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SUMÁRIO
1 BACTERIOLOGIA 3
2 MICROBIOLOGIA ESPECIAL - BACTERIOLOGIA 5
3 FISIOLOGIA BACTERIANA / NUTRIÇÃO BACTERIANA 7
4 CONJUGAÇÃO BACTERIANA 9
5 ANTIBIOGRAMA 12
6 PRECAUÇÕES E CUIDADOS ESPECIAIS 19
7 BACILOS GRAM-POSITIVOS 20
8 IDENTIFICAÇÃO DE ENTEROBACTÉRIAS 28
9 COLORAÇÃO DE ZIEHL-NEELSEN 32
10 DIAGNÓSTICOS LABORATORIAIS 34
11 EXAME DE URINA 43
12 INFECÇÕES DE OSSOS E ARTICULAÇÕES 49
13 INFECÇÕES DA PELE E TECIDO SUBCUTÂNEO 51
14 INFECÇÕES INTESTINAIS 68
15 PRINCIPAIS CAUSAS INFECCIOSAS DE DESINTERIA 71
16 RELATÓRIO DE RESULTADOS 82
17 INFECÇÕES ABDOMINAIS 83
18 INFECÇÕES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL 86
19 DADOS EPIDEMIOLÓGICOS E ETIOLOGIA DE PROCESSOS
INFECCIOSOS DO SNC
89
20 INFECÇÕES SISTÊMICAS 97
21 DIAGNÓSTICO EM HEMOCULTURAS 101
22 INFECÇÕES GENITAIS 106
23 INFECÇÕES DO TRATO RESPIRATÓRIO SUPERIOR 121
24 INFECÇÕES DO TRATO RESPIRATÓRIO INFERIOR 125
25 PNEUMONIA HOSPITALAR 128
26 PACIENTES NEUTROPÊNICOS E IMUNOSSUPRIMIDOS 139
BIBLIOGRAFIA 142
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1 BACTERIOLOGIA
Fonte: www.laced.com.py
História
Somente no século XIX, após muitas doenças disseminadas sem
conhecimento, as bactérias começaram a ser profundamente estudadas. Entre os
mais importantes bacteriologistas, podemos citar os dessa época, Robert Koch e Louis
Pasteur, pois fizeram muitos estudos importantes para a medicina atual em torno da
ação nociva das bactérias e das formas de combate a elas.
O que estuda?
As principais áreas e temas estudados por essa área quanto às bactérias são
a taxonomia, ou seja, a classificação destes seres; a sistemática, que descreve as
relações entre os organismos e a biodiversidade; morfologia, que estuda as formas
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ou partes das bactérias; bioquímica, que envolve estudos relacionados aos processos
químicos das bactérias; o estudo destes seres para a produção de medicamentos, as
propriedades nocivas das bactérias, além de sua genética de suas diversas espécies.
Tipos de bactérias
Pertencentes ao Reino Monera, as bactérias podem ser divididas em três tipos
principais:
● Tiobactérias ou sulfobactérias, que utilizam compostos à base de
enxofre para que sua síntese de compostos orgânicos seja possível;
Doenças comuns
As doenças mais conhecidas que são causadas por bactérias são o botulismo,
causado pela Clostridium botulinum, a bronquite, causada pelos pneumococos, e o
Cancro mole, DST causada pela Haemophilus ducreyi.
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Fonte:caisdamemoria.files.wordpress.com
Coloração de Gram.
Observações das principais formas e estruturas bacterianas.
A coloração de Gram recebeu este nome em homenagem a seu descobridor, o
médico dinamarquês Hans Cristian Joaquim Gram. Em 1884, Gram observou que as
bactérias adquiriram cores diferentes, quando tratadas com diferentes corantes. Isso
permitiu classificá-las em dois grupos distintos: as que ficavam roxas, que foram
chamadas de Gram-positivas, e as que ficavam vermelhas, chamadas de Gram-
negativas. Após descrição do método, inúmeras propostas de modificação foram
feitas.
O método tintorial predominante utilizado em bacteriologia é o método de Gram.
A bacterioscopia, após coloração pelo método de Gram com diagnóstico presuntivo,
de triagem, ou até mesmo confirmatório em alguns casos, constituindo-se uma peça
importante e fundamental. Essa técnica é simples, rápida e tem capacidade de
resolução, permitindo o correto diagnóstico em cerca de 80% dos pacientes em caráter
de pronto atendimento em nível local.
Os custos com investimento e manutenção são consideravelmente baixos
diante da eficácia alcançada com os resultados imediatos dos testes. Essa técnica
requer instalação simples, necessitando apenas de uma sala pequena com
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disponibilidade de água e gás, onde deverá ser instalado um balcão com pia e um bico
de Bunsen, eventualmente substituído por uma lamparina ou espiriteira. São ainda
necessários: microscópio com objetiva de imersão e bateria para a coloração de Gram.
Os corantes devem ser preparados pelo próprio laboratório ou por um laboratório
habitado que assegure a qualidade do produto. Finalmente, e mais importante, são
necessários técnicos de laboratório treinados, responsáveis e conscientes do valor do
seu trabalho.
Princípio
Nas bactérias Gram-positivas a parede celular é formada principalmente por
ácidos teicóicos e nas bactérias Gram-negativas, é formada principalmente por
lipídeos. Por possuírem grande quantidade de ácidos teicóicos, após a coloração, as
Gram-positivas formam um complexo corado azul intenso, que não é removido
facilmente com álcool-acetona. As Gram-negativas não retêm a coloração após o
tratamento com álcool-acetona e são reveladas posteriormente com solução de
fucsina ou safranina, apresentando-se na coloração avermelhada.
Variações
A técnica de coloração de Gram geralmente respeita um protocolo de ações
que a padroniza. Contudo, há variantes nesse procedimento relacionadas aos tempos
de execução da coloração e à utilização de lavagem com água em dadas etapas que
podem ou não interferir na visualização das estruturas coradas.
Como exemplo, o método original utiliza violeta-de-genciana. Hoje se utiliza um
outro tipo de cristal violeta, a violeta-de-metila. É importante ressaltar que a solução
de violeta-de-metila, em sua preparação, já contém fixador químico. Entretanto, a
modificação mais importante foi a do corante secundário, também chamado de corante
de fundo. A fucsina fenicada de Gram foi substituída pela safranina baseado no
espectro de cores, já que esta última se mantém mais distante da violeta no espectro
de cor, diferenciando com maior nitidez as bactérias Gram-negativas.
