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Reordenar para
Bem Cuidar
Agosto de 2018
Ficha Técnica e Expediente
Governo do Estado de Minas Gerais
Secretaria de Estado de Trabalho e Desenvolvimento Social
Governador
Fernando Damata Pimentel
Vice-governador
Antônio Andrade Eustáquio Ferreira
Superintendente de Proteção
Básica e Gestão do SUAS
Deborah Akerman
Superintendente de Gestão
do Fundo Estadual
Cláudia Maria Bortot Falabela
Coordenação técnica
Simone Aparecida Albuquerque
Subsecretária de Assistência Social (Sedese - MG)
Redação
Lindalva Martins de Abreu
Tatiane Patrícia dos Reis Sanção
Revisão final
Simone Aparecida Albuquerque
Régis Aparecido Andrade Spíndola
Diagramação
Ana Beatriz de Lima
Contribuição
Alexandre Barbosa Romero
Cristiano de Andrade
Elisane dos Santos Gomes
Eva Aparecida Barbosa Pinheiro
Isabela Brum Kassab
Maria do Carmo Martins Ribeiro
Natália de Souza Neves
Sarah Ribeiro Carvalho
Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
Sumário
Apresentação.......................................................................................................... 6
Capítulo 1................................................................................................................ 8
1.1 Breve Histórico do Acolhimento no Brasil..........................................................8
1.2 O Cenário do Acolhimento em Minas Gerais e seus avanços............................16
1.3 Os serviços de acolhimento no âmbito do SUAS..............................................20
a. Excepcionalidade do Afastamento do Convívio Familiar................................................ 21
b. Provisoriedade do Afastamento do Convívio Familiar.................................................... 21
c. Preservação e Fortalecimento dos Vínculos Familiares e Comunitários.................................21
d. Garantia de Acesso e Respeito à Diversidade e Não Discriminação............................... 21
e. Atendimento Personalizado e Individualizado................................................................ 21
f. Garantia de Liberdade de Crença e Religião.................................................................... 22
g. Respeito à Autonomia..................................................................................................... 22
Reordenamento dos Serviços............................................................................................. 24
Capítulo 2.............................................................................................................. 29
2.1 A Intersetorialidade e a Integralidade no SUAS................................................29
2.2 Modalidades de Acolhimento e Formas de Acesso aos Serviços....................30
2.2.1 Público: Crianças, Adolescentes e Jovens................................................................. 30
a. Serviço de acolhimento institucional: Abrigo e Casa Lar............................... 31
b. República para Jovens..................................................................................... 32
2.2.2 Público: Pessoas Idosas........................................................................................... 32
2.2.3 Público: Jovens e Adultos com Deficiência............................................................... 33
Residência Inclusiva............................................................................................ 33
2.3 Equipe de Referência.......................................................................................34
2.3.1 Descrição das equipes de referência dos serviços ................................................... 34
2.3.2 Aspectos importantes do trabalho da equipe técnica............................................... 46
2.3.3 Capacitação da Equipe.............................................................................................. 52
2.3.4 Contribuições ao trabalho da equipe do acolhimento................................................ 53
a. Sexualidade....................................................................................................... 53
b. Deficiência não significa dependência ........................................................... 55
c.Adolescências: ato infracional ou ato de indisciplina?................................... 55
Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
Capítulo 3.............................................................................................................. 70
3.1 Orientações Metodológicas..............................................................................70
3.1.1 Instrumentais............................................................................................................ 70
a.Projeto Político Pedagógico – PPP.................................................................. 70
b.Plano Individual de Atendimento - PIA............................................................. 74
c.Prontuário Individual: organização de registros sobre a história de vida e
desenvolvimento dos acolhidos....................................................................... 81
3.1.2 Acompanhamento psicossocial................................................................................. 81
a. Acolhida............................................................................................................. 82
b.A importância da construção de vínculo entre acolhido e equipe do acolhimento.83
c. Estudo de caso.................................................................................................. 84
d. Relatórios .......................................................................................................... 84
e. Acompanhamento familiar .............................................................................. 84
f. Acompanhamento pós-desligamento.............................................................. 86
g. Convivência familiar e comunitária - preservação e fortalecimento dos vínculos
afetivos com a família e convivência comunitária......................................... 87
h. Visitas domiciliares.......................................................................................... 89
i. Visita institucional ............................................................................................ 89
j. Articulação em rede .......................................................................................... 89
k. Preparação para o desligamento..................................................................... 91
l. Desligamento..................................................................................................... 91
m. Contrarrerefenciamento.................................................................................. 92
n. Acompanhamento pós-desligamento............................................................. 92
3.2 Fluxos do Acolhimento no SUAS ......................................................................93
3.3 Entraves e Desafios para os Serviços de Acolhimento.....................................99
Apresentação
O governo de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Estado de Trabalho e
Desenvolvimento Social (Sedese), desenvolve uma importante estratégia que visa
qualificar a oferta dos serviços de acolhimento institucional em Minas Gerais. Este
caderno integra um conjunto de ações de apoio técnico realizado pela Subsecretaria
de Assistência Social (Subas) aos municípios e entidades que ofertam acolhimento
institucional a crianças, adolescentes, jovens e adultos com deficiência e idosos.
Historicamente, em todo o país, o acolhimento institucional se caracterizou
por diversas práticas pautadas na institucionalização de crianças, adolescentes,
jovens, idosos e pessoas com deficiência, mantendo-os afastados da convivência
familiar e da comunidade. No âmbito da assistência social, o que prevalecia eram
os grandes abrigos, com um número considerável de usuários e instituições que
não buscavam a inserção comunitária e a reinserção familiar. Ainda hoje, a partir
de diagnósticos nas unidades de acolhimento de Minas Gerais, encontram-se
instituições de acolhimento que, não obstante sua função de proteção, ofertam
serviços referenciados no modelo tradicional de institucionalização.
A oferta de serviços da Proteção Social Especial em Minas Gerais tem se
apresentado como um grande desafio para o estado e os municípios. A necessidade
de aumento da cobertura da Proteção Social Especial no conjunto de municípios de
pequeno porte, que representam a grande maioria no estado, motivou a elaboração
de estratégias que contemplam tanto os serviços especializados de proteção
social de média complexidade quanto os de alta complexidade. Dessa forma, o
Plano Estadual de Regionalização constitui-se elemento indispensável para a
consolidação da Política de Assistência Social em Minas Gerais.
