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TÉCNICA DIRETA-INDIRETA

PARA RESTAURAÇÃO DE
RESINA COMPOSTA
POSTERIOR
Celso Luiz de Angelis Porto
Esther Gomes Saade
Desiree Mory Rossato
José Roberto Cury Saad
Sizenando de Toledo Porto Neto

INTRODUÇÃO
A partir do desenvolvimento do condicionamento ácido do esmalte por Buonocore, em 1955,
e da introdução do material de resina composta com a formulação de bis-GMA (bisfenol A-
diglicidil éter dimetacrilato) por Bowen,1 em 1963, houve um significativo avanço das proprie-
dades mecânicas desse material e da dentística restauradora adesiva e, em função disso, um
aumento na indicação das resinas compostas como material restaurador.

A busca pela estética é uma exigência da sociedade atual. Com isso, o cirurgião
dentista aprimorou-se e procurou novos materiais e tecnologias que, além de apresen-
tarem propriedades mecânicas, físicas e funcionais semelhantes ao elemento dental,
também preenchessem os requisitos estéticos. Atualmente, a resina composta é um
dos materiais dentários mais intensamente pesquisados e existe uma busca incessante
para melhorar as suas propriedades mecânicas, físicas e biológicas.

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Entretanto, a resina composta apresenta limitações como:
 contração de polimerização;
 infiltrações marginais;
 adaptação na região cervical do preparo cavitário;
 coeficiente de expansão térmica;
 instabilidade de cor;
 opacidade;
 força de compressão;
 tensão;
 módulo de elasticidade e dureza.

A técnica de restauração direta-indireta posterior tem indicação precisa na substituição de


extensas restaurações de amálgama ou onde a resina composta direta falhou, em função da
dificuldade no restabelecimento do contorno periférico do dente e, especialmente, no contato
proximal.

A seleção do material é um importante fator a ser considerado, entretanto o sucesso


restaurador depende da técnica utilizada para a confecção da restauração com resina compos-
ta, que é muito sensível e depende da habilidade e do cuidado do profissional.

As técnicas restauradoras indiretas foram desenvolvidas com o objetivo de melhorar


o desempenho de uma restauração de resina composta em dentes posteriores.

OBJETIVOS
Ao final da leitura deste artigo, espera-se que o leitor possa:
 entender as limitações das restaurações com resinas compostas em dentes posteriores;
 conhecer as vantagens e desvantagens das inlays/onlays de resina composta confeccio-
nada pela técnica direta-indireta;
 confeccionar restaurações de resina composta pela técnica direta-indireta, por meio
da demonstração clínica e laboratorial.

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ESQUEMA CONCEITUAL

REVISÃO DA LITERATURA
Em virtude das restaurações diretas de resina composta apresentarem limitações, como a
contração de polimerização, que permite a formação de fendas na interface entre o dente e
o material restaurador, tornando, por consequência, a restauração mais susceptível à infiltra-
ção marginal e causando sensibilidade pós-operatória, opta-se, muitas vezes, por restau-
rações indiretas para controlar esse problema.

Outros fatores que limitam a utilização indiscriminada de resinas em dentes posterio-


res dizem respeito à baixa resistência ao desgaste e à dificuldade de obtenção de
pontos de contato.2

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As propriedades mecânicas de uma resina composta fotopolimerizada estão diretamen-
te relacionadas à qualidade de sua polimerização.3 Para uma completa polimerização é impor-
tante que a fonte de luz emita radiação com comprimento de onda útil para os fotoiniciadores
presentes nos compósitos. Esses fotoiniciadores absorvem luz azul de 450 a 500nm.4

A intensidade de luz emitida com comprimento de onda entre 400nm e 500nm


sobre um material de resina composta fotopolimerizável é considerada como um
fator determinante das propriedades mecânicas da restauração final.3

A quantidade de irradiação e o tempo de exposição influenciam o grau de conversão


(GC) e este influencia diretamente a contração volumétrica da resina composta. A transfor-
mação de um material inicialmente viscoso para um sólido viscoelástico é acompanhada por
uma significante contração volumétrica e por um aumento no módulo de elasticidade, gerando
estresse na interface dente-restauração.5

