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PREFEITURA MUNICIPAL DE CATU

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

2015-2025
PREFEITURA MUNICIPAL DE CATU

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

PLANO MUNICIPAL DE
EDUCAÇÃO DE CATU:
UMA CONSTRUÇÃO DE TODOS

2015-2025

Catu-Ba
PREFEITO
Geranilson Dantas Requião

VICE-PREFEITO
Daniel Leite

SECRETÁRIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO E CULTURA


Ana Maria Silva Teixeira

EDIÇÃO E ORGANIZAÇÃO
Ana Paula Moreira
Leila Fontes Lima
Stephanie Caroline F. Rabelo

GRUPO COLABORATIVO
Ana Lúcia Santos Araújo
Andrea Maria Andrade Schramm de Oliveira
Alcineide Santos Rabelo
Alexandra Souza de Carvalho
Antonio Paulo Santos da Conceição
Célia Regina Oliva Costa
Doralice dos Santos Silva
Edcleide Valença Santos Carvalho
Eliete Medeiros de OIiveira
Eronildes Chaves Ribeiro
Gildete Soares
Gilmara Souza Nascimento
Joice Ramos Silva Santos
José Albérico Gomes Vasconcelos
Maria Izabel Oliveira Farias
Maria Zelma Gomes da Silva
Moisés Leal Morais
Valdemir Bispo Tolentino
Vilma Costa Carneiro
Zuleide Ribeiro Ferreira
COMISSÕES REPRESENTATIVAS

Educação Infantil:
Gildete Soares
Maria Zelma Gomes da Silva

Ensino Fundamental:
Joice Ramos Silva Santos
Alcineide Santos Rabelo

Ensino Médio:
Olga Maria Campos
Moisés Leal Morais

Educação Especial
Eliete Medeiros de Oliveira
Maria de Fátima Freitas de Melo

Alfabetização na Idade Certa:


Vilma costa Carneiro
Kleide Nunes Castelão da Silva

Educação em Tempo Integral


Gilmara Souza Nascimento
Kátia Cilene Souza Alcântara Santana

Qualidade da Educação Básica:


Maria Izabel Oliveira Farias
Zuleide Ribeiro Ferreira

Educação de Jovens e Adultos:


Roquídea da Cruz
Antonio Paulo Santos da Conceição

Educação Profissional de Nível Médio


Edcleide Valença Santos Carvalho
Eronildes Chaves Ribeiro

Educação Superior
Alexandra Souza de Carvalho

Profissionais da Educação
Ana Lúcia Santos Araújo
Célia Regina Oliva Costa

Gestão democrática do Ensino Público


Doralice dos Santos Silva
Valdemir Bispo Tolentino

Investimento Público em Educação


Andréa Maria Andrade Schramm de Oliveira
José Albérico Gomes Vasconcelos
SUMÁRIO

1 Introdução................................................................................................................. 11
2 Análise Situacional do Município e da Educação...................................................... 14
2.1 Análise Situacional do Município............................................................................. 14
2.1.1 Caracterização do Município.................................................................................... 15
2.1.1.1 Aspectos Históricos................................................................................................... 15
2.1.1.2 Aspectos Geográficos............................................................................................... 16
2.1.1.3 Aspectos Demográficos............................................................................................ 18
2.1.1.4 Aspectos Socioeconômicos....................................................................................... 20
2.1.1.5 Aspectos Culturais.................................................................................................... 21
2.1.1.6 Infraestrutura Material............................................................................................ 24

2.2 Análise Situacional da Educação.............................................................................. 26


2.2.1 Educação Básica ..................................................................................................... 29
2.2.1.1 Etapas da Educação Básica...................................................................................... 29
2.2.1.2 Educação Infantil....................................................................................................... 30
2.2.1.3 Ensino Fundamental................................................................................................. 31
2.2.1.4 Ensino Médio .......................................................................................................... 34
2.2.2 Educação Superior................................................................................................... 38
2.2.2.1 Ensino Superior......................................................................................................... 38

2.3 Modalidades da Educação....................................................................................... 40


2.3.1 Educação Especial..................................................................................................... 40
2.3.2 Educação de Jovens e Adultos (EJA)......................................................................... 41
2.3.3 Educação no Campo................................................................................................. 43
2.3.4 Educação Profissional.............................................................................................. 43
2.3.5 Educação em Tempo Integral................................................................................... 44

2.3.6 Política de Alfabetização ......................................................................................


46
Qualidade da Educação Básica................................................................................. 47
2.3.7
2.4 Valorização dos Profissionais da Educação............................................................... 51

2.5 Gestão Democrática do Ensino Público.................................................................... 53

Estrutura organizacional da SMEC ........................................................................... 56


2.6
Recursos Financeiros Para a Educação no Município. ............................................ 58
2.6.1 Investimento Público em Educação......................................................................... 58
3
Diretrizes, Metas e Estratégias do PME................................................................... 61

4 Acompanhamento e Avaliação do PME.................................................................. 77


4.1 Referências.............................................................................................................. 78
LISTA DE TABELAS

Tabela 29. Recursos aplicados em educação pelo Governo Municipal de Catu (2010/2013)..........58
Tabela 30. Despesas com Educação do município por categoria e elemento de despesa......... .....59
Tabela 31. Receita e aplicação dos recursos recebidos do FUNDEB do município de Catu ..........59
Tabela 32. Aplicação no ensino Fundamental. Exercício 2013.......................................................59
Tabela 33. Aplicação no Ensino Fundamental. Exercício 2014......................................................59
Tabela 34. Recursos da Educação no PPA (2010/2013).................................................................59
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Estrutura organizacional da SMEC..............................................................56

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 –Quadro de escolas existentes no município..................................................26


Quadro 2 –Quadro das escolas da rede municipal..........................................................28
Quadro 3 – Quadro do panorama na Educação do Campo.............................................43
LISTA DE FIGURAS

Figura 01 - Foto da Sede do Executivo ..........................................................................14


Figura 02 - Foto da vista aérea da Praça Central.............................................................15
Figura 03 - Mapa do Município.......................................................................................17
Figura 04 - Mapa dos limites do Município....................................................................17
Figura 05 - Foto do Rio Catu...........................................................................................18
Figura 06 - Foto das Festas Juninas................................................................................ 22
Figura 07 - Foto da Festa de Reis................................................................................... 22
Figura 08 - Foto do Desfile Cívico de 7 de setembro..................................................... 22
Figura 09 - Foto do concurso de quadrilhas juninas........................................................22
Figura 10 - Foto da vista área da zona urbana de Catu....................................................24
Figura 11 - Foto da Estação Ferroviária..........................................................................25
Figura 12 -Foto da Escola Municipal Des. Maria Gabriela S. Seixas.............................26
Apresentação

O Poder Público Municipal de Catu, por meio da Secretaria Municipal de Educação e


Cultura (Smec), assumiu o desafio e o compromisso de ofertar e assegurar educação, não
somente para as crianças, adolescentes e jovens em idade escolar, mas para todas as pessoas
que desejarem frequentar a escola, pautada no princípio da educação como um direito de
todos; da escola pública como espaço desse direito; do educando como sujeito central do
processo pedagógico; e dos trabalhadores da educação como sujeitos de direitos.
A Smec, no Documento Princípios e Eixos da Educação em Catu, elaborado para o
quadriênio 2013/2016, explicita os referenciais ético-políticos que fundamentam os
compromissos e expressam as intencionalidades da gestão municipal na formulação das
políticas públicas da educação. Os princípios expressos nesse Documento estão em
consonância com o Plano Nacional de Educação (PNE), pois visam focar o processo formativo
do conhecimento; considerar a educação como um processo de inclusão social e o uso das
modernas tecnologias como instrumentos pedagógicos; assegurar o direito à cultura, à arte,
aos esportes e ao conhecimento científico; assegurar políticas educativas específicas para os
coletivos da infância, adolescência, juventude, adultos e idosos; reconhecer e respeitar a
diversidade étnico-racial, cultural, religiosa e de gênero; promover políticas de inclusão para
pessoas com deficiências, transtornos globais, altas habilidades e superdotação; garantir a
gestão democrática e participativa; e valorizar os trabalhadores da educação.
O Plano Municipal de Educação (PME) de Catu é um documento de planejamento e
orientação das políticas educacionais pelo período de dez anos, a ser aprovado, em última
instância, pelo Poder Legislativo. No entanto, cabe à sociedade, como um todo, o
acompanhamento de sua execução. É imprescindível o diálogo entre a gestão municipal e a
sociedade para que suas metas e estratégias norteiem, de fato, a prática educativa desse
período. Suas metas e estratégias estão em consonância com o PNE e o PEE, pois, como
política pública educacional, precisa estabelecer interface com os demais entes federativos.
Esse Plano é o resultado da articulação da Smec com o MEC, por meio da Secretaria
de Articulação entre os Sistemas de Ensino (Sase), com a Secretaria de Estado da Educação
(SEC), e com o Fórum Estadual de Educação. Sua elaboração contou com a participação do
Conselho Municipal de Educação, técnicos da Smec, diretores e professores das redes de
ensino públicas e privada, tendo sido coordenada pelo Fórum Municipal de Educação,
constituído pela Portaria nº 28, de 25 de novembro de 2013, instituída para esse fim, mas que
permanecerá como instância de acompanhamento da sua execução.
O Poder Público Municipal, ao coordenar a construção deste PME, feita de forma
coletiva e democrática, cumpre seu papel esperando que este seja um instrumento incorporado
à gestão da Smec e ao dia a dia das escolas, norteando suas ações pedagógicas, administrativas
e de gestão.

Catu, 02 de junho de 2015.

Geranilson Dantas Requião Ana Teixeira


Prefeito Secretária de Educação e Cultura
1. INTRODUÇÃO
Desfruta muitos prazeres,
Uma alegria sem par,
Toda pessoa que sabe
Ler, escrever e contar!

Cosme de Farias, 1950

O Plano Municipal de Educação (PME) projetado para a década de 2015/2025 trata do


conjunto da educação, no âmbito municipal, expressando uma política educacional para todos
os níveis e modalidades. Tendo como princípio a democratização na sua elaboração, o PME
traz a demanda do conjunto dos esforços da CONAE, que envolveu a sociedade civil e política
na discussão da política educacional do Brasil e os anseios da comunidade estudantil e dos
profissionais da educação.
A elaboração do PME está preconizada na lei que cria o Plano Nacional de Educação
– PNE nº 13.005/2014 que, em seu art. 8º, define que:
Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão elaborar seus planos
de educação correspondentes, ou adequar os planos já aprovados em lei, em
consonância com as diretrizes, metas e estratégias previstas neste PNE, no
prazo de 1(um) ano contado da publicação desta Lei.

A necessidade de elaboração de um PME para a próxima década se impõe diante das


constantes transformações educacionais, socioeconômicas e culturais que têm ocorrido no
País e, particularmente, pelas demandas oriundas das lutas da sociedade e consequentes
arranjos educacionais. Nesse contexto, o sistema educacional precisa adequar-se a esse
movimento de mudanças.
Em 2004, o Poder Público Municipal coordenou a elaboração do seu PME, construído
por meio da parceria da Fundação Clemente Mariani com o ISP/Ufba, com a orientação e
supervisão do Pradem. Foi um Plano capitaneado pelo Conselho Municipal de Educação,
presidido pela professora Georgina Cerqueira Mendes, com a participação ativa de diversos
vereadores (que chegaram, inclusive, a participar de encontro de formação no ISP), de
educadores e da sociedade civil. Ao finalizar o texto, este foi enviado à Câmara de Vereadores,
em 2004. A gestão municipal seguinte solicitou a devolução do Plano e, depois de quatro anos,
em 2008, este retornou à Câmara, com alguns acréscimos e ajustes, na tentativa de justificar
o ato da retirada do Plano, já enviado para votação. Com isso, o município ficou quatro anos
sem Plano, pois este só foi sancionado em dezembro de 2009. Mais grave do que apropriar-se
de um Documento excluindo seus formuladores, a justificativa apresentada desrespeita o
processo de construção feito em 2004 e as instituições que participaram da sua elaboração:
Smec, CME, Fundação Clemente Mariani e ISP/UFBA.

11
Fazendo-se hoje, justiça, a gestão municipal agradece aos pioneiros de 2004, que
elaboraram um Plano altamente qualificado, a ponto de, em 2009, após novas análises, ter sido
reenviado e aprovado, estando ainda vigente. Agradece, também, aos que, em 2008,
analisaram-no e aprovaram integralmente seu conteúdo e que também contribuíram para
atualizar seus dados estatísticos.
A construção do PME de Catu reflete questões demandadas pela sociedade civil,
contribuindo para que as deficiências ainda identificadas na educação do município sejam
superadas. São questões como analfabetismo e analfabetismo funcional, defasagem idade-
série; falta de vagas em creches e precariedade na estrutura física de unidades escolares; o
acesso dos estudantes a cursos de formação superior; o funcionamento irregular de instituições
educacionais; e, ainda, a qualidade do ensino, a aprendizagem dos educandos e as condições
de trabalho dos profissionais de educação.
A dinâmica do trabalho se deu em quatro etapas e com a formação de comissões
ligadas a cada nível e modalidade de ensino. Na primeira etapa foi construída uma análise
situacional do município, implicando na consideração de elementos históricos, geográficos,
demográficos, socioeconômicos, culturais e de infraestrutura material. Na segunda etapa foi
feita uma análise situacional da educação, apoiando-se em dados fornecidos pelo IBGE, Atlas
Brasil e INEP. Para isso, adotou-se um sistema de grupos de trabalho, com comissões
responsáveis pela elaboração dos dados relativos a níveis, modalidades e temáticas relevantes:
Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio, Política da Alfabetização, Educação
Especial, Educação em Tempo Integral, Educação de Jovens e Adultos, Qualidade da
Educação, Educação Profissional do Nível Médio, Educação Superior, Profissionais de
Educação, Gestão Democrática do Ensino Público e Recursos Financeiros para a Educação
do Município.
Na sequência e de posse de todos os dados, índices e análises qualitativas e
quantitativas pertinentes ao município, constituiu-se a base para o estabelecimento das metas
e estratégias do Plano, abordadas na terceira etapa deste documento, que tem como desafio
superar a tensão existente entre uma visão economicista e uma perspectiva mais humanista da
educação, que incorpore a complexidade das práticas sociais e a efetivação do direito à
educação de qualidade dos cidadãos catuenses, em consonância com as diretrizes apontadas
pelo PNE: erradicação do analfabetismo; universalização do atendimento escolar; superação
das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da cidadania e na erradicação de
todas as formas de discriminação; melhoria da qualidade da educação; formação para o
trabalho e para a cidadania, com ênfase nos valores morais e éticos em que se fundamenta a
sociedade; promoção do princípio da gestão democrática da educação pública; promoção
12
humanística, científica, cultural e tecnológica do País; estabelecimento de metas de aplicação
dos recursos públicos em educação como proporção do Produto Interno Bruto-PIB, que
assegure atendimento às necessidade de expansão, com padrão de qualidade e equidade;
valorização dos (as) profissionais da educação; e promoção dos princípios do respeito aos
direitos humanos, à diversidade e à sustentabilidade socioambiental.
A última etapa apresenta as orientações para definição do processo de avaliação e
acompanhamento do PME, ação que envolve o monitoramento das atividades executadas, a
avaliação das metas estabelecidas e a adequação, caso necessário, do Plano, em consonância
com o PNE.
Dada a relevância do PME para a organização da política educacional e,
consequentemente, a melhoria da qualidade dos indicadores educacionais, o município
recebeu assessoramento técnico-pedagógico do Programa de Apoio à Educação Municipal
(Proam) por meio da Secretaria de Educação do Estado da Bahia. Este programa oportunizou
aos municípios uma assistência na elaboração dos seus PME. Os encontros entre os técnicos
possibilitaram espaços de troca de experiências e de ideias entre os municípios envolvidos,
bem como a potencialização do PEE, já que a junção das estratégias dos municípios compõe
o PEE.
Cientes dos limites de apoiar-se apenas nos dados estatísticos foi necessário ouvir e ler
outras fontes, a exemplo das Secretarias de Infraestrutura, Saúde, Assistência Social e da
própria Secretaria de Educação, acerca dos entraves que impedem a oferta de um ensino cada
vez melhor e mais significativo para uma educação plena, que contribua para a formação de
cidadãos, com uma nova visão de mundo, em condições de interagir na contemporaneidade
de forma construtiva, solidária, participativa, com uma escola gratuita, universal, acolhedora
e não excludente.
Assim, foram construídas estratégias que buscam solucionar a demanda apresentada
para uma boa gestão e com um financiamento que alcance satisfatoriamente as intenções
apresentadas por este Plano.

13
2. ANÁLISE SITUACIONAL DO MUNICÍPIO E DA EDUCAÇÃO

A análise do município foi feita analisando-se as fontes oficiais do governo municipal,


por meio das secretarias parceiras na construção do Plano, bem como os sites do IBGE, INEP,
MEC, dentre outros. Para dar maior segurança na pesquisa e análise dos dados contidos nas
tabelas foi consultado um geógrafo e técnico do IBGE, que realizou o trabalho junto com a
comissão, chegando a resultados mais próximos possíveis da realidade.

Figura 1: Rita Cliff

2.1. Análise situacional do município

Passados mais de duzentos anos de sua criação, o município de Catu hoje é visto como
próspero, onde o setor petrolífero é a atividade econômica predominante, mas já possuindo
um comércio desenvolvido.
Os índices econômicos e educacionais abordados nas tabelas abaixo apontam para um
futuro que resultará em uma sociedade menos desigual e mais desenvolvida do ponto de vista
do conhecimento e da informação. Isso fará com que a cidade tenha um contexto social mais
equitativo e, consequentemente, mais dinâmico e centrado no bem comum.

14
2.1.1 Caracterização do Município
2.1.1.1 Aspectos Históricos:

Figura 02: Internet

Quando os europeus aportaram na Bahia nas terras hoje denominadas Catu, vocábulo
apropriado da cultura indígena cujo significado quer dizer bom, viviam os aguerridos nativos
das tribos Pataxós e Tupiniquins, que por esta ocasião acabaram migrando para o interior,
mais precisamente para o sertão da Bahia, fugindo dos colonizadores portugueses.
A área onde a cidade foi edificada integrava as terras das sesmarias do conde da Ponte,
para onde afluiu grande parte dos colonos, que ao chegarem deram os primeiros impulsos
civilizatórios à região. Coube, a posteriori, à Igreja Católica, por meio do Arcebispo da Bahia,
Dom Antônio Correia, em 1787, dar os primeiros passos para a fundação da freguesia de
Santana do Catu.
Cinco décadas depois, em 23 de julho de 1830, as terras catuenses têm seus limites
demarcados, mas só vai ser reconhecida em 26 de junho de 1863, pelo presidente da Província,
Dr. José Bonifácio Vasconcelos de Azambuja. Enquanto município de Santana do Catu, só se
torna possível a partir de 26 de junho de1868, pela lei provincial de nº 1058, quando tem então
a sua autonomia política, desmembrando-se da Vila de São Francisco.
Desde o decreto estadual de nº 11.089, de 30 de novembro de 1938 o município é
formado por três distritos: Catu (sede), Bela Flor (ex São Miguel) e Sítio Novo.
O início do século XX foi marcado pela chegada da Fazenda Modelo (hoje IF Baiano).
Em seguida é inaugurada a Escola Dr. Inocêncio Góes, acompanhada respectivamente da
Escola Nuclear Dona Anna Ribeiro Bitencourt, hoje, Colégio Pedro Ribeiro Pessoa e da
Escola Maria Izabel de Melo Góes. Também faz parte das conquistas deste início de século a
construção do primeiro Posto Público de Saúde do município.
A chegada da luz elétrica possibilitou um avanço muito grande do ponto de vista
econômico e social, visto que foi construída a Câmara Municipal, seguida dos clubes ACEC
15
e União e Progresso (Casa da Cultura), da cadeia pública e, mais tarde, entre 1951 e 1975, o
advento das atividades industriais, com a chegada da Petrobrás, promovendo uma grande
transformação socioeconômica na vida dos catuenses.
Daí em diante observa-se um grande afluxo de pessoas no entorno da sede da
Petrobrás, que se fixou na parte alta da cidade, surgindo então o bairro conhecido como
Aruanha, hoje Boa Vista. Paralelo a isso, houve um crescimento muito grande das atividades
comerciais para atender a nova demanda populacional, bem como a categoria profissional que
ficou conhecida como “petroleiros”.
A cidade foi aos poucos deixando de ser agrícola, já que a cultura estabelecida
inicialmente era do fumo, para ser conhecida como a cidade do petróleo, o que levou a
população, que era predominantemente rural até a década de 60, a ser urbana, contando hoje
com cerca de 83,71%, de sua população vivendo na zona urbana, de acordo com o censo de
2010.

