chikatilo encontrou nos assassinatos e na violência brutal o
que procurou a vida toda: a sensação do poder.
Como era um homem inteligente e astuto, durante dois anos con-
trolou seus instintos, esperando o momento exato para retomar sua
vida de assassino sádico. Trocou seu emprego de professor, para
trabalhar em uma empresa de fornecimento de matéria-prima,

18 DOCUMENTO VERDADE
ANDREI CHIKATILO

onde eram necessárias várias viagens de trem. Em setembro


de 1981, em Rostov-on-Don, outra cidade da Rússia, ele vol-
tou a praticar crimes insanos. A vítima era uma menina de 17
DQRVTXHDFHLWRXFDPLQKDUFRPHOH(OHVIRUDPSDUDXPDʐR-
resta e sem conseguir ter relações sexuais com ela, lembrou-
-se do que lhe deu prazer dois anos antes. Dessa vez, ele a
esfaqueou e a mordeu, como no canibalismo. A partir desse
momento, sua vida nunca mais voltou ao normal. Ele havia se
tornado um serial killer.
Suas vítima, em sua maioria, eram mulheres, mas também
assassinou alguns meninos. A idade delas variava de 09 e
45 anos. Seus ataques eram cada vez mais brutais: além de
morder, ele cortava partes de corpo. Admitiu que removia
e mordia úteros, pois gostava da sensação. A palavra bruta-
lidade não consegue descrever o tamanho da insanidade e
crueldade em cada morte.

DOCUMENTO VERDADE 19
SERIAL KILLERS

Em 1984, ele já havia matado 23


pessoas. A polícia, junto com o partido
comunista, tentava afastar a mídia dos
acontecimentos, mas muitos rumores
foram se formando na cidade. Naque-
la época, as autoridades policiais não
tinham experiência para lidar com um
tipo de criminoso como ele, e era mui-
to difícil chegar até Chikatilo. A polícia
chegou bem próximo de capturá-lo ao
suspeitar de um homem que estava
assediando diversas mulheres, até
encontrar uma prostituta que lhe deu
atenção em uma estação de ferroviá-
ria distante. Ao ser abordado, desco-
briram em sua maleta faca, corda e
vaselina, mas, ao investigar sua vida, quando viram que era consi-
GHUDGRXPKRPHPGHIDP­OLDHPHPEURʏHOGR3DUWLGR&RPXQLVWD
foi solto.
Como os crimes continuavam em grande escala, a polícia deci-
GLXXVDUDVW©FQLFDVDPHULFDQDVSDUDWUD§DURSHUʏOGRDVVDVVLQR
contando com a ajuda do psiquiatra Alexander Bukhanovsky. Mes-
PRFRPRSHUʏOPXLWRSDUHFLGRFRP&KLNDWLORDSRO­FLDDLQGDGHPR-
rou mais seis anos para capturá-lo. Em 20 de novembro de 1990,
após 12 anos livre e matando pessoas, ele foi preso.
Chegando a um total de 53 vítimas em 1992, ele foi acusado
pela série de assassinatos brutais e sádicos. Em uma de suas
FRQʏVVµHVGLVVHȍ*RVWRGRVJULWRVGDGRUHGRVDQJXHȎ2VHX
julgamento se tornou um evento público para o povo russo. Com
a certeza que um serial killerr viveu entre eles durante 12 anos,
como um cidadão normal, deu origem a alguns apelidos como: O
estripador vermelho, O estripador de Rostov e o mais famoso “O
açougueiro de Rostov”.
No dia de seu julgamento, Chikatilo apareceu de cabeça raspada
HʏFRXRWHPSRWRGRHPXPDMDXODFRPRXPDIRUPDGHSURWH§£RFRQ-
tra as pessoas presentes no julgamento, principalmente familiares das
vítimas que gritavam “Nos dê ele”. No segundo dia de julgamento, o

20 DOCUMENTO VERDADE
ANDREI CHIKATILO

assassino pôde falar, e se descreveu como um impotente, com uma


vida sexual amaldiçoada e que nunca planejou matar, mas perdia con-
trole de seus instintos. Em seu comportamento no julgamento houve-
ram muitos momentos de loucura, e, apesar de tentar transmitir essa
imagem, os especialistas diziam ser encenação. O julgamento durou
VHLVPHVHV(OHVHPSUHGHQHJULDVXDʏJXUDFXOSRXVHXVSDLVH-RVHI
Stálin (então líder da Rússia) pela época do canibalismo em que seus
pais viveram e possivelmente da maneira na qual seu irmão morreu.
Em 14 de outubro de 1994, foi condenado a morte e, com um tiro
atrás da orelha, sua história se encerrou. Ele se tornou um enigma,
pois as opiniões se dividem: será que ele era mau ou foi vítima
de traumas que afetaram sua mente e comportamento? A resposta
certa não existe, mas uma de suas últimas frases foi: “E agora meu
cérebro, será desmontado pedaço por pedaço, e examinado, de
maneira que não haja outros como eu”. Andrei Chikatilo é consi-
derado um dos mais astutos seriais killers e o maior assassino em
V©ULHGD5ºVVLD6HXVFULPHVYLUDUDPʏOPHVFRPR Cidadão X e Evil
Enko e o livro 44 Child.

“E AGORA MEU CÉREBRO,


SERÁ DESMONTADO
PEDAÇO POR PEDAÇO, E
EXAMINADO, DE MANEIRA
QUE NÃO HAJA OUTROS


COMO EU.

