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UEMS – UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL

CURSOS DE DANÇA e TEATRO – LICENCIATURAS

Resumo:
As experiências vivenciadas pelos docentes de artes cênicas dentro da sala de aula têm o
potencial de causar um impacto significativo tanto no âmbito cultural quanto no social.
Esses profissionais, ao compartilharem seus conhecimentos e vivências, proporcionam
aos alunos uma imersão no mundo das artes, promovendo a expressão criativa, o
desenvolvimento da sensibilidade estética e a valorização da diversidade cultural. Ao
explorar temas como identidade, história e política sob uma ótica social e humanitária,
os docentes instigam reflexões e debates, contribuindo para a formação de cidadãos
críticos e conscientes, capazes de atuar de forma transformadora na sociedade. O
intercâmbio de experiências entre docentes e discentes enriquece o processo de
aprendizagem, ampliando horizontes, rompendo barreiras e estimulando o respeito
mútuo, a empatia e a valorização da arte como ferramenta de salvação, inclusão e
mudança social.
Palavra-chave:
Experiencias vividas, sala de aula, desenvolvimento da sensibilidade
estética
Summary:
The experiences lived by performing arts teachers within the classroom have the
potential to cause a significant impact both in the cultural and social spheres.
These professionals, by sharing their knowledge and experiences, provide
students with an immersion in the world of the arts, promoting creative
expression, the development of aesthetic sensitivity and the appreciation of
cultural diversity. By exploring themes such as identity, history and politics
from a social and humanitarian perspective, professors instigate reflections and
debates, contributing to the formation of critical and aware citizens, capable of
acting in a transforming way in society. The exchange of experiences between
professors and students enriches the learning process, broadening horizons,
breaking down barriers and encouraging mutual respect, empathy and
appreciation of art as a tool for salvation, inclusion and social change.

Keywords:
Lived experiences, classroom, development of aesthetic sensitivity.
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PORQUE SER PROFESSORA? POR QUE SE TORNAR PROFESSORA DE


ARTE?

Cláudia Aparecida Bandeira Duarte

INTRODUÇÃO

Este texto tem como finalidade analisar refletir e relacionar algumas experiências que
foram construídas ao longo da minha trajetória de vida, a partir do pensamento critico
descolonial biogeográfico fronteiriço. Tais experiências se formaram em tempos e
espaços diversos, mas sobretudo estão relacionadas as vivências que perpassaram na
escola, cursos de graduação e no trabalho. Tal escolha foi feita por entender que a
maioria dos conceitos apresentados por tal perspectiva em muito tem contribuído
melhorar meu repertório em relação a teorias e conceitos sobre arte e educação.

No período que iniciei o estágio obrigatório supervisionado, ainda na fase de


observação alguns questionamentos pessoais que antes existiam porém eram
desconsiderados se tornam presentes e recorrentes como: porque estou fazendo uma
segunda licenciatura nesta altura da vida? Porque preferi cursar Pedagogia e não Artes
quando tinha mais tempo disponível?
Talvez por se encontrar numa condição de fadiga mental e cansaço pela intensa
demanda que a vida acadêmica exige há tempos também tenho me questionado fazer
dança justamente neste período da vida que o corpo já não é tão disponível com a
maioria de meus pares.
O fato de não ter um corpo padrão, ou melhor, não fazer parte da faixa etária da
maioria das pessoas à minha volta padrão e ocupar um espaço que majoritariamente não
me causa angústia, mas me leva a refletir sobre minhas escolhas e atitudes.

Muitas vezes me deparei com um corpo perfeito neste espaço


universitário definindo o próprio espaço mas eu já tinha
consciência da minha casa corpo como morada e ele sabia que
não podia não queria mais adentrar aquele espaço da
modernidade perfeição (Faria; Bessa-Oliveira, p.18)
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Tais memórias também me fez questionar as razões pelas quais me levaram a questionar
as razões pelas quais preferi cursar Pedagogia e não Artes na universidade pública
federal e rapidamente me veio três motivos: o curso de Pedagogia é da área de
Humanas, o turno era o da noite e naquela época o meu interesse principal era ganhar
dinheiro, tal condição coaduna com com BESSA-OLIVEIRA, 2020, p.19: “como
corpos que contrapõem a lógica de crescer para estudar, para trabalhar e poder consumir
e assim ter para atender à sociedade do consumo capitalista que controla a todos e todas
através da subjugação do outro ao trabalho”. Logo então, cursar artes visuais seria
inviável.

“... um histórico colonial, caso do Brasil e de países da América Latina, tanto


quanto pela regra contemporânea em que a arte e a educação devem construir
operários para trabalhar, consumir, ter e sobreviver. Essa última lógica,
portanto, sob o domínio do estado-nação em favor das corporações capitais,
está promovendo todos os dias mais a ideia de querer ter sobre a de querer
ser.” (BESSA-OLIVEIRA,2020, p.9)

Ainda no período de observação, um situação ocorrida na sala do grupo 5 - Educação


Infantil instigou ainda mais minhas celeumas.
Ao chegar na sala fui informada pela professora de artes visuais que era o dia das artes.
Nesta atividade aconteciam aulas de dança, música e teatro simultaneamente, porém
mesmo período de tempo e acontecia da seguinte forma: uma parte dos alunos ficava em
sala de aula com a professora de artes visuais e o restante dos alunos era dividido entre
as aulas de Teatro, Dança e Música em outros espaços da escola. Fiquei encantada com
essa proposta, pois ao comparar a realidade da grande maioria das escolas públicas
brasileiras, pode-se considerar que essas crianças privilegiadas, mesmo que seja
comum e habitual que crianças da Educação Infantil experimentem atividade
expressivas ou lúdicas, Nesse dia, veio à tona muitas lembranças da época de criança e
de estudante e quisera eu que tivesse a mesma oportunidade elas, ou seja, ter aulas
especificas das quatro linguagens de arte na escola.

Se quisermos de fato uma educação para cidadania, que entenda os sujeitos como
construtores de suas histórias, temos que garantir a educação estética e artística nos
Espaços das instituições educacionais, talvez o único espaço para a maioria das
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crianças, um dos poucos meios para adentrarem o universo poético e estético.


(PILLOTO, 2004, p.22).

Eu iniciei o curso primário em uma escola particular bem pequena em Cuiabá no final
dos anos 70, e já era alfabetizada pela minha mãe Nessa escola não havia educação
física e poucas atividades artísticas ou expressivas. Apesar de constar a disciplina de
Educação Artística na grade curricular, as atividades eram escassas e
descontextualizadas e na maioria das vezes consistiam em pintar com lápis de cor ou giz
de cera desenhos reproduzidos em folha sulfite e fazer desenhos livres, muito raramente
usávamos tinta. Vivíamos sob a égide da Lei nº5.692/71. Esta época foi marcada pelo
regime militar e o tecnicismo e os fazeres artístico expressivos na escola era elitizado ou
considerado desnecessário.
Como aos professores faltava formação suficiente, a consequência mais
imediata foi a adoção de livros didáticos, reproduzindo conteúdos em
atividades soltas, crentes — o que é pior — de que estavam contemplando
todas as áreas da Arte. Com isso, o princípio que norteou a Educação
Artística visava apenas desenvolver o talento e criatividade do aluno,
preocupando-se somente com “[...] a expressividade individual, com técnicas,
mostrando-se, por outro lado, insuficiente no aprofundamento da arte, de sua
história e das linguagens artísticas propriamente ditas” (FUSARI; FERRAZ,
2001, p. 21).