2.1.1.2 Aspectos Geográficos

O município de Catu é conhecido por sua topografia irregular, o que lhe rende ladeiras
e a caracterização de uma cidade dividida em alta e baixa. Localizado no Litoral Norte, mais
precisamente na BR-110, entre Salvador e Alagoinhas, estando situada a aproximadamente
78 km da primeira e a 32 km da segunda.
Com uma extensão territorial de 416, 216 Km², o município tem suas terras
distribuídas entre a sede Catu e seus bairros: Baixada da Paz, Baixada Ouro Negro, Barão de
Camaçari (Ramela), Boa Vista (Aruanha), Bom-Viver, Campinho, Centro, Chesf, Fleming,
Planalto I e II, Oscar Pereira de Souza, Rua Nova, Santa Rita e Urbis e dois distritos (Bela
Flor e Sítio Novo), além dos povoados de Pau Lavrado, Gravito, Pedras, Rio Vermelho,
Panelas, Veadinho, Pacas, Coelhos, Varões e Estanques.

16
Figura 03. Mapa do Município

Limita-se ao norte com o município de Alagoinhas e Araçás, ao sul com o de São


Sebastião do Passé, a leste com Pojuca (desmembrado em 29 de julho de 1913), a oeste com
os municípios de Teodoro Sampaio e Terra Nova.

Figura04. Limites de Catu

17
Catu está instalada na bacia do Rio Pojuca, cujos afluentes são os rios Catu, Pojuca,
Pitanga e Quiricozinho. Compõe ainda a sua hidrografia as lagoas de Api, Canta-Galo, Lagoão
e Araticum. Seu relevo é expressivamente formado por serras como Cajarana, Gameleira,
Pacas, Ermida e Boipeba, que ajudam na formação de um cenário marcado por bairros e ruas
com ladeiras. Aprecia-se a formação de planaltos nos distritos e povoados.
Marcada por uma vegetação que compõe a Mata Atlântica e de clima tropical, conta
com uma variedade de espécies vegetais e animais que vêm, ao longo dos anos, sofrendo
grande devastação por conta das empresas subsidiárias da Petrobrás que, em decorrência da
atividade petrolífera, vão tornando árida a região.

Figura 05: Rio Catu(Rita Cliff)

2.1.1.3 Aspectos Demográficos

De acordo com o último censo (2010), Catu tem uma população com cerca de 51.077
habitantes, com densidade demográfica de 132,19 hab./km², distribuídos entre a zona urbana
(83,71%) e zona rural (16,29%). Entre 2000 e 2010, a população cresceu a uma taxa anual de
0,89%, e a de urbanização saltou de 76,89% para 80,92%. A taxa de crescimento maior entre
os homens e mulheres foi na faixa etária de 25 a 29 anos, e de envelhecimento evoluiu de
5,22% para 6,41%. Pela evolução da faixa etária da população jovem e adulta, percebe-se a
necessidade de políticas educacionais voltadas para a modalidade da EJA.
No que diz respeito à população que conta com água encanada em suas residências, o
município apresenta um índice bastante relevante, chegando a um percentual de 93,48%, bem
como residências que dispõem de energia elétrica, que alcançam quase a totalidade, sendo de
98,47%. Para a coleta de lixo, o percentual também é considerável, alcançando 93,19% da
população.

18
O índice de mortalidade infantil nas últimas décadas tem diminuído muito, de 39,85%
em 2000, para 17% em 2010. De forma geral, a população de Catu é considerada jovem e
adulta, com índices de crescimento maior entre as mulheres.

Tabela 01. População do Município de Catu


Total da Total de Total de Total da população Total da
Anos população homens mulheres urbana população rural

2000 46.731 22.794 23.937 37.816 8.915

2010 51.077 24.816 26.261 42.755 8.322


Fonte: Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010 Acesso em: 16 mar. 2015

Observa-se um fenômeno de urbanização no município, pois o crescimento da


população da zona urbana durante a década em questão foi bastante considerável,
principalmente entre as mulheres, em decorrência de uma melhoria no acesso à educação e ao
trabalho.

Tabela 02. Informações sobre o Município


População (1)
(Localização/ Ano 0 a 3 4 a 5 6 a 14 15 a 17 18 a 24 25 a 35 Mais Total
Faixa Etária) anos anos anos anos anos anos de 35
anos
2000 2438 1298 7124 2872 6136 6238 11710 37816
Urbana 2007 2274 1216 6255 2094 5996 7832 14587 40254
2010 2429 1202 6107 2205 5475 8746 16591 42755
2000 0711 334 1750 746 1465 1131 2778 8915
Rural 2007 499 297 1546 522 1755 1326 2932 8377
2010 459 249 1345 538 1116 1388 3227 8322
2000 3149 1632 8874 3618 7601 7369 14488 46731
Total 2007 2773 1513 7801 2616 7251 9158 17519 48631
2010 2888 1451 7452 2743 6591 1013 19818 51077
4
PIB (2) IDH (3) IDI (4) Taxa de analfabetismo (5)
306.152 0,72 0,65 População de População de 15 anos ou mais
10 a 15 anos
4,40 15,20
Fonte: Disponívelem:http://portal.mec.gov.br/ide/2000,2007,2010/gerartabela.php. Acesso em: 16.03.15
Dentro da população, tanto da zona rural quanto urbana, evidencia-se um decréscimo
na faixa etária de 18 a 24 anos. Este se deve ao fato tanto do crescimento da violência entre a
população jovem, que vem ceifando muitas vidas, quando na migração desses para a capital.
Outro aspecto a ser observado é o crescimento considerável da população com mais de 35
anos, o que demonstra uma população adulta e de maior estabilidade, sem perspectiva de
aumentar a prole.
No que diz respeito a taxa de analfabetismo, percebe-se que o maior índice está entre
a população com mais de 15 anos, alcançando um percentual de 15,2%.
19
Tabela 03. Estabelecimentos de saúde por tipo e localização
Números de estabelecimentos de saúde
Localização Postos de Centro Unidade Pronto
saúde de saúde mista Socorro Hospital Outros
Urbana 9 02
Rural 6
Fonte: Secretaria Municipal de Saúde (2015)

2.1.1.4 Aspectos socioeconômicos

O índice de desenvolvimento humano de Catu é 0,677, o que insere o município na


faixa de Desenvolvimento Médio, ocupando no ranking brasileiro a 2.503ª colocação. O fator
que mais contribui para esse IDH é a longevidade, com índice de 0,814, seguido da renda,
com índice que alcança 0,660, e de Educação, com índice de 0,578.
No município a esperança de vida ao nascer cresceu 8,1 anos, passando de 65,7 anos
em 2000, para 73,9 anos em 2010. Já no tocante à população economicamente ativa de 18
anos ou mais, passou de 58,08% em 2000, para 57,31% em 2010. Paralelo a isso, a taxa de
desocupação passou de 26,18 em 2000, para 17,44% em 2010. A taxa de ocupação maior está
entre aqueles que têm um nível educacional com fundamental completo, chegando a atingir
59,35% da população economicamente ativa.
Quanto ao nível educacional do município, a proporção de crianças de 5 a 6 anos na
escola é de 98,58%, de acordo com o censo de 2010; e de 82% a de 11 a 13 anos frequentando
os anos finais do ensino fundamental. Esse número, entretanto, cai consideravelmente quando
observamos a proporção de jovens de 15 a 17 anos com ensino fundamental completo
(35,39%), e a de jovens de 18 a 20 anos com ensino médio completo, que é de 25,9%.

20
Tabela 04. Dados sobre Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), períodos 1991, 2000 e 2010.
Indicador Indicadores de Renda e Pobreza (taxas)
1991 2000 2010
IDH – municipal 0,404 0,536 0,677
Renda per capita 193,10 294,78 486,05
Proporção de pobres 57,57 42,97 22,17
Índice de Gini 0,5306 0,5803 0,5796
Fonte: IBGE/ Censo Demográfico 1991,2000 e 2010 Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil. Disponível
em: http://www.atlasbrasil.org.br/2013 Acesso em 16 mar. 2015

Há um crescimento significativo do padrão de vida da população catuense, que fica


evidente com a evolução significativa tanto do IDH, quanto da renda per capita. Entretanto,
há que se observar a concentração de renda, já que o índice de Gini ainda é superior a 5,0, em
decorrência do acúmulo de bens que a atividade petrolífera promoveu, principalmente na
década de oitenta.

Tabela 05. Desenvolvimento Humano, períodos 1991, 2000 e 2010


Índices
Indicadores 1991 2000 2010
Índice de Desenvolvimento Humano Municipal 0,404 0,536 0,677
Educação 0,213 0,390 0,578
Longevidade 61,2 65,0 73,4
Renda 193,10 294,78 486,05
Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil. Atlas de Desenvolvimento no Brasil. Disponível em:
http://www.atlasbrasil.org.br/2013 Acesso em: 16 mar. 2015

Fazendo um comparativo entre a tabela 4 e 5, conclui-se que de fato essa melhoria


ocorreu no aspecto econômico e, consequentemente, no aspecto social, com o IDH saltando
de 0,404 em 1991 para 0,677 em 2010, caminhando assim para um nível médio, aumentando
inclusive a longevidade da população.

2.1.1.5 Aspectos Culturais

A SMEC, por meio do Departamento de Cultura, vem promovendo a valorização dos


elementos da natureza, tradição, costumes e manifestações culturais que constituem atração
para o bem-estar da população.
O propósito é formar não apenas adultos, mas cidadãos conscientes, refletindo na
formação de futuros artistas, inibição à violência, inclusão social, dentre outros benefícios.
Incrementa, apoia e desenvolve o potencial artístico e cultural do município buscando
proporcionar alicerces para que jovens e adultos alcancem os ideais de respeito e tolerância.

21
Festas Populares

Figura 06. Festas Juninas

Figura 06. Festa de Reis

Figura 06. Sete de setembro

Figura 06. Quadrilhas Juninas

Fonte: LippeMontino

22
O povo é bastante festivo, participando de eventos que ocorrem ao longo de todo o
ano, tendo como pontos altos as seguintes festas tradicionais:
• Festa de Reis (Bairro Barão de Camaçari) - Festa realizada entre os dias 5 e 6 de janeiro
no Bairro Barão de Camaçari. A festa é composta pela apresentação de diversas bandas
e grupos folclóricos.
• Festa de São José –Homenageia o padroeiro de Sítio Novo, comemorado em 16 de
março, com a participação da comunidade em procissão, que percorre o distrito, e uma
missa, celebrada logo em seguida, com queima de fogos, participação de Filarmônica,
leilão de animais e outras atividades.
• Festa de Santo Antônio - Evento religioso, organizado pela comunidade de Pau
Lavrado, realizado durante o período de 1º a 13 de junho, com as trezenas.
• São João- Realizado no período de 23 a 26 de junho, é uma festa popular, com
apresentações de diversas bandas e quadrilhas, culminando com o aniversário da
cidade, no dia 26 de junho.
• Festa da Padroeira da Cidade, Senhora Sant’Ana, realizada em 26 de julho.
• Festa de são Miguel: Em homenagem ao padroeiro do distrito de Bela-Flor (São
Miguel) realizada no último domingo de setembro, antecipada com novena,
apresentações culturais e festa de largo. Essa festa é datada do ano de 1700.
Como datas comemorativas, temos:
• 26 de junho - Dia da Emancipação Política do Município
• 26 de julho - Dia da Padroeira (Senhora Sant'Anna)
A comunidade de Catu conta com a Biblioteca Pública Municipal Cônego Francisco dos Reis,
localizada no centro da cidade, com um acervo de 9.000 livros, nas diversas áreas do
conhecimento. O espaço onde funcionava foi fechado no ano de 2009e a Biblioteca passou a
ocupar o espaço da Casa da Cultura, onde eventos importantes ligados à arte e à cultura eram
apresentados.
Em 2013, o espaço voltou a sediar eventos, a exemplo de lançamento de livros,
apresentação de coral, peças teatrais, grupos de danças e outros eventos, dividindo-se entre a
Biblioteca e a Casa da Cultura, que voltou a funcionar. Agora, em 2015, o prédio do extinta
Escola Inocêncio Góes está sendo restaurado, em uma parceria da Prefeitura com a Ferbasa,
onde será instalada a nova biblioteca municipal.
Além disso, destacamos no município espaços socioculturais que possibilitam aos
moradores momentos de lazer e socialização, a exemplo do(a): Clube CEPE, Clube ACEC,
Associação Hípica de Catu, Casa da Cultura, compondo ainda o cenário das praças, sejam as
centrais ou dos bairros e quadras poliesportivas, que os moradores utilizam em constantes
atividades esportivas. A cidade conta ainda com o Estádio Municipal de Futebol Antônio

23
Pena, onde são realizadas não só partidas de futebol, mas também eventos macro da cidade,
por ser um espaço que comporta um público de cerca de 10.000 pessoas.
A religiosidade é um aspecto marcante na cultura do município, explicitado através de
diversos cultos que ocorrem na Igreja Católica, cujo ponto alto é a Festa da Padroeira Senhora
Sant’Ana (26 de julho); na grande variedade de igrejas evangélicas, tendo a Marcha para Jesus
e o Dia da Bíblia como destaques; nos diversos terreiros ligados a religiões de matriz africana,
onde realizam suas festas e rituais baseados nos orixás cultuados, a exemplo do candomblé; e
também em um Centro Espírita.

2.1.1.6 Infraestrutura Material

Figura 10: Internet

Das estradas que compõem as vias de acesso do município algumas são asfaltadas,
principalmente na zona urbana, totalizando 90%. Já as que levam à zona rural ainda são
encontradas, na maioria dos trechos, em barro batido. As rodovias BR 110 e 324 e a BA 507
compõem um sistema viário de acesso externo do município.
Quanto ao sistema férreo, que outrora foi de grande importância para o translado de
passageiros do município, hoje tem um fim apenas de escoamento de cargas, tendo sido
privatizado, hoje sob a concessão da empresa Ferrovia Centro Atlântico.

24
Figura 11:Rita Cliff
O município conta com uma linha de transporte coletivo que presta serviços com certa
precariedade, já que os horários e número de veículos não atendem satisfatoriamente a
demanda da população. Diante disso, surgiu o transporte alternativo de moto-táxi, que na
última década tem crescido muito, amenizando os problemas de locomoção, mas causando
transtornos, já que não existe ainda uma regulamentação municipal. Quanto ao transporte
intermunicipal, este é realizado através das empresas Cidade Sol, Regional, São Geraldo e
Bomfim.
No que diz respeito à comunicação os moradores contam com os serviços das
emissoras de rádio Ouro Negro e Catu FM (comunitária), além de sites oficiais como
Catu.org.ba e Catu Notícias.
Os indicadores de habitação de Catu apontam para uma melhoria significativa nas
condições de vida da população, já que 93,48% das residências têm água encanada, 98,47%
têm energia elétrica e 93,19% contam com os serviços de coleta de lixo.

25
2.2 ANÁLISE SITUACIONAL DA EDUCAÇÃO

Figura12: Lippe Montino

O município de Catu é bastante privilegiado em termos de oferta de educação, pois


conta com as redes de ensino federal, estadual, municipal, particular e filantrópica, o que
permite à população uma grande possibilidade de escolha.
Quadro 1 - Escolas existentes no município:

Instituições Privadas
Escolas Particulares
Ágape
Amiguinhos de Jesus
Carrossel
Compasso
Educacional Batista
Estanísia Sales
Maria dos Reis Luciano
Nossa Senhora de Fátima
Os Três Patinhos
Tia Margô
Traços e Letras
Paraíso da Criança
Instituições Filantrópicas
Associação Pestalozzi
Creche São Judas Tadeu
Colégio Cenecista
Denise Carvalho
Instituto Federal
Instituto Federal de Educação Ciências e Tecnologia – IF Baiano/ Campus Catu
Escolas Estaduais
Antônio Carlos Magalhães
Antônio de Deus Seixas
Luiz Viana Filho
Maria Izabel de Melo Góes
Pedro Ribeiro Pessoa
Fonte: Smec/2015

26
Na Rede Estadual houve redução no número de escolas nesse período, em decorrência
de uma escola ter sido fechada e uma ter sido municipalizada.

Tabela 06. Número de Escolas por Etapa de Ensino – Rede Estadual

Ano Educação Infantil Ensino Fundamental Ensino Médio


Urbana Rural Total Urbana Rural Total Urbana Rural Total
2010 5 1 6 4 1 5
2011 5 1 6 4 1 5
2012 5 1 6 5 1 6
2013 4 1 5 4 1 5
2014 3 1 4 3 1 4
Fonte: Disponível em: http://portal.mec.gov.br/ide/2007,2008,2009,2010/gerarTabela. Php. Acesso em: 16 jan.
2014.

A rede municipal de ensino é formada por 41 unidades escolares, sendo 15 escolas no


campo, com Ensino Fundamental I e Educação Infantil, 25 escolas de Ensino Fundamental I
urbanas e 11 escolas de Ensino Fundamental II; 03 creches com atendimento a crianças de 0
a 5 anos; 02 escolas de educação infantil que atendem a crianças de 03 a 05 anos; e um centro
multidisciplinar, que atende pessoas com deficiência.
Tabela 07. Número de escolas por etapa de ensino – Rede Municipal

Ano Educação Infantil Ensino Fundamental Ensino Médio


Urbana Rural Total Urbana Rural Total Urbana Rural Total
2010 8 15 23 18 30 48 0 0 0
2011 8 15 23 16 19 35 0 0 0
2012 8 15 23 16 19 35 0 0 0
2013 8 15 23 16 19 35 0 0 0
2014 16 32 48 20 20 40 0 0 0
Fonte: Disponível em: http://portal.mec.gov.br/ide/2007,2008,2009,2010/gerarTabela. Php. Acesso em: 16 jan.
2014.

Observa-se que na Educação Infantil houve uma evolução de 100% no número de


escolas que ofertam essa etapa de ensino. O mesmo ocorrendo, em escala muito menor, com
o Ensino Fundamental, como demonstra a tabela acima, já que, em decorrência do fechamento
de escolas na zona rural.

Tabela 08. Número dos estabelecimentos escolares no município Catu, por dependência administrativa e
etapas da Educação Básica.

Etapas da Educação Básica Estadual Municipal Particular


2012 2013 2012 2013 2012 2013
Ed. Infantil - Creche 0 0 04 3 01 01
Ed. Infantil – Pré escola 0 0 23 2 12 12
Ensino Fund. Anos Iniciais 0 0 26 26 11 11
Ensino Fund. Anos Finais 6 6 10 10 6 6
Ensino Médio 5 5 0 0 1 1
Total 11 11 63 63 31 31
Fonte: Disponível em: http://portal.mec.gov.br/ide/. Acesso em: 22 de maio. 2015.

27
Quadro 2. Escolas da rede municipal

Segmento Escola
Maria Sá Barreto
Francisco Xavier
Helena Araújo
Ensino Fundamental I Urbanas
Barão de Camaçari
Gilberto da Mata
Gilberto Alves (Vesp)
Luis Eduardo
Cícero Reis
Albano Veloso
Manoel Gregório
Oscar Pereira
Vanda de Oliveira
José da Purificação
Dilson Aguiar
Ensino Fundamental I Campo São José
João de Deus
João Ribeiro
Jairo Azi
Arlindo Ribeiro
Amélia Ferreira
Rômulo Galvão
Dom Justino
José de Araújo Lima
Centro de Educação Santa Rita
Educação Infantil Creche Lindaura de Almeida
Creche 0 à 05 anos Creche Inês Diamantino Seixas
Ana Lúcia Alencar
Educação Infantil Cristo Operário
Escolas 03 à 05 anos Regina Nonato
Ensino Fundamental II Campo Geminiana Assunção
Laura Batista
Themístocles Cézar
Raimundo Mata
Cônego Diamantino
Jorge Luis
Ensino Fundamental II Urbana Gilberto Alves (Matutino)
Jecelino José Nogueira
Maria Gabriela
Anna Bitencourt
Dom Justino (Matutino)
Maria Gabriela – EJA II
Jecelino José – EJA I/ II
Gilberto Alves – EJA I/ II
EJA Raimundo Mata – EJA II
São José – EJA I/ II
Cícero Reis – EJA I
Escola de Educação Inclusiva Louis Braille
Fonte: Smec/2015

O número de estabelecimentos escolares no biênio de 2012 e 2013 permaneceu


inalterado, o que demonstra que não houve evolução na demanda de matrículas do município.

