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Da viabilidade da utilização de óxidos mistos de tório-urânio em um reator


nuclear de geração III (AP1000)

Conference Paper · October 2016

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7 authors, including:

José Rubens Maiorino Giovanni Laranjo de Stefani


Universidade Federal do ABC (UFABC) Federal University of Rio de Janeiro
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João Manoel Losada Moreira


Universidade Federal do ABC (UFABC)
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Feasibility to convert an advanced PWR from UO2 to a mixed U/ThO2 core View project

Consumption of electricity in Brazilian residences between 1985 and 2103 View project

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Oferta e Demanda de Energia – o papel da
tecnologia da informação na integração dos recursos

26 a 28 de setembro de 2016

Gramado – RS

Da viabilidade da utilização de óxidos mistos de tório-urânio


em um reator nuclear de geração III (AP1000)

José Rubens Maiorino1, Giovanni Laranjo de Stefani, Thiago Augusto dos


Santos, João Manoel Losada Moreira, Pedro Carlos Russo Rossi

Universidade Federal do ABC

Av. dos Estados, 5001 - Bangu - Santo André- SP.

RESUMO

O presente trabalho apresenta a possibilidade de adaptar um reator PWR, o


conceito mais utilizado na atualidade, para que opere com combustível a base de
mistura de óxidos de tório e urânio (Th, U)O2, ao invés do tradicional dióxido de urânio.
O objetivo foi a redução de actinídeos de longa vida, em especial plutônio, e de gerar
um estoque de 233U físsil, que poderia vir a no futuro ser utilizado em ciclos de
combustível avançados, em um processo mais sustentável e aproveitando a grande
reserva de tório disponível no planeta e em especial no Brasil. O reator PWR escolhido
como referência foi o AP1000, desenvolvido pela empresa Westinghouse, uma vez
1
Autor para correspondência: joserubens.maiorino@ufabc.edu.br 1
que é considerado como um dos reatores mais seguros e modernos da atual Geração
III, e por sua similaridade com os reatores já consolidados e utilizados no Brasil para
geração de energia elétrica(PWR). Os resultados obtidos mostram a viabilidade e a
potencialidade do conceito, sem a necessidade de praticamente nenhuma mudança
no núcleo do AP1000, e mesmo com vantagens relativamente a este.

Palavras-chave: Tório, Energia Nuclear, Reatores PWR, Geração III, AP1000.

ABSTRACT

This work presents the possibility to adapt a PWR reactor, the most used
concept in now times, to operate with mixed thorium uranium oxide (Th, U)O 2, instead
of uranium dioxide. The objective was to reduce the production of minor actinides,
especially plutonium, and to produce fissile 233U, which could be used in the future in
advanced sustainable closed fuel cycles, and by utilizing the huge thorium reserves in
the planet, in special in Brazil. The selected reference PWR was the AP1000,
developed by Westinghouse, which is one of the safest and modern generation III
reactor, and being the same concept as those used in Brazil for electricity generation.
The results show the feasibility and potentiality of the concept, without any significant
changes in the AP1000 core, and even with some advantages compared with the
original core.

Keywords: Thorium, Nuclear Energy, PWR Reactors, Generation III, AP1000.

1. INTRODUÇÃO
Conforme apresentado no IX CBPE[ MAIORINO et. al., 2014] a utilização de
Tório em reatores nucleares tem sido motivo de várias pesquisas a nível internacional,
tendo em vista a utilização desta fonte primária de Energia Nuclear, para
complementar a utilização de urânio em Reatores Nucleares, e aumentar a
sustentabilidade da fonte nuclear. Mais além, sendo o Brasil a maior reserva desse
energético no mundo, o país tem uma oportunidade para desenvolver pesquisas que
viabilizem a utilização do tório nos reatores que o país optou, Reatores à Agua
Pressurizada (PWR), para que possamos retomar nossa competitividade tecnológica,
participar do esforço internacional nas pesquisas sobre a utilização de Tório, e

2
principalmente abrir a oportunidade de utilizar um energético do qual somos a maior
reserva mundial.

