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01 -
Densimetria (corrigido).pdf
Física
Universidade Federal Fluminense (UFF)
15 pag.
Turma: VB
Volta Redonda,
Março de 2014.
OBJETIVO
FUNDAMENTOS TEÓRICOS
Figura 1: Esquema de forças sobre um corpo, em equilíbrio, imerso num fluido. (1)
Como o sistema analisado no experimento satisfaz essa condição devido à periódica adição de
areia para estabilizá-lo, isto é, mantê-lo boiando em equilíbrio estável, pôde-se utilizar a relação
de igualdade da eq. 1, da qual foi deduzida a relação entre a profundidade de ℎ e a massa do
copo com areia 𝑚 a seguir.
𝑚𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜 𝑚𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜
𝜌𝑙í𝑞 = =
𝑉𝑑𝑒𝑠𝑙 𝐴ℎ
Para ajuste da melhor reta que se adapta a um conjunto de valores, utiliza-se o método dos
mínimos quadrados, cujas equações se encontram abaixo.
𝑦 = 𝑎𝑥 + 𝑏 (3)
1
𝑤= (4)
𝜎𝑦 2
(∑ 𝑤)
𝜎𝑎 = √ (7)
∆
(∑ 𝑤𝑥 2 )
𝜎𝑏 = √ (8)
∆
2
∆= (∑ 𝑤) (∑ 𝑤𝑥 2 ) − (∑ 𝑤𝑥) (9)
No caso em que 𝜎𝑦 é o mesmo para cada medida 𝑦𝑖 , pode se utilizar as seguintes equações
simplificadas do método dos mínimos quadrados.
(∑ 𝑦)(∑ 𝑥 2 ) − (∑ 𝑦𝑥)(∑ 𝑥)
𝑏= ( 11 )
∆
𝑁
𝜎𝑎 = √ 𝜎 2 ( 12 )
∆
(∑ 𝑥 2 ) 2
𝜎𝑏 = √ 𝜎 ( 13 )
∆
2
∆= 𝑁 (∑ 𝑥 2 ) − (∑ 𝑥) ( 14 )
∑(ΔY𝑖 )2
𝜎2 = ( 15 )
𝑁−2
Para um conjunto finito de medidas, o melhor estimador para a medida correta dos valores é a
média, dada pela seguinte equação:
𝑁
𝑥𝑖
𝑥̅ = ∑ ( 16 )
𝑁
𝑖=1
Para estimar seu erro, tem-se que, de antemão, calcular o desvio padrão dos valores pela
seguinte equação:
∑𝑁 (𝑥̅ − 𝑥𝑖 )2
𝑠 = √ 𝑖=1 ( 17 )
𝑁−1
𝑠
Δ𝑥𝑒𝑠𝑡𝑎𝑡í𝑠𝑡𝑖𝑐𝑜 = ( 18 )
√𝑁
O erro instrumental (ou sistemático) depende do seu tipo de medição. Sendo o aparelho digital,
o erro pode vir especificado em seu manual. Caso isso não ocorra, o erro será dado por uma
Por fim, o erro total associado à média dos valores é dado por:
De uma forma geral, o erro total pode ser dado pela seguinte expressão:
2
Δ𝑥𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = √(Δ𝑥𝑒𝑠𝑡𝑎𝑡í𝑠𝑡𝑖𝑐𝑜 )2 + (∑ Δ𝑥𝑎𝑑𝑖𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑖𝑠 ) ( 20 )
Onde os erros adicionais geralmente são instrumentais, humanos, ou quaisquer outros fatores
que influem na medição.
Seja uma função f, dada em função das variáveis x, y, z, (...). Seu erro propagado é dado por:
𝜕𝑓 2 𝜕𝑓 2 𝜕𝑓 2
𝜎𝑓(𝑥,𝑦,𝑧,… ) = ±√| | 𝜎𝑥2 + | | 𝜎𝑦2 + | | 𝜎𝑧2 + ⋯ ( 21 )
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧
𝑀𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑎 − 𝑀𝑒𝑥𝑝𝑒𝑟𝑖𝑚.
𝐸𝑥𝑎𝑡𝑖𝑑ã𝑜 = | | ∙ 100% ( 22 )
𝑀𝑒𝑥𝑝𝑒𝑟𝑖𝑚.
Para apontar a precisão de uma medida, divide-se o seu erro pela própria medida. Quanto menor
o valor obtido, maior a precisão da medida. O mesmo raciocínio vale para a exatidão, ou seja,
quanto menor seu valor, mais exata é a medida.
