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Sistema Socioeducativo
do Estado do Rio de Janeiro
Organizadoras:
Janaina de Fátima Silva Abdalla
Bianca Ribeiro Veloso
Paula Werneck Vargens
Janaina de Fátima Silva Abdalla
Bianca Ribeiro Veloso
Paula Vargens
(organizadoras)
DEGASE
2016
Conselho Editorial:
Janaina de Fátima Silva Abdalla
Alexandre de Moraes Lessa
Christiane Mota Zeitoune
Comissão Científica:
Janaína de Fátima Silva Abdalla
Bianca Ribeiro Veloso
Paula Werneck Vargens
Direitos desta edição adquiridos pelo DEGASE. Nenhuma parte
desta obra pode ser apropriada e estocada em sistema de banco
de dados ou processo similar, em qualquer forma ou meio, seja
eletrônico, de fotocópia, gravação, etc., sem a permissão da edi-
tora e/ou autor.
Arte da Capa: Jovens do Centro de Atendimento Integrado, 2012.
Diagramação: Sérgio Lyra
Revisão: Julia Nunes (coordenação de revisão)
Equipe de Revisão:
Érika Cristine Ilogti de Sá
Fernando Pimentel Henriques
Núbia Graciella Mendes Mothé
D545 Dicionário do Sistema Socioeducativo do Estado do Rio de Janeiro.
[recurso eletrônico] / Janaina de Fátima Silva Abdalla, Bianca
Ribeiro Veloso, Paula Werneck Vargens (orgs.). Rio de Janeiro:
Novo DEGASE, 2016.
373p.
Inclui Bibliografia
ISBN: 978-85-64174-23-8
Equipe Técnica:
Ida Cristina Rebello Motta
Maria Beatriz Barra de Avellar Pereira
Marizélia Barbosa
Tania Mara Trindade Gonçalves
Bianca Ribeiro Veloso
Lívia de Souza Vidal
Paula Werneck Vargens
Apresentação................................................................................................... 11
A
Abuso sexual..................................................................................................... 16
Acolhimento às famílias................................................................................ 22
Acolhimento institucional............................................................................ 26
Agente socioeducativo................................................................................... 34
Assistência religiosa....................................................................................... 45
Ato infracional............................................................................................... 52
C
Cense gelso de carvalho amaral (gca)......................................................... 56
Criaad niterói.................................................................................................. 79
Cultura............................................................................................................ 111
D
Defensoria pública......................................................................................... 117
Disciplina ........................................................................................................142
E
Educação básica na socioeducação.............................................................148
F
Financiamento da política de atendimento socioeducativo.................. 179
Fluxo de atendimento .................................................................................. 183
G
Gênero..............................................................................................................195
H
Humanização.................................................................................................. 208
I
Individualização do atendimento ..............................................................211
Interdisciplinaridade.................................................................................... 214
Invisibilidade social.......................................................................................218
J
Juventudes....................................................................................................... 221
M
Maioridade penal.......................................................................................... 227
Masculinidades.............................................................................................. 236
Mediação......................................................................................................... 247
Menor.............................................................................................................. 256
N
Normativa internacional de proteção dos direitos humanos de
crianças e adolescentes............................................................................... 263
P
Participação social........................................................................................ 270
Pátio................................................................................................................. 272
R
Raça................................................................................................................. 309
S
Saúde mental...................................................................................................318
Sexualidade..................................................................................................... 323
T
Trabalho infantil.......................................................................................... 352
U
Unidade de reinserção social...................................................................... 359
V
Violência......................................................................................................... 364
APRESENTAÇÃO
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DICIONÁRIO DO SISTEMA SOCIOEDUCATIVO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
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APRESENTAÇÃO
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DICIONÁRIO DO SISTEMA SOCIOEDUCATIVO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
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APRESENTAÇÃO
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DICIONÁRIO DO SISTEMA SOCIOEDUCATIVO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
A
ABUSO SEXUAL
Erimaldo Nicacio1
16
ABUSO SEXUAL
A
adolescentes, interdita no seu ser considerado é a obrigação de
artigo 5 qualquer forma de negli- se comunicar ao Conselho Tutelar
gência, discriminação, exploração, mais próximo os casos de suspeita
violência, crueldade e opressão, ou confirmação de maus-tratos
punindo estes atos ou mesmo a contra criança ou adolescente,
omissão de uma pessoa diante de conforme prega o artigo 13. Os
tais atos. Mais adiante, no artigo comentadores do ECA, Digiácomo
18 do Estatuto declara: “É dever & Digiácomo (2013), afirmam:
de todos velar pela dignidade da
criança e do adolescente, pondo- A inércia, em tais casos, pode
-os a salvo de qualquer tratamento mesmo levar à responsabilização
desumano, violento, aterrorizante, daquele que se omitiu (valendo
vexatório ou constrangedor”. Isso neste sentido observar o dis-
quer dizer que é dever de todos posto no art. 5º, in fine, do ECA),
os cidadãos agir diante de qual- sendo exigível de toda pessoa que
quer ameaça ou violação de que toma conhecimento de ameaça
a criança ou o adolescente pos- ou violação ao direito de uma ou
sam ser objeto. mais crianças e/ou adolescentes,
no mínimo, a comunicação do
No ano de 2000, foi elabo-
fato (ainda que se trate de mera
rado, na cidade de Natal, o Plano suspeita), aos órgãos e autorida-
Nacional de Enfrentamento da des competentes (DIÁCOMO &
Violência Sexual contra Crianças DIÁCOMO, 2013, p.21).
e Adolescentes, reunindo repre-
sentantes de diferentes órgãos do
poder público (Paixão e Deslandes, Note-se que o Estatuto impõe
2010). Este plano foi aprovado pelo como dever de todos a notifica-
CONANDA (Conselho Nacional ção até mesmo de uma suspeita
dos Direitos da Criança e do de abuso sexual (entre outras for-
Adolescente). Entre 2010 e 2013, mas de violência). No entanto,
ele passou por um processo de duas características destas situa-
revisão no qual foram realizados ções trazem dificuldades para que
seminários regionais e nacionais qualquer pessoa venha a decidir
para avaliar as políticas de enfre- notificar a ocorrência ou suspeita
tamento da violência contra a de abuso. A primeira é que o abuso
criança e o adolescente e incorpo- sexual, em geral, envolve pessoas
rar as normativas e debates mais próximas da criança, com quem
atuais sobre o problema. ela mantém um contato cotidiano
Retomando as proposições e uma relação afetiva. Mais fre-
do ECA, um ponto importante a quentemente, tal ato envolve pes-
17
DICIONÁRIO DO SISTEMA SOCIOEDUCATIVO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
soas da família (pai, tio, padrasto) pelos avós ou pelos que tenham
ou amigos e vizinhos. a criança ou adolescente sob a
Em segundo lugar, os atos de sua autoridade, guarda ou vigi-
abuso sexual são de difícil identi- lância para que repudie genitor
ou que cause prejuízo ao estabe-
ficação, pois em geral não deixam
lecimento ou à manutenção de
marcas físicas, a não ser nos casos vínculos com este.
extremos de estupro, de intercurso
sexual. É claro que a violação deixa
marcas psíquicas e isso será reto- Entre as práticas defini-
mado mais adiante. Em todo caso, das como alienação parental
decorre desta segunda caracterís- incluem-se: desqualificar genitor
tica que a investigação do abuso ou dificultar contato de criança
dependerá, sobretudo, do relato ou adolescente com o mesmo. O
e da interpretação das pessoas inciso VI da mesma lei mencio-
envolvidas. Isso quer dizer que a nada anteriormente acrescenta:
abordagem das situações de abuso “apresentar falsa denúncia contra
sexual é um trabalho de escuta da genitor, contra familiares deste ou
palavra dos sujeitos envolvidos. contra avós, para obstar ou difi-
As dificuldades de notificação cultar a convivência deles com a
decorrem, em grande parte, do criança ou adolescente”.
fato de que fazer uma denúncia Estas considerações mostram
contra uma pessoa que não come- algumas dificuldades que os pro-
teu o abuso pode gerar diferentes fissionais da saúde, da justiça,
problemas e constrangimentos da assistência social e do campo
para a mesma, injustamente. Não socioeducativo têm que enfren-
raramente, como podem constatar tar ao lidar com uma situação de
os operadores do sistema judiciá- denúncia de abuso sexual. E as
rio, muitas denúncias são falsas. dificuldades existem mesmo nos
Atualmente, vem crescendo esse casos em que é possível confirmar
tipo de denúncia no contexto do que o abuso realmente aconteceu.
fenômeno da alienação parental. Isso por que cada caso deve ser
A lei 12.318 (Brasil, 2010) traz a tratado de forma única. Está claro
seguinte definição no artigo 2º: que todo cidadão tem o dever de
proteger a criança, e, em algumas
situações, a mobilização de fami-
Considera-se ato de alienação
liares em torno do acontecimento
parental a interferência na for-
mação psicológica da criança ou já propicia esta proteção. No en-
do adolescente promovida ou tanto, há muitas em que familiares
induzida por um dos genitores, ou profissionais de saúde, de assis-
tência social, de educação (ou de
18
ABUSO SEXUAL
A
outras áreas) precisam notificar o processo policial. O trabalho do
Conselho Tutelar local. Conselho é especificamente ga-
O manual do Ministério da rantir os direitos da criança e do
Saúde (Brasil, 2002) esclarece que adolescente, realizando os proce-
dimentos necessários para isso
a notificação compulsória é um ato
(BRASIL, 2002, p. 14).
que tem a função de interromper
as atitudes ou comportamentos
violentos em relação à criança Esta abordagem corresponde
ou ao adolescente. Ela não vale à complexidade das situações
como denúncia policial, mas vividas em cada família. Em cada
como a comunicação do conheci- caso, deve-se avaliar se é necessá-
mento ou da suspeita do fato de rio recorrer à autoridade judicial
que uma criança ou adolescente ou não, se é necessário afastar o
esteja sofrendo algum tipo de agressor da criança (principal-
violência. E tendo recebido a noti- mente se ele for o pai) ou não, e
ficação, cabe ao conselho Tutelar assim por diante. Não há respos-
os seguintes procedimentos: tas prévias e válidas para todas as
situações, portanto deve-se sem-
pre avaliar o que é melhor para
Ao Conselho Tutelar cabe re-
ceber a notificação, analisar a a proteção e desenvolvimento da
procedência de cada caso e cha- criança e do adolescente.
mar a família ou qualquer outro As diversas instituições do
agressor para esclarecer, ou ir in Sistema de Garantia dos Direi-
loco verificar o ocorrido com a tos da Criança e do Adolescente
vítima. Os pais ou responsáveis devem atuar de forma articulada
(familiares ou institucionais), a no enfrentamento do problema
não ser em casos excepcionais do abuso sexual. Dentre estas ins-
em que essa parceria se torne in-
tituições destacam-se: os CREAS
conveniente, devem ser convida-
(Centro de Atendimento Especia-
dos a pensar juntamente com os
conselheiros, a melhor maneira lizado da Assistência Social), os
de encaminhar soluções, sempre demais serviços da proteção social
a favor da criança ou o do ado- básica e da especial, conselhos
lescente. Apenas em casos mais tutelares, vara da infância e da
graves que configurem crimes juventude, promotoria da infância
ou iminência de danos maiores e juventude, Delegacia da Criança
à vítima, o Conselho Tutelar de- e Adolescente Vítima, entre outros.
verá levar a situação ao conheci- Cabe, ainda, mencionar o ser-
mento da autoridade judiciária e
viço Disque Direitos Humanos
ao Ministério Público ou, quando
(Disque 100), – o qual recebe de-
couber, solicitar a abertura de
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20
ABUSO SEXUAL
A
BRASIL. Lei Federal nº 8.069, FURNISS, T. Abuso sexual
de 13 de julho de 1990. Estatuto da da criança: uma abordagem
Criança e do Adolescente. Dispõe multidisciplinar. Porto Alegre:
sobre o estatuto da criança e do ado- Artes Médicas, 1993.
lescente e dá outras providências.
PAIXÃO, A. C. W. e
BRASIL. Notificação de DESLANDES, S. F. Análise das
maus-tratos contra crianças e ado- políticas públicas de enfren-
lescentes pelos profissionais de tamento da violência sexual
saúde: um passo a mais na cidada- infanto-juvenil. Saúde e
nia em saúde. Ministério da Saúde, Sociedade. São Paulo: Faculdade
Secretaria de Assistência à Saúde. de Saúde Pública - USP. V. 19, n. 1.
Brasília: Ministério da Saúde, 2002. P. 114-126. 2010.
