Você está na página 1de 11

See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.

net/publication/358807555

Acabamento e Polimento de Restaurações de Resinas Compostas em Dentes


Anteriores: Fundamentos básicos e técnica. Parte I: Fatores determinantes.

Article · January 2022

CITATIONS READS

0 536

1 author:

Vanessa Carla Ruschel


Federal University of Santa Catarina
34 PUBLICATIONS   123 CITATIONS   

SEE PROFILE

All content following this page was uploaded by Vanessa Carla Ruschel on 23 February 2022.

The user has requested enhancement of the downloaded file.


Acabamento e Polimento de Restaurações
de Resinas Compostas em Dentes
Anteriores: Fundamentos básicos e técnica.
Parte I: Fatores determinantes
Finishing and polishing of composite resin restorations on anterior teeth: Basic fundamentals and
technique. Part I: Determining factors

Vanessa Carla Ruschel*

Professora Doutora em Dentística da Disciplina de Estágio Supervisionado em Clínica Integrada do Adulto e do Idoso - UFSC
*

Vanessa Carla Ruschel


Universidade Federal de Santa Catarina, CCS, Campus Universitário Trindade, Departamento de Odontologia, Disciplina de ESAI, Sala 208D, Florianópolis, SC, CEP 88040-900
vanessa.ruschel@ufsc.br

Data de recebimento: 11/06/2020


Data de aprovação: 18/08/2020

RESUMO
O acabamento e o polimento são cruciais para que a particles and the organic matrix wear out in different proportions.
lisura superficial e o brilho sejam determinados na restauração, Thus, the purpose of this literature review article is to discuss the
o que é possível de ser alcançado com instrumentos de abrasi- determinant factors of the quality and longevity of the finishing
vidade decrescente. Tais procedimentos não são simples de ser and polishing of composite resin restorations, and to provide
realizados em resinas compostas, uma vez que as partículas de scientific evidence for the control of these factors as for the
carga e a matriz orgânica se desgastam em proporções diferen- choice of the finishing and polishing system.
tes. O objetivo deste artigo de revisão da literatura é discorrer
sobre os fatores determinantes da qualidade e da longevidade
do acabamento e do polimento de restaurações de resina com- KEYWORDS
posta, e fornecer evidências científicas para o controle desses Dental polishing. Dental aesthetics. Permanent dental
fatores e para a escolha do sistema de acabamento e polimento. restoration.

PALAVRAS-CHAVE SIGNIFICÂNCIA CLÍNICA


Polimento dentário. Estética dental. Restauração dentá- O procedimento de acabamento e polimento realizado
ria permanente. inadequadamente compromete a longevidade das restaura-
ções de resina composta. Por isso, é importante discutir sobre
os fundamentos básicos envolvidos no acabamento e no poli-
ABSTRACT mento, identificando os fatores determinantes em sua qualidade
The finishing and polishing procedure is crucial for surface e longevidade, a fim de otimizar a obtenção de uma superfície
smoothness and gloss to be determined in the restoration using lisa e brilhosa nas restaurações de resina composta em dentes
instruments of decreasing abrasiveness. Such a procedure is anteriores.
not easy to be performed on composite resins, since the filler

56 Clínica - International Journal of Brazilian Dentistry, Florianópolis, v. 17, n. 1, p. 56-65, jan./mar. 2021
INTRODUÇÃO
Na percepção estética, a forma dental e a textura superfi- elementos da morfologia dental, como forma e textura superfi-
cial são elementos essenciais de uma restauração. Além disso, 1
cial, e proporcionar uma restauração com superfície lisa, mar-
a lisura da superfície deve ser suficiente para ocorrer a reflexão gens bem adaptadas e oclusão equilibrada.2,14,15 Para tanto,
especular da luz e propiciar o brilho.2,3 Tais características estão pode-se associar diferentes instrumentos de A/P, como discos
relacionadas com a rugosidade, que corresponde às ondula- flexíveis, pontas diamantadas, brocas multilaminadas e pon-
ções superficiais em nível microscópico. Assim, o acabamento
4,5
tas de borracha ou silicone, para alcançar o melhor resultado
e polimento (A/P) é realizado para a correção da forma e para a possível.2,3,19,22,23
redução da rugosidade com sistemas que contêm instrumentos Em seguida, o polimento é realizado a fim de reduzir a
de abrasividade decrescente.2,5 rugosidade superficial, obtendo-se maior lisura e, consequente-
O procedimento de A/P das restaurações de resina com- mente, o brilho.4,5,24,25 Os instrumentos devem possuir partículas
posta apropriadamente executado é fundamental para: a) a hi- abrasivas, de tamanho gradativamente reduzido,2,5,20,26 e como
giene e a prevenção do acúmulo de placa, reduzindo a chance exemplo têm-se os discos abrasivos, as pontas de borracha ou
de cárie secundária e problemas periodontais;3,6-8 b) determinar silicone, as escovas impregnadas com partículas, os espirais de
uma oclusão adequada; c) reduzir as irregularidades e defeitos
2
borracha e os discos de pelo de cabra ou de feltro, associados
superficiais, o que garante a resistência mecânica ao desgaste ou não às pastas abrasivas.
e à corrosão do material; 2,9-12
d) remover a camada superficial Uma superfície lisa não necessariamente produz brilho.3
rica em monômeros e evitar o manchamento da resina compos- Para que uma superfície se apresente brilhosa, a altura das irre-
ta; 4,13
e) obter margens bem adaptadas, o que garante a veda- gularidades microscópicas deve ser menor do que metade do
ção marginal e previne a inflamação gengival;14-18 f) proporcio- comprimento de onda da luz visível, ou seja, em torno de 200
nar brilho semelhante ao do esmalte natural; 2-4,19,20
e g) alcançar nm.4,27,28 Para isso, existem inúmeros sistemas de A/P disponí-
o conforto e a satisfação do paciente. 2,21
veis, e indicar o mais adequado é um desafio. Além do mais,
O acabamento é o processo de remoção gradativa de outros fatores interagem e influenciam na lisura e no brilho das
material em excesso na restauração. O objetivo é definir os restaurações de resina composta.

