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Resumo:
As experiências vivenciadas pelos docentes de artes cênicas dentro da sala de aula têm o
potencial de causar um impacto significativo tanto no âmbito cultural quanto no social.
Esses profissionais, ao compartilharem seus conhecimentos e vivências, proporcionam
aos alunos uma imersão no mundo das artes, promovendo a expressão criativa, o
desenvolvimento da sensibilidade estética e a valorização da diversidade cultural. Ao
explorar temas como identidade, história e política sob uma ótica social e humanitária,
os docentes instigam reflexões e debates, contribuindo para a formação de cidadãos
críticos e conscientes, capazes de atuar de forma transformadora na sociedade. O
intercâmbio de experiências entre docentes e discentes enriquece o processo de
aprendizagem, ampliando horizontes, rompendo barreiras e estimulando o respeito
mútuo, a empatia e a valorização da arte como ferramenta de salvação, inclusão e
mudança social.
Palavra-chave:
Experiencias vividas, sala de aula, desenvolvimento da sensibilidade
estética
Summary:
The experiences lived by performing arts teachers within the classroom have the
potential to cause a significant impact both in the cultural and social spheres.
These professionals, by sharing their knowledge and experiences, provide
students with an immersion in the world of the arts, promoting creative
expression, the development of aesthetic sensitivity and the appreciation of
cultural diversity. By exploring themes such as identity, history and politics
from a social and humanitarian perspective, professors instigate reflections and
debates, contributing to the formation of critical and aware citizens, capable of
acting in a transforming way in society. The exchange of experiences between
professors and students enriches the learning process, broadening horizons,
breaking down barriers and encouraging mutual respect, empathy and
appreciation of art as a tool for salvation, inclusion and social change.
Keywords:
Lived experiences, classroom, development of aesthetic sensitivity.
UEMS – UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL
CURSOS DE DANÇA e TEATRO – LICENCIATURAS
INTRODUÇÃO
Este texto tem como finalidade analisar refletir e relacionar algumas experiências que
foram construídas ao longo da minha trajetória de vida, a partir do pensamento critico
descolonial biogeográfico fronteiriço. Tais experiências se formaram em tempos e
espaços diversos, mas sobretudo estão relacionadas as vivências que perpassaram na
escola, cursos de graduação e no trabalho. Tal escolha foi feita por entender que a
maioria dos conceitos apresentados por tal perspectiva em muito tem contribuído
melhorar meu repertório em relação a teorias e conceitos sobre arte e educação.
Tais memórias também me fez questionar as razões pelas quais me levaram a questionar
as razões pelas quais preferi cursar Pedagogia e não Artes na universidade pública
federal e rapidamente me veio três motivos: o curso de Pedagogia é da área de
Humanas, o turno era o da noite e naquela época o meu interesse principal era ganhar
dinheiro, tal condição coaduna com com BESSA-OLIVEIRA, 2020, p.19: “como
corpos que contrapõem a lógica de crescer para estudar, para trabalhar e poder consumir
e assim ter para atender à sociedade do consumo capitalista que controla a todos e todas
através da subjugação do outro ao trabalho”. Logo então, cursar artes visuais seria
inviável.
Se quisermos de fato uma educação para cidadania, que entenda os sujeitos como
construtores de suas histórias, temos que garantir a educação estética e artística nos
Espaços das instituições educacionais, talvez o único espaço para a maioria das
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CURSOS DE DANÇA e TEATRO – LICENCIATURAS
Eu iniciei o curso primário em uma escola particular bem pequena em Cuiabá no final
dos anos 70, e já era alfabetizada pela minha mãe Nessa escola não havia educação
física e poucas atividades artísticas ou expressivas. Apesar de constar a disciplina de
Educação Artística na grade curricular, as atividades eram escassas e
descontextualizadas e na maioria das vezes consistiam em pintar com lápis de cor ou giz
de cera desenhos reproduzidos em folha sulfite e fazer desenhos livres, muito raramente
usávamos tinta. Vivíamos sob a égide da Lei nº5.692/71. Esta época foi marcada pelo
regime militar e o tecnicismo e os fazeres artístico expressivos na escola era elitizado ou
considerado desnecessário.
