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Tema3 - Teoremas de Thévenin e Norton
Tema3 - Teoremas de Thévenin e Norton
Introdução ao estudo da eletricidade aplicada para análise de circuitos elétricos em corrente contínua (CC), com base nos teoremas de
Thévenin e de Norton.
PROPÓSITO
Compreender os conceitos fundamentais dos teoremas de Thévenin e Norton e aplica-los à solução de problemas com circuitos elétricos em
corrente contínua.
PREPARAÇÃO
Antes de iniciar o conteúdo, tenha em mãos papel, caneta para anotações e, se possível, uma calculadora científica para facilitar seus
cálculos na solução das equações de circuitos elétricos.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
MÓDULO 2
AVISO
Em nosso material, unidades de medida e números são escritos juntos (ex.: 25km) por questões de tecnologia e didáticas. No entanto,
o Inmetro estabelece que deve existir um espaço entre o número e a unidade (ex.: 25 km). Logo, os relatórios técnicos e demais
materiais escritos por você devem seguir o padrão internacional de separação dos números e das unidades.
MÓDULO 1
TEOREMA DE THÉVENIN
O teorema de Thévenin é uma ferramenta muito usada na análise de circuitos, pois sua aplicação permite a redução de circuitos complexos
para formas mais simples, facilitando seu estudo.
Existem diversas formas de analisar um circuito, como, por exemplo, aplicando as Leis de Kirchhoff, contudo, a complexidade de certas
análises requer simplificações que podem ser alcançadas com o teorema de Thévenin. Neste conteúdo, serão apresentadas técnicas
referentes ao teorema aplicadas a circuitos de corrente contínua (CC).
LINEARIDADE
Considerando a primeira Lei de Ohm, assume-se que a tensão “v” se refere à saída do sistema, e a entrada é dada pela corrente “i”. Se a
corrente varia, a tensão, por sua vez, sofre uma variação proporcional a esta, como pode ser observado na Equação 1:
v = iR
(1)
A propriedade acima apresentada é chamada de homogeneidade. A combinação dela com a propriedade da aditividade descreve, por sua
vez, a linearidade, necessária para a aplicação do teorema de Thévenin.
v1 = i 1 R
(2)
v2 = i 2 R
(3)
A validação desta propriedade (aditiva) requer que a resposta obtida da soma das entradas seja igual à soma das entradas, quando estas
são aplicadas separadamente. Dessa forma, considerando as Equações 2 e 3, a propriedade pode ser modelada matematicamente como na
Equação 4:
v =(i1 + i2 )R = i1 R + i2 R = v1 + v2
(4)
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Para que o circuito seja linear, as propriedades aditiva e homogênea devem ser atendidas.
Potência (representada por P) é não linear, o que pode ser observado nas Equações 5 e 6:
2
p = Ri
(5)
2
v
p =
R
(6)
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Por observação, é possível notar que as expressões acima são quadráticas e não lineares. Assim, o teorema de Thévenin não se aplica para
o cálculo da potência.
EXEMPLO DE LINEARIDADE:
Para ilustrar o conceito de linearidade, considere como exemplo o circuito apresentado pela Imagem 1. No circuito da imagem, como pode
ser observado, contém uma fonte independente que o excita, Vs. A função desse circuito é carregar uma carga, modelada pela resistência R.
Vê-se que há uma corrente i que circula esse circuito. Adotaremos, para fins de estudo, que o valor da fonte é de 10V e que esta resulta em
uma corrente de 2A. Ao aplicar o princípio da linearidade, é possível concluir que uma redução da fonte para 1V faz com que a corrente se
reduza para 0,2A.
Imagem: Alexander; Sadiku, 2013, p. 114.
Imagem 1 - Circuito linear.
O teorema diz que um circuito linear pode ser substituído por outro, representado por um resistor e uma fonte de tensão, como mostra as
imagens a seguir.
Imagem: Alexander; Sadiku, 2013, p. 123
Imagem 2 - Sistema linear.
Para que a representação do circuito equivalente seja feita, é necessário, portanto, o cálculo das variáveis de Thévenin, como veremos a
seguir.