Considero que esse foi um período conflituoso, pois nessa escola não havia tempo e
espaço para as artes. que me salvou deste panorama desolador foi minha experiências
anteriores, do convívio com minha madrinha em Campo Grande. Lembro que na casa
de minha avó havia um quartinho que era apelidado de “ateliê” que era o espaço onde
minha madrinha se escondia. Na verdade, o tal ateliê era um deposito, mas para mim era
o meu mundo encantado. Era nesse local que ela pintava, costurava, bordava, tricotava,
fazia biscuit e bijuterias, arranjos e toda espécie de “coisas bonitas”, Era um espaço
inspirador e lá gostávamos de fazer arteirices e brincadeiras. Minha tia foi literalmente
minha fada-madrinha-artística. Se não fosse por ela minhas lembranças artísticas da
infância seriam ínfimas.
Diante de tudo que foi exposto, percebo que os motivos que me levaram a exercer o
magistério durante 11 anos, impreterivelmente na Educação Infantil se deram mais por
questões próprias e de identificação. Talvez uma forma de reviver ou ressignificar
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minha infância que apesar dos percalços e frustrações serviram de base e caminho que
me levaram a tornar o que eu sou hoje. Refletir questões sobre arte e educação por um
viés epistêmico descolonial tem me levado a refletir e ampliar e fazeres seja em relação
a docência, pesquisa e arte.

Diante de tudo que foi exposto, percebo que os motivos que me levaram a exercer o
magistério durante 11 anos, impreterivelmente na Educação Infantil se deram mais por
questões próprias e de identificação. Talvez uma forma de reviver ou ressignificar
minha infância que apesar dos percalços e frustrações serviram de base e caminho que
me levaram a tornar o que eu sou hoje. Refletir questões sobre arte e educação por um
viés epistêmico descolonial tem me levado a refletir e ampliar e fazeres seja em relação
a docência, pesquisa e arte.
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BioDança: o corpo na imersão da cultura ecológica.


Cristian Pedro dos Santos Gomes
Resumo: Compilado de pensamento subjetivo particular que articula um diálogo
acadêmico sobre Arte e Educação, Cultura, humanidade, consciência, Biogeografias
historias e tempos que ressalta a extrema importância da arte como educação para
sociedade, dentro do contexto cientifico que aborda de maneira triangular o pensar-
sendo, observar – contextualizar - fazer, que visualiza os processos didático
pedagógicos artísticos com métodos que relaciona os pensadores coloniais do período
moderno e pós-moderno dentro de um conflito de ideias que permeia pela
contemporaneidade com o intuito de inserir o acadêmico ártica docente em seu âmbito
de estudos culturais que cativa seus conhecimentos e saberes e costumes, um diálogo
que tem suma importância para o pesquisador de dança que tem o objetivo de ser
professor de artes.

Palavra-chave: Descolonial, Arte e Educação, Ensino da Dança.

Resumen: Recopilación de pensamientos subjetivos particulares que articulan un


diálogo académico sobre Arte y Educación, Cultura, Humanidad, Conciencia,
Biogeografías, Historias y Tiempos que destaca la extrema importancia del arte como
educación para la sociedad, dentro del contexto científico que aborda el pensamiento o
pensamiento triangular - enviar, observar - contextualizar - hacer, que visualiza
procesos didáctico-pedagógicos artísticos con métodos que relacionan a pensadores
coloniales de la época moderna y posmoderna dentro de un conflicto de ideas que
permea la contemporaneidad como la intención de insertar la enseñanza ártica
académica en su campo de estudios culturales que plasma sus saberes y costumbres,
diálogo importantísimo para el investigador de la danza que teme la meta de ser
profesor de artes.

Palabras clave: Decolonial, Arte y Educación, Enseñanza de la Danza.

Introdução:
“Os sentimentos habitam a alma, embora sejam obscuros e jamais cheguem a condição de ideias claras e
distintas. Os movimentos do espiritismo animais levam até a alma informações que fazem ter
sentimentos; ela, por sua vez, move os espíritos animais novamente, fazendo que o corpo se mova de
acordo com eles. Tipo a imaginação (sensação, percepção, memória, fantasia e linguagem) nesse lugar
enigmático onde transcorre a passividade (do corpo e da alma receptores de ação externa) e a atividade
(do corpo e da alma fabricadora de imagens internas). É na imaginação e pela imaginação que os
sentimentos realizam a seus movimentos, prendendo a alma ao corpo e o corpo a alma, carregando para
nosso interior sentimentos e emoções fazendo que surgem desejos indesejáveis, amáveis ou odiosos, a
fonte alegria ilimitada, a tristeza, o desprezo, a ambição, a inveja, a esperança e o medo. ”
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- Jean G. Noverre. Cartas para Dança.

ART:
Algo indefinido, subjetivo, inexprimível inexplicável, um fenômeno imaterial da
natureza humana que não tem resumo concreto, quase sem definição, porém alguns
conceitos, ou seja, uma filosofia divergente uma ciência incerta. Sendo a arte não
necessitar de um artista para ser arte pelo fato dela ser independente e acontecer por si
só. Ao mesmo tempo benevolente e nefasto, ignorando crítica e elogios,
indissociavelmente as especificidades se encontra nas formas artísticas. Sendo para
todos, a arte de sobreviver por uma cadeia de aprendizado de pura gratuidade. Arte dá
visibilidade aos desconhecidos, razão aos incompreendidos, sendo a classificada como
"Elite" ou "Marginal". Pasmem... interessar se pela arte o ser mais culto de espirito
elevado, ser diferente, fora da caixinha com parafuso a menos.
A maneira de viver artisticamente sabendo que vai morrer, pesquisando, revelando e
admirando. Arte ele é por si próprio a própria arte, na capacidade de propor emoções
prazer e sentimentos "abstratos". Tendo a extrema importância colossal na humanidade
diante do corpo em movimento com caraterísticas extraordinários nos fatores espaciais,
temporais e rítmicos voltada para a trindade. Arte “Biointeira” o Ser com a natureza.
Arte interliga o real com o surreal, um êxtase natural tendo capacidade de hospedar dois
corpos no mesmo lugar. Sendo assim a Arte não cabe a ciência da razão defini-la e
negligenciar a arte é não a entende-la.

Biogeografia:

Iniciando contando um pouco sobre Biogeografia, de como a arte se inseriu em mim.


