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Validação de Sistemas
Computadorizados
A etapa de validação é crucial para o atendimento às demandas legais
e a atuação global das companhias. Em resumo, o que se busca é garantir
a confiabilidade do processo que está sendo controlado
Alberto Paz
A
implementação de sofistica- e veterinária é a etapa de valida- Agência de Vigilância Sanitária e o
dos sistemas automatizados ção desses sistemas, chamada CSV – MAPA – Ministério da Agricultura,
nos processos de produção é Computer System Validation. O FDA Pecuária e Abastecimento têm cobra-
um fato irreversível, principalmen- norte-americano, por exemplo, tem do com mais contundência a execução
te por propiciar o gerenciamento inúmeros documentos relacionados do CSV nas indústrias que regulam,
completo da operação, a partir dos aos temas de sistemas computacio- seja para sistemas de gerenciamento
parâmetros pré-estabelecidos,
pré-estabelecidos, geran- nais e validação. seja para sistemas embarcados em
do maior competitividade, confiabi- A maior demanda pela validação equipamento”, comenta Mário Brenga
lidade e controle das operações. O está relacionada basicamente a dois Giampietro, especialista em valida-
que tem demandado grande debate pontos: exigência legal e atuação glo- ção de sistemas da Pharmaster. “E, na
na indústria farmacêutica, cosmética bal das companhias. “A ANVISA – outra ponta, atende a necessidade de
expandir os negócios globalmente, O que é o GAMP?
tendo então que atender às agências
reguladoras internacionais, como, por Abreviação de Good Automated computadorizados. Suas diretrizes
exemplo, EMEA, FDA e INVIMA”. Manufacturing Practice, o GAMP é são elaboradas pelo ISPE e pelo
Segundo Giampietro, além desses o resultado direto do aumento da Fórum GAMP.
dois pontos, a expansão dos negócios necessidade da indústria farmacêu- O GAMP 5 auxilia na organização
tem envolvido também a terceiriza- tica em regulamentar o segmento. e desenvolvimento de:
ção de parte
produtivo, ou de
e isso todo oexige
também processo
que O GAMP foi ajustado
a compreensão e a até promover
interpretação - validação de sistemas automati-
a empresa mantenedora das marcas dos regulamentos e a melhoria da zados usando o conceito pros-
tenha um robusto processo de CSV, comunicação dentro do segmento pectivo e retrospectivo durante
de forma a garantir que seus produ- farmacêutico, dos usuários, dos for- o ciclo de vida do produto;
tos mantenham a qualidade espera- necedores e dos órgãos reguladores. - métodos para assegurar que siste-
da. E, finalmente, as indústrias estão GAMP 5 são as diretrizes mais mas automatizados
automatizados permaneçam
exigindo CSV de seus parceiros, tais utilizadas e aceitas internacional- em estado de validado, uma vez
como empresas de pesquisas clínicas mente para validação de sistemas validado e em funcionamento.
e fornecedores de equipamentos e
sistemas. “Ou seja, para ser fornece-
dor das indústrias é necessário ter produto e na integridade dos dados Practice – um guia para validação de
o processo de CSV implantado ou que devem provar que o sistema fez sistemas, busca atender dois obje-
dominá-lo”, observa. exatamente aquilo que deveria fazer. tivos: documentação do projeto e
A importância
temas da validação
computadorizados estáderela-
sis- Silvia Martins, especialista
to e engenheira no assun-
da Eurotherm, expli- desafio do sistema.
“No primeiro item, os requisitos
cionada diretamente ao impacto na ca que no ciclo de vida do GAMP de usuário somado aos documen-
saúde do paciente, na qualidade do – Good Automated Manufacturing tos de especificação fornecem os
capa
©
Figura 1 Primary o
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Regulated S
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Company 2
0
0
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Functional Functional
Specification Testing
Supplier
Code Modules
Comentário:
a. documentação de projeto: os requisitos de usuário somado aos
documentos de especificação documentam o projeto do sistema e seu
desenvolvimento. O lado esquerdo do ciclo de vida em ‘V’ da validação traz
muitos benefícios, como, por exemplo, evitar que o usuário fique totalmente
dependente do fornecedor e, quando houver a saída de algum profissional
da equipe interna, a informação sobre aquele determinado sistema não
se perca.
b. desafio do sistema: o lado direito do ciclo de vida em ‘V’ é composto pelo
protocolo de testes e seu devido uso
u so para testar o sistema. Basicamente, o
conteúdo destes testes deve contemplar as funções que o sistema executa,
primordialmente as funções críticas, e também aquelas que o sistema
não pode fazer, exemplo: o agitador de um determinado reator não pode
funcionar quando estiver adicionando matéria-prima, ou seja, um teste para
cobrir essa função que não deve acontecer deve ser contemplado.