(7)
CASO 1
Neste cenário, o circuito possui apenas fontes independentes, como abordado até o momento, assim, basta apenas que desative as fontes
independentes e calcule Rth .
CASO 2
Neste outro cenário, o circuito apresenta fontes dependentes (ou controladas). Estas podem ser de tensão ou de corrente e são
caracterizadas por dependerem do valor de tensão ou corrente de um outro ponto do circuito. Nessa situação deve-se, portanto, manter a
fonte dependente ativa e, partindo disso, aplicar uma fonte de corrente ou de tensão para calcular a resistência equivalente. É importante
ressaltar que também nessas condições as fontes independentes devem ser desativadas.
Ao sujeitar o circuito à aplicação de uma fonte de tensão, por exemplo, ela promoverá a circulação de uma corrente, permitindo o cálculo de
Rth , como descrito pela Equação 8:
vo
Rth =
io
(8)
DICA
No exemplo acima foi aplicada uma fonte de tensão, contudo, pode-se aplicar também uma fonte de corrente, cabendo a escolha da fonte ao
estudante (ou engenheiro). Sugere-se, porém, que o valor da fonte seja 1V ou 1A para facilitar os cálculos, sendo este um dado arbitrário.
Para que seja feito o desligamento das fontes independentes, deve-se atentar aos seguintes pontos, que podem ser vistos também na
Imagem 5:
Para melhor entendimento dos conceitos apresentados, vejamos o circuito da Imagem 6, apresentado a seguir. O presente circuito conta com
duas fontes independentes, sendo uma de tensão e uma de corrente, três resistores e uma carga, representada por RL . Deseja-se encontrar
o equivalente de Thévenin, visto dos terminais a-b. O primeiro passo para solucionar o problema é definir as variáveis a serem calculadas,
neste caso, a tensão e a resistência de Thévenin.
Imagem: Alexander; Sadiku, 2013, p. 124
Imagem 6 - Circuito exemplo.
CÁLCULO DA TENSÃO:
Como definido, é desejado que se calcule a tensão do circuito equivalente. Assim, o terminal da carga deve ser colocado em aberto, como
mostra a Imagem 7, e, partindo disso, pode-se resolver o circuito utilizando a técnica que julgar mais viável, visando encontrar a tensão nos
terminais a-b.
Imagem: Alexander; Sadiku, 2013, p. 124
Imagem 7 - Circuito exemplo para cálculo da tensão de Thévenin.
Por análise da imagem anterior, é possível observar que não há circulação de corrente em a-b, uma vez que o terminal se encontra aberto,
dessa forma, não há queda de tensão promovida pelo resistor de 1Ω. A tensão nesse terminal é a mesma que a do nó anterior, o que
também pode ser observado na imagem. Dito isso, pode ser aplicada a análise nodal ou de malhas para o cálculo da tensão. Nesse caso,
utiliza-se a análise de malhas para que sejam encontradas as correntes que circulam pelos ramos e, por fim, calcular a tensão sobre o
resistor de 12Ω. A escolha da análise de malhas é opcional, contudo, como há uma fonte de corrente na malha 2, esta se torna mais simples.
i2 = −2A
Como a tensão de Thévenin é aquela sobre o resistor de 12Ω, faz-se a seguinte análise:
Vth = 12(i1 − i2 )
Substituindo:
CÁLCULO DA RESISTÊNCIA:
Para o cálculo de Rth , as fontes independentes devem ser desativadas. Neste caso, a fonte de tensão é substituída por um curto-circuito,
enquanto a fonte de corrente é substituída por um terminal aberto, como mostra a Imagem 8.
Assim, partindo do circuito da imagem anterior, basta calcular o equivalente entre os resistores do circuito. Ou seja, primeiro faz-se o paralelo
entre 4Ω e 12Ω e, em seguida, faz-se a soma desse resultado com 1Ω, pois encontram-se em série:
4⋅12
Rth = = 3Ω
4+12
Rth = 3 + 1 = 4Ω
O cálculo de Rth pode ser feito antes de Vth , uma vez que estes são calculados de forma independente.