Como aos professores faltava formação suficiente, a consequência mais
imediata foi a adoção de livros didáticos, reproduzindo conteúdos em
atividades soltas, crentes — o que é pior — de que estavam contemplando
todas as áreas da Arte. Com isso, o princípio que norteou a Educação
Artística visava apenas desenvolver o talento e criatividade do aluno,
preocupando-se somente com “[...] a expressividade individual, com técnicas,
mostrando-se, por outro lado, insuficiente no aprofundamento da arte, de sua
história e das linguagens artísticas propriamente ditas” (FUSARI; FERRAZ,
2001, p. 21).
Considero que esse foi um período conflituoso, pois nessa escola não havia tempo e
espaço para as artes. que me salvou deste panorama desolador foi minha experiências
anteriores, do convívio com minha madrinha em Campo Grande. Lembro que na casa
de minha avó havia um quartinho que era apelidado de “ateliê” que era o espaço onde
minha madrinha se escondia. Na verdade, o tal ateliê era um deposito, mas para mim era
o meu mundo encantado. Era nesse local que ela pintava, costurava, bordava, tricotava,
fazia biscuit e bijuterias, arranjos e toda espécie de “coisas bonitas”, Era um espaço
inspirador e lá gostávamos de fazer arteirices e brincadeiras. Minha tia foi literalmente
minha fada-madrinha-artística. Se não fosse por ela minhas lembranças artísticas da
infância seriam ínfimas.
Diante de tudo que foi exposto, percebo que os motivos que me levaram a exercer o
magistério durante 11 anos, impreterivelmente na Educação Infantil se deram mais por
questões próprias e de identificação. Talvez uma forma de reviver ou ressignificar
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CURSOS DE DANÇA e TEATRO – LICENCIATURAS
minha infância que apesar dos percalços e frustrações serviram de base e caminho que
me levaram a tornar o que eu sou hoje. Refletir questões sobre arte e educação por um
viés epistêmico descolonial tem me levado a refletir e ampliar e fazeres seja em relação
a docência, pesquisa e arte.
Diante de tudo que foi exposto, percebo que os motivos que me levaram a exercer o
magistério durante 11 anos, impreterivelmente na Educação Infantil se deram mais por
questões próprias e de identificação. Talvez uma forma de reviver ou ressignificar
minha infância que apesar dos percalços e frustrações serviram de base e caminho que
me levaram a tornar o que eu sou hoje. Refletir questões sobre arte e educação por um
viés epistêmico descolonial tem me levado a refletir e ampliar e fazeres seja em relação
a docência, pesquisa e arte.
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CURSOS DE DANÇA e TEATRO – LICENCIATURAS
Introdução:
“Os sentimentos habitam a alma, embora sejam obscuros e jamais cheguem a condição de ideias claras e
distintas. Os movimentos do espiritismo animais levam até a alma informações que fazem ter
sentimentos; ela, por sua vez, move os espíritos animais novamente, fazendo que o corpo se mova de
acordo com eles. Tipo a imaginação (sensação, percepção, memória, fantasia e linguagem) nesse lugar
enigmático onde transcorre a passividade (do corpo e da alma receptores de ação externa) e a atividade
(do corpo e da alma fabricadora de imagens internas). É na imaginação e pela imaginação que os
sentimentos realizam a seus movimentos, prendendo a alma ao corpo e o corpo a alma, carregando para
nosso interior sentimentos e emoções fazendo que surgem desejos indesejáveis, amáveis ou odiosos, a
fonte alegria ilimitada, a tristeza, o desprezo, a ambição, a inveja, a esperança e o medo. ”
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CURSOS DE DANÇA e TEATRO – LICENCIATURAS
ART:
Algo indefinido, subjetivo, inexprimível inexplicável, um fenômeno imaterial da
natureza humana que não tem resumo concreto, quase sem definição, porém alguns
conceitos, ou seja, uma filosofia divergente uma ciência incerta. Sendo a arte não
necessitar de um artista para ser arte pelo fato dela ser independente e acontecer por si
só. Ao mesmo tempo benevolente e nefasto, ignorando crítica e elogios,
indissociavelmente as especificidades se encontra nas formas artísticas. Sendo para
todos, a arte de sobreviver por uma cadeia de aprendizado de pura gratuidade. Arte dá
visibilidade aos desconhecidos, razão aos incompreendidos, sendo a classificada como
"Elite" ou "Marginal". Pasmem... interessar se pela arte o ser mais culto de espirito
elevado, ser diferente, fora da caixinha com parafuso a menos.