Procedimento
1. Cubra o esfregaço com cristal violeta e deixe por aproximadamente 1 minuto;
2. Escorra o corante e lave em um filete de água corrente;
3. Cubra a lâmina com lugol e deixe agir por aproximadamente 1 minuto;
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Fonte:ebon.maszbiznes.info
Objetivo
Avaliar o crescimento de algumas bactérias em diferentes meios de cultura para
analisar as exigências nutricionais das bactérias e empregar um meio indicador para
determinar a capacidade de fermentação da lactose.
Material
● 3 tubos de ensaio contendo culturas bacterianas de: Escherichia coli K12
(linhagem J53 e linhagem BB) e Salmonella dublin.
● Três tubos de ensaio com meios de cultura: (a) meio mínimo sem adição de
leucina;
(b) meio mínimo com adição de leucina; (c) meio rico feito com extrato de levedura.
● Placa com ágar MacConkey acrescida de lactose.
● Alças para inoculação.
Procedimento
1. Flambar a alça de platina e efetuar a coleta de uma amostra (uma alçada) para
cada um dos tubos com meios diferenciais. Repetir o procedimento com as outras 2
bactérias.
Resultados
1. Anotar o crescimento de cada uma das bactérias fornecidas nos três meios de
cultura líquidos.
2. Verificar a coloração das colônias cultivadas nas placas de ágar MacConkey.
4 CONJUGAÇÃO BACTERIANA
Fonte: canaldescubra.files.wordpress.com
+ -
A célula F , após contato com células F , transfere para esta última, em alta
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+
frequência, uma réplica do plasmídio F, tornando-a F . Por outro lado, a linhagem Hfr
Objetivo
Material
1. Linhagens:
r)
1.1 Doadora: Linhagem de Salmonella typhimurium MG031 (lac-, Teto .
r
1.2 Receptora: Linhagem de Escherichia coli K12 (lac+, nal ). O fenótipo de
2. Antibióticos
3 Procedimento
Dia anterior:
1. Fazer os pré-inóculos das linhagens doadoras e receptoras em 4,0ml de
meio TSB mais antibióticos. Incubar à temperatura de 37°C por uma noite.
Dia 1:
Lavar as culturas com salina para remover os antibióticos. Ressuspender as
células em TSB;
Semear as culturas de K12 e MG031 nos espaços destinados em meio sólido
Mac Conkey contendo os diversos antibióticos (conforme indicado abaixo);
3. Adicionar em um tubo de ensaio contendo 1,0ml de TSB as seguintes
culturas:
1,0 ml da linhagem S. typhimurium MG031 (doadora) e
1,0 ml da linhagem E. coli K12 (receptora)
4. Agitar bem e incubar por 1 hora sem agitação à temperatura de 37°C;
5. Semear a mistura de conjugação em meio sólido Mac Conkey contendo os
diversos antibióticos (conforme a figura acima);
6. Incubar em estufa à temperatura de 37°C por 16-24 horas (durante uma
noite).
MacConkey com
tetraciclina e ácido
nalidíxico
● - Crescimento: R - presença de colônias / S - ausência de colônias.
** - fermentação da lactose: Lac+ - colônia vermelha / Lac- - colônia branca.
5 ANTIBIOGRAMA
Fonte: www.las.org.br
Definição
Introdução
Amostra
Tipo de amostra
Colônias puras de bactérias gram-positivas ou gram-negativas. Colônias
provenientes de cultivo bacteriano recente de 18 a 24 horas, isoladas a partir de meios
de cultura não seletivos.
Armazenamento e estabilidade
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A- Princípio da técnica
O procedimento consiste no preparo de uma suspensão de bactérias de cultivo
recente, inoculação desta suspensão na superfície de uma placa de Agar Mueller
Hinton, e adição dos discos de papel impregnados com antimicrobianos. Após a
incubação em estufa, é analisado o padrão de crescimento ou inibição ao redor de
cada disco, sendo então medido o tamanho de cada halo e o resultado pesquisado
em tabelas apropriadas segundo a espécie bacteriana em análise.
B- Reagentes
Fonte: Laborclin
C- Armazenamento e estabilidade
Os monodiscos e multidiscos podem permanecer em temperatura ambiente por um
prazo máximo de 3 dias para fins de transporte. No laboratório ao se receber o
material, colocar imediatamente nas condições indicadas de armazenamento, em
geladeira (2-8 °C) ou freezer (abaixo de -10 °C), condição em que não ocorrendo
Procedimento Técnico
Fonte: Laborclin
Fonte: Laborclin
Fonte: Laborclin
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Fonte: Laborclin
7 BACILOS GRAM-POSITIVOS
Fonte:www.ipn.mx
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especiais, ou até mesmo com azul de metileno, e se coram em vermelho, daí o nome
derivado de metacromasia. A bactéria não é invasora, e a lesão que é caracterizada
por uma pseudomembrana fica, geralmente, restrita ao trato aéreo superior, a partir
de onde a toxina invade a corrente circulatória causando lesões graves em vários
órgãos, em especial coração (miocardite), rins e nervos (neurite).
No gênero Bacillus, encontramos várias bactérias que têm como habitat o solo,
o ar e a água. Entre os patogênicos para os animais e para o homem se destaca o B.
anthracis causador no gado do carbúnculo hemático e, no homem do antrax, ou
anthrax (antraz não é a denominação correta). A importância deste agente aumentou
consideravelmente nos dias atuais, devido às ameaças do bioterrorismo. Outra
bactéria do gênero que pode causar intoxicações alimentares no homem é o B.
cereus. A maioria dos bacilos cresce rapidamente em meios simples formando
colônias grandes em meio sólido. Geralmente, quando se observam as bactérias
coradas pelo método de Gram, é possível visualizar-se estruturas intracelulares
arredondadas que não se coram correspondentes aos esporos.
Material
Procedimento
3. Semear como indicado pelo professor os meios de tioglicolato, com cada uma
das 3 bactérias (Cl. perfringens, P. aeruginosa e. coli).
Princípio do teste
Material requerido
Reagentes
Ágar sangue
ATCC Staphylococcus aureus
Água oxigenada
Plasma citratado
Colônias do microrganismo
Solução fisiológica estéril
Bacitracina
Optoquina
Novobiocina
Procedimento detalhado
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Prova da catalase
Com a alça bacteriológica ou canudo coleta-se o centro de uma colônia suspeita
e esfrega-se em uma lâmina de vidro. Colocar sobre este esfregaço uma gota de água
oxigenada a 3% e observar a formação de bolhas (como descrito no pop da catalase).
Para os Staphylococcus esta prova é positiva, enquanto para os Streptococcus
é negativa.