BRASIL, Lei nº 12.318, de 26 de BRASIL. Dique 100 - Disque
agosto 2010. Dispõe sobre a aliena- Direitos Humanos. Brasília:
ção parental e altera o art. 236 da Secretaria de Direitos Humanos
Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990. da Presidência da República, 2003.
Disponível em http://www.sdh.gov.
DIGIÁCOMO, J. M. e
br/disque-direitos-humanos/disque-
DIGIÁCOMO, I. A. Estatuto da
-direitos-humanos. Acesso em 20 de
criança e do adolescente anotado e
junho de 2016.
interpretado. Curitiba: Ministério
Público do Estado do Paraná,
Centro de Apoio Operacional
das Promotorias da Criança e do
Adolescente, 6ª Edição, 2013.
FREUD, S. Observações adi-
cionais sobre as neuropsicoses
de defesa. In: FREUD, S. [1896].
Edição Standard Brasileira da
Obras Completas de Sigmund
Freud. (Trad. Jayme Salomão).
Vol. 3. . Rio de Janeiro: Editora
Imago, 1972, p 41 – 52.
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DICIONÁRIO DO SISTEMA SOCIOEDUCATIVO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
ACOLHIMENTO ÀS FAMÍLIAS
22
ACOLHIMENTO ÀS FAMÍLIAS
A
respeito do processo judicial, dos mar questões relativas ao processo
próximos encaminhamentos que judicial são aspectos de um olhar
devem ocorrer e os direitos que humanizado, no qual o adoles-
as famílias e os adolescentes em cente e sua família são vistos de
conflito com a lei possuem, mesmo um modo mais individualizado.
estes estando em privação de liber- Com estas principais frentes,
dade. Outro trabalho desenvol- o trabalho do serviço de Acolhi-
vido, que tem ganhado relevância mento das Famílias desenvolvido
em relação às demandas, em espe- no CENSE GCA5 é composto por
cial quando se trata de uma uni- uma equipe multidisciplinar, for-
dade porta de entrada do Sistema mada por profissionais do Ser-
Socioeducativo, tem sido a garan- viço Social, da Psicologia e da
tia às famílias da localização dos Pedagogia a fim de proporcionar
adolescentes dentro das unidades um atendimento de maior quali-
do DEGASE, as datas e orientações dade aos usuários que procuram
sobre a visita nas outras unidades, o serviço. Nesta perspectiva, suas
como forma de garantir e viabili- atividades estão voltadas para a
zar o direito das famílias e ado- garantia das diretrizes do Con-
lescentes de serem acompanhados selho Nacional de Assistência
por seus responsáveis no cumpri- Social, de acordo com o Plano
mento da medida socioeducativa, Nacional de Promoção, Proteção
com vistas a fortalecer seus vín- e Defesa do Direito de Crianças e
culos familiares e afetivos. Outro Adolescentes à Convivência Fami-
aspecto importante a ser ressal- liar e Comunitária (BRASIL, 2010),
tado é que a família não passa por no que diz respeito à centralidade
nenhuma revista corporal para da família nas políticas públicas,
buscar o serviço. Entendemos que assim como o Sistema Nacional
a consolidação de um espaço de de atendimento Socioeducativo
não criminalização das famílias (BRASIL, 2012), que norteia e rea-
está na base de um atendimento firma a diretriz do Estatuto da
efetivamente socioeducativo. Criança e do Adolescente (BRA-
Assim, garantir informações cor- SIL, 1990) sobre a natureza peda-
retas, escutar as demandas e infor- gógica da medida socioeducativa.
5 O CENSE GCA é uma unidade que realiza a recepção dos adolescentes que são
apreendidos em toda a capital, nos municípios da Baixada Fluminense, na região
metropolitana e também na região dos lagos do estado do Rio de Janeiro, e que
aguardam a sua transferência para o cumprimento das medidas socioeducativas
recebidas em outra unidade. Desta forma, esta unidade se apresenta como a prin-
cipal porta de entrada do Sistema Socioeducativo no NOVO DEGASE -RJ.
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DICIONÁRIO DO SISTEMA SOCIOEDUCATIVO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
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ACOLHIMENTO ÀS FAMÍLIAS
A
De acordo com o gráfico acima REFERÊNCIAS
(MOREIRA et al, 2015), observa-
mos que 47% dos adolescentes BRASIL. Lei 8.069 de 13 de
em conflito com a lei tiveram o julho de 1990: Estatuto da Criança
atendimento familiar na unidade e do Adolescente. Brasília, 1990.
GCA. Cumpre observar que o
______. Lei 12.594 de 18 de
aumento do atendimento às famí-
janeiro de 2012: Sistema Nacional
lias é proporcionalmente maior
de Atendimento Socioeducativo.
que o aumento de adolescentes
Brasília, 2012.
apreendidos, o que pode ser um
indicativo de um maior envolvi- ______. Plano Nacional
mento das famílias no processo de de Promoção, Proteção e
apreensão dos adolescentes. Defesa do Direito de Crianças
Neste sentido, o trabalho do e Adolescentes à Convivência
Acolhimento das Famílias tem a Familiar e Comunitária. Brasília:
pretensão de não se esgotar neste CONANDA, 2010.
atendimento, mas orienta-se pela MOREIRA, Vanda;
perspectiva de potencializar e res- REZENDE, Marina; SANTOS,
significar o lugar da família histo- Valéria; FIGUEIREDO, Talita.
ricamente na função de proteção, Acolhimento de Famílias no
cuidado de seus membros, socia- Socioeducativo: Resgatando laços
lização primária na sua dimensão e acessando direitos. Trabalho
sociocultural, como lugar dos afe- apresentado no 9º Congresso
tos, conflitos, promoção, proteção, Norte/Nordeste de Psicologia.
defesa e construção da identidade Salvador, 2015.
social de pessoas e grupos sociais.
Com a contribuição na desconstru- NOB. Norma Operacional
ção da invisibilidade social destas Básica da Assistência Social. 2005.
famílias perante as políticas pú-
blicas e o sistema de garantia de
direitos, compreende-se que tanto
o adolescente que cumpre medida
socioeducativa como seus familia-
res são sujeitos de direitos.
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DICIONÁRIO DO SISTEMA SOCIOEDUCATIVO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL
Jurema Batista1
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ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL
A
respeite sua singularidade, seu Espaço da Leitura, Oficinas de
desejo e sua autonomia. Jardinagem e Trabalhos Manuais,
Na rede municipal de acolhi- Oficina Sócio Pedagógica, Festas
mento da SMDS, a Central Carioca Temáticas, dentre outras.
configura-se como um dos equipa- Contamos também com a par-
mentos de acolhimento institucio- ceria do Projeto Circulando da
nal do Município do Rio de Janeiro; SMDS, que proporciona aos adoles-
um dispositivo que contempla o centes experiências culturais como
acolhimento dos adolescentes do visitas a Museus, Teatros e outras
sexo masculino, possibilitando o atividades externas. Acredita-se
levantamento inicial do histórico que esses instrumentos sejam im-
de vida dos mesmos e a captação prescindíveis para o adolescente
de vaga nas diversas Unidades de iniciar o rompimento com a situ-
Reinserção Social. Funciona não ação de rua, com o uso de drogas
apenas como um dispositivo de e demais ações prejudiciais ao seu
regulação de vagas, mas também desenvolvimento e para sua adesão
como uma unidade responsável à proposta de acolhimento.
por avaliar de forma qualificada a Dentre todos os atendi-
inserção destes sujeitos na rede de mentos, em um universo de 300
acolhimento existente. adolescentes por mês, podemos
A Central Carioca é um exemplificar esse trabalho rela-
espaço de alta complexidade que tando algumas histórias de vida
tem como pilar predominante de alguns adolescentes:
ser um espaço de escuta, de aco-
lhimento e de planejamento das • X. não apresentava nenhuma
ações que serão pactuadas com o perspectiva de estar inclu-
adolescente, seus familiares e os ído num espaço social (casa,
devidos órgãos competentes. Para escola, estágio) exercendo sua
a concretização dessa proposta, autonomia. Com habilidade
é necessário levar em considera- técnica e, principalmente, res-
ção o tempo que cada adolescente peitando seu tempo e vontade,
demandará para uma análise qua- ao aproximar-se da maioridade,
litativa da situação vivenciada. conseguiu entender a impor-
tância de conquistar seu espaço
Também foi preciso reordenar o
na sociedade e de se aproximar
ambiente, acrescentando ao espaço dos seus poucos familiares.
físico elementos que o tornassem Destacamos que foi um desa-
mais atrativo, oferecendo alterna- fio, pois havia, além do uso de
tivas de lazer, como, por exemplo: substâncias psicoativas, pouca
Sala de TV, Sala de Computadores,
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DICIONÁRIO DO SISTEMA SOCIOEDUCATIVO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
28
ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL
A
mento com o poder paralelo. de acolher com uma prática cada
Vale informar que o adoles- vez mais humanizada.
cente tinha também como agra- Ao longo destes 12 anos de
vante a prescrição de uso de criação, a permanência da Central
medicação psiquiátrica, a qual
Carioca, como é conhecida pelas
ele não tomava e nem compa-
recia mensalmente – conforme
autoridades e pela sociedade, atu-
deveria – ao acompanhamento almente consolida um espaço de
ambulatorial no espaço de transformações/possibilidades em
tratamento de saúde mental, busca não de uniformizar, mas
CAPSI. Depois de muito inves- de tratar cada adolescente como
timento técnico, ele passou a sujeito de direito.
fazer o tratamento e o uso da Em suma, acreditamos que
medicação, além de começar a todos os profissionais que atuam
ir sozinho para o CAPSI. Antes direta ou indiretamente com o
sem nenhuma interação, passou
acolhimento institucional preci-
a executar atividades com ou-
tros adolescentes. Atualmente,
sam considerar a complexidade e
ele reatou seu vínculo familiar: os impactos de tal medida nas his-
reside com um familiar que, até tórias de vida desses adolescentes.
então, ele não se permitia acei-
tar sequer o convívio.
REFERÊNCIAS
Neste trabalho contínuo,
almejamos chegar ao ideal, BRASIL. Constituição da
pois lidamos com vidas preciosas. República Federativa do Brasil.
Esperamos que todos os profissio- Brasília: Senado Federal, 1988.
nais possam se incorporar nesse BRASIL. Estatuto da Criança
processo, respeitando também e do Adolescente: Lei nº 8.069/90,
suas especificidades, seus limites e de 13 de julho de 1990. Brasília:
suas histórias; discutindo esse pro- Senado Federal, 1993.
cesso na construção de um Plano
BRASIL. Lei Nacional de
Político Pedagógico; e incluindo
Adoção. Lei nº 12.010, de 03 de
todos os parâmetros legais para
agosto de 2009. Brasília: Senado
nortear as diretrizes estabeleci-
Federal, 2009.
das. Esse processo é árduo e a todo
momento apresenta dificuldades e RIZZINI, Irene; RIZZINI, Irma.
desafios, sobre os quais consegui- A institucionalização de crian-
mos, em grupo, refletir, questionar ças no Brasil: percurso histórico e
e alinhar com um objetivo único desafios do presente. Rio de Janeiro:
PUC-Rio; São Paulo: Loyola, 2004.
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DICIONÁRIO DO SISTEMA SOCIOEDUCATIVO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Paula Vargens1
30
ADOLESCENTE AUTOR DE ATO INFRACIONAL
A
não crime está associada à culpa- tas as penas descritas no Código
bilidade que, dentro do conceito Penal. (MARINHO, 2011).
de crime adotado no Brasil, é um
dos elementos do crime (ato típico, Tal noção irá se fortalecer
antijurídico e culpável). A culpa- com o Estatuto da Criança e do
bilidade pode ser entendida como Adolescente, que pautado na
um juízo de reprovação que recai Doutrina da Proteção Integral,
sobre o homem, sendo a imputa- reconhece crianças e adolescentes
bilidade relacionada à capacidade como sujeitos de direitos. A aposta
penal; se o agente era capaz de pela Doutrina da Proteção Integral
compreender o caráter ilícito e exigiu, deste modo, uma pro-
se autodeterminar, verificando funda revisão conceitual no que se
se seria possível agir de outro refere ao tratamento dispensado
modo. Ou seja, ao se reconhecer à criança e ao adolescente. Se até
que o adolescente encontra-se em então todos, independente da prá-
peculiar fase de desenvolvimento, tica de ilícitos, enquadravam-se na
sendo necessário um atendimento categoria do “menor”, a partir do
diferenciado, que considere suas novo Estatuto buscou-se por ter-
singularidades, entende-se que ele minologias que refletissem a ideia
ainda não é plenamente capaz de do sujeito de direitos.
se autodeterminar. Assim, A compreensão do adolescente
como autor de ato infracional, ape-
a culpabilidade, é considerada sar de estar presente no texto de
como principal fator diferencial lei do Código de Menores, se con-
entre o ato infracional e o crime: solida somente recentemente, ao
o menor não possui culpabili- vincular-se a uma ideia de que o
dade. Sob o entendimento de adolescente cometeu um ato, e que,
Muñoz Conde (1988, p. 132), a ca-
dentro de uma concepção socioe-
pacidade da culpabilidade inclui
ducativa, nele não se reifica.