A maneira de viver artisticamente sabendo que vai morrer, pesquisando, revelando e
admirando. Arte ele é por si próprio a própria arte, na capacidade de propor emoções
prazer e sentimentos "abstratos". Tendo a extrema importância colossal na humanidade
diante do corpo em movimento com caraterísticas extraordinários nos fatores espaciais,
temporais e rítmicos voltada para a trindade. Arte “Biointeira” o Ser com a natureza.
Arte interliga o real com o surreal, um êxtase natural tendo capacidade de hospedar dois
corpos no mesmo lugar. Sendo assim a Arte não cabe a ciência da razão defini-la e
negligenciar a arte é não a entende-la.
Biogeografia:
intensamente a arte abandonando até os estudos algo que me fez refletir depois de entrar
na universidade. O fato de não se dar bem com exatas, o fato de não ser o atleta
preferido do educador físico o fato do conteúdo programático de decoração de coisas
fúteis que hoje não vejo presentes em minha vivencia.
Na Arte mesmo que eu não era bom eu me sentia bem, dançando eu sentia total
liberdade de ver o mundo da minha maneira e não me importava de como o mundo me
via, eu só me preocupava com a dança. Eu vestia dança, eu comia dança, eu sonhava
dança. Entretanto, a juventude foi passando as coisas foram apertando, a cultura foi
morrendo, os grupos acabaram, as pessoas abandonando outros se adaptando ao sistema
de comercio, outros presos, outros foram mortos, pelo crime e pela depressão. A pressão
psicológica era intensa, tanta na questão social ou familiar. O Incomodo de meus pais
com a arte, a desilusão, a desmotivação, o não apoio a não compreensão, o sonho do
filho assassinado pelos pais.
Tive que me aliar ao sistema por um tempo, decidir dar um tempo para a Arte, procurei
me profissionalizar para me adequar regressei nas forças armada, raspei a cabeça e tirei
o cabelo Black Power, virei marinheiro. Jurei a bandeira “experivivênciei” disparo de
armas de fogo, faxina, cozinha banheiro e dormitório... aprendi de tudo um pouco em
prol das funcionalidades social. Consegui absorver algumas coisas com disciplina e
superar limites com as forças armadas, entretanto a meia podridão, presenciei cenas de
tortura e lamentação para o meu lado sensível e crítico, as toneladas de comidas que era
desperdiçado, a corrupção hoje vejo minha universidade sem refeitório ou um lugar
decente para se alimentar. Enfim, (isso seria assunto de pesquisa em outra ocasião)
depois de diversas portas fechadas e inúmeras tentativas frustrantes de adaptações, vi
que o artista não deve estar longe da arte, afastar o artista do seu sonho é condena-lo a
perpetua depressão.
BioDança:
Afinal, na universidade tenho oportunidade de estudar os conceitos, as teorias e os
pensadores que emergiram ao meu sonho, hoje em forma de incentivo e permanecia
ganho uma pequena remuneração para dar aula da Dança no Projeto Institucional de
Bolsas Cultura, Esporte e Lazer (PIBCEL). Hoje com o coordenador do curso de teatro
Osvalniton, ministro aulas aos sábados de Breaking, alongamento e condicionamento
físico.