Staphylococcus epidermidis
Causador de infecções de cateteres e próteses e o mais frequente
microrganismo encontrado em hemoculturas.
Staphylococcus saprophyticus
Causador de infecção urinária em mulheres jovens.
Staphylococcus haemolyticus
Importante devido à resistência aumentada aos antimicrobianos, e por ser
comumente confundido com o S. aureus, pois apresenta hemólise na placa de ágar
sangue de carneiro.
Teste da Bacitracina
É importante notar que as identificações devem ser feitas em ágar sangue sem
tensão de CO2 ou os resultados podem ser conflitantes.
8 IDENTIFICAÇÃO DE ENTEROBACTÉRIA
Fonte: 4.bp.blogspot.coms1600
Material
Para cada grupo:
1. Uma cultura pura para (Culturas 1, 2, 3 ou 4) em placa contendo meio sólido
MacConkey (haverá: E. coli, Salmonella sp, Shigella sp e Proteus sp);
2. Série Bioquímica (EPM, MILi, CITRATO );
3. Alças e agulhas.
Procedimento
1. Leitura da placa de MacConkey. Anotar morfologia e fermentação da lactose (+ ou
-);
2. Com a agulha, tocar a colônia bacteriana isolada e inocular na série
bioquímica: meios EPM, MILi e citrato. Incubar a 37oC por 24horas;
3. Leitura das séries Bioquímicas e identificação dos microrganismos,
conforme TABELA abaixo.
b) H2S
Prova positiva: base preta.
Prova negativa: base amarela, azul ou inalterada.
c) UREASE
Prova positiva: base azul.
Prova negativa: base amarela ou inalterada.
d) TRIPTOFANO DESAMINASE
Prova positiva: superfície verde escuro.
Prova negativa: superfície azulada, amarela ou inalterada.
Klebsiella pneumoniae + + - + - - - + +
Enterobacter cloacae + + - - /+ - + - - /+ +
Citrobacter freundii - /+ + - /+ - /+ - + -/+ - +
Arizona + + + - - + - + +
Shigella sp - - - - - - - /+ - -
Edwardsiella tarda - + - /+ - - + + + -
Salmonella sp - + + - - + - + +
Serratia marcescens - + - - /+ - + - + +
Proteus mirabilis - + -/+ + + + - /+ - - /+
Providencia rettgeri - + - - + + + - +
Yersinia enterocolitica - - - + - - /+ /+ - - /+
Procedimento
1.Com o auxílio de uma alça, colocar um pouco de uma das suspensões bacteriana
formalizadas sobre uma lâmina limpa e desengordurada. Sobre esta suspensão
colocada na lâmina, pingar uma gota de um dos antissoros específicos e
homogeneizar com o auxílio de um palito estéril. Em outra região da mesma lâmina,
colocar a suspensão como descrito acima e, ao invés de antissoro, pingar uma gota
de solução fisiológica estéril. Repetir a mesma conduta com o outro antissoro
recebido.
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9 COLORAÇÃO DE ZIEHL-NEELSEN
Fonte: www.uff.br
Material
1. Lâminas sabidamente positivas para BAAR (M. tuberculosis) para serem coradas
pelo método de Ziehl-Neelsen (vide método abaixo).
2. Várias culturas de BAAR, em especial M. tuberculosis, e algumas microbactérias
oportunistas. Bactérias com pigmentação como: M. kansasii, M. gordonae; e, outras
não cromogênicas como: M. avium e/ou M. intracellulare;
3. Bateria de corante para coloração de Ziehl-Neelsen.
Procedimento
1. Esfregaço, já fixado, de secreção pulmonar (escarro);
2. Realizar a coloração pela técnica de Ziehl-Neelsen para observar os BAAR;
3. Coloração de Ziehl Neelsen:
a) Cobrir os esfregaço com fucsina de Ziehl. Aquecer até a emissão de vapores
(Não deixar o corante secar). Esperar 5 minutos;
b) Lavar com água corrente;
c) Descorar com álcool (97%), ácido clorídrico (1%);
d) Lavar em água corrente;
e) Corar com azul de metileno por 1 minuto;
f) Lavar e secar;
g) Observar ao microscópio as lâminas coradas;
h) Como se apresentam os BAAR.
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10 DIAGNÓSTICOS LABORATORIAIS
Fonte: www.estudopratico.com.br
Introdução
Na infância, as infecções do trato urinário (ITUs) podem ser encontradas em
qualquer idade, podendo ter início no período neonatal. A incidência de infecções do
trato urinário em lactantes, até seis meses, é de 2 casos por 1.000 nascidos vivos.
Muitas vezes ocorrem bacteremias. Durante o período pré-escolar as infecções do
trato urinário são mais comuns no sexo feminino. Quando ocorre em meninos,
habitualmente está associada a anomalias congênitas. As ITUs na infância,
principalmente nas meninas, comumente são assintomáticas e podem ser
recidivantes.
Na idade adulta, a prevalência de bacteriúria aumenta na população feminina.
A prevalência de ITUs em mulheres jovens não grávidas é de aproximadamente 1 a
3%. Estima-se que cerca de 10 a 20% da população feminina apresenta, pelo menos,
uma ITU em algum momento da vida. A relação sexual e o uso de diafragma são
fatores de risco para ITU.
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Quadro clínico
A infecção do trato urinário pode afetar apenas o trato urinário inferior ou o trato
urinário superior, comprometendo um dos rins. O termo cistite tem sido utilizado para
descrever uma síndrome que compreende: disúria, polaciúria, dificuldade de micção
e, ocasionalmente, dor à palpação da região supra púbica. Entretanto, estes sintomas
também podem estar associados à inflamação do trato urinário inferior, produzidos por
uretrites, como a gonorreia ou a infecção por clamídias. A pielonefrite aguda é uma
síndrome clínica que envolve o rim, caracterizada por dor e/ou sensibilidade à
palpação no flanco, febre e frequentemente bacteriúria, sendo que, por vezes, ocorre
disúria, polaciúria, dificuldade à micção e elevação das proteínas de fase aguda.
Entretanto, 10 a 20% das infecções do trato urinário não podem ser classificadas como
inferiores ou superiores.
Bacteriúria assintomática
A bacteriúria assintomática é frequentemente identificada em exames de
triagem, pois não é acompanhada da sintomatologia comum à cistite ou à pielonefrite.
A definição de bacteriúria assintomática para homens sem uso de cateter vesical
corresponde ao isolamento bacteriano quantitativo em uma única amostra de urina,
colhida de forma adequada, de ≥ 105 UFC/mL. No caso de uso de cateter vesical, o
isolamento em uma única amostra valores ≥ 102 UFC/mL define bacteriúria
assintomática. Para mulheres, são necessárias duas amostras de urina com
isolamento bacteriano ≥ 105 UFC/mL.