28
Apesar da oferta de vagas no campo para os alunos do Fundamental I e II, o
contingente daqueles que procuram as escolas da zona urbana é significativo, fazendo com
que aumente a necessidade de ampliar a frota do transporte escolar, que hoje é de sete ônibus
próprios, trinta e três Kombis e quinze ônibus contratados por meio de processo licitatório.
Para atender a demanda do setor administrativo, a Smec tem ainda cinco carros contratados.
Além disso, foi instituído o transporte universitário para atender aos estudantes que cursam
faculdades em Salvador, Alagoinhas e Camaçari. No que tange a essa questão em específico,
existem alguns percalços a serem resolvidos, pois a demanda de alunos cresce a cada dia e o
número de veículos disponibilizados (dois ônibus para Alagoinhas, três para Salvador e um
para Camaçari), se torna insuficiente. A atual gestão encontrou, em 2013, 1 micro-ônibus para
Camaçari e 1 para Salvador; 1 ônibus para Salvador e outro para Alagoinhas transportando os
estudantes, que pagavam a metade do valor da passagem. Ainda em 2013 enviou um projeto
de lei para a concessão do transporte gratuito e ampliou o número de veículos em 3 ônibus
para Salvador, 3 ônibus para Alagoinhas e 1 micro-ônibus para Camaçari.
A Secretaria de Assistência Social, em parceria com a Associação de Professores
(Asppe) oferta o curso Pré-vestibular aos jovens estudantes do município, oriundos das
escolas públicas ou privadas, da zona rural e urbana, que passam por um processo seletivo
através da análise do currículo, considerando os que estão no terceiro ano do Ensino Médio,
a idade, e, principalmente, os que precisam ser inseridos no mercado de trabalho.

2.2.1 Educação Básica

A promoção de uma educação básica de qualidade, que possibilite aos sujeitos


educandos a capacidade de exercer em plenitude o direito à cidadania, vem reafirmando-se
através das ações desenvolvidas pela Smec, em consonância com os princípios da educação
nacional, enunciadas na Constituição Federal (artigo 205) e na LDB (artigo 2º).
Nessa perspectiva, as políticas públicas implementadas pela Smec vêm promovendo o
acolhimento de todas as crianças, adolescentes, jovens e adultos, com respeito e atenção aos
estudantes com deficiência, jovens e adultos defasados na relação idade-escolaridade, não só
com ampliação da oferta de vagas, mas com melhoria do acesso e permanência dos educandos.

2.2.1.1 Etapas da Educação Básica

A educação básica é constituída por etapas: educação infantil (creche e pré-escola), ensino
fundamental e ensino médio; e por modalidades: educação especial, do/no campo,
profissional, quilombola e de jovens e adultos. No município de Catu, a rede municipal oferta
a educação infantil e o ensino fundamental; enquanto a rede estadual oferta o ensino médio e,

29
ainda, o ensino fundamental A rede privada oferta a educação infantil, o ensino fundamental
e o ensino médio. A rede federal oferta vagas para o ensino médio e o ensino superior.

2.2.1.2 Educação Infantil

A Educação Infantil, primeira etapa de educação básica, tem por finalidade o


desenvolvimento integral da criança de 0 (zero) a 5 (cinco) anos de idade em seus aspectos
físico, psicológico, intelectual e social. No Brasil, a Educação Infantil registrou muitos
avanços nos últimos vinte anos. A constituição federal de 1988 e a lei de diretrizes e bases da
educação infantil de 1996 a definiram como primeira etapa da educação básica, antecedendo
o ensino fundamental, de caráter obrigatório.
Essa ampliação do direito à educação a todas as crianças a partir dos 4 anos de idade
representa uma conquista importante para a sociedade brasileira.
De acordo as diretrizes curriculares nacionais para a educação infantil “a criança é
sujeito histórico e de direitos que nas interações, relações e práticas cotidianas que vivencia,
constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa,
experimenta, narra, questiona e constrói sentido sobre a natureza e sociedade, produzindo
cultura”. (Art. 4º).
A primeira etapa da educação básica objetiva não apenas o cuidar, mas também educar
as crianças na perspectiva da formação humana, respeitando seu tempo, ritmo, fase,
potencialidades e limitações.
Apesar da dimensão do desafio, o país descobriu que o trabalho com a infância é
determinante para o desenvolvimento do ser humano e, por isso, vivemos uma fase de
profunda reformulação quanto a essa modalidade de ensino.
A população de Catu que se encontra nessa faixa etária é, na sua maioria, atendida em
creches e escolas de educação infantil. Uma parte delas é atendida em tempo integral,
mas é necessário ampliar a oferta de vagas, inclusive para incluir as crianças com deficiências
e transtornos globais, sendo esses os grandes desafios da rede municipal de ensino.
Para sanar esse problema o município está investimento da ampliação, reconstrução,
adequação e construção de novos espaços, visando à universalização do atendimento a todas
as crianças que ainda estão fora da escola. Embora já apresentando um discreto crescimento,
a expectativa atual é de que haja um crescimento significativo a partir de 2015, quando serão
entregues dois novos centros de educação infantil (CMEI) construídos dentro dos padrões de
qualidade definidos pelo MEC, um com recurso do FNDE (Proinfância) e o outro, com
recursos próprios, equipados e mobiliados de forma a atender as especificidades da infância.

30
Os docentes e coordenadores pedagógicos têm tido formação continuada, participando
do Projeto de Assessoramento e Acompanhamento Pedagógico, realizado pelo MEC/UFBA.
.
Outra questão importante é o número de crianças por professor. Nessa faixa etária as
crianças precisam de atenção especial, pois existem as dimensões do educar e do cuidar. A
partir dessa compreensão, a SMEC instituiu, em 2013, professores auxiliares para as turmas
de educação infantil.
Compreender que a Educação Infantil colabora para o desenvolvimento pleno da
criança e aprendizagem posteriores, proporcionando a ela o acesso a condições adequadas de
desenvolvimento físico, emocional, cognitivo e social faz dos educadores, profissionais da
educação e gestores, articulados com as famílias, responsáveis diretos e solidários pela
formação dessas crianças na sua integralidade.

Tabela 08. Evolução da matrícula da Educação Infantil no município de Catu, por dependência
administrativa e localização, período 2010 a 2013.
Anos Municipal Estadual Particular Total
Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural
2010 685 501 - - 575 - 1761
2011 704 467 - - 589 - 1760
2012 630 498 - - 515 - 1593
2013 468 711 - - 627 - 1806
Fonte: MEC/Inep, para os dados de matrícula, Anuário Estatístico Estadual e Secretaria Municipal de Educação,
2014.

Os dados citados acima trazem relevantes informações acerca da evolução da


matrícula da educação no município de Catu no período de 2010 a 2013. Analisando os dados,
constatamos que houve um crescimento significativo no ano de 2013, especialmente na zona
rural; na zona urbana, esse aumento se deu na rede privada, havendo recuo na rede pública
urbana, o que pode ser explicado pela implantação no município de uma escola filantrópica,
para alunos de baixa renda.

Segundo dados da Sesau, o número de nascimentos, em 2012, foi 699 e, em 2013, foi
de 697, o que mantém o município estável na taxa de natalidade.

2.2.1.3. Ensino Fundamental

A Constituição Brasileira define que o acesso ao Ensino Fundamental é obrigatório e


gratuito e a sua oferta é garantida, inclusive a todos os que não tiveram acesso na idade própria,
conforme podemos constatar no artigo 208. A LDB, Lei nº 9394/96, considera esse nível de
ensino como básico na formação do cidadão e, portanto, é prioridade oferecê-lo a toda a
população.

31
Conforme a análise dos resultados do Censo Escolar de 2010 a 2013 constatou-se que
houve um decréscimo entre 2010 e 2011, de 447 alunos na Rede Pública Municipal e, também
entre 2012 e 2013 houve uma queda de 221 alunos, conforme tabelas do Censo Escolar, em
anexo.
A redução da matrícula no Ensino Fundamental é uma tendência nacional. De acordo
com o MEC, o decréscimo observado na matrícula em toda a Educação Básica decorre,
principalmente, da acomodação do sistema educacional, em especial na modalidade regular
do Ensino Fundamental, etapa de ensino com histórico de retenção e, consequentemente, altos
índices de distorção idade – série (MEC-INEP, p, 2, 2010).
Com a ampliação do ensino fundamental para 9 anos, a parte da população de 6 anos,
que antes era atendida na educação infantil, passou a ser matriculada no ano inicial do ensino
fundamental.
Outro aspecto que tem impacto na distribuição e no contingente de alunos na educação
básica é o comportamento dos indicadores de rendimento escolar. Com mais alunos sendo
aprovados e, consequentemente, promovidos a séries subsequentes, aumenta o número de
habilitados a ingressar nas próximas etapas de escolarização. Historicamente, o sistema
educacional brasileiro foi pouco eficiente em sua capacidade de produzir concluintes na idade
correta. No entanto, a tendência atual mostra aumento no número de alunos que ultrapassam
os anos iniciais do Ensino Fundamental. Daí a queda na matrícula e, por consequência, a
ampliação da demanda para os anos finais dessa etapa de ensino (MEC-INEP,p.2,2010).
As Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental têm respaldo nas
determinações da Constituição Federal, na LDB (Lei 9394/ 96) e na Resolução do CNE-CEB
número 7, de 14 de dezembro de 2010. Assim, nos anos de vigência deste Plano Municipal
de Educação, o Ensino Fundamental deverá garantir o acesso, a permanência e a qualidade de
ensino para todos os educandos, tendo os seguintes princípios norteadores da sua ação
pedagógica:
- A autonomia, a responsabilidade, a solidariedade, respeito ao bem comum e a ética;
- Princípios políticos dos direitos e deveres da cidadania, da criticidade, e respeito à ordem
democrática;
- Princípios estéticos da sensibilidade, criatividade e diversidade nas manifestações artísticas
e culturais.
A SMEC vem assegurando o cumprimento desses princípios, reproduzidos e
acrescidos no Documento Princípios e Eixos da Educação em Catu para o quadriênio
2013/2016.

Tabela 10. Evolução das matrículas do Ensino Fundamental no Município Catu, por dependência
administrativa e localização (2010/2013)

32
Anos Municipal Estadual Particular Total
Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural
2010 1365 1346 155 2045 - 4911
2011 3576 1168 1193 193 1819 - 7949
2012 3457 1137 1050 171 1766 - 7581
2013 4782 1893 910 142 2046 - 9773
Fonte:MEC/INEP. Censo Escolar – Disponível em: http://www.inep.gov.br. Acesso em: 22 mai. 2015.

Tabela 11. Nível Educacional da População de 06 a 14 anos, 1991, 2000 e 2010


Faixa etária (anos) Taxa de analfabetismo % de alunos na escola
1991 2000 2010 1991 2000 2010
06 a 14 anos - - - 75,52 93,11 96,69
11 a 14 anos 3,24 6,26 2,12 56,15 80 82
Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil. Disponível em: http://www.atlasbrasil.org.br/2013. Acesso em: 22 mai.
2015.

Tabela 12. Matrícula do Ensino Fundamental da Rede Municipal, (2013)


Idades 1º 2º 3º 4ºano 5ºan 6º ano 7ºano 8º ano 9ºano Total
ano ano ano o
06 anos 381
07 anos 388
08 anos 526
09 anos 444
10 anos 527
11 anos 622
12 anos 532
13 anos 342
14 anos 297
15 anos
+ de 16 anos
Nº de alunos
total em
defasagem
% em
defasagem
Fonte:Secretaria Municipal de Educação, 2014. Acesso em: 18/05/2015
Tabela 13. Taxas de Rendimento – Rede Estadual
Taxa de Aprovação Taxa de Reprovação Taxa de Abono
SÉRIE/ ANO Ano
Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural
2008 - - - - - -
1ª Série/ 2º ano do EF 2009 - - - - - -
2010 - - - - - -
2008 - - - - - -
2ª Série/ 3º ano do 2009 - - - - - -
EF 2010 - - - - - -
2008 - - - - - -
3ª Série/ 4º ano do 2009 - - - - - -
EF 2010 - - - - - -
2008 - - - - - -
4ª Série/ 5º ano do 2009 - - - - - -
EF 2010 - - - - - -
5ª Série/ 6º ano do 2008 54.30 42.80 36.30 43.40 9.40 13.80
EF 2009 56.50 60.30 29.30 31.00 14.20 8.70
2010 58.60 50.00 32.20 42.00 9.20 8.00

33
6ª Série/ 7º ano do 2008 54.70 62.80 38.10 28.30 7.20 8.90
EF 2009 46.00 33.10 36.40 55.40 17.60 11.50
2010 57.20 47.50 32.60 42.60 10.20 9.90
7ª Série/ 8º ano do 2008 60.00 84.30 31.00 11.20 9.00 4.50
EF 2009 55.00 45.80 26.00 38.50 19.00 15.70
2010 56.80 61.00 34.40 34.10 8.80 4.90
8ª Série/ 9º ano do 2008 52.50 68.20 31.30 22.70 16.20 9.10
EF 2009 59.90 70.10 23.10 23.00 17.00 6.90
2010 63.30 66.70 27.30 29.60 9.40 3.70
Fonte: Disponível em: http://portal.mec.gov.br/ide/2008,2009,2010/gerarTabela.php. Acesso em 18
mai. 2015.
Tabela 14. Taxas de Rendimento – Rede Municipal
Taxa de Taxa de Taxa de
SÉRIE/ ANO Ano Aprovação Reprovação Abandono
Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural
2008 93.80 96.80 1.00 0.00 5.20 3.20
1ª Série/ 2º ano do EF 2009 99.00 95.80 0.00 0.00 1.00 4.20
2010 97.80 98.20 0.40 0.90 1.80 0.90
2008 86.10 94.50 6.80 0.90 7.10 4.60
2ª Série/ 3º ano do 2009 98.40 95.50 0.30 0.90 1.30 3.60
EF 2010 97.30 99.50 0.00 0.00 2.70 0.50
2008 72.20 74.90 22.40 21.60 5.40 3.50
3ª Série/ 4º ano do 2009 61.60 68.50 31.20 25.60 7.20 6.90
EF 2010 78.30 83.00 19.10 14.90 2.60 2.10
2008 70.40 93.40 20.40 4.80 9.20 1.80
4ª Série/ 5º ano do 2009 80.20 90.60 15.40 8.00 4.40 1.40
EF 2010 62.10 89.80 31.40 9.00 6.50 1.20
5ª Série/ 6º ano do 2008 51.10 83.30 42.20 11.70 6.70 5.00
EF 2009 47.30 44.70 41.40 44.70 11.30 10.60
2010 44.20 64.30 44.60 33.30 11.20 2.40
6ª Série/ 7º ano do 2008 60.00 71.10 26.40 26.30 13.60 2.60
EF 2009 62.40 59.50 31.50 38.10 6.10 2.40
2010 58.40 66.70 33.80 25.90 7.80 7.40
7ª Série/ 8º ano do EF 2008 58.50 50.00 34.40 43.30 11.10 6.70
2009 65.80 51.20 25.80 46.50 8.40 2.30
2010 60.10 91.70 30.20 00.00 9.70 8.30
8ª Série/ 9º ano do EF 2008 81.30 90.90 12.20 9.10 6.50 0.00
2009 82.30 82.40 11.60 5.90 6.10 11.10
2010 71.10 95.20 22.50 0.00 6.40 4.80
Fonte: Disponível em: http://portal.mec.gov.br/ide/2008,2009,2010/gerarTabela.php. Acesso em 18 mai. 2014.
2.2.1.4. Ensino Médio

Com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB nº 9.9394/96), o Ensino


Médio passou a fazer parte da Educação Básica, assumindo uma nova identidade. Em seu art.
21, a LDB define que a educação básica é formada pela educação infantil, ensino fundamental
e ensino médio (BRASIL, 1996).
Sendo assim, o ensino médio corresponde à etapa final da educação básica, que deve
consolidar e aprofundar os conhecimentos adquiridos no ensino fundamental, além de
fornecer as bases para o acesso às atividades produtivas, desenvolvendo as competências e
habilidades necessárias para que o educando prossiga em níveis mais elevados da educação.
O art. 35 da LDB define o seguinte como finalidade do ensino médio (BRASIL, 1996):

34
I - a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino fundamental,
possibilitando o prosseguimento de estudos;
II - a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar aprendendo,
de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condições de ocupação ou
aperfeiçoamento posteriores;
III - o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o
desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico;
IV - a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos,
relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina.
No município de Catu atualmente existe mais oferta de vagas no Ensino Médio do que
demanda, havendo vagas suficientes para os alunos que concluíram o Ensino Fundamental.
Vale ressaltar que é da competência da esfera estadual oferecer, prioritariamente, o acesso a
esse nível de ensino.
Desse modo, na rede estadual de ensino existem cinco escolas que oferecem o Ensino
Médio: Colégio Estadual Isabel de Melo Góes; Colégio Estadual Antônio de Deus Seixas;
Colégio Estadual Antônio Carlos Magalhães, localizada no distrito de Pau Lavrado; Colégio
Estadual Dr. Luiz Viana Filho, localizada no distrito de Sítio Novo; Centro Estadual de
Educação Profissional em Controle e Gestão do Nordeste Baiano Pedro Ribeiro Pessoa, o qual
encerra, em 2015, as últimas turmas de ensino médio, ofertando, a partir de 2016, apenas
cursos da Educação Profissional.
Na rede federal de ensino, o Instituto Federal Baiano – Campus Catu também assegura
a oferta desse nível. Já na rede privada, com número de matrícula bem mais reduzido, temos:
Escola Nossa Senhora de Fátima, Colégio Compasso e Colégio Cenecista de Catu/rede CNEC,
a qual iniciou em 2015 turmas da 1ª série do Ensino Médio.
Levando-se em consideração o número de alunos matriculados nos últimos quatro
anos, é possível perceber uma gradual diminuição de matrículas, principalmente na rede
estadual de ensino, que passou de 1.593, em 2011, para 1.377, em 2014. Já a rede federal teve
uma pequena variação para mais, conforme dados do INEP.
Tabela 15. Matrícula inicial do Ensino Médio no município de Catu, por dependência administrativa e
localização 2011/2014.
Anos Municipal Estadual Federal Privada Total
Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural

2011 _ _ 1.593 _ 390 _ 83 _ 2.066

2012 _ _ 1.507 _ 446 _ 83 _ 2.036

2013 _ _ 1.558 _ 534 _ 81 _ 2.173

2014 _ _ 1.377 _ 581 _ 60 _ 2.018

35
Fonte:Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). Disponível
em:<http://portal.inep.gov.br/basica-censo-escolar-matricula>. Acesso em 12 de maio de 2014.
Podemos inferir que, uma das causas para a queda na matrícula do ensino médio na
rede estadual é a ampliação da educação profissional no município, atraindo matrículas para
essa nova oferta de ensino. Mas esse é apenas um dos fatores, se levarmos em consideração
que ainda há muitos jovens em idade de 15 a 17 anos que estão fora da escola. Há necessidade
de se fazer um recenseamento escolar, de forma articulada entre as esferas estadual e federal,
para que se possa identificar e incluir esses jovens no processo de escolarização. Caso não se
estabeleça esse regime de colaboração, dificilmente se atingirá a meta de universalização do
Ensino Médio, como determina a Emenda nº 59/2009: “na organização de seus sistemas de
ensino, a União, os estados e os Municípios definirão formas de colaboração, de modo a
assegurar a universalização do ensino obrigatório” (BRASIL, 2009).
Com relação às taxas de rendimento do Ensino Médio, a taxa de reprovação, apesar de
experimentar uma constante redução entre 2010 e 2012, em 2013 voltou a crescer. Já na taxa
de abandono identifica-se um gradual declínio, desde 2010, apresentando-se em 2013 um
percentual inferior a 10% (dez por cento). E no que diz respeito à taxa de aprovação, apesar
de não representar ainda um estágio satisfatório, percebe-se melhoria em seus índices,
passando de 63,5 % em 2010 para 74,9 em 2013.

