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Treinamento de

Análise de Falhas

Paulo Altarugio | Sede


Paulo A. Trombacco | F55
Out/2018
Conteúdo
1. Objetivos do Treinamento
2. Sobre as Falhas
3. Origem das Quebras e Falhas
4. Sobre a Análise de Falha
5. Conceitos e Definições
6. Ferramentas Aplicáveis
7. Passos para uma boa Análise de Falhas
8. Etapas para elaboração da Análise de Falhas
9. Formulário Padrão Alpargatas
10. Análise Modelo
11. Exercício Prático
2 SIM – Sistema Integrado de Manufatura
Objetivo do Treinamento

Capacitar profissionais na implantação da prática de análise de falhas


através de ferramentas e metodologias específicas que eliminem
gradativamente as situações de reparos e/ou correções emergenciais na
operação de equipamentos e instalações.

Desenvolver o conhecimento e senso crítico dos profissionais na


concepção dos equipamentos e processos produtivos, identificando as
causas raízes dos problemas e suas soluções.

3 SIM – Sistema Integrado de Manufatura


Sobre as Falhas
Poucas quebras/falhas são inéditas, ou seja...:

✔ A grande maioria das quebras/falhas são recorrentes


Ações preventivas são mais econômicas

A manutenção mais cara é a corretiva

Comportamento da Carga Real durante Operação

Carga
Nominal

Sobrecarga 1 Sobrecarga 2
Carga
Em forma de PICO Em forma de LINHA
Pontual, porém muito elevada Real Um pouco acima, porém constante
4 SIM – Sistema Integrado de Manufatura
Origem das Quebras e Falhas

Por que as quebras ocorrem...?


Condição Original / Normal de Operação Tempo
Sistema / Equipamento / Componente

Inspeção
Melhoria
Performance

De
D

Melhoria
et

te Inspeção
rio
e
ri

ra Prolongar
or

çã
o

na ciclo de vida
ão

tu
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Fo

l Restauração

ad
a

Queb Queb
ra ra

5 SIM – Sistema Integrado de Manufatura


Origem das Quebras e Falhas

Fatores que conduzem a quebra e falha


1. Máquinas
✔ Sujas
✔ Falta de lubrificação
✔ Vibração anormal
✔ Superaquecimento
✔ Falta de preventiva/preditiva
✔ Dificuldade de inspeção
✔ Desorganização da manutenção

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Origem das Quebras e Falhas

Fatores que conduzem a quebra e falha


2. Operadores de produção
✔ Não se preocupam com a sujeira
✔ Falta de conhecimento operacional sobre o equipamento
✔ Erros operacionais diversos
✔ Não sabem / Não realizam check list de inspeção
✔ Não solicitam auxílio quando é necessário
✔ Consideram a produção + importante que a manutenção
✔ Desorganização da produção

7 SIM – Sistema Integrado de Manufatura


Origem das Quebras e Falhas

Fatores que conduzem a quebra e falha


3. Manutenção
✔ Não se preocupam com a causa da quebra, só no reparo
✔ Não ensinam ou não trabalham em conjunto c/ produção
✔ Não se comunicam de forma eficiente com a produção
✔ Foco na urgência deixando preventiva em 2º plano
✔ Consideram que a deterioração da máquina e inevitável
✔ Não seguem padrões e rotinas estabelecidas

8 SIM – Sistema Integrado de Manufatura


Origem das Quebras e Falhas
Ao raciocinarmos sobre “por que acontecem as quebras”, não podemos
esquecer das falhas invisíveis e das visíveis não tratadas a tempo.

Quebra ou
Falha Efeitos

Falhas
Falhas Latentes: Vibrações Ruído Visíveis
Defeitos inconscientes
ou ocultos, para os Sujeira
Tratamento provisório
quais não atribuímos (fita crepe, Arame) Deformações Vazamentos
importância, mas que Rachaduras Causas
dão origem às quebras.

Vibrações Aquecimento Deformações Resíduos Causas


Estragos
Metálicos
Excesso de graxa Ruído Temperatura
Rachaduras
Corrosão
Folgas Falhas
Vazamentos Atrito Desgaste Invisíveis
Entupimento

Toda quebra grave, começa com uma falha pequena. Devemos analisar as falhas latentes.