Dentro deste contexto, na UFABC, o grupo de energia nuclear optou por este
tema para o desenvolvimento de suas pesquisas. Inicialmente, discutiu-se sobre qual
seria o reator PWR de referência para que pudéssemos mantendo a mesma máquina,
pudéssemos adaptar um núcleo de utilizando óxidos mistos de urânio-tório (Ux-
Thy)O2, ao invés de UO2. Dos vários Reatores de Geração III, o Reator PWR
avançado da Westinghouse, AP-1000, é o que mostrou o mais adequado, pelos
motivos descritos na secção 2. Neste trabalho, apresenta-se os resultados até o
momento encontrados para um núcleo de (U-Th) O2, exatamente igual
geometricamente ao do AP1000, e mantendo o mesmo ciclo de operação, os quais já
demonstram que não só o nosso conceito é viável, que aqui denominamos de AP-
TH1000, mas com vantagens nos limites térmicos e mesmo no desempenho nuclear.

2. DESCRIÇÃO DO AP1000.
. Dos vários Reatores de Geração III, o Reator PWR avançado da
Westinghouse, AP-1000(WESTINGHOUSE , 2011), é o que mostrou o mais adequado
para ser o reator de referência para nossos estudos , devido este Reator já estar
licenciado pela Comissão Regulatória Americana (NRC), ser economicamente
competitivo (com custo de geração estimado entre 30 e 35 US$/MWh ), segurança
passiva nos sistemas de emergência, em construção nos EUA, e na China, tendo um
ciclo de operação de 18 meses, e uma vida útil de 60 anos. Em setembro de 2007, a
Westinghouse e seus sócios Chineses (Grupo Shaw) receberam autorização para a
construção de 4 unidades na China: duas em Sanmen e duas mais em Haiyang na
província de Shandong. A unidade 1 de Sanmen e de Haiyang 1 estão para entrar em
operação em 2016, já com os testes pré-operacionais conduzidos com sucesso em
ambas unidades. Todas as 4 unidades Chinesas estão previstas estarem operacionais
em 2017. Nos EUA quatro unidades estão em construção, e no Reino Unido três
unidades estão previstas (WORLD NUCLEAR NEWS, 2016). Desta forma devido este
histórico de sucesso, o AP-1000, foi o reator escolhido como PWR de referência para
que usando a mesma máquina, pudéssemos encontrar um núcleo de óxidos mistos
de urânio e tório, mantendo inalterada a geometria dos elementos combustíveis,
sistema de controle de reatividade, ciclo de operação, etc. Nas Figuras 1 , ilustra-se o
3
núcleo do AP-1000, com destaque na célula básica consistindo de uma região
combustível(UO2) encamisados com Zirlo( Liga avançada de zircônio), formando um
Elemento Combustível 17x17, e na Figura 2, o Núcleo do Reator do AP-1000, com
venenos queimáveis de IFBA (I) e PYREX (P) e várias zonas de enriquecimento. Na
Figura 3, é ilustrado o sistema primário de refrigeração, com as bombas integradas no
gerador de vapor, e na Figura 4 uma visão artística da usina.

O sistema de controle de reatividade do reator AP1000 inclui bancos de controle


e segurança utilizados para manobra de potência e desligamento, boro solúvel no
refrigerante para o controle da queima e veneno queimável em alguns dos elementos
combustíveis. O veneno queimável é um revestimento feito à base de boro (ZrB2) e
são denominados Integral Fuel Burnable Absorver (IFBA); e alguns dos tubos guias
contém varetas de Pyrex borado. A posição destes venenos queimáveis no núcleo do
reator é ilustrada na Figura 2.

Figura 1: Disposição das zonas de enriquecimento do reator AP1000, Elemento Combustível


e Célula Básica ( combustível`+ encamisamento+ refrigerante/moderador)

4
Figura 2: Núcleo do Reator do AP-1000, com venenos queimáveis de IFBA (I) e
PYREX (P)

Figura 3: Sistema de Refrigeração Primário do AP1000


5
Figura 4 - Visão artística da usina AP1000

3. METODOLOGIA E RESULTADOS
Inicialmente implementamos capacidade de cálculo de reatores para que
pudéssemos realizar simulações e gerar bibliotecas precisas de seções de choque de
reações nucleares envolvendo Th. Os programas de cálculo de transporte de nêutrons
baseado em Monte Carlo, MCNP[LANL, 2016] e SERPENT[TECHNICAL RESEARCH
CENTRE OF FINLAND, 2016], ambos com capacidade de queima, foram instalados
na UFABC. A qualificação desses programas foi realizada através da solução de
“benchmarks” experimentais. O programa MCNP foi qualificado inicialmente pela
reprodução dos experimentos GODIVA e JEZEBEL (NEA, 1999; LARA e MAIORINO,
2013). Numa etapa posterior “benchmarks” experimentais de urânio e tório em
sistemas térmicos e rápidos foram também simulados (SHIMOKAWA et al., 2015).