“requisitos que se referem à ma-
turidade psíquica e à capacidade No entanto, apesar de mudan-
do sujeito para se motivar (idade, ças legais e doutrinárias, o perfil do
doença, mental, etc.). É evidente adolescente autor de ato infracional
que, se não têm as faculdades não se alterou substancialmente
psíquicas suficientes para poder ao longo dos anos. A ruptura
ser motivado racionalmente, não com o termo menor e a promul-
pode haver culpabilidade.” É o gação do ECA não interromperam
que acontece com os inimputá- com uma prática criminalizante
veis, descritos no Código Penal,
da pobreza e apostas no encar-
desprovidos da capacidade e cul-
ceramento como mecanismo de
pabilidade não lhe sendo impos-
31
DICIONÁRIO DO SISTEMA SOCIOEDUCATIVO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
controle social. De tal forma que o que favorece que muitas vezes
o perfil do adolescente atendido o ano de escolaridade não cor-
pelo Degase é eminentemente de responda ao conteúdo esperado.
não brancos, pobres e de baixa Assim, não é raro encontrar ado-
escolaridade, reproduzindo o este- lescentes que formalmente estão
reótipo construído desde o Código no 5º ano do Ensino Fundamental
de Menores. Segundo o Dossiê e apresentam grande dificuldade
Criança e Adolescente de 2015, o na leitura e escrita.
público atendido está concentrado A questão racial fica explícita
entre 15 e 17 anos, sendo que, quando observamos os dados rela-
tivos à cor e raça dos adolescentes
Entre 2010 e 2014, infrações por
apreendidos. Ainda de acordo com
envolvimento com drogas foram o Dossiê do Instituto de Segurança
responsáveis por quase metade Pública, “Com relação à cor, entre
(43,3%) das autuações em fla- os autuados, predominam os
grante dos adolescentes (...) Já jovens pardos (49,8%) e negros
as autuações por ‘crimes con- (31,5%)” (2015, p. 12). A questão de
tra o patrimônio’ triplicaram: gênero é outro ponto importante
de 484 no primeiro semestre indicado pelo Dossiê: do total das
de 2010 para 1.418 no segundo apreensões em flagrante de ado-
semestre de 2014 (CABELLERO e
lescentes, de 2010 a 2014, 93,5%
MONTEIRO, 2015, p. 18).
correspondia ao sexo masculino.
Os fatores que levam à prática
No que tange à escolaridade, de ato infracional são, contudo,
em reportagem veiculada pelo dos mais diversos campos. Não
site G1, dos adolescentes aten- há como se determinar a priori o
didos pelo DEGASE, “95% dos que leva o jovem a cometer uma
jovens não concluíram o Ensino infração, porém, não cabe associar
Fundamental e nenhum de- a prática de ato infracional com
les completou o Ensino Médio. aspectos relacionados à pobreza ou
Quase 60% dos menores estavam à índole do adolescente exclusiva-
cursando o ensino fundamental mente, fazendo-se necessária uma
quando entraram para o Degase” análise mais complexa. Diversas
(G1.globo.com, 2015). Cumpre correntes e teorias existem para
ainda observar que grande parte explicar a prática infracional,
destes adolescentes tem uma sendo, contudo, reconhecido que
trajetória escolar marcada por o ambiente familiar, o ambiente
rupturas e com passagens em pro- escolar e o ambiente social como
gramas de correção idade x série,
32
ADOLESCENTE AUTOR DE ATO INFRACIONAL
A
fatores que contribuem para a prá- CABELLERO, B. e MONTEIRO,
tica do ato infracional. J. (org). Dossiê Criança e
Assim, pensar em adolescen- Adolescente - 2015. Instituto
tes autores de ato infracional é de Segurança Pública (ISP). Rio
pensar em sujeitos de direitos, que de Janeiro: Rio Segurança, 2015.
estão em uma condição peculiar Disponível em http://arquivos.pro-
de desenvolvimento e que a prática derj.rj.gov.br/isp_imagens/Uploads/
do ato, em grande medida, se rela- DossieCriancaAdolescente2015.
ciona com aspectos que envolvem, pdf. Acesso em 12 de julho de 2016.
por um lado, os diversos ambien-
MARINHO, Herrick. Crime
tes por onde transitam, e, por
x Ato infracional. Disponível em:
outro, apostas das políticas penais
http://www.webartigos.com/artigos/
de segurança. Entendemos ser
crime-x-ato-infracional/67715/#ix-
importante considerar ainda que
zz4EDNxaG8Q. Acesso em 12 de
o perfil do adolescente apreendido
julho de 2016.
se relaciona diretamente com as
opções de uma política penal que O GLOBO. Menores inter-
vem, historicamente, apostando nados no Degase têm baixa
em modelos de encarceramento escolaridade, segundo pesquisa
como opção prioritária no atendi- In: g1.globo.com, 22/05/2015.
mento à infância pobre no Brasil. Disponível em: http://g1.globo.com/
rio-de-janeiro/noticia/2015/05/
menores-internados-no-degase-
REFERÊNCIAS -tem-baixa-escolaridade-segundo-
-pesquisa.html. Acesso em 13 de
BRASIL. Lei Federal nº 6697, julho de 2016.
de 10 de outubro de 1979. Código
de Menores. Disponível em: http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/
leis/1970-1979/L6697.htm. Acesso
em julho de 2016.
33
DICIONÁRIO DO SISTEMA SOCIOEDUCATIVO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
AGENTE SOCIOEDUCATIVO
Marizélia Barbosa1
34
AGENTE SOCIOEDUCATIVO
A
No primeiro concurso do pedagógicas em articulação com
Departamento, Edital de 1994, o a equipe técnica”; “Participar
cargo oferecido para esses profis- de reuniões ou programas para
sionais foi o de Agente Educacional. estudo em situações comuns ou
Dois anos depois, Edital de 1998, específicas referentes aos adoles-
o cargo oferecido foi o de Agente centes”. Apesar disso, a disciplina
de Disciplina. Já em 2007, o dos espaços e dos horários não
Departamento abriu um Processo foi esquecidam como vemos em:
Seletivo Temporário para o cargo “Zelar pelo cumprimento de horá-
de Auxiliar de Disciplina, cujas rios e programações reunindo
atribuições se assemelham às dos os adolescentes para entrada e
dois cargos anteriores. Vale ressal- saída da sala de atividades, ofi-
tar que os cargos acima citados coe- cinas, dormitórios, recreação e
xistiam, pois, à medida que um era outros locais afins”.
criado, o anterior não era extinto e Por sua vez, no edital de 1998,
isso gerou alguns problemas, pois quando o cargo passou a ser cha-
alguns agentes entendiam que mado de Agente de Disciplina,
determinadas funções não lhes pode-se perceber a ênfase nas fun-
cabiam por terem feito a inscrição ções ligadas à área da segurança.
em um ou outro cargo. O Edital de Assim, das 16 funções apresenta-
2011 ofereceu o cargo de Agente das, apenas uma não se relaciona
Socioeducativo, nomenclatura que diretamente com a área da segu-
absorveu oficialmente os demais rança, dando um suporte para
cargos acima mencionados. Nos uma atuação educacional. Ainda
diferentes Editais, a diferença dá-se assim, porém, o cargo se apro-
na ênfase, educacional ou de segu- xima mais da assistência (14. Dar
rança, das atribuições dos cargos orientações necessárias aos adoles-
como podemos abaixo observar. centes sob sua guarda).
Nas atribuições do cargo Atribuições educacionais e
Agente Educativo, elencadas no disciplinares também são pedi-
primeiro edital, destacam-se fun- das aos Auxiliares de Disciplina,
ções próximas à área educacional, cujas atividades são mais voltadas
como, por exemplo, “Realizar ati- para a educação, apresentando o
vidades integradas a setores afins edital no qual há o maior equilí-
à equipe técnica”; “Participar da brio entre educação e segurança.
organização de festas e even- Temáticas como “Acompanhar,
tos socioculturais junto ao corpo encaminhar e realizar com os
técnico”; “Promover jogos espor- adolescentes atividades internas e
tivos e lúdicos e outras atividades externas de recreação”; “Observar
35
DICIONÁRIO DO SISTEMA SOCIOEDUCATIVO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
36
AGENTE SOCIOEDUCATIVO
A
este é o primeiro edital no qual o educativa quanto a área da segu-
porte e uso de equipamento não rança dialogam com o trabalho
letal é autorizado, exigindo-se a do Agente Socioeducativo, já que
devida capacitação. Vale observar ambas as áreas pretendem, dentre
que neste edital aparecem funções outras coisas, preparar os ado-
que não se relacionam diretamente lescentes para o retorno a uma
com a atividade educacional ou sociedade que tem suas normas e
de segurança como, por exem- regras. A educação, assim como a
plo, “Realizar o cadastramento e segurança, no sentido mais amplo
inclusão de informações dos ado- dos dois conceitos, também nor-
lescentes internos no DEGASE no matiza, dá condições para que
Sistema de Identificação de Ado- o ambiente educativo se estabe-
lescentes (SIIAD) e no prontuário leça sem maiores empecilhos. O
único móvel, zelando pela integri- problema é quando se privilegia
dade e segurança do sistema”. uma dessas áreas em detrimento
Podemos observar nos demais da outra. Quando isso acontece,
itens dos cargos acima atividades as tensões ocorrem não apenas
e responsabilidades que transitam entre Equipe Técnica e Agentes
fora da área educativa e da área Socioeducativos, mas também
da segurança. Mesmo assim, não dentro das próprias Equipes de
fica explicitamente delineado qual Agentes Socioeducativos.
o papel do “agente de pátio”. Sua Evidencio que, desde 2006,
função é educacional, de segu- o SINASE (Sistema Nacional de
rança ou algo nebuloso no limiar Atendimento Socioeducativo),
destas duas funções? através da resolução nº 119, de
Para a pergunta acima, exis- 11 de dezembro, instituído pelo
tem respostas dos que atuam Conselho Nacional dos Direitos
“no pátio”, que transitam nos da Criança e do Adolescente
universos da educação e da segu- (CONANDA), passou a ser estu-
rança. Ora privilegiando um, ora dado no DEGASE. Isso trouxe
outro, ou tentando compor uma novas dúvidas sobre a atuação dos
atuação ambivalente. “agentes de pátio”, pois o SINASE
Há uma palavra que permeia detalha sobre número mínimo de
o trabalho no pátio: a Disciplina, agentes, que deve estar de acordo
entendida não como castigo e/ou com o número de adolescentes,
tolhimento – como muitos pen- mas não especifica as atribuições
sam –, mas como organização inerentes ao cargo.
do ir e vir e do fazer dos adoles- Um Regimento Interno para o
centes. Sendo assim, tanto a área DEGASE, que normatize de forma
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DICIONÁRIO DO SISTEMA SOCIOEDUCATIVO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
38
APREENSÃO DO ADOLESCENTE AUTOR DE ATO INFRACIONAL
A
APREENSÃO DO ADOLESCENTE AUTOR DE ATO
INFRACIONAL
Lelis Paiva1
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DICIONÁRIO DO SISTEMA SOCIOEDUCATIVO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
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APREENSÃO DO ADOLESCENTE AUTOR DE ATO INFRACIONAL
A
pais, tutor ou pessoa incumbida o remeterá a um estabelecimento
de sua guarda. para condenados de menor idade,
§ 1º Se o menor sofrer de qualquer ou, em falta deste, a uma pri-
forma de alienação ou deficiência são comum com separação dos
mental, for epilético, surdo-mudo condenados adultos, onde per-
e cego ou por seu estado de saúde manecerá até que se verifique sua
precisar de cuidados especiais, a regeneração, sem que, todavia, a
autoridade ordenará seja subme- duração da pena possa exceder
tido ao tratamento apropriado. o seu máximo legal. (Apreensão
§ 2º Se o menor não for aban- de Adolescentes no Código de
donado, nem pervertido, nem Menores, Decreto nº 17.943-A de
estiver em perigo de o ser, nem 12 de outubro de 1927)
precisar do tratamento especial,
a autoridade o recolherá a uma Art. 27 - Os menores de 18
escola de reforma pelo prazo de (dezoito) anos são penalmente
01 (um) a 05 (cinco) anos. inimputáveis, ficando sujeitos às
normas estabelecidas na legis-
Art.70. A autoridade pode a todo lação especial. (Código Penal
tempo, por proposta do diretor do Brasileiro
respectivo estabelecimento, trans- Decreto-Lei no 2.848 de 7 de
ferir o menor de uma escola de dezembro de 1940)
reforma para outra de preservação.