Numa proposta cientifica de levar cultura ao público interno e externo da UEMS, meu
projeto se chama: Biodança; O corpo na imersão de uma cultura ecológica. Como
uma fonte de sobrevivência humana buscando a integração do Ser com a natureza por
meio da dança como uma Arte de movimentar o corpo.
Administro aulas de Breaking Dance, conceito e teoria, dentro da abordagem triangular
de apreciar, contextualizar e praticar, subtextos, textos e contexto sobre a dança,
possibilitando compreender a estrutura e funcionamento de cada corpo, a conexão do
ouvir, sentir, perceber e experimentar as relações entre respiração, energias, conhecer
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CURSOS DE DANÇA e TEATRO – LICENCIATURAS
anatomia do corpo dançante para pode produzir qualidade nos movimentos, aprende
sobre lateralidade com noção de espaço, desenvolvendo habilidades cognitivas,
corporais cardiovasculares respiratória, coordenação motora, equilíbrio que contribui
para o desenvolvimento da consciência corporal e mental.
Juntamente com os alongamentos que nos contextos da dança o corpo dançante tem que
ser forte, ágil e flexível. O alongamento permite identificar e expandir os músculos,
corrigir posturas, tonificar e alinhar, sendo assim um corpo forte, ágil e flexível tem
mais facilidade para executar seus movimentos com perfeição, lembrando que qualquer
corpo pode ser forte, ágil e flexível assim quando tem o conhecimento da capacidade do
corpo. É necessário o esforço para alcançar e superar os limites, mas, tudo mediado ao
tempo de esforço de cada aluno respeitando todos os limites.
Sabemos que por diversos séculos o preconceito enraizado no pensamento social de
colonial, que ainda vê o corpo como “pecaminoso” que ainda retrata a aula de arte com
objetivo de controlar o corpo, apesar dos apesares que diferentes modalidades e formas,
produções, propostas, apoios governamentais se inter-relacionam, se ignoram, se
cruzam, se entreolham , multifacetando tanto o mundo da dança quanto o mundo da
educação, seja implantando dança na escola de maneira maquiada com educador físico
ou pedagogo, onde deveria ser função importante da escola um lugar excepcional para
aprender sobre dança com qualidade, profundidade, compromisso, amplitude e
responsabilidade sendo uma via privilegiada.
Ensinar dança de maneira que não se encaixe nos modelos tradicionais. O fazer-sentir
dança enquanto arte nos permite um tipo diferenciado de percepção, discriminação e
critica de percepção, discriminação e crítica da dança estabelecendo suas relações
conosco mesmo e com mundo. Ao contrário do que nos oferece o senso comum.
Sendo a especificidade da dança justamente tratá-la como arte, como uma articulação
entre movimento, dançarino, som e o espaço geral, considerando-se, um dos elementos
do fazer-pensar dança enquanto arte consciência corporal como uma área de
conhecimento especifico em que o corpo seja fonte de conhecimento.
Ensinar de maneira que inclusiva a improvisação e a composição coreográfica que
permite aos alunos experimentar, sentir, articular os pensares sob arte como criadores e
participantes do mundo. Sendo o professor responsável por articular os contextos do
conhecimento da dança as relações entre espaços-temporais contidas nas danças
expressando conceitos e vivencias de diferente épocas e espaços geográficos
estabelecendo e respeitando todas as diversalidades. Ao experimentar tais
possibilidades, o aluno poderá também aprender sobre a flexibilidade e respeito na toma
de decisões. Ou seja, poderá trabalhar formas de interagir criativamente no mundo sem
que tenha que impor de maneira autoritária, injusta e desrespeitosa suas ideias.