Considerando a necessidade de reordenamento institucional que possibilite
a qualificação da oferta dos serviços, segundo os princípios e diretrizes do Sistema
Único de Assistência Social (Suas), o governo de Minas criou o Programa de
Aprimoramento da Rede Socioassistencial do Suas - Programa Rede Cuidar -, que
objetiva aprimorar e apoiar a Rede de Acolhimento Institucional no estado, por meio
de incentivo financeiro, assessoramento técnico e qualificação continuada.
Neste volume, priorizamos as orientações para os gestores, técnicos e
trabalhadores das unidades de acolhimento que atendem especificamente o público
“crianças, adolescente, jovens e adultos com deficiência e pessoas idosas”, em
consonância com as normativas específicas de cada segmento e em conformidade
com o Suas.
Reafirmamos, com a presente publicação, o compromisso estadual com o
processo de reordenamento dos serviços, segundo os princípios da excepcionalidade
e provisoriedade, tendo como principal objetivo a reconstituição e preservação dos
vínculos familiares e comunitários dos usuários atendidos.
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
A experiência desenvolvida até aqui nos possibilita reconhecer que ainda são
muitos os desafios para consolidarmos a oferta de acolhimento institucional que
garanta a proteção integral aos acolhidos, afiançada pela política de assistência
social. Nos possibilitou, também, compreender que o reordenamento é um processo
gradativo, que envolve ações planejadas e conjuntas da gestão federal, estadual
e municipal, equipe dos serviços, usuários, rede socioassistencial e Sistema
de Garantia de Direitos. É um processo que, sobretudo, precisa vencer a cultura
arraigada de institucionalização que vigorou no país.
Esperamos que este material provoque discussões, reflexões e inovações
na prestação de serviços, em conformidade com as normativas vigentes e Política
Nacional de Assistência Social e que edifiquemos o entendimento de que reordenar
é um desafio que devemos alcançar.
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
Capítulo 1
1.1 Breve Histórico do Acolhimento no Brasil
Apresentaremos um breve contexto e diferentes olhares sobre o acolhimento
institucional ao longo da história no Brasil e como essas concepções vêm sendo traduzidas
em ações e intervenções por parte da sociedade e do Estado. Abordaremos também o
percurso do atendimento que perpassa desde a negação de direitos prioritários até a
proteção e defesa desses direitos, assegurados nas legislações.
Trataremos, neste Caderno, sobre o acolhimento de crianças e adolescentes,
idosos e pessoas com deficiência e suas modalidades. O acolhimento de forma geral
está associado a variados tipos de perdas, de privação, de violência e da falta de políticas
públicas efetivas voltadas para esses públicos e seus respectivos familiares.
No Brasil Colônia, registravam-se nascimentos de muitas crianças frutos de
relacionamentos abusivos e de relacionamentos extraconjugais entre os senhores e
suas escravas e esses filhos eram abandonados à própria sorte.
Para ocultar os filhos indesejados e preservar a honra das famílias, surgiu, no
período colonial, a Roda dos Expostos¹1, mecanismo instalado nas paredes das Santas
Casas de Misericórdia para atender doentes, órfãos e desprovidos. De acordo com Arantes
(2010), as Rodas dos Expostos foram as primeiras iniciativas assistenciais em relação aos
recém-nascidos no Brasil e muitas Rodas surgiram no país durante o século XIX.
Fonte: A Roda dos Expostos da Santa Casa de Misericórdia da Bahia - uma abordagem
sobre a Infância no Brasil (1910).
1 A Roda dos Expostos era um cilindro de madeira onde as famílias depositavam as crianças rejeitadas,
sem que fossem identificadas.
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
Segundo Faleiros e Faleiros (2008) cerca de 90% (noventa por cento) dessas crianças
acabavam morrendo por omissão ou falta de condições próprias das Santas Casas.
A Roda dos Expostos sobreviveu aos grandes regimes da história brasileira:
teve origem na colônia, perpassou o período imperial até a República, sendo extinta
completamente na década de 1950 (LYRA; OLIVEIRA, 2010).
É a partir do século XIX que as iniciativas de criação de um sistema de
institucionalização ligadas ao poder público se tornam mais consistentes. (ARANTES,
2010). Nesse processo, o público infantil ganha um novo olhar e passa a ser considerado
como uma questão social, o que ocasionou mudanças em relação ao atendimento de
crianças e adolescentes.
Em 1927, surge o Código de Menores, chamado de Código Mello Matos2, que trazia
na sua organização e estrutura os princípios da doutrina da situação irregular. A partir
desses princípios, o atendimento às crianças e aos adolescentes - os denominados
“menores” – se caracterizou pela intervenção e controle da população carente, por meio
da segregação e institucionalização em grandes internatos.
Em 1942, foi criado o Serviço de Assistência ao Menor - SAM:
2 José Cândido de Albuquerque Mello Mattos, primeiro juiz de menores do Brasil e da América Latina,
atuou intensamente na área da Infância e Juventude, tendo se empenhado na criação de abrigos, escolas,
patronatos e creches.
3 O Código de Menores de 1979 (Lei 6.667, de 10 de outubro de 1979) adotou a doutrina jurídica de
proteção do “menor em situação irregular”, que reunia o conjunto de meninos e meninas que estavam dentro
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
do que alguns autores denominam infância em “perigo” e infância “perigosa”, que abrange os casos de
abandono, prática de infração penal, desvio de conduta, falta de assistência ou representação legal, entre
outros. Essa população era colocada como objeto potencial da administração da Justiça de Menores.
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
4 O Benefício da Prestação Continuada (BPC) da Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) é a garantia
de um salário mínimo mensal à pessoa com deficiência e ao idoso com 65 anos ou mais que comprovem não
possuir meios de prover a própria manutenção, nem de tê-la provida por sua família.
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
Social, Cultura, Educação e Trabalho. Suas principais ofertas são de educação integral,
cursos técnicos, cursos profissionalizantes, oficinas de cultura e compõe os grupos de
trabalho da rede de proteção dos municípios em que está localizada.
Com a promulgação da Constituição Federal de 1988 e a aprovação da Lei 8.069/1990,
que instituiu o Estatuto da Criança e do Adolescente, o Estado, com o propósito de adequar
a política estadual aos novos princípios do atendimento às crianças e aos adolescentes,
também previstos pela Lei 11.819/95, extinguiu todas as unidades da Febem em Minas
Gerais.