Um estudo comparativo entre U e Th foi realizado para elementos combustíveis


semelhantes ao do reator Angra 2. O elemento combustível tipo PWR 17x17 utilizando
UO2 como combustível mantendo a mesma geometria, num conceito “seed-blanket”,
o qual oferece uma opção para a utilização do combustível de tório em reatores a
água leve e a utilização de um ciclo de combustível que produz pouco Plutônio e
considerado adequado para as políticas de não-proliferação (IAEA, 2003). O conceito
é basicamente de um elemento combustível típico de reatores PWR dividido em duas
regiões, uma semente (“seed”) com urânio de baixo enriquecimento, 20 % em 235U e

6
um coberto (“ blanket”) com óxidos mistos de urânio e tório (U-Th)O2 (IAEA, 2003).,
ilustrado na Figura 1. Com a semente de UO2 com enriquecimento de 20 % em 235U,
e o cobertor com (Th0,9U0,1) O2 (Fernandes et al., 2011). Os resultados desse trabalho
mostraram que combustíveis utilizando óxidos mistos de U e Th apresentam várias
vantagens com relação ao de UO2, tais como uma queima estendida, um maior fator
de conversão (razão entre taxas de material físsil produzido pela taxa material físsil
consumido) e, principalmente, gera menos resíduos de alto nível, ou seja, apresenta
menor radio toxicidade (Fernandes et al., 2011).

Figura 5 – Conceito do elemento combustível “seed-blanket”

Para os cálculos termo hidráulicos foi desenvolvido um programa mono canal,


que utiliza correlações adequadas para as propriedades termo físicas tanto para o
UO2 como para (Th-U) O2 para o cálculo dos limites térmicos (Temperaturas, MDNBR)
a partir da densidade de potência calculadas pelos códigos nucleares[ SANTOS et al,
2016].

Utilizando-se códigos nucleares de Monte Carlo MCNP e SERPENT calculou-


se o núcleo do AP1000 para termos valores de referência e comparou-se com os
daquele projeto para efeitos de validação (LARANJO et al., 2015). Também os
cálculos dos limites térmicos e hidráulicos foram realizados para o AP-1000, para
efeitos de validação de nosso programa[SANTOS, et al 2016].

Para a definição do núcleo utilizando (Th-U)O2 realizou-se um estudo


paramétrico, variando-se as percentagens mássicas do Urânio e Tório, o conceito
7
“seed blanket” e uma distribuição de varetas uniforme, mantendo-se como critério a
máxima produção de 233U, a mínima de Plutônio, e mantendo-se a mesma geometria
dos elementos combustíveis e núcleo do AP-1000.

O estudo paramétrico, incluiu elementos combustíveis do tipo “seed-blanket”,


com o “seed” de UO2 com baixo enriquecimento (LEU), 20 w/o em 235U, e o “blanket
de (Thx-Uy)O2, com 235U LEU, e com as varetas uniformemente distribuídas no
elemento combustível, com combustível de (Thx-Uy)O2, com 235U LEU. Além disso,
considerou-se a opção da utilização de um “blanket axial”. Em todos casos estudados
manteve-se o mesmo espaçamento, dimensões, e posições de varetas para inserção
de varetas de controle, venenos queimáveis, etc. do AP1000. Na figura 6 é ilustrado
o conceito seed-blanket(a), em que o seed é constituído de varetas de UO2, LEU, em
vermelho, e o blanket de (Ux-Thy)O2 e o conceito uniforme em que todas as varetas
são de (Ux-Thy)O2

(a) (b)

Figura 6: Tipos de elementos combustíveis estudados. (a) O conceito


seed-blanket e o (b) uniforme

O estudo paramétrico, mostrou que o conceito uniforme foi o que forneceu o mais
adequado com uma proporção mássica, ilustrada na Tabela 1 para as 3 zonas de
diferentes enriquecimentos, que permitiu obter-se a máxima produção de 233U, obter-
se a mínima produção de plutônio, mantendo-se a mesma geometria e 3 zonas de
enriquecimento do núcleo do AP1000. O núcleo com Th foi denominado AP-TH 1000.
Todos os cálculos nucleares e cálculos térmicos e hidráulicos, envolvendo densidade
de potência, temperaturas, DNBR, etc., foram avaliados. Foram verificados os limites
térmicos, sendo que o nosso núcleo apresentou também vantagens devido à baixa

8
densidade de potência (segurança) [ SANTOS, et al,2016]. Nesses estudos manteve-
se o mesmo sistema de controle de reatividade proposto para o AP1000 apresentado
anteriormente. Diminuiu-se a concentração de veneno solúvel no refrigerante no início
de vida devido ao menor excesso de reatividade inicial do núcleo de U e Th.