Tabela 16. Taxas de rendimento do Ensino Médio - Rede Estadual (2014)


Ano Taxa de aprovação Taxa de reprovação Taxa de abandono
2010 63,6 19,5 16,9
2011 _ 14,7 14,5
2012 73,7 12,0 14,3
2013 74,9 16,1 9,0
Fonte:MEC/INEP/DTDIE.
Disponível em<http://www.todospelaeducacao.org.br/index.php?option=indicador_localidade&task=main >. Acesso em
11de maio de 2015.

Todavia, um fator preocupante é que a elevação da taxa de aprovação, ao que parece,


não tem correspondido, diretamente, à melhoria na qualidade da educação, sobretudo na rede
pública estadual, se tomarmos como parâmetro os resultados do Exame Nacional do Ensino
Médio (ENEM), em 2013, cujas médias da prova objetiva figuraram na faixa de proficiência
2, enquanto as médias correspondentes à redação estiveram na faixa de proficiência 1, em uma
escala que vai de 1 a 5. Ambas não são satisfatórias, ainda mais levando-se em consideração
a preparação que os educandos deveriam ter na última etapa da educação básica.

Tabela 17. Desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) 2013


Instituição de Nível Ano Média da Média Total
ensino Prova Objetiva (Redação e Prova
Objetiva)
IFBaiano Rede Federal 2013 519,60 1.089,17
Campus/Catu_
36
Colégio Rede Estadual 2013 416,74 884,24
Estadual ACM
Colégio Isabel Rede Estadual 2013 468,07 955,81
de Melo Góes
Escola Nossa Rede Privada 2013 502,51 1.051,08
Sra. de Fátima
Fonte:Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). Disponível
em:<http://portal.inep.gov.br/visualizar/-/asset_publisher/6AhJ/content/enem-por-escola-ja-esta-disponivel-
para-consulta>.Acesso em 12 de maio de 2014.

Pode-se ressaltar, ainda, o quadro preocupante de algumas escolas da rede estadual


que não tiveram a divulgação das médias de proficiência, em função do número de alunos
inscritos ter sido menor que 50% do total de alunos da escola declarados no censo escolar.
Nesse caso, os dados são insuficientes para a avaliação da escola. A leitura que podemos fazer
desse fato é que os alunos se sentem desestimulados, por estarem completamente
despreparados para a realização do exame, devido ao abismo que há entre a realidade da sala
de aula e o formato da prova do ENEM, cuja concepção pedagógica baseia-se na aquisição de
competências e habilidades que os alunos deveriam alcançar ao final do ensino médio, na
interdisciplinaridade e contextualização.
Apesar dos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio, desde o ano de
2000, trazerem todas essas concepções pedagógicas, inclusive o estudo das disciplinas
baseado nas três áreas de conhecimento, na prática, poucas foram as mudanças efetivas no
âmbito da sala de aula, não só na rede estadual, como na federal e na privada. Iniciativas que
busquem a inovação curricular são praticamente inexistentes e a implantação do ensino em
tempo integral ainda é bastante tímida no município.
Certamente é deste cenário que decorrem problemas crônicos como a distorção
idade/série. Avaliando-se dados referentes ao ano 2014 da rede estadual no município de Catu,
verifica-se que essa é uma questão ainda presente, conforme pode ser percebida em tabela a
seguir.

Tabela 18. Distorção idade/série no Ensino Médio – Rede Estadual (2014)


Instituição de ensino Quantidade de Quantidade de alunos em
alunos ativos distorção idade/série
Colégio Estadual Antônio Carlos
Magalhães 51 6
Colégio Estadual Antônio de Deus
Seixas 167 73
Colégio Estadual Dr. Luiz Viana
Filho 104 31
Colégio Estadual Maria Isabel de
Melo Góes 198 43
Centro Estadual de Educação
Profissional em Controle e Gestão
do Nordeste Baiano Pedro Ribeiro
Pessoa 194 111
37
Fonte: Secretaria de Educação do Estado da Bahia. Disponível
em<http://institucional.prod.educacao.ba.gov.br/paip>. Acesso em 11 de maio de 2015.

Desse modo, o panorama que se apresenta é de que se tem fracassado no que tange aos
objetivos previstos para a formação escolar no Ensino Médio, sobretudo na rede estadual de
ensino, que concentra a maior parte dos estudantes matriculados. Os resultados fornecidos
pelo ENEM indicam um desempenho pífio, pois das cinco escolas estaduais em atividade no
município apenas duas delas tiveram mais de 50% (cinquenta por cento) dos seus alunos
inscritos. Além disso, pertencem a estas as médias mais baixas de desempenho quando
confrontamos com as instituições de ensino da rede federal e da rede privada.
Esse estado de coisas demonstra que há graves carências que trazem como
consequência direta um baixo nível na qualidade de ensino. Reverter esse quadro exige ações
destinadas não apenas ao Ensino Médio, mas é nessa etapa do ensino que repercutem os
problemas acumulados ao longo da formação.
Outro aspecto a ser considerado é que medidas que visem à transformação dessa
realidade devem alcançar diferentes dimensões e sujeitos que compõem o universo escolar,
como a infraestrutura física e tecnológica das escolas, assim como a valorização e qualificação
dos professores e demais profissionais da educação. Enfim, há uma série de deficiências que,
ao longo do tempo, foram acumuladas, pois a sua superação não foi tomada como algo
prioritário. Todavia, transformar essa realidade prossegue como uma necessidade inadiável.

2.2.2 Educação Superior

2.2.2.1 Ensino Superior

A Educação Superior tem como finalidade, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional (LDBN), estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito
científico e do pensamento reflexivo; formar diplomados nas diferentes áreas de
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para participação no
desenvolvimento na sociedade brasileira e, também, colaborar na sua formação contínua.
No Brasil, os dados demonstram o enorme crescimento no número de estudantes
universitários, a partir de programas do governo federal, como o do financiamento estudantil
(Fies), e o Prouni, que proporcionaram o crescimento de instituições de educação superior,
além da abertura de novas universidades e institutos de educação federais. A Bahia, que
contava com uma universidade federal (UFBA), agora totaliza cinco, tendo ainda o IF Bahia
e o IF Baiano, com seus campi funcionando nas antigas escolas agrotécnicas.
A política de cotas tem possibilitado que um grande contingente de jovens negros e
oriundos das escolas públicas tenham acesso a cursos superiores, inclusive aos de maior

38
prestígio. Embora representem a maior parte da população (52,9%), os estudantes negros
representam apenas 28,9% do total de pós-graduandos. O número de estudantes brancos nessa
etapa de ensino também aumentou nos últimos 12 anos, passando de 218,8 mil para 270,6 mil.
O número de estudantes negros no mestrado e no doutorado teve um avanço considerável, de
2001 a 2013, passando de 6 mil para 18,8 mil, segundo dados da Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios (Pnad).
O município de Catu, com a implantação do Programa Rede UNEB 2000, que ofertava
o curso de Pedagogia para as séries iniciais, destinado a docentes do quadro efetivo, passou a
ter uma política pública de formação docente, proporcionando a estes o acesso ao nível
superior.
Nesse mesmo ano foi criado, pela gestão municipal, o cursinho Pré-Vestibular, para
facilitar o ingresso dos jovens oriundos do Ensino Médio ao Ensino Superior.
Em 2014, o município implantou um polo da Uneb, oferecendo o curso de Pedagogia
para todos os docentes efetivos que ainda não tinham curso superior. Como a maioria das
vagas destinadas a estes não foram preenchidas, essas vagas foram disponibilizadas para os
docentes que estavam atuando como contratados na rede municipal de ensino.
O município conta hoje com uma instituição federal de ensino (IF Baiano) que oferta
os cursos de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas e de Química, visando
atender a carência de profissionais nesta área para o ensino médio.
Se, por um lado, podemos reconhecer avanços significativos, por outro lado ainda
temos problemas que precisam ser enfrentados para que o município consiga proporcionar à
sua população um acesso mais fácil ao ensino superior. Nesse sentido, a gestão municipal está
envidando esforços junto às universidades públicas para a oferta de outros cursos, além de
Pedagogia, construindo um espaço destinado a ser um polo de educação superior.

39
2.3. MODALIDADES DA EDUCAÇÃO

2.3.1 Educação Especial

A política educacional para pessoas com necessidades educacionais especiais (PNEE)


encontra-se em processo de implantação na rede municipal de ensino, com o objetivo de
oferecer e garantir o acesso e a permanência desses educandos nas instituições de ensino.
Na perspectiva de atender o que preconiza o art. 208 do Decreto nº 7.611/11, que trata
do atendimento educacional especializado (AEE), a SMEC vem garantindo, por meio da
Escola Raimundo Mata, do Centro Multidisciplinar Louis Braille e da Associação Pestalozzi
o atendimento especializado para as pessoas com deficiências, especialmente auditiva, visual
e mental; e o acesso, a permanência e a aprendizagem desses educandos em classes de ensino
regular. O município ainda não dispõe, nas creches, de uma equipe com profissionais
especializados, mas as adequações e adaptações estão sendo realizadas de acordo com a
demanda. Sabe-se que é preciso pensar nas necessidades educacionais especiais desde a
educação infantil, para que essas crianças sejam atendidas desde a mais tenra idade.
As pessoas com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades/ superdotação tem sido acolhidas regularmente na rede municipal de ensino. Os
educadores, ao perceberem educandos com alguma necessidade de atendimento especial
participam à família, para que procurem profissionais como psicólogos, neurologistas,
fonoaudiólogos e outros. Caso o aluno já possua laudo médico, o professor faz um relatório
de encaminhamento ao Centro Multidisciplinar ou sala de recursos.
O município dispõe de psicólogo e psicopedagogo para diagnosticar os casos que
necessitam de atendimento especializado e, quando necessários os encaminham para outros
profissionais.
Há uma articulação entre a Secretaria Municipal de Educação e Cultura (Smec) e
Secretaria de Saúde (Sesau) para viabilizar o atendimento aos estudantes. A Sesau, em
parceria com a Smec fez o levantamento das pessoas com deficiência no município, por meio
de um mapeamento realizado pelos agentes de saúde e coordenado pelo Centro
Multidisciplinar, que já os está encaminhando à Sala de Recursos. Outros estão fora da escola
por alegada falta de condições da família, sendo necessária uma ação do município: a
construção de um centro de readaptação com profissionais que atendam as necessidades
específicas, principalmente paralisia cerebral, e a garantia desse atendimento com a oferta do
transporte para sua locomoção.
Para a acessibilidade à rede regular de ensino dos educandos que apresentam
limitações físicas, mobilidade regular e deficiência visual a Smec disponibiliza transporte
escolar adequado.

40
Segundo a Lei 9.394/96, art. 59, a escola deve garantir a matrícula e a permanência
dos alunos, reformulando seu currículo para um ensino igualitário e com terminalidade
específica para os alunos que não atingirem o nível exigido, e é nesta perspectiva de inclusão
que o município está caminhando. A inclusão visa também ações de combate à discriminação
e ao preconceito, nas escolas regulares e nas salas de recursos, envolvendo também a
articulação com a família nas visitas aos lares, reuniões e projetos nas escolas.
A SMEC também está disponibilizando cursos de formação para educadores na área
de Educação Especial e providenciando a adequação de salas de recursos para atender as
necessidades dos alunos com deficiência, transtorno global e superdotação nas escolas de
ensino regular do município.

Tabela 19. Matrículas de Educação Especial no Município de Catu em 2014.


Etapas de Educação Básica
Ed. Ensino Ensino Ensino
Infantil Fund. I Fund. II Médio Total

Deficiência Mental 03 25 13 - 41
Deficiência Física - 02 02 - 04
Deficiência Auditiva - - 13 - 13
Deficiência Múltipla - - 01 - 01
Altas habilidades/superdotação - - - - -
Transtornos globais do desenvolvimento 01 01 01 - 03
Deficiência Visual 01 06 33 - 40
Deficiência Intelectual (Pestalozzi) 93 93
Total 195
Fonte: Secretaria Municipal de Educação, 2014.

2.3.2. Educação de Jovens e Adultos (EJA)

Como na maioria dos municípios brasileiros, a Educação de Jovens e Adultos (EJA)


de Catu encontrava-se no lugar comum no qual as escolas tradicionais colocam esta
modalidade educativa: espaço para os estudantes em "distorção idade/série” e para
complementação de carga-horária do professor. O docente que atuava na EJA identificava-se
com o nível de ensino no qual estava inserido e pela disciplina que ministrava, não com a EJA.
Embora admitissem a educação como um direito de todos, consideravam os jovens, adultos e
idosos como educandos com problemas “crônicos” de aprendizagem; e atribuíam à
organização da oferta da EJA: turmas com as mais diversas faixas etárias, oferta exclusiva no
noturno, carga horária semanal compacta, modelo tradicional seriado, currículo hierarquizado,
avaliação seletiva e classificatória, como sendo os fatores do abandono e do desinteresse dos
educandos pelos estudos.
A EJA carecia, portanto, de identidade, como uma modalidade educativa específica
para jovens, adultos e idosos que superasse a visão de medida pedagógica para correção de

41
fluxo e/ou como uma educação de natureza compensatória, aligeirada e supletiva que
geralmente lhe é dada.
Percebendo que não existia uma política educacional específica e necessária para um
público com interesses e sentidos educacionais diferenciados dos demais — principalmente
pela bagagem que a sua fase de vida proporciona — a Smec elaborou a Política de EJA, uma
proposta político-pedagógica de autoria coletiva, construída a partir de dois cursos, realizados
em 2013 (Alfabetização Freiriana e Políticas Públicas da EJA), com inscrições voluntárias
dos docentes na EJA, que se constituíram em espaços de debates.
O Curso de Alfabetização Freiriana possibilitou ao docente uma reflexão sobre o que
é alfabetizar e sobre sua prática pedagógica, particularmente sobre o lugar dos educandos
como sujeitos; promoveu o estudo das teorias epistemológicas que discutem a prática da
alfabetização, com destaque para os pressupostos da Educação Popular; e discutiu os
diferentes métodos e processos da prática da alfabetização. O Curso de Políticas Públicas da
EJA apresentou como esta modalidade educativa vem sendo pensada no cenário nacional e
estadual, particularmente no que diz respeito à construção de uma concepção que atenda às
especificidades dos seus sujeitos. Nesse curso, o docente pôde conhecer os pressupostos
teórico-metodológicos da Educação Popular e sua relação com a EJA; analisar o currículo
escolar com base nas especificidades desta modalidade educativa; e reconhecer a importância
da elaboração de uma proposta curricular específica, incluindo os elementos-chave como o
planejamento e a avaliação da aprendizagem. Ao longo dos cursos foram desenvolvidos
estudos e reflexões no sentido de definir uma proposta político-pedagógica para a EJA no
município de Catu.
Além de cuidar da formação docente, a Smec buscou desenvolver ações para garantir
boas condições de trabalho no turno noturno, como: vigilância e auxiliar de disciplina em
algumas escolas; ronda policial; instalação de equipamentos eletrônicos de monitoração
visual; e busca de parcerias com a Polícia Militar e a Civil e com órgãos de apoio ao educando
e a seus familiares.

42
2.3.3. Educação no/do campo
A legislação educacional brasileira apresenta uma ampla base legal para instituição de
políticas diferenciadas para o atendimento escolar das pessoas que vivem no campo. De
acordo com a LDB, as especificidades do atendimento escolar no campo são referenciadas em
seu artigo 28, segundo o qual, para a oferta de educação básica para a população rural, os
sistemas de ensino promoverão as adaptações necessárias à sua adequação às peculiaridades
da vida rural e de cada região, especialmente no que se refere a: I – conteúdos curriculares e
metodologias apropriadas às reais necessidades e interesses dos educando da zona rural; II –
organização escolar própria, incluindo a organização do calendário escolar, as fases do ciclo
agrícola e as condições climáticas e; III - adequação à natureza do trabalho na zona rural.
A identidade da escola do campo é definida pela vinculação com as questões inerentes
à sua realidade, com propostas pedagógicas que contemplem sua diversidade em todos os
aspectos: sociais, culturais, políticos, econômicos, de gênero, geração e etnia.
O município, ao investir na educação do campo, assume o compromisso com uma
política específica, que possibilite a universalização do acesso dos povos que vivem e
trabalham no campo. O foco das ações está no enfrentamento de dificuldades educacionais
históricas, no processo de reconhecimento da identidade das escolas e na construção de um
currículo que atenda as especificidades dos povos, bem como para o desenvolvimento social,
economicamente justo e ecologicamente sustentável.
Quadro 3. Panorama na Educação do Campo nos anos de 2012/2013/2014
Educação Infantil Matrícula Inicial Matrícula Final
2012 511 500
2013 451 438
2014 511 480
Fonte: Smec

2.3.4 Educação Profissional de Nível Médio

A Educação Profissional como política pública tem uma matriz curricular


diferenciada, no sentido da formação integral do sujeito trabalhador. Os cursos estão alinhados
às diferentes realidades socioeconômicas e ambientais, tendo como princípio educativo o
trabalho. Isso quer dizer que prepara os jovens e trabalhadores para o mundo do trabalho,
conduzindo-os à compreensão da ciência, da técnica e da sua implicação para a sociedade. O
estudante torna-se cidadão pleno, sujeito de direitos e deveres, capaz de intervir no mundo do
trabalho e na sociedade.
Existem no município de Catu três instituições que ofertam a Educação Profissional:
o Instituto Federal de Educação (IF Baiano), o Centro Estadual de Educação Profissional em
Controle e Gestão do Nordeste Baiano e o SENAI. Há, no entanto, uma preocupação com a
não sobreposição de ofertas dos cursos, oferecidos nas seguintes modalidades:

43
Educação Profissional Integrada ao Ensino Médio (EPI)
Contempla cursos técnicos integrados ao ensino médio, de quatro anos, voltados para
quem terminou o ensino fundamental.
EP Integrada ao Ensino Médio para Jovens e Adultos (Proeja Médio)
Integra Educação Profissional ao ensino médio e é direcionado para formação
profissional de jovens e adultos. Ao mesmo tempo em que os estudantes concluem o ensino
médio, realizam estágio e recebem o certificado do curso técnico. Os cursos duram dois anos
e meio.
EP Integrada ao Ensino Fundamental II (Proeja Fundamental)
A Educação Profissional está integrada ao ensino fundamental, possibilitando a
elevação da escolaridade com qualificação social e profissional. O Proeja Fundamental é
voltado a jovens e adultos trabalhadores a partir dos 18 anos e tem a duração de dois anos.
Subsequente (Prosub)
Os cursos técnicos nessa modalidade são direcionados para quem já concluiu o ensino
médio e volta à escola para fazer a formação profissional. Duram dois anos, independente do
eixo tecnológico e ocupação a que eles se destinam.
Concomitante
Articula educação básica à Educação Profissional. O estudante matriculado no ensino
médio poderá fazer um curso técnico de nível médio ou de qualificação profissional no turno
oposto ao que está matriculado.
Os desafios da Educação Profissional no Município têm sido muitos. É preciso que
sejam criadas ações que possam melhor orientar os investimentos em relação à ampliação da
Educação Profissional, destacando-se:
- As dificuldades de profissionais habilitados e qualificados no município;
- Precarização dos serviços com a contratação temporária dos servidores;
- A burocracia no repasse das verbas para concretização dos projetos;
- A realização do estágio com caráter pedagógico, integrado à formação do estudante e
- O aprendizado das competências próprias da atividade profissional, seguindo a
contextualização curricular e o desenvolvimento do estudante para a vida cidadã e do trabalho.
Essas situações devem ser analisadas pelas instâncias superiores, no sentido de criar
condições para que as políticas públicas sejam construídas coletivamente e implementadas a
partir do olhar da sociedade, inclusive, para que haja o acompanhamento dos investimentos
feitos pelas diferentes esferas de governo e permanente controle social.