MÃO NA MASSA
V R1 × R3
B) Vth =(
R1+R3
)R3 e Rth =
R1 + R3
+ R2
V R2 × R3
C) Vth =(
R1+R3
)R3 e Rth =
R2+R3
+ R1
V R1 × R3
D) Vth =(
R1+R3
)R2 e Rth =
R1 + R3
+ R2
V
E) Vth e Rth
R1 × R3
=( )R3 = + R2
R2+R3 R1+R3
B) Vth = 8V e Rth = 8Ω
B) Vth = 8V e Rth = 8Ω
A) Rth = 12Ω
B) Rth = 4,4Ω
C) Rth = 1Ω
D) Rth = 1,09Ω
E) Rth = 2Ω
6. (PC - PR, 2017) PARA O CIRCUITO ABAIXO, QUAL O VALOR DA RESISTÊNCIA DE THÉVENIN?
A) 23,75Ω
B) 20,75Ω
C) 33,75Ω
D) 25,75Ω
E) 43,75Ω
GABARITO
1. Considerando o circuito abaixo apresentado, deseja-se saber a tensão e a resistência de Thévenin vista dos terminais da carga
RL.
O primeiro passo para solução do exercício é o cálculo da tensão do circuito equivalente. Assim, o terminal da carga se mantém aberto e
pode-se resolver o circuito utilizando a técnica que julgar mais viável, visando encontrar a tensão nos terminais da carga.
A tensão de circuito aberto, neste caso, é a tensão sobre R3, que pode ser assim calculada:
V
i =
R1+R3
V
Vth =( )R3
R1+R3
O segundo passo é o cálculo da resistência de Thévenin. Para isso, a fonte de tensão é substituída por um curto-circuito e, então, faz-se o
equivalente entre os resistores (desconsiderando a carga):
R1 x R3
Rth =
R1+R3
R1 x R3
Rth = + R2
R1+R3
2. Para o circuito abaixo apresentado, deseja-se saber a tensão e a resistência de Thévenin vista dos terminais da carga RL.
Imagem 10 - Circuito complementar ao exercício.
O primeiro passo é o cálculo da tensão do circuito equivalente, Vth . Assim, o terminal da carga se mantém aberto e pode-se resolver o
circuito utilizando a técnica que julgar mais viável, visando encontrar a tensão nos terminais da carga.
A tensão de circuito aberto, neste caso, é a tensão sobre R3, que pode ser assim calculada:
V
i =
R1+R3
20
i = = 0,8A
5+20
V
Vth =( )R3
R1+R3
O segundo passo é o cálculo da resistência de Thévenin. Para isso, a fonte de tensão é substituída por um curto-circuito e, então, faz-se o
equivalente entre os resistores (desconsiderando a carga):
R1 xR 3
Rth =
R1+R3
5x20
Rth = = 4Ω
25
Rth = 4 + 4 = 8Ω
3. Para o circuito abaixo apresentado, pedem-se a resistência e a tensão de Thévenin vistas dos terminais a-b.
Imagem 11 - Circuito complementar ao exercício.
O primeiro passo é o cálculo da tensão do circuito equivalente. Assim, pode-se resolver o circuito utilizando a técnica que julgar mais viável,
visando encontrar a tensão nos terminais dele.
A tensão de circuito aberto, neste caso, é a tensão sobre o resistor de 6Ω, que pode ser assim calculada:
V
i =
Rtotal
20
i = = 2A
4+6
Vth =(i)R
Vth = 2 ⋅ 6 = 12V
O segundo passo é o cálculo da resistência de Thévenin. Para isso, a fonte de tensão é substituída por um curto-circuito e, então, faz-se o
equivalente entre os resistores:
R1⋅R2
Rth =
R1+R2
4 ⋅ 6
Rth = = 2,4Ω
10
Para o cálculo da resistência de Thévenin, a fonte de tensão é substituída por um curto-circuito, o resistor de 8Ω não entra ainda no cálculo,
uma vez que se deseja calcular o valor visto por ele. Então, faz-se o equivalente entre os resistores:
4⋅6
Rth = = 2,4
10
2,4⋅2
Rth = = 1,09Ω
4,4
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
5. Considerando o circuito apresentado a seguir, calcule a tensão de Thévenin quando a fonte independente for de 10V, e após isso,
fazendo a fonte ser de 20V.