Clínica - International Journal of Brazilian Dentistry, Florianópolis, v. 17, n. 1, p. 56-65, jan./mar. 2021
57
ACABAMENTO E POLIMENTO DE RESTAURAÇÕES DE RESINAS COMPOSTAS EM DENTES ANTERIORES: FUNDAMENTOS
BÁSICOS E TÉCNICA. PARTE I: FATORES DETERMINANTES

Diante disso, o presente artigo tem como objetivo reali- SISTEMA DE ACABAMENTO E POLIMENTO
zar uma revisão da literatura sobre os fatores determinantes da CORTE X DESGASTE
qualidade e da longevidade do acabamento e do polimento de Brocas de carbureto de tungstênio utilizadas em alta
restaurações de resina composta, e fornecer evidências científi- rotação, chamadas de brocas carbide ou multilaminadas, pos-
cas para o controle desses fatores e para a escolha do sistema suem várias lâminas distribuídas de forma regular, que removem
de A/P. Os fatores determinantes são aqueles relacionados ao por ação de corte pequenas raspas do substrato.3,43 O padrão
material restaurador, ao sistema de A/P e à técnica. de corte regular corresponde ao alinhamento das lâminas34 e,
quando o instrumento tem 30 lâminas, o padrão de estrias na
superfície só é perceptível microscopicamente.3 Já a ação de
FATORES DETERMINANTES DO desgaste remove pequenas partículas do material e compreen-
ACABAMENTO E DO POLIMENTO de a maioria dos sistemas de A/P. O padrão de desgaste forma
MATERIAL RESTAURADOR múltiplos riscos, dispostos de forma aleatória pela ação das
As resinas compostas podem ser classificadas de acor- partículas abrasivas,43 podendo tornar a superfície mais irregular
do com o tamanho das partículas de carga. Aquelas indicadas dependendo do tipo e tamanho.24,30
para dentes anteriores são microparticuladas, micro-híbridas,
nano-híbridas e nanoparticuladas.29 Após o emprego de uma PONTAS DIAMANTADAS X BROCAS MULTILAMINADAS
mesma técnica de acabamento e polimento, diferentes resinas As pontas diamantadas e as brocas multilaminadas são
compostas apresentam diferentes padrões de lisura superfi- necessárias durante o acabamento.3,22,41 As primeiras possuem
cial.13,30-33 Isso acontece porque existe uma variação grande en- maior poder de remoção e são mais indicadas para acabamen-
tre as marcas comerciais com relação a tipo, tamanho, formato, to de excessos grosseiros. As segundas, devido a seu menor
dureza e quantidade de partículas de carga.29,34,35 Não há um poder de remoção de material, são mais indicadas para o ali-
consenso na literatura sobre qual o sistema de A/P mais apro- samento, na definição de forma e textura, e proporcionam uma
priado para cada tipo de resina composta. superfície mais regular.10,13,34,41,43,44
Sabe-se que durante o procedimento a matriz orgânica Alguns estudos observaram que a utilização de brocas
pode se desgastar com maior facilidade dos que as partículas multilaminadas causou maior rugosidade e susceptibilidade ao
de carga, as quais permanecem expostas na superfície e mais manchamento de resinas compostas,15,16 além de pior integrida-
propensas a se desprenderem do material, tornando a superfície de marginal em comparação com as pontas diamantadas.13,45
irregular. 31,36
Porém, acredita-se que as partículas nanométricas Outros mostraram que o uso de broca de 30 lâminas é mais favo-
tendem a se desgastar em vez de se desprenderem da matriz rável em termos de rugosidade superficial em comparação com
resinosa. Além disso, previnem o desgaste excessivo da matriz
35
pontas diamantadas finas de 15 µm,9 20 µm46 e 30 µm.9,41,44 Em
resinosa por estarem densamente compactadas, protegendo-a estudo recente,43 os autores relataram que o uso de broca de
da ação abrasiva. 11,12,37,38
12 lâminas gerou menor rugosidade do que a ponta diamantada
Nesse contexto, o tamanho das partículas de carga é extrafina, a qual resultou em ranhuras superficiais e deslocamento
apontado como um dos principais fatores que determinam a de partículas de carga. Em contrapartida, quando a sequência de
lisura superficial e o brilho, sendo frequentemente relatado o abrasividade de ambos os instrumentos é utilizada, a rugosida-
desempenho superior das resinas compostas nanoparticula- de23 e a formação de fendas marginais15,17 são similares.
das.9,13,22,26,32,34,38-41 No entanto, uma revisão sistemática de traba- Independentemente das controvérsias, há consenso na
lhos in vitro não encontrou evidência suficiente que fundamen-
35
literatura de que a ação desses instrumentos introduz defeitos
te a escolha preferencial dessas resinas com base na qualidade e microfendas na superfície do material, os quais atuam como
da superfície. pontos de concentração de estresse e induzem à propaga-
Independentemente do desempenho imediato, as resi- ção de trincas, aumentando as chances de fratura,2,46 além de
nas compostas se tornarão rugosas com o passar do tempo comprometer a resistência ao desgaste.9-12 Por isso, é sempre
devido ao efeito erosivo e abrasivo dos alimentos e bebidas, en- necessário reduzir o tamanho desses defeitos superficiais por
tre outros. Com relação à retenção do brilho, não há evidência
29
meio do polimento.40,41,43,46
suficiente para afirmar que as resinas com nanopartículas são
superiores às micro-híbridas.35 Estudos recentes37,42 mostraram ABRASIVOS
que, clinicamente, não há diferença na lisura de superfície, na A distribuição, o formato, o tamanho e o tipo de partícula
qualidade das margens e no desgaste entre as resinas compos- abrasiva afetam diretamente a rugosidade da resina compos-
tas micro-híbridas, nano-híbridas e nanoparticuladas, sendo a ta.13,15,30,47,48 Nas Tabelas 1 e 2 pode-se observar a composição
escolha do material restrita à preferência do profissional. 37
de diferentes sistemas de A/P.

58 Clínica - International Journal of Brazilian Dentistry, Florianópolis, v. 17, n. 1, p. 56-65, jan./mar. 2021
Ruschel VC.

Tabela 1: Composição de diferentes sistemas de discos flexíveis abrasivos.


MARCA COMERCIAL Nº PASSOS TIPO DE ABRASIVO TAMANHO AUTO-CLAVÁVEL FABRICANTE
Sof-lex Pop On 4 Óxido de alumínio Grosso (marrom): 60 µm40,49 Não 3M/ESPE,
Médio (laranja): 29 µm40,49 St. Paul,
Fino (amarelo): 14 µm40,49 MN, EUA
Extrafino (amarelo claro): 5 µm40,49
Super Snap 4 Grosso e médio: Grosso (preto): 60 µm30 Não Shofu Inc.,
Carbureto de silício Médio (violeta): 30 µm30 Kyoto, Japão
Fino e extrafino: Fino(verde): 20 µm30
Óxido de alumínio Extrafino (vermelho): 7 µm30
Optidisc 4 Óxido de alumínio Grosso (marrom): 80 µm Não KerrHawe
Médio (laranja): 40 µm Neos Dent,
Fino (amarelo): 20 µm Bioggio, Suíça
Extrafino (amarelo claro): 10 µm
Diamond Pro 4 Óxido de alumínio Grosso (azul escuro): 180 µm48 Não FGM, Joinville, SC, Brasil
Médio (azul médio): 100 µm48
Fino (azul claro): 25 µm48
Extrafino (branco): 15 µm48
Superfix 4 Óxido de alumínio Grosso (verde escuro): 200 µm48 Não TDV. Pomerode, SC, Brasil
Médio (verde claro): 100 µm48
Fino (amarelo): 30 µm48
Extrafino (branco): 20 µm48
FlexiDiscs 5 Óxido de alumínio Extragrosso (branco) Não Cosmedent,
Grosso (bege) Chicago,
Médio (azul) IL, EUA
Fino (amarelo)
Extrafino (rosa)

Tabela 2: Composição de diferentes sistemas de pontas de borracha ou silicone.