Apreensão de Adolescentes
Código Penal Brasileiro no Código de Menores
Decreto-Lei no 2.848 de 7 de Lei no 6.697 de 10 de outubro de
dezembro de 1940 1979
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DICIONÁRIO DO SISTEMA SOCIOEDUCATIVO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
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APREENSÃO DO ADOLESCENTE AUTOR DE ATO INFRACIONAL
A
judiciária competente e à famí- exclusivamente, na apuração de
lia do apreendido ou à pessoa atos infracionais praticados por
por ele indicada. crianças de até 12 anos incomple-
Parágrafo único. Examinar-se-á, tos e por adolescentes de 12 a 18
desde logo e sob pena de respon-
anos incompletos, de ambos os
sabilidade, a possibilidade de
liberação imediata.
sexos, com a remessa dos fatos e
provas apuradas em Inquérito às
Art. 108. A internação, antes da
autoridades judiciárias, compostas
sentença, pode ser determinada pelo Ministério Público e Juizado
pelo prazo máximo de 45 (qua- da Infância e Juventude.
renta e cinco) dias. Nos casos de apreensão em
Parágrafo único. A decisão flagrante ou por determinação
deverá ser fundamentada e judicial (MBA), realizar-se-á a
basear-se em indícios suficien- imediata comunicação ao Juizado
tes de autoria e materialidade, da Infância e Juventude, ao(s)
demonstrada a necessidade impe- familiar(es) do menor apreen-
riosa da medida.
dido ou a quem for indicado por
ele, com a comunicação do local
Art. 109. O adolescente civil-
onde o menor encontra-se reco-
mente identificado não será
submetido à identificação com- lhido, tendo como prioridade o
pulsória pelos órgãos policiais, exame da possibilidade da sua
de proteção e judiciais, salvo para liberação imediata, que se dá com
efeito de confrontação, havendo a entrega à família, sob pena de
dúvida fundada (Apreensão responsabilização, com posterior
de Adolescentes no Estatuto da apresentação do adolescente em
Criança e do Adolescente. E.C.A., Juízo, no dia e hora designados.
Lei nº 8.069 de 13 de julho de 1990) Quando a apreensão se der em
localidade em que não haja DPCA,
De acordo com o tipificado a autoridade policial procederá
no ECA, a apreensão de adoles- com o registro do ato infracional
centes que cometam ato infra- e comunicação, imediata, da apre-
cional análogo a crime se dá ensão às autoridades judiciárias,
em flagrante ou por determina- à família ou a quem for indicado
ção judicial (Mandado de Busca pelo apreendido, com a apresenta-
e Apreensão-MBA). ção da criança ou do adolescente
No Rio de Janeiro, as no prazo de 24h, se houver per-
Delegacias de Proteção a Criança noite na Delegacia de Polícia, esta
e ao Adolescente (DPCA) foram deverá ser em local distinto e pro-
instituídas em 1993 para atuar, tegido dos demais presos.
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DICIONÁRIO DO SISTEMA SOCIOEDUCATIVO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
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ASSISTÊNCIA RELIGIOSA
A
ASSISTÊNCIA RELIGIOSA
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DICIONÁRIO DO SISTEMA SOCIOEDUCATIVO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
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ASSISTÊNCIA RELIGIOSA
A
seu poder político, contudo vale nados nas unidades do Sistema
destacar que sua ação caritativa e Socioeducativo está plenamente
filantrópica ocupa extenso espaço de acordo com o sentido da prática
na vida social. da Assistência Social. A legislação
específica para adolescentes em
conflito com a lei incorpora os avan-
Assistência Religiosa no ços registrados na Constituição
DEGASE Federal do Brasil (BRASIL, 1988) no
que tange à assistência religiosa.
No cenário institucional e em O mesmo ocorre com o que está
particular no DEGASE, que atua previsto no Estatuto da Criança
na execução da Política de Atendi- e do Adolescente (BRASIL, 1993).
mento a jovens em cumprimento Em seu artigo 94, encontra-se:
de Medidas Socioeducativas, “As entidades que desenvolvem
a proposta de acompanhamento programas de internação têm as
aos jovens e seus familiares está seguintes obrigações, entre outras:
pautada nos preceitos Constitu- XII – propiciar assistência religiosa
cionais (Constituição Federal de àqueles que desejarem, de acordo
1988), no ECA (lei 8069, de 1990), com suas crenças”. E, no artigo
que preconiza sobre a Proteção 124, lê-se: “são direitos do adoles-
Integral, e no Sistema Nacional cente privado de liberdade, entre
de Atendimento Socioeducativo outros, os seguintes: XIV – receber
(SINASE) de 2012, que aponta para assistência religiosa, segundo sua
a construção de novas propostas crença e desde que assim o deseje”.
metodológicas e novos paradigmas Em 2008, o DEGASE, visando
no campo do atendimento aos ado- o levantamento do perfil da
lescentes. O objetivo é humanizar assistência religiosa no sistema
as etapas de acompanhamento, socioeducativo do Rio de Janeiro,
visando a adesão dos adolescen- formaliza convênio com o ISER
tes às propostas socioeducativas (Instituto Superior de Estudo da
e sua percepção enquanto sujeitos Religião) para a realização de pes-
de direitos, dando visibilidade às quisa científica sobre a Assistência
ações desenvolvidas e descons- Religiosa. Assim sendo, obser-
truindo o viés de caráter punitivo, vou-se, a partir dos registros
operacionalizando as Medidas documentais de 2012, um movi-
Socioeducativas, sem a banalização mento da Divisão de Serviço
das questões a elas relacionadas. Social no caminho da escuta em
Assim, prestar assistência relação aos citados grupos e outros
religiosa aos adolescentes inter- encaminhamentos.
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DICIONÁRIO DO SISTEMA SOCIOEDUCATIVO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
48
ASSISTÊNCIA RELIGIOSA
A
visando contribuir no processo a Regulamentação da Prestação da
de resgate à cidadania, acesso a Assistência Religiosa no DEGASE.
direitos sociais e etc...; Encontros
Trimestrais para avaliação dos
trabalhos e novas propostas e
encaminhamentos; Elaboração Carta de Princípos da
de material sobre a Assistência Assistência Religiosa nas
Religiosa no DEGASE: carti- Unidades do DEGASE
lhas, folder, etc...; Criação de
um Fórum Permanente sobre Com o objetivo de atender
Assistência Religiosa; Agenda aos preceitos constitucionais e
das Atividades Religiosas nas em conformidade com o que
unidades, afixada em local visível; passou a chamar-se Sistema
Espaço Multimídia com recursos,
Socioeducativo, ocorrido na vigên-
tais como: som, projetor TV etc...;
Confecção de material educativo/ cia da Constituição da República
ilustrativo sobre os Fundamentos de 1988, houve a descentralização
do Trabalho Religioso: concei- político-administrativa. A criação
tos éticos, valores, e orientações do Novo DEGASE ocorreu a par-
sobre apoio aos egressos, junto tir da interlocução do Governo
às instâncias de cumprimento Estadual com o Centro Brasileiro
das MSEs em meio aberto; A para Infância e Adolescência
participação dos Assistentes (CBIA) – órgão do Governo
Religiosos nos Fóruns de dis- Federal no período de 1991 a 1994
cussão junto à sociedade civil
– em consonância com as diretri-
e política em torno de questões
como a redução da maioridade zes políticos-governamentais de
penal. OBS.: Ressaltamos sobre a promoção, defesa e garantia de
Agenda Política dos Conselhos de direitos de proteção legal. Neste
Direitos através das Conferências período, houve absorção integral
Municipal, Estadual e Nacional; dos adolescentes atendidos pela
CBIA, o mesmo não ocorrendo
com as instalações físicas, fato que
Do processo de discussão e das
acarretou demandas específicas
trocas de experiências nos encontros
no atendimento.
da Divisão de Serviço Social junto
Dessa forma, a descentrali-
aos Assistentes Religiosos, nasceu
zação física se une à gerencial,
um movimento do grupo para a
envolvendo todos os Sistemas de
construção da carta de princípios
Garantias de Direitos da Criança
da assistência religiosa nas unidades
e do Adolescente previstos para
do DEGASE, publicada em 27 de
diminuição do ingresso e da rein-
agosto de 2015, no Diário Oficial do
cidência à instituição.
Estado do Rio de Janeiro, visando
49
DICIONÁRIO DO SISTEMA SOCIOEDUCATIVO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
50
ASSISTÊNCIA RELIGIOSA
A
da Divisão de Serviço Social qual- REFERÊNCIAS
quer fato ou situação que interfira
negativamente no trabalho de BRASIL. Constituição da
assistência religiosa ou na garantia República Federativa do Brasil.
dos direitos dos adolescentes. Brasília: Senado Federal, 1988.
__________. Estatuto da
Criança e do Adolescente: Lei
Entidades religiosas 8.069/90, de 13 de julho de 1990.
participantes Brasília: Senado Federal, 1993.
51
DICIONÁRIO DO SISTEMA SOCIOEDUCATIVO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
ATO INFRACIONAL
Rosimere de Souza1
1 Mestre em Serviço Social pela PUC Rio (1997) e especialista em direitos huma-
nos de crianças e adolescentes. Possui experiência em gestão de organizações da
sociedade civil, programas e projetos sociais e pesquisas com abordagem quan-
titativa e qualitativa em nível nacional, estadual e local, nos temas de assistên-
cia social; defesa de direitos de crianças, adolescentes e mulheres. Trabalhou no
atendimento social em casos de assistência jurídico social de adolescentes infra-
tores e coordenou a pesquisa nacional“Análise da dinâmica dos programas e da
execução dos programas e serviços de atendimento aos adolescentes em cumpri-
mento de medidas socioeducativas em meio aberto - Liberdade Assistida / LA e
Prestação de Serviços à Comunidade / PSC” (IBAM/SDH-PR/CONANDA, 2014).
Compõe o quadro de professores da Escola Nacional de Serviços Urbanos do
IBAM (ENSUR), além de colaborar com a construção de conteúdos dos cursos de
educação à distância, desenvolvidos pela Escola em parceria com a UNIASSELVI,
o IBAM/MDS e outros clientes. Desde 2003, coordena o Programa Gestão Pública
e Direitos Humanos no IBAM.
52
ATO INFRACIONAL
A
bro de 1990, define em seu artigo cida como Lei de Execução das
1º que “Criança é todo ser humano Medidas Socioeducativas2.
menor de 18 anos, salvo se, nos Já é aceito por todos os países
termos da lei que lhe for aplicável, e todas as sociedades, que uma
atingir a maioridade mais cedo”. criança ou adolescente que co-
Vale ressaltar que a legislação bra- mete uma infração penal requer
sileira adota as disposições dos proteção e tratamento especial.
instrumentos internacionais de Isto é um fato reconhecido, em ní-
proteção dos direitos humanos de vel internacional, pela existência
crianças e adolescentes. de instrumentos especificamente
No que diz respeito à impu- elaborados para proteger os direi-
tabilidade e à inimputabilidade tos e interesses do infrator juvenil.
penal do adolescente – , ou seja, a Este conjunto de instrumentos in-
avaliação da capacidade que tem ternacionais integra o Sistema
a pessoa que praticou certo ato Internacional de Justiça Juvenil.
(crime ou contravenção penal) de No Brasil, quando uma
entender o que está fazendo e de Criança comete um ato infracional,
poder determinar se, de acordo aplicam-se as medidas de proteção,
com esse entendimento, será ou definidas no Artigo 101, incisos I
não legalmente punida.Tanto a a VI do Estatuto da Criança e do
Constituição Federal (art. 228), Adolescente. Nesse caso, o órgão
quanto o Estatuto da Criança e do responsável pelo atendimento é o
Adolescente (art. 104) e o Código Conselho Tutelar. Essas medidas
Penal (art. 27) afirmam que o ado- poderão ser aplicadas também
lescente autor de ato infracional é pelo juiz, ao adolescente que come-
inimputável penalmente, ou seja, teu ato infracional, sendo elas:
não tem responsabilidade penal e, • encaminhamento aos pais
por isso, é submetido a uma res- ou responsável, mediante termo
ponsabilização jurídica especial, de responsabilidade;
no caso a Lei Nº 8069/1990 e a Lei • orientação, apoio e acom-
Nº 12.594/ 2012, também conhe- panhamento temporários;
2 A Lei Nº 12.594, de 18 de Janeiro de 2012, institui o Sistema Nacional de
Atendimento Socioeducativo (SINASE), regulamenta a execução das medidas
socioeducativas destinadas a adolescente que pratique ato infracional; e altera
as Leis nos 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente);
7.560, de 19 de dezembro de 1986, 7.998, de 11 de janeiro de 1990, 5.537, de 21 de
novembro de 1968, 8.315, de 23 de dezembro de 1991, 8.706, de 14 de setembro de
1993, os Decretos-Leis nos 4.048, de 22 de janeiro de 1942, 8.621, de 10 de janeiro
de 1946, e a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei
no 5.452, de 1o de maio de 1943.