Com a extinção das Febems, o estado de Minas Gerais se depara com outra questão,
como ofertar proteção às crianças, aos jovens e aos adultos com deficiência, que por
muito tempo ficaram afastadas do convívio familiar e comunitário e perderam totalmente
os vínculos com suas famílias e comunidade.
As crianças e adolescentes que, por vários motivos, não retornaram para suas
famílias, foram encaminhados para as unidades de acolhimento municipais. Para
os demais, sobretudo, as pessoas com deficiência, foi instituído o Programa Casa Lar,
em 1996, cuja finalidade foi acolher os egressos das Febems, crianças e adolescentes
(à época), com deficiências, remanescentes do processo de desinstitucionalização. O
Programa Casa Lar passou a ofertar o acolhimento a esse público em pequenas unidades
residenciais, contando com cuidadores responsáveis pela atenção aos acolhidos.
Essas unidades de acolhimento institucional são gerenciadas por organizações
não governamentais, por meio de uma relação de parceria estabelecida com o Estado,
mediante celebração de Termo de Colaboração.
Atualmente, esse público é constituído por pessoas adultas com deficiência, que não
alcançaram condições de autonomia e ou (re) integração na família de origem, extensa ou
substituta, permanecendo sob tutela estatal. Existem no estado (2018) quarenta unidades
em funcionamento, acolhendo 268 (duzentos e sessenta e oito) pessoas com deficiência 7.
Ressalta-se que, à época da implantação do Programa Casa Lar, as normativas
nacionais ainda não haviam consolidado a tipificação e a parametrização dos serviços
socioassistenciais. Tampouco o Sistema Único de Assistência Social havia sido instituído.
O Programa foi regulamentado no ano de 2006, por meio da Resolução Conjunta SEDESE/
CEDCA nº 17/2006 8.
O estado de Minas Gerais possui a segunda maior rede de ofertas de serviços
de assistência social do Brasil. Cerca de 77% das unidades é composta por entidades
socioassistenciais (não governamental), segundo dados do Censo Suas 2016.
As unidades que ofertam o serviço de acolhimento institucional estão presentes em
355 municípios, nos 17 Territórios de Desenvolvimento 9. Essas unidades de acolhimento
atendem pessoas em situação de risco, como crianças, adolescentes, pessoas idosas,
mulheres, pessoas com deficiência, por vivência de violência ou por rompimento de
vínculos familiares.
Com o objetivo de apoiar especialmente as unidades de acolhimento, a Secretaria de
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
II - Idosos;
10 Lei 22.597, de 19 de julho de 2017, que cria o Programa de Aprimoramento da rede Socioassistencial
- Programa Rede Cuidar.
11 http://www.social.mg.gov.br/ceas/images/Resolucoes/2017/resol_587_2017.pdf
12 O ID Acolhimento é um indicador de monitoramento, ou seja, uma medida estatística usada para
traduzir quantitativamente um aspecto da realidade, para fins de monitoramento e avaliação no âmbito da
política pública de Assistência Social. Trata-se de um indicador sintético desenvolvido para mensurar, de
forma indireta, a qualidade do serviço socioassistencial ofertado pelas Unidades de Acolhimento do estado
de Minas Gerais. Cada dimensão do indicador (estrutura física, gestão e atividades e recursos humanos) é
dividida em níveis de desenvolvimento (superior, suficiente, regular e insuficiente), com notas de 1 a 4, que se
desdobram em quatro faixas que denotam o grau de adequação da unidade aos critérios considerados em
cada uma das dimensões, quais sejam: 1 - Insuficiente, 2 - Regular, 3 - Suficiente, 4 - Superior.
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
Tais serviços de acolhimento funcionam como moradia provisória até que o usuário
possa retornar à família de origem, ou ser encaminhado para família substituta, quando
for o caso. Tratando-se de pessoas idosas e pessoas com deficiência, esses serviços têm
lugar até que se dê o alcance da autonomia (moradia própria ou alugada), ou ainda, quando
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
g. Respeito à Autonomia
Importante:
• O serviço deve também apoiar e incentivar as visitas da família aos acolhidos, bem
como de pessoas que lhes são significativas, desde que não haja impedimento legal. Os
acolhidos poderão também realizar visitas aos seus familiares.
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
14 Lei 10.741, de 1º de outubro de 2003, destinada a regular os direitos assegurados às pessoas com
idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
ainda mais ou mesmo romper os vínculos familiares quando existentes, uma vez que não
há apoio da família na sua função de cuidado e proteção a seus membros.
Dentre os vários avanços e inovações do Sistema Único de Assistência Social -
Suas, o reordenamento dos serviços de acolhimento constitui-se como um grande
desafio que visa romper com a lógica segregacionista de isolamento e apartação das
pessoas institucionalizadas. Por meio do reordenamento pretende-se também propiciar a
efetivação da garantia dos direitos das famílias e indivíduos que se encontram em situação
de vulnerabilidade e risco pessoal e social.
A proposta atual da política de acolhimento é proteger, enquanto persistir a situação
de violação de direitos, tendo sempre como foco a desinstitucionalização. Nesse sentido,
a função de proteção não significa apenas a retirada dos indivíduos do ambiente cujas
condições precárias de cuidado ensejaram o acolhimento. Proteção significa, também,
possibilitar a esta pessoa, na medida do possível, as condições necessárias para que
conviva com a comunidade, para que acesse políticas públicas essenciais para seu
desenvolvimento pleno, como a educação e a saúde, dentre outros.
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
• Definição de metas;
• Definição de responsabilidades;
• Monitoramento e avaliação.
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
Capítulo 2
2.1 A Intersetorialidade e a Integralidade no SUAS
A compreensão de intersetorialidade surgiu associada ao conceito de rede como
uma nova concepção de gestão, contrária à setorialização e à especialização, propondo,
por outro lado, integração, articulação dos saberes e dos serviços ou mesmo a formação
de redes de parcerias entre sujeitos coletivos no atendimento às demandas dos cidadãos.
A intersetorialidade aparece como uma estratégia de gestão integrada para a
abordagem dos problemas sociais, respeitando a autonomia de cada ator envolvido no
processo. Desse modo, pode ser entendida como uma articulação de saberes e experiências
com vistas ao planejamento, para a realização e avaliação de ações, com o objetivo de
alcançar resultados integrados em situações complexas, visando um efeito sinérgico no
desenvolvimento social. Visa promover um impacto positivo nas condições de vida da
população, num movimento de reversão da exclusão social. Trata-se de uma nova lógica de
gestão pública, que busca superar a fragmentação das políticas, considerando o indivíduo
como um todo.
