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Mas para isso, precisa colocar por escrito os fatos que só são contados de boca a
boca, de pai para filho. Começa então, uma tragicomédia com pitadas de épico e
infinitas margens de reflexão. Surge, desde então, uma problemática disputa entre
a história oficial e a história oral, incluindo, desta forma, a presença da oralidade e
escrita no filme, assim como as tradições e culturas.
Neste caminho, o escriba Antônio Biá, vai conhecendo a fundo as fantasias, as
memórias e as lembranças do povo de Javé. Mas a escrita destas histórias, tão
diferentes uma das outras, não estava fácil, pois as mesmas eram contadas em
diferentes versões, variando de narrador a narrador. Surge então, uma pluralidade
de fatos fantásticos e lendários. Por causa disso o escriba se vê entre essa
impossibilidade de colocar no papel os relatos grandiosos dos moradores e,
futuramente, o progresso destruidor e irremediável estava próximo de se
concretizar.
Nas várias versões os heróis são alterados conforme os narradores / moradores,
O filme tem como tema principal a narração, tendo como alicerce as pluralidades
orais das personagens. Mostra um Brasil de todos os brasileiros, dando voz as
etnias, religiões e classes excluídas... e que todos nós somos narradores de uma
REZENDE, Thiago de Meira. Blog O poder das palavras. Disponível em: http://thiago-
opoderdaspalavras.blogspot.com.br/2009/05/resenha-sobre-o-filme-narradores-de.html