“A maioria de nossos projetos
Precisam de tempo,
(I Ching, 1986)
Transformação Epistêmica:
“Esta escola que expulsa os alunos (e isto tem sido chamado de “evasão escolar”), que produz as marcas
de autoritarismo deste país, nas relações dos educadores com os alunos, que tem bloqueado a entrada dos
pais e da comunidade na escola, não tem a “ Cara” de que se possa gostar e manter (Freire, 1991 p.96)
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CURSOS DE DANÇA e TEATRO – LICENCIATURAS
Ana M. Barbosa
“Quando D. João VI aportou no Brasil, para daí governar Portugal, criou as primeiras escolas de
educação superior: Faculdade de Medicina, para preparar médicos para cuidar da saúde da corte;
Faculdades de Direito, para preparar a elite Política Local; Escola Militar, para defender o pais de
invasores e uma Academia de Belas - Artes. Portando, o ensino das Humanidades começo no brasil pela
Arte. ”
Ana M. Barbosa
Summary
In this article there will be, specifically a brief report of my experience in
the classroom with students who have these two disorders, about how we
manage to resolve the conflicts they present in the classroom and how we help
them to advance as a student and as a person.
Palavra-chave:
TEA, TOD, escola, cuidado.
Key Words:
TEA, TOD, school, careful.
Introdução:
O conteúdo apresentado neste artigo será repleto de experiência em
sala de aula, como auxiliar de professora, há alguns temas a abordar em sala
sobre alunos com transtornos, como TEA e TOD, e com isso, farei um relato
de como é o comportamento desses alunos em sala desde o início do ano até
agora, como fazemos para resolver situações de crises e cuidados com os
mesmos.
Iniciei o trabalho falando sobre o tema no qual seria abordado, que foi o
Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Transtorno de Oposição Desafiante
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CURSOS DE DANÇA e TEATRO – LICENCIATURAS
(TOD). Em sala de aula há dois alunos com essas doenças em sala, estamos
com um deles desde o primeiro dia de aula, onde já tínhamos o conhecimento
desse transtorno, só não sabíamos como poderíamos ajudar essa criança, pois
ainda era um conhecimento novo, tanto para mim como auxiliar quanto para a
professora regente.
O aluno era bem agitado e não atendia comandos, sempre chorava
independente do que estava acontecendo, mas em situações em que ele
queria algo do colega, o choro era mais presente. O aluno ainda usa fralda e
estávamos preocupadas com esse detalhe, pois sabíamos que diante das
condições dele, o desfralde seria quase impossível, ao menos até o momento
em que ele se encontra. Desde os primeiros dias incentivamos ele a sempre
colaborar em sala, mesmo ele não atendendo a nenhum comando, nem
mesmo quando chamávamos o seu nome, ele simplesmente não entendia. Era
sempre um dia muito cansativo e maçante para nós duas, todos os dias a
gente torcia para ele não ir para a aula e quando ele aparecia, sempre
ficávamos com a fisionomia triste e cansada, mas com o passar dos meses
isso foi mudando.
Lá no início do ano, sempre incentivamos todos os alunos a pegar seu
próprio lanche, sua lancheira, sua mochila e caderno, fizemos algumas dessas
coisas com o aluno portador de TEA, mas como ele quase nunca entendia aos
comandos, desistimos de algumas coisas, até a própria mãe, nos avisar sobre
essa “preguiça” dele e dizer que poderíamos ser duras com o filho dela, para
que isso servisse de incentivo. Com relação a pegar a própria mochila, sempre
incentivamos e quando ele aprendeu, foi um momento de muita conquista e
alegria para todas nós, mas nada se compara quando ele pegou a própria
lancheira sozinho, pois foi algo no qual ele nunca entendeu e já tínhamos a
certeza de que ele jamais iria entender. Ficamos muito orgulhosas com esse
avanço dele, foi realmente um momento muito especial, para nós três.
As crianças também contribuíram bastante com a evolução e cuidado
com ele, sempre ajudaram ele em momentos no qual ele precisava, e tiveram
muita inclusão com ele durante as aulas, foram bem receptivos e souberam
lidar super bem com esse aluno.
Já o aluno com TOD, não tem esse cuidado com o aluno que possui
TEA, ele não entende que esse aluno não consegue falar, não interage com os
demais e não consegue fazer certas coisas assim como ele consegue. Esse
aluno é extremamente agressivo, tanto com as palavras quanto em agressão,
tanto que os alunos não querem brincar com ele, ou sentar próximo dele, dividir
os brinquedos, diferente com o primeiro aluno, com ele os alunos agem
diferente, não foram bem receptivos, pelas atitudes dele e por ele não
conseguir entender os combinados da sala de aula.