MARCA COMERCIAL Nº PASSOS TIPO DE ABRASIVO TAMANHO MATRIZ AUTO-CLAVÁVEL FABRICANTE
Compo Master 1 Diamante 6 µm43 Silicone Sim Shofu Inc.,
Kyoto, Japão
Enhance Pogo 1 Óxido de Alumínio 40 µm30 Polímero (PUDMA) Sim Dentsply Caulk,
Milford, DE, EUA
PoGo 1 Diamante 7 µm30 Polímero (PUDMA) Sim Dentsply Caulk,
Milford, DE, EUA
Optrapol 1 Diamante 12 µm Silicone Sim Ivoclar Vivadent, Scha-
an, Liechtenstein
OneGloss 1 Óxido de alumínio 80 µm49 Borracha Sim Shofu Inc.,
Kyoto, Japão
Jiffy HiShine 1 Diamante, 2,5 – 4 µm Silicone Sim Ultradent,
Carbureto de silício South Jordan, UT, EUA
Jiffy Polishers 3 Óxido de alumínio Grosso (verde): 40 µm50 Borracha macia Sim Ultradent,
(Corindon) Médio (amarelo): 30 µm50 South Jordan, UT, EUA
Fino (branco): 5 µm50
Astropol 3 Grosso e fino: Dióxido F - Grosso (verde): Borracha Sim Ivoclar Vivadent, Scha-
de silício2 36,5 µm40,49 an, Liechtenstein
Extrafino: Diamante2 P - Fino (cinza):
12,8 µm40,49
HP - Extrafino (rosa):
3,5 µm40,49
Polidores DFL 2 Amarelo: 40 µm48 Silicone Sim DFL, Rio de
Branco: 12 µm48 Janeiro, RJ, Brasil
FlexiPoints 2 Óxido de alumínio Grosso (Azul) Borracha Sim Cosmedent,
Fino (Rosa) Chicago, IL, EUA
Sof-Lex Espiral 2 Óxido de alumínio Médio (Bege) Borracha Sim 3M/ESPE, St. Paul, MN,
Fino (Rosa) (elastômero) EUA
Cearfil ™ Twist DIA 2 Diamante Médio (Azul escuro) Borracha sintética Sim Kuraray, Okayama,
Fino (Azul claro) Japão

O tamanho do abrasivo deve ser menor do que o tama- que seja capaz de desgastar igualmente as matrizes inorgânica
nho da partícula inorgânica para produzir uma superfície lisa e e orgânica.22,47 Porém, se um abrasivo é muito duro, irregular e
brilhosa. 13,20
Ademais, a dureza do abrasivo deve ser maior para grande, serão produzidas ranhuras profundas na superfície, que

Clínica - International Journal of Brazilian Dentistry, Florianópolis, v. 17, n. 1, p. 56-65, jan./mar. 2021
59
ACABAMENTO E POLIMENTO DE RESTAURAÇÕES DE RESINAS COMPOSTAS EM DENTES ANTERIORES: FUNDAMENTOS
BÁSICOS E TÉCNICA. PARTE I: FATORES DETERMINANTES

são mais difíceis de remover com a sequência de abrasivida- escovas impregnadas (Astrobrush, Ivoclar Vivadent; Jiffy Brush,
de. 17,23
Esse é o caso das partículas de diamante, que são mais Ultradent; Ultrabrush, American Burrs; Occlubrush, Kerr) devem
duras do que o óxido de alumínio, e, dependendo do tamanho, ser utilizadas como uma etapa de polimento, uma vez que a ru-
podem ser prejudiciais à matriz orgânica da resina composta. 3,30
gosidade resultante é desfavorável na ausência do acabamento
O óxido de alumínio é mais duro do que a maior parte prévio.2,7,33,36,40,52
das partículas inorgânicas e pode remover quantidade seme- As partículas de diamante e o óxido de alumínio também
lhante de carga e matriz resinosa, formando uma superfície lisa podem ser encontradas em pastas abrasivas em tamanhos re-
sem desprender as partículas de carga.26,30 Já o dióxido de silí- duzidos (Tabela 3). Geralmente se aplica a pasta com auxílio de
cio é menos duro e pode ser encontrado em pontas de borracha disco de feltro, escova de nylon ou taça de borracha.2 A pasta
e de silicone. 2
abrasiva resulta em menor rugosidade quando utilizada na eta-
O carbureto ou carboneto de silício é um abrasivo sin- pa de polimento.2,33,36,53
tético extremamente duro e friável. As partículas são afiadas e O material empregado como matriz ou aglutinante para
se quebram para originar novas partículas, o que resulta em aderir os abrasivos no instrumento também afeta o comporta-
grande eficiência de desgaste e durabilidade do instrumento.3,51 mento de desgaste do material restaurador. A flexibilidade do
Pode ser encontrado em alguns pontas de borracha ou discos aglutinante favorece a obtenção de melhores resultados,2,28,30
e, mais comumente, em escovas de material sintético rígido. As pois compensa a pressão aplicada durante o procedimento de

Tabela 3: Composição de diferentes sistemas de pastas abrasivas.


MARCA COMERCIAL Nº PASSOS TIPO DE ABRASIVO TAMANHO FABRICANTE
Enamelize 1 Óxido de alumínio 1,5 µm50 Cosmedent, Chicago, IL, EUA
Diamond Polishing Mint 1 Diamante 0,5 – 1 µm Ultradent, South Jordan, UT, EUA
Diamond Gloss 1 Diamante 1 – 2 µm TDV, Pomerode, SC, Brasil
Diamond Excell 1 Diamante 2 – 4 µm FGM, Joinville, SC, Brasil
Diamond R 1 Óxido de alumínio 6 – 8 µm FGM, Joinville, SC, Brasil
Diamond AC 2 Óxido de alumínio ACI: 80 µm FGM, Joinville, SC, Brasil
ACII: 30 µm
Prisma Gloss 2 Óxido de alumínio Fino: 1 µm Dentsply Caulk, Milford, DE, EUA
Extrafino: 0,3 µm

Figura 1: Imagens de diferentes sistemas de discos flexíveis abrasivos. A) Super Snap (Shofu) no tamanho 3/8; B) Sof-Lex Pop-On (3M ESPE) no tamanho 1/2; C) Optidisc
(KerrHawe) nos tamanhos 1/2 e 3/8. O tamanho 3/8 do disco é vantajoso para ser utilizado em regiões de difícil acesso, como aquelas próximas ao tecido gengival ou à
face proximal.