Ao estabelecer a intersetorialidade como um de seus eixos estruturantes, a Política
de Assistência Social e as demais políticas sociais de caráter integral ensejam a superação
de barreiras ao enfrentar os obstáculos de um ambiente historicamente setorial; obstáculos
estes que dificultam a consolidação da ação em rede e da intersetorialidade na esfera
prática.
Nos serviços de acolhimento institucional, independente do público para o qual
se destinam, são necessárias mudanças na operacionalização do atendimento. Essas
perpassam pela compreensão das questões sociais a partir de uma visão interdisciplinar
e integral, cujo enfrentamento deve ser articulado, envolvendo as várias políticas públicas
(saúde, educação, cultura, esporte e lazer, segurança pública, dentre outras), e o Sistema
de Garantia de Direitos.
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
17 O Plano Nacional de Convivência Familiar e Comunitária foi aprovado em assembleia pelos Conselhos
Nacionais dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) e de Assistência Social (CNAS) em dezembro
de 2006. O plano apresenta a concepção de políticas integradas às famílias e não apenas focadas na criança
e no adolescente de forma isolada. O objetivo é fortalecer a rede de proteção social à família, de forma
a prover-lhe todo o suporte necessário à criação e à educação das crianças e a minimizar os prejuízos
decorrentes das situações em que a separação é inevitável.
O reordenamento dos abrigos e a promoção de políticas públicas voltadas para o desabrigamento e para a
construção de alternativas ao acolhimento de crianças e adolescentes são aspectos essenciais do plano.
18 O Plano Nacional dos Direitos Humanos de Crianças e de Adolescentes, conhecido como “Plano
Decenal”, tem como finalidade assegurar a doutrina da proteção integral a crianças e adolescentes a partir
da articulação entre diversas políticas públicas. Como desdobramento deste Plano Nacional, as unidades
da federação – Estados, Distrito Federal e Municípios – devem elaborar seus planos locais levando em
consideração suas realidades distintas, seja a partir do ponto de vista de suas demandas, seja dos seus
recursos e estratégias de superação das vulnerabilidades e de promoção de direitos.
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
e adolescentes que tenham sofrido violações de direitos só poderão ser abrigados após
aplicação de medida protetiva de acolhimento familiar ou institucional, por autoridade
judicial competente, destacando-se a prioridade pelo Acolhimento Familiar em detrimento
ao Institucional. Essa medida deverá ter caráter excepcional e provisório, não podendo
ultrapassar o prazo de 18 (dezoito) meses, conforme alteração trazida pela Lei nº. 13.509,
de 22 de novembro de 2017.
O acolhimento institucional de crianças e adolescentes dar-se-á nas modalidades
de Abrigo Institucional e Casa Lar. O acolhimento de jovens oriundos do acolhimento
institucional, sem êxito na reintegração familiar ou colocação em família substituta, que
permaneceram na unidade de acolhimento até completar a idade de 18 (dezoito) anos,
deve ser realizado no serviço de acolhimento em república. Já o acolhimento familiar se
dará em residências de famílias habilitadas para a função de acolher.
O acolhimento familiar e institucional, em qualquer uma de suas modalidades,
deverá contar com equipe profissional de referência exclusiva ao serviço e estrutura física
adequada ao público atendido, não devendo ainda ter placa que identifique o serviço e
o público ao qual se destina, em conformidade com as Orientações Técnicas: Serviço de
Acolhimento para Crianças e Adolescentes (2009).
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
21 Formação Mínima: nível médio e capacitação específica. Profissional que trabalha e reside na Casa Lar.
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
Residência Inclusiva
A Residência Inclusiva é uma unidade que oferta serviço de acolhimento
institucional, no âmbito da Proteção Social Especial de Alta Complexidade do Suas, para
jovens e adultos com deficiência (18 a 59 anos), em situação de dependência, que não
disponham de condições de autossustentabilidade, de retaguarda familiar temporária ou
permanente, ou que estejam em processo de desinstitucionalização de instituições de
longa permanência. Atende prioritariamente beneficiários do BPC, que não disponham de
condições de autossustentabilidade ou de retaguarda familiar.
O trabalho nas Residências Inclusivas deve promover a inclusão desse público na
vida comunitária e social e contribuir para a construção progressiva da autonomia dos
usuários.
Todos os serviços de acolhimento devem assegurar a convivência com familiares,
amigos e pessoas de referência e assegurar acesso às atividades culturais, educativas,
lúdicas e de lazer na comunidade.
Os serviços de acolhimento que atendem pessoas idosas e pessoas com deficiência
devem contar com pessoal habilitado, treinado e supervisionado por equipe técnica
capacitada para auxiliar nas atividades da vida diária.
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
Modalidade: Abrigo
Cargo /
Formação/Habilidades Atribuições/Atividades
Função
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
Cargo /
Formação/Habilidades Atribuições/Atividades
Função
35
Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
Cargo /
Formação/Habilidades Atribuições/Atividades
Função
Auxiliar de
educador/
cuidador22 Nível Fundamental e capacitação Apoio às funções do cuidador;
específica cuidados com a moradia (organização
1 profissional para
atendimento a e limpeza do ambiente e preparação
Desejável experiência em atendimento dos alimentos, dentre outros).
até 10 crianças e a crianças e adolescentes.
adolescentes por
turno.
Fonte: Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento para Crianças e Adolescentes/2009. Elaboração Própria.
Cargo /
Formação/Habilidades Atribuições/Atividades
Função
22 Para preservar o caráter de proteção e por acolher, em um mesmo ambiente, crianças e adolescentes
com diferentes históricos, faixa etária e gênero, faz-se necessário que o abrigo mantenha uma equipe noturna
acordada e atenta à movimentação.