Desde criança sempre fui uma pessoa hiperativa. E para conter esse agito meu pai
procurou um esporte com intuito de disciplinar meu corpo, aprendi sobre futsal,
handebol, basquete e natação, natação obtive maior destaque, mas apesar da idade não
poderia permanecer pelo fato de não se enquadrar mais no padrão da bolsa infantil
escolar, sendo assim parei de praticar natação por condições financeira, filho de pai
operário e mãe dona de lar. Adquirir algumas experiências boas e ruins com o esporte
cujo qual nenhum deles me adaptei a longo prazo.
Foi aí então que conheci a arte, através de áudio e visual. Quando uns dos bicos de
sobrevivência da época era vender DVD pirata, o intuito de vender DVD´S era para
consumo próprio de vestimenta, a ponto que única obrigação do meu pai era colocar
comida na mesa, Enfim. Nesse trajeto de adolescência, adaptação e trabalho me deparei
com um filme entre os DVD´S “Entre nessa Dança”, foi aí meu primeiro impacto com a
arte, uma paixão platônica fervescente que florou dentro de mim. Dediquei-me
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intensamente a arte abandonando até os estudos algo que me fez refletir depois de entrar
na universidade. O fato de não se dar bem com exatas, o fato de não ser o atleta
preferido do educador físico o fato do conteúdo programático de decoração de coisas
fúteis que hoje não vejo presentes em minha vivencia.
Na Arte mesmo que eu não era bom eu me sentia bem, dançando eu sentia total
liberdade de ver o mundo da minha maneira e não me importava de como o mundo me
via, eu só me preocupava com a dança. Eu vestia dança, eu comia dança, eu sonhava
dança. Entretanto, a juventude foi passando as coisas foram apertando, a cultura foi
morrendo, os grupos acabaram, as pessoas abandonando outros se adaptando ao sistema
de comercio, outros presos, outros foram mortos, pelo crime e pela depressão. A pressão
psicológica era intensa, tanta na questão social ou familiar. O Incomodo de meus pais
com a arte, a desilusão, a desmotivação, o não apoio a não compreensão, o sonho do
filho assassinado pelos pais.
Tive que me aliar ao sistema por um tempo, decidir dar um tempo para a Arte, procurei
me profissionalizar para me adequar regressei nas forças armada, raspei a cabeça e tirei
o cabelo Black Power, virei marinheiro. Jurei a bandeira “experivivênciei” disparo de
armas de fogo, faxina, cozinha banheiro e dormitório... aprendi de tudo um pouco em
prol das funcionalidades social. Consegui absorver algumas coisas com disciplina e
superar limites com as forças armadas, entretanto a meia podridão, presenciei cenas de
tortura e lamentação para o meu lado sensível e crítico, as toneladas de comidas que era
desperdiçado, a corrupção hoje vejo minha universidade sem refeitório ou um lugar
decente para se alimentar. Enfim, (isso seria assunto de pesquisa em outra ocasião)
depois de diversas portas fechadas e inúmeras tentativas frustrantes de adaptações, vi
que o artista não deve estar longe da arte, afastar o artista do seu sonho é condena-lo a
perpetua depressão.

BioDança:
Afinal, na universidade tenho oportunidade de estudar os conceitos, as teorias e os
pensadores que emergiram ao meu sonho, hoje em forma de incentivo e permanecia
ganho uma pequena remuneração para dar aula da Dança no Projeto Institucional de
Bolsas Cultura, Esporte e Lazer (PIBCEL). Hoje com o coordenador do curso de teatro
Osvalniton, ministro aulas aos sábados de Breaking, alongamento e condicionamento
físico.
Numa proposta cientifica de levar cultura ao público interno e externo da UEMS, meu
projeto se chama: Biodança; O corpo na imersão de uma cultura ecológica. Como
uma fonte de sobrevivência humana buscando a integração do Ser com a natureza por
meio da dança como uma Arte de movimentar o corpo.
Administro aulas de Breaking Dance, conceito e teoria, dentro da abordagem triangular
de apreciar, contextualizar e praticar, subtextos, textos e contexto sobre a dança,
possibilitando compreender a estrutura e funcionamento de cada corpo, a conexão do
ouvir, sentir, perceber e experimentar as relações entre respiração, energias, conhecer
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anatomia do corpo dançante para pode produzir qualidade nos movimentos, aprende
sobre lateralidade com noção de espaço, desenvolvendo habilidades cognitivas,
corporais cardiovasculares respiratória, coordenação motora, equilíbrio que contribui
para o desenvolvimento da consciência corporal e mental.
Juntamente com os alongamentos que nos contextos da dança o corpo dançante tem que
ser forte, ágil e flexível. O alongamento permite identificar e expandir os músculos,
corrigir posturas, tonificar e alinhar, sendo assim um corpo forte, ágil e flexível tem
mais facilidade para executar seus movimentos com perfeição, lembrando que qualquer
corpo pode ser forte, ágil e flexível assim quando tem o conhecimento da capacidade do
corpo. É necessário o esforço para alcançar e superar os limites, mas, tudo mediado ao
tempo de esforço de cada aluno respeitando todos os limites.
Sabemos que por diversos séculos o preconceito enraizado no pensamento social de
colonial, que ainda vê o corpo como “pecaminoso” que ainda retrata a aula de arte com
objetivo de controlar o corpo, apesar dos apesares que diferentes modalidades e formas,
produções, propostas, apoios governamentais se inter-relacionam, se ignoram, se
cruzam, se entreolham , multifacetando tanto o mundo da dança quanto o mundo da
educação, seja implantando dança na escola de maneira maquiada com educador físico
ou pedagogo, onde deveria ser função importante da escola um lugar excepcional para
aprender sobre dança com qualidade, profundidade, compromisso, amplitude e
responsabilidade sendo uma via privilegiada.
Ensinar dança de maneira que não se encaixe nos modelos tradicionais. O fazer-sentir
dança enquanto arte nos permite um tipo diferenciado de percepção, discriminação e
critica de percepção, discriminação e crítica da dança estabelecendo suas relações
conosco mesmo e com mundo. Ao contrário do que nos oferece o senso comum.
Sendo a especificidade da dança justamente tratá-la como arte, como uma articulação
entre movimento, dançarino, som e o espaço geral, considerando-se, um dos elementos
do fazer-pensar dança enquanto arte consciência corporal como uma área de
conhecimento especifico em que o corpo seja fonte de conhecimento.
Ensinar de maneira que inclusiva a improvisação e a composição coreográfica que
permite aos alunos experimentar, sentir, articular os pensares sob arte como criadores e
participantes do mundo. Sendo o professor responsável por articular os contextos do
conhecimento da dança as relações entre espaços-temporais contidas nas danças
expressando conceitos e vivencias de diferente épocas e espaços geográficos
estabelecendo e respeitando todas as diversalidades. Ao experimentar tais
possibilidades, o aluno poderá também aprender sobre a flexibilidade e respeito na toma
de decisões. Ou seja, poderá trabalhar formas de interagir criativamente no mundo sem
que tenha que impor de maneira autoritária, injusta e desrespeitosa suas ideias.
“A maioria de nossos projetos

Precisam de tempo,

Eles amadurecem vagarosamente,

Assim como as plantas”


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(I Ching, 1986)

Por que Ensinar Dança:


[Sejamos] Capazes de experimentar relacionamentos nos quais a consciência do eu e dos outros é
realçada. O sentimento de alegria que a dança na ajuda a nos harmonizarmos e ganharmos um incrível
sentimento de pertence. Se no nosso ensino tivermos ajudado as pessoas a enfrentar o medo e conquistar
confiança para se comunicar livre, sensível e imaginativamente; se mesmo em pequena escala, consciente
de seu potencial e dos outros, então teremos atingido sucesso. Este sucesso é a justificativa de uma
educação através da dança ( Ullman, Um Laban, 1985, p. 134).

