Você está na página 1de 3

Artigo 1: Reforma Tributária no Brasil: Princípios norteadores e propostas em

debate.

Orair e Gobetti (2018) estudaram os princípios norteadores do sistema tributário e


pesquisaram a literatura existente acerca da teoria da tributação ótima, traçando um
paralelo com a situação do Brasil apontam para a marcha ascendente da CTB (carga
tributária brasileira), que teve início com o advento da Constituição Federal de 1988 e que
foi impulsionada pela eficiência e equidade do sistema tributário e de políticas de ajuste
fiscal de curto prazo, enquanto a qualidade da arrecadação era desprezada através da
aplicação de políticas fiscais de proliferação de benefícios tributários e regimes especiais
mal calibrados. A título de exemplo toma-se a desoneração da folha de pagamento, que
inicialmente tinha por objetivo enxugar vários tributos e encabeçar um processo de
transição para um futuro IVA (imposto sobre valor agregado) e desvirtuou-se,
transformando-se em uma mecanismo de alívio para os fluxos de caixa das empresas.

Em busca de um modelo de tributação ideal a ser seguido, inicialmente evidenciam as


principais medidas tomadas no âmbito internacional, tais como homogenização da
tributação sobre bens e serviços, conceituação ampla da base tributável do IVA (imposto
sobre valor agregado), revisão de benefícios tributários, entre outras e posteriormente
trazem a problemática da arrecadação do sistema tributário no Brasil, ao mesmo tempo
que propõem soluções para uma transição que levem em consideração a crise fiscal que
o país enfrenta, tomando o caminho de uma reforma que preserve ou até aumente, de
forma gradual, o patamar da carga tributária, trabalhando principalmente na qualidade de
distribuição dessa arrecadação, que no Brasil vai de encontro ao observado no âmbito
internacional, onde verifica-se uma tributação menor incidente sobre a pessoa física,
através de tributos diretos, tais como IRPJ e uma tributação maior sobre a pessoa jurídica
e sobre o consumo, além de destacar a importância de se repensar a questão da
delegação da competência tributária, que no caso do Brasil, através do ICMS, por
exemplo, resulta em verdadeira guerra fiscal e distorções fiscais.

Os autores trazem 3 viéses de mudança baseados na incidência tributária. Em relação


aos tributos sobre bens e serviços é proposto uma fusão de vários tributos e criação de
um sistema moderno com a criação de um IVA e IS (imposto seletivo) com características
alinhadas com a tendência internacional. Já para os tributos incidentes sobre a folha de
pagamento é proposto instituir um IR (imposto de renda) que integre a tributação a nível
de pessoa física e jurídica, retirar da folha as contribuições que não guardem relação com
os benefícios contributivos dos empregados, tais como contribuições para o sistema S e
salário educação, e reduzir a alíquota da contribuição previdenciária em contrapartida a
promover uma reforma de IRPF (imposto de renda pessoa física) que compense essa
perda. Por último, em relação a tributação sobre a renda é proposto um IRPF e IRPJ
(imposto de renda pessoa jurídica) integrados, de forma a proporcionar equidade
horizontal e vertical, diminuindo as distorções existentes no atual modelo e a tendência a
chamada pejotização, como busca de mecanismo de elisão fiscal.

ORAIR, Rodrigo; GOBETTI, Sérgio. Reforma Tributária no Brasil: Princípios norteadores e


propostas em debate. Novos estudos: dossiê balanço crítico da economia brasileira, São
Paulo, v. 37, n. 2, p. 213-244, mai./2018. Disponível em: https://rnp-
primo.hosted.exlibrisgroup.com/permalink/f/vsvpiv/TN_cdi_scielo_journals_S0101_330020
18000200213. Acesso em: 5 set. 2023.
Artigo 2: Reforma Tributária no Brasil: Por onde começar?

Silveira, Passos e Guedes (2018) estudaram a literatura internacional da TTO (teoria da


tributação ótima) trazendo desde seus conceitos iniciais até seus conceitos mais
contemporâneos, com o intuito de elucidar como o sistema tributário brasileiro tem se
pautado dentro dessa teoria e quais caminhos podem ser trilhados para que a reforma
tributária que está por vir seja baseada pela eficiência e equidade da carga tributária.
Desenvolvendo o artigo em 3 sessões buscam apresentar a TTO, introduzem o debate
sobra a reforma tributária no Brasil e propõem algumas soluções sobre uma revisão da
teoria tributária convencional.

Apesar das críticas pautadas, a principal teoria que interferiu na criação de sistemas
tributários internacionais foi a TTO (teoria da tributação ótima). Diversos foram os
estudiosos que se debruçaram sobre ela, contribuindo para sua evolução histórica.
Pertencente ao campo econômico, inicialmente foi pautada no princípio da eficiência
tributária e menor efeito distorcível na decisão dos agentes envolvidos. posteriormente
buscou solucionar o conflito entre eficiência e equidade e mais recentemente busca uma
maior justiça e arrecadação fiscal, através da tributação do capital, das altas rendas da
pessoa física e do patrimônio. Trazendo essa visão histórica da teoria, o artigo aponta
para a necessária revisão desta fazendo um paralelo com o que pode ser empreendido de
reforma tributária no país, à luz de uma teoria revisada.

Considerando que o Brasil anda a curtos passos no que diz respeito ao movimento
interacional, muito por influência de um sistema que conta com diversos grupos de
interesse, que acabam por incentivar alguns setores em detrimento de outros,
apresentando uma grande resistência e criando dissensos, propõe-se que a reforma se
concentre em corrigir o peso da concentração da carga tributária nos tributos diretos e
indiretos, reorganizar a estrutura de benefícios fiscais concedidos e a criação de um IVA
(imposto sobre valor agregado) que seja alinhado com o pensamento dos sistemas
tributários internacionais.

SILVEIRA, Fernando Gaiger; PASSOS, Luana; GUEDES, Dyeggo Rocha. Reforma


Tributária no Brasil: Por onde começar?.saúde em debate, Rio de Janeiro, v. 42, n. 1, p.
212-225,nov./2018. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/sdeb/a/Q7J8sZJ8kGH73ZZMx3rPYkQ/?lang=pt. Acesso em: 05 set
2023.
Artigo 3: Reforma Tributária e Distribuição de Renda no Brasil: Uma Abordagem de
Equilíbrio Geral Computável

Veludo e Valle (2021) estudam os impactos de uma possível reforma tributária levando em
consideração uma abordagem macroeconômica. Desenvolvem o artigo através de uma
abordagem de equilíbrio geral computável que analisa como uma economia reage a
mudanças políticas, tecnológicas e outros fatores externos, baseando-se em dados
econômicos reais do ano de 2015. Os estudiosos partem de uma análise sensitiva de
duas hipóteses: Na primeira ocorre a substituição dos tributos indiretos por um imposto
IVA (imposto de valor agregado). Na segunda, fazem essa mesma substituição dos
tributos por um IVA com alíquota inferior ao mesmo tempo em que aumenta as alíquotas
do IRPF atreladas a uma tributação dos dividendos.

CATHARIN VELLUDO, M.; VALE, V. de A. Reforma Tributária e Distribuição de Renda no


Brasil: Uma Abordagem de Equilíbrio Geral Computável.Revista Brasileira de Estudos
Regionais e Urbanos,[S. l.], v. 15, n. 4, p. 656–689, 2022. DOI: 10.54766/rberu.v15i4.920.
Disponível em: https://revistaaber.org.br/rberu/article/view/920. Acesso em: 11 set. 2023.

Você também pode gostar