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DENNIS RADER
1,10 DENNIS LYNN RADER
09 DE MARÇO DE 1945
PITTSBURG, KANSAS - EUA
1,00
22 DOCUMENTO VERDADE
DENNIS RADER

E
STADOS UNIDOS, ANO DE
1974, CIDADE DE WICHITA,
ESTADO DO KANSAS.

Conhecida por ser um lugar tran-


quilo que só tinha problemas com
os frequentes tornados, Kansas foi
surpreendida por uma nova forma
de terror.
Uma família de quatro pessoas
foi assassinada de forma sádica e
torturante: Joseph Otero, 38 anos,
VXDHVSRVD-XOLHHVHXVʏOKRV
Joseph, 9, e Josephine, 11, foram
DENNIS FOI MUITO
encontrados em sua residência
com marcas de estrangulamento. INTELIGENTE, ESTUDOU
Joseph foi estrangulado, sua espo- SOBRE OUTROS
sa foi espancada e logo depois es- ASSASSINATOS EM SÉRIE E
WUDQJXODGDRʏOKRIRLVXIRFDGRFRP SABIA COMO DEVERIA FAZER
três sacos plásticos na cabeça e a PARA NÃO SER PEGO. ELE
ʏOKDIRLHVWUDQJXODGDHSHQGXUDGD
CONSEGUIA SER UM BOM
no encanamento do porão da casa
PAI, MARIDO, FAZER PARTE
com uma corda no pescoço.
Evidências, encontradas na cena DA IGREJA LUTERANA, SER
do crime, mostram que o assassino CHEFE DE ESCOTEIROS E
entrou pelos fundos da casa e cortou TAMBÉM UM SERIAL KILLER.

DOCUMENTO VERDADE 23
M A S ER
I
I

IT A D
SERIAL KILLERS

V I S R telefone. Também foi achado sêmen próximo a menina.

E N
As pessoas da cidade achavam que tudo aquilo po-
deria fazer parte de um ritual satânico, pois era quase

D
sendo capaz de planejar e

o ano, Kathryn Bright, uma jovem de 21


foi encontrada estrangulada e esfaqueada. Ela
estava sendo observada há algum tempo, até que um
Joseph Otero- 38 anos dia, quando voltava para casa com seu irmão, o assas-
sino estava à sua espera. O irmão de Kate conseguiu
se soltar e reagir, acabou levando um tiro na cabeça,
mas, mesmo desorientado, conseguiu fugir e pedir so-
corro, porém Kate já estava morta. Seu irmão sobrevi-
veu, mas não conseguiu dar muitos detalhes que aju-
dassem a polícia, pois o trauma afetou partes de seu
cérebro.
A imprensa divulgou a possibilidade de mais três
pessoas estarem envolvidas com o assassinato da fa-
Julie Otero – 34 anos mília Otero. Com isso o assassino se manifestou para
polícia através de cartas, para chamar atenção.
Três anos se passaram e em 1977, Shirley Vivian,
26 anos, foi morta. A polícia a encontrou amarrada e en-
forcada em sua cama com um plástico na cabeça. Seus
WUªVʏOKRVQ£RVRIUHUDPDJUHVVµHVSRLVIRUDPSUHVRV
no banheiro.
No mesmo ano, mais uma vítima foi encontrada:
Nacy Fox estava amarrada e foi estrangulada com
Joseph Otero II – 9 anos meias de nylon. Foi o próprio assassino quem informou
à polícia sobre o morte e local, sua voz foi gravada, mas
Q£RIRLSRVV­YHOLGHQWLʏF¡OR
Após oito anos, em abril de 1985, ele voltou a come-
ter assassinatos. A vítima foi Marina Hedge, 53 anos,
que estava desaparecida e, após oito dias de busca, foi
encontrada com sinais de estrangulamento.
Em setembro de 1986, mais uma morte: Vicki We-
gele, 28 anos, foi estrangulada. Em 1991, outra vítima
de estrangulamento, Dolores Davi estava em baixo de
Kathryn Bright - 21 anos
uma ponte com as mãos e os pés amarrados com uma

24 DOCUMENTO VERDADE
R DENNIS RADER

Em 25 de fevereiro
de 2005 ele foi preso,
em seu primeiro
interrogatório ele disse,
“acho que me pegaram”
e a policia perguntou
quem é você ? BTK.
Denis confessou tudo,
falou por dois dias.

meia calça.
As vítimas não seguiam um padrão de idade ou características
HVSHF­ʏFDVPDVQ£RWLYHUDPFKDQFHGHHVFDSDU2VVHXVDWRVHUDP
bem planejados, desde a escolha da vítima,
e a facilidade de entrar em suas casas, até
o processo de cortar o telefone para não ha-
ver chance de comunicação. O assassino de
:LFKLWDʏFRXFRQKHFLGRFRPR%7. TXHVLJ-
QLʏFDDPDUUDUWRUWXUDUHPDWDU (OHVHPD-
nifestou para polícia e para imprensa através
de cartas, em algumas ele reclamava pela
autoria dos crimes, como no caso da família
Otero, Nancy Fox e Shirley Vian. Diferente de
outros assassinos, ele se orgulhava de cada

DOCUMENTO VERDADE 25
SERIAL KILLERS

BTK DESENHAVA BASTANTE, MAS ERAM DESENHOS SINISTROS,


COM TODAS AS SUAS FANTASIAS DE MULHERES SENDO TORTURADAS E
AMARRADAS, MOSTRANDO UM COMPORTAMENTO SEXUAL ESTRANHO, POIS O
PRAZER ERA EM AGREDIR E DEGRADAR A VÍTIMA.