60 Clínica - International Journal of Brazilian Dentistry, Florianópolis, v. 17, n. 1, p. 56-65, jan./mar. 2021
Ruschel VC.

A/P.24 Um bom aglutinador permite que as partículas sejam con- tório, e observou-se lisura superficial semelhante à sequência
tinuamente liberadas antes de perderem a eficiência do corte e de discos abrasivos30,52,60,64 e até mesmo superior a sistemas de
de gerar calor, resultando em um instrumento com maior vida passo único e de três passos.19,55,65 É possível que o espiral re-
útil. 3,36
mova igualmente partículas de carga e matriz resinosa, criando
maior lisura, sem causar defeitos na superfície, e sua geometria
NÚMERO DE PASSOS e sua flexibilidade proporcionem melhor contato com a superfí-
Os sistemas de discos flexíveis aplicados de acordo cie da restauração (Fig. 2), minimizando a aplicação de pressão
com a abrasividade decrescente proporcionam superfícies indesejada por parte do operador.30,56
mais lisas.19,34,39,41,43,45,47,48,54-58 Diferentes sistemas estão na Ta- É importante salientar que o emprego de sistemas sim-
bela 1. Geralmente, o disco flexível grosso apresenta abrasi- plificados deve ser realizado como uma etapa de polimento,30,64
vidade maior do que pontas diamantadas finas e extrafinas, e ou seja, não dispensa o acabamento para proporcionar uma
pode criar ranhuras na superfície. Por isso, deve ser utilizado
39
superfície lisa, com forma e textura adequadas. As Figuras 2 e
somente quando necessário, para remover os excessos gros- 3 mostraram um resumo dos passos clínicos e os respectivos
seiros no acabamento. Já os discos utilizados na sequência de instrumentos para o A/P de restaurações de resina composta
abrasividade média, fina e extrafina são capazes de remover em dentes anteriores, conforme a região da restauração.
com eficiência as ranhuras introduzidas na superfície por pontas
diamantadas extrafinas.34,54 SELANTES DE SUPERFÍCIE
O sistema de discos flexíveis Sof-Lex Pop-On (3M ESPE, Os selantes de superfície são aplicados como um glaze
St. Paul, MN, EUA) é o mais utilizado nos estudos como referên- na restauração. São resinas fluidas com pouca ou nenhuma car-
cia,26 principalmente devido à maior lisura obtida sem causar pre- ga,66 que preenchem as irregularidades e penetram nos defeitos
juízo à superfície da resina composta.7,26,28,33,36,39,41,45,48,49,52,56,59,60 superficiais, tornando a superfície mais lisa após a fotoativação.
O Super Snap (Shofu, Kyoto, Japão) é outro sistema muito es- Podem favorecer a obtenção de brilho, a vedação marginal e a
tudado, com bons resultados de lisura e brilho.30,34,43,47,49,56-58 O redução da microinfiltração.66,67 O desempenho dos selantes em
Super Snap não apresenta encaixe no centro do disco, e toda a termos de lisura superficial é controverso. Autores que aplica-
sua superfície pode entrar em contato com a restauração sem ram o material na restauração sem A/P prévio observaram redu-
danificá-la (Fig. 1A), ao contrário dos sistemas com encaixe de ção da rugosidade.68-70 Já aqueles que realizaram o A/P prévio
metal (Fig. 1B).27 Existem também discos com o encaixe de bor- não observaram diferenças.67,71
racha (Fig. 1C). Além disso, existem grandes variações nas propriedades
Com relação às pontas de borracha ou silicone (Tabela químicas e mecânicas dos selantes com potencial de influenciar
2), o sistema de três passos Astropol (Ivoclar Vivadent) é bastan- em seu desempenho clínico.66 Apesar da facilidade de uso e
te estudado. Os resultados de rugosidade são semelhantes aos da redução do tempo clínico, outras vantagens dos selantes de
dos discos abrasivos, 32,33,40,61
apesar de relatos de desempenho superfície não estão bem esclarecidas na literatura, e estudos
inferior,20,34,54 mas dentro do limite da aceitabilidade clínica. clínicos de longevidade são necessários.
Com o intuito de reduzir o tempo clínico do procedi-
mento de A/P, sistemas de um ou de dois passos foram de- TÉCNICA
senvolvidos, 51
entretanto os resultados obtidos são controver- PRESSÃO
sos.30,36,40,45-47,49,56,57,59,60,62 Uma pressão forte exercida durante o A/P removerá
O sistema de A/P de um passo frequentemente ana- grandes porções do material, enquanto uma pressão leve re-
lisado é o PoGo (Dentsply Caulk, Milford, DE, EUA), com de- moverá pequenas porções, mas produzirá uma superfície mais
sempenho semelhante 9,30,55,59,60,62
ou até mesmo superior ao lisa, facilitando o posterior polimento.3 Deve-se ter cuidado com
dos discos abrasivos e de outros sistemas de borrachas.20,50,63 instrumentos que contêm partículas de diamante, pois promo-
Muitos autores preferem associá-lo com o Enhance (Dentsply) vem maior calor friccional em comparação àqueles impregna-
como pré-tratamento, considerado um sistema de dois passos dos com outros abrasivos. A pressão exercida aparentemente é
(Enhance/PoGo), com resultados favoráveis. 45,46,53,61
Já quando menos crítica com os discos abrasivos, que são mais flexíveis.
as pontas Enhance são empregadas sozinhas, os resultados No entanto, pontas de borracha mais rígidas não compensam a
são piores. 19,20,48,57
pressão exercida e podem criar uma superfície rugosa.24
Recentemente foram lançados espirais para A/P de re- Uma pressão excessiva causa desgaste mais rápido do
sina composta como o sistema de borrachas espirais Sof-Lex instrumento e geração de calor. Calor excessivo pode causar o
Espiral (3M ESPE) e Cearfil Twist DIA (Kuraray, Okayama, Japão) amolecimento da superfície da resina composta3 e degradar a
(Tabela 2). O emprego desses espirais foi avaliado em labora-
30
interface carga-matriz, resultando no deslocamento da partícula,

Clínica - International Journal of Brazilian Dentistry, Florianópolis, v. 17, n. 1, p. 56-65, jan./mar. 2021
61
ACABAMENTO E POLIMENTO DE RESTAURAÇÕES DE RESINAS COMPOSTAS EM DENTES ANTERIORES: FUNDAMENTOS
BÁSICOS E TÉCNICA. PARTE I: FATORES DETERMINANTES

Figura 2: Passos clínicos para o A/P de restaurações de resina composta em dentes anteriores e as opções de instrumentos que podem ser empregados conforme a
região. Observe que mais de uma opção é possível para uma mesma etapa do A/P, porém nem todas necessitam ser utilizadas.