Para o cálculo da tensão do circuito equivalente, assume-se que esta é igual à tensão de circuito aberto, neste caso, é a tensão sobre o
resistor de 8Ω, que pode ser calculada da seguinte maneira:
4⋅6
Req = = 2,4Ω
10
V
i =
Rtotal
10
i = = 2,27A
4,4
Vth =(i)R
Como o circuito é linear, aumentando a tensão de excitação, tem-se o aumento em Vth na mesma proporção, fazendo com que o resultado
seja encontrado rapidamente, sem a necessidade de análise do circuito completo.
Vth = 10,90V
6. (PC - PR, 2017) Para o circuito abaixo, qual o valor da resistência de Thévenin?
Imagem: PC - PR, 2017
15⋅5
Rth= = 23,75Ω
20
GABARITO
TEORIA NA PRÁTICA
Fontes de tensão podem ser modeladas por meio do equivalente de Thévenin. Seja uma fonte de tensão cujo valor é de 20V. Ela está
conectada a uma carga de 1W. Quando essa carga é desconectada do circuito, observa-se que a tensão atinge o valor de 21V. Pede-se,
nesta situação, para calcular o valor da resistência interna dessa fonte. 2Ω
RESOLUÇÃO
Primeiramente, tem-se a informação da tensão de circuito aberto:
voc = 21V
v ²
p =
R
20 ²
R =
1
R = 410,90Ω
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
v 20
I = = = 0,048A
R 410,90
21 − 20 = Rf i
1 = Rf i
1
= Rf
0,048
Rf = 20,54Ω
II. SE CONECTADO UM FIO COM RESISTÊNCIA ZERO ENTRE OS TERMINAIS B E C, A CORRENTE QUE
PASSARÁ PELOS NÓS A, B E C TERÁ MÓDULO IGUAL AO MÓDULO DA TENSÃO VA.
III. PARA SE DETERMINAR A RESISTÊNCIA DE THÉVENIN VISTA A PARTIR DOS TERMINAIS B-C, BASTA
COLOCAR AS FONTES INDEPENDENTES EM CURTO-CIRCUITO E CALCULAR A ASSOCIAÇÃO EM
PARALELO DAS TRÊS RESISTÊNCIAS DE 1Ω.
I. A CORRENTE QUE PASSA ENTRE OS NÓS 2 E 3 É IGUAL A 1/4 DA CORRENTE QUE ENTRA NO NÓ A.
II. CONSIDERANDO-SE A RESISTÊNCIA EQUIVALENTE VISTA A PARTIR DOS NÓS 1 E B COMO CARGA, A
TENSÃO DE THÉVENIN VISTA A PARTIR DESSES NÓS SERÁ IGUAL A VF/2.
III. PARA SE CALCULAR A RESISTÊNCIA DE THÉVENIN VISTA A PARTIR DOS NÓS A E B, É NECESSÁRIO
SUBSTITUIR A FONTE VF POR UM CURTO-CIRCUITO.
GABARITO
1. (CEBRASPE – SLUDF – 2019 – Adaptada) Considerando que, no circuito precedente, todos os elementos sejam ideais e c seja o
nó de referência, com tensão igual a zero, julgue os itens a seguir e assinale a alternativa que melhor atende.
II. Se conectado um fio com resistência zero entre os terminais b e c, a corrente que passará pelos nós a, b e c terá módulo igual ao
módulo da tensão Va.
III. Para se determinar a resistência de Thévenin vista a partir dos terminais b-c, basta colocar as fontes independentes em curto-
circuito e calcular a associação em paralelo das três resistências de 1Ω.
IV. Se efetuado um curto-circuito entre os terminais b e c, a corrente entre esses terminais poderá ser calculada pela divisão da
tensão de Thévenin pela resistência de Thévenin.