feito e não admitia que outra pessoa pudes-


se levar os créditos por seus crimes, como se
isso fosse uma “premiação”.
Ele tomou gosto pelo jogo com a polícia e
a imprensa, tinha prazer em
instigar. Em uma de suas car-
O SEU ÚNICO COMPORTAMENTO tas, ele disse: “Se vocês não
ESTRANHO ERA O PRAZER EM MATAR me pegarem, mais pessoas
E TORTURAR ANIMAIS nessa comunidade vão mor-
rer”.
A cidade de Wichita foi
DWHUURUL]DGD GXUDQWH  DQRV DW© TXH ʏQDO-
mente em 2005, BTK foi preso, surpreenden-
do a todos.
Dennis Rader, nasceu em nove de março de
1945, em Pittsburg no Kansas, e cresceu em Wi-
chita. Considerado de boa família, sua infância
foi tranquila, não manifestava nada muito anor-
mal, só era um menino quieto, mas sempre es-

26 DOCUMENTO VERDADE
DENNIS RADER

tava com seus amigos. Formou-se em administração,


e, depois da faculdade, passou quatro anos na força
área dos EUA, como mecânico. O seu único compor-
tamento estranho era o prazer em matar e torturas ani-
mais e também o vício por revistas de detetives, que
futuramente o ajudaria na realização de seus crimes.
(PFDVRXVHFRP3DXOD'LHW]HWHYHGRLVʏOKRV
tendo uma vida aparentemente normal. Shirley Vian – 26 anos
A prisão de BTK só foi possível porque, em 2004,
ele resolveu reaparecer no jornal da cidade que ti-
nha feito uma matéria sobre a família Otero, pois fa-
zia 30 anos do crime. Isso fez como que novamente
começasse o jogo com a polícia e a imprensa: ele
mandou um cartão postal para uma rede de televi-
são, indicando um local onde foi encontrada uma
caixa de serial com as iniciais BTK, com bonecas
em posição das vítimas, joias e documentos. Com Nancy Fox - 25 anos
essa manifestação, a polícia foi tentando manter
FRQWDWRDW©TXHFRQVHJXLUHPSHJ¡ORʏFDUDPHVSH-
rando ele cometer um erro e isso aconteceu. Ele en-
viou uma mensagem para polícia dizendo que se ele
mandasse um disquete, eles o conseguiram identi-
ʏFDUHSHGLXȍVHMDPVLQFHURVȎHDSRO­FLDUHVSRQGHX
”pode ir em frente”.
'HSRLV GH UHFHELGR R PDWHULDO HOHV LGHQWLʏFDUDP
o programa, pois estava registrado com o nome da
Marine Hedge – 53 anos
igreja luterana de cristo e a pessoa que se logou por
último se chamava Dennis, que o presidente da igre-
ja.
(PGHIHYHUHLURGHIRLʏQDOPHQWHSUHVR
Em seu primeiro interrogatório, disse: “Acho que me
pegaram”. Dennis confessou tudo e o depoimento
durou por dois dias.
É muito complicado entender esse assassino,
mas, após ser preso, ele confessou como agiu em
seus crimes, como foi sua infância e vida adulta. Vicki Wegerle – 28 anos

DOCUMENTO VERDADE 27
SERIAL KILLERS

Dennis Rader contou que, quando criança, via


sua avó matar galinhas e sentia muito prazer com
LVVR  LPDJHP ʏFRX PDUFDGD HP VXD FDEH§D RX-
tro episódio marcante, foi quando uma professora o
humilhou na frente de todos os alunos, mas tarde
HOHLULDDW©DFDVDGHODHʏFRXREVHUYDQGRHPXPD
janela, com uma corda amarrada na cintura, até que
teve um orgasmo. Em sua adolescência tinha muitas
Dolores Davis - 62 anos fantasia eróticas e começa a perceber que ele não
seria como outras pessoas. Ele vivia como se duas
pessoas ocupassem o mesmo corpo.
BTK desenhava bastante, mas seus desenhos eram sinistros, com
todas as suas fantasias de mulheres sendo torturadas e amarradas,
mostrando um comportamento sexual estranho, pois o prazer era
em agredir e degradar a vítima. Algo em comum em todos os seus
crimes era o uso de cordas, que pode estar associado ao trauma a
qual passou com a humilhação da professora. Dennis se excitava em
prolongar o sofrimento da vítima, como aconteceu no caso de Nancy
Fox. Quando ela estava quase morrendo, ele a deixou respirar até
ela voltar em consciência e depois começou novamente o sufoca-
mento, até a sua morte. Para obter maior prazer, ele se masturbava.
Dennis foi muito inteligente, pois estudou sobre outros as-
sassinatos em série e sabia como deveria fazer para não ser
pego, e conseguiu durante um período. A distância de tempo
entre uma morte e outra, é por causa do nascimento de seu
filho e, depois, de sua filha. Mas, no caso do intervalo de sete
anos, foi porque estava estudando Justiça Criminal para saber
mais sobre seu “ramo de assassino”.
Ele conseguia ser um bom pai, marido, fazer parte da igreja
Luterana, ser chefe de escoteiros e também um serial killer.
No dia de sua audiência, todos puderam ouvir mais detalhes
de alguns dos crimes, inclusive os familiares, sendo nítido a
normalidade com a qual ele contava, até com certo “orgulho”.
A motivação para matar a família Otero foi sexual, pois ele
conhecia Julie Otero. No caso do menino Joseph, durante a
lenta morte com os três sacos na cabeça, BTK olhava e se di-
vertia observando os seus feitos.