Figura 3: Imagens ilustrativas dos passos clínicos para o A/P de restaurações de resina composta em dentes anteriores. Podem-se observar alguns exemplos das opções
de instrumentos citadas na Figura 2.

no aumento da rugosidade e na redução do brilho,64,72,73 além contra-ângulo multiplicador é recomendável para que a menor
da chance de causar danos à polpa. Diante disso, é importan- velocidade facilite o controle do desgaste e reduza o aqueci-
te aplicar os instrumentos com pressão leve e controlada. 2,24,27
mento e a rugosidade. Instrumentos com partículas de diamante
Também, realizar movimentos intermitentes ajuda a resfriar a su- empregados em baixa velocidade não danificam as margens de
perfície e a remover resíduos entre o material e o instrumento. 3
restaurações.17 Para proporcionar o brilho na restauração, re-
comenda-se aumentar a velocidade – de 3.000-5.000 rpm para
VELOCIDADE 10.000-15.000 rpm –, conforme a redução da abrasividade dos
Velocidades maiores aumentam a quantidade de ma- instrumentos.46
terial removido, mas podem aumentar a rugosidade superfi-
3
Quanto menor a velocidade da rotação do instrumento,
cial.23 O emprego de instrumentos de maior granulação com um mais tempo pode ser utilizado na superfície, maior o controle do

62 Clínica - International Journal of Brazilian Dentistry, Florianópolis, v. 17, n. 1, p. 56-65, jan./mar. 2021
Ruschel VC.

desgaste e menor o calor gerado. Isso se a pressão empregada beneficiar da expansão higroscópica da resina em contato com
for leve e controlada. Assim, mais seguro será o procedimento, a saliva.74 Isso provavelmente compensa o dano inicial causado
sem causar danos à superfície da resina composta, com manu- pelo A/P imediato.18 Estudos mostraram maior lisura superficial,
tenção da lisura e do brilho ao longo do tempo. 3,24
maior microdureza e menor microinfiltração após o A/P imedia-
to3,18,31 ou sem influência na rugosidade.14,67
DURAÇÃO
A duração da ação de cada instrumento de A/P na su-
perfície da resina composta afeta diretamente o resultado fi- DISCUSSÃO
nal.24,25,27,58 Instrumentos de menor abrasividade podem ser Os discos flexíveis de abrasividade média a extrafina apre-
empregados por mais tempo para que sua ação na superfície sentam excelentes resultados de lisura e brilho,19,34,39,41,45,47,48,54-58
seja mais efetiva em reduzir as rugosidades,24 sem influenciar porém seu uso é limitado por causa da geometria da superfície
significativamente no volume. Por isso, é fundamental equilibrar da restauração, principalmente em superfícies côncavas e tex-
a duração de aplicação do instrumento de acordo com sua turizadas.72 Em função disso, as pontas de borracha ou silicone,
abrasividade e quantidade de excesso na restauração. de um ou mais passos, são boa uma alternativa para o aca-
Deve-se considerar que em estudos laboratoriais padro- bamento.32,33,40,61 Também, as escovas ou as pastas abrasivas
niza-se a duração da ação de cada instrumento entre 15 s e 30 são mais adequadas na etapa de polimento,9,22,34 além das tiras
s.16,19,22,27,28,30,39,45,48,51,59,67 Obviamente que, quanto maior o núme- abrasivas, que são utilizadas nas faces proximais e, de preferên-
ro de passos, considerando a duração de cada etapa, maior cia, com abrasividade decrescente.2
será o tempo clínico do procedimento de A/P. Contudo, a quali- Determinar os sistemas de A/P e técnicas mais apropria-
dade da superfície da restauração e a retenção do brilho serão das para obter lisura superficial e brilho, com menor número de
superiores.25,74 passos, é importante para reduzir o tempo clínico do procedi-
mento.47,51 O uso de sistemas de dois passos com espirais de
REFRIGERAÇÃO borracha é efetivo como últimas etapas do polimento, sendo
Sabe-se que o A/P realizado a seco facilita a visualização, semelhantes aos sistemas de maior número de passos.30,52,60,64
porém pode gerar calor excessivo, criar defeitos superficiais no Ainda, apresentam geometria favorável e efetiva em todas as
material e reduzir a vida útil do instrumento. 3,31,64,72,73
Além disso, regiões da restauração.
favorece o desprendimento das partículas do instrumento, que Uma dica clínica que pode contribuir para reduzir o tempo
permanecem impregnadas na superfície da resina composta, do procedimento de A/P é realizar a restauração respeitando a
comprometendo a eficiência do instrumento seguinte.28 anatomia correta, mas com um pequeno sobrecontorno. Assim,
Assim, deve-se utilizar os instrumentos sempre com irri- os passos de acabamento serão reduzidos e o polimento será
gação,31,64,73 principalmente aqueles impregnados com partícu- mais fácil de ser alcançado. Se ajustes maiores forem neces-
las de diamante, o que potencializa o efeito e a longevidade do
2
sários, podem ser utilizadas as pontas diamantadas e brocas
A/P da resina composta. Também, é recomendável a aplicação multilaminadas finas e extrafinas,3,22,41 mas seu emprego sempre
de spray ar-água sobre a superfície da restauração após cada deve ser seguido pela sequência de abrasividade do sistema
instrumento, para remover tanto o calor quanto as partículas que escolhido, a fim de reduzir as irregularidades criadas.34,40,41,46,54
se desprendem do instrumento. A velocidade e a efetividade do Clinicamente, a qualidade da superfície após o A/P de-
acabamento e polimento serão favorecidas pela remoção des- pende consideravelmente da técnica,35,45,52 uma vez que alguns
ses resíduos.3 fatores estão sob controle direto do profissional.24,27,57 Diante dis-
so, é importante seguir a sequência de abrasividade, aplicar os
TEMPO instrumentos com pressão leve e controlada, com movimentos
O tempo decorrido entre a fotoativação final e o A/P tam- intermitentes, pelo maior tempo possível, com velocidade ade-
bém afeta as características de superfície e a infiltração mar- quada e refrigeração, além da limpeza da superfície com spray
ginal das restaurações de resina composta. Não há consenso ar-água após cada instrumento.3,11,49,58
na literatura sobre qual o momento mais favorável, se imediato Apesar das controvérsias em relação ao benefício do A/P
ou tardio. É relatado que, como o grau de conversão da resina tardio nas restaurações de resina composta, em dentes anterio-
composta aumenta após a fotoativação final por até 24 h,3 o res os seguintes motivos justificam a realização do A/P em uma
polimento tardio pode resultar em menor rugosidade75 e, princi- sessão clínica posterior: a) melhor observação da integração
palmente, em maior microdureza. 67,76
óptica da restauração,77 devido à reidratação do remanescente
O procedimento imediato pode comprometer incialmen- dental78 e à alteração de cor do material no período de pós-poli-
te a vedação marginal da restauração, entretanto esta pode se
16
merização;79 e b) o profissional estará mais descansado, o que