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
Cargo /
Formação/Habilidades Atribuições/Atividades
Função
Acompanhamento psicossocial
dos usuários e suas respectivas
famílias, com vistas à reintegração
familiar; elaboração, em conjunto com
o/a educador/a cuidador residente e,
sempre que possível, com a participação
das crianças e adolescentes atendidos,
de regras e rotinas fundamentadas no
projeto político pedagógico da entidade;
apoio na seleção dos cuidadores/
educadores residentes e demais
funcionários; apoio e acompanhamento
do trabalho dos educadores/cuidadores;
capacitação e acompanhamento dos
cuidadores/educadores residentes e
Equipe Técnica demais funcionários; encaminhamento,
discussão e planejamento conjunto
2 profissionais com outros atores da rede de
para atendimento Nível superior serviços e do SGD das intervenções
a até 20 crianças necessárias ao acompanhamento
e adolescentes Experiência no atendimento a das crianças e adolescentes e suas
acolhidos em até crianças, adolescentes e famílias famílias; organização das informações
3 Casas Lares. em situação de risco. das crianças e adolescentes e
respectivas famílias, na forma de
Carga Horária: prontuário individual; elaboração,
30 horas encaminhamento e discussão com
semanais autoridade judiciária e Ministério
Público de relatórios semestrais
sobre a situação de cada criança e
adolescente apontando: possibilidades
de reintegração familiar; necessidade de
aplicação de novas medidas; ou, quando
esgotados os recursos de manutenção
na família de origem, a necessidade
de encaminhamento para adoção;
preparação, da criança / adolescente
para o desligamento (em parceria
com o cuidador (a)/educador (a)
residentes); mediação, em parceria com
o cuidador (a) /educador (a) residente,
do processo de aproximação e (re)
construção do vínculo com a família de
origem ou adotiva, quando for o caso;
acompanhamento da família de origem
no período pós-reintegração familiar.
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
Cargo /
Formação/Habilidades Atribuições/Atividades
Função
Organização da rotina
doméstica e do espaço residencial;
cuidados básicos com alimentação,
higiene e proteção; relação afetiva,
personalizada e individualizada
com cada criança e/ou adolescente;
organização do ambiente (espaço
físico e atividades adequadas ao grau
de desenvolvimento de cada criança
ou adolescente); auxílio à criança
e ao adolescente para lidar com
Educador/Cuidador sua história de vida, fortalecimento
residente23 Nível Fundamental e capacitação
específica da autoestima e construção da
identidade; organização de fotografias
1 profissional para e registros individuais sobre o
até 10 usuários. Desejável experiência em atendimento
a crianças e adolescentes. desenvolvimento de cada criança e/ou
adolescente, de modo a preservar sua
história de vida; acompanhamento
nos serviços de saúde, escola e outros
serviços requeridos no cotidiano.
Quando se mostrar necessário e
pertinente, um profissional de nível
superior (psicólogo ou assistente
social) deverá também participar
deste acompanhamento; apoio na
preparação da criança ou adolescente
para o desligamento, sendo para
tanto orientado e supervisionado por
um profissional de nível superior.
Auxiliar de
educador/cuidador Nível Fundamental e capacitação
Apoio às funções do cuidador;
específica cuidados com a moradia (organização
1 profissional para
atendimento a e limpeza do ambiente e preparação
Desejável experiência em atendimento dos alimentos, dentre outros).
até 10 crianças e a crianças e adolescentes.
adolescentes por
turno.
Fonte: Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento para Crianças e Adolescentes/2009. Elaboração Própria.
23 Se a Casa Lar atender pessoas com deficiência, com necessidades específicas de saúde ou idade
inferior a um ano, deverá adotar a seguinte relação:
a) 1 cuidador para cada 8 usuários, quando houver 1 usuário com demandas específicas;
b) 1 cuidador para cada 6 usuários, quando houver 2 ou mais usuários com demandas específicas.
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
Fonte: Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento para Crianças e Adolescentes/2009. Elaboração Própria.
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
• 1 Coordenador
• 1 Assistente Social
Unidade • 1 Psicólogo
institucional com Até 4 (quatro) pessoas idosas • 1 Profissional para desenvolvimento de
característica por quarto. atividades socioculturais
domiciliar. • Cuidadores sociais
• Profissional de limpeza
• Profissional de alimentação
• Profissional de lavanderia
Fonte: Norma Operacional Básica de Recursos Humanos do Suas NOB-RH/SUAS. Elaboração própria.
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
Fonte: Norma Operacional Básica de Recursos Humanos do Suas NOB-RH/SUAS. Elaboração própria.
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
Fonte: Norma Operacional Básica de Recursos Humanos do Suas NOB-RH/SUAS. Elaboração própria.
Vale destacar que os serviços de acolhimento para pessoas idosas ainda não foram
reordenados segundo os parâmetros do Suas, portanto, cumprem também o que determina
a Agência Nacional de Vigilância Sanitária- ANVISA, Resolução de Diretoria Colegiada
nº.283, de 26 de setembro de 2005 24.
Vide quadro comparativo com as equipes do acolhimento para pessoas idosas,
considerando o que determina o Suas e a Anvisa.
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
Residência Inclusiva
Cargo /
Formação/Habilidades Atribuições/Atividades
Função
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
Cargo /
Formação/Habilidades Atribuições/Atividades
Função
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
Cargo /
Formação/Habilidades Atribuições/Atividades
Função
Trabalhador
Cuidados com a residência
doméstico
Nível médio e experiência específica (organização e limpeza do ambiente) e
no trabalho doméstico. preparação dos alimentos, lavanderia,
1 profissional para
dentre outros.
cada residência
Fonte: Orientações sobre o Serviço de Acolhimento Institucional para Jovens e Adultos com Deficiência em
Residências Inclusivas/2014. Elaboração Própria.
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
“Ninguém nasce educador ou marcado para ser educador. A gente se faz educador,
a gente se forma, como educador, permanentemente, na prática e na reflexão da
prática.” Paulo Freire
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
Importante lembrar:
É necessário que o cuidador/educador, ao realizar atividades lúdicas e recreativas
com os acolhidos, sempre leve em consideração a participação e o desejo desses, bem
como escolhas que possam produzir a emancipação e o acesso a novas possibilidades
de aprendizado e conhecimento. Os sonhos e os desafios devem ser estimulados. Pensar
com e para, jamais pensar e decidir por eles.
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
Priorizar atividades para as quais seja necessário o uso do corpo, como danças
e exercícios físicos leves, considerando sempre a capacidade e a saúde dos
mesmos. Dança sênior pode ser bem aceita por eles. Para tais atividades, faz-
se necessário considerar orientações médicas. Evite atividades repetitivas e
longas, além daquelas que os mantêm por muito tempo assentados.