Recidiva: recaída ou reinfecção?
As infecções do trato urinário podem ser recidivantes. Nestes casos, é
importante diferenciar se estamos diante de uma recaída ou uma reinfecção. A recaída
de uma infecção se refere ao isolamento do mesmo microrganismo que estava
presente antes de iniciar o tratamento. Esta situação frequentemente está associada
à falha da terapêutica antimicrobiana, devido à resistência ou à dificuldade de
penetração do antimicrobiano no foco de infecção.
A reinfecção é uma infecção por um microrganismo diferente do inicial. É, de
fato, uma nova infecção. Ocasionalmente, pode ocorrer reinfecção com o mesmo
microrganismo, que pode ter persistido, principalmente na vagina.
O termo pielonefrite crônica geralmente refere-se a alterações patológicas
dos rins decorrentes de infecções de repetição ou recidivas. Entretanto, diversas
entidades podem determinar alterações renais crônicas, como a nefropatia por anti-
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Virulência do microrganismo
▪ Aderência às células uroepiteliais e vaginais
▪ Resistência à atividade bactericida do soro
▪ Produção de hemolisina e fator citotóxico necrotizante tipo i.
Nos pacientes com cateterismo vesical, os microrganismos atingem a bexiga
através de três caminhos:
-no momento da inserção do cateter
-através da luz do cateter
-através da interface mucosa-cateter
Por outro lado, os fatores envolvidos na fisiopatogênese das infecções urinárias
associadas ao uso de cateteres vesicais são:
-fenômenos inflamatórios locais (corpo estranho).
-eliminação dos mecanismos habituais de defesa (esvaziamento incompleto da
bexiga, alterações da imunidade local, via aberta de passagem até a bexiga).
-obstrução mecânica das glândulas periuretrais (facilitando quadros de uretrites
e epididimites). Nos pacientes com prostatite ou epididimite, os microrganismos
atuam, principalmente, através do refluxo da urina infectada nos ductos prostáticos e
ejaculatórios.
Diagnóstico
O termo bacteriúria refere-se à presença de bactérias na urina, sem invasão
tecidual. Na ITU ocorre invasão tecidual por estes microrganismos, causando
inflamação local, que gera sinais e sintomas característicos desta infecção. O
urinário. Cerca de 80% das ITUs hospitalares são associadas ao uso de cateter vesical
e 5 a 10% a outras manipulações do trato urinário. Aproximadamente 10% dos
pacientes são cateterizados durante internação hospitalar, com duração média de 4
dias. Entre 10 a 20% dos pacientes cateterizados desenvolvem bacteriúria e 2 a 6 %
desenvolvem sintomas de ITU. Sondagem urinária por período superior a sete dias é
associada ao desenvolvimento de ITU em até 25% dos pacientes, com risco diário de
5%.
Os exames complementares que podem ser úteis para o diagnóstico de ITU
incluem: (1) Urina rotina, (2) Urocultura (Exame definidor do diagnóstico), (3)
Adultos com ITU baixa, limitada a uretra e bexiga, geralmente apresentam disúria
frequente, urgência miccional e ocasionalmente dor na região particularmente
pielonefrite, são frequentemente acompanhadas pelos mesmos sintomas das
infecções baixas, além supra púbica. As ITUs altas, particularmente pielonefrite, são
frequentemente acompanhadas pelos mesmos sintomas das infecções baixas, além
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S.
saprophyticus,
Enterococcus
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Disúria e frequência
Cistite Pielonefrite Escherischia coli e outras ≥ 10
urinária na presença
Infecção Hospitalar do ato Urinário
enterobactérias
de SVD pode P. aeruginosa
ser Acinetobacter spp.,
assintomático Enterococos
Cândida albicans, C.
glabrata e Cândida spp.
Staphylococcus coag.
Neg
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11 EXAME DE URINA
Metodologia
● Exame físico
● Análise visual (cor e aspecto)
● Exame do sedimento
● Microscopia direta
● Citometria de fluxo
● Exame químico
● Leitura de tiras (visual e refletometria)
Interpretação
Características físicas
● Aspecto e cor
A cor normal da urina provém da presença de urocromos (que são pigmentos
excretados na urina), concentração e pH. A cor ou o aspecto anormais da urina podem
ser explicados por diversas condições.
● Densidade
Características químicas
pH- O pH urinário pode variar de 4,5 a 7,8
mioglobinúria.
Falso-positivo: fenazopiridina ou contaminação bacteriana na amostra.
Falso-negativo: infecção por Enterococcus, Streptococcus faecalis, Neisseria
gonorrhoeae, Mycobacterium tuberculosis ou outros microorganismos que não
convertem nitrato em nitrito, ácido ascórbico, armazenamento na bexiga por tempo
insuficiente previamente à coleta (< 4 h).
Sedimento urinário
Cilindros
São precipitados proteicos moldados na luz do túbulo, podendo conter ou não
inclusões de células, de bactérias e de lipoides.
Na maioria dos casos, não são detectados no sedimento urinário normal, e,
portanto, sua presença geralmente indica doença renal intrínseca.
Urocultura
Indicações: Diagnóstico laboratorial de infecção urinária inferior e/ou superior.
Definição da etiologia da infecção e realização do teste de sensibilidade aos
antibióticos com subsídio para a conduta terapêutica.
Controle pós-tratamento antibiótico.
Método do exame
Material biológico: Amostra de jato médio de urina coletada assepticamente:
após a higiene da região genital, desprezar-se o 1º jato de urina e coletar-se o jato
médio em frasco estéril.
Interpretação
O crescimento de 105 UFC (unidades formadoras de colônia) por mililitro de
urina coletada assepticamente sugere a presença de infecção do trato urinário, desde
que acompanhado por achados clínicos e/ou laboratoriais (exame qualitativo ou
comum de urina- EQU) que corroborem o diagnóstico. O mesmo resultado possui uma
alta especificidade para o diagnóstico etiológico da infecção.
Lembretes
Infecções do trato urinário adquiridas na comunidade têm como principais
agentes etiológicos: Escherichia coli, Staphilococcus saprophyticus, Proteus spp.,
Klebsiella spp. e Enterococcus faecalis, sendo a E. coli a responsável por mais de
85% das infecções comunitárias. No entanto, quando as infecções são adquiridas no
Dosagem de proteinúria
Indicações: Avaliação de doença renal na população em geral e principalmente
em populações de risco para nefropatia, como indivíduos diabéticos, hipertensos, com
doença vascular ou com doença vascular ou com histórico familiar de doença renal. O
método semiquantitativo da fita reagente, utilizado no exame qualitativo de urina
(EQU), é o mais utilizado para fins de triagem.