53
DICIONÁRIO DO SISTEMA SOCIOEDUCATIVO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
54
ATO INFRACIONAL
A
valores e atitudes, matéria-prima BRASIL. Lei Federal nº
da prática socioeducativa. 8.069/1990. Estatuto da Criança e
do Adolescente. Brasília, 1990.
BRASIL. Lei Federal nº
REFERÊNCIAS 12.594/2012. Lei do SINASE.
Brasília, 2012.
BRASIL. Constituição Federal.
Brasília, 1988. SOUZA, Rosimere de; LIRA,
Vilnia Batista. Caminhos para a
BRASIL. Estatuto da Criança municipalização do atendimento
e do Adolescente. Lei Federal socioeducativo em meio aberto:
nº. 8.069 de 13 de julho de 1990, liberdade assistida e prestação
lei n.8.242, de 12 de outubro de de serviços à comunidade. Rio
1991, e convenção sobre os direi- de Janeiro: IBAM/DES; Brasília:
tos da criança.. Brasília: Câmara SPDCA/SEDH, 2008.
dos Deputados, Coordenação de
Publicações, 2003.
55
DICIONÁRIO DO SISTEMA SOCIOEDUCATIVO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
C
CENSE GELSO DE CARVALHO AMARAL (GCA)
56
CENSE GELSO DE CARVALHO AMARAL (GCA)
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DICIONÁRIO DO SISTEMA SOCIOEDUCATIVO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
58
CENTRO DE REFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (CRAS)
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DICIONÁRIO DO SISTEMA SOCIOEDUCATIVO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
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CENTRO DE REFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (CRAS)
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CENTRO DE REFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (CRAS)
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DICIONÁRIO DO SISTEMA SOCIOEDUCATIVO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Diana Delgado1
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CENTRO DE REFERÊNCIA ESPECIALIZADO DA ASSISTÊNCIA SOCIAL (CREAS)
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DICIONÁRIO DO SISTEMA SOCIOEDUCATIVO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
PARÂMETROS CAPACIDADE DE
PORTE DO NÚMERO DE
MUNICÍPIO HABITANTES
DE ATENDIMENTO/ EQUIPE MÍNIMA3
REFERÊNCIA ACOMPANHAMENTO
Cobertura de
atendimento em 1 Coordenador
CREAS Regional; 1 Assistente Social
Pequeno ou Implantação 1 Psicólogo
Até 20.000
Porte I de CREAS Mu- 1 Advogado
nicipal, quando 50 casos (famílias/ 2 Profissionais de
a demanda local indivíduos) nível superior ou
justificar médio (abordagem
Pequeno De 20.001 a dos usuários)
Porte II 50.000 Implantação de 1 Auxiliar
pelo menos 01 administrativo
De 50.001 a CREAS.
Médio Porte
100.000
1 Coordenador
2 Assistentes
Sociais
2 Psicólogos
Implantação de
Grande Porte, A partir de 1 Advogado
01 CREAS a 80 casos (famílias/
Metrópoles 100.001. 4 Profissionais de
cada 200.000 indivíduos)
e DF. nível superior ou
habitantes
médio (abordagem
dos usuários)
2 Auxiliares
Administrativos
66
CENTRO DE REFERÊNCIA ESPECIALIZADO DA ASSISTÊNCIA SOCIAL (CREAS)
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DICIONÁRIO DO SISTEMA SOCIOEDUCATIVO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
68
CENTRO DE REFERÊNCIA ESPECIALIZADO DA ASSISTÊNCIA SOCIAL (CREAS)
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DICIONÁRIO DO SISTEMA SOCIOEDUCATIVO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
7 http://aplicacoes.mds.gov.br/sagi/atendimento
70
CENTRO DE REFERÊNCIA ESPECIALIZADO DA ASSISTÊNCIA SOCIAL (CREAS)
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DICIONÁRIO DO SISTEMA SOCIOEDUCATIVO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
72
CONFLITO
CONFLITO
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DICIONÁRIO DO SISTEMA SOCIOEDUCATIVO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
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CONFLITO
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DICIONÁRIO DO SISTEMA SOCIOEDUCATIVO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
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COORDENADORIA DE SEGURANÇA E INTELIGÊNCIA DO DEGASE (CSINT)
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DICIONÁRIO DO SISTEMA SOCIOEDUCATIVO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
78
CRIAAD NITERÓI
CRIAAD NITERÓI
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CRIAAD NITERÓI
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CRIAAD NITERÓI
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CRIAAD SÃO GONÇALO
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CRIAAD SÃO GONÇALO
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DICIONÁRIO DO SISTEMA SOCIOEDUCATIVO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
5 SAM: Serviço de Assistência ao Menor - criado nos anos 40 até os anos 60 sob a
égide dos governos didatoriais, ligado ao Ministério da Justiça.
6 FUNABEM: Fundação Nacional do Bem Estar do Menor - criada em 1964 para
executar assistência aos menores e vigorou até os anos 90 ao surgir o novo orde-
namento jurídico dos direitos das crianças e dos adolescentes.
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CRIAAD SÃO GONÇALO
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CRIAAD RICARDO DE ALBUQUERQUE
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CRIAAD RICARDO DE ALBUQUERQUE
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CRIAAD RICARDO DE ALBUQUERQUE
Parques e Jardins
“Corte e Costura”
Em virtude dos altos muros,
Em parceria com a a temperatura do CRIAAD tor-
PETROBRAS/DEGASE/CECAP, o nou-se ainda mais elevada. Tal
referido curso objetivava ensinar situação levou-nos a procurar
e estimular o profissionalismo na alternativas para minimizar o
feitura de peças de roupas, bol- problema, desdobrando-se na cria-
sas, necessaires, estojos e outros ção de parceria com a Fundação
objetos voltados ao tema para tra- Parques e Jardins que elaborou um
balharem em casa, ou na área de Projeto de Arborização na unidade,
confecção e ajudar na renda fami- incluindo a doação e plantação de:
liar, melhorando as condições e Paus Brasil, Escumilhas, Ipês Roxo,
qualidade de vida e informando Grumixamas, Jambo, Orelha de
também através de palestras Negro, Murtas e Palmeiras Arecas.
sobre economia solidária, reapro- A aquisição das mudas pro-
veitamento, sustentabilidade e porcionou o desenvolvimento de
respeito ao meio ambiente. um projeto de jardinagem no qual
cada planta era cuidada pelas ado-
lescentes que tinham seus nomes
em plaquinhas colocadas nos
95
DICIONÁRIO DO SISTEMA SOCIOEDUCATIVO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
96
CRIAAD RICARDO DE ALBUQUERQUE
97
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CRIAAD RICARDO DE ALBUQUERQUE
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100
CRIAAD RICARDO DE ALBUQUERQUE
grande valia para a equipe de pro- que tivesse enfrentado. Tudo que
fissionais do CRIAAD Menina. não existe preço que pague. C
Acreditamos que os diversos Paradoxalmente a esta reali-
impasses encontrados em nosso dade, o Rio de Janeiro em crescente
percurso se devem a um con- estado de violência. A necessidade
junto de ideais, valores e práticas de criação das UPPs e a migração
que ainda constituem o pensar do tráfico de drogas para áreas
e o fazer de alguns funcionários mais distantes e menos vulnerá-
e, por conseguinte, um modo de veis. Ricardo de Albuquerque não
ser institucional. Características foi poupado. O que um dia havia
essas observadas durante a imple- sido de paz, com moradores sim-
mentação do “Projeto Diálogos” ples e trabalhadores, num curto
e podendo-se assim deduzir qual espaço de tempo foi invadido por
parcela dos servidores ainda traficantes que atuavam próximo a
comungavam com ideias que unidade. O risco para as adolescen-
remontam ao período anterior ao tes e funcionários tornou-se cada
ECA mas, as se oportunizarem do vez mais iminente e comunicado
debate, troca e reflexão, visíveis as autoridades, no dia 23 de outu-
mudanças de perspectivas foram bro de 2015 por decisão judicial, o
percebidas sobre o trabalho e o CRIAAD Menina foi esvaziado e
olhar para as adolescentes. fechado temporariamente.
Oração da Serenidade
A festa de debutante que não “Concedei-me Senhor, a serenidade
houve necessária para aceitar as coisas que
não posso mudar;
Quase quinze anos ininterrup- coragem para modificar aquelas que
tos de dedicação e investimento posso, e sabedoria para distinguir
físico, emocional e o registro na umas das outras”.
memória de uma equipe séria,
harmônica e comprometida com
o fazer profissional. O bom e REFERÊNCIAS
acolhedor ambiente de trabalho.
Momentos de alegrias com desa- BRASIL[1988]. Constituição
fios vencidos, vitórias alcançadas. Federal. Brasília: Saraiva 2009.
Vínculos construídos. Um colega BRASIL. Lei Federal nº
ouvindo e apoiando o outro por 8.069/1990. Estatuto da Criança e
alguma frustração ou dificuldade do Adolescente. Brasília, 1990.
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CRIMINALIZAÇÃO DA POBREZA
CRIMINALIZAÇÃO DA POBREZA C
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CRIMINALIZAÇÃO DA POBREZA
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8 Ibid, p. 20.
9 O fim da Guerra Fria e a queda do muro de Berlim demarcam a ascensão da
nova ordem mundial, cenário que torna obsoleta a necessidade de programas
governamentais orientados na filosofia do Estado-Providência.
10 O conceito utilizado por Wacquant simboliza ao mesmo tempo um ser dotado
de cabeça humana, representando o racionalismo liberal, e de corpo bestial, es-
pelhando sua face penal e de controle punitivo.
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CRIMINALIZAÇÃO DA POBREZA
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CRIMINALIZAÇÃO DA POBREZA
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CULTURA
CULTURA C
Adriana Facina1
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CULTURA
cultura”, mas também a cultura deu nos anos 1940, judeus e árabes
popular, os costumes, e mesmo há- conviviam em harmonia. Portanto, C
bitos mais corriqueiros em nossos as causas culturais servem muito
cotidianos, podem ser entendidos mais como uma justificativa para
como culturais. Um exemplo: to- legitimar aquele conflito e apre-
dos os seres humanos têm fome e sentá-lo como eterno, sem solução,
se alimentam, porém o que e como alimentando a indústria da guerra
comemos é parcialmente determi- e o genocídio do povo palestino.
nado pela cultura em que fomos Nesse culturalismo conservador,
socializados. Assim, comidas que a ideia de cultura ocupa o mesmo
para nós parecem deliciosas po- lugar que a noção de raça ocupava
dem parecer no mínimo estranhas nos discursos racistas e imperialis-
para outras populações. tas de finais do século XIX e início
Diferentemente da concepção do século XX, servindo para justi-
elitista, nesta concepção, que pode- ficar a dominação da periferia do
ríamos chamar de antropológica, globo pelos países industrializados
não existe ser humano sem cultura, e centrais do capitalismo.
nem povo sem cultura e nem mesmo Um outro debate importante é
culturas superiores ou inferiores a o que envolve a indústria cultural.