Clínica - International Journal of Brazilian Dentistry, Florianópolis, v. 17, n. 1, p. 56-65, jan./mar. 2021
63
ACABAMENTO E POLIMENTO DE RESTAURAÇÕES DE RESINAS COMPOSTAS EM DENTES ANTERIORES: FUNDAMENTOS
BÁSICOS E TÉCNICA. PARTE I: FATORES DETERMINANTES

facilita a observação dos detalhes de forma e textura superficial and laboratory wear simulation methods: a review. Dental Mater J. 2019 May
29;38(3):343-53.
durante o procedimento.
13. Beltrami R, Ceci M, De Pani G, Vialba L, Federico R, Poggio C, et al. Effect
Invariavelmente, a superfície da resina composta irá se of different surface finishing/polishing procedures on color stability of esthetic
restorative materials: a spectrophotometric evaluation. Eur J Dent. 2018
desintegrar com o passar do tempo, levando ao aumento da Jan;12(01):049-56.
rugosidade, ao manchamento, ao desgaste e à perda do brilho 14. Venturini D, Cenci MS, Demarco FF, Camacho GB, Powers JM. Effect of polishing
techniques and time on surface roughness, hardness and microleakage of
da restauração. 11,24,29
A literatura indica que, frequentemente, a resin composite restorations. Oper Dent. 2006 Jan;31(1):11-7.
razão da troca de restaurações de dentes anteriores é a insa- 15. Maresca C, Pimenta LAF, Heymann HO, Ziemiecki TL, Ritter AV. Effect of
finishing instrumentation on the marginal integrity of resin-based composite
tisfação com a estética, devido à degradação da superfície de restorations. J Esthet Restor Dent. 2010 Apr;22(2):104-12.
uma restauração que está bem adaptada.80 Diante disso, pro- 16. Lopes GC, Franke M, Maia HP. Effect of finishing time and techniques on
marginal sealing ability of two composite restorative materials. J Prosthet Dent.
cedimentos minimamente invasivos, como o repolimento81 ou o 2002 Jul;88(1):32-6.
reparo,82 quando corretamente indicados, podem melhorar sig- 17. Delgado AJ, Ritter AV, Donovan TE, Ziemiecki T, Heymann HO. Effect of
finishing techniques on the marginal integrity of resin-based composite and
nificativamente a aparência estética da restauração, minimizar a
resin-modified glass ionomer restoration: margin integrity of RBC and RMGI
adesão bacteriana8 e postergar sua substituição. restorations. J Esthet Restor Dent. 2015 Jul;27(4):184-93.
18. Yap AU, Ang HQ, Chong KC. Influence of finishing time on marginal sealing
ability of new generation composite bonding systems. J Oral Rehabil. 1998
Nov;25(11):871-6.
CONSIDERAÇÕES FINAIS 19. Pala K, Tekçe N, Tuncer S, Serim ME, Demirci M. Evaluation of the surface
hardness, roughness, gloss and color of composites after different finishing/
É evidente que diferentes sistemas de acabamento e polishing treatments and thermocycling using a multitechnique approach. Dent
Mater J. 2016;35(2):278-89.
polimento apresentam desempenho diferente na superfície da
20. Paravina RD, Roeder L, Lu H, Vogel K, Powers JM. Effect of finishing and
resina composta. Novos sistemas de A/P simplificados são van- polishing procedures on surface roughness, gloss and color of resin-based
composites. Am J Dent. 2004 Aug;17(4):262-6.
tajosos quando existe a necessidade de reduzir o tempo clínico.
21. Jones CS, Billington RW, Pearson GJ. The in vivo perception of roughness of
Contudo, fatores relacionados ao operador não devem ser ne- restorations. Br Dent J. 2004 Jan 10;196(1):42-5; discussion 31.
gligenciados porque afetam diretamente na qualidade da su- 22. Kumari RV, Nagaraj H, Siddaraju K, Poluri RK. Evaluation of the effect of surface
polishing, oral beverages and food colorants on color stability and surface
perfície do material. Portanto, em restaurações estéticas, o mais roughness of nanocomposite resins. J Int Oral Health. 2015 Jul;7(7):63-70.
importante não é escolher a resina composta de acordo com 23. Ferraris F, Conti A. Superficial roughness on composite surface, composite-
enamel and composite-dentin junctions after different finishing and polishing
as características estéticas e funcionais, mas realizar adequada- procedures. Part II: roughness with diamond finishing and differences between
mente o procedimento de acabamento e polimento. enamel composite vs body composite. Int J Esthet Dent. 2014;9(2):184-204.
24. Heintze S, Forjanic M, Rousson V. Surface roughness and gloss of dental
materials as a function of force and polishing time in vitro. Dental Mater. 2006
Feb;22(2):146-65.