Método do exame
Material biológico:
Metodologia
● Fita reagente (multisticks): reação colorimétrica entre a albumina e o
tetrabromofenol azul, produzindo uma coloração tanto mais intensa quanto
maior for a concentração de proteínas urinárias. Detecta apenas a perda de
proteínas à custa de albumina.
● Método turbidimétrico (teste do ácido sulfossalicílico): reação das proteínas
presentes na amostra com ácido sulfossalicílico. Quantifica a proteinúria entre
0 e 4+, conforme o grau de turbidez da amostra. Esse exame detecta todos os
tipos de proteínas, inclusive as de cadeias leves.
● Dosagem de proteína ou albumina: emprega o método de nefelometria.
● Dosagem de creatinina: frequentemente realizada pelo método de Jaffé.
Tabela 1
Classificação da proteinúria conforme o método utilizado
Normal Microalbuminúria Albuminúria Proteinúria
Fita reagente Negativo Negativo (1+ a 4+) * (1+ a 4+)
Amostra isolada < 20 mg/g 30 a 300 mg/g > 300 mg/g > 200 a 300 mg/g
Urina de 24 h 15-150 30 a 300 mg/dia > 300 mg/dia > 150 mg/dia
mg/dia
*Deve-se utilizar fita específica para medir albumina
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Fonte: www.fcnoticias.com.br
Introdução
Contraindicações:
Absoluta: infecções de partes moles no sítio da punção; risco de
introdução de germe na cavidade sinovial e indução de artrite séptica.
Metodologia:
● Avaliação macroscópica.
● Microscopia óptica simples e com luz polarizada.
● Contagem de células e diferencial (Wright)
● Gram e cultura (ágar chocolate sem preservantes)
Testes especiais
Suspeita de ombro de Milaukee: pesquisa de cristais de hidroxipatita com
vermelho de alizarina.
Fonte:www.brasilblogado.com
Introdução
A pele é o órgão mais acessível do corpo, um dos mais facilmente
traumatizável e sujeito à infecção, sendo composta de duas camadas. Uma
superficial denominada epiderme e a outra mais profunda denominada
derme. Os folículos pilosos, as glândulas sebáceas e as glândulas
sudoríparas abrem-se para a superfície cutânea. Abaixo da derme está a
camada subcutânea adiposa, sob a qual localiza-se a fina membrana fascial
que recobre os músculos, ligamentos e outros tecidos conjuntivos. O plano
fascial cria espaço em várias partes do corpo, incluindo a cabeça, o pescoço,
dedos, mãos e pés. A fáscia é uma barreira que determina a extensão por
onde a infecção pode se disseminar, mas pode também criar desafios
terapêuticos devido à sua impermeabilidade, tendo de ser tratada
cirurgicamente.
Impetigo
É uma infecção cutânea intraepidérmica superficial que produz lesões
eritematosas, podendo ser acompanhados de lesões pustulares ou bolhosas.
O impetígo não bolhoso é normalmente causado por Streptococcus
pyogenes, beta hemolítico do grupo A, enquanto que Staphylococcus aureus
tem sido associado com a doença na forma bolhosa.
Erisipela e celulite
Diagnóstico Laboratorial
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Foliculite
Diagnóstico Laboratorial
Furunculose e Carbúnculo
Paroníquia
É uma infecção superficial na prega da unha que pode ser aguda ou crônica.
As infecções agudas são devidas a Staphylococcus aureus, que poderá ser cultivado
de drenagem purulenta.
Tratamento com compressas quentes são geralmente adequadas, embora a
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Diagnóstico Laboratorial
Micoses superficiais Candida spp., Epidermophyton KOH 10%, Ágar Sabouraud, Dextrose
spp., Microsporum spp. + cloranfenicol e cicloheximida
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Fístulas
Diagnóstico Laboratorial
Diagnóstico de Fístulas
Queimados
Diagnóstico Laboratorial
Diagnóstico Laboratorial
Infecções complicadas
Diagnóstico Laboratorial
Diagnóstico Laboratorial
A cultura de mordedura recente não está indicada, pois o seu resultado não tem
aplicação clínica. O melhor material para cultura é geralmente o pus aspirado da
14 INFECÇÕES INTESTINAIS
Introdução
Evacuação
- Desinteria bacilar: Shigella spp., E. coli (EIEC)
acompanhada de
- Campylobacter jejuni
tenesmo, sangue, muco - Desinteria amebiana: Entamoeba histolytica
e dor - Outros protozoários: Balantidium coli, Giardia lamblia
-Parasitas: Schistosoma mansoni, Strongyloides stercoralis,
Trichinella spiralis, Cyclospora spp., Microsporidium spp.
- Vibrio cholerae e Vibrio parahaemolyticus
- Febre tifóide: Salmonella typhi e outras Salmoneloses
- Yersiniose - Yersinia enterocolítica
-Proctite gonorreica, sifilítica, por Chlamydia e herpética
Diarréia
-Intoxicação alimentar por Staphylococcus aureus, Bacillus
cereus, Clostridium perfringens, Clostridium botulinum
- E. coli enterotoxigenica (ETEC)
- E. coli enterohemorrágica (EHEC)
- E. coli enteropatogênica (EPEC)
- E. coli entero-agregativa (EaggEC)
- E. coli difusamente aderente (DAEC)
-Enterocolite necrotizante do recém-nascido, enterocolite
pseudomembranosa (Clostridium difficile), diverticulite, tiflite ou
enterocolite do neutropênico/ imunossuprimido
- Helicobacter pylori
- Rotavirus
- Norwalk vírus
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Escherichia coli
Idade do paciente
Principais sintomas: diarreia, presença de sangue, pus ou muco, tenesmo, dor
abdominal, frequência e volume das evacuações, febre, quadro simultâneo em outras
pessoas do convívio.
É imunossuprimido? Diarreia após uso de antibióticos? etc.
Pedido específico quando suspeitar de agentes como cólera e campylobacter.
No exame proto-parasitológico é necessário especificar a pesquisa de
Cryptosporidium spp. e Isospora belli.
Bactérias
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Parasitas
Diagnóstico Laboratorial
Meios de transporte
▪ Ágar Mac Conkey e Ágar Eosin Metilene Blue (EMB) são meios diferenciais,
mas não seletivos entre os Gram negativos entéricos.
