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Faculdade de Ciências de Saúde

Curso de Licenciatura em Farmácia

TECNOLOGIA FARMACÊUTICA II
Tema :

Xarope

Docentes:

Enes Buck Xavier / BS Pharm


OBJECTIVOS
• Definir e conhecer diferentes tipos de xaropes;

• Conhecer os componentes de xaropes;

• Conhecer as diferentes técnicas de


preparação de xaropes.

• Identificar as alterações de xaropes.

• Identificar os ensaios realizados em xaropes.


Xaropes
• A palavra xarope deriva do termo francês
sirop, do latino sirupux ou syrupus, árabe
charab, que significa bebida.
• Xaropes: Sacaróleos= sacarose+ água

• São preparações farmacêuticas


aquosas, límpidas e de elevada
viscosidade, contém um açúcar
geralmente sacarosa, em concentração
próxima da saturação.
Xarope
• É a forma farmacêutica aquosa
caracterizada pela alta viscosidade, que
apresenta 45% de sacarose ou outros
acuares na sua composição.
Xarope
• Açúcar (sacarose) em concertação
proxima à saturacao (85%) sacarose
pode ser substituída por: glicose, frutose,
polidos (não açucares)

• Sorbitol, glicerina, propilenoglicol e


manitol menos doces que sacarose
FUNÇÕES DO AÇÚCAR
• reduz a constante dieléctrica da água, este pode
facilitar a dissolução de algumas substâncias
pouco polares como o fenobarbital.
• Os xaropes são formas muito edulcoradas e
facilitam a administração de fármacos que têm
características organolépticas desagradáveis
(amargos e salgados).
• A elevada concentração de açúcar proporciona
uma elevada viscosidade que faze que se
mantenha o sabor doce na boca durante um
tempo prolongado.
TIPOS DE XAROPES
• Xarope aromatico
• Xarope medicamentoso
XAROPES AROMÁTICOS
• Também chamados não medicamentosos, são
aqueles que não contém substâncias
farmacologicamente activas.
• São soluções concentradas em açúcar que
podem conter substâncias aromáticas ou de
sabor agradável e agentes correctores do cor.
• Ex: xaropes simples, xaropes de sumos
XAROPES AROMÁTICOS- APLICAÇÕES

• veículo para a preparações de xaropes


medicamentosos.
• Como parte de outras formas farmacêuticas:
• Para corrigir o sabor de formas líquidas orais
•Como espessante de soluções orais
•Agentes aglutinantes na preparação de
granulados.
XAROPE SIMPLE
• São dissolucões aquosas de açúcar ao 85%.
• É muito empregado na preparação de xaropes
medicamentosos.
• Xarope de cloridrato de mofina
• Xarope simple _____________ 99g
• Água destilada _____________ 1g
• Cloridrato de morfina ________ 0,005g
XAROPES DE SUMOS
• São preparados dissolvendo a açúcar no
respectivo sumo e logo este é somebtido
a ebullição e depois é filtrada a solução.
XAROPES MEDICAMENTOSOS

• São xaropes aromáticos que contém um


ou mais fármacos e são usados em
terapêutica por a acção característica dos
fármacos que contém a formulação.
COMPONENTES DOS XAROPES
• Água purificada

• Açúcar

• Conservantes antimicrobianos

• Codissolventes

• Saborizantes

• Outras substâncias auxiliares: espessantes,


corantes, estabilizadores
Estudo independente

• Função de cada componente de


xaropes
• Identificar as substâncias que fazem
parte dos componentes de xaropes
PREPARAÇÃO DE XAROPES
MEDICAMENTOSOS
• 1. Xaropes obtidos por dissolução directa
do açúcar no líquido medicamentoso.
• 2. Xaropes obtidos por dissolução de
seus componentes em xarope simples.
• 3. Xaropes obtidos por adição do xarope
simples a um líquido medicinal.
1. XAROPES OBTIDOS POR DISSOLUÇÃO DIRECTA
DO AÇÚCAR NO LÍQUIDO MEDICAMENTOSO

• Adiciona-se o açúcar a uma dissolução aquosa


préviamente preparada que contém o fármaco
e as substâncias auxiliares.
• Este método pode usar-se sempre que o
fármaco seja dissolvido no líquido aquoso.
2. Xaropes obtidos por dissolução de
seus componentes en xarope simples
• A dissolução dos componentes sólidos no
xarope simple é um processo lento por a
elevada viscosidade deste e a limitada
quantidade de água disponível.