A dança ela traz o tom inovador, a dinamicidade, a imprevisibilidade a criatividade, a


determinação, por ser esse fenômeno natural inexplicável que ocorre essa fusão
simultânea do fazer, sentir e pensar, a arte da dança desenvolve a sensibilidade crítica
para compreender as diversalidades. Pelo fato da dança ser a única disciplina
verdadeira, sincera e transparente dentro e fora de aula, possibilitando a inter-relação de
corpo e história.
A arte de dançar complementa a educação, elabora a disciplina do articular e do fazer,
indo muito além de estimular a percepção auditiva, sensível e memorial, reduzir o
estresse, melhora a auto estima regula o metabolismo, desenvolver habilidades
cognitivas, despertas visões para os signos e para os dizeres do corpo. Sendo a arte da
dança a ferramenta ideal para disciplinar o corpo, na ideia máxima de sua amplitude as
multicapacidade ilimitada de mente, corpo e alma.
Sendo assim a disciplina mais complacente a compreender o corpo, onde essa máquina
corporal é capaz de dissimular esforços e epifanias lúdicas, podendo-se mostrar um
corpo sem emoção mesmo em situações de extrema conturbação com fins de convencer
e comover, assim como o artista que consegue chorar uma dor que não sente, se
apaixonar sem sentimento, despertar irá sem motivo, rir de coisas sem graças, nessa
sensibilidade visada pela psicossomática de razão, corpo e espirito na metamorfose da
fusão do eu e de seus outros eus, juntamente com o espectador pensando no ser
indivisível que compreende sobre glândula pineal onde é responsável por radiar o
movimento para o corpo. É o órgão puramente volitivo e pensante.

Transformação Epistêmica:

“Esta escola que expulsa os alunos (e isto tem sido chamado de “evasão escolar”), que produz as marcas
de autoritarismo deste país, nas relações dos educadores com os alunos, que tem bloqueado a entrada dos
pais e da comunidade na escola, não tem a “ Cara” de que se possa gostar e manter (Freire, 1991 p.96)
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A universidade contribuiu para o enriquecimento do meu pensamento contracolonial,


transformou eu (sujeito) em pesquisador de arte e educação, com conhecimentos que
transborde a sociedade pautada no humanismo através de diálogos. Com uma
convivência que demostre seus, nossos; anseios, desejo, escolhas opiniões, saberes,
fazeres e pensares sem medo de julgamento em prol de realmente uma sociedade mais
humana criando um perfil padronizado de ética artístico-docente.
Compreendendo esse pensamento, a decisão que tomei para minha vida como artista-
docente, que irei reproduzir e ensina-la, no pensamento e na forma de conviver no
controle da subjetividade da relação do trabalho como sustento para o sustento do outro,
para inspirar, influenciar, na guerra diária pela paz.
Temos que ir além dessa barreira que delimita a arte como entretenimento e diversão a
Arte educação tem o intuito de transformar, descontruir, desvincular, desarticular, todos
os paradigmas que a arte não tem função na humanidade, sendo a própria arte a
responsável pela função de humanizar e conscientizar.
“Sonegação de informação das elites para as classes populares é uma constante no Brasil, onde a maioria
dos poderosos e até alguns educadores acham que está história de criatividade é para criança rica.
Segundo eles, os pobres precisam somente aprender ler, escrever e contar, assim, estes pobres serão
facilmente manipulados. “

Ana M. Barbosa

Nós, como artistas docentes de dança devemos desvincular esse pensamento


ultrapassado colonialista, de K. marxista, condizendo que a única logica do corpo é
trabalhar em prol capitalismo. Descontruir a lógica de Schopenhauer que o corpo é o
caminho para desgraça, desarticulando a ideia de Nietzsche que o corpo é propriedade
do ego.
Estamos aqui em laboratório universitário, como convivência e experiência estamos
aprendendo criarmos estratégia com intuito de transformação desse parâmetro,
buscando máximo de conhecimento para ter o argumento suficiente como defesa de
nossa tese, nossa paixão, nossos sonhos, nossa arte, nossos alunos e nossos professores.
Sem brechas para “des –timulação”, sabendo que nem sempre tudo é feito pela razão,
por sentimento continuo vivo tentando certificar que ser diferente é ser normal.

“Quando D. João VI aportou no Brasil, para daí governar Portugal, criou as primeiras escolas de
educação superior: Faculdade de Medicina, para preparar médicos para cuidar da saúde da corte;
Faculdades de Direito, para preparar a elite Política Local; Escola Militar, para defender o pais de
invasores e uma Academia de Belas - Artes. Portando, o ensino das Humanidades começo no brasil pela
Arte. ”

Ana M. Barbosa

POR FIM DA IDEIA QUE NEGLIGENCIA A ARTE, O CORPO, A DANÇA.


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TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA E TRANSTORNO DE OPOSIÇÃO


DESAFIANTE

AUTISM SPECTRUM DISORDER AND OPPOSITIONAL DEFIANT


DISORDER
Danielle Lara Silva Pradella
Resumo
Neste artigo vai estar em específico, um breve relato da minha
experiência em sala de aula com alunos que possuem esses dois transtornos,
sobre como conseguimos resolver os conflitos que eles apresentam em sala de
aula e como auxiliamos para o avanço deles quanto aluno e pessoa.

Summary
In this article there will be, specifically a brief report of my experience in
the classroom with students who have these two disorders, about how we
manage to resolve the conflicts they present in the classroom and how we help
them to advance as a student and as a person.

Palavra-chave:
TEA, TOD, escola, cuidado.

Key Words:
TEA, TOD, school, careful.

Introdução:
O conteúdo apresentado neste artigo será repleto de experiência em
sala de aula, como auxiliar de professora, há alguns temas a abordar em sala
sobre alunos com transtornos, como TEA e TOD, e com isso, farei um relato
de como é o comportamento desses alunos em sala desde o início do ano até
agora, como fazemos para resolver situações de crises e cuidados com os
mesmos.