Com relação a professora e a mim em ajudar o aluno com TOD é uma
relação bem complicada, pois o aluno não obedece os combinados e não sabe
assumir suas responsabilidades, ele acaba fazendo as coisas e culpando os
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colegas que não tiveram culpa, então isso ainda é muito complicado para nós,
porque enquanto um adquirimos paciência e cuidado, o outro não temos tanto
assim pelas atitudes nas quais ele acaba apresentando em sala, tanto com a
gente quanto com os alunos.
https://drive.google.com/drive/folders/1R8Cy5HL7OQ6lRTkpAf2ygUos7ydYSc5
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ARTE OU MEDICINA?
ART OR MEDICINE?1
Marielen Ferreira Colman
1 Este trabalho se refere a matéria se refere ao conteúdo de AE Arte Educação que se deram como
resultado dos temas-AE Introdução-Por uma educação da diversalidade e libertadora até arte, educação
e cultura-Por uma educação do fazer-sendo.
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ainda e muito grande nas escolas e no dia a dia pois somente se tem artes
visuais no ambiente escolar e por fim percebemos que podemos ter uma
grande influencia nas vidas dos alunos pois as artes em dança, teatro ou
música ainda e uma novidade nas escolas. Minha percepção de tudo que
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contei durante ao artigo foi que o pibid ele nos dá um certo norte pra
curso e que eu posso cursar as duas opção que eu escolhi sendo das artes
O Novo Coronavírus
Pedro Vinicius Macedo
Os Avanços Tecnológicos
Com o fechamento das escolas, muitas aulas de artes tiveram que ser
adaptadas para o formato online. No entanto, o ensino remoto pode ser
desafiador para disciplinas artísticas, pois a experiência sensorial e a interação
presencial são elementos fundamentais para o ensino e aprendizado de artes.
Aulas práticas e atividades de performance podem ter sido substituídas por
recursos virtuais, vídeos instrucionais e projetos individuais.
O distanciamento social afetou a criatividade e a expressão artística dos
alunos. O ambiente de aprendizado online limitou as oportunidades de
colaboração e o compartilhamento de ideias. Além disso, o contexto pandêmico
impactou emocionalmente os estudantes, o que pode influenciar sua expressão
artística e o conteúdo de suas criações.
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CURSOS DE DANÇA e TEATRO – LICENCIATURAS
Resumen:
Relato de experiencias personales académicas y de vida, relacionadas con la educación artística,
detonantes emocionales y experiencias personales de aprendizaje infantil y acogida en la universidad
frente a prejuicios en cuanto a edad y cuerpo divergente del ideal.
Palabras clave: experiencia, concepto, acogida.
INTRODUÇÃO
Começo confessando que me sabotei este ano por insegurança, medo do medo
daquilo que não conhecia, além de outras interferências fora dos muros da faculdade.
Enfim, como alguns colegas, não tenho quase nada de experiência em sala de aula, a
não ser como estudante, uma não memorável lembrança em monitoria, e uma
experiência pior ainda como bolsista PIBCEL.
Nas duas experiências observei o quanto é importante existir cumplicidade,
conversa (aliás, muita conversa) entre o orientador e o orientando, para se chegar o mais
próximo da excelência.
Primeiro, farei uma breve (ao menos tentarei) linha do tempo das séries que
teremos que fazer estágio.
Na fase em que a criança está ainda a começar o aprendizado, entre outras coisas
a relevância de atitudes e comportamento de professores que são assimilados pela
criança. Sempre fui considerada uma criança hiperativa, não conseguia ficar até o final
da aula no mesmo lugar, além de estar sempre dispersa, conversando, e uma
impaciência de ter que ficar quieta. Pretendo não fazer com os alunos o que foi feito
comigo, o que condiz com o afirmado por Bessa-Oliveira e parafraseando-o digo que “a
escola é um local que trans-forma (para) a vida”.