Tabela 1: Proporção mássica de (U-Th)O2 do núcleo selecionado(APTH 1000),


relativa ao do AP1000.

Região 1 Região 2 Região 3

232 235 238 16 232 235 238 16 232 235 238 16


Th U U O Th U U O Th U U O

(w%) (w%) (w %) (w %) (w %) (w%) (w%) (w%) (w%) (w%) (w%) (w%)

AP1000 - 2,072 86,079 11,849 - 2,997 85,152 11,851 - 3,923 84,225 11,852

APTH1000 73,82 2,82 11,28 12,08 66,79 4,23 16,92 12,06 59,76 5,64 22,56 12,04

As Tabelas 2, 3 e 4 ilustram os resultados obtidos e demonstram claramente a


viabilidade de se utilizar o conceito AP-TH1000 em reatores PWR existentes com
mínimas alterações, reduzindo o uso de urânio e introduzindo o tório como
combustível fértil. A Tabela 2 mostra que o excesso de reatividade inicial do núcleo
com Th é menor, exigindo menor concentração de boro no início de vida. Inicialmente
requer-se mais 235U no núcleo de Th para compensar a maior seção de choque de
absorção de nêutrons do 232Th. Contudo a geração de Pu é menor indicando menor
taxa de geração de rejeitos radioativos de alto nível e de longa vida. Também o fator
de conversão sobe de 0,67 para 0,77 o que indica um menor uso de reservas de
recursos naturais.

Os resultados das Tabelas 3 e 4 mostram como ficam as variáveis de projeto do


núcleo AP-TH1000 comparadas com o núcleo de referência, AP1000. Esses
resultados evidenciam a viabilidade técnica de se utilizar óxidos mistos de U e Th
como combustíveis de reatores PWR.

Tabela 2 - Fator efetivo de multiplicação, kef, massa de combustível e fator de


conversão para o início de vida (IV) e final de vida (FV) dos núcleos dos reatores.

9
kef kef Massa Massa Fator
(IV)
(IV) (FV) (FV) de
(kg)
(kg) Conversão

235 239 241 235 233


U Pu Pu U U

AP 1,3195 1,0575 2866 369,7 48,4 1503,3 0,00 0,67


1000

APTH 1,2206 1,0596 3964 131,7 17,0 2382,2 504,97 0,77


1000

Tabela 3 - Coeficientes de reatividade, kef para diversos casos de operação e


densidade linear de potência para os núcleos com controle.

AP1000* SERPENT – AP1000 SERPENT – APTH1000

-3.5 a -
𝛂𝑭 (pcm/°F) -2.87± 0.14 a -0.91 ± 0.14 -1.91± 0.15 a -1.45 ± 0.15
1.0

𝛂𝑪 (pcm/°F) 0 a -35 -3.72± 0.47 a -25.06± 0.53 -3.52± 0.49 a -28.38± 0.56

Densidade linear de potência


488.84 518.61 ± 30.53 405.62 ± 23.12
(W/cm)

Tempo de vida dos nêutrons


19.8 25.73 ± 3.8 19.07 ± 4.3
rápidos (𝜇𝑠)

Fração efetiva de nêutrons


0.0075 0.00694 ± 0.00124 0.00683 ± 0.00125
atrasados

1.14420±0.00005
Potência zero, IV, frio e bancos de
1.205 1.20534±0.00004
controle removidos.

Potência zero, IV, quente e bancos


0.99 0.981377±0.00004 0.995084±0.00005
de controle removidos.

Potência total, sem xenônio,


1.0 1.00079±0.00003 1.00477±0.00004
quente.

Potência total, equilíbrio de


xenônio, quente, bancos de 1.0 1.00390±0.00003 1.00325±0.00004
controle removidos.

Potência zero, frio, bancos de


0.99 0.984372±0.00003 0.994473±0.00004
controle removidos.

10
* Reportado pela Westinghouse

Tabela 4 - Concentração de boro solúvel em cada caso apresentado na Tabela 3.