Imagem 15 - Circuito complementar ao exercício.
I. Verdadeira, pois a tensão de Thévenin é igual à tensão de circuito aberto entre os terminais b e c. Neste caso, como não há circulação de
corrente entre a e b, conclui-se que a tensão em b é igual à tensão em a. Logo, V T h = Va .
II. Verdadeira, ao analisar o circuito e aplicar o curto entre os terminais b e c, a corrente que passa pelos terminais a, b e c pode ser descrita
matematicamente como:
Va
Iabc = = Va
1
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
III. Falsa. Para o cálculo da resistência de Thévenin vista a partir dos terminais b-c, desativam-se as fontes independentes e aplica-se a
associação nas resistências do circuito, sendo elas série e paralelo:
1⋅1
Rth = 1 + = 1,5Ω
2
IV. Verdadeira. Para calcular a corrente de curto-circuito, pode-se dividir tensão de Thévenin pela resistência de Thévenin:
Vth
Icurto =
Rth
2. (CEBRASPE – SLUDF – 2019) Considerando que, no circuito apresentado pela Figura 15, todos os elementos sejam ideais, o nó b
seja o nó de referência, com tensão igual a zero, e VF e R sejam constantes, julgue os itens a seguir (verdadeiro ou falso) e assinale
a alternativa correta.
I. A corrente que passa entre os nós 2 e 3 é igual a 1/4 da corrente que entra no nó a.
II. Considerando-se a resistência equivalente vista a partir dos nós 1 e b como carga, a tensão de Thévenin vista a partir desses nós
será igual a VF/2.
III. Para se calcular a resistência de Thévenin vista a partir dos nós a e b, é necessário substituir a fonte VF por um curto-circuito.
V. O circuito em apreço é equivalente a um circuito composto por uma fonte de tensão, de valor VF, em série com uma resistência
de valor igual a R.
VF
Ia =
R
Aplicando a Lei de Kirchhoff, tem-se que a corrente que entra no nó 1 se divide igualmente entre os ramos 1-b e 1-2, assim, a corrente entre
o nó 1 e o nó 2 é dada por . Da mesma maneira, a corrente que passa pelo ramo 1-2 será dividida igualmente entre os ramos 2-b e 2-3,
Ia
assim, I 23 .
I 12 Ia
= =
2 4
II. Falsa. A resistência equivalente vista a partir dos nós 1 e b é igual a R/2, que será a carga vista a partir desses nós. Retirando-se a carga,
para o cálculo da tensão de Thévenin, não existe corrente entre os nós a e 1. Assim, a tensão de Thévenin vista a partir dos nós 1 e b será
VF.
III. Falsa. Ao substituir a tensão VF por um curto-circuito, os nós a e b terão a mesma tensão, isto é, serão iguais a zero, dessa forma, não é
possível calcular a resistência equivalente a partir desses nós.
VF
V1 =
2
V
F
V1 2
V2 = =
2 2
MÓDULO 2
TEOREMA DE NORTON
TEOREMA DE NORTON
O teorema de Norton, tal como o teorema de Thévenin, é uma ferramenta muito usada na análise de circuitos complexos, pois sua aplicação
permite a redução dos circuitos em outros mais simples, sem que haja perda de informações, facilitando seu estudo. Para a aplicação desse
teorema, assim como citado no módulo 1, o circuito deve obedecer às características da linearidade, ou seja, ele opera de acordo com as
relações de causa e efeito.
Potência (representada por P) é não linear, o que pode ser observado nas Equações 9 e 10:
2
p = Ri
(9)
(10)
Por observação, é possível notar que as expressões são quadráticas. Assim, o teorema de Norton, bem como o de Thévenin, não se aplica.
Para que a representação do circuito equivalente seja feita, é necessário, portanto, o cálculo das variáveis de Norton, como veremos a seguir.
A corrente de curto-circuito, definida por Isc (short-circuit ), refere-se à corrente de equivalente de Norton, podendo ser modelada pela
seguinte igualdade:
(11)
Para o cálculo da resistência de Norton, considera-se inicialmente o circuito original. Em seguida, todas as fontes dependentes devem ser
desligadas, bem como a carga no terminal em análise. Feito isso, calcula-se a resistência equivalente. Existem, contudo, dois casos a serem
considerados.