28 DOCUMENTO VERDADE
DENNIS RADER

Jardim da frente da casa de Dennis Rader, em Park City, Kansas.

“Coloquei ela no porta mala morta e dirigi até igreja Luterana


de Cristo. Tirei várias fotos dela amarrada”, contou ele sobre o
assassinato de Marina Hedge. Seu álibi era estar no acampa-
mento dos escoteiros, porém cometeu esse crime de madru-
gada. Por ser líder dos escoteiros ele tinha um pretexto para
ficar fora de casa. Em algumas ocasiões, aproveitava para pra-
ticar autoerotismo: com cuidado se enforcava com cordas, se
pendurando e, vestindo roupas femininas, também tirava fotos
desses atos. Todas as provas dos crimes, como fotos, objetos
e documentos estavam na casa da árvore que ficava no quintal
de sua casa.
Ao final de sua audiência, alguns familiares puderam falar
com Dennis Rader. O filho de Shirlei Vian, lhe disse: “Eu gos-
taria que sofresse pelo resto da vida”. Em agosto de 2005, é
condenado à 10 penas perpétuas consecutivas.
Para todos os envolvidos nas investigações, não havia motivos
reais para explicar o porquê desse sadismo e comportamento per-
turbado, a única explicação era considerá-lo um ser ruim.

DOCUMENTO VERDADE 29
SERIAL KILLERS
2,00

1,90

1,80

1,70

1,60

1,50

1,40

1,30

1,20
DENNIS NILSEN
1,10 DENNIS ANDREW NILSEN
23 DE NOVEMBRO DE 1945
FRASERBURGH, ABERDEENSHIRE - ESCÓCIA
1,00
30 DOCUMENTO VERDADE
DENNIS NILSEN

U
M ASSASSINO EM SÉRIE
COMETE ERROS E, CEDO
OU TARDE, É PRESO.

Dennis Nilsen demorou em cometer


tal erro, mas quando foi descoberto
teve a reação mais natural e fria pos-
sível, surpreendendo a polícia que
esperava ser mais complicado achar
o assassino. Ele não tentou fugir nem
reagiu apenas mostrou onde guarda-
va os restos dos corpos.
Os crimes começaram no ano
de 1978, em Londres, e duraram
até 1983, somando um total de 15
homens assassinados. O criminoso
residia em Muswell Hill, um bairro de
SUA MÃE ERA ESCOCESA E
londrino, onde cometeu suas insani-
dades, com diversos homens. Mas SEU PAI NORUEGUÊS.
um erro levou a polícia a descobrir O PAI ERA ALCOÓLATRA E
mais do que eles pensavam encon- DEPOIS DE SEPARADOS,
trar. SUA MÃE CASOU-SE
Em um prédio divido em seis NOVAMENTE E DENNIS
apartamentos, problemas nos tu-
FOI VIVER COM OS AVÔS.
bos de canalização foram percebi-
QUANDO SEU AVÔ MORREU
dos devido ao mau cheiro e entupi-
mentos. Foi chamado um encana- ELE FOI OBRIGADO A VER O
dor para solucionar o caso, e, para CORPO E ESSA CENA JAMAIS
a surpresa de todos, ele encontrou FOI ESQUECIDA POR ELE.

DOCUMENTO VERDADE 31
SERIAL KILLERS

LSE N
S N I
NI
EN
ssos, semelhantes aos de um ser hu-

D
mano e, então, acionou a polícia.
A polícia estudou o prédio e toda rede
de esgoto na qual envolvia o edifício e che-
gou à conclusão cuja obstrução estava no
meio do encanamento. Mas o apartamento
do meio, que correspondia a essa parte do
encanamento, estava vazio. Foi concluído,
então, que só poderia ser do apartamento
de cima e o inquilino era Dennis Nilsen, de
37 anos.
O detetive Peter Jay espe-
EM UM PRÉDIO DIVIDO EM SEIS rou o suspeito chegar do tra-
APARTAMENTOS, PROBLEMAS NOS balho. Apresentou-se como
TUBOS DE CANALIZAÇÃO FORAM policial e informou o porquê
estava no local, dizendo que
PERCEBIDOS DEVIDO AO MAU foram encontrados pedaços
CHEIRO E ENTUPIMENTOS. de humanos no esgoto. Ao en-
trar no apartamento, o cheiro
de carne podre era muito for-
te. Quando o detetive disse os encanamentos
estão entupidos com partes humanas, Dennis
respondeu: “Nossa senhora, isso é terrível”,
mas, em nenhum momento se mostrava ansio-
so, permanecia muito calmo. Peter Jay foi dire-

32 DOCUMENTO VERDADE
DENNIS NILSEN

PETER JAY FOI DIRETO


AO ASSUNTO: PERGUNTOU ONDE
ESTAVA O RESTO DOS CORPOS E
DENNIS RESPONDEU, COM MUITA
NORMALIDADE, QUE ESTAVAM EM
SACOS DE LIXO NO ARMÁRIO
DO QUARTO.

to ao assunto: perguntou onde estava o resto dos corpos e Dennis


respondeu, com muita normalidade, que estavam em sacos de lixo
no armário do quarto.
Ele foi levado à delegacia, sem nenhuma resistência. Duran-
te o caminho lhe perguntaram quantos corpos poderiam ter nos
sacos e ele disse que entre 15 e 16. A polícia conseguiu identi-
ʏFDUDSHQDVXPFRUSRHUDGH.HQQHWK2FNHQGRQGHDQRV
estudantes desaparecido há cinco anos. O detetive precisava
TXH'HQQLVDMXGDVVHQDLGHQWLʏFD§£RPDVIRLPXLWRGLI­FLODS³V
30 horas de interrogatório conseguiu mais três nomes: Martin
Duffey, de 16 anos, um menino de rua; Bill Sutherland, de 26 anos,