Como mãe errei muito, porque a tendência nossa é reproduzir o que nos foi
ensinado e mesmo com pais amorosos e cuidadosos (até as vezes demais), com minha
2 Conteúdo referente a disciplina de Arte, Educação e Cultura – Por uma Educação do Fazer-Sendo
3 Acadêmica da UEMS em Dança
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timidez ao ser chamada a atenção perante os outros me sentia constrangida, o que aliás
ocorre até hoje me causando essa sensação desconfortável. E ao ouvir o relato de uma
colega de sala dando o depoimento de suas experiências, me ativou a memória um
problema passado nesta época de criança; meu cabelo era e é cacheado, sempre com um
liso até o meio do cabelo e seus cachinhos, e que me incomodava porque o cabelo da
minha irmã era liso, e porque o meu não poderia ser? E por passar várias situações
cruéis de crianças fazendo brincadeiras sem graça sobre meu cabelo na época, por ser
muito magra me chamavam de Olívia Palito, boneca de sabugo, até entrar na
adolescência e a modificação do meu corpo, porque comecei a treinar voleibol,
handebol, ginástica de solo e balé.
O meu nunca compreensão do mundo com o meu corpo, agora, com o corpo
mais admirado pela sociedade. Mas o turbilhão de sentimentos, vozes que muitas vezes
só estavam na minha mente, criticada agora por ter um corpo exuberante vamos dizer
assim, e muitos garotos admirá-lo, a inveja causada nas meninas e por não ter
comportamentos convencionais exigidos socialmente.
Na conjuntura da mudança de linha de tempo, após a ditadura para reivindicação
da democracia, onde meninas se formavam, sim, se formavam, mas geralmente esse
diploma era esquecido em algum armário, só servia para constar, então numa classe
média para baixo, o diploma era desnecessário, a moça teria que saber administrar uma
casa, cuidar dos filhos e ter sabedoria e tranquilidade com o relacionamento familiar,
inclusive com seu cônjuge que muitas vezes, a vida inteira foi uma peste como
companheiro, mas, a mulher teria que cuidar dele até o final de sua vida, porque uma
mulher separada, desquitada, divorciada, e até viúva não teria o direito de reconstruir a
sua vida, com um detalhe sórdido, uma mulher separada era vista como uma pessoa de
índole duvidosa (prostituta) e possível pivô de destruição de uma família exemplar. Não
era muito fácil ter ideias, ideias diferentes de outras, quiça de outros.
Mas, eis que chega a democracia e junto com ela a descoberta de não ser filha
legítima e a fase de revolta, passando a ser uma vivente no mundo, curiosa por outras
montanhas além alcançadas pelos meus olhos, e então começo a enveredar pela vida
como hippie e desfazendo conceitos estereotipados pelos então donos de suas salas de
jantar e reaprendendo com meus ídolos (Rita Lee, Baby do Brasil entre outros).
Porém sem perder contato com os ditadores comportamentais, o julgamento de
quem não se reprogramou e que aos olhos da sociedade estava nos padrões
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Além, deste corpo que foi silenciado com momentos não muito lúdicos, e que
agora está se reprogramado para voltar à quase vivência anterior. E a me perguntar se
nem fui tão boa como mãe, como ser uma professora que possa fazer a diferença na vida
de tantos filhos fora da barriga, da barriga de outras?
Mas, então esses depoimentos de colegas começou a me fazer repensar de como
não posso me cobrar tanto sem ser relaxada, e como afirmado por SILVA et al (2005),
“As disciplinas acadêmicas frequentemente descontextualizam tanto seus métodos
quanto seus objetos de estudo:”, querendo dizer que uma certa flexibilização é
necessária para adequação para repassar o conhecimento, não é algo engessado e
padronizado, é adaptável.