Quanto maior o grau de conversão e melhores as propriedades do material polimérico,


maiores serão o estresse de contração e a contração durante a polimerização.6 O
GC e as propriedades mecânicas, como resistência flexural e dureza, aumentam
com o aumento do tempo de irradiação. No mínimo 24J/cm2 são necessários para
se obter homogeneidade de cura, em profundidade de 2mm.7

A máxima dureza obtida na superfície tem relação direta entre a intensidade de luz e a
profundidade de polimerização.4,8,9 Entre os fatores determinantes do grau de polimeri-
zação das resinas compostas estão:
 a formulação química do material;9,10
 a espessura do material;3,11
 o tempo de exposição à luz;
 a intensidade de luz;9,10,12,13,14
 a distância da fonte de luz.9,14

A inadequada polimerização dos compósitos tem sido associada a propriedades físicas


inferiores dos compósitos, maior solubilidade, falta de retenção e respostas pulpares adversas.15
O grau de polimerização de uma resina composta é um importante fator, que pode afetar o
desempenho clínico do material.16 É esperado que o aumento na conversão da resina proporcio-
ne maior grau de ligações cruzadas e, portanto, resulte em melhores propriedades mecânicas.15

[indicação] As resinas compostas têm sido utilizadas para técnicas indiretas de inlay/onlay.

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A polimerização extraoral adicional dos inlays/onlays propicia uma melhora nas proprie-
dades mecânicas. Outra vantagem da confecção de restaurações indiretas é a redução na
formação de fendas marginais, pois a contração de polimerização restringe-se à cimentação.17
O grande inconveniente no uso de resinas compostas diretas em cavidades classe II é o
fenômeno de infiltração marginal. Dessa maneira, as incrustações obtidas por técnica indi-
reta e fixadas com cimentos resinosos surgiram como tentativa de solucionar tais problemas.18

A polimerização adicional pode ser realizada com o fotopolimerizador em potência


máxima, em todas as faces da peça, ou em uma estufa a 120ºC, por 7 minutos.

A resina composta é o material mais versátil dentre os disponíveis para a prática da dentística
restauradora em função das suas características estéticas, facilidade de manipulação, proprie-
dades adesivas e melhora progressiva de suas propriedades mecânicas. A Odontologia mode-
rna, que preza a prevenção e os preparos mais conservadores, aliados à melhora nas proprie-
dades mecânicas e adesivas dos compósitos, possibilitou o surgimento de novas técnicas.

O princípio da abordagem da técnica direta-indireta é proporcionar ao paciente


restauração adesivas, sem o custo das técnicas de inlays e onlays confeccionadas
em laboratório.19

As melhores propriedades físicas apresentadas por restaurações de resinas compostas direta-


indireta e indiretas são, primeiramente, devido à possibilidade de uma polimerização mais
completa, já que é possível fotopolimerizar diretamente todas as faces, inclusive a superfície
interna da restauração.20

1. De quais fatores depende o sucesso do procedimento restaurador?

Resposta no final do artigo

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2. Analise as afirmações a respeito do uso de resina composta em restaurações.
I – As propriedades mecânicas de uma resina composta fotopolimerizada estão direta-
mente relacionadas à qualidade de sua polimerização. Para uma completa polimeri-
zação, é importante que a fonte de luz emita radiação com comprimento de onda
útil para os fotoiniciadores presentes nos compósitos.
II – A intensidade de luz emitida com comprimento de onda entre 400nm e 500nm
sobre um material de resina composta fotopolimerizável é considerada como um
fator determinante das propriedades mecânicas da restauração final.
III – A quantidade de irradiação e o tempo de exposição influenciam o grau de conversão,
e este influencia diretamente a contração volumétrica da resina composta.
Quais estão corretas?
A) Apenas a I.
B) Apenas a II.
C) Apenas a III.
D) A I, a II e a III.
Resposta no final do artigo

3. Quais são os fatores determinantes do grau de polimerização das resinas compostas?

4. Marque (V) verdadeiro ou (F) falso em relação à polimerização das resinas compostas.
( ) A inadequada polimerização dos compósitos tem sido associada a propriedades físicas
inferiores dos compósitos, maior solubilidade, falta de retenção e respostas pulpares
adversas.
( ) O grau de polimerização de uma resina composta é um importante fator e pode
afetar o desempenho clínico do material.
( ) É esperado que o aumento na conversão da resina proporcione menor grau de ligações
cruzadas e, portanto, resulte em melhores propriedades mecânicas.
( ) A polimerização extraoral adicional dos inlays/onlays propicia uma melhora nas pro-
priedades mecânicas.
Resposta no final do artigo

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5. Explique o fenômeno da infiltração marginal.