2.3.5 Educação em Tempo Integral

44
As discussões sobre Educação em Tempo Integral não são recentes. Na década de 30,
o educador baiano Anísio Teixeira já lançava as bases para uma educação que alcançasse áreas
mais amplas da cultura e da socialização que preparasse para o trabalho e o exercício da
cidadania, apontando para a necessidade da ampliação da jornada escolar e para a modificação
dos tempos e espaços escolares, estes encarados como pontos fundamentais para que o
aprendizado acontecesse de fato. Para Anísio Teixeira, pensar o espaço era tão importante
quanto pensar o projeto pedagógico, ou melhor, o espaço escolar faz parte do projeto
pedagógico. As escolas nucleares projetadas por ele foram exemplos disso.
Já na década de 90, a temática da Educação Integral ganhou força legal, com a
promulgação de uma legislação que estabelece como direito uma educação para o pleno
desenvolvimento do sujeito e sua relação com a ampliação da jornada escolar. No âmbito
legal, são vários os documentos que respaldam a Educação Integral, como os artigos 205, 206
e 277 da Constituição Federal, o artigo 34 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
LDBN/1996, o artigo 21 do Plano Nacional de Educação (Lei 10.179/01), o Estatuto da
Criança e do Adolescente (Lei nº 9089/1990), e o Fundo Nacional de Manutenção e
Desenvolvimento do Ensino Básico e de Valorização do Magistério (Lei nº 11.494/2007), que
institui o FUNDEB. Ressaltamos aqui art. 34 da LDB: “A jornada escolar no ensino
fundamental incluirá pelo menos quatro horas de trabalho efetivo em sala de aula, sendo
progressivamente ampliado o período de permanência na escola (BRASIL, 1996) ”; e o art.
21, do PNE, Lei 10.179/01: “Ampliar, progressivamente, a jornada escolar visando expandir
a escola de tempo integral, que abranja um período de pelo menos sete horas diárias, previsão
de professores e funcionários em número suficiente (Brasil, 2001)”.
Essas leis refletem a concepção do ser humano em suas múltiplas dimensões e como
sujeitos de direitos, incorporando a perspectiva de ampliação de tempos, espaços e
oportunidades educativas para a qualificação da educação. A Educação Integral associada ao
processo de escolarização pressupõe a aprendizagem relacionada à vida e aos interesses e
possibilidades das crianças, adolescentes e jovens.
Em Catu, nas escolas da rede municipal, a promoção da Educação Integral vem
ocorrendo a partir da implantação, em 2014, do Programa Mais Educação, que foi instituído
pela Portaria Interministerial 17/2007 e pelo Decreto Presidencial 7083/2010, integrando as
ações do Plano de Desenvolvimento da Educação - PDE. O Programa mais Educação incluiu
vinte e uma escolas, de um total de 40, sendo oito delas no campo. Esse número deverá
aumentar, gradativamente, ao longo dos próximos anos, pois o IDEB e os indicadores de
desempenho das escolas são critérios relevantes para a inclusão das escolas no Programa.

45
Na Rede Estadual de Ensino, apenas o Colégio Estadual Antônio de Deus Seixas
implantou a Educação Integral, em 2015, com o Programa Estadual de Educação Integral
(ProEI), com matriz curricular própria para o Ensino Fundamental II e Ensino Médio.
Vale salientar que garantir a Educação Integral requer mais que, simplesmente, a
ampliação da jornada escolar diária. O que se almeja é um projeto político pedagógico
diferenciado, a formação dos profissionais, a infraestrutura adequada das escolas e os meios
para a sua implantação.
As dificuldades enfrentadas pelas equipes escolares ainda são muitas e há muito por
fazer, para atender, efetivamente, 50% das escolas e 25% dos alunos na educação em tempo
Integral até o final da década. Os principais pontos seriam a adequação física das escolas, visto
que a maioria não dispõe da estrutura mínima necessária para receber os alunos em tempo
integral; curso de formação para os monitores, a fim de que possam assumir as oficinas com
mais segurança, desenvolvendo um trabalho de qualidade; número de funcionários suficiente
para dar suporte ao programa, principalmente no horário de almoço e banho dos alunos. Além
disso, serão necessárias parcerias com outras instâncias e secretarias municipais para que a
Educação Integral aconteça, na prática, sem se distanciar da proposta concebida e atendendo
às demandas formativas do educando matriculado na jornada ampliada.

2.3.6. Política de Alfabetização

Com o objetivo de cumprir a portaria nº 867, de 4 de julho de 2012, quando o MEC


institui o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC); e de reafirmar e ampliar
o compromisso previsto no Decreto nº 6094, de 24 de abril de 2007, de alfabetizar as crianças
até, no máximo, os oito anos de idade ao final do 3º ano do ensino fundamental, o munícipio
de Catu realiza formação continuada com os coordenadores e professores da rede municipal
que atuam no ciclo de alfabetização, utilizando o material disponibilizado pelo MEC.
Algumas ações pedagógicas, como o trabalho em sequências didáticas proposto pelo
PNAIC são tentativas em prol da integração da Educação Infantil com o ciclo de
Alfabetização, mas é preciso esforço constante para que tal integração ocorra efetivamente.
Nesse sentido, a formação docente é fundamental para a garantia da alfabetização dos alunos,
com qualidade, até o final do terceiro ano do Ensino Fundamental. Aliado a isso, há o
monitoramento dos resultados, que pode ser feito, principalmente, através das avaliações
externas, como a Provinha Brasil, no 2º ano; a Avaliação Nacional de Alfabetização (ANA),
que avalia o ciclo de alfabetização (3º ano); e, a partir deste ano, o Avalie Alfa.
Quanto à alfabetização das pessoas com deficiências, a rede municipal conta com a
Escola Louis Braille, que desenvolve atividades para pessoas com deficiência visual e a
Sociedade Pestallozzi de Catu, que atende diferentes tipos de deficiências, tendo seu

46
funcionamento assegurado por meio de convênio firmado com a gestão municipal, por meio
da Smec. Apesar da existência dessas instituições, muito ainda há por fazer no atendimento
a pessoas com deficiências, principalmente, na formação dos professores.
Não há avanços no uso das novas tecnologias como aliadas à alfabetização das
crianças. Algumas escolas possuem computadores, mas não dispõem de projetos pedagógicos
que contemplem atividades que insiram o computador na formação inicial de crianças, como
um recurso complementar nos processos de aprendizagem. Este ano a Smec está implantando
um Plano de Ação para a ativação dos laboratórios de informática nas escolas, atrelado à
implantação do sistema e-educar.
Há o empenho da Secretaria da Educação Municipal, dos coordenadores e da equipe
escolar para que a proposta pedagógica garanta ao educando a alfabetização ao final do
terceiro ano. Porém, percebe-se que, ao longo desse processo, a família, na maioria dos casos
está ausente, o que torna o trabalho pedagógico mais difícil. A parceria entre escola e família
é fundamental para que se alcance êxito no processo de aprendizagem, principalmente nessa
etapa, em que a criança precisa de todo apoio possível.

2.3.7 Qualidade da Educação Básica

O Brasil possui profundas desigualdades econômicas, culturais e políticas, que


requerem uma dupla ação: do Estado e da sociedade civil. Do Estado, demanda-se o
estabelecimento de políticas públicas articuladas e voltadas para a redução dessas enormes
diferenças, isto é, políticas de inclusão que permitam a todos os brasileiros o usufruto das
conquistas científicas e tecnológicas que estão à disposição nesse novo milênio. Da sociedade
civil, demanda-se uma ação de cidadania que lute pela manutenção dos direitos adquiridos e
pela ampliação de novos direitos, participando ativamente da vida do país, consolidando a
democracia participativa.
Algumas das atuais políticas públicas estão voltadas para a inclusão social efetiva de
diversos segmentos sociais que historicamente ficaram, e ainda estão secundarizadas na
sociedade: negros, índios, mulheres, homossexuais, portadores de necessidades especiais,
dentre outros. Outras se voltam para a correção do fluxo escolar e a oferta de escolarização
para aqueles que não tiveram oportunidade de estudar no tempo adequado. Outras, ainda,
voltam-se para a efetivação de um processo educativo mais eficiente, eficaz e relevante.
Todas, enfim, apresentam-se como ações que visam minimizar a enorme dívida social
existente com a escolaridade da população brasileira. Importante ressaltar que além da
exclusão social produzida na sociedade, que impede o acesso à escola, persiste no interior das
instituições escolares outra forma de exclusão: a exclusão escolar. Ela ocorre a partir da prática
de uma educação equivocada, insensível e elitista, que expulsa do ambiente escolar um

47
contingente significativo de estudantes. A mencionada exclusão nasce com a repetência,
evasão e violência simbólica que pré-determinam quem terá ou não sucesso no processo
educativo. Se assim é, além das políticas públicas de inclusão estabelecidas pela União,
Estados/DF e Municípios, a escola também necessita delimitar políticas internas que garantam
a permanência dos estudantes no seu interior e lhes propicie o pleno desenvolvimento de suas
potencialidades e o atendimento às suas necessidades.
A educação escolar tem ocupado um lugar central no debate sobre a democratização
das políticas públicas para o setor. Entretanto, é preciso ter em conta que, diferentemente de
outros momentos que marcaram o desenvolvimento da sociedade brasileira, não é mais
possível a afirmação de um projeto de nação sem que as pessoas usufruam de um patamar
educacional onde a escola básica de qualidade seja garantida e usufruída como direito.
Neste contexto, uma consciência nacional deve ser fomentada no sentido não só do
reconhecimento da importância da escolarização na construção de uma sociedade soberana e
democrática, como também no sentido de uma efetivação prática dessa valoração.
A educação escolar, compreendida como instrumento para a transformação social e
comprometida com a qualidade social da educação, é conhecida e reconhecida como educação
emancipadora. Uma educação de qualidade envolve, portanto, dimensões intra e
extraescolares. Tais dimensões, segundo Dourado devem se articular com vistas à efetivação
de políticas e ações concernentes à garantia de um padrão de qualidade na educação. Nesse
sentido, tais dimensões:
...afetam, sobremaneira, os processos educativos e os resultados
escolares em termos de uma aprendizagem mais significativa, na
medida em que incidem diretamente nos processos de organização e
gestão, nas práticas curriculares, nos processos formativos, no papel e
nas expectativas sociais dos alunos, no planejamento pedagógico, nos
processos de participação, na dinâmica da avaliação e, portanto, no
sucesso escolar dos estudantes. (Dourado/2005)

Portanto, se a finalidade última da educação é a formação de cidadãos, então, a


qualidade da educação aqui almejada, e estrategicamente colocada como condição para
emancipação dos brasileiros, precisa estar voltada para esse fim e necessita sustentar-se,
dentre outras coisas: a) em um Pacto Nacional pela Qualidade da Educação Básica, que
garanta sintonia de propósitos, responsabilidades e ações dos diversos segmentos sociais e de
todas as esferas do poder público; b) em políticas públicas de inclusão digital, dada a
importância que ela se reveste numa sociedade informatizada, como a nossa; c) em políticas
públicas que visem à valorização dos professores, tanto no que se refere à qualificada
formação inicial e continuada, como na implantação de plano de carreira e piso salarial
compatível com a prioridade estratégica que sua prática enseja; d) em um tipo de gestão
escolar - gestão democrática - que propicie o exercício da cidadania, promovendo a
48
participação nas decisões de todos os segmentos que compõem a escola, além da comunidade
externa, e estruturando uma escola que construa um projeto político-pedagógico que amplie a
jornada escolar, indicando a Escola de Tempo Integral a qual estamos tentando alcançar.
A educação básica de qualidade é um direito assegurado pela Constituição Federal e
pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. É o alicerce indispensável e condição primeira
para o exercício pleno da cidadania e o acesso aos direitos sociais, econômicos, civis e
políticos. A educação deve proporcionar o desenvolvimento humano na sua plenitude, em
condições de liberdade e dignidade, respeitando e valorizando as diferenças.
A educação básica obrigatória e gratuita, envolvendo a ampliação dos anos de
escolarização, vem sendo encarada como um direito e dever do estado, o que pode ser
observado por meio das políticas e programas educacionais de cada país. Além disso, a
educação básica envolve educação infantil, geralmente de cinco anos de duração (de 0 a 5
anos), o ensino fundamental (de 6 a 14 anos) e o ensino médio, com duração de três anos (de
15 a 17). Verifica-se maiores preocupações com a garantia de padrões mínimas de qualidade,
que inclui a igualdade de condições para o acesso, permanência e desempenho escolar.
A exigência contemporânea de melhoria da qualidade da educação, com o objetivo de
promover o desenvolvimento de habilidades e competências, tendo em vista o mundo do
trabalho e o exercício da cidadania, tem levado os sistemas educativos a reconhecer a
complexidade do fenômeno educacional e a pensar a questão da qualidade em todos os fatores
externos e internos que afetam a aprendizagem das crianças, jovens e adultos.
Na organização curricular da Educação Básica, deve-se observar as diretrizes comuns
a todas as suas etapas (infantil, fundamental e médio), modalidades (Especial, EJA, Campo,
Indígena, Profissional, EAD, Quilombola, nos estabelecimentos prisionais) e orientações
temáticas, respeitadas suas especificidades e as dos sujeitos a que se destinam. Essas diretrizes
devem dialogar, vertical e horizontalmente, de modo simultâneo e indissociável, para que se
possa assegurar a necessária coesão dos fundamentos que as norteiam.
A implementação do sistema de avaliação visa aferir o desempenho escolar e subsidiar
o processo de gestão e tomada de decisão, além da efetivação de programas suplementares ou
de apoio pedagógico que se articulem às especificidades dos sistemas educativos.
É crucial para a transformação da educação no município que se desenvolva uma
cultura de mediação e acompanhamento do desempenho dos alunos, de forma abrangente,
onde os resultados aferidos sirvam de instrumentos pedagógicos para o desenvolvimento de
programas de recuperação que garantam a aquisição das competências consideradas como
pré-requisitos para a etapa posterior. O município, ao definir metas para cada uma das etapas
da educação básica e dar transparência dos resultados para a sociedade vem criando um círculo
virtuoso de cobrança e prestação de contas. Neste contexto, deve-se buscar sempre que

49
possível o aperfeiçoamento da Provinha Brasil, ANA e Ideb e a sua utilização para o
monitoramento da melhoria da qualidade da educação do município, incluindo eventuais
ajustes nas metas para buscar objetivos mais ambiciosos quanto possível.

Tabela 20. Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) no Ensino Fundamental 2005/2013
Anos Iniciais do Ensino Fundamental Anos Finais do Ensino Fundamental
Âmbito de IDEB Observado Metas IDEB Observado Metas
Ensino 2005 2007 2009 2011 2013 2021 2005 2007 2009 2011 2013 2021
Brasil Total 3,8 4,2 4,6 5,0 5,2 6,0 3,5 3,8 4,0 4,1 4,2 6,0
Rede Estadual 3,4 3,5 3,6 3,7 3,7 5,2 3,4 3,5 3,7 3,9 5,2
Rede Estadual 2,6 2,7 2,8 2,9 3,1 4,7
no Município
Rede 2,7 3,6 4,1 4,3 3,3 5,2 1,9 3,3 2,5 2,7 2,8 4,6
Municipal
Fonte: Disponível em: http://portal.mec.gov.br/ide/2008/gerarTabela.php. Acesso em 16 jan. 2014.

O Ideb 2013 nos anos finais da rede municipal cresceu, mas não atingiu a meta,
o que mostra que o município precisará garantir mais alunos aprendendo e com um fluxo
escolar adequado. Já o Ideb dos anos iniciais, além de não atingir a meta, ainda teve queda, o
que foi ocasionado pelo número de reprovações e desistência. O desafio de recuperar o
crescimento e atingir a meta neste caso é significativo e vai precisar de um esforço conjunto
de toda a comunidade escolar, juntamente com a Smec.

Figura 2: Quadro de Proficiência

2007 2009
Português
175,09 220,09
Português Português 170,28 240,92
Português
5º ano 9º ano 5º ano 9º ano

Matemática 189,47 233,97 Matemática Matemática 191,63 238,85 Matemática


5º ano 9º ano 5º ano 9º ano
2011 2013
Português Português Português Português
169,78 237.58 163,06 228,81
5º ano 9ºano 5º ano 9º ano

Matemática 188,21 245,03 Matemática Matemática 173,56 233,46 Matemática


5º ano 9º ano 5º ano 9º ano

Fonte: Disponível em: http://www.qedu.org.br/cidade/proficiencia. Acesso em: 16 março. 2015.


A análise da evolução do nível de proficiência correspondente ao Ensino Fundamental
é insuficiente, já que a média em Matemática é de 173,56 e em Português de 163,06 para os
anos iniciais; e dos anos finais é 233,46 em Matemática e 228,81 em Português, o que coloca
o município em alerta, e com o desafio de criar estratégias que possam levar este quadro a
uma evolução satisfatória.

50
Tabela 21: Matriculas no ensino fundamental I
AMatrícula Evasão Aprovação Reprovação Matrícula final
ano inicial
2012 1.09 09 985 39 1.024
1
2013 1.01 07 792 189 981
5
2014 12 788 115 903
943

Tabela 22: Matricula no ensino fundamental II


AMatrícula Evasão Aprovação Reprovação Matrícula final
ano inicial
22012 374 45 212 62 274
22013 361 24 235 65 300
22014 290 13 178 90 268

Tabela 23: Matricula da EJA


Ano Matrícula Evasão Aprovação Reprovação Matrícula final
inicial
2012 167 57 35 33 68
2013 109 14 49 00 104
2014 240 35 121 03 200
Fonte: Smec

2.4. VALORIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO

O município tem investido na melhoria do nível de qualificação dos profissionais em


educação, promovendo oportunidades para que todo o seu quadro de professores do
Fundamental I tenha licenciatura em pedagogia, o que está sendo feito em parceria com a
Universidade do Estado da Bahia. Além disso, promove cursos de formação continuada, bem
como palestras e acompanhamento regular do trabalho destes profissionais nos seus locais de
atuação.

Tabela 24. Função docente por etapas e modalidades da Educação Básica - Rede Municipal
Etapas e Modalidades da
Educação Básica
C/Lic C/EM C/NM Total
Regular – Creche 1 - 15 16
Regular – Pré-Escola 11 - 30 41
Regular – Anos Iniciais do Ensino 32 1 68 101
Fundamental
Regular – Anos Finais do Ensino 89 20 66 175
Fundamental
Educação de Jovens e Adultos – 9 1 13 23
Anos Iniciais do Ensino
Fundamental/Presencial
Educação de Jovens e Adultos – - - - -
Anos Iniciais do Ensino
Fundamental/Semipresencial
51
Educação de Jovens e Adultos – 36 6 13 55
Anos Finais do Ensino
Fundamental/Presencial
Fonte: Disponível em: http://portal.mec.gov.br/ide2010. Acesso em: 24 mai. 2015.

Tabela 25. Número de professores e coordenadores das redes municipal, estadual e particular
em 2013
Profissionais Educação Infantil Ensino Fundamental Ensino Médio
do Magistério
Estadual Munic. Part. Estadual Munic. Part. Estadual Munic. Particular

Professores 00 40 45 44 213 116 59 00 16

Coordenadore 00 4 11 2 26 12 2 - -
s

Fonte: Secretaria Municipal de Educação e Diretoria Regional (Direc) 2014.

Os professores, coordenadores e supervisores atualizam-se com frequência por meio


de cursos, encontros, eventos pedagógicos, além das parceiras feitas com as Universidades
(Uneb e UFBA), a exemplo do Parfor (Plataforma Freire).
Há, historicamente no município, uma grande rotatividade de docentes nas escolas,
haja vista que o número de efetivos não supre toda a necessidade da rede e, ainda, a partir de
2013 tem havido muita demanda por licença-prêmio, pois a liberação nos oito anos anteriores
foi reprimida, resultando em docentes com reais necessidades de afastamento.
A elaboração de um novo Plano de Carreira para os Profissionais do Magistério é uma
demanda de muitos anos da categoria e um compromisso assumido pela atual gestão do
município. Foi constituída uma Comissão com integrantes do poder público e das
representações do magistério municipal para analisar um texto apresentado pelo sindicato da
categoria. A versão final está sendo analisada, e já em processo de finalização, por uma
consultoria contratada pelo município, com o objetivo de apresentar um estudo de impacto
para a próxima década, partir da sua implantação.

Tabela 26. Profissionais da educação, por nível de escolaridade na Rede Municipal em 2013.
Nível da Escolaridade
Cargos Nº Ensino Ensino Ensino
Fundamental Fundamental Médio Outros
Incompleto Completo Completo
Merendeira 34 25 --- 09
Vigilante 89 -- 89 --
Serviços Gerais 113 06 12 95 ---
Secretário Escolar 14 --- --- 14 ---
Porteiro 05 --- --- 05 ---
Outros 55 --- --- 55 ---
Total 310 31 101 178
Fonte: Secretaria Municipal de Educação, 2014.

Os dados da tabela evidenciam um quadro insuficiente de profissionais da educação


para uma rede pública formada por 41 instituições. Destaca-se a necessidade de viabilizar
52
investimentos com a formação de um quadro efetivo completo ao longo do tempo e a garantia
da qualidade dos serviços prestados.