• Recomenda-se dissolver os componentes do


xarope em uma pequenha quantidade de água
e adicionar a solução resultante ao xarope
simple.
3. Xaropes obtidos por adicão do xarope
simples a um líquido medicinal.
• Este método é empregado quando o xarope
contém extractos fluidos, tinturas ou outros
líquidos medicinais.
PREPARAÇÃO DE XAROPES
MEDICAMENTOSOS
• Se os líquidos medicinais contém álcool, os
xaropes preparados podem formar
precipitados porque as substâncias resinosas
e oleosas dissolvidas por o álcool precipitam
ao misturarse com o xarope.
• Se os compostos álcool solúveis não son
necessários se podem eliminar misturando o
extracto fluido ou tintura com água, a mistura
se dexa repousar para que sejam separados
os componentes insolúveis em água e logo
filtra-se.
• O filtrado obtido representa o líquido
PREPARAÇÃO DO XAROPE SIMPLE
DE SACAROSE
• A dissolução do açúcar na água pode
efectuar-se a frio ou a quente.
PREPARAÇÃO A QUENTE
• É o método mais utilizado na preparação de
xaropes quando o principio activo não é
termolábel ou volátil e é desejada uma
preparação rápida.
• A sacarose adiciona-se á água purificada,
logo é aquecida até obter a solução, depois a
solução é filtrada e adiciona-se uma
quantidade suficiente de água purificada para
compensar as perdas de água por evaporação
e completar o volume ou peso desejado.
VANTAGENS
1- Rapidez na dissolução do açúcar

2- Aplicação do calor facilita a eliminacão de


anhidrido carbónico dissolvido na água, o qual
reduz a posibilidade de hidrólisis do sacarose.
DESVANTAGENS

1- Caramelização do açúcar
2- Inversão da sacarose
CARAMELIZAÇÃO DO AÇÚCAR

• É a aparição de uma cor amarela ou


pardusca pela acção do calor sobre a
sacarose.
INVERSÃO DA SACAROSE
• A preparação do xaropes a quente produz em
maior ou menor medida a inversão de uma
parte da sacarose e o processo intensifica-se
em presença de ácidos.

• O xarope resultante é mais doce que o xarope


original porque a fructose formada é mais doce
que a sacarose.

• O açúcar invertido fermenta com maior


facilidade que a sacarose e torna-se escuro.
MÉTODO A FRIO
• Há 3 métodos para dissolver a açúcar:
Agitação a frio
Percolação
Sacarolizador
AGITAÇÃO A FRIO

• Se coloca a água da fórmula num recipiente e


através de agitação a açúcar é adicionado
lentamente com o fim de evitar um aumento
excessivo da viscosidade.
• Outro método é adicionar uma pequena
quantidade de água sobre a sacarose, agitar
para facilitar sua humectação homogénea e
continuar adicionando água até completar a
proporção com agitação constante.
PERCOLAÇÃO
• É usado um dispositivo
chamado percolador.
Em pescoço do
percolador é inserido
um cotonete de
algodão que actua
como um meio de filtro.
PERCOLAÇÃO
• No percolador adiciona-se
o açúcar de modo que
forme um leito de
sacarose cristalina. A
água é adicionada pela
parte superior a
velocidade necessária
para obter um fluxo
adequado de percolado.
PERCOLAÇÃO
• A água quando passa através da sacarose,
esta é dissolvida e o xarope simple obtido é
recolhido por a parte de abaxo.

• Se é necessário o percolado é novamente


passado por o percolador até que todo o
açúcar fique dissolvida.
VANTAGENS
• O xarope é obtido de modo relativamente
rápido

• O xarope obtido é claro e incolor.


SACAROLIZADOR
• Permite a elaboração de xarope simples a frio
sem agitação e de forma continua.
CLARIFICAÇÃO DOS XAROPES

• Os xaropes têm que ser transparentes e não


apresentar partículas estranhas em suspensão
e para alcançar estas características o xarope
têm que ser filtrado.

• A filtração é mais rápida e efetiva a quente.


CLARIFICAÇÃO DE XAROPES
• Pode efectuar-se por
filtros de papel de poro
grande o com algodão.
• Na indústria usam-se
filtros prensa cuja
matéria filtrante pode ser
constituída por placas de
amianto.
CLARIFICAÇÃO DE XAROPES
• A clarificação por meio de adsorventes é
praticada quando não é possível conseguir-se
um xarope límpido por simple filtração.