outras. Tão culturais quanto uma Este termo foi cunhado por Theodor
ópera de Verdi ou uma sinfonia de Adorno e Max Horkheimer em 1947
Beethoven são a capoeira, o can- e buscava explicitar a lógica da pro-
domblé, o jongo, o acarajé. Mas aqui dução da cultura como mercadoria
também há um problema. Muitas sob o capitalismo tardio. A cultura,
vezes essa concepção de cultura é assim como quase tudo sob o capi-
utilizada para explicar processos talismo, é passível de se tornar mer-
históricos ou políticos de forma sim- cadoria. E a indústria cultural é o
plificada. Assim, tudo seria cultural ramo da economia que se dedica a
em última análise, desprezando-se produzir bens culturais em larga
outros fatores econômicos, políti- escala. Bens estes que, segundo
cos e sociais que determinam os Adorno e Horkheimer, têm uma
processos históricos. Por exemplo: função de controle social impor-
quantas vezes não ouvimos dizer tante, pois alienam as pessoas,
que o conflito árabe-israelense na tornando-as conformistas, consu-
Palestina tem motivo religioso- mistas, incapazes de desejar e fruir
-cultural? No entanto, se formos outras coisas que não as que lhes
examinar com mais cuidado, antes são apresentadas pela indústria cul-
do estabelecimento do Estado de tural. Desse modo, por exemplo, o
Israel naquela localidade, o que se telespectador de novelas se tornaria
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CULTURA
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DEFENSORIA PÚBLICA
D
D
DEFENSORIA PÚBLICA
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DEFENSORIA PÚBLICA
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DEFENSORIA PÚBLICA
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DEFENSORIA PÚBLICA
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DELEGACIA DE PROTEÇÃO À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE1 (DPCA)
Kelly Murat-Duarte2
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DELEGACIA DE PROTEÇÃO À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE1 (DPCA)
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DELEGACIA DE PROTEÇÃO À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE1 (DPCA)
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DEPARTAMENTO GERAL DE AÇÕES SOCIOEDUCATIVAS (DEGASE)
3 Instituto Padre Severino, Educandário Santos Dumont e Escola João Luiz Alves.
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DEPARTAMENTO GERAL DE AÇÕES SOCIOEDUCATIVAS (DEGASE)
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DEPARTAMENTO GERAL DE AÇÕES SOCIOEDUCATIVAS (DEGASE)
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DEPARTAMENTO GERAL DE AÇÕES SOCIOEDUCATIVAS (DEGASE)
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DEPARTAMENTO GERAL DE AÇÕES SOCIOEDUCATIVAS (DEGASE)
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Transformar os documentos
apresentados pelo DEGASE em prá-
ticas cotidianas é o grande desafio, REFERÊNCIAS
em uma instituição que historica-
mente tem torturado, aprisionado ABDALLA, Janaina. Aprisio-
e docilizado o corpo e a mente dos nando para educar adolescente
adolescentes, reproduzindo e pro- em conflito com a lei: memória,
duzindo a violência e a barbárie paradoxos e perspectivas. 2013.
destes novos e velhos tempos. 193 f. Tese (Doutorado) - Curso
O DEGASE, para além dos de Doutorado em Educação, Uni-
documentos, é construído e versidade Federal de Educação,
reconstruído pelos sujeitos ordi- Niterói, 2013.
nários, adolescentes, famílias e
operadores do sistema socioedu- ABDALLA Janaína de Fátima;
cativo estadual, na arte de fazer os JULIÃO, Elionaldo Fernandes,
espaços praticados e como afirma VERGÍLIO Soraya Sampaio (orgs).
Antônio Carlos Gomes da Costa: Delinquência juvenil, políticas
públicas e direitos humanos. Rio
de Janeiro: Novo Degase, 2014.
Se formos capazes de estrutu-
rar a unidade educativa com ABDALLA Janaina de Fatima
sensibilidade, compromisso e Silva; SILVA Saturnina Pereira
competência sob os ângulos da da (Org.) Ações Socioducativas
subjetividade (cuidados para Saberes e Práticas de Formação
acolher) e da objetividade (zelo dos Operadores do Sistema
pedagógico com o ambiente físico Socieoducativo do Estado do
e material), poderemos trabalhar, Rio de Janeiro. Rio de Janeiro:
dentre inúmeros temas e áreas
Novo Degase, 2013.
que convergem para o desen-
volvimento pessoal e social do ABDALLA Janaina de Fatima
educando, valores como a solida- Silva; SILVA Saturnina Pereira da;
riedade, o respeito, o altruísmo, a VELOSO Bianca Ribeiro (Org.)
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DEPARTAMENTO GERAL DE AÇÕES SOCIOEDUCATIVAS (DEGASE)
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DISCIPLINA
Sharon Will1
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DISCIPLINA
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DIVERSIDADE / LIBERDADE RELIGIOSA
REFERÊNCIAS
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146
DIVERSIDADE / LIBERDADE RELIGIOSA
REFERÊNCIAS
Brasil. [1988].Constituição da
República Federativa do Brasil
.35. ed. Brasília : Câmara dos
Deputados, Edições Câmara, 2012.
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E
EDUCAÇÃO BÁSICA NA SOCIOEDUCAÇÃO
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EDUCAÇÃO BÁSICA NA SOCIOEDUCAÇÃO
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EDUCAÇÃO BÁSICA NA SOCIOEDUCAÇÃO
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EDUCAÇÃO POPULAR1
EDUCAÇÃO POPULAR1
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EDUCAÇÃO POPULAR1
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EDUCAÇÃO POPULAR1
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EDUCAÇÃO PROFISSIONAL NA SOCIOEDUCAÇÃO
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EDUCAÇÃO PROFISSIONAL NA SOCIOEDUCAÇÃO
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EDUCAÇÃO PROFISSIONAL NA SOCIOEDUCAÇÃO
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EDUCANDARIO SANTO EXPEDITO
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EDUCANDARIO SANTO EXPEDITO
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Egresso do Sistema Socioeducativo / AMSEG
Dulci Sebra1
Maria Stela2
Saturnina Silva3
Vera Durão4
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ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (ECA)
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ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (ECA)
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Humanos que toda pessoa possui todos os direitos e liberdades neles enuncia-
dos, sem distinção de qualquer natureza, seja de raça, cor, sexo, idioma, crença,
opinião política ou de outra índole, origem nacional ou social, posição econômi-
ca, nascimento ou qualquer outra condição;
Recordando que na Declaração Universal dos Direitos Humanos as Nações
Unidas proclamaram que a infância tem direito a cuidados e assistência especiais;
Convencidos de que a família, como grupo fundamental da sociedade e ambien-
te natural para o crescimento e bem-estar de todos os seus membros, e em par-
ticular das crianças, deve receber a proteção e assistência necessárias a fim de
poder assumir plenamente suas responsabilidades dentro da comunidade;
Reconhecendo que a criança, para o pleno e harmonioso desenvolvimento de
sua personalidade, deve crescer no seio da família, em um ambiente de felici-
dade, amor e compreensão;
Considerando que a criança deve estar plenamente preparada para uma vida in-
dependente na sociedade e deve ser educada de acordo com os ideais proclama-
dos na Cartas das Nações Unidas, especialmente com espírito de paz, dignidade,
tolerância, liberdade, igualdade e solidariedade;
Tendo em conta que a necessidade de proporcionar à criança uma proteção especial
foi enunciada na Declaração de Genebra de 1924 sobre os Direitos da Criança e na
Declaração dos Direitos da Criança adotada pela Assembleia Geral em 20 de no-
vembro de 1959, e reconhecida na Declaração Universal dos Direitos Humanos, no
Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos (em particular nos Artigos 23 e 24),
no Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (em particular no
Artigo 10) e nos estatutos e instrumentos pertinentes das Agências Especializadas e
das organizações internacionais que se interessam pelo bem-estar da criança;
Tendo em conta que, conforme assinalado na Declaração dos Direitos da
Criança, “a criança, em virtude de sua falta de maturidade física e mental, ne-
cessita proteção e cuidados especiais, inclusive a devida proteção legal, tanto
antes quanto após seu nascimento”;
Lembrado o estabelecido na Declaração sobre os Princípios Sociais e Jurídicos
Relativos à Proteção e ao Bem-Estar das Crianças, especialmente com Referência
à Adoção e à Colocação em Lares de Adoção, nos Planos Nacional e Internacional;
as Regras Mínimas das Nações Unidas para a Administração da Justiça Juvenil
(Regras de Pequim); e a Declaração sobre a Proteção da Mulher e da Criança em
Situações de Emergência ou de Conflito Armado;
Reconhecendo que em todos os países do mundo existem crianças vivendo sob condi-
ções excepcionalmente difíceis e que essas crianças necessitam consideração especial;
Tomando em devida conta a importância das tradições e dos valores culturais de
cada povo para a proteção e o desenvolvimento harmonioso da criança;
Reconhecendo a importância da cooperação internacional para a melhoria
das condições de vida das crianças em todos os países, especialmente nos
países em desenvolvimento(...)”
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ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (ECA)
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ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (ECA)
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FINANCIAMENTO DA POLÍTICA DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO
F
FINANCIAMENTO DA POLÍTICA DE ATENDIMENTO
SOCIOEDUCATIVO
F
Paula Latgé1
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FINANCIAMENTO DA POLÍTICA DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO
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BRASIL. Constituição da
República Federativa do Brasil:
1988 - texto constitucional de 5
de outubro de 1988 com as alte-
rações adotadas pelas Emendas
Constitucionais de n. 1, de 1992,
a 32, de 2001, e pelas Emendas
Constitucionais de Revisão de n.
1 a 6, de 1994.
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FLUXO DE ATENDIMENTO
FLUXO DE ATENDIMENTO
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FLUXO DE ATENDIMENTO
3- Diretamente do Juizado da
1- Provenientes dos Juizados das Infância e da Juventude da
comarcas de interior; comarca da Capital;
F
Ao chegar de Juizados de Nesse caso, a documentação
interior ou de outras comarcas será encaminhada pelo Plantão Inte-
que não a da Capital, junto com rinstitucional que se situa na VIJ/RJ.
o adolescente deverá haver em
mãos documentação com a deter-
minação judicial, devidamente 4- Dos plantões Judiciários de
motivada, assinada por Juiz. final de semana organizados
Qualquer que seja a MSE, o pelo Tribunal de Justiça;
adolescente deverá vir acompa-
nhado da Guia de Execução com Os adolescentes que chegam
a medida pertinente, independen- nos finais de semana e nos feriados
temente de tal documento já ter são atendidos pelo MP e pelo Juiz
sido expedido ao Juízo competente de plantão. Alguns são apresenta-
ou não. Portanto, não existe mais dos pela DPCA/RJ diretamente
Carta Precatória e é obrigatória a ao plantão judiciário e, por este
apresentação da Guia de Execução motivo, o Cense GCA não tem
com todos os documentos elenca- acesso ao RO referente a esses
dos na Lei 12594/2012 e Resoluções jovens, bastando, então, para seu
CNJ nº 165 de 2012 e nº 191/2014. encaminhamento, apenas o ofício
do Juiz de plantão.
2- Da DPCA/RJ para
adolescentes provenientes da 5- De delegacias da Polícia
comarca da Capital; Militar ou da Secretaria de
Estado de Administração
Os adolescentes que vêm da Penitenciária, desde que para
DPCA/RJ devem chegar junta- cumprimento de mandado de
mente com o(s) RO(s) e ofício(s) busca e apreensão.
daquela delegacia especializada
e, no caso de Busca e Apreensão,
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FLUXO DE ATENDIMENTO
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Bianca Veloso1
Janaina de Fátima Silva Abdalla2
Marizélia Barbosa3
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FORMAÇÃO DOS SOCIOEDUCADORES
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FORMAÇÃO DOS SOCIOEDUCADORES
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FORMAÇÃO DOS SOCIOEDUCADORES
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GÊNERO
G
GÊNERO
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GÊNERO
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GÊNERO
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GÊNERO
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GUIA DE EXECUÇÃO
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GUIA DE EXECUÇÃO
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2 Grifo nosso
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GUIA DE EXECUÇÃO
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GUIA DE EXECUÇÃO
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H
HUMANIZAÇÃO
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HUMANIZAÇÃO
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INDIVIDUALIZAÇÃO DO ATENDIMENTO
I
INDIVIDUALIZAÇÃO DO ATENDIMENTO
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INDIVIDUALIZAÇÃO DO ATENDIMENTO
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INTERDISCIPLINARIDADE
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INTERDISCIPLINARIDADE
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INTERDISCIPLINARIDADE
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INVISIBILIDADE SOCIAL
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INVISIBILIDADE SOCIAL
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JUVENTUDES
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JUVENTUDES
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JUVENTUDES
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um constrói para si uma rede mul- mão, sob risco de cair em definições
tifacetada de elementos cognitivos, simplórias e vagas sobre sujeitos
emocionais, todos sempre media- sociais diversos e complexos.
dos no tempo e no espaço em que Esta pluralidade se explicita
a vida do sujeito acontece. Os tem- à medida que os jovens emergem
pos dedicados à formação não são como sujeitos políticos para a socie-
os mesmos para todos os jovens. dade. Conforme salientou Bourdieu
Os espaços de socialização não são (1980), a juventude é apenas uma
experimentados de modo idêntico. palavra se não nos atentamos para
Do mesmo modo, a ideia do os diferentes contextos e condições
acúmulo de conhecimento pre- sociais em que estes sujeitos estão
sente na dimensão teleológica da inseridos, não se pode desconside-
vida do jovem, apontada para o rar a participação efetiva dos jovens
futuro, pode não se apresentar da nos grandes temas e paixões, nos
forma como a convencionamos. Ser dilemas mundiais, nas transforma-
jovem não é necessariamente ter ções sociais contemporâneas.
menos conhecimentos. Um bom Abramo (2008), em publica-
exemplo disso é o reconhecimento ção de baseada em pesquisa na-
de que existem conhecimentos fa- cional sobre juventude brasileira
cilmente assimilados pelos mais realizada em 2003, destaca enfo-
jovens, como aqueles vinculados ques possíveis sobre juventude no
ao desenvolvimento das tecnolo- Brasil, fruto da relevância desta ca-
gias, que os mais velhos têm mais tegoria no contemporâneo, ou seja:
dificuldades em se apropriar, o um enfoque na dimensão política
que coloca em cheque uma lógica dos jovens como sujeitos que pro-
temporal linear e harmônica. tagonizam novos espaços de luta
Há, portanto, uma diversidade em diferentes movimentos sociais,
de juventudes a serem analisadas com capacidade para incidir sobre
que não conseguimos vislum- a transformação da sociedade; os
brar nas clássicas tipologias que jovens num recorte demográfico,
são aplicadas aos jovens. Embora isto é, como um contingente que
tenhamos sujeitos sociais dentro tem demandas específicas, sobre-
de uma mesma faixa etária, depa- tudo em termos de políticas sociais
ramo-nos cada vez mais com uma e, por fim, o enfoque dos jovens
variedade de composições para como sujeitos de direitos, o que im-
além destas categorias históricas. plicaria numa abordagem que ul-
Devemos assim reconhecer que trapasse os espaços prescritos aos
JUVENTUDES expressa este plu- jovens e tente entendê-los em sua
ral, do qual não podemos abrir singularidade e complexidade.
