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Faculdade Nove de Julho

Nome: Bruna do Nascimento Moraes - RA: 1620100714

Resumo artigo: Psicanálise, teoria e clínica: reflexões sobre sua proposta terapêutica.

O artigo destaca como Freud começou a entender os problemas psicológicos através


da linguagem. No entanto, Freud encontrou um limite nela como metáfora, o que afetou a
eficácia terapêutica da psicanálise. Jacques Lacan ofereceu uma perspectiva que sugeriu que,
embora as palavras não possam resolver tudo no psiquismo, elas podem influenciar a posição
do sujeito em relação aos seus desejos, oferecendo uma saída para esse impasse.
O artigo convida os leitores a seguir a jornada de Freud e a considerar como a
psicanálise lida com a cura, reconhecendo que não existe uma cura ideal, mas buscando
transformar o sofrimento neurótico em uma forma mais comum de infelicidade. Além disso, o
texto enfatiza que a psicanálise difere da medicina, pois lida com questões que não podem ser
tratadas com medicamentos ou tecnologia, dependendo apenas das palavras. A cura na
psicanálise está intrinsecamente ligada ao poder terapêutico das palavras, mas também tem
seus desafios, especialmente em relação às emoções transferenciais entre paciente e analista.
Explora também a relação entre a linguagem e a psicanálise, destacando como
Sigmund Freud começou seu trabalho clínico com pacientes histéricas, enfocando a
importância da linguagem na compreensão dos fenômenos neuróticos. Inicialmente, Freud
propôs que os sintomas histéricos não estavam ligados à anatomia, mas sim à linguagem e à
representação psíquica do corpo. O autor destaca como a psicanálise se distanciou de outros
campos, como a psiquiatria e a neurologia, ao enfatizar a importância da linguagem na
compreensão das neuroses. Os sintomas neuróticos foram vistos como produtos de um
processo de simbolização, e a linguagem foi considerada crucial no método terapêutico,
permitindo a cura das neuroses.
No entanto, o autor observa que, mesmo com a ênfase na linguagem, a clínica
indicava a existência de elementos resistentes à simbolização, questionando a eficácia
terapêutica da palavra. Freud tentou explicar essas resistências, muitas vezes recorrendo a
explicações biológicas, como no caso das "neuroses atuais", que foram atribuídas a problemas
orgânicos. O conceito de transferência na psicanálise tornou-se central, e Freud percebeu que
era através da transferência que a cura ocorria. A transferência se tornou um meio de explorar
o inconsciente do paciente, revelando desejos reprimidos e resistências. Entretanto, a
transferência também apresentou desafios, pois os pacientes repetiam padrões de
comportamento do passado.
É também discutido como a psicanálise evoluiu ao longo do tempo, enfatizando a
importância da transferência e da resistência como parte do processo terapêutico. Freud
reconheceu que alguns elementos psíquicos eram resistentes à simbolização, o que levou à
introdução do conceito de pulsão de morte na teoria psicanalítica. O conceito de pulsão de
morte sugeriu que havia limites para a ação terapêutica da palavra, e Freud identificou o
complexo de castração como um obstáculo final ao processo de cura. Lacan expandiu essa
compreensão, relacionando com a estrutura da linguagem e enfatizando a importância da
linguagem na construção da subjetividade.
No final do artigo, os autores enfatizam que a teoria e a clínica psicanalítica estão
profundamente interligadas, e cada avanço na teoria corresponde a uma proposta terapêutica
específica. Isso significa que a psicanálise não oferece uma única resposta terapêutica, mas se
adapta às necessidades individuais de cada paciente ao longo do tempo. Os autores também
mencionam que, ao contrário da medicina, onde o tratamento se concentra no corpo e nos
órgãos, a psicanálise considera os sintomas como mensagens que merecem ser decifradas. A
terapia psicanalítica busca desvelar o significado por trás dos sintomas, promovendo não
apenas o alívio dos sintomas, mas também a construção de uma verdade sobre o paciente.
Eles discutem a importância da noção de castração na psicanálise, que representa um
limite à terapia, pois há aspectos do psiquismo que não podem ser plenamente simbolizados
pela linguagem. Portanto, a promessa de cura na psicanálise não se refere à eliminação total
do sofrimento, mas à compreensão do desejo inconsciente do paciente. Por fim, os autores
reconhecem a importância do alívio dos sintomas para os pacientes, mesmo que esse não seja
o objetivo principal da psicanálise. Eles citam Freud para destacar que a psicanálise tem valor
terapêutico e continuou a se desenvolver ao longo dos anos devido aos benefícios que
proporciona às pessoas doentes.

Referência:
PINHEIRO, N. N. B.. Psicanálise, teoria e clínica: reflexões sobre sua proposta
terapêutica. Psicologia: Ciência e Profissão, v. 19, n. 2, p. 20–29, 1999. 09/2012. Disponível
em: https://www.scielo.br/j/pcp/a/jf8MkNm9LHjLbTSZWdm4HCz/#. Acesso em: 22 set.
2023.

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