CLASSIFICAÇÃO DAS TÉCNICAS RESTAURADORAS

DIRETA
A restauração é realizada diretamente no dente preparado com o sistema adesivo. Geral-
mente é confeccionada em uma única sessão clínica, dependendo do profissional, e apresenta
um custo menor quando comparada às outras técnicas.

SEMIDIRETA OU DIRETA-INDIRETA
A restauração é realizada com o auxílio de um molde de silicona ou sobre o dente
preparado. Após a confecção, a restauração é removida; uma polimerização adicional é
realizada em todas as suas faces e a cimentação é realizada na mesma sessão clínica. Essa
técnica é realizada em um maior tempo de sessão clínica, porém em uma mesma sessão.

INDIRETA
Após o preparo do dente, ele é moldado e a restauração é confeccionada sobre um
modelo de gesso com polimerização adicional por luz, calor ou pressão, envolvendo um
laboratório protético. Essa técnica, necessariamente, é realizada em duas sessões clínicas.

TÉCNICA DIRETA-INDIRETA

Na técnica direta-indireta, quando confeccionada na boca, a restauração de resina


composta é esculpida diretamente sobre o dente. Após a realização de um preparo
expulsivo, o dente é isolado e o material é colocado. Ao término da fotopolimerização,
essa restauração é removida e o acabamento, o ajuste e a polimerização adicional
são realizados extraoralmente.

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A técnica direta-indireta é um método restaurador efetivo, pois apresenta um potencial
melhor de integridade marginal, resistência para o uso, estabelecimento de cor e estética
superior.21 As forças de contração causadas pela polimerização durante uma restauração de
resina composta direta acarretam estresse interno, produzindo trincas no esmalte. Forças de
contração desta magnitude podem contribuir para sensibilidade pós-operatória, dor e
desconforto na mastigação.22

A contração de polimerização da resina composta durante a cura compromete a


adesão da resina composta/dente.23

Em relação ao desgaste dental, a expulsividade do preparo para a realização da técnica


direta-indireta é maior quando comparada à restauração de resina composta direta, porém
não é necessário que ela seja igual ao preparo para restauração indireta inlay, onlay e overlay,
realizadas em laboratório. Sendo assim, o desgaste é mais conservador, pois economiza estru-
tura dental.

As restaurações estéticas de dentes posteriores podem proporcionar aos pacientes


excelentes trabalhos em termos de qualidade, longevidade e custo. A abordagem
adesiva torna possível salvar uma quantidade significativa de tecido hígido, o que
provavelmente retardará a necessidade de restaurações mais complicadas, extensas
e de maior custo.24

CIMENTAÇÃO
O processo de cimentação pode ser dividido em três etapas:
 preparo da superfície interna da peça;
 preparo do dente;
 cimentação propriamente dita.

A cimentação deve ser realizada com a própria resina composta utilizada para a confecção
da peça, com o sistema adesivo dual. O dispositivo Calset® foi desenvolvido para aquecer a
resina composta, aumentando a viscosidade dos compósitos, sendo este procedimento denomi-
nado de técnica de fotopolimerização térmica. O princípio desta técnica se baseia no
preaquecimento moderado da resina composta às temperaturas de 37º, 54º ou 60ºC antes
da fotoativação.25,26

A resina composta preaquecida aumenta a sua viscosidade e facilita o processo de


manipulação e cimentação. Uma técnica alternativa para aquecimento da resina
composta é a utilização dos plastificadores de godiva.

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A justificativa para a utilização da resina composta para a cimentação é a perfeita integração
do agente cimentante com o material restaurador, eliminando a linha de cimentação.
Isto justifica a não utilização dos cimentos resinosos.