determinados parâmetros
fases. Além disso, que serão
a dinâmica das conhecidos
etapas de em outras
instalação
e produção gera eventuais discrepâncias que levam a
retrabalhos. Quanto maior o detalhamento do projeto e
ISPE
O ISPE (Engineering
Pharmaceutical Innovation) é uma
instituição que tem como objetivo
desenvolverr profissionais ao trazer
desenvolve
inovações técnicas e operacionais
para a comunidade
indústrias de ciênciasque
daatua
vida.nas
No
ISPE, os profissionais encontram
suporte técnico e treinamentos
treinamentos
para diversos assuntos
a ssuntos relacionados
às normas GAMP. Para mais
informações, acesse:
www.ispe.org.br.
a avaliação de todas as nuances que para avaliar sua resposta. “Essa é uma validação dos sistemas computadori-
envolvem a instalação de uma linha apresentação simplista, evidente, pois zados. “A empresa deve se estruturar
de produção, menor serão os prejuí- cada etapa abre uma série de itens de para a validação tendo em vista que se
zos decorrentes. avaliação com análise de criticidade, trata de um processo contínuo, para
Ocorre
tema que a implantação
automatizado requer de
umaumsérie
sis- para prever
a queda situações
de energia atípicas,
elétrica, como
ou definir o qual existem
aplicados”, diz ciclos de vida Segundo
Giampietro. a serem
de etapas que, bem consolidadas, se níveis de acessibilidade do operador ele, esses ciclos de vida, quando aplica-
constitui em um dos pontos princi- para mudar determinado parâmetro”, dos desde o início do projeto, permi-
pais para garantir a excelência da ins- conta Rahal. tem que os sistemas e equipamentos
talação. O usuário vai ter que avaliar: a Como se trata de um sistema com- adquiridos sejam adequados aos pro-
qualificação do programa/instalação, plexo e oneroso para as empresas, cessos que visam controlar, atendam as
verificando se os requerimentos do pode-se querer ‘queimar’ etapas e o legislações, tenham seus cronogramas
usuário estão corretos; a qualificação resultado normalmente é que duran- de implantação considerados todas
da operação; a qualificação da perfor- te a operação percebe-se alguma não as atividades dimensionadas, possu-
mance, quando se desafia o programa conformidade. “O impacto é muito
negativo. Então é fundamental A importância
que o projeto seja o mais pró-
ximo possível da realidade. Por
da validação
vezes, é difícil passar
ao cliente-final, poisesse conceito
o processo
envolve várias etapas, e, ao final, está relacionada
o que fica é a pergunta: o sistema
está funcionando de maneira a diretamente ao
atender os meus requisitos? E isso
só poderá ser respondido com
garantia total da validação, e para impacto na saúde
termos uma resposta positiva é
necessário que o ‘alicerce’ esteja do paciente, na
bem estruturado”,
estruturado”, explica Rahal.
O supervisor da Pharmaster, qualidade do produto
Mario Giampietro, comenta que
é necessário otimizar os investi-
mentos e recursos para alcançar o e na integridade
nível de atendimento às exigências
das agências reguladoras quanto à dos dados
A norma 21 CRF - Part 11
Em 1991, membros da indústria se a qualquer registro em papel,
farmacêutica americana realiza- exigido pelo estatuto ou regula-
ram um encontro com a FDA para mento da agência, e substitui
determinar como eles poderiam qualquer regra atual para estes,
acomodar sistemas de registro pois admite o uso de registros
eletrônico de documentos (sem eletrônicos em lugar dos regis-
o uso de papel) de acordo com tros em papel. Assinaturas ele-
as normas 210 e 211 da Current trônicas que atenderem à norma
Good Manufacturing Practice . serão consideradas equivalentes a
A FDA criou uma força-tarefa assinaturas manuscritas, rubricas
para Assinatura e Identificação ou quaisquer outras autentica-
Eletrônicas que desenvolveu um ções requeridas pelo regulamento
conjunto de diretrizes uniforme da agência.
para a agência aceitar registros e 21 CRF – Part 11 significa CRF:
assinaturas eletrônicas em todas Code of Federal Regulations, con-
as áreas deste programa. junto de legislações das agências
O resultado final providenciaria
federais norte-americanas; 21:
um critério segundo qual a FDA
título do CRF contendo a legisla-
iria considerara registros
equivalentes registroseletrônicos
em papel, ção do FDA; Part 11: parte
par te do títu-
lo 21 que estabelece regras sobre
e assinaturas eletrônicas equiva-
registros eletrônicos e assinaturas
lentes às assinaturas manuscritas
eletrônicas.
tradicionais.
A norma 21 CRF – Part 11 aplica- Informações: Microblau e Pharmaster
de sistemas computadorizados
ser enfatizada vai
exigindo-se mais deta- mais
e quedifíceis
existemde mais
atendimento
esforçosado
norma
for- 11 exige que
históricos do os arquivos
processo de dados
somado aos
lhamento”. necedor. São eles: audit trail – regis- eventos do audit trail sejam arquivos
Ele reforça que a excelência na vali- tro de ações do usuário do sistema não editáveis.” u