DOCUMENTO VERDADE 33
M A S
I
I

IT
SERIAL KILLERS

V garoto de programa e Malcom Barlow, de 23 anos, sua


última vítima.
Todas as suas vitimas eram homens, pois
ele era homossexual, e nenhum deles era de
Londres e sim de lugares diferentes. A media
de assassinatos era um a cada sete semanas,
todos morreram estrangulados e depois foram
esquartejados, porém, antes de fazer isso, ele
ficava um tempo com o cadáver como se fosse
Stephen Holmes - 14 anos uma companhia ter alguém morto junto a ele. A
sua antiga casa também foi revistada e encon-
traram alguns vestígios.
Dennis disse, que como sua casa tinha no fun-
do um jardim, queimava as vítimas e depois batia
FRPDOJXPREMHWRQRTXDORDMXGDVVHDVHFHUWLʏFDU
TXHQ£RWLQKDʏFDGRQHQKXPRVVRLQWHLUR$SRO­FLD
descobriu alguns fragmentos de ossos no jardim.
No decorrer da investigação, um sobrevivente
Kenneth Ockendon – 26 anos foi encontrado: Carl Stottor, de 21 anos. Ele con-
ta que dormiu e acordou com Dennis tentando o
enforcar, depois levou ao banheiro para tentar
afogá-lo, mas ele sobreviveu e ficou inconscien-
te no apartamento durante três dias e Dennis es-
tava tentando reanimá-lo. Ninguém, nem a pró-
pria vítima, sabe o porquê dele não ter concluído
o assassinato.
&RQVHJXLU LGHQWLʏFDU WRGDV DV SHVVRDV PRUWDV
HUD XP GHVDʏR SDUD D SRO­FLD M¡ TXH R DVVDVVL-
William Sutherland – 27 anos
no dizia não se lembrar dos nomes e em alguns
casos nem sabia qual era o nome da pessoa que
SUHWHQGLDPDWDU0DLVPHQLQRVIRUDPLGHQWLʏFDGRV
e a polícia já tinha o que precisava para levá-lo à
julgamento. Até o momento de sua audiência, a
polícia sabia o nome das seguintes vítimas: Ste-
phen Dean Holmes, Kenneth Ockendon, Billy Su-
therland, Malcolm Barlow, Martin Duffey.
Seu julgamento começou em 24 de outubro de 1983
Douglas Stewart e durou duas semanas. No decorrer da audiência, ele

34 DOCUMENTO VERDADE
DENNIS NILSEN

TODAS AS SUAS VÍTIMAS ERAM HOMENS,


POIS ELE ERA HOMOSSEXUAL E NENHUM DELES ERAM DE LONDRES,
E SIM DE LUGARES DIFERENTES. A MEDIA DE ASSASSINATOS
ERA UM A CADA SETE SEMANAS.

não confessou ser culpado, mas alegou incapacidade


mental, reconhecia os assassinatos, mas nada era pre-
meditado. Em nenhum momento se exaltou, se mante-
ve frio e sem remorso. A vítima sobrevivente diz que foi
um horror revê-lo e lembrar de tudo, e se perguntava:
“Porque um estranho queria me matar, não entendo e
jamais serei capaz de entendê-lo”.
Foi condenado a 25 anos de prisão, em 4 de no-
vembro. Em 2006, foi feita uma revisão judicial, mas foi
decretado que Dennis Nilsen jamais sairia da prisão. Malcolm Barlow – 24 anos
Dennis Andrew Nilsen teve uma vida antes
de ser assassino. Nasceu em 23 de novembro
de 1945, em Fraserburgh, na Escócia. Sua mãe
era escocesa e seu pai norueguês. O pai era
alcoólatra e depois, de separados, sua mãe
casou-se novamente. Dennis foi viver com os
avôs e quando seu avô morreu, ele foi obrigado
a ver o corpo e essa cena jamais foi esquecida
por ele. Quando adulto, se alistou no exército
onde ficou por muitos anos, aprendeu o ofício Paul Nobbs - 25 anos
de cortar e lidar com as carnes, pois se tornou
cozinheiro, fato no qual o ajudou, a saber como
dissecar as pessoas mortas. Em sua história de
vida nada justifica essa sede incontrolável em
matar, pois nem ele conseguia identificar o mo-
tivo do porque fazia isso, apenas era movido
por um instinto de serial killer.

Carl Stotter – 21 anos

DOCUMENTO VERDADE 35
SERIAL KILLERS
2,00

1,90

1,80

1,70

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1,20
MANÍACO DO PARQUE
1,10 FRANCISCO DE ASSIS PEREIRA
29 DE NOVEMBRO DE 1967
GUARACI, SÃO PAULO - BRASIL
1,00
36 DOCUMENTO VERDADE
FRANCISCO DE ASSIS PEREIRA

O
HOMEM QUE MARCOU
A HISTÓRIA DO BRASIL,
ASSASSINOU VÁRIAS
MULHERES, TODAS DA ESMA
FORMA E NO MESMO LUGAR.