6. Quais técnicas restauradoras podem solucionar os problemas em dentes posteriores?

Resposta no final do artigo

7. Sobre a técnica direta-indireta é INCORRETO afirmar que


A) é um método restaurador efetivo, pois apresenta um potencial melhor de integridade
marginal, resistência para o uso, estabelecimento de cor e estética superior.
B) as forças de contração causadas pela polimerização durante uma restauração de
resina composta direta acarretam estresse interno, produzindo trincas no esmalte.
C) a contração de polimerização da resina composta durante a cura compromete a
adesão da resina composta/dente.
D) em relação ao desgaste dental, a expulsividade do preparo para a realização da
técnica direta-indireta é igual quando comparada à restauração de resina composta
direta.
Resposta no final do artigo

8. Quais são as etapas do processo de cimentação?

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9. É correto afirmar sobre a cimentação, EXCETO que
A) deve ser realizada com a própria resina composta utilizada para a confecção da peça
com o sistema adesivo dual.
B) a resina composta pré-aquecida reduz a sua viscosidade e facilita o processo de
manipulação e cimentação.
C) uma técnica contraindicada para o aquecimento da resina composta é a utilização
dos plastificadores de godiva.
D) a justificativa para a utilização da resina composta para a cimentação é a perfeita
integração do agente cimentante com o material restaurador, eliminando a linha de
cimentação.
Resposta no final do artigo

10. O que é técnica de fotopolimerização térmica?

VANTAGENS DA UTILIZAÇÃO DA
TÉCNICA DIRETA-INDIRETA
São vantagens da utilização da técnica direta-indireta:
 a técnica incremental, usada para minimizar o efeito da contração de polimerização
nas restaurações diretas traz o inconveniente da inclusão de bolhas de ar entre as
camadas. Na técnica indireta, os problemas causados pela contração de polimerização
não existem e, por esse motivo, esta pode ser levada em grandes porções; 27
 a contração de polimerização do bloco não ocorre no dente;
 contorno anatômico com um excelente ponto de contato, pois permite – após remover
a peça de preparo – provas e ajustes perfeitos;
 lisura de superfície superior, pois o acabamento e polimento são realizados fora da
boca do paciente;
 diminuição da infiltração marginal e da sensibilidade pós-operatória, pois a contração
de polimerização fica restrita ao material utilizado para fixar a restauração;
 a cimentação deve ser realizada com o próprio material restaurador, utilizando-se
mais um sistema adesivo, preferencialmente dual;
 reforço do remanescente dental com resina composta direta, sem desgaste excessivo;

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 maior grau de conversão de monômeros em polímeros após a polimerização adicional,
diminuindo a liberação de monômeros residuais (processo de lixiviação) tóxicos à polpa;
 melhor qualidade física do material, devido ao aumento do grau de conversão de
polimerização, como resultado da polimerização adicional;
 sessão única de tratamento;
 menor custo, uma vez que dispensa o trabalho em laboratório e o emprego de cerâmi-
cas.

DESVANTAGENS DA UTILIZAÇÃO DA
TÉCNICA DIRETA-INDIRETA
São desvantagens da utilização da técnica direta-indireta:
 desgaste maior da estrutura dental comparativamente à técnica de restauração de
resina composta direta;
 apesar da sessão única, o tempo clínico de tratamento e a complexidade são maio-
res.2,27,28

SEQUÊNCIA CLÍNICA PARA A


TÉCNICA DIRETA-INDIRETA
A seguir, será apresentada a sequência clínica para a técnica direta-indireta:
 seleção da cor;
 remoção da restauração insatisfatória ou do tecido cariado;
 dar preferência ao isolamento absoluto;
 adequação da cavidade para uma restauração indireta, como: paredes levemente expul-
sivas, com profundidade de 2mm, margens cervicais preferencialmente supragengivais,
onde as áreas retentivas poderão ser preenchidas com ionômero de vidro;
 isolamento da cavidade com material específico (Rubber-Sep / Kerrlab);
 posicionamento de um sistema matriz;
 inserção da resina composta em dois ou três incrementos;
 confecção da anatomia oclusal com mínimo de excesso;
 fotopolimerização;
 remoção da restauração do preparo;
 remoção da película de isolamento (Rubber-Sep);
 fotoativação adicional em todas as faces da peça (no mínimo 40 segundos, em cada
face);
 polimento das superfícies proximais;
 teste da adaptação e verificação da relação de contato;
 cimentação;
 ajuste oclusal;
 acabamento e polimento;
 testes das margens para verificação de integridade.