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Sobre a Análise de Falha
A Análise de Quebra/Falha é uma ferramenta simples e eficaz para evitar a
reincidência de quebras/falhas em equipamentos.

As ferramentas utilizadas são simples e intuitivas.

Uma análise de falhas bem feita garante a não recorrência de uma falha,
aumentando a eficiência do equipamento. Sua ação corretiva abrange não só o
componente, mas também procedimento de manutenção e operação.

10 SIM – Sistema Integrado de Manufatura


Conceitos e Definições

O que é MANUTENÇÃO...?

É o conjunto de atividades aplicadas e realizadas de forma organizada e


registrada em ativos (equipamentos ou instalações), tendo como objetivo
principal conservar as condições básicas de funcionamento dos ativos,
estando estes sempre aptos para desempenhar as suas funções básicas

11 SIM – Sistema Integrado de Manufatura


Conceitos e Definições

O que é função primária de um equipamento...?


São funções que determinam o porque os ativos foram adquiridos. Esta
categoria de funções a nível de EQUIPAMENTO temos...: Prensagem,
Corte, Pintura, Peneiramento, Moagem, Transporte, Vulcanização, Injeção.
Toda função é mensurada por uma unidade de valor, e essa unidade de
valor é o que determina a capacidade de entrega do equipamento.

O que é função secundária de um equipamento...?


São funções que demonstram outras expectativas em relação à segurança,
controle, conforto, integridade estrutural, economia, aparência,
conformidade com as normas, confiabilidade e outras.

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Conceitos e Definições

O que é anomalia...?
É uma condição de estado diferente do padrão preestabelecido ou definido.

O que é quebra e/ou falha...?


Segundo a definição das diretrizes Alpargatas é a ocorrência de um
incidente que impossibilita de forma permanente, temporária ou não, que
um ativo ou parte dele desempenhe a sua função básica para o qual foi
planejado.

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Conceitos e Definições

O que é falha potencial...?


Falha potencial é a ocorrência de uma anomalia em que num primeiro
instante não afeta da função primária do equipamento, porém, com o
decorrer do tempo ela se transformará numa falha funcional ou acarretará
essa falha ao equipamento.

O que é falha funcional...?


A incapacidade de qualquer ativo para cumprir a sua função primária a um
nível de desempenho menor do que a aceitável para o usuário.

14 SIM – Sistema Integrado de Manufatura


Conceitos e Definições

Qual das falhas abaixo é potencial e qual é funcional...?


Considerações
Ressecamento
do Retentor
Vazamento de óleo
debaixo do redutor Retentor
1 1. Falha Pontencial
2. Falha Funcional
2
Condição

3. Falha Funcional
4. Falha Funcional
Alto consumo
de Lubrificante 3
Redutor
1. Falha Potencial
O redutor para
de funcionar 2. Falha Potencial
3. Falha Potencial
Tempo 4
4. Falha Funcional

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Conceitos e Definições

O que é modo de falha...?


Modo de falha é o evento ou situação que causa uma falha funcional.

O que é causa raiz...?


Causa raiz é o fator principal que originou a possibilidade de ocorrência do
modo de falha. É através da causa raiz que se pode identificar a melhor
contramedida.

O que é contramedida...?
Contramedida é a tarefa ou atividade responsável por evitar a recorrência
do modo de falha e/ou minimizar os seus impactos e prejuízos.

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Conceitos e Definições

O que é modo de falha...?

+ =
Função Principal Falha Potencial Falha Funcional
✔Iluminar o ambiente ✔Possibilidade de ✔Falha na
impacto Iluminação
Função Secundária
✔Evitar acidentes
✔Facilitar visualização Modo de Falha
✔Quebra do bulbo da lâmpada por
IMPACTO ou BATIDA CONTRA
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Conceitos e Definições

Causa Raiz e Contramedida

+ =
Causa Raiz 1 Causa Raiz 2
✔Permissão de atividade? Modo de Falha
✔Lâmpada desprotegida?
✔Atividade correta? ✔Impacto ou batida contra
✔Modelo Inadequado?
o Eliminado com a aplicação
✔Instalação inadequada? de 1 ou mais contramedidas
que evitarão a partir da
Contramedida 1 Contramedida 2 implementação a quebra do
✔Proteger a lâmpada ✔Proibir atividade bulbo por IMPACTO ou
✔Trocar o modelo ✔Corrigir execução BATIDA CONTRA
✔Embutir a lâmpada

18 SIM – Sistema Integrado de Manufatura


Ferramentas Aplicáveis

Visão Geral
As ferramentas são técnicas que podemos utilizar com a finalidade de
definir, mensurar, analisar e propor soluções para problemas que
eventualmente encontramos e interferem no bom desempenho dos
processos de trabalho.