Tabela 27. Profissionais da educação, por situação funcional na Rede Municipal em 2013.
Situação Funcional
Cargos Nº Servidor Concursado Contrato Tempo
Total Público CLT Temporário Outro exercício
no cargo
Merendeira 34 25 -- 9 --
Vigilante 89 83 -- 6 --
Serviços 155 113 --- 42 ---
Gerais
Secretário 24 14 --- 10 ---
Escolar
Porteiro 11 05 --- 06 ---
Outros 74 55 --- 19 ---
Total 387 295 92
Fonte:Secretaria Municipal de Educação, 2015.

Está evidenciado na tabela que o quadro efetivo de funcionários ainda não atende a
demanda educacional do município, porém, estes são assistidos com ações que visam a
treinamento pessoal, técnico e administrativo, através de cursos de capacitação em algumas
áreas, como merendeira e vigilante, sendo necessário estender a outros profissionais estes
cursos. Não existe uma avaliação institucional dos funcionários, além das informações
fornecidas pelos gestores escolares. Mas a participação destes nas decisões e atividades das
escolas ocorre através do Conselho Escolar.

2.5. GESTÃO DEMOCRÁTICA DO ENSINO PÚBLICO


As ações da Smec vêm se pautando pelos princípios da gestão democrática com
autonomia das unidades escolares, com a descentralização das decisões pedagógicas,
administrativas e financeiras. No entanto, a efetivação da gestão democrática nas escolas
ocorre ainda muito centrada na figura do diretor. Os conselhos escolares são bienais, nem
sempre acompanhando a equipe gestora, pois cada gestão tem duração de três anos. A função
dos conselhos escolares precisa ser fortalecida e a revisão do PPP e do regimento escolar ser
feita com a participação da comunidade.
O município possui sistema de educação próprio, criado pela Lei nº 189 de 22/12/2009.
O Conselho Municipal de Educação (CME) foi instituído sob a Lei de nº 029/94, e aqui vale
salientar alguns pontos relativos à sua estruturação e funcionamento. O CME dispõe de
regimento próprio, com funções normativas, consultivas, deliberativas, fiscalizadora e
mobilizadora. Tem também o Conselho de Políticas Culturais, instituído sob a Lei de Nº 133,
de 15 de abril de 2014, o de Controle e Acompanhamento Social do Fundo Nacional da
Educação Básica (Fundeb), Lei Nº 127, de 02de maio de 2007, e o Conselho de Alimentação
Escolar (CAE), criado por meio da Lei nº 40/95, como um órgão deliberativo, fiscalizador e

53
de assessoramento, que tem por finalidade principal acompanhar a aplicação dos recursos
federais transferidos à conta do PNAE; e Conselhos Escolares. Todos estes contam com
regimentos próprios, o que faz com que estejam em constante atuação para a melhoria da
educação pública, através da fiscalização da aplicabilidade dos recursos públicos e da
qualidade dos serviços prestados. No entanto, é notória a dificuldade enfrentada, muitas vezes,
para que as pessoas participem de conselhos.
A Smec é o órgão de planejamento, coordenação e execução da política educacional
do município. Para isso conta com uma estrutura administrativa, pedagógica e financeira que
visa operacionalizar a dinâmica educacional do município em nível de rede, em atendimento
a toda a rede municipal de ensino.
A Smec, pautada no Documento Princípios e Eixos da Educação em Catu para o quadriênio
2013-2016, vem promovendo as seguintes ações:
a) Freire Valorização dos profissionais da educação com os programas de formação para
professores no ciclo de alfabetização (1º ao 3º ano); 4º ao 9º ano; EJA; Educação
Infantil e Educação Especial.
b) Formação em nível de graduação em Pedagogia para os professores efetivos e
contratados, por meio da Uneb/Plataforma.
c) Construção, reconstrução, reforma e ampliação da estrutura física de unidades escolares
da rede municipal.

d) Municipalização, ampliando a oferta de vagas disponíveis na rede para o ensino


fundamental II.
e) Construção da Escola Louis Braille, que atende aos deficientes visuais e auditivos.
f) Criação da Escola de Música.
g) Implantação de oficinas de Teatro e Dança.
h) Implantação do Programa Mais Educação.
i) Formação continuada em Educação Inclusiva (Braille, Soroban e Libras).
j) Fornecimento de materiais para os educandos (fardamento, material didático-
pedagógico, mochila e kit escolar).
k) Criação do projeto “A estética como movimento: educação, cultura, meio ambiente,
arte e memória”.
Ao Departamento Pedagógico da Smec cabe a organização, acompanhamento e
monitoramento pedagógico das unidades escolares, sendo formado por um quadro de 30
coordenadores pedagógicos, todos licenciados em pedagogia, sendo três contratados. Foi
acrescida à equipe de coordenadores pedagógicos os articuladores da área de linguagens,
matemática, ciências naturais e ciências humanas e supervisores escolares.
Para a demanda que se apresenta, mesmo com a ampliação do quadro de
coordenadores há necessidade de uma equipe técnica pedagógica que atenda às
especificidades de cada segmento no que tange principalmente à organização, avaliação e
54
monitoramento dos programas e diretrizes educacionais. Sendo assim, é necessário que cada
unidade escolar tenha o seu coordenador pedagógico com carga horária compatível com seu
porte.
Os programas e projetos implementados pela Smec refletem a perspectiva da melhoria
da qualidade dos serviços educacionais. Com a implantação do ensino de nove anos em 2007,
a rede vem adequando-se à demanda e ao atendimento a crianças de 06 anos no ensino
fundamental, em atendimento às suas necessidades e respeito aos aspectos psicossociais desta
criança.
A Smec, com a adesão ao compromisso TODOS PELA EDUCAÇÃO, que faz parte
do conjunto de metas do Plano de Desenvolvimento da Educação, implantou os programas
PACTO/PNAIC com formação de professores do ciclo de alfabetização. Fazendo-se uma
avaliação do impacto dessa formação na sala de aula e na aprendizagem dos alunos, ao longo
dos 05 anos do ensino fundamental I, a equipe que coordena os Programas, junto com o
Departamento Pedagógico relacionou as medidas que devem ser tomadas para a garantia da
continuidade do sucesso dessa meta: a necessidade da permanência dos professores
contratados, por meio de concurso público; e a garantia do espaço para A.C. (espaço para
coordenação) na carga horária dos professores em todas as séries.
Na EJA (Educação de Jovens e Adultos) a Secretaria implantou, em 2013, uma nova
proposta curricular, construída com os professores, em dois anos de formação continuada. A
implantação do Tempo Formativo Juvenil para os educandos de 15 a 17 anos, com um
currículo próprio a essa faixa etária, retirou do turno noturno esses jovens, favorecendo a
implantação dos tempos formativos para as pessoas com idade a partir dos 18 anos.
Historicamente, os índices de evasão da EJA são grandes. No entanto, fatores como a
violência, o envolvimento de educandos com o tráfico e as drogas têm trazido insegurança e
temor, o que também contribui para a diminuição da matrícula e frequência irregular.
Os adolescentes com defasagem de idade/série/déficit de aprendizagem na faixa etária
de 15 a 17 anos são acolhidos pedagogicamente em uma proposta pedagógica diferenciada de
atendimento, dentro da perspectiva do jovem que teve o seu percurso escolar interrompido.
Tem sido um desafio a conquista desses educandos, mas uma das perspectivas é o de se
adicionar uma equipe multidisciplinar e dar um viés de formação para o trabalho, para que se
possibilite a estes jovens vislumbrar outras perspectivas de vida.
O Programa MAIS EDUCAÇÃO foi implantado em 2014 em 21 escolas da rede. A
dificuldade tem sido a adequação do espaço físico da escola a uma proposta de ampliação da
jornada escolar do aluno. Nesse sentido a Smec vem adequando a estrutura física das escolas,
fornecendo a alimentação, o material didático e o pessoal de apoio. Mesmo com as

55
dificuldades, as escolas têm relatado melhora significativa no comportamento dos educandos
que fazem parte do programa.
Atualmente o que vem apontando como uma crescente necessidade na rede é o
fortalecimento da equipe multidisciplinar (Assistente Social/ Psicopedagogo) com vinculação
ou parceria com a Secretaria de Saúde, para que venha a prestar atendimento aos educandos.
O fortalecimento dessa equipe, com o aumento do número de profissionais possibilitará uma
melhor aprendizagem aos educandos. O Núcleo de apoio psicopedagógico (NAPS) não tem
dado conta da demanda que se apresenta, sendo necessário criar um elo de parceria entre a
Secretaria de Educação e a da Saúde, no sentido de promoção biopsicossocial dos alunos para
efetivação de aprendizagem.

ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO E


CULTURA – SMEC

GABINETE DA SECRETÁRIA
DE EDUCAÇÃO E CULTURA

DEPTº
DEPARTAMENTO ADMINISTRATIVO DEPARTAMENTO DEPARTAMENTO
TÉCNICO PEDAGÓGICO DE CULTURA

DIVISÃO DE
DIVISÃO DE PROGRAMAS, EDUCAÇÃO
PROJETOS E DE SETOR DE U
INFANTIL
ACOMPANHAMENTO
TRANSPORTES SETOR DE N
DAS AÇÕES DA
MANUTENÇÃO I
SECRETARIA MUNICIPAL
DE EDUCAÇÃO ESCOLAR
D

SETOR DE SETOR DE A
RECURSOS PATRIMÔNIO DIVISÃO DE ENSINO D
DIVISÃO DE EXECUÇÃO HUMANOS E FUNDAMENTAL I
E
ORÇAMENTÁRIA E ALMOXARIFADO
GERAL S
FINANCEIRA DO FUNDO
MUNICIPAL DE
EDUCAÇÃO SETOR DE E
FME DIVULGAÇÃO S
E AUDIOVISUAIS DIVISÃO DE ENSINO C
FUNDAMENTAL II
O
SETOR DE L
SETOR DE MERENDA
ESCOLAR A
ESTATÍSTICAS
E REGISTROS R
E
S
SETOR DE MATERIAL
DIDÁTICO
56
Uma das grandes conquistas dos profissionais da educação foi a aprovação do Estatuto
do Magistério Público Municipal, sob a Lei nº 068/96, que regulamenta os direitos e deveres
dos professores, bem como disciplina o processo de eleição direta para Diretores e Vice-
diretores das Unidades Escolares da rede pública municipal, assegurando o processo
democrático da gestão pública nas escolas. As últimas eleições diretas, em 2014, ocorreram
após uma prova, na qual os candidatos demonstraram seus conhecimentos de gestão escolar.
Os aprovados puderam concorrer ao pleito.
Implantado no município de Catu, através do Decreto nº 085 de 23 de outubro de 2013o
Programa Municipal da Educação para a Diversidade Cultural e Étnico Racial tem o objetivo
de implementar as Leis federais nº 10.639 e 11.645/2008, que torna obrigatória a inclusão de
História e Cultura Africana, Afro-Brasileira e Indígena nos currículos escolares das redes de
ensino público e privada. Compreendendo a História e Cultura Afro-brasileira e Indígena
como temática fundamental para a contribuição do desenvolvimento do ser humano enquanto
cidadão, respeitando e valorizando a diversidade étnico-racial que compõe a sociedade
brasileira, a SMEC vem promovendo a formação continuada nessa temática,
A rede municipal de ensino de Catu conta ainda com o trabalho de uma Assistente
Social que procura desenvolver ações integradas com o Setor Pedagógico da SMEC,
objetivando prestar atendimento a casos de demanda social da rede municipal, visando
contribuir com o ajustamento emocional dos alunos, através das principais ações realizadas,
como visitas domiciliares.
A rede conta também com o Núcleo de Apoio Psicossocial, que faz atendimento
individualizado, para facilitar a visualização dos indícios que levam os estudantes a não
demonstrarem interesse em “aprender”, além de tentar entender os casos de violência
apresentado por alguns, e também de indisciplina. A equipe de atendimento do NAPS é
composta por um psicólogo, uma assistente social e uma psicopedagoga. Esse Núcleo está em
processo de reformulação, em parceria com a Sesau, para ser transformado no Centro
Educacional de Atendimento Multidisciplinar Especializado (Ceame).
O acompanhamento pedagógico é parte importante para melhoria da qualidade da
aprendizagem, e esse é feito através dos coordenadores que atuam nas escolas e que integram
a equipe do departamento pedagógico da SMEC, selecionados para a importante função de
mediar e intervir pedagogicamente nas atividades escolares. A equipe pedagógica da
Secretaria de Educação conta ainda com articuladores e supervisores, que são profissionais do

57
quadro de professores com experiência de ensino, que fazem o acompanhamento diário das
ações e atividades desenvolvidas pelos docentes.
Partindo do princípio da gestão democrática, duas coisas se tornam fundamentais na
gestão das escolas: a existência do Projeto Político Pedagógico, cuja elaboração está sendo
feita de forma participativa, com todos que compõem a comunidade escolar (alunos,
professores, pais, coordenadores e funcionários), que imprimem em sua proposta a visão e
vivência da educação em cada unidade da rede; e a eleição para dirigentes escolares, que
ocorrem em cada unidade escolar com a participação da comunidade, através da apresentação
de um plano de trabalho a ser desenvolvido nos três anos de gestão e da eleição direta. Em
2014, a escolha se deu a partir de uma prova de conhecimentos, seguida do processo eleitoral.

2.6. RECURSOS FINANCEIROS PARA A EDUCAÇÃO NO MUNICÍPIO

2.6.1. Investimento Público em Educação

Este item fundamenta a análise dos recursos financeiros aplicados à educação pelo
governo municipal. Os dados das tabelas a seguir vão fornecer uma visão das possibilidades
de realização das ações necessárias para melhorar o quadro educacional do município.

Tabela 28. Outras receitas com o setor educacional do município de Catu


administradas pela prefeitura (2010/2013)
Alimentação Transporte Outras
Ano Convênios Total
escolar Escolar receitas

2010 501.143,59 115.516,38 0 493.791,20


1.110.451,17
2011 472.380,00 278.059,81 23.611,95 585.275,17 1.359.326,93
2012 502.284,00 236.821,73 0,00 654.786,58 1.393.892,31
2013 505.300,00 238.979,28 123.784,21 1.073.346,19 1.941.409,68
2014
Fonte: Secretaria Municipal da Educação / Secretaria da Administração/ Prefeitura Municipal, 2014.

Tabela 29. Recursos aplicados em educação pelo governo municipal de Catu, por nível ou
modalidade de ensino (2010/2013)
Ensino Ensino
Ano Ed. Infantil EJA Outros Total
Fundamental Médio
2010 1.012.935,08 12.680.403,35 0,00 446.936,74 207.649,39 14.347.924,56
2011 1.977.961,38 13.343.909,27 0 3.438.461,66 137.253,80 18.897.586,11
2012 4.211.708,55 15.948.906,07 2.061.590,69 760.766,12 22.982.971,43
2013 3.226.401,00 18.279.182,02 2.530.851,49 105.132,71 24.141.567,22
2014
Fonte: Secretaria Municipal da Educação, Secretaria da Administração, Prefeitura Municipal, 2014.

58
As tabelas a seguir demonstram as despesas com educação no município, por categoria
econômica e elemento de despesa, favorecendo a identificação de lacunas e insuficiências de
recursos para atendimento às prioridades, assim como para a busca de equilíbrio no
planejamento a longo prazo e nos próximos orçamentos.

Tabela 30. Despesas com educação do município Catu por categoria e elemento de despesa (2010/2013)

Despesas correntes Despesas de capital

Ano Mat. Obra e


Pessoal Subtotal Equipamentos Subtotal Total
Consumo Instalações

2010 10.549.317,66 2.005.781,47 12.555.099,13 112.176,64 112.176,64 12.667.275,77

2011 12.598.607,15 1.255.050,74 13.853.657,89 1.089.140,92 1.089.140,92 14.942.798,81

2012 15.167.635,90 1.769.418,74 16.937.054,64 390.950,89 203.649,43 594.600,32 17.531.654,96

2013 17.779.046,23 1.217.021,49 18.996.067,72 381.475,71 358.577,68 740.053,39 19.736.121,11


2014
Fontes: Secretaria Municipal da Educação, Secretaria da Administração, Prefeitura Municipal (2014).

Tabela 31. Receita e aplicação dos recursos recebidos do FUNDEB no Município X em


(2010/2013)

Aplicação
Total
Ano Capacitação dos
recebido Salário dos professores Gastos com MDE
leigos

2010 11.076.319,39 7.092.588,00 3.975.350,02 11.067.938,05


2011 13.891.226,05 8.705.920,19 5.185.305,86 13.891.226,05
2012 15.911.638,30 11.114.436,63 4.737.405,28 15.851.841,91
2013 15.707.100,24 12.566.973,62 3.090.776,91 15.657.750,53

Fonte: Secretaria da Administração e/ou Fazenda do Município, 2014.

Tabela 32. Aplicação no Ensino Fundamental – Exercício 2013 (Em R$)

Dos recursos Da aplicação


Receita de 25% da receita
Total aplicado
impostos e de impostos e % aplicado
em educação
transferências transferências

53.310.350,50 13.327.587,63 23.345.967,55 26,38%

59
Fonte: Tribunal de Contas dos Municípios, 2014.

Tabela 33. Aplicação no Ensino Fundamental – Exercício 2014 (Em R$)

Dos recursos Da aplicação


Receita de 25% da receita de
Total aplicado em
impostos e impostos e % aplicado
educação
transferências transferências

Fonte: Tribunal de Contas dos Municípios,2014.

A tabela a seguir demonstra a prestação de contas feita por meio do Sistema de Informações
Orçamentárias em Educação (Siope).

Tabela 34. Recursos da Educação no PPA (2010/2013)

Programa/projetos/ativid
ANOS Previsto em R$ Total utilizado
ades educacionais

EDUCAR PARA
2010 12.429.700,00
TRANSFORMAR
EDUCAR PARA
2011 13.714.735,00
TRANSFORMAR
EDUCAR PARA
2012 16.767.888,00
TRANSFORMAR
EDUCAR PARA
2013 18.806.335,00
TRANSFORMAR
Total 61.718.658,00
Fonte: Prefeitura Municipal, 2014.

A sociedade civil, responsável pelo controle social, tem sido pouco representada no
processo de elaboração do Plano Plurianual (PPA). As reuniões nos bairros atraem poucos
participantes, e o acompanhamento e execução das políticas públicas limita-se em grande
parte à Câmara de Vereadores.
A Secretaria Municipal de Educação demonstra conhecer os procedimentos e as
responsabilidades para a realização de despesas, aquisição de materiais e de transferências
vinculados à Educação, entendendo que o financiamento da educação deve atender o que
preconiza a legislação para o enfrentamento de problemas cruciais, como o acesso, a
permanência e a aprendizagem dos educandos, em todos os níveis e modalidades.
A gestão da Secretaria Municipal da Educação tem conhecimento do orçamento
público em que são expressos a previsão de arrecadação das receitas e o planejamento de sua
alocação nos programas e ações que serão implementados pela administração pública para
atender às necessidades da coletividade.

60
O município tem fortalecido os mecanismos e os instrumentos que asseguram, a
transparência e o controle social na utilização dos recursos públicos aplicados em educação,
especialmente pela realização de audiências públicas, e da disponibilização dos dados
solicitados pelos conselhos de acompanhamento e controle social, especialmente o do Fundeb
e o CAE. Todas as informações são disponibilizadas pela Secretaria de Educação, bastando
que sejam solicitadas.