• Entre os adsorventes mais usados figuram:


pasta de papel, talco, cabonato de magnésio.
ALTERAÇÕES DOS XAROPES- FACTORES

• Agentes atmosféricos (acção do oxigênio e do


anhidrido carbónico).

• Aquecimento (facilita a hidrólise e a


caramelização da sacarose, pode destruir os
fármacos).

• Exposição á luz (alterações dos fármaco por


efeito das radiações ultravioletas).

• Reacções internas ( hidrólise da sacarose


devida a pH não adequado, com precipitação
de açúcar invertido).
ALTERAÇÕES DOS XAROPES- FACTORES

• Interacção dos componentes do xarope (


reacção entre os fármacos, adjuvantes e
sacarose).

• Proliferação microbiana.
ALTERAÇÕES DOS XAROPES
• A proliferação microbiana é sem dúvida uma
das mais importantes, pois, torna os xaropes
sépticos e eventualmente origina
decomposições químicas de várias ordens.

• Uma proliferação microbiana corresponde a


um estado anormal num xarope que deve ser
uma solução hipertónica que reduz o
desenvolvimento dos microorganismos.
ALTERAÇÕES DOS XAROPES

• Muitas vezes as proliferações são devidas a variações


térmicas a que foi sujeito o xarope. Assim se em
determinadas condições de armazenamento do xarope
pode evaporar- se ficando o vapor retido na zona livre
do frasco.
• Ao dar-se o arrefecimento, o vapor condensa-se
formando como que uma película á superfície do
xarope. Ora, a pesar de o açúcar se difundir para a
água superficial poderá ocorrer desenvolvimento
microbiano, pois nessa zona é baixa a concentração
em sacarose tornando possível o desenvolvimento de
bolores, eventualmente existentes no frasco.
ALTERAÇÕES DOS XAROPES
• É necessário impedir o desenvolvimento de
microorganismos nos xaropes, incluindo na
sua preparação conservantes
(bacteriostáticos, bactericidas , fungistáticos,
fungicidas, etc).
ALTERAÇÕES DOS XAROPES

• Os xaropes devem ser armazenados em


lugares frescos, mas não muito frios para
evitar a cristalização do açúcar.
• Há que evitar o calor que favorece a
fermentação e a inversão da sacarose.
• A luz catalisa a inversão e altera a
estabilidade de muitos fármacos
ALTERAÇÕES DOS XAROPES

• Se a inversão é desenvolvida, na superfície do


xarope e junto as paredes do frasco é
acumulada pequenas bolhas de CO2 produto
da descomposição do açúcar invertido em
CO2 e etanol.
• Quando a temperatura é alta este processo é
favorecido e a produção de gás é muita .
ENSAIO DOS XAROPES
• Consiste em verificar os seus caracteres
organolépticos, físicos e químicos e em
pesquisar as falsificações mais correntes.
CARACTERES ORGANOLÉPTICOS

• Os xaropes devem apresentar-se


límpidos, viscosos e com sabor
agradável. Não devem ter cheiro
repugnante.
CARACTERES FÍSICOS
Viscosidade
Densidade
Ensaio polarimétrico
VISCOSIDADE
• A viscosidade a 20o C próxima de 190
cPo (centipoise), valor exacto para o
xarope simples.
DENSIDADE
• É bastante elevada, devendo ser de 1,32 a 15-
20 graus Celsius e de 1,26, quando
determinada á ebulição, que deve verificar-se
á temperatura de 105 grados Celsius.

• Na prática estes números rígidos para o


xarope simples , variam ligeiramente com
outros xaropes.
DENSIDADE
• Para determinas a densidade são
usados os densímetros.
ENSAIO POLARIMÉTRICO
• A ensaio polarimétrico a 20 graus Celsius de
uma diluição 1/10 do xarope simples em água
destilada revela um desvio rotatório entre
+8,26 e +8,50. Após a inversão a mesmo
solução apresenta um desvio compreendido
entre – 2o, 26 e -2o, 34.
CARACTERES QUÍMICOS
• Entre as determinações químicas a efectuar
num xarope conta-se a avaliação do teor de
sacarose e de açúcar invertido.
CARACTERES QUÍMICOS
• Determina-se primeiramente a percentagem de
açúcar invertido, para o que se recorre ao
método de Fehling ou suas variantes.

• Hidrolisa-se depois a sacarose por


aquecimento de outra amostra de xarope em
meio clorídrico durante 1 hora. A diferença de
açúcares redutores nos dois ensaios expressa
em sacarose indica a quantidade deste açúcar.
Fim

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