Voltando a falar sobre a experiência como bolsista, ao final de tantos
desencontros e estresse conseguimos nos afinar, chegamos ao denominador comum, que
me fez ver que a prática foi mais leve do que o teórico. Se pretendo outra bolsa? No
momento ainda não, pois prefiro manter a minha própria ética intacta. Neste projeto
foram crianças com idades abaixo de 6 anos, e como elas são receptivas e verdadeiras e
que deveríamos deixar de matar a liberdade das crianças a cada série. E sim, deixar a
personalidade delas, e a inteligência delas sem padronização, mas a liberação para que
sejam como elas desejam ser/estar.
Me frustrei na aula de circo, porque gostaria muito de ter feito cambalhotas,
andar de perna de pau, mas, a interferência de uma memória não muito legal, em que ao
voltar a fazer exercício meu braço (mais pontualmente a clavícula), por ela ter saído do
lugar e aquilo me causou um constrangimento, porque nessa hora dos olhares de pena, a
olhares recriminando devido a atrapalhar a aula, e nisto nunca mais voltar a este local,
na hora em que a colega nos pediu para fazermos esse exercício, me afetou e não
consegui fazê-lo, até me trazendo uma forte vontade de chorar. Esses gatilhos são
horríveis, mas, me fez pensar o quanto terei que ter essa sensibilidade ao montar e
aplicar um plano de aula.
Aprendi com minha filha, com o professor Bessa, a mais uma vez repensar em
tudo que até então tinham-me passado como o certo. Sei que enquanto for viva eu tenho
que ter a disponibilidade de me reprogramar ouvindo futuramente aqueles que estão em
sala de aula, a saber que o sistema de ensino de imposição não é mais vigente, e que
tenho que me integrar com a BNCC e REMA, sem ser engessada, e estar com vontade
de ter trocas de aprendizados.
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CURSOS DE DANÇA e TEATRO – LICENCIATURAS
Nós somos assim, mutantes. Faltam também políticas públicas para organizarmos e
protegermos os diferentes, na verdade faltam políticas públicas para tudo. Em
decorrência de a política virar uma vergonha nacional uma geração preferiu se alienar,
por achar que era uma luta, não dele ou que tem "haver" com isso, mesmo que esse faça
parte de algum dos grupos de lutas e de sobrevivência, o fato de muitas vezes nos
negarmos como povo brasileiro e nossas origens para sermos parecidos com os povos
europeus já é um aborto espontâneo ou uma forma de nós anularmos, pois nos tolheram
em sermos e nos passaram e enfiaram goela abaixo a cultura, pensamento, crença,
educação entre mais, a cultura do outro, esta na hora de nós livrarmos das amarras, das
comparações e ser e ter nossa cultura, resgatar o que nos foi roubado em nossa história,
em nossos corpos e assim sem armas, mas com argumentos e contra argumentos com
embassamento histórico reais, pesquisas científicas aprofundadas, nos unirmos na luta
de corpos diferentes, culturas diferentes, seres diferentes, deixarmos de sermos lutas
individuais e sermos no coletivo, seja como educadores, artistas e pesquisadores para
assim quem sabe nos livrarmos do que nos foi imposto e resgatarmos o que somos
sendo nós mesmos
BESSA-OLIVEIRA, Marcos Antônio. Ensino de Arte X Estudos Culturais: para além dos
muros da escola. São Carlos, SP: Pedro & João Editores, 2010.
COLI, Jorge. O que é Arte. 15ª ed. São Paulo: Ed Brasiliense, 1995.
MÜLLER, Regina P. Revista de Antropologia vol. 43 São Paulo, 2000/ Noverre: Cartas
Sobre a Dança. Disponível em [1]
https://doceru.com/doc/vseese
Livro o corpo tem suas razoes
MAMEDIO, Marcos Vinicius., MARQUES, Anny Priscilla. (2020). AS NOVAS
ADAPTAÇÕES PARA O ESTÁGIO EM ARTES CÊNICAS NO ENSINO
REMOTO DURANTE A PANDEMIA. Aqui Jaz o Último Ato: 3º Cine-Fórum da
Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, pg 490-498.