▪ Ágar verde brilhante (VB) é seletivo para Salmonella sp, mas não é indicado
para Salmonella typhi e S. paratyphi.
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Caldos de enriquecimento:
16 RELATÓRIO DE RESULTADOS
17 INFECÇÕES ABDOMINAIS
-Meios de cultura para bactérias aeróbias: Ágar sangue, Ágar Mac Conkey -
incubar a 35ºC durante 18 a 24 horas, verificar crescimento bacteriano em ambas as
placas; se negativo, incubar mais 24 hs; se positivo, identificar o(s) microrganismo(s).
INTRODUÇÃO
▪ Meningite aguda
▪ Meningite crônica
▪ Encefalite, mielite e neurite
▪ Abscesso cerebral
▪ Empiema subdural, abscesso epidural e flebite intracraniana supurativa
▪ Infecções associadas a procedimentos invasivos e dispositivos implantados no SNC
▪ Bactérias
▪ Vírus
▪ Fungos
▪ Protozoários
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Enterobactérias 23-33%
Fungos 10-15%
S. pneumoniae <1%
H. influenzae <1%
Idade
▪ 0 a 4 semanas - E. coli, S. agalactiae (grupo B), L. monocytogenes, Klebsiella
pneumoniae, Enterococcus spp. e Herpes simplex vírus 2
Infecção Hospitalar
Inundações Leptospirose
Diagnóstico laboratorial
50% para Listeria monocytogenes e 50% para outros Gram negativos. A coloração de
Gram não cora bactérias como os micoplasmas e, evidentemente, não detecta os
vírus.
▪ Teste do Limulus pode ser utilizado para detectar endotoxina de bactérias Gram
negativas, tendo alta sensibilidade e especificidade para concentrações ≥ 10 3 UFC/ml.
▪ Os vírus podem ser pesquisados por métodos diretos ou cultura para vírus com
tipagem. A pesquisa monoclonal e o PCR representam os métodos de maior
praticidade, especificidade e sensibilidade que se dispõe na atualidade.
LCR deve ter máxima prioridade devendo ser processado imediatamente. Avalie
e anote o volume e o aspecto do LCR.
Exame da cultura
▪ No tubo com caldo deve ser observada turvação diariamente e descartado após
7 dias. Caso haja crescimento, fazer um Gram e semear em placa de ágar chocolate
para isolamento, identificação e antibiograma.
Interpretação do exame
▪ Cloretos < 110 mEq/L sugere meningite por tuberculose se afastada outra
etiologia bacteriana. Atualmente pouco utilizado devido a disponibilidade de testes
mais específicos.
Pesquisa de antígenos
Rotina de Plantão
semana) ou porque sua rotina é lenta, o LCR deve ser processado pelo laboratório de
urgência (plantão) ou por médicos ou analistas treinados para os seguintes
procedimentos:
▪ Colher 5 a 10 gotas do LCR diretamente da punção em 1 tubo de Ágar
chocolate de preparação recente e previamente aquecido a 35 oC ou:
-no caso de amostras límpidas, pode-se depositar duas gotas e fazer esfregaço
menos extenso, quando mais purulento, fazer esfregaço mais espalhado.
20 INFECÇÕES SISTÊMICAS
Fonte: images3.minhavida.com
INTRODUÇÃO
21 DIAGNÓSTICO EM HEMOCULTURAS
Número de amostras
As amostras são coletadas por punção venosa, uma após a outra em locais
diferentes, logo que inicie o pico febril ou a bacteremia. Preferencialmente não colher
de cateter, exceto para diagnóstico de infecção ou colonização do cateter; colher uma
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a duas amostras periféricas e uma de cateter. Para adultos em cada punção coleta-
se 8 a 10 ml de sangue em frascos para aeróbios ou opcionalmente a segunda ou
terceira coleta em frasco para anaeróbios.
Volume de sangue
É uma das variáveis mais críticas para a positividade do exame. Quanto maior
o volume coletado, maior será a positividade do mesmo. Temos que respeitar a idade
do paciente (adulto ou criança) e o volume recomendado de acordo com os tipos de
frascos aeróbios e anaeróbios utilizados na realização dos exames.
O volume recomendado para coleta de cada punção de adulto é de 20 a 30 ml,
distribuídos pelo número de frascos indicados pela sua capacidade e respeitando a
proporção de 1 ml de sangue para cada 10 ml ou no mínimo 5 ml de caldo.
Como as bacteremias em crianças tem cerca de 100 a 1000 bactérias/ml em
comparação com < 1 a 10 bactérias/ml nos adultos, o volume pode ser menor (3 a
5ml), respeitando-se também a proporção de no mínimo 1:5 até 1:10 de sangue e
meio de cultura ou orientação do fabricante.
Meios de cultura
Técnicas Quantitativas
Segmento de cateter (lumen e/ou superfície externa)
▪ Cultura do lumen: o lumen do cateter pode ser cultivado injetando-se salina no
seu interior com uma agulha.
22 INFECÇÕES GENITAIS
INTRODUÇÃO
Os microrganismos que colonizam o trato genital feminino incluem lactobacilos,
difteróides, Gardnerella vaginalis, estafilococos coagulase negativos, Staphylococcus
aureus, Streptococcus agalactiae, Enterococcus spp., estreptococos alfa e gama
hemolíticos, Escherichia coli e leveduras.
A uretra masculina normalmente contém relativamente poucos microrganismos
encontrados na pele, tais como: estafilococos, micrococos, corynebactérias e
estreptococos alfa hemolíticos.
Muitas infecções do trato genital feminino têm origem em microrganismos
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Menos comuns:
Candidíase vulvo-vaginal
Fatores predisponentes
Diagnóstico Laboratorial
Tricomoníase
Diagnóstico Laboratorial
Vaginose Bacteriana
Diagnóstico Laboratorial
▪ pH vaginal > 4,5; odor desagradável após a adição de KOH 10% à secreção
▪ Bacterioscópico pelo Gram: ausência ou diminuição de leucócitos e de
lactobacilo, presença de “clue-cells”, grande quantidade de bacilos Gram-variáveis
(lábeis)
▪ Cultura: isolamento em meio seletivo (ágar vaginalis)
▪ Pesquisa pelo uso de metodologia de sondas de DNA
Infecção Gonocócica
Diagnóstico Laboratorial
O gonococo é uma bactéria frágil. As amostras clínicas submetidas a cultura
devem ser semeadas imediatamente, pois a bactéria se auto-lisa com muita facilidade
e é sensível a variações de temperatura. As amostras devem ser obtidas sempre antes
do início do uso de antimicrobianos.
