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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ-DEPARTAMENTO DE ARTES

Disciplina: Introdução ao Desenho (OA313/B)

Discente: Ana Julia de Oliveira

Docente: Luana Marchiori Veiga

Referência: MUBARAC. Notas Breves para uma Visão do Desenho. 2004. Disponível em: <
https://ufprbr0.sharepoint.com/:b:/s/2023-1-oa313-
b/EWEhkoJRTf1PhgbMC8CF_q8B_VneqdeWzeV4fm8YNw3RkQ?e=gJb48o>. Acesso em: 14 jun. 2023.

FICHAMENTO DO TEXTO “NOTAS BREVES PARA UMA VISÃO DO DESENHO” DE CLAUDIO MUBARAC
(2004).

Inicialmente, o autor afirma que a pintura, até o Renascimento, era vista como um método de criar
por adição (diferentemente da escultura que se fazia por subtração), porém no Quattrocento italiano
que esse paradigma se altera. A partir dessa afirmação, o autor cita artistas responsáveis por alterar
a forma de se pensar a arte.

Em primeiro lugar, encontra-se o artista Leon Battista Alberti, com seu livro Da Pintura (1436), que
busca aproximar a pintura de todas as partes da arte da eloquência, como também trabalha com a
perspectiva em três dimensões, ao mesmo tempo que desenvolve um estudo sobre todas as partes
que compõem o corpo humano (emoções, características psicológicas, parte interna e externa, tudo
desvinculado dos modos habituais).Por fim, Alberti desenvolve uma das noções de desenho mais
famosas: o ponto é indivisível; a junção de pontos forma uma linha que pode ser dividida em retas e
curvas, e quando se unem formam uma superfície. A superfície, por sua vez, dependendo da maneira
que é apresentada, pode apresentar alterações de percepção, com a forma permanecendo a mesma.

O segundo artista citado é Lorenzo Ghiberti que afirma que o desenho é a arte fundamental para a
realização de qualquer outra forma de arte (como a pintura e a escultura). Ghiberti afirma que para
realizar qualquer um desses ofícios, é necessário a união entre reflexão, raciocínio e matéria, pois
uma completa a outra, e aquele artista que não usufruir da sua união, acabará caindo na escuridão
do conhecimento. Assim, segundo Ghiberti, a criatividade e o método são incindíveis.

A partir disso, Mubarac afirma que não houve ruptura com as ideias da Antiguidade, mas que foram
criadas diferentes percepções acerca delas. Segundo o autor, não se pode julgar uma obra pela sua
intensidade ou “beleza”, apenas pelos seus métodos especificados.
O autor também disserta acerca das gravuras de estampa que representam uma poderosa máquina
de divulgação de ideias e que são carregadas de ideologias e hierarquias. Para o autor, as gravuras de
estampa foram o ponto de partida para a cultura de massa, em que não é possível diferenciar o
“original” da “cópia”, o “individual’ do “coletivo”. Elas representam a ideia prévia de uma obra e, ao
mesmo tempo, a obra em si.

Mubarac alega que todas essas linhas de pensamento e modelos surgem a partir do desenho e da
sua evolução de pensar e entender o mundo à cada época nova. Assim, o desenho se transforma em
diferentes matrizes, cada uma com sua ideologia e seu método específico. O autor cita a colagem
como uma ramificação do desenho, com metáforas estruturais desenvolvidas “[...]que permite o
equilíbrio precário entre ilusão e o símbolo, entre a nostalgia e o salto no vazio” (NOTAS BREVES
PARA UMA VISÃO DO DESENHO, CLAUDIO MUBARAC, p. 5, 2004 ).

Por fim, Mubarac afirma que o desenho oscila entre a produção mental e os processos orgânicos
conforme a demanda de funcionamento se altera com os séculos. O desenho, portanto, se ramifica
em diferentes formas que reformulam constantemente.

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