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Lucas da Cunha Correia, 10084873.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E


FAMILIAR CONTRA A MULHER DA COMARCA DE XXX.

ERICA, nacionalidade, estado civil, profissão, portadora do RG nº XXX, inscrita sob CPF nº XXX,
Rua XXX, nº XXX, Bairro XXX, Cidade/ UF, por intermédio de seu advogado devidamente
constituído, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar QUEIXA-CRIME,
com base no artigo 30 do Código de Processo Penal e no artigo 100, parágrafo 2º do Código
Penal, em desfavor de RAFAEL, nacionalidade, estado civil, profissão, portadora do RG nº XXX,
inscrita sob CPF nº XXX, Rua XXX, nº XXX, Bairro XXX, Cidade/ UF, pelos fatos a seguir descritos:

DOS FATOS

Erica, a querelante, mantém um casamento com Rafael, sob regime de separação total de
bens, e não possuem filhos. Erica solicitou a separação devido a dificuldades no
relacionamento. Rafael, por sua vez, reagiu de forma violenta.

Rafael frequentou um bar próximo à residência e, ao verificar que Erica havia informado sobre
a separação nos grupos de WhatsApp e redes sociais compartilhados, agiu de maneira
descontrolada. Ele retornou à casa e incendiou todas as roupas e acessórios de Erica, além de
danificar severamente seu veículo BMW, de sua propriedade exclusiva. Erica, diante desses
eventos, deixou a residência e buscou abrigo na casa de sua mãe.

Adicionalmente, Rafael divulgou mensagens agressivas e difamatórias sobre Erica nas redes
sociais e nos grupos de WhatsApp compartilhados, com o intuito de prejudicar a reputação da
querelante perante amigos e conhecidos.

Em resposta a esses acontecimentos, Erica dirigiu-se à delegacia especializada de violência


doméstica contra a mulher, onde relatou o ocorrido e solicitou medidas protetivas.

O juízo concedeu medidas de proteção de urgência, conforme processo nº XXX (fls. XXX), que
incluem o afastamento de Rafael do lar, a proibição de se aproximar de Erica, seus familiares e
testemunhas, com uma distância mínima de 200 metros, e a proibição de contato de qualquer
forma entre Rafael e Erica.

DO DIREITO

DA COMPETÊNCIA DO JUIZADO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR

Erica e Rafael são casados desde 2010, o que caracteriza a relação de afeto e coabitação,
enquadrando-se nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, especialmente na
esfera moral, conforme definido no art. 7º, IV e V, da Lei nº 11.340/2006.

Diante dessa caracterização, este Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher é
competente para julgar a presente queixa-crime, conforme estabelecido no art. 14 da Lei nº
11.340/2006.

DO CRIME DE DIFAMAÇÃO

Conforme descrito anteriormente, Rafael proferiu mensagens difamatórias com o objetivo de


prejudicar a reputação de Erica. Essa conduta se enquadra no delito previsto no artigo 139 do
Código Penal.
Lucas da Cunha Correia, 10084873.

O crime de difamação, de acordo com a jurisprudência de Nelson Hungria, consiste na


imputação de fatos que, embora não sejam crimes, são ofensivos à reputação da pessoa
mencionada. No presente caso, a difamação afetou a honra objetiva de Erica, que é o
julgamento da comunidade sobre ela.

Diante disso, requer-se que o pedido desta ação seja processado para que a conduta de Rafael
seja devidamente investigada e punida, conforme os dispositivos legais pertinentes.

DO CRIME DE DANO

Rafael, o querelado, causou danos materiais ao incendiar as roupas e acessórios de Erica,


avaliados em R$ XXX, e ao danificar o veículo BMW, de propriedade exclusiva da querelante,
avaliado em R$ XXX.

Essa conduta se enquadra no delito previsto no artigo 163 do Código Penal, com a modalidade
qualificada estabelecida no parágrafo único, inciso IV, devido ao motivo egoísta e ao prejuízo
material considerável causado à vítima.

Requer-se, portanto, que o pedido desta ação seja processado para que a conduta de Rafael
seja devidamente apurada e punida, de acordo com os dispositivos legais pertinentes.

DO PEDIDO

Diante do exposto, requer-se à Vossa Excelência:

A) A intimação do Ministério Público para se manifestar sobre o caso, conforme o artigo 45 do


Código de Processo Penal;

B) Após a manifestação do Ministério Público, o recebimento, processamento e autuação da


presente queixa-crime, com a citação do querelado para responder aos termos desta ação
penal, sob pena de revelia;

C) A intimação e oitiva das testemunhas arroladas;

D) A condenação de Rafael de acordo com o artigo 139 do Código Penal, com acréscimo de 1/3,
conforme estabelecido no artigo 141, inciso III do mesmo Código;

E) A fixação de uma indenização mínima no valor de R$ XXX para compensar os prejuízos


sofridos por Erica, de acordo com o artigo 387, inciso IV do Código de Processo Penal;

F) Após a confirmação judicial da autoria e materialidade dos crimes, a condenação de Rafael,


julgando procedente esta Queixa-Crime, conforme o artigo 163, parágrafo único, IV do Código
Penal.

Requer-se a devida apuração e punição dos atos descritos.

Local e data.

Assinatura do Advogado

OAB nº XXX

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