Concentração de boro (PPM)

AP1000* APTH1000

Potência zero, quente, bancos de controle removidos. 1502 1200

Potência total, sem xenônio, quente, bancos de controle


1184 1000
removidos.

Potência total, equilíbrio de xenônio, quente, bancos de


827 650
controle removidos.

Potência zero, frio, bancos de controle removidos. 1574 1400

4. CONCLUSÕES
Os resultados encontrados demonstram a viabilidade da utilização de óxidos
mistos de tório e urânio, em um reator avançado PWR de geração III, o AP1000, sem
a necessidade de praticamente nenhuma mudança na usina, e com um núcleo que
apresenta vantagens tanto do ponto de vista nuclear, como por exemplo uma menor
concentração de boro solúvel no IV, como térmico, como uma menor densidade de
potência linear, que favorece os limites térmicos, já favorecidos pela simples utilização
de (U-Th)O2 ,devido suas propriedades termo físicas. O conceito do AP-TH1000, abre
uma grande oportunidade para o país pois nos permite a utilização de uma fonte
primária, o tório, do qual somos a maior reserva do planeta. Mais além, a exemplo da
China, deveríamos formar uma associação com a Westinghouse, e consolidar esta
inovação para a próxima geração de reatores a serem construídos no pais.

Finalmente, apesar dos cálculos terem sido feito para um ciclo de 18 meses sem
reciclagem, notamos que por ciclo são produzidos cerca de 500 kg de 233U que em 60
anos de operação acumulam ~ 30 ton. de estoque por reator de 233U. Em continuação
a esse trabalho, pretende-se utilizar algoritmos genéticos para a gestão de
combustível e buscar um ciclo de equilíbrio sem reciclagem; realizar estudos de ciclos
com reciclagem utilizando parâmetros do processo THOREX[BOND, 1990] de
reprocessamento; realizar uma simbiose com reatores PHWR ou com reatores de
11
Geração 4 que utilizam Tório como combustível.

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOND, W. D. “The THOREX process”, in Science and technology of tributyl phosphate


Vol. 3 Applications of tributyl phosphate in nuclear fuel processing, p. 225-247; CRC Press,
Inc; Boca Raton, FL (United States), 1990.
IAEA. Potential of thorium based fuel cycles to constrain plutonium and reduce long
lived waste toxicity, TECDOC-1349, 2003.
LANL. “A General Monte Carlo, N-Particle (MCNP) Transport Code”, Los Alamos
National Laboratory, 2016. Disponivel em https://mcnp.lanl.gov/
LARA, R. G.; MAIORINO, J.R., “Implementação e qualificação do MCNP 5 através da
intercomparação com o benchmark para cálculo dos sistemas críticos GODIVA e JEZEBEL”,
Anais do INAC 2013, Recife, 2013
MAIORINO, J.R., MOREIRA, J.M.L., LARANJO, G., BUSSE, A., SANTOS, T.,
“Thorium as a New Primary Source of Nuclear Energy”. IX Congresso Brasileiro de
Planejamento Energético. Florianópolis, 2014.
NEA. “Intercomparison of calculations for GODIVA and JEZEBEL”, Nuclear Energy
Agency, JEFF Report 16, 1999.
SANTOS, T. A., MAIORINO, J.R., LARANJO, G., “On the thermal limits for PWR
calculation in operational conditions using a mono channel, mono phasic model”, submetido
ao ENCIT, 2016.
SHIMOKAWA, J. O.; LARANJO, G.; BUSSE, A. L.; MAIORINO, J.R.; MOREIRA,
J.M.L., “Benchmarks das Bibliotecas Masters do MCNP 5 e SCALE 5.1 com ênfase em Th-
233 e U-233”, International Nuclear Atlantic Conference-INAC, São Paulo, 2015.
TECHNICAL RESEARCH CENTER OF FINLAND. “SERPENT a continuous-energy
Monte Carlo Reactor Physics Burnup Calculation Code”, 2016. Disponivel em
http://montecarlo.vtt.fi/
WESTINGHOUSE ELETRIC CORPORATION, “Westinghouse AP1000 Design
Control Document Rev. 19”, 2011.
WORLD NUCLEAR NEWS,” First two AP1000s move closer to commisioning”, 2016.
Disponível em http://www.world-nuclear-news.org/NN-First-two-AP1000s-move-closer-to-
commissioning-2705164.html

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