3. METAS E ESTRATÉGIAS

Meta 1 – Universalizar, até 2016, a Educação Infantil na pré-escola para as crianças de 4


(quatro) a 5 (cinco) anos de idade e ampliar a oferta de Educação Infantil em creches de forma
a atender, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) das crianças de 3 (três) anos até o final da
vigência deste PME.
Indicador 1A:
Percentual da população de 4 a 5 anos, residentes no município, matriculadas em pré-escola.
Fórmula: (nº de crianças de 4 a 5 anos matriculados em pré-escola) x 100
população de 4 a 5 anos no município
Indicador 1B:
Percentual da população de 0 a 3 anos, residentes no município, matriculadas em creche.
Fórmula: (nº de crianças de 0 a 3 anos matriculados em creche) x 100
população de 0 a 3 anos no município
Estratégias:
1.1- Ofertar progressivamente a educação infantil em horário integral em 10% da rede pública
municipal até o último ano de vigência desse plano.
1.2- Adequar e/ou construir centros de educação infantil, mantidos pelo poder público
municipal e em colaboração com a União, de acordo com os padrões de infraestrutura
estabelecidos para a educação infantil.
1.3- Fomentar a participação das famílias de baixa renda, com crianças matriculadas na
educação infantil, nos programas sociais vinculados ao poder público.
1.4 - Ofertar vagas nas escolas do campo para as crianças, limitando a nucleação e o
deslocamento destas, de forma a atender as especificidades das comunidades rurais.
1.5 - Articular parcerias com órgãos de atendimento e da defesa dos direitos da criança
(CMDCA, CREAS, CRAS, Conselho Tutelar e Agentes de Saúde) para recensear as crianças
na faixa etária de 0 a 5 anos; fazer a chamada escolar e acompanhar a permanência delas nas
instituições educacionais.
1.6 - Fornecer e ampliar o acervo literário, de brinquedos, de jogos, de instrumentos
musicais/sonoros, de tecnologias educacionais, de materiais e objetos educativos nas escolas
e centros de educação infantil, possibilitando às crianças o acesso a novas aprendizagens e
ampliação de conhecimentos.

61
1.7- Manter o fornecimento do fardamento e kit escolar a todas as crianças; e cardápio
balanceado na alimentação escolar.
1.8 - Manter, ampliar e melhorar o Programa Municipal de Transporte Escolar, de modo a
atender com qualidade e segurança as crianças residentes em localidades distantes, atendendo-
as também em eventos, excursões e passeios educativos.
1.9 - Destinar professores auxiliares para as classes de educação infantil, quando o número de
crianças alcançar o máximo previsto na portaria de matrícula, em toda a vigência do Plano.
1.10 - Promover cursos de formação continuada e acompanhamento pedagógico aos docentes
da educação infantil durante a vigência deste Plano.
1.11 – Promover a busca ativa de crianças em idade correspondente à educação infantil, em
parceria com os órgãos públicos de assistência social, saúde e proteção à infância, preservando
o direito de opção da família em relação às crianças de até 3 (três) anos.

Meta 2- Universalizar o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos para toda a população de 6


(seis) a 14 (quatorze) anos e garantir que pelo menos 95% (noventa e cinco por cento) dos
alunos concluam essa etapa na idade recomendada, até o último ano de vigência deste PME.
Indicador 2A:
Percentual da população de 6 a 14 anos, residentes no município, matriculadas no Ensino
Fundamental.
Fórmula: (nº de alunos de 6 a 14 anos matriculados no Ensino Fundamental) x 100
população de 6 a 14 anos no município
Indicador 2B:
Percentual de pessoas de 16 anos com pelo menos o Ensino Fundamental concluído.
Fórmula: (nº de pessoas de 16 anos com Ensino Fundamental completo) x100
população de 16 anos no município
Estratégias:
2.1 - Promover, em regime de colaboração com o Estado, a chamada escolar.
2.2- Promover ações para fortalecer a integração entre escola, a família e a comunidade,
incentivando a participação dos pais ou responsáveis no acompanhamento das atividades
escolares dos filhos.
2.3- Assegurar, ampliar, melhorar e monitorar o funcionamento do transporte escolar, de
modo a garantir um atendimento com qualidade e segurança aos alunos residentes em
localidades distantes, atendendo-os também em eventos, excursões e passeios educativos.
2.4- Implementar ações de prevenção à evasão escolar, visando a permanência do educando
até o final do ensino fundamental, com atividades que promovam o desenvolvimento e
estímulo de habilidades esportivas e culturais nas escolas.
2.5- Reduzir, em 80%, no prazo de cinco anos da vigência do PME, a evasão e a repetência
no Ensino Fundamental.
2.6- Assegurar o atendimento aos alunos com defasagem no processo de aprendizagem, por
meio de programas e/ou medidas de acompanhamento pedagógico e/ou psicopedagógico e, se
necessário, psicológico.
62
2.7- Assegurar o provimento de material didático-pedagógico e recursos midiáticos (software
e acesso à internet), que apoiem a práxis dos professores.
2.8- Promover e apoiar ações de combate às drogas e à violência; e ampliar, em parceria com
a Polícia Militar, o PROERD.
2.9- Manter e ampliar a formação continuada dos professores que atuam no Ensino
Fundamental.
2.10- Incluir nos projetos político-pedagógicos e proposta curricular das escolas a temática da
diversidade: cultural, religiosa, étnica e de gênero.
2.11- Promover atividades de desenvolvimento e estímulo a atividades esportivas nas escolas,
implementando a prática da educação física em todos os anos do ensino fundamental,
vinculadas a um plano de incentivo à prática desportiva.
2.12- Estimular a oferta do ensino fundamental, em especial, dos anos iniciais, para as
populações do campo nas próprias comunidades.
2.13- Promover a busca ativa de crianças e adolescentes fora da escola, em parceria com os
órgãos públicos de assistência social, saúde e proteção à infância, adolescência e juventude.

Meta 3 - Universalizar, até 2025, o atendimento escolar para toda a população de 15 (quinze)
a 17 (dezessete) anos e elevar, até o final do período de vigência deste PME, a taxa líquida de
matrículas no Ensino Médio para 85% (oitenta e cinco por cento).
Indicador 3A:
Percentual da população de 15 a 17 anos que frequenta a escola ou já concluiu a educação
básica.
Fórmula: (nº de alunos de 15 a 17 anos matriculados na educação básica) x 100
população de 15 a 17 anos no município
Indicador 3B:
Percentual da população de 15 a 17 anos que frequenta o ensino médio ou possui educação
básica completa.
Fórmula: (nº de alunos de 15 a 17 anos matriculados no ensino médio) x 100
população de 15 a 17 anos no município
Estratégias:
3.1 - Fomentar, junto à Secretaria de Estado da Educação (SEC), a Chamada Escolar.
3.2 – Fomentar, junto à SEC, ações de prevenção à evasão escolar, visando a permanência do
educando até o final do ensino médio, com atividades que promovam o desenvolvimento e
estímulo de habilidades esportivas e culturais nas escolas.
3.3 –Fomentar, junto à SEC a redução, em 80%, no prazo de cinco anos da vigência do PME,
da evasão e da repetência no Ensino Médio.
3.4 – Fomentar, junto à SEC, o redimensionamento da oferta de matrícula, bem como a
distribuição territorial das escolas, de acordo com a demanda.
3.5- Fomentar, junto à SEC, a ampliação de vagas no Ensino Médio Integrado à Educação
Profissional, atendendo, também, as especificidades do campo.
63
3.6– Estimular a participação do tempo humano da juventude nos cursos das áreas
tecnológicas e científicas, em olimpíadas, fóruns, seminários e por meio de visitas a feiras.
3.7 – Adotar iniciativas, junto à SEC, para a implantação do ensino médio inovador.

Meta 4- Universalizar, para a população de 4 (quatro) a 17 (dezessete) com deficiência,


transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, o acesso à
educação básica e ao atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede
regular de ensino, com a garantia de sistema educacional inclusivo, de salas de recursos
multifuncionais, classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou conveniados.
Indicador 4 A:
Percentual da população de 4 a 17 anos de idade, com necessidades educacionais especiais,
matriculados na educação básica.
Fórmula: (nº de alunos com NEE matriculados na educação básica) x 100
população de 4 a 17 anos com NEE no município
Estratégias:
4.1 - Promover a inserção e permanência de pessoas com necessidades educacionais especiais
no sistema educacional, atendendo 100% da demanda, até o prazo de vigência deste Plano.
4.2 - Promover a reestruturação de espaços físicos, visando ao atendimento de pessoas com
deficiências, transtornos globais, superdotação e altas habilidades, possibilitando o
funcionamento das salas multifuncionais e serviços especializados.
4.3- Incluir no Projeto Político Pedagógico das escolas ações voltadas ao enfrentamento das
questões relacionadas a qualquer tipo de preconceito e discriminação.
4.4- Assegurar, nas escolas que têm alunos surdos, a presença do profissional intérprete e o
atendimento em turno oposto, em apoio ao educando.
4.5- Buscar parcerias para a formação e qualificação dos educadores que se identificam com
a aprendizagem das pessoas com necessidades educacionais especiais.
4.6 – Assegurar, até o final da vigência do Plano, a implantação de salas multifuncionais por
demanda de localidade e fomentar a formação continuada de professores para o atendimento
educacional especializado.
4.7- Prover as salas multifuncionais de materiais didáticos adaptados e de tecnologia assistiva
durante o período de vigência deste Plano.
4.8- Assegurar transporte para os educandos com necessidades educacionais especiais,
adaptado às suas necessidades.
4.9- Capacitar a equipe técnica da SMEC, para que a rede municipal de ensino implemente,
na sua totalidade, a Educação Especial na perspectiva inclusiva.
4.10- Implantar, em parceria com a Secretaria de Saúde, em dois anos, um Centro
Especializado de Atendimento Multidisciplinar, com fonoaudiólogo, psicólogo, pedagogo,
psicopedagogo, neurologista, fisioterapeuta, profissional de educação física e assistente
social, para o atendimento dos educandos com necessidades especiais.
4.11- Adequar o sistema de avaliação para atender os educandos com necessidades especiais,
construindo instrumentos adequados às suas especificidades.
64
Meta 5 - Alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o final do 3º ano do Ensino
Fundamental.
Indicador 5A:
Proficiência dos alunos do 3º ano do Ensino Fundamental em Leitura.
Indicador 5B:
Proficiência dos alunos do 3º ano do Ensino Fundamental em Escrita.
Indicador 5C:
Proficiência dos alunos do 3º ano do Ensino Fundamental em Matemática.
Estratégias:
5.1- Manter e estrutura dos processos pedagógicos de alfabetização para os anos iniciais do
Ensino Fundamental, promovendo a qualificação dos professores alfabetizadores, com apoio
pedagógico específico, de modo a garantir a alfabetização efetiva de todas as crianças até os
8 anos de idade.
5.2- Manter e ampliar a aplicação de instrumentos de avaliação institucional periódicos, a cada
ano, para diagnosticar e implementar medidas pedagógicas que garantam eficácia no processo
de alfabetização.
5.3 - Promover e fortalecer ações visando à integração entre escola, família e comunidade.
5.4 – Assegurar a formação e permanência dos professores no ciclo de alfabetização.

Meta 6 - Oferecer educação em tempo integral em, no mínimo, 50% (cinquenta por cento)
das escolas públicas, de forma a atender, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) dos alunos
da educação básica.
Indicador 6A:
Percentual de alunos da educação básica pública em tempo integral.
Fórmula: (nº de alunos matriculados em Educação Integral) x 100
nº total de alunos da educação básica
Indicador 6B:
Percentual de escolas públicas da educação básica com ao menos um aluno que permanece no
mínimo 7 horas diárias em atividades escolares.
Fórmula: (nº de escolas públicas que ofertam educação em tempo integral) x 100
nº total de escolas públicas da educação básica do município
Estratégias:
6.1 - Estender gradualmente o alcance do programa municipal de ampliação da jornada
escolar, em colaboração com a União e o Estado, de modo a instituir a educação integral em,
no mínimo, 50% das escolas, durante a vigência deste Plano.
6.2 – Fornecer a estrutura necessária para a realização das atividades do turno oposto como:
alimentação, transporte, adequação do espaço físico e recursos humanos.

65
6.3 – Fomentar a articulação das escolas públicas com espaços culturais, centros comunitários,
associações de moradores, igrejas etc.
6.4 – Adotar medidas para assegurar a permanência dos alunos na escola (qualidade das
atividades oferecidas; e monitoramento junto às famílias, em parceria com os órgãos
responsáveis pelo atendimento e da defesa dos direitos da criança - CMDCA, CREAS, CRAS,
Conselho Tutelar e Agentes de Saúde), de modo a evitar a evasão e abandono escolar.
6.5 – Adequar e otimizar os espaços públicos existentes no município, inclusive em parceria
com diferentes órgãos, para realização das oficinas e atividades voltadas para a ampliação da
jornada escolar.
6.6 – Fomentar a elaboração de projetos dentro do currículo escolar nas diversas áreas do
conhecimento (produções científicas, culturais, artísticas e desportivas), assegurando o espaço
necessário para exposição, socialização e publicação dos trabalhos desenvolvidos pelos
estudantes.
6.7 – Adequar a Proposta Curricular e o Projeto Político Pedagógico das escolas, considerando
suas especificidades, a um projeto de educação integral.

Meta 7- Fomentar a qualidade da educação básica em todas as etapas e modalidades, com


melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem, de modo a atingir as médias projetadas no
IDEB:
IDEB 2013 2015 2017 2019 2021

4º série/ 5º ano 4,0 4,3 4,6 4,9 5,2

8º série/ 9º ano 3,4 3,9 4,2 4,4 4,7

3º ano Ensino Médio 3,4 3,7

Fonte: http://ideb.inep.gov.br/resultado/resultado/resultado.seam?cid=655981. Acesso 22


nov. 2017.

Indicador 7A:
Média do IDEB nos anos iniciais do Ensino Fundamental.
Indicador 7B:
Média do IDEB nos anos finais do Ensino Fundamental.
Indicador 7C:
Média do IDEB no Ensino Médio.
Estratégias:
7.1- Manter um processo contínuo de avaliação das escolas, por meio da aplicação de
instrumentos que orientem as dimensões a serem fortalecidas, destacando-se a revisão, o
acompanhamento e a avaliação do PPP.
7.2- Promover ações de fortalecimento do processo de ensino-aprendizagem para que, no
quinto ano de vigência deste PME, pelo menos 70% dos alunos do Ensino Fundamental
tenham alcançado nível suficiente de aprendizagem, em relação aos objetivos instituídos no
currículo escolar.
66
7.3- Criar políticas de estímulo às escolas que melhorem o desempenho no IDEB, de maneira
a valorizar o mérito do corpo docente, da direção e da comunidade escolar.
7.4 – Manter um quadro de coordenadores pedagógicos nas escolas, em número suficiente
para dar suporte a todas as unidades, de modo a garantir acompanhamento pedagógico
sistemático para o desenvolvimento das atividades e de atendimento integral ao educando.
7.5 – Promover políticas públicas que viabilizem a inclusão e a permanência, na escola, dos
educandos em situação de risco e vulnerabilidade social.
7.6 – Implementar ações de prevenção e combate à violência e indisciplina na escola.
7.7 – Estruturar e manter, em parceria com a SESAU, uma equipe multidisciplinar com
profissionais de diversas áreas (pedagogo, fonoaudiólogo, psicólogo, psicopedagogo,
psiquiatra, neurologista, fisioterapeuta e assistente social), a fim de atender aos educandos que
necessitem de atendimento especializado.
7.8- Dotar as escolas e manter em funcionamento os laboratórios de informática,
instrumentalizando o professor para a utilização pedagógica dos equipamentos, a fim de que
possa atender a demanda atual dos educandos.
7.9- Oferecer formação continuada aos profissionais do magistério, tendo em vista o
aprimoramento de práticas de ensino interdisciplinares, o uso pedagógico das TICs e o
desenvolvimento de inovação curricular.
7.10 – Prover, até o ano 2020, as unidades escolares de bibliotecas ou, dependendo do porte
da unidade escolar, de espaço destinado ao acervo de livros e materiais videográficos
destinados à consulta, pesquisa, estudo e leitura.

Meta 8- Elevar a escolaridade média da população de 18 (dezoito) a 29 (vinte e nove) anos,


no município, de modo a alcançar, no mínimo, 12 (doze) anos de estudo no último ano de
vigência deste plano, para as populações do campo e dos 25% (vinte e cinco por cento) mais
pobres, e igualar a escolaridade média entre negros e não negros.
Indicador 8A:
Escolaridade média da população de 18 a 29 anos de idade.
Fórmula: (soma dos anos de estudos das pessoas na faixa etária de 18 a 29 anos de idade)
x100
população de 18 a 29 anos de idade
Indicador 8B:
Escolaridade média da população de 18 a 29 anos residente na área rural.
Fórmula: (soma dos anos de estudos das pessoas na faixa etária de 18 a 29 anos de idade
residente na área rural) x 100
população de 18 a 29 anos de idade residente na área rural
Indicador 8C:
Escolaridade média da população de 18 a 29 anos pertencente aos 25% mais pobres (renda
domiciliar per capita).
Fórmula: (soma dos anos de estudos das pessoas na faixa etária de 18 a 29 anos de idade

67
pertencente aos 25% mais pobres) x100
população de 18 a 29 anos de idade pertencente aos 25% mais pobres
Indicador 8D:
Razão entre a escolaridade média de negros e não negros na faixa etária de 18 a 29 anos.
Fórmula: (soma dos anos de estudo de negros na faixa etária de 18 a 29 anos de idade )
população de negros de 18 a 29 anos de idade
(soma dos anos de estudo de não negros na faixa etária de 18 a 29 anos de idade)
população de não negros de 18 a 29 anos de idade) x100
Estratégias:
8.1- Manter a formação e ampliar para 100% a participação dos profissionais da EJA em
encontros e cursos concernentes a essa modalidade de ensino.
8.2- Garantir aos estudantes e professores da EJA o acesso às tecnologias da informação, com
disponibilidade do laboratório de informática e formação para os docentes, assegurando-lhes
o uso das TICs como ferramenta didática.
8.3- Manter o fornecimento de material didático-pedagógico adequado a essa modalidade de
ensino, oportunizando a participação dos profissionais especializados na elaboração, seleção
ou adoção desses.
8.4- Reduzir em, no mínimo, 50% a taxa de evasão na EJA, até o final do ano 2018; e ampliar
a oferta, em parceria, das matrículas na EJA integrada à formação profissional em, no mínimo,
em 25%.
8.5- Incentivar a expressão e preservação das manifestações artísticas e culturais advindas das
turmas da EJA.
8.6- Articular as políticas de EJA às políticas sociais voltadas para o mundo do trabalho, saúde
e geração de emprego e renda.
8.7- Assegurar transporte escolar aos professores e alunos da EJA das escolas da zona urbana
de difícil acesso.
8.8- Promover a busca de jovens, adultos e idosos que não tiveram o direito à educação formal
e se encontram fora da escola, em parceria com a assistência social, saúde e justiça.
8.9- Ofertar atendimento educacional especializado complementar e suplementar para o
educando com necessidade educativa especial matriculado na EJA, em salas de recursos
multifuncionais na própria escola ou de outra escola da rede pública.
8.10- Estabelecer políticas e projetos para as escolas do campo, atendendo as suas
especificidades, de modo que reduza a evasão e repetência, favorecendo a conclusão da
Educação Básica.
8.11- Promover o acesso ao ensino fundamental para todas as pessoas no campo, em suas
devidas localidades, para que possam ter um processo de aprendizagem identitária e
significativa.