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SEQUÊNCIA OPERATÓRIA LABORATORIAL
As Figuras 1-19 ilustram a sequência operatória laboratorial:

Figura 1 – Delimitação da cavidade no primeiro mo- Figura 2 – Fresas utilizadas: 3131, 3131 F, 2135,
lar inferior. 2135F e 2200.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

Figura 3 – Após o preparo da cavidade molar, peque- Figura 4 – Rubber-Sep – isolante específico à base
na expulsividade nas paredes circundantes. borracha.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

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Figura 5 – Com o auxílio de um pincel, passar uma Figura 6 – Aplicar um jato de ar e esperar secar, para
fina camada do isolante Rubber-Sep. permanecer apenas uma película de isolante.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

Figura 7 – Aplicação do sistema de matriz tipo Figura 8 – Aplicação de toda a resina composta e
palodent. escultura anatômica.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

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Figura 9 – Após a remoção da restauração, fotopoli- Figura 10 – Peça totalmente fotopolimerizada.
merização adicional em todas as faces da peça. Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

Figura 11 – Acabamento e alívio interno da peça. Figura 12 – Aplicação do ácido fosfórico 37%, na
Fonte: Arquivo de imagens dos autores. porção interna da peça.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

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Figura 13 – Aplicação do sistema adesivo na peça. Figura 14 – Aplicação do ácido fosfórico 37%, no
Fonte: Arquivo de imagens dos autores. dente.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

Figura 15 – Aplicação do sistema adesivo dual no Figura 16 – Calset®, dispositivo aquecedor de resina
dente. composta.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

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Figura 17 – Resina composta preaquecida a 54°C. Figura 18 – Peça colocada em posição levemente
Fonte: Arquivo de imagens dos autores. pressionada para melhorar o escoamento da resina
composta e remoção dos excessos.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

Figura 19 - Restauração final: observa-se a adapta-


ção e o excelente ponto de contato.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

11. Cite 3 vantagens da técnica direta-indireta em relação às outras técnicas restauradoras.

Resposta no final do artigo

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12. Ordene a sequência clínica para a técnica direta-indireta.
( ) Fotopolimerização e remoção da restauração do preparo.
( ) Cimentação e ajuste oclusal.
( ) Isolamento da cavidade com material específico e posicionamento de um sistema
matriz.
( ) Testes das margens para verificação de integridade.
( ) Remoção da película de isolamento e fotoativação adicional em todas as faces da
peça.
( ) Seleção da cor e remoção da restauração insatisfatória ou do tecido cariado.
( ) Acabamento e polimento.
( ) Polimento das superfícies proximais e teste da adaptação e verificação da relação de
contato.
( ) Isolamento absoluto e adequação da cavidade para uma restauração indireta.
( ) Inserção da resina composta em dois ou três incrementos e confecção da anatomia
oclusal, com mínimo de excesso.
Resposta no final do artigo

Escolha a alternativa correta.


A) 5 – 8 – 4 – 10 – 7 – 1 – 9 – 6 – 2 – 3.
B) 5 – 8 – 3 – 10 – 6 – 1 – 9 – 7 – 2 – 4.
C) 4 – 8 – 3 – 9 – 6 – 1 – 10 – 7 – 2 – 5.
D) 5 – 9 – 2 – 10 – 6 – 1 – 8 – 7 – 3 – 4.
Resposta no final do artigo

13. Em relação ao preparo dental para a técnica direta-indireta, quais fresas podem ser utiliza-
das e como deve ser a cavidade?

Resposta no final do artigo

14. Trace a sequência operatória laboratorial para a técnica direta-indireta.

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CASO CLÍNICO

As Figuras 20-41 ilustram o caso clínico.

Figura 20 – Restauração deficiente em amálgama Figura 21 – Remoção do amálgama e adequação


no segundo pré-molar inferior. da cavidade.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

Figura 22 – Aplicação do isolante Rubber-Sep®.


Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

Figura 23 – Secagem do isolante, permanecendo


apenas uma película borrachoide.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

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Figura 24 – Aplicação do sistema de matriz tipo Figura 25 – Aplicação da resina composta na cai-
palodent. xa proximal.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

Figura 26 – Aplicação da resina composta em toda Figura 27 – Remoção dos excessos proximais com
a cavidade. discos.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

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Figura 28 – Remoção da restauração. Figura 29 – Fotopolimerização adicional, em todas
Fonte: Arquivo de imagens dos autores. as faces da peça.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

Figura 30 – Porção interna da peça sem bolhas. Figura 31 – Alívio interno para melhorar a cimen-
Fonte: Arquivo de imagens dos autores. tação.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

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Figura 32 – Limpeza interna com ácido fosfórico Figura 33 – Aplicação do sistema adesivo na por-
a 37%. ção interna da peça.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

Figura 34 – Preparo do dente com ácido fosfórico Figura 35 – Resina composta preaquecida a 54ºC
37%. Lavar, secar e aplicar adesivo dual. para cimentação.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

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Figura 36 – Peça em posição levemente pressiona- Figura 37 – Fotopolimerização em todas as faces
da para melhorar o escoamento da resina compos- do dente (40 segundos em cada face).
ta. Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

Figura 38 – Ajuste oclusal. Figura 39 – Restauração final.


Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

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Figura 40 – Restauração inicial. Figura 41 – Restauração final.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

15. Que observações podem ser feitas a partir do caso clínico?

CONCLUSÃO
As restaurações de resina composta, confeccionadas pela técnica direta-indireta, reúnem as
vantagens das restaurações diretas e das indiretas, sendo uma boa alternativa, com exce-
lente relação custo-benefício, tanto para o profissional quanto para o paciente.

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RESPOSTAS ÀS ATIVIDADES E COMENTÁRIOS
Atividade 1
Resposta: Planejamento e indicação correta da técnica restauradora, seleção e aplicação correta
do material restaurador, seguir corretamente a técnica restauradora selecionada, habilidade
e cuidado do profissional, pois ao se optar pelo uso de resinas compostas, deve-se ser criterioso
durante a confecção da restauração.

Atividade 2
Resposta: D

Atividade 4
Resposta: V – V – F – V
Comentário: É esperado que o aumento na conversão da resina proporcione maior grau de
ligações cruzadas e, portanto, resulte em melhores propriedades mecânicas.

Atividade 6
Resposta: Técnica direta, quando a restauração é confeccionada intraoralmente em sessão
única; técnica semidireta ou direta-indireta, quando a restauração é confeccionada com eta-
pas intra e extraoral realizada em sessão única; técnica indireta, quando a restauração é
confeccionada somente extraoralmente, com auxílio de um laboratório e necessita de duas
sessões.

Atividade 7
Resposta: D
Comentário: Em relação ao desgaste dental, a expulsividade do preparo para a realização da
técnica direta-indireta é maior quando comparado à restauração de resina composta direta.

Atividade 9
Resposta: C
Comentário: Uma técnica alternativa para aquecimento da resina composta é a utilização
dos plastificadores de godiva.

Atividade 11
Resposta: Os problemas causados pela contração de polimerização da técnica incremental
não existem na técnica direta-indireta, pois a polimerização final será feita extraoralmente e
a contração de polimerização do bloco não ocorre no dente. Além disso, sendo a execução
da peça realizada intra e extraoralmente, acaba permitindo um contorno anatômico, com
um excelente ponto de contato, pois é possível fazer provas e ajustes perfeitos. Pode-se citar,

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ainda, a diminuição da infiltração marginal e da sensibilidade pós-operatória, pois a contra-
ção de polimerização fica restrita ao material utilizado para fixar a peça.

Atividade 12
Resposta: B

Atividade 13
Resposta: Podem ser utilizadas as fresas 3131, 2135 e 2200. Deve-se dar expulsividade à
cavidade para facilitar a remoção e cimentação da peça. A expulsividade do preparo para a
realização da técnica direta-indireta é maior quando comparada à restauração de resina com-
posta direta, porém não é necessário que ela seja igual ao preparo para restauração indireta
inlay, onlay e overlay, realizadas em laboratório. A utilização dessas fresas paralelas, ao longo
do eixo dental, dará um preparo levemente expulsivo.

REFERÊNCIAS
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150 TÉCNICA DIRETA-INDIRETA PARA RESTAURAÇÃO DE RESINA COMPOSTA POSTERIOR

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