• Capacidade de realizar atividades da vida diária como fazer e pagar contas, utilizar
meios de transporte, cozinhar, cuidar da própria saúde, manter sua própria segurança, etc.;
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
• Formação continuada sobre temas recorrentes do cotidiano, bem como sobre temas já
trabalhados na fase de capacitação inicial, orientada pelas necessidades institucionais, promovida
pela própria instituição e/ou cursos externos;
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
• Estudos de caso;
• Encontros diários de 15-20 minutos entre os profissionais dos diferentes turnos para troca
de informações;
a. Sexualidade
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
Art. 6o A deficiência não afeta a plena capacidade civil da pessoa, inclusive para:
I - casar-se e constituir união estável;
II - exercer direitos sexuais e reprodutivos;
III - exercer o direito de decidir sobre o número de filhos e de ter acesso a informações
adequadas sobre reprodução e planejamento familiar;
IV - conservar sua fertilidade, sendo vedada a esterilização compulsória;
V - exercer o direito à família e à convivência familiar e comunitária; e
VI - exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à adoção, como adotante ou
adotando, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas.
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
Características
Descumprimento das normas da unidade (regimento interno, regras
ou convenções escritas) e de legislações aplicadas.
Fonte: Indisciplina e Ato Infracional nas Escolas – Ministério Público do Estado do Estado de Goiás; Centro
de Apoio Operacional da Infância e Juventude. Elaboração própria, adaptado.
Como exemplos de possíveis atos que podem ser considerados como ato infracional
dentro de unidades de acolhimento, citamos:
• Porte de arma;
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
[...] nos municípios que possuam CREAS e naqueles atendidos por CREAS
regionais quando o motivo do afastamento do convívio familiar envolver violência
intrafamiliar (física, psicológica, sexual, negligência grave), exploração sexual ou
outras situações de violação de direitos que estejam sob o escopo de ação dos
serviços desenvolvidos no CREAS, as crianças e adolescentes acolhidos e seus
familiares devem ser inseridos em seus serviços. (BRASIL, 2009, p. 44)
Neste sentido, entende-se que o serviço prestado pelo Creas, até por sua característica
territorial, deverá empreender ações com relação à família, com vistas à superação da
violação cometida, razão pela qual houve o afastamento familiar. Essas ações deverão
constar no Plano de Atendimento Individual e Familiar (PIA) – instrumento metodológico
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
por meio do qual será realizado o planejamento conjunto entre os indivíduos e/ou famílias
em acompanhamento e os serviços que as acompanham. Assim, constarão no PIA as
ações e responsabilidades dos profissionais do Creas e do Serviço de Acolhimento, no
acompanhando dessas famílias.
O acolhimento é uma medida protetiva aplicada a quem sofreu violação de direitos
e seu objetivo maior é trabalhar para a reintegração segura desse acolhido em seu núcleo
familiar. A equipe do acolhimento deverá priorizar ações que fortaleçam a convivência
familiar e a reconstrução e/ou fortalecimento dos vínculos. Para tanto, deve atuar
conjuntamente com a equipe técnica do Paefi na superação dos motivos que culminaram
no acolhimento e acompanhar o trabalho desenvolvido com a família na rede local.
É importante que as equipes técnicas do serviço de acolhimento e do Creas atuem
de forma articulada – por meio do planejamento conjunto de ações e reuniões periódicas
para o acompanhamento dos casos –, de modo a garantir uma atuação intersetorial e
integral, complementar e sinérgica, evitando sobreposições e ações contraditórias. A
implementação de uma sistemática de acompanhamento familiar, iniciada imediatamente
após o acolhimento, é fundamental, pois, com o passar do tempo, tanto as possibilidades
de reintegração familiar, quanto de adoção podem tornar-se mais difíceis.
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
• Identificação dos pontos de interseção entre os órgãos que compõem essa rede,
evitando a sobreposição do atendimento;
• Realização de perícias;
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
• Preservar vínculo com a família de origem e/ou extensa, salvo determinação judicial
em contrário;
Considera-se como famílias não apenas os grupos formados por pais ou qualquer
um deles e seus dependentes, mas os diferentes arranjos familiares resultantes de
agregados sociais por relações consanguíneas ou afetivas, ou de subsistência e
que assumam a função de cuidar dos membros. (Orientações Técnicas: Serviços
de Acolhimento para Crianças e Adolescentes, 2012, p.108).
Para ser habilitada enquanto família acolhedora, o indivíduo e/ou grupo familiar
que se propõe a essa tarefa não deve possuir laços familiares ou afetivos anteriores com
a família de origem e com as crianças e/ou adolescentes os quais irá acolher, tampouco
possuir intenção de adotá-las.
Importante: família acolhedora não pode ser a família extensa, pois o vínculo
de parentesco colide com a proposta do acolhimento familiar, configurando-se
como reintegração familiar.
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
• Residir há pelo menos 2 (dois) anos no município e nele permanecer durante todo o
período de acolhimento;
• Possuir residência fixa;
• Comprovante de Residência;
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
Estudo psicossocial
A avaliação psicossocial contempla não só a pessoa ou casal que se responsabilizará
pelo acolhimento da criança e/ou adolescente, mas todos aqueles que compõem o núcleo
familiar do qual fará parte, ainda que provisoriamente. Para tal, poderão ser utilizados os
instrumentos metodológicos que a equipe identificar como os mais adequados, podendo
se dar através de entrevistas, visitas domiciliares, encontros, dinâmicas de grupo, dentre
outros.
Durante essa avaliação, a equipe técnica observará aspectos objetivos e subjetivos
que qualifiquem a família como família acolhedora, que receberá a criança e/ou adolescente
de forma protetiva e cuidadosa. Esse momento também possibilita à equipe avaliar como
a família lida com os sentimentos de apego e desapego, considerando que o objetivo do
acolhimento familiar é que a criança permaneça na família acolhedora pelo menor tempo
possível, retornando para sua família de origem. O Estatuto da Criança e do Adolescente
nos indica que os acolhimentos não devem ultrapassar 18 (dezoito) meses 28.
Aspectos a serem observadas no Estudo Psicossocial
• Disponibilidade afetiva e emocional;
• Rotina familiar;
• Flexibilidade;
• Tolerância;
• Proatividade;
• Capacidade de escuta;
• Estabilidade emocional;
• Capacidade de pedir e aceitar ajuda e de colaborar com equipe técnica, dentre outros.
Após o parecer psicossocial favorável à inclusão da família no serviço, a mesma
assinará o Termo de Adesão e iniciará o processo de formação.