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JUVENTUDES
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MAIORIDADE PENAL
M
MAIORIDADE PENAL
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MAIORIDADE PENAL
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MAIORIDADE PENAL
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jeto foram imputados aos jovens cana, o qual elucida que matéria
com 16 anos, como tortura, tráfico proposta de emenda rejeitada ou
de drogas, lesão corporal grave prejudicada não pode ser votada
e roubo qualificado, restaram seguidamente, objeto de nova pro-
apenas alguns de maior repú- posta na mesma sessão legislativa.
dio. Trata-se de uma excrescência Nesse diapasão, prenuncia o Regi-
jurídica. Como um jovem de 16 mento Interno da Câmara dos De-
anos será imputável somente se putados 17/1989. Assim, também
cometer determinados comporta- se posicionaram em declarações
mentos escolhidos, taxativamente públicas ministros do STF7.
arbitrados, e não outros6? No aspecto jurídico, deve-se
Vale esclarecer que a manobra atentar para os planos nacional e in-
política infringiu o artigo 60, pará- ternacional. Na seara internacional8,
grafo 5º, da Constituição Republi- precisam-se averiguar os Tratados
6 A equivocada aprovação gerou celeuma, ocasionou a representação de seis par-
tidos políticos, que impetraram mandado de segurança na Suprema Corte do país,
com o escopo de anular a segunda votação; com o fito de obstar a redução da maio-
ridade penal e, na mesma esteira, a Ordem dos Advogados do Brasil Federal.
7 Como o atual Ministro Marco Aurélio Mello e o Ex-Ministro que outrora inte-
grou a Corte, Joaquim Barbosa, guardiões da Constituição Republicana que se
posicionaram firmemente. Disponível em: http://oglobo.globo.com/brasil/marco-
-aurelio-barbosa-consideram-inconstitucional-nova-votacao-da-pec-da-maiori-
dade-penal-16639629. Acesso em: 10 de dezembro de 2015. Muitas outras críticas
dirigiram-se à PEC; elas partiram da Sociedade Civil, dos Movimentos Sociais,
da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil da Igreja Católica, da Associação
do Ministério Público, da Associação da Defensoria Pública, da Ordem dos
Advogados do Brasil Federal, da Associação dos Juízes para a Democracia, dos
Secretários de Justiça de 24 Estados do Brasil e do Distrito Federal, do DEGASE,
de Institutos Jurídicos, de Cursos de Direito das principais Universidades do
país. Através de atos públicos, manifestos, passeatas e resistências em frente ao
Congresso, como o que ficou conhecido como “Amanhecer em Brasília”.
8 Vale rememorar que, em 1919, a Sociedade das Nações criou o Comitê de
Proteção da Infância. Em 1923 foi elaborada a Declaração de Genebra sobre
os Direitos da Criança. No ano seguinte, a Declaração de Genebra foi adota-
da pela Sociedade das Nações. Em 1927, após o IV Congresso Pan-americano
da Criança, dez países americanos (Argentina, Bolívia, Brasil, Cuba, Chile,
Equador, Estados Unidos, Peru, Uruguai e Venezuela) subscreveram a ata de
fundação do Instituto Interamericano da Criança, hoje vinculado à OEA e es-
tendido à adolescência, organismo destinado à promoção do bem-estar da in-
fância e da maternidade na região. Em 1934, a Sociedade das Nações aprovou,
pela segunda vez, a Declaração de Genebra. Em 1946, um movimento interna-
cional se manifestou a favor da criação do Fundo Internacional de Emergência
232
MAIORIDADE PENAL
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MAIORIDADE PENAL
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MASCULINIDADES
Marcos Nascimento1
Jimena de Garay-Hernández2
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MASCULINIDADES
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MASCULINIDADES
Badinter (1993) diz que a constru- que os homens tentam obter o aval
ção da identidade masculina está para suas credenciais masculinas.
baseada em uma tripla negação: Esse dispositivo controlador sobre
não ser criança, não ser mulher e os homens, suas práticas, discur-
não ser homossexual. Essa cons- sos e modos de vida, busca regu-
trução identitária traz indícios de lar as expressões de afeto (quem
uma masculinidade sempre em nunca ouviu que homem não
negociação, ou seja, sempre passí- chora?), fomenta o silêncio de mui-
vel de refutação e/ou confirmação tos deles em mostrarem-se com
por parte de outros homens, em opiniões contrárias ao “senso co-
que os atributos de comportamento mum” com medo do julgamento
precisam ser constantemente ava- dos outros homens, reproduz um
liados, negociados, relembrados: modelo de criação dos/as filhos/as
um contínuo fazer-se, construir-se, segundo um discurso machista,
afirmar-se, confirmar-se. entre outros tantos efeitos.
Nesse sentido, a figura do Portanto, ser homem significa
homossexual funciona como incorporar um conjunto de nor-
negação e reforço da própria mas- mas e prescrições sociais sobre
culinidade. A ideia de atividade/ como se inserir no mundo, em que
passividade presente no ato sexual alguns repertórios são naturaliza- M
confere, àquele que exerce o papel dos e legitimados como próprios
de ativo, o estatuto de masculino. da “natureza masculina”, como
Por outro lado, aquele que exerce o o uso da violência para demons-
papel de passivo é percebido como trar força, coragem e defender a
feminino e, portanto, desvalori- honra de sua família ou grupo
zado socialmente (FRY, 1982). (CECCHETTO, 2004); acumular
É nesse jogo de relações entre histórias de conquistas sexuais
os homens e as configurações de (VALE DE ALMEIDA, 2000); ou
masculinidade que se estabelece apresentar discursos homofóbi-
o que Michael Kimmel (1997) cos que desqualifiquem pessoas
chama de “patrulhamento de LGBT (BORRILLO, 2010).
gênero”, ou seja, uma vigilância No sistema socioeducativo,
contínua, incessante, sobre a per- como em outros contextos, obser-
formance dos homens nos seus vamos uma complexa relação entre
discursos e práticas cotidianos em os homens concretos e as mas-
relação a um modelo idealizado culinidades que eles constroem
de “homem de verdade”. e almejam. Uma população em
É através do autopatrulha- sua maioria marginalizada e sem
mento e do patrulhamento alheio acesso a direitos, devido a seus
239
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240
MECANISMO ESTADUAL DE PREVENÇÃO E COMBATE À TORTURA
M
Graziela Contessoto Sereno1
Renata Lira2
Vera Lucia Alves3
Patrícia Oliveira4
Alexandre Campbell5
Fabio Cascardo6
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MECANISMO ESTADUAL DE PREVENÇÃO E COMBATE À TORTURA
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MECANISMO ESTADUAL DE PREVENÇÃO E COMBATE À TORTURA
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MEDIAÇÃO
MEDIAÇÃO
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MEDIAÇÃO
MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS
Ana Utzeri1
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MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS
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MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS
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MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS
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MENOR
Paula Vargens1
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MENOR
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MENOR
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ciada à ideia de raça e classe social: centes temos chamadas como “Seis
são menores os meninos e meninas menores e um homem são detidos
pobres, eminentemente não-bran- com drogas”2; “Polícia prende três
cos, de baixa escolaridade. Ainda e apreende dois menores por trá-
hoje, permanece no imaginário fico de drogas no AC”3, ou no caso
social a associação do termo com a de roubo “Menor é apreendido com
prática de ato infracional por meni- arma e assume intenção de cometer
nos negros e pobres. A nomeação roubo”4; “Menor suspeito de matar
de adolescentes, quando negros e ciclista na Lagoa Rodrigo de Freitas
pobres, autores de ato infracional, é detido”5. Em oposição, as apreen-
como menores não é rara, inclusive sões relacionadas a adolescentes das
em documentos oficiais. classes médias o tratamento midiá-
Quando lançamos nosso olhar tico é diferenciado: “PF apreende
para as grandes mídias, a distinção 49 quilos de maconha em carro de
entre menor, adolescente e criança universitário”6; ou “Jovem é preso
fica ainda mais explícita. Para casos com 7kg de drogas em mala no ae-
de apreensão de drogas com adoles- roporto de Manaus”7.
260
MENOR
8 O GLOBO, Polícia prende jovens de classe média com 300kg de maconha no Rio.
Edição Online, publicada em 27/06/2015. Disponível em: http://g1.globo.com/rio-
-de-janeiro/noticia/2015/03/policia-prende-jovens-de-classe-media-com-300-kg-
-de-maconha-no-rio.html acesso em 09 julho de 2016.
9 O GLOBO, Menor é flagrado com maconha e crack e acaba apreendido por tráfico.
Edição Online, publicada em 28/05/2016. Disponível em: http://g1.globo.com/sp/
presidente-prudente-regiao/noticia/2016/05/menor-e-flagrado-com-maconha-e-
-crack-e-acaba-apreendido-por-trafico.html acesso em 09 julho de 2016
10 O GLOBO, Menor morto pela PM foi apreendido por furto sábado na zona Sul.
Edição Online, publicada em 03/06/2016. Disponível em: http://g1.globo.com/sao-
-paulo/noticia/2016/06/menor-morto-pela-pm-foi-apreendido-por-furto-ha-uma-
-semana-na-zona-sul.html acesso em 09 julho de 2016
11 O GLOBO, PM mata menor suspeito de furtar carro em suposto confronto em SP.
Edição Online, publicada em 03/06/2016. Disponível em: http://g1.globo.com/sao-
-paulo/noticia/2016/06/pm-mata-menor-suspeito-de-roubar-carro-em-suposto-
-confronto-em-sp.html acesso 09 julho de 2016
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DICIONÁRIO DO SISTEMA SOCIOEDUCATIVO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
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NORMATIVA INTERNACIONAL DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES
N
NORMATIVA INTERNACIONAL DE PROTEÇÃO DOS
DIREITOS HUMANOS DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES
Pedro Pereira1
263
DICIONÁRIO DO SISTEMA SOCIOEDUCATIVO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
2 Adotadas pela Assembleia Geral das Nações Unidas em sua Resolução 45/113, de 14
de dezembro de 1990. O Governo Brasileiro apresentou em 2003 seu primeiro relatório
sobre a Convenção sobre os Direitos da Criança (ONU/1990), com 12 anos de atraso.
3 Item 12. A privação de liberdade deverá ser efetuada em condições e circunstâncias
que garantam o respeito aos direitos humanos dos jovens. Deverá ser garantido, aos
jovens reclusos em centros, o direito de desfrutar de atividades e programas úteis que
sirvam pra fomentar e garantir seu são desenvolvimento e sua dignidade e conheci-
mentos que ajudem a desenvolver suas possibilidades como membros da sociedade.
