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Reconhecemos que, para além das responsabili- UMA AGENDA PARA ACELERAR Os Objectivos
dades que todos temos perante as nossas so- O DESENVOLVIMENTO HUMANO
e a promoção do
ciedades, temos a responsabilidade colectiva de
respeitar e defender os princípios da dignidade Os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio tratam desenvolvimento humano
humana, da igualdade e da equidade, a nível muitos dos mais resistentes fracassos do desenvolvi-
partilham uma motivação
mundial. Como dirigentes, temos, pois, um dever mento humano. Ao contrário dos propósitos das
para com todos os habitantes do planeta, em es- primeira, segunda e terceira Décadas do Desenvolvi- comum e reflectem um
pecial para com os mais desfavorecidos e, em mento das Nações Unidas (dácadas de 1960, 1970 e
compromisso
particular, as crianças do mundo, a quem pertence 1980), que se concentraram principalmente no cresci-
o futuro. mento económico, os Objectivos colocam o bem-estar fundamental com
— ONU, Declaração do Milénio1 humano e a redução da pobreza no centro dos propósi-
a promoção do bem-estar
tos do desenvolvimento mundial – uma abordagem
Em Setembro de 2000, os líderes mundiais reuni- defendida desde sempre pelo Relatório do Desen- humano, que acarreta
ram-se na Cimeira do Milénio das Nações Unidas volvimento Humano. a dignidade humana,
para comprometerem as suas nações com esforços Os Objectivos e a promoção do desenvolvimento
globais mais fortes a favor da paz, direitos humanos, humano partilham uma motivação comum e reflectem liberdade e igualdade
democracia, boa governação, sustentabilidade am- um compromisso fundamental com a promoção do de todos os indivíduos
biental e erradicação da pobreza, e para apoiarem bem-estar humano, que acarreta a dignidade humana,
os princípios da dignidade humana, igualdade e liberdade e igualdade de todos os indivíduos. Os Ob-
equidade2. jectivos são referências de progresso para a visão da
O resultado foi a Declaração do Milénio, apro- Declaração do Milénio — orientada por valores fun-
vada por 189 países, que inclui compromissos colec- damentais de liberdade, igualdade, solidariedade,
tivos urgentes para vencer a pobreza que ainda atinge tolerância, respeito pela natureza e responsabilidade
a maioria da população mundial. Os líderes mundiais partilhada. Estes valores têm muito em comum com
não concordaram em aceitar as declarações habituais a concepção de bem-estar humano no conceito de de-
– porque sabiam que elas não bastavam. Em vez senvolvimento humano. Também espelham a moti-
disso, comprometeram-se com metas ambiciosas, vação fundamental dos direitos humanos. Por isso, a
com prazos claramente definidos. Declaração do Milénio, o desenvolvimento humano
Na cimeira de 2000, a Assembleia Geral das e os direitos humanos partilham a mesma motivação
Nações Unidas também pediu ao Secretário-Geral (caixa 1.1).
que preparasse um roteiro para concretizar os com- Cada Relatório do Desenvolvimento Humano
promissos da Declaração – que resultou nos Ob- tem defendido que o propósito do desenvolvimento é
jectivos de Desenvolvimento do Milénio, composto melhorar a vida das pessoas aumentando as suas es-
por 8 Objectivos, 18 metas e 48 indicadores3. Os Ob- colhas, a sua liberdade e a sua dignidade. A pobreza
jectivos são únicos na sua ambição, concretização e envolve muito mais do que as restrições impostas pela
âmbito. Também são únicos no seu reconhecimento falta de rendimentos. Também acarreta falta de ca-
explícito de que os Objectivos de erradicação da po- pacidades básicas para levarem uma vida plena e cria-
breza só podem ser atingidos através de parcerias tiva – como quando as pessoas sofrem de má saúde, são
mais fortes entre actores do desenvolvimento e excluídas de participar nas decisões que afectam as
através de maior acção dos países ricos – expandindo suas comunidades, ou não têm o direito de orientar o
o comércio, aliviando a dívida, transferindo tec- curso da sua vida. Essas privações distinguem a pobreza
nologia e fornecendo ajuda. humana da privação de rendimento.
programas de apoio aos Objectivos. Por exemplo, o go- mental. A acção deve ser conduzida não só pelos polí-
verno da Bolívia decidiu alinhar as suas políticas sociais ticos e agências governamentais, mas também pelas co-
pelos Objectivos. Foram feitas propostas para aumen- munidades, autoridades locais e grupos da sociedade
tar substancialmente as despesas de saúde e de educação civil. O impulso político para a mudança de políticas
e foram criados dois programas nacionais para esses ob- deve vir do povo de um país, pressionando por mais
jectivos. O governo dos Camarões também está a au- escolas, melhores cuidados de saúde, melhor abasteci-
mentar substancialmente o financiamento da educação mento de água e outros elementos essenciais de desen-
e da saúde e os partidos políticos estão a utilizar, nos volvimento. Os Objectivos dão um pretexto para
seus debates de campanha, dados sobre o progresso em aplicar essa pressão. Dão capacidade às comunidades
direcção aos Objectivos. e ao povo para responsabilizar as autoridades.
Controlo nacional não é só controlo governa- E fornecem um instrumento para as pessoas avaliarem