REFERÊNCIAS 25. Waheeb N, Silikas N, Watts D. Initial polishing time affects gloss retention in
resin composites. Am J Dent. 2012 Oct;25(5):303-6.
1. Fondriest J. Shade matching in restorative dentistry: the science and strategies.
26. Endo T, Finger WJ, Kanehira M, Utterodt A, Komatsu M. Surface texture and
Int J Periodontics Restorative Dent. 2003 Oct;23(5):467-79.
roughness of polished nanofill and nanohybrid resin composites. Dent Mater J.
2. Jefferies SR. Abrasive finishing and polishing in restorative dentistry: a state-of- 2010 Mar;29(2):213-23.
the-art review. Dent Clin North Am. 2007 Apr;51(2):379-97, ix.
27. Jones CS, Billington RW, Pearson GJ. Interoperator variability during polishing.
3. Phillips RW, Anusavice KJ, Albuquerque DC de, Grinbaum NS, Loguercio AD, Quintessence Int. 2006 Mar;37(3):183-90.
Reis A. Phillips materiais dentários. Rio de Janeiro: Elsevier; 2005.
28. Nagem Filho H, D’Azevedo MTFS, Nagem HD, Marsola FP. Surface roughness
4. Chung K. Effects of finishing and polishing procedures on the surface texture of of composite resins after finishing and polishing. Braz Dent J. 2003 Jun;14(1):37-
resin composites. Dental Mater. 1994 Sep;10(5):325-30. 41.
5. Kakaboura A, Fragouli M, Rahiotis C, Silikas N. Evaluation of surface 29. Ferracane JL. Resin composite: state of the art. Dent Mater. 2011 Jan;27(1):29-
characteristics of dental composites using profilometry, scanning electron, 38.
atomic force microscopy and gloss-meter. J Mater Sci Mater Med. 2007
30. Kemaloglu H, Karacolak G, Turkun LS. Can Reduced-Step Polishers Be as
Jan;18(1):155-63.
Effective as Multiple-Step Polishers in Enhancing Surface Smoothness? J
6. Bollen CM, Lambrechts P, Quirynen M. Comparison of surface roughness of Esthet Restor Dent. 2017;29(1):31-40.
oral hard materials to the threshold surface roughness for bacterial plaque
31. Kaminedi RR, Penumatsa NV, Priya T, Baroudi K. The influence of finishing/
retention: a review of the literature. Dent Mater. 1997 Jul;13(4):258-69.
polishing time and cooling system on surface roughness and microhardness
7. Pereira C, Eskelson E, Cavalli V, Liporoni P, Jorge A, Rego M do. Streptococcus of two different types of composite resin restorations. J Int Soc Prev Community
mutans biofilm adhesion on composite resin surfaces after different finishing Dent. 2014 Dec;4(Suppl 2):S99-104.
and polishing techniques. Oper Dent. 2011 May;36(3):311-7.
32. Senawongse P, Pongprueksa P. Surface roughness of nanofill and nanohybrid
8. Park J-W, An J-S, Lim WH, Lim B-S, Ahn S-J. Microbial changes in biofilms resin composites after polishing and brushing. J Esthet Restor Dent.
on composite resins with different surface roughness: an in vitro study with a 2007;19(5):265-73; discussion 274-275.
multispecies biofilm model. J Prosthet Dent. 2019 Nov;122(5):493.e1-493.e8.
33. Marghalani HY. Effect of finishing/polishing systems on the surface roughness
9. Turssi CP, Ferracane JL, Serra MC. Abrasive wear of resin composites as related of novel posterior composites. J Esthet Restor Dent. 2010 Apr;22(2):127-38.
to finishing and polishing procedures. Dental Mater. 2005 Jul;21(7):641-8.
34. Baseren M. Surface roughness of nanofill and nanohybrid composite resin and
10. Ferracane JL, Condon JR, Mitchem JC. Evaluation of subsurface defects ormocer-based tooth-colored restorative materials after several finishing and
created during the finishing of composites. J Dent Res. 1992 Sep;71(9):1628- polishing procedures. J Biomater App. 2004 Oct;19(2):121-34.
32.
35. Kaizer MR, de Oliveira-Ogliari A, Cenci MS, Opdam NJM, Moraes RR. Do
11. Heintze SD, Forjanic M, Ohmiti K, Rousson V. Surface deterioration of dental nanofill or submicron composites show improved smoothness and gloss?: a
materials after simulated toothbrushing in relation to brushing time and load. systematic review of in vitro studies. Dent Mater. 2014 Apr;30(4):e41-78.
Dent Mater. 2010 Apr;26(4):306-19.
36. Da Costa J, Ferracane J, Paravina RD, Mazur RF, Roeder L. The effect of
12. Heintze SD, Reichl F-X, Hickel R. Wear of dental materials: clinical significance different polishing systems on surface roughness and gloss of various resin

64 Clínica - International Journal of Brazilian Dentistry, Florianópolis, v. 17, n. 1, p. 56-65, jan./mar. 2021
Ruschel VC.

composites. J Esthet Restor Dent. 2007;19(4):214-24; discussion 225-226. arttext&pid=S1983-46322020000100307&tlng=en


37. Angerame D, De Biasi M. Do nanofilled/nanohybrid composites allow for 61. Antonson SA, Yazici AR, Kilinc E, Antonson DE, Hardigan PC. Comparison of
better clinical performance of direct restorations than traditional microhybrid different finishing/polishing systems on surface roughness and gloss of resin
composites?: a systematic review. Oper Dent. 2018 Jul;43(4):E191-209. composites. J Dent. 2011 Jul;39 Suppl 1:e9-17.
38. Salgado VE, Cavalcante LM, Silikas N, Schneider LFJ. The influence of 62. Türkün LS, Türkün M. The effect of one-step polishing system on the surface
nanoscale inorganic content over optical and surface properties of model roughness of three esthetic resin composite materials. Oper Dent. 2004
composites. J Dent. 2013 Nov;41:e45-53. Apr;29(2):203-11.
39. Janus J, Fauxpoint G, Arntz Y, Pelletier H, Etienne O. Surface roughness and 63. Alfawaz Y. Impact of polishing systems on the surface roughness and
morphology of three nanocomposites after two different polishing treatments by microhardness of nanocomposites. J Contemp Dent Pract. 2017 Aug
a multitechnique approach. Dental Mater. 2010 May;26(5):416-25. 1;18(8):647-51.
40. Jung M, Eichelberger K, Klimek J. Surface geometry of four nanofiller and one 64. De Freitas MVNM dos RP, De Freitas DTNP, De Almeida LN, Magalhães APR,
hybrid composite after one-step and multiple-step polishing. Oper Dent. 2007 Cardoso P de C, Decurcio R de A. Influência do uso da irrigação durante o
Aug;32(4):347-55. acabamento e polimento de resinas compostas: rugosidade superficial,
41. Jung M, Sehr K, Klimek J. Surface Texture of Four Nanofilled and One Hybrid estabilidade de cor e morfologia de superfície. Rev Odont Brasil Central. 2019
Composite After Finishing. Oper Dent. 2007 Jan;32(1):45-52. Jul 30;28(85):45-52.

42. Alzraikat H, Burrow M, Maghaireh G, Taha N. Nanofilled resin composite 65. Abzal M, Rathakrishnan M, Prakash V, Vivekanandhan P, Subbiya A, Sukumaran
properties and clinical performance: a review. Oper Dent. 2018 Jul;43(4):E173-90. V. Evaluation of surface roughness of three different composite resins with three
different polishing systems. J Conserv Dent. 2016;19(2):171.
43. Ishii R, Takamizawa T, Tsujimoto A, Suzuki S, Imai A, Barkmeier W, et al. Effects
of finishing and polishing methods on the surface roughness and surface free 66. Anagnostou M, Mountouris G, Silikas N, Kletsas D, Eliades G. Chemical,
energy of bulk-fill resin composites. Oper Dent. 2020 Mar;45(2):E91-104. mechanical and biological properties of contemporary composite surface
sealers. Dent Mater. 2015 Dec;31(12):1474-86.
44. Botta AC, Duarte S, Filho PIP, Gheno SM. Effect of dental finishing instruments
on the surface roughness of composite resins as elucidated by atomic force 67. Ruschel V, Bona V, Baratieri L, Maia H. Effect of surface sealants and polishing
microscopy. Microsc Microanal. 2008 Oct;14(5):380-6. time on composite surface roughness and microhardness. Oper Dent. 2018
Jul;43(4):408-15.
45. Gönülol N, Yilmaz F. The effects of finishing and polishing techniques on
surface roughness and color stability of nanocomposites. J Dent. 2012 Dec;40 68. Sarac D, Sarac YS, Kulunk S, Ural C, Kulunk T. The effect of polishing techniques
Suppl 2:e64-70. on the surface roughness and color change of composite resins. J Prosthet
Dent. 2006 Jul;96(1):33-40.
46. Daud A, Gray G, Lynch CD, Wilson NHF, Blum IR. A randomised controlled study
on the use of finishing and polishing systems on different resin composites 69. Perez C dos R, Hirata RJ, da Silva AHM da FT, Sampaio EM, de Miranda MS.
using 3D contact optical profilometry and scanning electron microscopy. J Effect of a glaze/composite sealant on the 3-D surface roughness of esthetic
Dent. 2018 Apr;71:25-30. restorative materials. Oper Dent. 2009 Dec;34(6):674-80.