Como entender uma mente assas-


sina? Ele se diz como uma pessoa
que foi movida pelo mal, que algo o
possuía, deixou um recado em uma
de suas entrevistas: “É melhor a so-
ciedade tomar cuidado, pois esse
mal está solto e pode acontecer com
qualquer um.”
Francisco de Assis Pereira
nasceu em 29 de Novembro de
HP*XDUDFLLQWHULRUGH6£R
ELE CONVIDAVA MUITAS
Paulo, foi considerado um serial
killer. Relatou em seus depoi- MENINAS, OFERECENDO
mentos que, quando criança, foi SESSÕES DE FOTOGRAFIA
violentado por uma tia e, então, PARA POSSIBILIDADE
a sua primeira experiência sexu- DE SER MODELO, E ELAS
al se iniciou através da violência. ACREDITAVAM. O “MANÍACO
Quando adulto, foi instigado por
DO PARQUE” DISSE QUE
um chefe a ter relações homos-
FALAVA O QUE ELAS QUERIAM
sexuais, e uma de suas “namo-
radas”, chegou a morder, muito OUVIR. ELE SABIA COMO
forte, seu órgão genital lhe oca- MANIPULAR E CONVENCER
sionando dores ao ter relações UMA MULHER.

DOCUMENTO VERDADE 37
D O
SERIAL KILLERS

ÍA C O
A N
M ARQ U E SUA TÉCNICA DE ATRAÇÃO ERA
CONVERSA, POIS ELE NÃO TINHA

P
RATIVA E
EMPRE DE MOTO,
OIS ERA MOTOBOY DE UMA
EMPRESA.

Reprodução

sexuais. Seus pais não sabiam o que se passava na mente


do filho, pois já sofria com pensamentos obscuros e vontades
monstruosas.
Em 1998, ele iniciou suas fantasias e começava sua série de cri-
mes. O local escolhido para cometer seus crimes foi o Parque do Es-
tado, em São Paulo, onde todos os corpos foram encontrados. Sua
técnica de atração era conversa, pois ele não tinha uma aparência
atrativa e andava sempre de moto, pois era motoboy de uma empresa.
Ele convidava muitas meninas oferecendo umas sessões de fotogra-
ʏDSDUDSRVVLELOLGDGHGHVHUPRGHORHHODVDFUHGLWDYDP2ȍ0DQ­DFR
do Parque” disse que ele falava o que elas queriam ouvir, sabia como
manipular e convencer uma mulher.
Elisângela Francisca da Silva, de 21 anos, foi uma de suas vítimas.
Ela era do Paraná e vivia com uma tia em São Paulo. A jovem saiu de
casa dizendo que voltaria em duas horas, mas jamais regressou. Seu
corpo foi encontrado em 28 de julho já em estado de decomposição,
foi violentada e enforcada com um cordão.
Outra vítima foi Raquel Mota Rodrigues, 23 anos, que morava
HP 6£R 3DXOR SDUD DMXGDU D IDP­OLD HP *UDYDWD­ QR 5LR *UDQGH
do Sul. Ela trabalhava como vendedora em uma loja de móveis

38 DOCUMENTO VERDADE
FRANCISCO DE ASSIS PEREIRA

no bairro de Pinheiros. Certo dia ligou para sua prima dizendo que
um rapaz a convidou para posar como modelo. Foi aconselhada a
não ir, mas a garota preferiu ir e nunca mais voltou. Foi encontrada
morta em 16 de janeiro.
Em 3 de julho, Selma Ferreira de Queiroz, que ainda não havia
completado 18 anos, foi tratar da sua demissão como balconista e de-
sapareceu. No dia seguinte, sua irmã recebeu uma ligação dizendo
que Selma tinha sido sequestrada e queria um resgate de mil reais. O
sequestrador dizia que voltaria ligar à tarde, mas não ligou. A menina
foi encontrada no mesmo dia no Parque do Estado, violentada, espan-
cada e nua - em algumas partes do seu corpo tinha sinais de mordida.
Teve a sua vida e seus sonhos destruídos pelo “Maníaco do Parque”.
3DWU­FLD*RQ§DOYHV0DULQKRGHDQRVIRLLOXGLGDFRPDFRQYHUVD
de ser modelo. Seu erro foi achar que esse assassino poderia realizar
um sonho no qual nem sua família conhecia. Seu corpo foi encontrado
HPGHMXOKRHVXDLGHQWLʏFD§£RV³IRLSRVV­YHOSRLVDRODGRGHVHX
corpo estavam alguns de seus pertences.
1£R IRL I¡FLO SDUD D SRO­FLD LGHQWLʏFDU R VHULDO NLOOHU TXH HVWDYD 
solta. Foram encontrados quatro corpos, fato no qual ajudou a polí-
cia a chegar à conclusão que seria uma mesma pessoa a cometer
os crimes. Outro fato importante: algumas das vítimas conseguiram
escapar e denunciaram por sofrer tentativas de estupros, próximo ao
Parque.