Iniciei o trabalho falando sobre o tema no qual seria abordado, que foi o
Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Transtorno de Oposição Desafiante
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(TOD). Em sala de aula há dois alunos com essas doenças em sala, estamos
com um deles desde o primeiro dia de aula, onde já tínhamos o conhecimento
desse transtorno, só não sabíamos como poderíamos ajudar essa criança, pois
ainda era um conhecimento novo, tanto para mim como auxiliar quanto para a
professora regente.
O aluno era bem agitado e não atendia comandos, sempre chorava
independente do que estava acontecendo, mas em situações em que ele
queria algo do colega, o choro era mais presente. O aluno ainda usa fralda e
estávamos preocupadas com esse detalhe, pois sabíamos que diante das
condições dele, o desfralde seria quase impossível, ao menos até o momento
em que ele se encontra. Desde os primeiros dias incentivamos ele a sempre
colaborar em sala, mesmo ele não atendendo a nenhum comando, nem
mesmo quando chamávamos o seu nome, ele simplesmente não entendia. Era
sempre um dia muito cansativo e maçante para nós duas, todos os dias a
gente torcia para ele não ir para a aula e quando ele aparecia, sempre
ficávamos com a fisionomia triste e cansada, mas com o passar dos meses
isso foi mudando.
Lá no início do ano, sempre incentivamos todos os alunos a pegar seu
próprio lanche, sua lancheira, sua mochila e caderno, fizemos algumas dessas
coisas com o aluno portador de TEA, mas como ele quase nunca entendia aos
comandos, desistimos de algumas coisas, até a própria mãe, nos avisar sobre
essa “preguiça” dele e dizer que poderíamos ser duras com o filho dela, para
que isso servisse de incentivo. Com relação a pegar a própria mochila, sempre
incentivamos e quando ele aprendeu, foi um momento de muita conquista e
alegria para todas nós, mas nada se compara quando ele pegou a própria
lancheira sozinho, pois foi algo no qual ele nunca entendeu e já tínhamos a
certeza de que ele jamais iria entender. Ficamos muito orgulhosas com esse
avanço dele, foi realmente um momento muito especial, para nós três.
As crianças também contribuíram bastante com a evolução e cuidado
com ele, sempre ajudaram ele em momentos no qual ele precisava, e tiveram
muita inclusão com ele durante as aulas, foram bem receptivos e souberam
lidar super bem com esse aluno.
Já o aluno com TOD, não tem esse cuidado com o aluno que possui
TEA, ele não entende que esse aluno não consegue falar, não interage com os
demais e não consegue fazer certas coisas assim como ele consegue. Esse
aluno é extremamente agressivo, tanto com as palavras quanto em agressão,
tanto que os alunos não querem brincar com ele, ou sentar próximo dele, dividir
os brinquedos, diferente com o primeiro aluno, com ele os alunos agem
diferente, não foram bem receptivos, pelas atitudes dele e por ele não
conseguir entender os combinados da sala de aula.
Com relação a professora e a mim em ajudar o aluno com TOD é uma
relação bem complicada, pois o aluno não obedece os combinados e não sabe
assumir suas responsabilidades, ele acaba fazendo as coisas e culpando os
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colegas que não tiveram culpa, então isso ainda é muito complicado para nós,
porque enquanto um adquirimos paciência e cuidado, o outro não temos tanto
assim pelas atitudes nas quais ele acaba apresentando em sala, tanto com a
gente quanto com os alunos.
https://drive.google.com/drive/folders/1R8Cy5HL7OQ6lRTkpAf2ygUos7ydYSc5
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ARTE OU MEDICINA?
ART OR MEDICINE?1
Marielen Ferreira Colman

Começarei contando a minha história com a seguinte pergunta arte


ou medicina? pois no início de tudo meus pais queriam que eu cursasse
medicina veterinária e eu tentei por diversas vezes pra seguir o padrão
que eles tanto me pediam, depois de tantas tentativas frustradas resolvi
abandonar meus estudos e refletir se era isso mesmo que eu queria pra
minha vida profissional.
Depois de ficar dois anos sem estudar e ficar acompanhando meu irmão
mais novo nos estudos e nesse tempo fazer um curso pre-militar mas
depois que terminei o curso fiz concurso militar e não passei e então
resolvi voltar a estudar e tentar fazer o Enem e ingressar na faculdade que
era medicina veterinária como primeira opção e coloquei apenas dança
como uma segunda opção, tentei e não consegui entrar na primeira opção
e portanto fui fazer minha segunda opção que entrei em 2020 pensando
que seria apenas dançar o básico que já sabia, mas depois de uma semana
na faculdade chegou a pandemia e mudou tudo tivemos que parar e ficar
em isolamento e ficar em casa. Nisso surgiu o estudo remoto que seria só
15 dias mas que durou 2 anos e contudo estudando as meterias da
faculdade, atividades remotas do meu irmão, atividades de casa
acumuladas e acabou so aumentando e com tudo isso me surge a os
primeiros surtos de depressão e ansiedade que ao longo foram sendo
tradados com psicóloga, abandonei algumas matérias do curso no ano
letivo e como incentivo da minha coordenadora assim a Dora me
recomendou fazer algo que eu gostava muito como alivio de tudo que eu
estava fugindo e tentar continuar as matérias da faculdade, uma das
coisas que eu adoro fazer e a pintura como um Hobbie, e a dança do dia a
dia, e também no final de 2020 me surgiu a oportunidade de fazer pibid
para entender melhor como a formação acadêmica de dança em
licenciatura e contudo estando em pandemia a opção que tínhamos era

1 Este trabalho se refere a matéria se refere ao conteúdo de AE Arte Educação que se deram como
resultado dos temas-AE Introdução-Por uma educação da diversalidade e libertadora até arte, educação
e cultura-Por uma educação do fazer-sendo.
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assistir a aula remota do 2 ano do ensino médio com a supervisora


Kettelyn e onde ele nos separou em dupla para ficar responsável por uma
turma do 2 ano e tinha um painel de atividades que era no google
acadêmico onde fomos inseridos e onde também acompanhamos as
atividades dos alunos diariamente e nisso nossa primeira atividade era
criar algo que chamasse a atenção dos adolescentes com o tema porque
devo estudar arte na escola? Portanto eu e minha dupla criamos um vídeo
no TikTok/kwai para chamar sua atenção para o mesmo, os vídeos foram
divulgado para as turmas, depois em grupo criamos uma outra
apresentação para a turma para assim dizer que iremos ministrar nossa
primeira aula com a ajuda da nossa supervisora e quase no final do pibid
me veio a informação que teria que dar uma aula com minha dupla foi ai
que eu travei e não consegui dar a aula em si, fui desligada do programa
e depois disso nas aulas desenvolvidas nas matérias da faculdade tentei
desenvolver essa minha dificuldade em estar na frente como uma
professora ,sei que ainda e muito difícil, pois tem o nervosismo e a
dificuldade em conseguir falar sem travar pois ainda temos muito medo
dessa cena, uma fala de um professor me confortou quando ele disse que
estar ali na frente dos alunos dava muito frio na barriga é as borboletas
no estomago surgia, mas que não era um bicho de sete cabeças para se
resolver e que podemos encarar facilmente como estamos em palco para
dançar ou atuar.
https://photos.app.goo.gl/RDvCRNqQJ3r1X5ET8

link do vídeo criado por que devo estudar arte?

Contudo percebemos que a falta de professores na área de dança e teatro

ainda e muito grande nas escolas e no dia a dia pois somente se tem artes

visuais no ambiente escolar e por fim percebemos que podemos ter uma

grande influencia nas vidas dos alunos pois as artes em dança, teatro ou

música ainda e uma novidade nas escolas. Minha percepção de tudo que
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contei durante ao artigo foi que o pibid ele nos dá um certo norte pra

podermos entender melhor a sala de aula como professor docente artista e

pensando em muitas ideias que me surgiram durante o andamento do

curso e que eu posso cursar as duas opção que eu escolhi sendo das artes

com um olhar sensível voltado para a medicina veterinária.


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O Novo Coronavírus
Pedro Vinicius Macedo

O novo coronavírus, SARS-CoV-2, foi identificado pela primeira vez em


dezembro de 2019 na cidade de Wuhan, na província de Hubei, na China. O
vírus pertence à família dos coronavírus, que também inclui outros vírus como
o SARS-CoV e o MERS-CoV.
Em 2020, a disseminação do vírus se acelerou rapidamente, transformando-se
em uma pandemia global. Em março, a Organização Mundial da Saúde (OMS)
declarou oficialmente a COVID-19, a doença causada pelo SARS-CoV-2, como
uma pandemia devido à sua propagação em várias regiões do mundo.
Durante o ano de 2020, muitos países implementaram medidas de contenção,
como o fechamento de escolas, empresas e restrições de viagem, na tentativa
de controlar a propagação do vírus. A busca por uma vacina eficaz também
começou nesse período, com diversos países e empresas farmacêuticas
investindo em pesquisas e testes clínicos.
Em 2021, as vacinas começaram a ser aprovadas para uso emergencial e a
campanha de vacinação foi iniciada em diferentes partes do mundo. As vacinas
mostraram-se eficazes na redução da gravidade da doença e na prevenção de
hospitalizações e mortes relacionadas à COVID-19.
No entanto, mesmo com a disponibilidade das vacinas, surgiram novas
variantes do vírus que se mostraram mais transmissíveis. Essas variantes,
como a Alpha, Beta, Gamma e Delta, preocupam autoridades de saúde em
todo o mundo e levaram ao reforço das medidas de precaução, como uso de
máscaras, distanciamento social e higiene das mãos.
Em 2022, esforços contínuos foram feitos para expandir a cobertura vacinal,
especialmente em países de baixa renda, e para combater a propagação das
variantes. Além disso, estudos sobre a duração da imunidade conferida pelas
vacinas e o desenvolvimento de novos tratamentos foram realizados para
enfrentar os desafios em curso.