Ferramentas de Levantamento Ferramentas para análises


e tratativa de dados.
✔ Brainstorm
✔ Diagrama de Pareto ✔ Diagrama de Ishikawa
✔ Histograma ✔ 5 Por Quês
✔ Gráfico de Dispersão ✔ Plano de Ação
19 SIM – Sistema Integrado de Manufatura
Ferramentas Aplicáveis

Diagrama de Pareto
Abordagem estatística que permite através de uma representação gráfica
específica, a identificação dos aspectos relevantes a um tema.

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Ferramentas Aplicáveis

Histograma e Dispersão
Abordagem estatística que permite através de uma representação gráfica
específica, a identificação dos aspectos relevantes a um tema.

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Ferramentas Aplicáveis

5 Por Quês
-O “5 Por quês” é uma técnica simples e objetiva que visa encontrar a
causa raiz de um efeito ou problema.
- Através de perguntas encadeadas e direcionadas sobre as possíveis
causas que originam os efeitos, elas nos levaram às causas fundamentais
que devem ser atacadas, evitando que se fique, como muitas vezes é
usual, agindo apenas sobre os sintomas dos problemas e não em sua
solução e bloqueio.

22 SIM – Sistema Integrado de Manufatura


Ferramentas Aplicáveis

Execute as 5 etapas sucessivas de


Fenômeno perguntas “por que?” a partir do fenômeno

Verificação! Verificação! Verificação! Verificação! Verificação!

✔1º por quê ✔


2º por quê
✔3º por quê ✔4º por quê ✔5º por quê

CAUSA RAIZ
Dicas:
✔ No primeiro round esgote as possibilidades
✔ Nos próximos rounds vá até o causa raiz
✔ Não pule etapas nem vá direto para as conclusões
✔ Não suponha, verifique em campo
✔ Utilize a peça quebrada para a análise

23 SIM – Sistema Integrado de Manufatura


Passos para uma Boa Análise de Falha
1. Coletar dados específicos.
Análise da peça quebrada, conversa com os envolvidos e analisar todas informações
coletadas. Observação no local de trabalho, à procura da “prova do crime”.

2. Entender o principio de funcionamento.


Manual de funcionamento e parâmetros, esboço técnico, fotos, maquetes, filmagens,
acompanhamento do funcionamento da máquina em campo, etc...

3. Identificar a causa raiz


Partindo do fenômeno identificado, conduzir a análise dos 5 porquês. Durante o
processo de análise, validar cada resposta aos porquês antes de prosseguir. Só pare a
análise quando encontrar causas raízes (causas sistêmicas, ou seja, relacionadas a
procedimentos, padrões, falta de capacitação, etc).

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Etapas para Elaboração da Análise de Falha
1. Registro da Quebra/Falha e Levantamento de Informações
Objetivo: Gerar histórico da quebra/falha. Clarificar/identificar o princípio de
funcionamento do equipamento.

Registrar e detalhar todas as informações necessárias para histórico como...:

✔ Parâmetros...: Pressão, vazão, temperatura, velocidade, material em produção, nível de


entrega da produção

✔ Funcionamento Anterior a Quebra...: Relato de problemas e/ou chamados a véspera da


quebra

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Etapas para Elaboração da Análise de Falha
2. Análise das Causas Fundamentais (5 Por quês)
Objetivo: Encontrar a(s) causa(s) raiz(es) da quebra/falha de maneira assertiva,
direcionada e fundamentada.

✔ Aplicar as ferramentas para chegar às causas raízes


✔ Levantar e considerar todas as hipóteses, não descartar nada
✔ Verificar todas as hipóteses no equipamento e nos componentes

Algumas ferramentas de análise:


O modelo de análise de falhas para detecção das causas raízes será
Complexidade

Brainstorm
o 5 porquês. É uma ferramenta relativamente simples de ser
5 porquês
aplicada e que provavelmente será eficaz em 90% a 95% dos
Ishikawa
Análise P-M casos.