Quando é necessário transportar a amostra até o laboratório, medidas
adequadas devem ser tomadas, como o uso de meios de transporte adequados ao
gonococo. Para amostras obtidas de articulações, a cultura deve ser realizada em
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meio hipertônico contendo 20% de sacarose ou 20% de soro de cavalo, pois nestas
amostras, o gonococo se encontra na forma L, desprovida de parede celular e não
cresce nos meios habituais. A não observância dessas recomendações implica na
obtenção de culturas negativas.
Os seguintes exames podem ser utilizados:
▪ Pesquisa de beta-lactamase.
A, B, Ba, C
ambos tracoma, conjuntivite, queratite
D, E, F, G, H, I, J, K
homem uretrite não gonocócica, prostatite, epididimite
clínicas ginecológicas.
Aproximadamente 8% de todas as mulheres jovens atendidas em
maternidades, sem sintomas de infecção urogenital, são portadoras de C. trachomatis.
Da mesma maneira, pelo menos 3% dos homens atendidos em clínicas de DST, sem
sintomas genito-urinários, são portadores de C. trachomatis. Aproximadamente 50%
das uretrites não gonocócicas (UNG) são causadas por esse agente.
As infecções por clamídia coexistem frequentemente com a gonorreia. Nos
Estados Unidos e regiões da Europa, 35-50% das mulheres com gonorreia
apresentam infecção simultânea por clamídia; além disto, os estudos mostram
também que 20-25% dos homens heterossexuais com gonorreia estão infectados
também por C. trachomatis.
A uretrite é a manifestação mais comum da infecção por clamídia, no homem.
Ela é duas vezes mais frequente que a gonorreia em algumas populações e sua
incidência tem aumentado. C. trachomatis virtualmente é responsável por todas as
complicações da uretrite não gonocócica.
Na mulher as infecções causadas por Chlamydia trachomatis incluem cervicite
mucopurulenta, síndrome uretral, endometrite e salpingite. As infecções do trato
genital superior causam esterilidade ou predispõem à gravidez ectópica. As
complicações na mulher são as mais graves de todas que ocorrem com doenças por
clamídias. Além disso, na mulher, o risco é duplo, para ela e para seu recém-nascido.
Diagnóstico Laboratorial
realizado a partir de urina de primeiro jato o que pode reduzir sua sensibilidade no
diagnóstico da cervicite, endometrite e salpingite.
Os testes moleculares são mais complexos e mais caros que do que outros
anteriormente utilizados, mas produzem resultados rápidos (horas ao invés de dias)
e, pela primeira vez, espécimes podem ser coletados sem a introdução de swabs ou
escovas no canal endocervical ou na uretra, pois sua sensibilidade permite também
encontrar traços do microrganismo em amostras de urina.
Os exames para o diagnóstico de Chlamydia incluem:
Exame direto, de raspado de mucosa cervical, pelo método
da Imunofluorescência Direta ou por técnica Imunoenzimática.
Isolamento em cultura de células MacCoy e identificação por técnica de
Imunofluorescência.
Pesquisa por metodologia molecular: Hibridização ou captura híbrida; PCR
com detecção por hibridização; Testes sorológicos. RFC, IF-IgG, IF-IgM.
Positiva: material Não Positiva Positiva Negativa Positiva Eventualme Positiva Positiva
de raspado de recomendada ou soros nte positiva
2
mucosas positiva areados
título
baixo 1
1- Consideram-se títulos baixos até 1:16 e títulos altos de 1:32 ou mais. Maior
valor diagnóstico que títulos altos é a elevação de 4x o título entre amostras de soro
no início da doença e 2 semanas após.
2- Positiva nas primeiras semanas da infecção.
IFD: imunofluorescência direta
EIA: método imuno-enzimático
RFC: reação de fixação do complemento
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Diagnóstico Laboratorial
ou maiores que 103 UTC (unidades trocadoras de cor) são clinicamente significativos.
Testes sorológicos: utilizados somente para infecções pulmonares ou
articulares.
Antibiograma: tetraciclina, eritromicina, roxitromicina, ofloxacina e tianfenicol
são testados rotineiramente.
Úlceras genitais Cancro mole - Haemophilus ducreyi Cancro duro - Treponema pallidum
(sífilis) Herpes genital - Herpes simplex vírus.
INTRODUÇÃO
orofaringe, nariz, seios paranasais e ouvido médio. Como muitas vezes são
indistinguíveis clinicamente, o diagnóstico laboratorial é fundamental.
Pneumonia Da Comunidade
125
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de 30 a 60% das pneumonias adquiridas na comunidade não revelam nenhum agente entre os
mais frequentemente pesquisados e isoladas, ficando apenas com diagnóstico clínico ou de
imagem.
Tosse Diabetes
Haemophilus influenzae 3-10
Expectoração Alcoolismo
Staphylococcus aureus 3-5 Dispneia Crises convulsivas
Dor torácica Insuficiência cardíaca congestiva
Anaeróbios da cavidade oral 6-10
Anemia falciforme Imunossupressão
Mortadela catarrhalis Gerais:
1-3 Idade avançada
Febre
Doença respiratória prévia (em geral
Outros Gram negativos 3-10 Mal-estar
viral)
Mialgia
Chlamydia pneumoniae 5-17 Ventilação mecânica
Sudorese
Fadiga Etc
Legionella pneumophila 2-8
Cefaleia
Vírus respiratórios 2-15 Náuseas
etc
Leptospirose (Leptospira spp.) Roedores silvestres; água contaminada com urina de animal
doente; animais domésticos doentes
Tifo murino (Yersinia pestis) Ratos, esquilos, coelhos e outros roedores silvestres
25 PNEUMONIA HOSPITALAR
pacientes sob ventilação mecânica em um período igual ou superior a 48 horas. Nesta situação
a incidência de infecção é de 7 a 21 vezes maior à que ocorre em pacientes que não necessitam
de respirador.
Dentre as infecções hospitalares, a infecção pulmonar é a que leva a morte com maior
frequência, com um risco maior na Unidade de Terapia Intensiva. A prevalência de pneumonias
varia entre 10 e 65%, com 13 a 55% de casos fatais. Neste mesmo tipo de Unidade, dados do
National Nosocomial Infections Surveillance (NNIS) mostram a taxa de infecção respiratória
associada à ventilação mecânica por 1000 procedimentos-dia, variando de 5 casos em UTI
pediátrica a 13 casos em UTI cirúrgica.