28 Lei nº. 13.059/2017, de 22 de novembro de 2017, que altera o Estatuto da Criança e do Adolescente.
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
Essa formação deverá ser continuada, pois não se consegue abarcar todos os conteúdos
em uma capacitação inicial. Além disso, a cada acolhimento, a família trará novas demandas,
frutos da relação que se construiu entre os membros da família e a criança ou adolescente
acolhido, da interação com as famílias de origem da criança e/ou adolescente, quando isso
for possível, e também a relação da família acolhedora com o serviço. É importante também
que se promovam encontros de socialização entre as famílias que já acolheram ou que estão
em processo de acolhimento, com aquelas que aguardam pelo acolhimento, pois a troca entre
elas trará elementos que apontam para as dificuldades e estratégias desenvolvidas por cada
uma delas, na busca pela superação de suas dificuldades, contribuindo para desmistificar o
acolhimento familiar como algo extremamente difícil.
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
É indicado que a família acolhedora não acolha novas crianças e/ou adolescentes
logo após o desligamento de um acolhido, para que possa elaborar a experiência e se
preparar para um próximo acolhimento.
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
Subsídio financeiro
Para fins de custeio de despesas com a criança ou adolescente acolhido, será
destinado à família acolhedora um valor mensal, a ser definido em lei, durante o período
efetivo de acolhimento.
Recomenda-se o subsídio financeiro diferenciado quando se tratar de acolhimento a
mais de uma criança e/ou adolescente e em caso de acolhimento de pessoas com deficiência.
Cabe à equipe técnica, durante o acompanhamento da família acolhedora e da
criança e/ou adolescente, avaliar a utilização correta do recurso, orientando sempre que
necessário que o recurso é público e passível de prestação de contas, se solicitado, nos
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
casos em que se identificar que o mesmo não está sendo utilizado de forma a atender as
necessidades do acolhido.
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
Capítulo 3
3.1 Orientações Metodológicas
3.1.1 Instrumentais
2. Os objetivos do serviço;
5. Recursos humanos;
6. Recursos financeiros;
7. Estrutura física;
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
8. Regimento interno;
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
Essa é uma situação que, por exemplo, deveria estar prevista no PPP, pois a gravidez
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
• Definição de quem se deve acionar, nesse caso, já que a equipe técnica não se
encontra na unidade à noite;
Nesse caso, lembramos que são várias as situações de uma pessoa idosa em
acolhimento: ela pode ter referência familiar ou não; pode ser beneficiária do Benefício
de Prestação Continuada - BPC ou até ter outras posses ou recursos. Ela pode ou não ser
considerada incapaz; sua família, caso ainda tenha vínculos com o acolhido (a), pode não
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
ter recursos para a realização dos serviços funerários, etc. Para cada uma das situações
citadas, deverão ser previstos no PPP procedimentos diferenciados.
Situações como evasão da unidade de acolhimento, namoro entre os acolhidos ou
com outras pessoas, serviço voluntário, dentre outras, são algumas das questões para as
quais se devem atentar ao elaborar o PPP, descrevendo detalhadamente quais procedimentos
deverão ser adotados em cada circunstância. Quanto maior o detalhamento das situações
e a previsão de ações no PPP, menos dificuldades de atuação os profissionais terão.
Por se tratar de um instrumento dinâmico, ou seja, que deve ser monitorado
e readequado/atualizado, sempre que for necessário, novas situações surgidas no
acolhimento passarão a compor o PPP, de forma que o mesmo consiga expressar a
realidade do acolhimento da maneira mais completa e atual possível. Assim também,
uma situação vivenciada poderá trazer elementos novos, com novas possibilidades de
soluções e/ou encaminhamentos mais adequados.
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
• Garantir acesso às políticas setoriais (saúde, educação, esporte e lazer, dentre outras).
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
Regularizar
Assistência Benefício de Prestação documentação/
Até 60 dias
Social Continuada protocolar pedido de
BPC
Participação nas
Convivência
Atividade física atividades da Imediatamente
Comunitária
Academia da Cidade
Matrícula do
Geração Inserção no mercado
adolescente em cursos Até 60 dias
de Renda de trabalho
profissionalizantes
Contatar o suposto
genitor e orientá-lo a
Omissão do nome encaminhar processo
Documentação do pai na certidão de de reconhecimento de Indeterminado
nascimento paternidade, se for o
caso. Contato com a
defensoria pública.
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
Agendar consulta
Saúde Depressão psiquiátrica e Imediatamente
atendimento psicológico.
Encaminhar a família
para Programa de
Assistência
Insuficiência de renda Transferência de Até 30 dias
Social
Renda (Bolsa família)
e geração de renda.
Agendar atendimento
Providenciar 2ª via da
Documentação para obtenção de Imediatamente
carteira de identidade
documentação.
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
a. Acolhida
A chegada a uma unidade de acolhimento é sempre um momento delicado, tanto
para a pessoa que chega, quanto para os profissionais e demais acolhidos. O acolhimento,
na maioria das vezes, acontece por aplicação de medidas judiciais ou desejo e indicação
de terceiros, e nem sempre é um acolhimento desejado. Portanto, é necessário todo
cuidado e atenção a esse momento. É importante que os profissionais sejam capacitados
para a realização da acolhida, que saibam compreender as manifestações do acolhido no
momento de chegada, que envolvem sentimentos de incerteza, insegurança, abandono,
dentre outros, que podem ser manifestados por meio do silêncio, tristeza, choro ou
agressividade, por exemplo.
Na chegada ao acolhimento
Revoltados
Tristes Não
amados
Inseguros Confusos
Aprisionados
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
• Conversar sobre o que está acontecendo, se for seu desejo, respeitando seus
sentimentos.
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
c. Estudo de caso
d. Relatórios
e. Acompanhamento familiar
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
• Reflexão permanente sobre a forma com que cada integrante do grupo familiar
percebe e lida com a questão do apego e desapego;
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
[...]
Art. 16. Nos casos em que for identificada a necessidade de acompanhamento pelo
PAIF no CRAS ou pela equipe técnica da PSB, o atendimento terá como objetivo
enfrentar as situações de vulnerabilidade social, prevenir riscos e identificar e
estimular as potencialidades das famílias e dos territórios, fortalecendo seus
vínculos familiares e comunitários.
Art. 17. Nos casos em que for identificada a necessidade de acompanhamento pelos
serviços do CREAS ou equipe técnica da PSE, o atendimento terá como objetivo
o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários, a superação de padrões
de relacionamento violadores de direitos, a potencialização da função protetiva
da família e sua inserção em uma rede de proteção que favoreça a superação da
situação vivenciada e a construção de novos projetos de vida. (BRASIL, 2009, p.19).
f. Acompanhamento pós-desligamento
Deve ser direcionado pelo plano de ação construído especificamente para essa
finalidade, após o retorno do acolhido para sua família. Tem como objetivo assegurar
a continuidade da garantia de direitos, da proteção e do cuidado. Para os serviços de
acolhimento de crianças e adolescentes, o prazo de acompanhamento é por, no mínimo,
seis meses 29 após o retorno da criança ou adolescente ao convívio com sua família.