Meta 9- Elevar a taxa de alfabetização da população com 15 (quinze) anos ou mais para 93,5%
(noventa e três inteiros e cinco décimos por cento) até 2018 e, até o final da vigência deste

68
PNE, erradicar o analfabetismo absoluto e reduzir em 50% (cinquenta por cento) a taxa de
analfabetismo funcional.
Indicador 9A:
Taxa de alfabetização da população de 15 anos ou mais de idade.
Fórmula: (nº de pessoas com 15 anos ou mais de idade alfabetizados) x 100
população de 15 anos ou mais de idade
Indicador 9B:
Taxa de analfabetismo funcional de pessoas com 15 anos ou mais de idade.
Fórmula: (nº de pessoas com 15 anos ou mais de idade analfabetos funcionais) x100
população de 15 anos ou mais de idade
Estratégias:
9.1- Implantar classes regulares de alfabetização para jovens e adultos que ainda não tenham
frequentado a escola, preparando-os para o Tempo Formativo I em EJA.
9.2- Aprimorar o programa para correção de fluxo, com acompanhamento pedagógico
individualizado, recuperação e progressão parcial, priorizando estudantes com rendimento
escolar defasado, considerando as especificidades dos segmentos.
9.3- Promover junto às áreas de Assistência Social, Saúde e a outros órgãos e instituições a
busca ativa dos jovens que estão fora da escola, garantindo a matrícula e permanência dos
mesmos até que concluam o processo de escolarização.
Meta 10 – Fomentar ações, junto à SEC, para que as ofertas das matrículas de educação de
jovens e adultos, nos ensinos fundamental e médio, na forma integrada à educação profissional
seja de, no mínimo, 15% (quinze por cento) até 2020, e de 25% até o final da vigência deste
Plano.
Indicador 10A:
Percentual de matrículas da educação de jovens e adultos na forma integrada à educação
profissional.
Fórmula: (nº de alunos matriculados na forma integrada à educação profissional) x 100
total de alunos jovens e adultos matriculados na educação básica
Estratégias:
10.1- Incentivar a educação profissional como educação continuada, ampliando as
oportunidades de ingresso no mundo do trabalho.
10.2- Viabilizar parcerias de integração do ensino profissional junto aos setores produtivos,
visando seu aperfeiçoamento.
10.3- Manter e ampliar convênios com programas estaduais e federais de financiamento para
a educação profissional durante a vigência deste Plano.
Meta 11 - Triplicar as matrículas da Educação Profissional Técnica de nível médio,
assegurando a qualidade da oferta e pelo menos 50% (cinquenta por cento) da expansão no
segmento público.
Indicador 11A:
Número absoluto de matrículas em EPT de nível médio.
69
Indicador 11B:
Número absoluto de matrículas em EPT de nível médio na rede pública.
Estratégias:
11.1- Fomentar, junto ao poder público estadual, mecanismos que estimulem o setor produtivo
a gerar vagas de emprego e absorver jovens com cursos técnicos no município.
11.2- Incentivar e cobrar a criação de cursos no setor de bens e serviços, valorizando as
atividades econômicas do município.
11.3 –Promover ações junto aos órgãos públicos e privados para a oferta de estágio aos
educandos dos cursos técnicos.
Meta 12- Elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior para 50% (cinquenta por
cento) e a taxa líquida para 33% (trinta e três por cento) da população de 18 (dezoito) a 24
(vinte e quatro) anos, assegurada a qualidade da oferta e expansão para, pelo menos, 40%
(quarenta por cento) das novas matrículas, no segmento público.
Indicador 12A:
Taxa bruta de matrículas na graduação (TBM).
Fórmula: (nº total de alunos matriculados na graduação) x 100
população de 18 a 24 anos de idade
Indicador 12B:
Taxa líquida de escolarização na graduação (TLE).
Fórmula: (nº total de alunos entre 18 a 24 anos matriculados na graduação) x 100
população de 18 a 24 anos de idade
Estratégias:
12.1- Promover educação de qualidade para assegurar futuramente a inserção dos jovens na
Educação Superior.
12.2- Manter programa de preparação para o ingresso dos jovens catuenses na universidade,
em parceria com instituições da sociedade civil.
12.3- Proceder estudos, durante os dois primeiros anos de vigência deste Plano, no sentido
identificar, a partir dos resultados destes, a demanda por cursos de nível superior e promover
ações de apoio aos jovens que desejem cursá-los.
12.4 – Manter o programa de transporte universitário para estudantes que cursam faculdade
nas cidades circunvizinhas.

Meta 13 - Elevar a qualidade da educação superior e ampliar a proporção de mestres e


doutores do corpo docente em efetivo exercício na educação superior para 75% (setenta e
cinco por cento), sendo, do total, no mínimo, 35% (trinta e cinco por cento) doutores.
Indicador 13A:
Percentual de docentes na educação superior no município com mestrado.
Fórmula: (Número de docentes com mestrado na educação superior) x 100

Número total de docentes na educação superior


70
Indicador 13B:
Percentual de docentes na educação superior no município com doutorado.
Fórmula: (Número de docentes com doutorado na educação superior) x 100

Número total de docentes na educação superior

Estratégias:
13.1 - Induzir processo contínuo de auto avaliação das instituições de educação superior,
fortalecendo a participação das comissões próprias de avaliação, bem como a aplicação de
instrumentos de avaliação que orientem as dimensões a serem fortalecidas, destacando-se a
qualificação e a dedicação do corpo docente;
13.2 - promover a melhoria da qualidade dos cursos de pedagogia e licenciaturas, por meio da
aplicação de instrumento próprio de avaliação aprovado pela Comissão Nacional de Avaliação
da Educação Superior - CONAES, integrando-os às demandas e necessidades das redes de
educação básica, de modo a permitir aos graduandos a aquisição das qualificações necessárias
a conduzir o processo pedagógico de seus futuros alunos (as), combinando formação geral e
específica com a prática didática, além da educação para as relações étnico-raciais, a
diversidade e as necessidades das pessoas com deficiência;
13.3 - Fomentar a formação de consórcios entre instituições públicas de educação superior,
com vistas a potencializar a atuação regional, inclusive por meio de plano de desenvolvimento
institucional integrado, assegurando maior visibilidade nacional e internacional às atividades
de ensino, pesquisa e extensão;
13.4 – Promover a elevação gradual da taxa de conclusão média dos cursos de graduação
presenciais nas universidades públicas, de modo a atingir 90% (noventa por cento) e, nas
instituições privadas, 75% (setenta e cinco por cento), em 2020, e fomentar a melhoria dos
resultados de aprendizagem, de modo que, em 5 (cinco) anos, pelo menos 60% (sessenta por
cento) dos estudantes apresentem desempenho positivo igual ou superior a 60% (sessenta por
cento) no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes - ENADE e, no último ano de
vigência, pelo menos 75% (setenta e cinco por cento) dos estudantes obtenham desempenho
positivo igual ou superior a 75% (setenta e cinco por cento) nesse exame, em cada área de
formação profissional;
13.5 - Promover a formação inicial e continuada dos (as) profissionais técnico-administrativos
da educação superior.

Meta 14 - Elevar gradualmente o número de matrículas na pós-graduação, de modo a


contribuir com a titulação anual de 60.000 (sessenta mil) mestres e 25.000 (vinte e cinco mil)
doutores da meta nacional.
Indicador 14A:
Número de títulos de mestrado concedidos por ano no município.

Fórmula: Número total de titulados em nível de mestrado.

71
Indicador 14B:
Número de títulos de doutorado concedidos por ano no município.

Fórmula: Número total de titulados em nível de doutorado.

Estratégias:
14.1 - Estimular a integração e a atuação articulada entre a Coordenação de Aperfeiçoamento
de Pessoal de Nível Superior - CAPES e as agências estaduais de fomento à pesquisa;
14.2 - Expandir a oferta de cursos de pós-graduação stricto sensu, utilizando inclusive
metodologias, recursos e tecnologias de educação a distância;
14.3 - Manter e expandir programa de acervo digital de referências bibliográficas para os
cursos de pós-graduação, assegurada a acessibilidade às pessoas com deficiência;
14.4 - Promover o intercâmbio científico e tecnológico, nacional e internacional, entre as
instituições de ensino, pesquisa e extensão;
14.5 – Fomentar a ampliação do investimento em pesquisas com foco em desenvolvimento e
estímulo à inovação, bem como incrementar a formação de recursos humanos para a inovação,
de modo a buscar o aumento da competitividade das empresas de base tecnológica;
14.6 - Estimular a pesquisa científica e de inovação e promover a formação de recursos
humanos que valorize a diversidade regional e a biodiversidade;
14.7 - Estimular a pesquisa aplicada, no âmbito das IES e das ICTs, de modo a incrementar a
inovação e a produção e registro de patentes.

Meta 15- Aderir, em regime de colaboração com a União e o Estado, no prazo de 1 (um) ano
de vigência do Plano, à política nacional de formação dos profissionais da educação de que
tratam os incisos I, II e III do caput do art. 61 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996,
oportunizando a que todos os professores e as professoras da educação básica possuam
formação específica de nível superior, obtida em curso de licenciatura na área de
conhecimento em que atuam.

Indicador 15A:
Proporção de docências com professores que possuem formação superior compatível com a
área de conhecimento que lecionam na educação básica.
Fórmula: (Quantidade de docências com professores que possuem formação superior
compatível com a área de conhecimento que lecionam) x100

Quantidade total de docências de disciplina

Estratégias:

15.1- Atuar, conjuntamente, com base em plano estratégico que apresente diagnóstico das
necessidades de formação de profissionais da educação e da capacidade de atendimento, por
parte de instituições públicas e comunitárias de educação superior existentes no Estado, e
defina obrigações recíprocas entre os partícipes.

72
15.2 - Fomentar, em regime de colaboração com os demais entes federados, parcerias, visando
à formação continuada do quadro de professores, observando as especificidades das áreas de
conhecimento.
15.3- Valorizar as práticas de ensino e os estágios nos cursos de formação de nível médio e
superior dos profissionais da educação, visando ao trabalho sistemático de articulação entre a
formação acadêmica e as demandas da educação básica.
15.4- Implementar cursos e programas especiais para assegurar formação específica na
educação superior, nas respectivas áreas de atuação, aos docentes com formação de nível
médio na modalidade normal, não licenciados ou licenciados em área diversa da de atuação
docente, em efetivo exercício.
15.5- Fomentar a oferta de cursos técnicos de nível médio e tecnológicos de nível superior
destinados à formação, nas respectivas áreas de atuação, dos (as) profissionais da educação de
outros segmentos que não os do magistério.
15.6- Garantir que, no prazo de cinco anos, seja oportunizado a 100% dos professores da
Educação Básica a formação específica de nível superior em licenciatura plena, em
instituições qualificadas.

Meta 16 – Fomentar a formação, em nível de pós-graduação, de 50% (cinquenta por cento)


dos professores da educação básica, até o último ano de vigência deste Plano, e garantir a
todos (as) os (as) profissionais da educação básica formação continuada em sua área de
atuação, considerando as necessidades, demandas e contextualizações dos sistemas de ensino.
Indicador 16A:
Percentual de professores da educação básica com pós-graduação lato sensu ou stricto sensu.
Fórmula: (nº de professores da educação básica pós-graduados) x 100
total de professores da educação básica pública

Estratégias:
16.1 - Realizar, em regime de colaboração, o planejamento estratégico para dimensionamento
da demanda por formação continuada e fomentar a respectiva oferta por parte das instituições
públicas de educação superior, de forma orgânica e articulada às políticas de formação do
Estado e da União.
16.2 - Fortalecer a formação dos professores e das professoras das escolas públicas de
educação básica, por meio da implementação das ações do Plano Nacional do Livro e Leitura
e da instituição de programa nacional de disponibilização de recursos para acesso a bens
culturais pelo magistério público.

Meta 17 – Valorizar os (as) profissionais do magistério das redes públicas de educação básica,
de forma a equiparar seu rendimento médio ao dos (as) demais profissionais com escolaridade
equivalente, até o final do sexto ano de vigência deste Plano.
Indicador 17A:

73
Razão entre o salário médio de professores da educação básica da rede pública (não federal)
e o salário médio de não professores com escolaridade equivalente.
Fórmula: (salário médio de professores da educação básica da rede pública) x 100
salário médio de não professores com mesma escolaridade
Estratégia:
17.1 - Implementar Plano de Carreira para os (as) profissionais do magistério das redes
públicas de educação básica, observados os critérios estabelecidos na Lei nº 11.738, de 16 de
julho de 2008.

Meta 18 – Assegurar, no prazo de 2 (dois) anos, a existência de planos de carreira para os (as)
profissionais da educação básica e superior pública de todos os sistemas de ensino e, para o
plano de carreira dos (as) profissionais da educação básica pública, tomar como referência o
piso salarial nacional profissional, definido em lei federal, nos termos do inciso VIII do art.
206 da Constituição Federal.
Indicador 18A:
Plano de Carreira dos Profissionais do Magistério Público. (Nº da lei, data de promulgação)
Estratégias:
18.1 - Estruturar as redes públicas de educação básica de modo que, até o início do terceiro
ano de vigência deste PME, 90% (noventa por cento), no mínimo, dos respectivos
profissionais do magistério e 50% (cinquenta por cento), no mínimo, dos respectivos
profissionais da educação não docentes sejam ocupantes de cargos de provimento efetivo e
estejam em exercício nas redes escolares a que se encontrem vinculados.
18.2 - Implantar, nas redes públicas de educação básica e superior, acompanhamento dos
profissionais iniciantes, supervisionados por equipe de profissionais experientes, a fim de
fundamentar, com base em avaliação documentada, a decisão pela efetivação após o estágio
probatório e oferecer, durante esse período, curso de aprofundamento de estudos na área de
atuação do (a) professor (a), com destaque para os conteúdos a serem ensinados e as
metodologias de ensino de cada disciplina.
18.3 - Prever nos planos de Carreira dos profissionais da educação licenças remuneradas e
incentivos para qualificação profissional, inclusive em nível de pós-graduação stricto sensu.
18.4 - Realizar anualmente, a partir do segundo ano de vigência deste Plano, por iniciativa do
Ministério da Educação, em regime de colaboração, o censo dos (as) profissionais da educação
básica de outros segmentos que não os do magistério.
18.5 - Considerar as especificidades socioculturais das escolas do campo e das comunidades
indígenas e quilombolas no provimento de cargos efetivos para essas escolas.
18.6 - Estimular a existência de comissões permanentes de profissionais da educação de todos
os sistemas de ensino, em todas as instâncias da Federação, para subsidiar os órgãos
competentes na elaboração, reestruturação e implementação dos planos de Carreira.

Meta 19 – Assegurar condições, no prazo de 2 (dois) anos, para a efetivação da gestão


democrática da educação, associada a critérios técnicos de mérito e desempenho e à consulta

74
pública à comunidade escolar, no âmbito das escolas públicas, prevendo recursos e apoio
técnico da União para tanto.
Indicador 19A:
Percentual de diretores de escolas públicas que foram escolhidos para ocupação do cargo por
meio de critérios técnicos de mérito e desempenho e consulta pública à comunidade escolar.
Fórmula: (Nº de escolas públicas que responderam a opção processo seletivo e eleição) x 100

Nº total de diretores de escolas públicas que responderam o Questionário do Diretor

Indicador 19B:
Percentual de escolas públicas que contaram com a participação de profissionais da educação,
pais e alunos na formulação dos projetos político-pedagógicos e na constituição do Conselho
Escolar.
Fórmula: (nº de escolas públicas que contaram com a participação de pais, alunos,
professores na formulação dos projetos político -pedagógico e na constituição do Conselho
Escolar) x 100

Nº total de escolas públicas cujos diretores responderam o Questionário do Diretor

Estratégias:
19.1 - Ampliar os programas de apoio e formação aos (às) conselheiros (as) do Conselho de
Acompanhamento e Controle Social do Fundeb, do Conselho de Alimentação Escolar, e dos
(às) representantes educacionais em demais conselhos de acompanhamento de políticas
públicas, garantindo a esses colegiados recursos financeiros, espaço físico adequado,
equipamentos e meios de transporte para visitas à rede escolar, com vistas ao bom desempenho
de suas funções.
19.2 - Incentivar a constituição de Fóruns Permanentes de Educação, com o intuito de
coordenar as conferências municipais, estaduais e distrital, bem como efetuar o
acompanhamento da execução deste PME.
19.3 - Estimular, em todas as redes de educação básica, a constituição e o fortalecimento de
grêmios estudantis e associações de pais, assegurando-lhes, inclusive, espaços adequados e
condições de funcionamento nas escolas e fomentando a sua articulação orgânica com os
conselhos escolares, por meio das respectivas representações.
19.4 - Estimular a constituição e o fortalecimento de conselhos escolares e do Conselho
Municipal de Educação como instrumentos de participação e fiscalização na gestão escolar e
educacional, inclusive por meio de programas de formação de conselheiros, assegurando-se
condições de funcionamento autônomo.
19.5 - Estimular a participação e a consulta de profissionais da educação, alunos (as) e seus
familiares na formulação dos projetos político-pedagógicos, currículos escolares, planos de
gestão escolar e regimentos escolares, assegurando a participação dos pais na avaliação de
docentes e gestores escolares.

75
19.6 - Favorecer processos de autonomia pedagógica, administrativa e de gestão financeira
nos estabelecimentos de ensino.
19.7 - Desenvolver programas de formação de diretores e gestores escolares, bem como
aplicar prova específica, a fim de subsidiar a definição de critérios objetivos para o provimento
dos cargos.

Meta 20- Ampliar progressivamente o investimento público em educação pública, de forma


a atingir as metas estabelecidas no PME.
Indicador 20A:
Percentual aplicado dos recursos do Fundeb na remuneração dos profissionais da educação
pública e na manutenção e desenvolvimento da educação básica.
Indicador 20B:
Percentual aplicado dos recursos municipais na educação básica.

Estratégias:
20.1 - Garantir fontes de financiamento permanentes e sustentáveis para todos os níveis, etapas
e modalidades da educação básica, observando-se as políticas de colaboração entre os entes
federados, em especial as decorrentes do art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias e do § 1o do art. 75 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que tratam da
capacidade de atendimento e do esforço fiscal de cada ente federado, com vistas a atender
suas demandas educacionais à luz do padrão de qualidade nacional.
20.2- Fortalecer os mecanismos e os instrumentos que assegurem, nos termos do parágrafo
único do art. 48 da Lei Complementar no 101, de 4 de maio de 2000, a transparência e o
controle social na utilização dos recursos públicos aplicados em educação, especialmente a
realização de audiências públicas, a criação de portais eletrônicos de transparência e a
capacitação dos membros de conselhos de acompanhamento e controle social do Fundeb, com
a colaboração entre o Ministério da Educação, a Secretaria de Educação do Estado, o
Município e os Tribunais de Contas da União, dos Estado e dos Municípios.
20.3- Capacitar, com a colaboração dos demais entes federados, os membros do Conselho de
Acompanhamento e Controle Social do FUNDEB, do Conselho de Alimentação Escolar
(CAE) e dos demais conselhos da área educacional.

76
4. ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DO PME

O PME deve ser sistematicamente acompanhado e avaliado, para que suas metas sejam
alcançadas. O resultado das análises periódicas deve servir de bússola para que as estratégias
definidas tenham efetividade e alcancem o propósito estabelecido.

O acompanhamento deve compartilhado entre a Smec, o Conselho Municipal de Educação e


o Fórum Municipal de Educação, a cada ano, em uma reunião conjunta, no sentido de
monitorar a execução das metas. A avaliação do PME deve ser bienal e seu resultado levado
ao conhecimento dos responsáveis pelas políticas públicas no município e dos gestores das
redes de ensino. Desse modo, assegura-se a comunicação com a sociedade, a transparência e
o controle social do Plano.

Os responsáveis pelo monitoramento e avaliação terão, ainda, a tarefa de promover as


Conferências Municipais de Educação, que fornecerão insumos para avaliar a execução do
plano e, consequentemente, subsidiar a elaboração de um novo plano para o decênio
subsequente.

77
4.1 REFERÊNCIAS

BAHIA. Secretaria da Educação do Estado da Bahia. Política de EJA da Rede Estadual. Educação de
Jovens e Adultos: aprendizagem ao longo da vida. Salvador - BA: SEC, 2008.

BAHIA, Plano Estadual da Juventude. Diário Oficial do Estado da Bahia, Nº 20.202 2 20.203, Ano
XCIV, de 20 e 21 de fevereiro de 2010.

SOARES, Leôncio; GIOVANETTE, Maria. Amélia; LINO, Nilma Gomes. Diálogos na Educação de
Jovens e Adultos. Belo Horizonte: Autêntica, 2007.

____________. Secretaria de Educação Fundamental. Proposta Curricular para a Educação de


Jovens e Adultos. Brasília: MEC, 2002.

___________. Secretária Municipal de Educação e Cultura. Proposta curricular de Tempo


Formativo Juvenil e de Jovens e Adultos. Catu, 2015.

BRASIL. Planejando a Próxima Década: Construindo as Metas do seu Município.

Brasília/DF.SASE/MEC. 2012. BRASIL. PNE: Plano Nacional d e Educação. Brasília/DF. Anexo III. 2012.

Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado, 1988.

______. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Documentos norteadores para


elaboração de Plano Municipal de Educação (PME) – 2. ed. atual. Elaboração Clodoaldo José de
Almeida Souza. Brasília: DF MEC/Secretaria de Educação Básica, 2007.

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

CONAE – Conferência Nacional de Educação


CMEC – Conselho Municipal de Educação
EJA - Educação de Jovens e Adultos
FME – Fórum Municipal de Educação
FNDE - Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IDH – Índice de Desenvolvimento Humano
INEP- Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
LDB – Lei de Diretrizes e Bases
MEC – Ministério da Educação e Cultura
PAR - Plano de Ações Articuladas
PARFOR – Plataforma Freire
PEE – Plano Estadual de Educação
PIB – Produto Interno Bruto
PME – Plano Municipal de Educação
PNE – Plano Nacional de Educação
PROAM- Programa de Apoio à Educação Municipal
SMEC- Secretaria Municipal de Educação e Cultura
UNEB - Universidade do Estado da Bahia

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