De uma maneira geral os microrganismos podem alcançar o trato respiratório pela
aspiração de secreções da orofaringe, pela inalação de aerossóis contendo bactérias, pela
translocação de microrganismos do trato gastrointestinal ou pela disseminação hematogênica
de um foco a distância. Ainda, para que a infecção respiratória ocorra é necessário existir a
perda das defesas do hospedeiro, um inóculo suficiente para alcançar o trato respiratório ou a
presença de um microrganismo altamente virulento.
Os agentes mais frequentemente isolados são:
Bacilos Gram negativos
Enterobactérias: Klebsiella spp., E. coli, Enterobacter spp.
Bacilos Gram negativos não fermentadores: P. aeruginosa, Acinetobacter
baumanii e outras espécies, etc.
Cocos Gram positivos, principalmente Staphylococcus aureus.
Outros agentes, tais como Legionella pneumophila e Vírus Respiratório Sincicial
(VRS) aparecem em casos de surto e em pacientes imunodeprimidos, assim como
Aspergillus spp. e Pneumocystis carinii.
Patógenos %
Pseudomonas aeruginosa 21
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Staphylococcus aureus 20
Enterobacter spp. 9
Klebsiella pneumoniae 8
Acinetobacter spp. 6
Candida albicans 5
Escherichia coli 4
Enterococcus spp. 2
Outras enterobactérias 8
Recursos Diagnósticos
▪ Exame físico
▪ Exame do escarro
▪ Aspirado transtraqueal
▪ Broncoscopia com fibra óptica e lavado bronco-oalveolar
▪ Aspirado endotraqueal ceg
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▪ Biópsia pulmonar
▪ Hemocultura (1 a 16% de positividade)
▪ Exames imunológicos (imunofluorescência, ELISA, etc.)
▪ Punção de derrame pleural para realização de exames bioquímicos,
citológicos e microbiológicos.
▪ Raio X simples (AP + perfil)
▪ Tomografia computadorizada
Lavado bronco-alveolar, escovado brônquico e biópsia Swab endotraqueal, cânula ou tubo endotraqueal
brônquica
Escarro
Apesar de poder ser útil em pacientes com tosse produtiva e com capacidade de
expectorar e a presença de escarro purulento encontrar-se na maioria dos critérios utilizados
para o diagnóstico de pneumonias, a análise desta secreção é bastante controvertida do ponto
de vista de sensibilidade e especificidade.
Aspectos da análise macroscópica do escarro que podem ser úteis para sugestão de
agentes ou patologias: Cor, quantidade, consistência e cheiro.
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Bacterioscopia
Grupo ≥ 25 ≥ 25 > 25 +2
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Grupo 5 <10 ≥ 25
Exames realizados não foram conclusivos (não isolou nada ou isolou enterobactérias,
ou Candida ou mais de um agente)
Possibilidade de superinfecção
Aspirado transtraqueal
Trata-se de uma técnica bastante utilizada na década de 70, mas que atualmente devido
aos riscos que leva para o paciente (enfisema subcutâneo, estímulo vaso- vagal, hemoptise),
está preterido em função do aparecimento de procedimentos mais
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Escovado protegido
diluição da bactéria em 100 a 1000 vezes. Portanto o crescimento de pelo menos 10 3 UFC/ml
em placas indica uma concentração inicial de 105 a 106 bactérias na secreção pulmonar.
Biópsias
Podem ser feitas de formas variadas: percutânea, através de broncoscopia, por meio do
fibroscópio, pela toracoscopia e a céu aberto. Indicado nos casos de imunocomprometidos e
crianças com má evolução à terapêutica empírica.
Punção biópsia pulmonar - trata-se de um procedimento, que quando resulta em
cultura positiva, é bastante fidedigno, já que os problemas com contaminação com a flora do
trato respiratório superior inexistem. Os relatos da literatura revelam que em situações variadas,
o diagnóstico etiológico das infecções, com esta técnica, ocorreu entre 30% a 82% dos casos
estudados e falso-negativos de cerca de 18%. Complicações mais importantes são pneumotórax
e sangramento em casuísticas que variam de 5 a 39%.
Biópsia transbrônquica - os resultados diagnósticos são semelhantes à punção
pulmonar aspirativa, mas revelaram menor índices de complicações.
Biópsia pulmonar - a biópsia a céu aberto, método definitivo para o diagnóstico das
pneumonias, é um procedimento pouco realizado. Está indicada em casos sem melhora clínica,
em que não foi possível isolar o microrganismo por outras técnicas ou que há necessidade de
diagnóstico específico com maior rapidez. Convém
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salientar que de nada adianta obter boas amostras para estudo microbiológico quando se
emprega técnica laboratorial convencional, isto é, morosa e de baixa sensibilidade.
Toracoscopia
A toracoscopia tem sido pouco utilizada, embora resultados sejam muito favoráveis, com
achados diagnósticos superiores a 90% e baixa taxa de complicações.
Derrame pleural
Hemocultura
O cálculo dos valores limítrofes para definição de infecção para amostras do trato respiratório,
deriva da concentração de microrganismos encontrada em culturas do tecido pulmonar
infectado. Comparando-se o número de bactérias na amostra, estima-se o número na secreção
original. As infecções pulmonares clinicamente significativas contêm pelo menos 104 UFC/g
de tecido.
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Lavado broncoalveolar (BAL) 1ml diluído em 10 a 100 ml 1/10 – 1/100 104 UFC/ml
Além dos agentes relatados como causa de pneumonia em crianças e adultos, devem ser
valorizados achados clinicamente compatíveis de:
▪ Ágar sangue
▪ Ágar chocolate
Ágar sangue suplementado para anaeróbios, para amostras clínicas para as quais
recomenda-se fazer o isolamento de anaeróbios.
< 10 <
103
10 a 100 103 a 104
-1/1000: usar a solução anterior e semear 1 µL com alça calibrada na placa de Ágar Mac
Conkey.
Para expressão do resultado em ml o número de colônias obtido deverá ser corrigido pelo
fator da diluição e correlacionado com a quantidade de amostra semeada.
- prepara-se uma diluição de 1:20 (0,5 ml de fluido em 9,5mL de solução salina estéril).
Deste caldo semeia-se 50 µl em cada um dos meios selecionados.
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2-24 103
25-249 104
≥ 250 105
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BIBLIOGRAFIA
BARBOSA, H. R.; TORRES, B. B. Microbiologia básica. São Paulo, SP: Atheneu, 2010.
LEVINSON, W., JAWETZ, E. Microbiologia médica e imunologia. 10. ed. Porto Alegre, RS:
TORTORA, G.J.; FUNKE, B.R.; CASE, CL. Microbiologia. 10. ed., Porto Alegre: Artmed,
2010.
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