Como a COVID-19 afetou a educação


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O fechamento das escolas em todo o Brasil, como medida de contenção da


propagação do vírus, resultou em interrupções sem precedentes nas atividades
educacionais. As consequências foram vastas e afetaram todos os níveis de
ensino, desde a educação infantil até o ensino superior.
Uma das principais mudanças foi a transição para o ensino remoto. A
necessidade de distanciamento social e a impossibilidade de realizar aulas
presenciais levaram escolas e instituições de ensino a adotar o ensino à
distância como alternativa. No entanto, essa mudança foi desafiadora, pois
nem todos os alunos tinham acesso adequado à internet, dispositivos
eletrônicos ou recursos necessários para acompanhar as aulas online. Isso
levou a uma profunda desigualdade de acesso à educação, com alunos de
comunidades mais carentes enfrentando maiores dificuldades para continuar
seus estudos.
Além disso, a transição para o ensino remoto também exigiu um ajuste por
parte dos educadores. Muitos professores tiveram que se adaptar rapidamente
às novas tecnologias e desenvolver habilidades digitais para ministrar aulas
online. O processo de capacitação e adaptação para o ensino à distância
variou entre as escolas e nem todos os professores estavam preparados para
lidar com essa transição, o que afetou a qualidade do ensino.
Outro aspecto importante foi o impacto sócio-emocional nos alunos. O
isolamento social, a falta de interação presencial com colegas e professores,
bem como as incertezas em relação à pandemia, afetaram a saúde mental e o
bem-estar dos estudantes. Muitos enfrentam dificuldades emocionais,
ansiedade e até mesmo a perda de familiares ou amigos devido à COVID-19.
A suspensão das atividades escolares também teve implicações na
alimentação dos estudantes. Para muitos alunos, a merenda escolar
representava uma importante fonte de alimentação diária. Com o fechamento
das escolas, alguns estudantes tiveram dificuldades para garantir refeições
adequadas, o que agravou a situação de vulnerabilidade social de algumas
famílias.
Além disso, a pandemia causou uma interrupção significativa no calendário
escolar. As aulas presenciais foram suspensas por longos períodos, resultando
na necessidade de reorganização do calendário escolar, remanejamento de
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provas e ajustes nos currículos. Essas mudanças podem ter um impacto


duradouro na aprendizagem dos alunos, especialmente em áreas que exigem
um progresso sequencial.

Os Avanços Tecnológicos

A pandemia da COVID-19 trouxe consigo uma transformação significativa no


cenário educacional, impulsionando um avanço tecnológico acelerado. Com o
fechamento das escolas, as instituições educacionais tiveram que se adaptar
rapidamente e buscar soluções para garantir a continuidade do aprendizado
dos alunos. Nesse contexto, a tecnologia desempenhou um papel fundamental,
proporcionando diversas oportunidades para inovação nos métodos de ensino.
Um dos principais avanços foi a adoção do ensino à distância. Por meio de
plataformas virtuais de aprendizagem e videoconferências, os educadores
puderam manter a interação com os alunos e fornecer conteúdo educacional
de forma remota. Essa transição permitiu que o ensino continuasse, apesar das
restrições de distanciamento social, ampliando o acesso à educação.
Além do ensino remoto, a tecnologia possibilitou uma maior democratização do
conhecimento. Com o acesso facilitado à internet, os estudantes puderam
pesquisar e explorar uma variedade de recursos educacionais online, como
livros digitais, artigos científicos e cursos virtuais. Essa ampla disponibilidade
de informações enriqueceu o aprendizado, estimulando a autonomia e a busca
por conhecimento além das fronteiras físicas das escolas.
A interação e colaboração também foram beneficiadas pelo avanço
tecnológico. As ferramentas digitais permitiram que os alunos se conectassem
e trabalhassem em conjunto, mesmo à distância. Por meio de fóruns de
discussão, chats e trabalhos em grupo virtuais, os estudantes puderam
compartilhar ideias, debater temas e colaborar em projetos educacionais,
estimulando a troca de conhecimentos e a construção coletiva do saber.
Outro aspecto importante foi a personalização do ensino. Com o uso de
tecnologias educacionais, foi possível adaptar o processo de aprendizagem às
necessidades individuais dos alunos. Plataformas de aprendizagem online
ofereceram recursos de adaptação de conteúdo, permitindo que os estudantes
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avançassem em seu próprio ritmo e recebessem atividades adequadas ao seu


nível de conhecimento. Essa abordagem personalizada contribuiu para uma
aprendizagem mais efetiva e engajadora.
Por fim, o avanço tecnológico durante a pandemia também impulsionou a
formação de professores. Diante da necessidade de adaptação rápida às
novas ferramentas e recursos digitais, muitos educadores buscaram
capacitação para utilizar a tecnologia de forma eficaz em suas práticas
pedagógicas. Essa formação contínua pode trazer benefícios duradouros,
promovendo a integração efetiva da tecnologia na educação e preparando os
professores para os desafios do mundo digital.
A tecnologia de ensino durante os anos da pandemia da COVID-19 teve um
impacto significativo no sistema educacional, proporcionando novas
possibilidades e desafios. O ensino remoto, a democratização do
conhecimento, a interação e colaboração, a personalização do ensino e a
formação de professores foram alguns dos aspectos que agregaram valor aos
métodos de ensino dentro das escolas, apontando para uma transformação
educacional mais tecnológica e inclusiva.

Como a situação pandêmica afetou o ensino de artes dentro das escolas

A situação pandêmica teve um impacto no ensino de artes dentro das escolas.


As disciplinas artísticas, como música, dança, teatro e artes visuais, geralmente
envolvem interação física, proximidade e trabalho colaborativo, o que se tornou
desafiador durante a pandemia.
O distanciamento social e as restrições de contato físico limitaram a realização
de atividades práticas e de grupo nas aulas de artes. Os alunos tiveram que
adaptar suas práticas criativas, reduzindo a interação física e as performances
ao vivo. Isso pode ter impactado a experiência artística, uma vez que a
expressão artística muitas vezes envolve a presença física e a participação
ativa dos estudantes.
A falta de acesso a recursos adequados também afetou o ensino de artes.
Alunos e professores podem não ter tido acesso aos materiais e equipamentos
necessários para realizar certas atividades artísticas. Por exemplo, a falta de
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acesso a instrumentos musicais, estúdios de dança ou materiais de arte pode


ter limitado as oportunidades de aprendizado e criação artística.

