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Pra início de discussão é importante fazer algumas correlações,

inclusive em questões básicas, como a própria definição de história “a História é o


estudo do homem no Tempo” (BLOCH, 1997, p55), e no tema proposta é uma
discussão acerca de assuntos relacionadas com o tempo, precisamente ligados a
marcos temporais, que são os pontos de referências para o estudo da história,
servem como guia, separadores e agregadores de conexões para esse estudo tão
complexo, ao mesmo tempo são alvos de incontáveis discussões. Principalmente
por que definir quando começa uma época e termina a outra é extremamente
complexo, qualquer tipo de mudança tende a ser gradual e cheio de camadas, onde
marcos históricos fixos sejam difíceis de delimitar de uma forma mais objetiva.

Uma das cronologias mais aceita é a divisão histórica baseada em:


Pré-história, Antiguidade, Idade média, moderna e contemporânea. Mesmo sendo
uma definição de conhecimento geral, não está longe de críticas, principalmente por
ser marcada apenas por eventos grandioso e desconsiderar outros. A pré-história
começa com a aparecimento da espécie humana, depois disso a mudança de pré-
história pra antiguidade é marcada pela invenção da escrita. Já nesse ambiente
entra a discussão na qual a palavra pré-história indicaria que um homem sem
escrita não tem história? Uma discussão bastante recorrente no meio da história.
Principalmente quando abordamos outras culturas e povos, nem todos com escrita,
mas com muita história. Já a passagem da antiguidade pra Idade média é marcada
pela queda do império romano, por mais que realmente o império romano foi algo
bastante impactante, para alguns, a queda não foi um evento tão de ruptura para
demarcar um tempo. Depois disso entra a idade moderna, que também é marcada
por um evento relacionada ao império romana, no caso a queda da Constantinopla.
E por último temos a entrada da era que ainda vivemos, após a revolução francesa.
Todos esses pontos tem outras divisões e discussões, é importante salientar que as
épocas são muito delimitadas através do escopo europeu, já que os acontecimentos
no mundo não foram uniformemente, enquanto na idade média pra moderna é
conhecida pelo marco da transição do Feudalismo para o estado Burguês, como
dito por Perry Anderson(2013), em outras partes do mundo, como no Japão, no
leste europeu a transição foi diferente, tendo outros tipos de passagem, o que então
poderia diferenciar os marcos temporais, inclusive adicionando ou colocando os
outros aspectos. O ambiente que o historiador se encontra interfere muito na sua
visão dessas questões.

Dentro dos artigos colocados para análise, o primeiro aborda a


questão da antiguidade tardia. Um período entre a antiguidade clássica e a idade
média, que geralmente é definida como de questionado por muitos por uma falta de
identidade própria, porém ao mesmo tempo é um período de transição da
antiguidade para a media, muitas dessas discussões se baseiam em questões
ideológicas, mais do que realmente uma análise profunda buscando a melhor
definição para uma compreensão dos estudos históricos. Um dos principais
defensores dessa ideia de antiguidade tardia era Peter Brown. Um dos pontos
defendido pelo autor é que mudanças de marcos temporais são graduais, não
houve um rompimento tão grande na queda do império romana, que é marcada pela
data de 476, principalmente considerando aspectos em gerais, da sociedade, das
relações de todos os tipos, e mesmo no âmbito político ainda sim foi um
acontecimento menos grandioso do que pode parecer, o império romano já estava
em decadência. Esse tipo de abordagem é recorrente pelos historiadores do século
XIX demonstravam. Ver como a sociedade vai mudando as ações, estruturas,
costume e religião são aspectos bastante relevante para análise do modo de pensar
mais vigente, tendo como maior referência a escola dos Annales.

Já o segundo artigo aborda uma outra visão da transição, que é em


relação da fase de mudança do feudalismo até a burguesia, determinada de
burguesia.

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