Reprodução

DOCUMENTO VERDADE 39
M A S
I
I

IT
SERIAL KILLERS

V Com a ajuda dessas mulheres, tornou-se possível


montar um retrato falado do suspeito e, logo após a sua
divulgação, um homem informou conhecer alguém mui-
to parecido e indicou o local onde ele trabalhava. Quan-
do a polícia chegou, ele havia fugido deixando uma
mensagem dizendo: “Infelizmente tem de ser assim,
preciso ir embora, Deus abençoe a todos”. Como a aju-
da dono da empresa que estava com problemas em seu
encanamento, foi encontrado a carteira de identidade de
Elisângela F. Silva - 21 anos uma das vítimas e outras evidências na qual incrimina-
vam o funcionário.
7XGRLQGLFDYDTXHHOHVWLQKDPLGHQWLʏFDGRRȍ0DQ­D-
co do Parque”, o serial killer brasileiro. O que era somen-
WHYLVWRFRPRʏF§£RHPʏOPHVHUHDOLGDGHHPRXWURVSD­-
ses, se tornou um fato real em nossa sociedade.
Após 23 dias fugindo, a polícia o prendeu. Ele
foi acusado de ter matado sete mulheres e estuprar
nove, mas em sua declaração no julgamento, con-
fessou ter matado onze.
Raquel M. Rodrigues – 23 anos Em seu depoimento, ele disse sobre o caso da pes-
soa que o mordeu, contou sobre a tia, e tentou se mos-
trar uma pessoa doente com traumas. Mas, as avalia-
ções psicológicas indicaram o contrário: ele tinha plena
consciência do que fazia, na verdade gostava de matar.
Como ele falou em uma de suas entrevistas: “Quando
eu via uma mulher bela e atraente eu só pensava em
comê-la. Não só sexualmente. Eu tinha vontade de co-
mê-la viva, comer a carne”.
K]deY>&Im]ajgr*/Yfgk Sua condenação: 130 anos de cadeia. Foi amea-
çado de morte na cadeia por Pedrinho Matador, mas
nada aconteceu. Tornou-se evangélico e diz que só
cometeu os crimes, porque era possuindo por uma
força maligna, relatou também que mordeu uma das
vítimas, mas não chegou a arrancar pedaços.
Na história do “Maníaco do Parque”, há um fato
difícil de entender: ele recebeu, na prisão, em torno
de mil cartas de mulheres apaixonadas. Elas relata-
vam que conheceram a sua história pela TV, devido
Patrícia G. Marinho - 24 anos
aos seus crimes, e criaram fantasias com um crimi-
Fotos - Reprodução noso que seria capaz de matá-las.
40 DOCUMENTO VERDADE
FRANCISCO DE ASSIS PEREIRA

Alguns trechos das cartas:

“Eu não sei o que fazer para te dis-


trair. Mas eu tenho uma ideia: primei-
ro quero dizer que te desejo todas as
noites. É muito bom. Te acho gosto-
so, meu fogoso. Você está juntinho
comigo, dentro do meu coração. De-
pois que chego em casa, queria você
de corpo e alma, te amando. Te quero
de qualquer jeito. Eu te amo do fundo
do meu coração. Não perca a espe-
rança, acredite em Deus, porque al-
gum dia a gente vai se encontrar. Sei
de seu comportamento doentio, por
LVVRTXHURTXHʏTXHFDOPRȓȎ
Anônimo

“Por enquanto, nossos beijos são as-


sim. Mas quero te beijar de verdade.
Acho que tens saudades. Eu te amo,
te amo, te amo etc., te desejo, te que-
ro de corpo e alma. E me perdoe por
tudo que estou sofrendo. Sabe Fran-
cis, eu não me conformo, e choro. E
HXSUHFLVRVHUIRUWH ȓ Ȏ
Anônimo

“Quero te dizer que estou morrendo de


VDXGDGH TXHUHQGR YRFªȓ $LK PHX
Deus como te desejo todas as noites.
Eu durmo sozinha e querendo você
aqui. Mas sei que é impossível. O cer-
to é eu ir te ver. E como posso sentir.
4XH©PHX"Ȏ
Anônimo

Um livro foi lançado com o nome Caçada


ao Maníaco do Parque HRʏOPHO Maníaco
do Parque.
)RWR$UWHL*

DOCUMENTO VERDADE 41
SERIAL KILLERS
2,00

1,90

1,80

1,70

1,60

1,50

1,40

1,30

1,20
GARY RIDGWAY
1,10 GARY LEON RIDGWAY
18 DE FEVEREIRO DE 1949
SALT LAKE CITY, UTAH - EUA
1,00
42 DOCUMENTO VERDADE
GARY RIDGWAY

M
ATAR MULHERES É
COMO UMA PROFISSÃO,
DISSE ASSIM O
ASSASSINO EM SÉRIE EM
UMA DE SUAS ENTREVISTAS.
*DU\ 5LGJZD\ PDWRX PXOKHUHV
como um vício: não teve apego
por nenhumas delas, eram como
objetos para serem usadas e ani-
quiladas, principalmente por se-
rem prostitutas, ele nutria o ódio
dentro de si, fato que pode estar
relacionado com a sua infância.
Durante 20 anos agiu sem ser
pego.
Nasceu em 1949, em Salt AINDA NA ADOLESCÊNCIA,
Lake Cith, Utah, EUA. Sua mãe
SE APROXIMOU DE UMA
era dona de casa e trabalhava
CRIANÇA QUE ESTAVA
meio período em uma loja. Seu
pai era motorista de ônibus, al- BRINCANDO. ERA UM
gumas ocasiões levava o meni- GAROTO DE SEIS ANOS. ELE
no junto nas viagens e quando O LEVOU PARA UMA MATA
passavam por prostitutas ele di- E ESFAQUEOU O MENINO
zia: “Elas não prestam e são as NA BARRIGA, DISSE TER
piores do mundo”, mas algumas
CURIOSIDADE PARA
vezes o pai deixava o menino no
SABER COMO ERA
carro para ter relações com algu-
ma prostituta. MATAR ALGUÉM.