47. Watanabe T, Miyazaki M, Moore BK. Influence of polishing instruments on the 70. Dede DÖ, Şahin O, Koroglu A, Yilmaz B. Effect of sealant agents on the color
surface texture of resin composites. Quintessence Int. 2006 Jan;37(1):61-7. stability and surface roughness of nanohybrid composite resins. J Prosthet
Dent. 2016 Jul;116(1):119-28.
48. Rodrigues-Junior SA, Chemin P, Piaia PP, Ferracane JL. Surface roughness and
gloss of actual composites as polished with different polishing systems. Oper 71. Lopes MB, Saquy PC, Moura SK, Wang L, Graciano FMO, Correr Sobrinho
Dent. 2015 Aug;40(4):418-29. L, et al. Effect of different surface penetrating sealants on the roughness of a
nanofiller composite resin. Brazilian Dental Journal. 2012;23(6):692-7.
49. St-Pierre L, Martel C, Crépeau H, Vargas MA. Influence of polishing systems on
surface roughness of composite resins: polishability of composite resins. Oper 72. Dodge WW, Dale RA, Cooley RL, Duke ES. Comparison of wet and dry finishing
Dent. 2019 Jun;44(3):E122-32. of resin composites with aluminum oxide discs. Dental Mater. 1991 Jan;7(1):18-
20.
50. Costa JD, Ferracane J, Paravina RD, Mazur RF, Roeder L. The effect of different
polishing systems on surface roughness and gloss of various resin composites. 73. Nasoohi N, Hoorizad M, Tabatabaei SF. Effects of wet and dry finishing and
J Esthet Restor Dent. 2007 Aug;19(4):214-24. polishing on surface roughness and microhardness of composite resins. J Dent
(Tehran). 2017 Mar;14(2):69-75.
51. Ruschel VC, Lauer F, Maia HP, Shibata S, Carvalho LD, Gutiérrez C, et al. Effect
of autoclaving on action of polishing systems on the surface roughness of a 74. Cenci MS, Venturini D, Pereira-Cenci T, Piva E, Demarco FF. The effect of
composite resin. Dental Mater. 2013 Jan;29:e55. polishing techniques and time on the surface characteristics and sealing
ability of resin composite restorations after one-year storage. Oper Dent. 2008
52. Aytac F, Karaarslan ES, Agaccioglu M, Tastan E, Buldur M, Kuyucu E. Effects of Apr;33(2):169-76.
novel finishing and polishing systems on surface roughness and morphology of
nanocomposites. J Esthet Restor Dent. 2016 Jul;28(4):247-61. 75. da Silva JMF, da Rocha DM, Travassos AC, Fernandes VVB, Rodrigues JR.
Effect of different finishing times on surface roughness and maintenance of
53. Berger SB, Palialol ARM, Cavalli V, Giannini M. Surface roughness and staining polish in nanoparticle and microhybrid composite resins. Eur J Esthet Dent.
susceptibility of composite resins after finishing and polishing: roughness and 2010;5(3):288-98.
staining of compositeS. J Esthet Restor Dent. 2011 Feb;23(1):34-43.
76. Yazici AR, Tuncer D, Antonson S, Onen A, Kilinc E. Effects of delayed finishing/
54. Celik C, Ozgünaltay G. Effect of finishing and polishing procedures on surface polishing on surface roughness, hardness and gloss of tooth-coloured
roughness of tooth-colored materials. Quintessence Int. 2009 Oct;40(9):783-9. restorative materials. Eur J Dent. 2010 Jan;4(1):50-6.
55. Nithya K, Sridevi K, Keerthi V, Ravishankar P. Evaluation of surface roughness, 77. Ruschel V, Martins M, Bernardon J, Maia H. Color match between composite
hardness, and gloss of composites after three different finishing and polishing resin and tooth remnant in class iv restorations: a case series. Oper Dent. 2018
techniques: an in vitro study. Cureus. 2020 Feb 19;12(2):e7037. Sep;43(5):460-6.
56. da Costa J, Goncalves F, Ferracane J. Comparison of two-step versus four- 78. Burki Z, Watkins S, Wilson R, Fenlon M. A randomised controlled trial
step composite finishing/polishing disc systems: evaluation of a new two-step to investigate the effects of dehydration on tooth colour. J Dent. 2013
composite polishing disc system. Oper Dent. 2011 Mar;36(2):205-12. Mar;41(3):250-7.
57. Yadav RD, Jindal D, Mathur R. A comparative analysis of different finishing and 79. Sabatini C. Color stability behavior of methacrylate-based resin composites
polishing devices on nanofilled, microfilled, and hybrid composite: a scanning polymerized with light-emitting diodes and quartz-tungsten-halogen. Oper
electron microscopy and profilometric study. Int J Clin Pediatr Dent. 2016 Dent. 2015 Jun;40(3):271-81.
Sep;9(3):201-8.
80. Demarco FF, Collares K, Correa MB, Cenci MS, Moraes RR de, Opdam NJ.
58. Watanabe T, Miyazaki M, Takamizawa T, Kurokawa H, Rikuta A, Ando S. Should my composite restorations last forever? Why are they failing? Brazilian
Influence of polishing duration on surface roughness of resin composites. J Oral Research [Internet]. 2017 Aug 28 [cited 2020 May 14];31(suppl 1).
Oral Sci. 2005 Mar;47(1):21-5. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-
59. Korkmaz Y, Ozel E, Attar N, Aksoy G. The influence of one-step polishing 83242017000500201&lng=en&tlng=en
systems on the surface roughness and microhardness of nanocomposites. 81. Anfe TEDA, Agra CM, Vieira GF. Evaluation of the possibility of removing staining
Oper Dent. 2008 Jan;33(1):44-50. by repolishing composite resins submitted to artificial aging: removing staining
60. Canto FMT, Alexandria AK, Magno MB, Silva EM da, Maia LC. Topography and by repolishing composite resins. J Esthet Restor Dent. 2011 Aug;23(4):260-7.
microhardness changes of nanofilled resin composite restorations submitted 82. Ruschel V, Stolf S, Shibata S, Baratieri L. A conservative technique for repairing
to different finishing and polishing systems and erosive challenge. pesquisa
class iv composite restorations. Oper Dent. 2017 Jan;42(1):E10-5.
brasileira em odontopediatria e clínica integrada [Internet]. 2020 [cited 2020
Apr 19];20. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_

View publication stats


Clínica - International Journal of Brazilian Dentistry, Florianópolis, v. 17, n. 1, p. 56-65, jan./mar. 2021
65

Você também pode gostar