CASO 1
O circuito possuir apenas fontes independentes, como abordado até o momento.
CASO 2
O circuito apresentar fontes dependentes. Nesta última situação, deve-se, portanto, manter a fonte dependente ativa, desativando as
independentes, e, a partir disso, aplicar uma fonte de corrente ou de tensão para calcular a resistência equivalente.
Nota-se, dessa forma, que a resistência equivalente de Norton é a mesma que aquela calculada no equivalente de Thévenin, sendo assim:
RN = Rth
(12)
Seja um dado circuito em análise, no qual é possível identificar uma fonte e um resistor. É possível transformar uma fonte de corrente (I) em
paralelo com o resistor(R) em uma fonte de tensão (V) disposta em série com o resistor(R).
Imagem: Danielle Ribeiro
A recíproca dessa transformação é válida. Isto é, pode-se transformar uma fonte de tensão em série com um resistor em uma fonte de
corrente em paralelo com o resistor.
A imagem 20 representa a transformação de fontes descrita nos tópicos anteriores. Há uma relação entre os teoremas de Norton e Thévenin,
que pode ser descrita pela transformação de fontes, podendo esta ser modelada matematicamente aplicando a seguinte relação mostrada na
Equação 13:
VT h
IN =
RT h
(13)
Por observação da Equação 13, pode-se destacar que, para encontrar o equivalente de Thévenin e de Norton, é necessário:
Encontrar a resistência vista dos terminais em análise ao desativar as fontes independentes (Rth = RN ), ressaltando que o trabalho
aplicado para fontes independentes requer uma fonte de teste inserida no circuito.
Utilizando dois dos três tópicos citados, é possível encontrar o terceiro por meio da relação de transformação. Dessa forma, utiliza-se sempre
o mais acessível e que permita a simplificação dos cálculos.
EXEMPLO DE APLICAÇÃO DO TEOREMA DE NORTON
Para melhor entendimento dos conceitos apresentados neste módulo, toma-se como exemplo o circuito da Imagem 21, apresentado por
Alexander e Sadiku (2013). Será nosso ponto de partida para fazer aplicações dos teoremas descritos.
O circuito proposto é constituído por quatro resistores e duas fontes independentes, sendo uma de tensão e uma de corrente. Deseja-se
encontrar o equivalente de Norton visto dos terminais a-b do circuito.
O primeiro passo é encontrar a resistência de Norton, tal como feito no teorema de Thévenin. Para isso, todas as fontes independentes
devem ser desativadas. Neste caso:
Imagem: Danielle Ribeiro
Req1 = 8 + 4 + 8 = 20Ω
Esse cálculo se refere aos elementos em série, que estão em paralelo com o resistor de 5Ω, assim:
20⋅5
RN = = 4Ω
25
O segundo passo é encontrar a corrente de Norton. Como já citado, esta consiste na corrente de curto-circuito que circula pelos terminais a-
b. Ao aplicar o curto, o resistor de 5Ω é eliminado da análise. Para solucionar o restante do circuito, podem ser aplicadas técnicas como a
análise nodal ou de malhas. Como exemplo, aplica-se, neste caso, a análise de malhas, podendo ser identificadas duas malhas no circuito
proposto, como mostra a Imagem 22. A escolha do método é opcional, contudo, nesta situação a análise de malhas é facilitada pela presença
da fonte de correntes na malha 1.
20i2 − 4i1 − 12 = 0
i2 = 1A
Analisando o circuito da imagem anterior, nota-se que a corrente i2 é a corrente que circula pelo terminal em curto, logo:
i2 = iN
O primeiro passo é encontrar a resistência de Thévenin, que é a mesma de Norton. Para isso, todas as fontes independentes devem ser
desativadas. Neste caso:
Req 1 = 8 + 4 + 8 = 20Ω
Que se refere aos elementos em série, que estão em paralelo com o resistor de 5Ω, assim:
20x5
RN = = 4Ω
25
O segundo passo é encontrar a tensão de Thévenin vista dos terminais a-b, como mostra a Imagem 23. Para solucionar esse circuito, pode
ser aplicada qualquer técnica. Aqui, será utilizada a análise de malhas, uma vez que a corrente da malha 1 pode ser facilmente obtida pela
fonte de corrente.
