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Olá, boa tarde a todos, é um prazer estar aqui. Gostaria de agradecer à mesa por
ter aceitado minha proposta e ter fornecido esse espaço com pesquisas tão interessantes.
Estou extremamente animado com os temas.
Nesse sentido, sob o aspecto contextual de Sagan, eu sigo a linha de que o cenário
das mudanças climática trouxe a necessidade de analisar e reconstruir as concepções do
planeta e as relações que estabelecemos. Em outras palavras, Sagan está em conjunto
com uma série de autores que estavam, por consequência do possível fim do mundo,
tentando produzir uma reavaliação do próprio entendimento, sobretudo Ocidental, do
que é a Terra – o que alguns autores chamam de Intrusão da Terra/Gaia/Planetário...
Mais do que isso, não é o objeto da exposição de hoje, mas a gente pode levar isso para
as perguntas, a temporalidade/ontologia de Sagan é uma que está em conflito com
outras, sobretudo a do mundo dos conservadores negacionistas.
Segundo Alyne Castro, “as ontologias são mundos por meio dos quais a Terra
transita”. Do ponto de vista filosófico, a autora afirmou que os seres, nas ontologias,
existem de modo relacional e diferencial, ou seja, enquanto ocupantes de posições, ou
perspectivas, que variam conforme a função que exercem nos arranjos ontológicos
próprios às diversas cosmologias. Logo, só podemos falar na unidade da Terra na
existência desses pontos de vista acerca de suas expressões e de seus entes – em que
diversas ontologias entram em contato. Do ponto de vista prático, existem um
pluriverso de formas para o “recrutamento” dos seres na composição de uma ontologia
– como os seres humanos da Terra Grande Floresta dos Yanomami ou a Natureza como
fonte de recursos para Homo economicus neoliberalal.
das variações geontológicas e a unidade que se pode construir a partir dessas variações
encontraremos esses arranjos estará em seu livro Cosmos. Cito a introdução deste livro:
Para Humboldt, os outros termos como Mundo, globo ou Terra não eram o
suficiente para compreender a dinâmica cósmica. Para o autor, ver a Terra era ver a
humanidade refletida no abismo sideral. É uma perspectiva muito similar a de Sagan.
Lemos no Cosmos de Sagan, e eu o cito: “algo em nós reconhece o Cosmos como nosso
lar. Nós somos feitos de poeiras das estrelas. Nossa origem e evolução tem sido ligada
a eventos cósmicos distantes. A exploração do Cosmos é uma viagem de
autodescobrimento”. Ou seja, há um conexão direta entre nós e o Planeta. Somos parte
do cosmos.
que estas geralmente eram subordinadas aos interesses de curto prazo de nações e
corporações. Sagan escreveu ainda em Bilhões & Bilhões que talvez “os produtos da
O que temos, portanto, é, pra usar o vocabulário de Bruno Latour, uma “guerra
pesquisa fez com que vários temas não fossem aprofundados, como as implicações
temporalidades. Eu tenho ciência disso. Entretanto, espero que minha fala tenha
fornecido um material mínimo pra nós conversarmos aqui e trocarmos ideias. Obrigado