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Etapas para Elaboração da Análise de Falha
3. Plano de Ação
Objetivo: Estabelecer as contramedidas (ações ou atividades) para eliminação da(s)
causa(s) raiz(es).

Para evitar a reincidência da quebra/falha, cada uma das causas raízes precisa ser anulada
através de uma ou mais contramedidas.

O plano de ação deverá abordar pelo menos 1 contramedida


para cada causa raiz encontrada nos 5 porquês.

O responsável pela gestão do plano de ação (cumprimento das ações


nos prazos estipulados) é o supervisor de manutenção, e as ações
estarão disponíveis numa planilha na rede específica para as análises
de falha ou em outro plano de ação existente na manutenção.

27 SIM – Sistema Integrado de Manufatura


Formulário Padrão Alpargatas

28 SIM – Sistema Integrado de Manufatura


Formulário Padrão Alpargatas

29 SIM – Sistema Integrado de Manufatura


Formulário Padrão Alpargatas

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Formulário Padrão Alpargatas

31 SIM – Sistema Integrado de Manufatura


Formulário Padrão Alpargatas

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Análise Modelo
O desenvolvimento da análise a seguir se dará com base num exemplo
genérico de ocorrência de falha. O Objetivo principal é desenvolver uma
lógica de raciocínio direcionada às CAUSAS RAIZES de cada evento de
falha, e dessa forma, explicar o desenvolvimento da ferramenta.

Após a etapa dos 5 Por Quês concluída, a etapa de Plano de Ação será
direcionada para que o modo de falha apresentado pelo exemplo não
ocorra em ocasiões futuras.

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Evento de Falha
Um compromisso foi perdido devido a falta de um veículo de transporte
com problema. O relato do motorista sobre o comportamento do veículo
está descrito abaixo como etapa de levantamento de informações

✔ A ignição do carro funcionou normalmente

✔ O motor de partida funcionou normalmente

✔ O motor não entrou em funcionamento após diversas tentativas

✔ A bateria do veículo descarregou após um período de tempo

Descrição do fenômeno...: O carro não pode realizar o transporte DEVIDO a


ocorrência do motor a combustão do carro não entrar em funcionamento.

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Início da Análise dos 5 Por Ques
Após o incidente, o veículo foi direcionado a oficina mecânica mais
próximo para que o reparo fosse executado, porém, o reparo só é possível
após a detecção do problema. O técnico da oficina que havia sido treinado
numa técnica de análise de falhas iniciou o processo de detecção de falha.

Tendo as informações do relato em mãos o técnico iniciou a primeira


rodada de perguntas sobre o fenômeno ocorrido...:

o Por que o motor não funcionou...?

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Análise dos 5 Por Ques
Fenômeno...: Motor a combustão não entrou em funcionamento

Antes de se iniciarem as perguntas, o processo de funcionamento de um


motor a combustão deve ser de conhecimento, dessa forma as perguntas
dos por ques poderão ser direcionadas de maneira mais assertiva.

Princípio do Motor a
Combustão Interna

Combustível
+ Comburente
+ Fagulha

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1ª Rodada de Por Ques

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1ª Rodada de Verificações

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2ª Rodada de Por Ques

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2ª Rodada de Verificações

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3ª Rodada de Por Ques

41 SIM – Sistema Integrado de Manufatura


3ª Rodada de Verificações

42 SIM – Sistema Integrado de Manufatura


4ª Rodada de Por Ques

43 SIM – Sistema Integrado de Manufatura


4ª Rodada de Verificações

44 SIM – Sistema Integrado de Manufatura


5ª Rodada de Por Ques

45 SIM – Sistema Integrado de Manufatura


5ª Rodada de Verificações

46 SIM – Sistema Integrado de Manufatura


Contramedida

47 SIM – Sistema Integrado de Manufatura


Estudo da Falha e Detecção da Causa Raiz

48 SIM – Sistema Integrado de Manufatura


Plano de Ação e Contramedidas

49 SIM – Sistema Integrado de Manufatura


Participantes e Datas

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