A pandemia nos trouxe novas experiências e um pensar diferente,


pois uma aula gravada nos moldes da aula presencial não era
possível, a comunicação via internet é limitada para o ensino pleno
em Artes Cênicas, principalmente em períodos de isolamento social.
Mesmo sendo um ano atípico pudemos ter a certeza que para alguns
alunos não foi um ano perdido e acreditamos que houve algum
atravessamento nos alunos. Nos adaptamos da melhor forma
possível mesmo com algumas dificuldades, foi possível realizar o
estágio a distância, jamais imaginávamos algo possível, ainda
mais acreditando que o corpo a corpo é fundamental para uma aula
prática em artes cênicas, pensando neste corpo que produz arte.
(MAMEDIO, Marcos Vinicius., MARQUES, Anny Priscilla. (2020). AS
NOVAS ADAPTAÇÕES PARA O ESTÁGIO EM ARTES CÊNICAS
NO ENSINO REMOTO DURANTE A PANDEMIA. Aqui Jaz o Último
Ato: 3º Cine-Fórum da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul,
Pg 497.)

Com o fechamento das escolas, muitas aulas de artes tiveram que ser
adaptadas para o formato online. No entanto, o ensino remoto pode ser
desafiador para disciplinas artísticas, pois a experiência sensorial e a interação
presencial são elementos fundamentais para o ensino e aprendizado de artes.
Aulas práticas e atividades de performance podem ter sido substituídas por
recursos virtuais, vídeos instrucionais e projetos individuais.
O distanciamento social afetou a criatividade e a expressão artística dos
alunos. O ambiente de aprendizado online limitou as oportunidades de
colaboração e o compartilhamento de ideias. Além disso, o contexto pandêmico
impactou emocionalmente os estudantes, o que pode influenciar sua expressão
artística e o conteúdo de suas criações.
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UMA EXPERIÊNCIA DE VIDA E APRENDIZADO2

UNA EXPERIENCIA DE VIDA Y APRENDIZAJE

Sarah Beatriz Barroso Beviláqua3


Resumo:
Relato de experiências pessoais acadêmicas e de vida, relacionadas a matéria arte-educação, gatilhos
emocionais e experiências pessoais de aprendizagem infantil e acolhimento na universidade enfrentando
preconceitos quanto a idade e corpo divergente do ideal.
Palavras-chave: experiência, conceito, acolhimento

Resumen:
Relato de experiencias personales académicas y de vida, relacionadas con la educación artística,
detonantes emocionales y experiencias personales de aprendizaje infantil y acogida en la universidad
frente a prejuicios en cuanto a edad y cuerpo divergente del ideal.
Palabras clave: experiencia, concepto, acogida.

INTRODUÇÃO

Começo confessando que me sabotei este ano por insegurança, medo do medo
daquilo que não conhecia, além de outras interferências fora dos muros da faculdade.
Enfim, como alguns colegas, não tenho quase nada de experiência em sala de aula, a
não ser como estudante, uma não memorável lembrança em monitoria, e uma
experiência pior ainda como bolsista PIBCEL.
Nas duas experiências observei o quanto é importante existir cumplicidade,
conversa (aliás, muita conversa) entre o orientador e o orientando, para se chegar o mais
próximo da excelência.
Primeiro, farei uma breve (ao menos tentarei) linha do tempo das séries que
teremos que fazer estágio.
Na fase em que a criança está ainda a começar o aprendizado, entre outras coisas
a relevância de atitudes e comportamento de professores que são assimilados pela
criança. Sempre fui considerada uma criança hiperativa, não conseguia ficar até o final
da aula no mesmo lugar, além de estar sempre dispersa, conversando, e uma
impaciência de ter que ficar quieta. Pretendo não fazer com os alunos o que foi feito
comigo, o que condiz com o afirmado por Bessa-Oliveira e parafraseando-o digo que “a
escola é um local que trans-forma (para) a vida”.
Como mãe errei muito, porque a tendência nossa é reproduzir o que nos foi
ensinado e mesmo com pais amorosos e cuidadosos (até as vezes demais), com minha

2 Conteúdo referente a disciplina de Arte, Educação e Cultura – Por uma Educação do Fazer-Sendo
3 Acadêmica da UEMS em Dança
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timidez ao ser chamada a atenção perante os outros me sentia constrangida, o que aliás
ocorre até hoje me causando essa sensação desconfortável. E ao ouvir o relato de uma
colega de sala dando o depoimento de suas experiências, me ativou a memória um
problema passado nesta época de criança; meu cabelo era e é cacheado, sempre com um
liso até o meio do cabelo e seus cachinhos, e que me incomodava porque o cabelo da
minha irmã era liso, e porque o meu não poderia ser? E por passar várias situações
cruéis de crianças fazendo brincadeiras sem graça sobre meu cabelo na época, por ser
muito magra me chamavam de Olívia Palito, boneca de sabugo, até entrar na
adolescência e a modificação do meu corpo, porque comecei a treinar voleibol,
handebol, ginástica de solo e balé.
O meu nunca compreensão do mundo com o meu corpo, agora, com o corpo
mais admirado pela sociedade. Mas o turbilhão de sentimentos, vozes que muitas vezes
só estavam na minha mente, criticada agora por ter um corpo exuberante vamos dizer
assim, e muitos garotos admirá-lo, a inveja causada nas meninas e por não ter
comportamentos convencionais exigidos socialmente.
Na conjuntura da mudança de linha de tempo, após a ditadura para reivindicação
da democracia, onde meninas se formavam, sim, se formavam, mas geralmente esse
diploma era esquecido em algum armário, só servia para constar, então numa classe
média para baixo, o diploma era desnecessário, a moça teria que saber administrar uma
casa, cuidar dos filhos e ter sabedoria e tranquilidade com o relacionamento familiar,
inclusive com seu cônjuge que muitas vezes, a vida inteira foi uma peste como
companheiro, mas, a mulher teria que cuidar dele até o final de sua vida, porque uma
mulher separada, desquitada, divorciada, e até viúva não teria o direito de reconstruir a
sua vida, com um detalhe sórdido, uma mulher separada era vista como uma pessoa de
índole duvidosa (prostituta) e possível pivô de destruição de uma família exemplar. Não
era muito fácil ter ideias, ideias diferentes de outras, quiça de outros.
Mas, eis que chega a democracia e junto com ela a descoberta de não ser filha
legítima e a fase de revolta, passando a ser uma vivente no mundo, curiosa por outras
montanhas além alcançadas pelos meus olhos, e então começo a enveredar pela vida
como hippie e desfazendo conceitos estereotipados pelos então donos de suas salas de
jantar e reaprendendo com meus ídolos (Rita Lee, Baby do Brasil entre outros).
Porém sem perder contato com os ditadores comportamentais, o julgamento de
quem não se reprogramou e que aos olhos da sociedade estava nos padrões
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preestabelecidos, e então esses seres acima se viam no direito de violar sexualmente