4 Adotada pela Resolução n. L 44 da Assembleia Geral das Nações Unidas, em 20
de novembro de 1989. Aprovada pelo Decreto Legislativo n 28, de 24 de setembro
de 1990. Ratificada pelo Brasil em 24 de setembro de 1990. Entrou em vigor no
Brasil em 23 de outubro de 1990. Promulgada pelo Decreto n. 99.710, de 21 de
novembro de 1990. A Convenção considera como criança todo ser humano com
menos de 18 anos de idade (art. 1º).
264
NORMATIVA INTERNACIONAL DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES
5 37c) toda criança privada de liberdade seja tratada com humanidade e re-
speito que merece a dignidade inerente à pessoa humana, e levando-se em
consideração as necessidades de uma pessoa de sua idade. Em especial, toda
criança privada de sua liberdade ficará separada dos adultos, a não ser que tal
fato seja considerado contrário aos melhores interesses da criança, e terá direito
a manter contato com sua família por meio de correspondência ou de visitas,
salvo em circunstâncias excepcionais.
6 Recomendadas no 7º Congresso das Nações Unidas sobre Prevenção de Delito e
Tratamento do Delinquente, realizado em Milão no período de 26 de agosto a 06
de setembro de 1985 e adotada pela Assembleia Geral em 29 de novembro de 1985.
265
DICIONÁRIO DO SISTEMA SOCIOEDUCATIVO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
IV) não ser obrigada a testemu- leis penais ou que sejam acusadas
nhar ou a se declarar culpada, e ou declaradas culpadas de tê-las
poder interrogar ou fazer com que infringido, e em particular:
sejam interrogadas as testemu-
a) o estabelecimento de uma idade
nhas de acusação bem como poder
mínima antes da qual se presumirá
obter a participação e o interroga-
que a criança não tem capacidade
tório de testemunhas em sua de-
para infringir as leis penais;
fesa, em igualdade de condições;
b) a adoção sempre que conve-
V) se for decidido que infringiu
niente e desejável, de medidas
as leis penais, ter essa decisão e
para tratar dessas crianças sem
qualquer medida imposta em
recorrer a procedimentos judi-
decorrência da mesma submeti-
ciais, contando que sejam res-
das à revisão por autoridade ou
peitados plenamente os direitos
órgão judicial superior compe-
humanos e as garantias legais.
tente, independente e imparcial,
(CDC, art. 40, inciso 3)
de acordo com a lei;
VI) contar com a assistência gra-
tuita de um intérprete caso a O Brasil, através do Decreto
criança não compreenda ou fale o nº 678 de 6 de novembro de 1992,
idioma utilizado; ratificou a Convenção Americana
VII) ter plenamente respeitada sua
sobre Direitos Humanos (Pacto de
vida privada durante todas as fases São José da Costa Rica), importante
do processo. (CDC, art. 40, inciso 2) instrumento normativo do sistema
interamericano de direitos humanos
também dispõe sobre a proteção dos
–Já por parte da idade mínima direitos da Criança e da família7:
para responsabilização, postula que,
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NORMATIVA INTERNACIONAL DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES
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NORMATIVA INTERNACIONAL DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES
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P
PARTICIPAÇÃO SOCIAL
Heloísa Mesquita1
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PARTICIPAÇÃO SOCIAL
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PÁTIO
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PÁTIO
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PLANO INDIVIDUAL DE ATENDIMENTO
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PLANO INDIVIDUAL DE ATENDIMENTO
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PLANO MUNICIPAL DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO
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PLANO MUNICIPAL DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO
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PLANO MUNICIPAL DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO
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PLANO NACIONAL DE PROMOÇÃO, PROTEÇÃO E DEFESA DO DIREITO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES
À CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA (PNCFC)
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PLANO NACIONAL DE PROMOÇÃO, PROTEÇÃO E DEFESA DO DIREITO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES
À CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA (PNCFC)
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PLANO NACIONAL DE PROMOÇÃO, PROTEÇÃO E DEFESA DO DIREITO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES
À CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA (PNCFC)
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1 Banco do Brasil: estagiário Aux. Adm. (2004). UNEI: setor jurídico (2004). UNESA:
auxiliar de cobrança (2008). UNESA: Bacharel em Direito (2010). Escritório Marques
de Oliveira: advogado (2011). Advogado autônomo (2011). Curso de Direito
Previdenciário (2013). Agente socioeducativo Degase ESE. Transferência PI (2015).
Diretor PI. Pós Graduação: Direito Previdenciário e Trabalhista (cursando).
2 Coordenadora de saúde mental do HEGV da SESRJ de 2003 até 2013. Psicóloga do
Degase desde 2013. Psicóloga da Secretária de saúde do Rio de Janeiro desde 2007.
Matriciadora da ESF. Graduada pela PUC/RIO. Operadora do sistema socioeducativo.
3 eEntrada no Degase DEGASE - unidade ESD (PACGC) (1995). Atual lotação
PI. Função: ADM. (2000). Técnico em enfermagem (PROFAE). Licenciatura em
Pedagogia UCB (. 2013). Pós-Graduada em Gestão Escolar Integradora UCB (Adm.
Escolar, Supervisão Escolar, Orientação Educacional e Professor Inspetor Escolar) (.
2015). Letras: Português/Literatura UNESSA (cursando). Italiano UFRJ (cursando).
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PLANTÃO INTERINSTITUCIONAL (PI)
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POLÍTICAS SOBRE DROGAS
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POLÍTICAS SOBRE DROGAS
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POLÍTICAS SOBRE DROGAS
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POLÍTICAS SOBRE DROGAS
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300
PRIVAÇÃO DE LIBERDADE
PRIVAÇÃO DE LIBERDADE
Camila Meireles1
Livia Vidal2
Paula Vargens3
Thaís Vargas Menezes4
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PRIVAÇÃO DE LIBERDADE
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PRIVAÇÃO DE LIBERDADE
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PRIVAÇÃO DE LIBERDADE
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RAÇA
R
RAÇA
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RAÇA
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RAÇA
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RESTRIÇÃO DE LIBERDADE
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RESTRIÇÃO DE LIBERDADE
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www.jusbrasil.com.br/politica/3129659/decreto-troca-o-termo-criam-por-criaad
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RESTRIÇÃO DE LIBERDADE
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S
SAÚDE MENTAL
Lourdes Trindade1
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SAÚDE MENTAL
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SAÚDE MENTAL
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SEXUALIDADE
SEXUALIDADE
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SEXUALIDADE
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SEXUALIDADE
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SEXUALIDADE
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Damiana de Oliveira1
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SISTEMA DE GARANTIA DE DIREITOS
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SISTEMA DE GARANTIA DE DIREITOS
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SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (SUAS)
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SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (SUAS)
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SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (SUAS)
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SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)
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SITUAÇÃO DE RUA
Márcia Gatto1
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SITUAÇÃO DE RUA
pouco era a sua produção e muitas crianças que eram livres e pobres
morriam devido às péssimas con- e que perambulavam pelas ruas?
dições em que viviam; posterior- Começava-se a dizer que aquelas
mente passaram pelas mãos das crianças pelas ruas estavam aban-
Santas Casas de Misericórdia, que donadas material e moralmente, ou
dos expostos e desvalidos se res- seja, abandonadas à própria sorte,
ponsabilizavam, como exemplo, as podendo assim se tornar possíveis
crianças deixadas na famosa Roda criminosos. A categoria “menor
dos Expostos, geralmente filhos in- abandonado” surge, assim, após o
desejáveis, de senhores com suas advento da Lei do Ventre Livre. As
escravas, ou de jovens solteiras. crianças pobres, negras, nas ruas,
Segundo Ester Arantes (2008), consideradas órfãos de pais vivos e
durante os primeiros séculos da futuros delinquentes, deveriam ser
colonização portuguesa, não exis- encaminhados às instituições pre-
tia àquela época a “criança”, pen- ventivas em regime de internato,
sada enquanto categoria genérica. ou às casas de correção, quando da
O que existiam eram categorias di- prática de ato infracional. Este foi
ferenciadas de crianças como “os um sistema que diferenciou o aten-
filhos de família”, “os meninos da dimento às crianças, uma vez que,
terra”, os filhos dos escravos”, “os enquanto o Código Civil de 1916
órfãos”, “os expostos”, “os desva- tratava dos “filhos de família”, o
lidos”, “os negrinhos”. Durante o Código de Menores de 1927 tratava
sistema caritativo, século XVII, fo- dos menores “abandonados” ou
ram adotadas categorias distintas “delinquentes” (ARANTES, 2008).
às do sistema não-caritativo, es- O “menor abandonado” era
pecialmente para aquelas crianças uma categoria jurídica que impli-
que eram vistas pelas ruas da ci- cava nas ações do Juiz de Menores
dade, supostamente provenientes e do Código de Menores de 1927.
de famílias “desestruturadas” ou A adoção do termo “menor” passa S
mesmo abandonadas. a ser uma nomenclatura jurídica e
Com a Lei do Ventre Livre social, adotada na virada do século
(1871) surge uma grande inquie- XX, classificando a infância pobre,
tação: o que fazer com aquelas distinguindo-a de outros segmen-
crianças fruto do Ventre Livre? Elas tos infantis da época.
não eram órfãs, não eram expos-
tas, nem tinham cometido crime O menor era visto como uma ame-
algum e, sobretudo, deixariam aça social, e o atendimento a ele
de ter um dono que as tutelas- dispensado pelo Poder Público
sem. Ou seja, o que fazer com as tinha por fim corrigi-lo, regenerá-
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SITUAÇÃO DE RUA
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SITUAÇÃO DE RUA
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SOCIOEDUCAÇÃO E EDUCAÇÃO SOCIAL
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SOCIOEDUCAÇÃO E EDUCAÇÃO SOCIAL
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T
TRABALHO INFANTIL
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TRABALHO INFANTIL
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TRABALHO INFANTIL
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TRABALHO INFANTIL
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UNIDADE DE REINSERÇÃO SOCIAL
U
UNIDADE DE REINSERÇÃO SOCIAL
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UNIDADE DE REINSERÇÃO SOCIAL
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UNIDADE DE REINSERÇÃO SOCIAL
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V
VIOLÊNCIA
Roberto Marques1
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VIOLÊNCIA
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VIOLÊNCIA SEXUAL
VIOLÊNCIA SEXUAL
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VIOLÊNCIA SEXUAL
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VIOLÊNCIA SEXUAL
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família não deseja, e estes não este- das e capacitadas para desenvolver
jam envolvidos na violência sexual, ações de prevenção, identificação
deve ser buscada a Promotoria de e realização do atendimento/enca-
Justiça da Infância e Juventude. minhamento necessário aos casos
de violência sexual. Profissionais
devem estar atentos à amplitude
Violência Sexual e Sistema do conceito e às especificidades
Socioeducativo dos(as) adolescentes, estando ap-
tos(as) a trabalhar de forma a ga-
É fundamental que as uni- rantir direitos básicos à dignidade,
dades do sistema socioeducativo à liberdade, à saúde e à segurança
atuem na prevenção, identifica- pessoal, contribuindo para a pre-
ção e atenção à violência sexual, venção da violência sexual. Sensi-
que pode fazer parte do histórico bilização, informação e educação
dos(as) adolescentes recebidos(as) participativa contínua dentro da
ou pode ser perpetrada por fun- perspectiva de Direitos Sexuais
cionários(as) contra adolescentes e Direitos Reprodutivos são fun-
e/ou entre os(as) adolescentes na damentais, devendo incluir as
própria unidade. Existem situ- famílias e, especialmente, os pró-
ações em que é necessária uma prios(as) adolescentes, informando-
especial atenção. Estudos mos- -os(as) e empoderando-os(as) para o
tram que pessoas LGBT4 estão enfrentamento desse tipo tão cruel
em situação de maior vulnerabili- de violação de seus direitos.
dade dentro do sistema prisional, A violência sexual tem efeitos
tendo uma probabilidade 15 vezes devastadores nas esferas física,
maior de sofrer violência sexual emocional e psicológica. Crianças
no ambiente prisional em compa- e adolescentes com história de
ração a pessoas heterossexuais e/ violência sexual têm maior vulne-
ou cis (cuja identidade de gênero rabilidade para transtornos psiqui-
é compatível com a anatomia cor- átricos, principalmente depressão,
poral de nascimento) (CENTER OF pânico, tentativa de suicídio, abuso
AMERICAN PROGRESS, 2013). e dependência de substâncias psi-
coativas (FACURI, 2013). Assim, é
necessário que o sistema de socio-
Prevenção educação esteja atento para a iden-
tificação deste tipo de violência
que aflige tantos(as) adolescentes
É importante que as equipes de
no mundo e em nosso país.
socioeducação estejam sensibiliza-
4 LGBT = lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros e transexuais.
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VIOLÊNCIA SEXUAL
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