25i4 − 4i3 − 12 = 0
i4 = 0,8A
Vth = 5 ⋅ i4
Vth = 5 ⋅ 0,8 = 4V
Para encontrar a corrente de Norton, partindo do circuito de Thévenin, aplica-se a transformação de fontes:
Vth
iN =
Rth
4
iN = = 1A
4
MÃO NA MASSA
1. CONSIDERE O CIRCUITO APRESENTADO NA IMAGEM 24 ABAIXO. PARA ESTE, PEDE-SE O CÁLCULO DAS
VARIÁVEIS DE NORTON:
IMAGEM 24 - CIRCUITO COMPLEMENTAR AO EXERCÍCIO.
A) 2Ω e 5A
B) 2,5Ω e 5A
C) 10Ω e 2A
D) 2,4Ω e 2A
E) 2,4 Ω e 5A
A) 5A
B) 4A
C) 3A
D) 2A
E) 1A
A) 5A
B) 4A
C) 3A
D) 2A
E) 1A
A) 0,5Ω
B) 1,5Ω
C) 2,5Ω
D) 3,5Ω
E) 4,5Ω
A) 5Ω
B) 10Ω
C) 15Ω
D) 20Ω
E) 25Ω
6. CONSIDERE UM CIRCUITO EQUIVALENTE DE THÉVENIN, COMPOSTO POR UMA FONTE DE TENSÃO DE
100V EM SÉRIE COM UM RESISTOR DE 10Ω. APLICANDO A TRANSFORMAÇÃO DE FONTES, PODE-SE
AFIRMAR QUE ESSE CIRCUITO PODE SER SUBSTITUÍDO POR UMA FONTE DE CORRENTE DE:
GABARITO
1. Considere o circuito apresentado na Imagem 24 abaixo. Para este, pede-se o cálculo das variáveis de Norton:
Imagem 24 - Circuito complementar ao exercício.
O primeiro passo é encontrar a resistência de Norton. Para isso, todas as fontes independentes devem ser desativadas. Neste caso:
Sendo:
4⋅6
RN =
4+6
RN = 2,4Ω
20
IN = = 5A
4
Para encontrar a corrente de Norton, é necessário aplicar um curto-circuito nos terminais da carga, como mostra a Imagem 27, que se trata
do circuito modificado.
Imagem 27 - Cálculo da corrente de curto.
Logo:
24
i1 = i2
20
i2 = 2A
3. Considere o circuito apresentado na imagem a seguir. Para este, deseja-se calcular a corrente de Norton vista dos terminais a-b
da carga.
Imagem 28 - Circuito complementar ao exercício.
Para encontrar a corrente de Norton, é necessário aplicar um curto-circuito nos terminais da carga (a-b), como mostra a Imagem 29, que se
trata do circuito modificado.
Imagem 29 - Cálculo da corrente de curto.
Ao aplicar o curto, o resistor que representa a carga e os resistores de 18Ω e 9Ω são eliminados da análise, uma vez que a corrente busca o
caminho de menor resistência para circular.
v = Ri
v
i =
R
20
i =
2
i = 2A
Sendo que i é a corrente que circula pelo curto, ou seja, a corrente de Norton.
4. Para o circuito proposto e apresentado na imagem 30, pede-se o cálculo da resistência equivalente de Norton vista dos terminais
da carga (a-b).
Para o cálculo da resistência equivalente de Norton, todas as fontes independentes devem ser desconectadas, bem como a carga do terminal
em análise. Neste caso:
Paralelo em 2, 18 e 9Ω:
2⋅18
R1 =
20
R1 = 1,8Ω
1,8⋅9
RN =
10,8
RN = 1,5Ω
Para o cálculo da resistência equivalente de Norton, todas as fontes independentes devem ser desconectadas, bem como o resistor de 2Ω no
terminal em análise. Neste caso:
RN = 10 + 10
RN = 20Ω
6. Considere um circuito equivalente de Thévenin, composto por uma fonte de tensão de 100V em série com um resistor de 10Ω.