29 Caderno de Orientações Técnicas dos Serviços de Acolhimento para Crianças e Adolescentes, p. 43.
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
A equipe deverá avaliar por quanto tempo esse acompanhamento deverá ser feito,
evitando-se a tutela da família por tempo além do necessário. Ações de articulação feitas
com políticas e/ou serviços do território para o qual o acolhido retornou deverão ser
monitoradas para que sejam devidamente adequadas à necessidade do acolhido e de sua
família.
[...] A definição quanto ao órgão responsável pelo acompanhamento no período
após a reintegração familiar deverá ser objeto de acordo formal entre os serviços
de acolhimento, o órgão gestor da Assistência Social e a Justiça da Infância e da
Juventude. Tal definição deve levar em consideração a estrutura e a capacidade
técnica dos serviços da rede local, podendo ser designada para esse fim a equipe
técnica dos serviços de acolhimento, a equipe responsável pela supervisão dos
serviços de acolhimento, o CREAS, ou até mesmo o CRAS ou outro serviço de
atendimento sociofamiliar existente no Município. (BRASIL, 2009, p. 42,43).
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
h. Visitas domiciliares
A visita domiciliar é um instrumento metodológico de fundamental importância
por possibilitar a observação in loco de aspectos relevantes para o acompanhamento
psicossocial. Por ser uma atividade de natureza técnica, deve-se pautar nos princípios de
respeito à privacidade das famílias, dialogicidade e protagonismo, tanto no que diz respeito
à receptividade, quanto à disponibilidade para responder às perguntas.
Caberá à equipe construir uma relação de confiança com os familiares do acolhido
garantindo, assim, que as visitas aos seus domicílios cumpram a função de contribuir para
a reintegração familiar e que não sejam vistas como ferramenta de “controle” da família.
Com relação ao número de visitas domiciliares e sua periodicidade é o estudo de
caso que irá orientar. Algumas famílias respondem melhor ao acompanhamento quando
visitadas pela equipe técnica. Por outro lado, outras se sentem desconfortáveis com essas
visitas. Assim, espera-se que as intervenções técnicas sensibilizem as famílias para que
compreendam a real necessidade e importância das visitas domiciliares.
Destacamos que a visita não deve ter caráter policialesco e ou conotação vexatória.
Sempre que possível, faça o agendamento prévio da visita e respeite os limites de cada família.
i. Visita institucional
Atividade utilizada para buscar informações e respostas mais abrangentes
e adequadas às necessidades dos envolvidos no processo de acompanhamento,
complementando as ações da assistência social na direção da proteção integral e garantia
de direitos. Pode contribuir para aprofundamento e revisão do estudo de caso, à medida
que ocorre interação/troca de informações da equipe com técnicos de outros serviços do
Suas e/ou de outras políticas públicas e com a rede local.
A visita institucional será realizada em função da demanda de cada caso, podendo
ocorrer em unidades de atendimento da assistência social, em unidades de outras políticas
públicas (escolas, delegacias, hospitais, etc.) ou ainda em organizações da sociedade civil.
j. Articulação em rede
Conforme descrito na Resolução nº. 109/2009 do Conselho Nacional de Assistência
Social (CNAS), que institui a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais e já
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
l. Desligamento
O desligamento das unidades de acolhimento é possível em menor ou maior
proporção, considerando os públicos atendidos. Poderá ocorrer por meio da reintegração/
integração familiar ou quando outras possibilidades de moradia segura e protegida foram
possíveis. Nesse sentido, é fundamental que tanto os acolhidos quanto suas famílias sejam
preparadas para a efetivação do desligamento. Em se tratando de crianças e adolescentes,
estas são desligadas das unidades de acolhimento pelos seguintes motivos:
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
• O interesse da pessoa idosa ou com deficiência, que pode não desejar essa
reintegração;
m. Contrarrerefenciamento
Por ocasião do desligamento do acolhido desse serviço, ainda pode haver
vulnerabilidades que demandem atenção e, por isso, destaca-se a importância de
contrarreferenciar as famílias nos serviços socioassistenciais da Proteção Social Básica,
Proteção Social Especial de Média Complexidade e demais projetos, programas e serviços
de outras políticas públicas. Nesse sentido, o técnico deverá realizar contatos com a rede
socioassistencial para garantir que a família continue sendo acompanhada, de forma que
não haja reincidência da violação de direito e novo afastamento familiar.
n. Acompanhamento pós-desligamento
Esse acompanhamento é recomendado para todos os públicos e tem como foco
o fortalecimento da função protetiva familiar a fim de evitar a reincidência da violação que
culminou na necessidade de afastamento do indivíduo de sua família. Para tanto, faz-se
necessário dar continuidade às atividades do serviço de forma mais integrada com a rede
socioassistencial e os serviços da Proteção Social Básica ou Proteção Social Especial de
Média Complexidade, conforme o caso, buscando maior protagonismo das famílias atendidas.
Não há determinação legal de quem tem a competência do acompanhamento
pós-reintegração. Assim, deve ser considerada a organização do município, serviços
existentes e capacidade de atendimento destes. No entanto, ressaltamos a importância de
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
1. Identificação de caso
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2. Acolhimento
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Monitoramento do PIA
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1. Identificação do caso
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2. Acolhimento
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Monitoramento do PIA
Importante:
O presente fluxo foi construído para o acolhimento institucional de crianças e
adolescentes. No acolhimento familiar o fluxo é o mesmo, porém o acompanhamento
familiar contempla também ações para a família acolhedora.
A cada três meses, o serviço de acolhimento deverá protocolar relatório no Judiciário,
em conformidade com a evolução do caso e respostas aos acompanhamentos previstos
no PIA, tanto para a família quanto para o acolhido.
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102
Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
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Caderno de Orientações dos Serviços de Acolhimento
_______. Residências terapêuticas: o que são, para que servem. Ministério da Saúde,
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FÁVERO, Eunice Teresinha; VITALE, Maria Amália F.; BAPTISTA, Myrian Veras (Orgs).
Famílias de Crianças e Adolescentes Abrigados: quem são, como vivem, o que pensam, o
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