DOCUMENTO VERDADE 43
SERIAL KILLERS

GW
Y R ID
GA R YRVHPSUHPXLWRW­PLGRQ£RFKDPDYDDWHQ-
mbém não teve destaque, mas sua mãe em reuni-
ma mulher atraente, pois usava roupas curtas, decotes, um
belo chamativo, gostava que todos a olhassem, um comportamen-
to estranho para uma mãe daquela época. Na infância até sua ado-
lescência ele urinava na cama e sua mãe o lavava até os 13 anos,
nessa fase ele começa a se sentir atraído pela mãe, olhava ela no
banho e observava suas roupas provocantes.
6HXFRPSRUWDPHQWRLDVHPRGLʏFDQGRHDLQGDQDDGROHVFªQFLD
se aproximou de uma criança que estava brincando, um garoto de
seis anos, o levou para uma
mata e esfaqueou o menino
APÓS A SEPARAÇÃO, NA na barriga, disse ter curiosida-
DÉCADA DE 80, ELE COMEÇOU A SE de para saber como era matar
RELACIONAR COM PROSTITUTAS, NO alguém. Aos 21 anos se casou e
MESMO PERÍODO SE INICIARAM OS entrou para marinha. Na vol-
ASSASSINATOS EM SÉRIE. ta de uma de suas missões,
descobriu que a mulher teve
um caso com outro homem e
se separam. Na década de 70, ele começou a trabalhar como pin-
WRU GH FDPLQKµHV VH FDVRX QRYDPHQWH H WHYH XP ʏOKR 6HSDURX-
-se novamente por alegar que o casamento não era como antes.
Após a separação, na década de 80, ele começou se relacionar com
prostitutas, no mesmo período que se iniciaram os assassinatos em

44 DOCUMENTO VERDADE
Y
GARY RIDGWAY

A
série. As primeiras mulheres foram encontradas em um rio conhe-

W
FLGRFRPR*UHHQ5LYHU 5LR9HUGH HP8PKRPHPHVWDYD
com seu barco quando viu o que, de início, parecia ser um mane-
quim, mas, ao se aproximar, viu um corpo de mulher. Ele chamou
a polícia que logo encontrou mais três corpos, mortas pelo mesmo
assassino. O FBI o nomeou como assassinos em série organizada,
pois os crimes pareciam premeditados.
$SRO­FLDLGHQWLʏFRXDVY­WLPDVFRPR2SD0LOOVGHDQRV&\Q-
thia Jeans de 17 anos e Marcia Chapman de 31 anos. O número de
mortes só aumentava. Sumia em média de quatro a cinco prostitu-
tas no bairro de “Strip” em Seattle.
No mesmo ano, Mary Bridget Meehan, de 18 anos, estava grá-
vida de oito meses, também desapareceu. Logo após, uma jovem
de 16 anos, Linda Jane Rule, também sumiu. Ela trabalhava na rua,
SRLVVHXQDPRUDGRHUDFDIHW£R1RʏQDOGHY­WLPDVIRUDP
assassinadas.
Em 1983, ele quase foi pego. Uma jovem estava com o namora-
do em um restaurante, e quando ele saiu para telefonar, ela sumiu.
O namorado resolveu procurá-la na rodovia e logo a avistou em um
carro com um homem. Tentou segui-los, mas sem sucesso. Decidiu
voltar com a família dela no local para localizar a caminhonete e
a acharam-na estacionada na frente de uma casa. Pediram para
policia ir até o local, pois Mary Meehan poderia estar lá, mas um ho-
mem atendeu e disse a polícia que estava sozinho, eles não insti-
tuiriam e foram embora. A menina logo depois foi encontrada morta.

AS PRIMEIRAS
MULHERES FORAM
ENCONTRADAS EM
UM RIO CONHECIDO
COMO GREEN RIVER
(RIO VERDE),
EM 1982.

DOCUMENTO VERDADE 45
M A S
I
I

IT
SERIAL KILLERS

V No mesmo ano, o número já era de 26 cri-


mes. Os corpos eram encontrados em vários
lugares, sempre em locais calmos. As vítimas
tinham marcas de violência e estrangulamen-
to. Até 1984, já eram 40 assassinatos e os de-
tetives não conseguiam encontrar o autor de
tanta violência. Mas, de repente, as mortes pa-
reciam ter parado.
(PRDVVDVVLQRFRQKHFLGRFRPRȍ*UH-
en River”, começou a namorar com Judith - ela
HUDVHSDUDGDHWLQKDʏOKRVHORJRHOHVHVWDYDP
morando juntos. Em entrevista, ela disse: “Ele
vivia sorrindo, não se irritava”. Se casaram em
1988 e Judith contou que “era um casamento
perfeito”. Viveram juntos 13 anos, até ele ser pre-
so. A possível parada, em relações as mortes,
foi nesse período em que conheceu sua esposa.
Em 2001, as pesquisas com DNA esta-
vam bem avançadas e as amostras reco-
lhidas das primeiras vítimas, que estavam
congeladas, foram utilizadas na identifica-
ção do assassino. Não demorou para des-
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Ele dizia não ser culpado pelos crimes,
passou por detector de mentiras e se man-
teve no controle, agiu naturalmente mesmo
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continuou negando e sua esposa acreditava
em sua inocência. Mais três crimes foram li-
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confessar, relatando: “Eu menti para todos
vocês”. Todavia, se propôs dizer a verdade
sobre todos os crimes se não fosse conde-
nado à pena de morte, seu pedido foi acei-
to, pois precisavam saber onde estavam os
corpos, pois as famílias mereciam essa in-
formação.
Sua técnica para atrair era uma conver-

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