aquela que não se enquadrava, duas tentativas, duas escapadas e vida que segue.
Mas, por alguma coisa do destino ou sabe o que lá, quando ia executar a tarefa de
ser professora de lambada, dois acidentes de carro me impossibilitando de pôr em
prática o que sempre mais gostei na vida, de dançar e repassar o que de uma certa
maneira aprendi em prática. Então, aprender a me ver em uma cadeira de rodas, e todos
valores religiosos e de como uma moça tinha que ter em mente que isso era castigo. E
mais uma vez se reconstruir e receber a graça e a chance de voltar a andar e falar, não
como no original (antes do acidente), mas com algumas limitações ou sequelas. Logo
após a fisioterapia começar a fazer os seus efeitos e ao começar a levantar, caminhar, o
batuque do samba me fazer recuperar totalmente na medida do possível.
Mas, no corpo ainda tão jovem e logo outra virada com uma gravidez, um leito, e
ter que responder por uma vida além da minha.
Agora com outra ótica sobre a escola, a ótica de o que estão passando para a
minha filha, e um professor de arte que modificou a “menina bonequinha” que eu queria
que minha filha fosse. Conflitos! Conflitos, até eu voltar a querer estudar e ver como
muitas coisas mudaram no ensino e que tão arcaico o ensino estava. Após entrar na
primeira faculdade o quanto o esforço de me ajustar na sociedade me fez ficar com uma
visão turva e preconceituosa, lá vai me reprogramar de novo, e o primeiro passo a troca
capilar em todos os sentidos (no cabelo, no comportamento, roupas entre outras coisas).
E vi que isso causava desconforto em garotas novas com visão e atitudes de velhos
conceitos.
Depois de formada, resolvo voltar ao universo até então abafado da dança. Um
corpo já não padronizado, a idade muito menos ainda, o preconceito nos olhos de alguns
como: o que ela está fazendo aqui? A primeira aula sobre descolonização, que mundo é
esse meu Deus? E esse professor, será que virá a ser um terror, o que ele é e que
linguagem é essa? Quem é ele, sei que ele não é o tal do rock and roll. Ainda bem que
não fui na lógica taxativa de que a primeira impressão é a que fica.
Olheiras estudando, lendo, tentando me situar com essa de nova desconstrução
de visão do mundo, até começar a me familiarizar mais com esse processo (de) colonial,
(des) colonial, ainda querendo entendê-lo melhor, mas como ele me despertou para essa
linha de pensamento - “Uma sociedade alternativa”, com algum viés diferenciado, mas
que condiz com o que a garota com vinte anos se identificava.
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Além, deste corpo que foi silenciado com momentos não muito lúdicos, e que
agora está se reprogramado para voltar à quase vivência anterior. E a me perguntar se
nem fui tão boa como mãe, como ser uma professora que possa fazer a diferença na vida
de tantos filhos fora da barriga, da barriga de outras?
Mas, então esses depoimentos de colegas começou a me fazer repensar de como
não posso me cobrar tanto sem ser relaxada, e como afirmado por SILVA et al (2005),
“As disciplinas acadêmicas frequentemente descontextualizam tanto seus métodos
quanto seus objetos de estudo:”, querendo dizer que uma certa flexibilização é
necessária para adequação para repassar o conhecimento, não é algo engessado e
padronizado, é adaptável.
Voltando a falar sobre a experiência como bolsista, ao final de tantos
desencontros e estresse conseguimos nos afinar, chegamos ao denominador comum, que
me fez ver que a prática foi mais leve do que o teórico. Se pretendo outra bolsa? No
momento ainda não, pois prefiro manter a minha própria ética intacta. Neste projeto
foram crianças com idades abaixo de 6 anos, e como elas são receptivas e verdadeiras e
que deveríamos deixar de matar a liberdade das crianças a cada série. E sim, deixar a
personalidade delas, e a inteligência delas sem padronização, mas a liberação para que
sejam como elas desejam ser/estar.
Me frustrei na aula de circo, porque gostaria muito de ter feito cambalhotas,
andar de perna de pau, mas, a interferência de uma memória não muito legal, em que ao
voltar a fazer exercício meu braço (mais pontualmente a clavícula), por ela ter saído do
lugar e aquilo me causou um constrangimento, porque nessa hora dos olhares de pena, a
olhares recriminando devido a atrapalhar a aula, e nisto nunca mais voltar a este local,
na hora em que a colega nos pediu para fazermos esse exercício, me afetou e não
consegui fazê-lo, até me trazendo uma forte vontade de chorar. Esses gatilhos são
horríveis, mas, me fez pensar o quanto terei que ter essa sensibilidade ao montar e
aplicar um plano de aula.
Aprendi com minha filha, com o professor Bessa, a mais uma vez repensar em
tudo que até então tinham-me passado como o certo. Sei que enquanto for viva eu tenho
que ter a disponibilidade de me reprogramar ouvindo futuramente aqueles que estão em
sala de aula, a saber que o sistema de ensino de imposição não é mais vigente, e que
tenho que me integrar com a BNCC e REMA, sem ser engessada, e estar com vontade
de ter trocas de aprendizados.
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Nós somos assim, mutantes. Faltam também políticas públicas para organizarmos e
protegermos os diferentes, na verdade faltam políticas públicas para tudo. Em
decorrência de a política virar uma vergonha nacional uma geração preferiu se alienar,
por achar que era uma luta, não dele ou que tem "haver" com isso, mesmo que esse faça
parte de algum dos grupos de lutas e de sobrevivência, o fato de muitas vezes nos
negarmos como povo brasileiro e nossas origens para sermos parecidos com os povos
europeus já é um aborto espontâneo ou uma forma de nós anularmos, pois nos tolheram
em sermos e nos passaram e enfiaram goela abaixo a cultura, pensamento, crença,
educação entre mais, a cultura do outro, esta na hora de nós livrarmos das amarras, das
comparações e ser e ter nossa cultura, resgatar o que nos foi roubado em nossa história,
em nossos corpos e assim sem armas, mas com argumentos e contra argumentos com
embassamento histórico reais, pesquisas científicas aprofundadas, nos unirmos na luta
de corpos diferentes, culturas diferentes, seres diferentes, deixarmos de sermos lutas
individuais e sermos no coletivo, seja como educadores, artistas e pesquisadores para
assim quem sabe nos livrarmos do que nos foi imposto e resgatarmos o que somos
sendo nós mesmos

BARBOSA, Ana Mae. “Arte-Educação Pós-colonialista no Brasil: aprendizagem


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BESSA-OLIVEIRA, Marcos Antônio. “A UNIVERSIDADE TRANS-FORMA (PARA) A VIDA”.


Palestra apresentada à Subsecretaria da Subsecretária de Políticas Públicas para Juventude
– Subjuv de Mato Grosso do Sul, 2022.

BESSA-OLIVEIRA, Marcos Antônio. “ARTE E TRABALHO. ARTE COMO TRABALHO. TRABALHO


DA ARTE.” Palestra apresentada à PROPPI – UEMS – Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-
graduação e Inovação da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, 2022.

BESSA-OLIVEIRA, Marcos Antônio. “ARTE E TRABALHO. ARTE COMO TRABALHO.


TRABALHO DA ARTE.” Palestra apresentada à PROPPI – UEMS – Pró-Reitoria de
Pesquisa, Pós-graduação e Inovação da Universidade Estadual de Mato Grosso do
Sul, 2022.
BESSA-OLIVEIRA, Marcos Antônio. Arte Biogeográfica, Processos Criativos & a Covid-19.
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CURSOS DE DANÇA e TEATRO – LICENCIATURAS

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BESSA-OLIVEIRA, Marcos Antônio. Ensino de Arte X Estudos Culturais: para além dos
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