Aplicando a transformação de fontes, pode-se afirmar que esse circuito pode ser substituído por uma fonte de corrente de:
v = Ri
GABARITO
TEORIA NA PRÁTICA
Para o circuito apresentado abaixo, pede-se o equivalente de Norton visto dos terminais a-b:
Imagem: Isabela Oliveira Guimarães
Imagem 32 - Circuito complementar ao exercício.
RESOLUÇÃO
CÁLCULO DO EQUIVALENTE DE NORTON
Para o cálculo da resistência equivalente de Norton, todas as fontes independentes devem ser desconectadas. Neste caso:
Req = 2 + 2 = 4Ω
4⋅4
RN =
4+4
RN = 2Ω
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Para o cálculo da corrente, é necessário curto-circuitar os terminais a-b e, dessa forma, o resistor de 4Ω é desconsiderado, como mostra a
imagem 33.
2i1 = 10
i2 − i1 = 5
iN = 10
VERIFICANDO O APRENDIZADO
B) A corrente de Norton (IN) é igual à corrente de Thévenin dividida pela resistência de Thévenin ao quadrado.
C) A corrente de Norton (IN) é igual à tensão de Thévenin dividida pela resistência de Thévenin.
D) A resistência de Norton (RN) é diferente da resistência de Thévenin (RTh) no que se refere à transformação de fonte.
E) O teorema de Norton define que um circuito linear de dois terminais pode ser substituído por um circuito equivalente formado por uma
fonte de corrente e um resistor em série, denominado RN.
GABARITO
1. (PETROBRAS, 2011) Um circuito equivalente de Norton é composto por uma fonte de corrente de 20A, em paralelo com um
resistor de 2Ω. O seu equivalente de Thévenin é um circuito composto por uma fonte de:
v = Ri
v = 20 ⋅ 2 = 40V
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
2. (INSTITUTO AOCP - 2018 - ITEP - RN - Perito Criminal - Engenharia Elétrica) De acordo com o princípio da superposição e
equivalentes de Thévenin e de Norton, assinale a alternativa correta.
VTh
IN =
RTh
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste conteúdo, foram abordados conceitos importantes para o estudo dos circuitos elétricos. No módulo 1, foram apresentadas as
definições referentes ao teorema de Thévenin, permitindo aplicar essa forma de simplificação em circuitos de corrente contínua.
No módulo 2, foram destacadas as características do equivalente de Norton, uma forma alternativa e complementar de simplificar e analisar
circuitos elétricos, bem como a relação existente entre os teoremas do módulo 1 e 2, comprovada pela transformação de fontes. Dito isso, é
possível correlacionar os tópicos, sendo necessário o bom entendimento de cada um deles para melhor absorção de outros conteúdos da
área.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
ALEXANDER, C. K.; SADIKU, M. N. O. Fundamentos de circuitos elétricos. 5. ed. Porto Alegre: McGraw-Hill, 2013.
BOYLESTAD, R. L. Introdução à análise de circuitos. Rio de Janeiro: Prentice Hall do Brasil, 1998.
CRUZ, E. C. A. Eletricidade aplicada em corrente contínua: teoria e exercícios. 2. ed. São Paulo: Érica, 2011.
EDMINISTER, J. A. Circuitos elétricos: reedição da edição clássica. 2. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 1991.
JOHNSON, D. E.; HILBURN, J. L.; JOHNSON, J. R. Fundamentos de Análise de Circuitos Elétricos. 4. ed. São Paulo: PHB, 1990.
MARKUS, O. Circuitos elétricos: corrente contínua e corrente alternada. São Paulo, SP: Érica, 2001.
SENAI-SP. Educação continuada- circuitos em corrente alternada. São Paulo: SENAI-SP, 2002.
CONTEUDISTA
Isabela Oliveira Guimarães