Δ𝑥
𝑃𝑟𝑒𝑐𝑖𝑠ã𝑜 = | | ∙ 100% ( 23 )
𝑥
RESULTADOS
A tabela 1 mostra os valores obtidos para o diâmetro do copo cilíndrico. Cada medida foi feita
girando a base do copo em aproximadamente 45º. Como foi utilizado um paquímetro, o erro
instrumental das medidas foi metade da menor medida, ou seja, Δ𝑥𝑖𝑛𝑠𝑡𝑟𝑢𝑚. = ± 0,05⁄2 =
± 0,025 ≅ ± 0,02 𝑚𝑚.
𝒊 (𝒅𝒊 ± 𝟎, 𝟎𝟐) 𝒎𝒎
1 75,55
2 75,55
3 75,55
𝑑̅ = 75,55 𝑚𝑚
Como os valores são exatamente iguais, não houve dispersão dos valores em torno da média.
Sendo assim, pelas equações 17 e 18,
𝑠=0
Δ𝑑𝑒𝑠𝑡𝑎𝑡. = 0
Com isso, levando em consideração que o copo cilíndrico é rígido o suficiente de modo que a
deformação seja desprezível quando pressionado pelo paquímetro, o erro total do diâmetro é o
próprio erro instrumental (equação 19).
𝐷 = (75,55 ± 0,02) 𝑚𝑚
Os valores de massa obtidos para a respectiva profundidade são mostrados na tabela 2. Como
a balança utilizada foi digital, seu erro é Δ𝑚 = ± 0,01 𝑔; porém, para a profundidade, a
graduação do copo é milimetrada, sendo, pois, seu erro de Δℎ = ± 1⁄2 𝑚𝑚 = ± 0,5 𝑚𝑚 =
± 0,05 𝑐𝑚.
Como os erros de 𝑦 são iguais para todas as medidas, pôde-se usar as fórmulas simplificadas
dos mínimos quadrados.
Tabela 4: Dados para aplicação direta aos Mínimos Quadrados (erros iguais).
∑ 𝒚𝒊 ∑ 𝒙𝒊 ∑ 𝒚𝒊 𝒙 𝒊 ∑ 𝒙𝒊 𝟐
891,19 20,00 3996,42 90,00
A partir dos dados da tabela 3 e, posteriormente, da tabela 4, pôde-se obter os valores dos
coeficientes da equação reta ajustada através da expressões 10 e 11, respectivamente.
𝑎 = 43,166
𝑏 = 5,574
𝚫𝒀𝒊 𝚫𝒀𝒊 𝟐
3,534 12,489156
-1,272 1,617984
-6,248 39,037504
2,176 4,734976
1,810 3,276100
𝜎 2 = 20,38524
𝜎𝑏 = ± 6,057510379686
𝑏 = (5,6 ± 6,0) 𝑔
Sabendo que
𝐷 2 𝜋 2 𝜋
2
𝐴 = 𝜋𝑅 = 𝜋 ( ) = 𝐷 = 7,5552 = 44,82897600535 𝑐𝑚2
2 4 4
𝜕𝐴 2 𝜋 2
√
Δ𝐴 = | | Δ𝐷2 = √| ∙ 2𝐷2−1 | Δ𝐷2
𝜕𝐷 4
= ± 0,02966841562 𝑐𝑚2
Daí,
𝑎
𝜌= = 0,962903993 𝑔⁄𝑐𝑚3
𝐴
𝜕𝜌 2 2 𝜕𝜌 2 12 −𝑎 2
Δ𝜌 = √| | Δ𝑎 + | | Δ𝐴2 = √| | Δ𝑎2 + | 2 | Δ𝐴2
𝜕𝑎 𝜕𝐴 𝐴 𝐴
= 0,031855616 𝑔⁄𝑐𝑚3
0,03
𝑃𝑟𝑒𝑐𝑖𝑠ã𝑜𝑒𝑥𝑝𝑒𝑟𝑖𝑚 = | | ∙ 100% ≅ 3,1%
0,96
O valor esperado para a densidade da água foi obtida com o uso de um densímetro. O valor
encontrado foi 𝜌𝑒𝑠𝑝𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜 = 1,000 𝑔⁄𝑐𝑚3. O erro associado foi uma combinação do erro do
densímetro e do erro humano, estimado em Δ𝜌ℎ𝑢𝑚𝑎𝑛𝑜 = ±0,002 𝑔⁄𝑐𝑚3 em virtude do
paralaxe e do alinhamento do densímetro no interior da proveta. Como foi feita somente uma
medida da densidade esperada, não houve erro estatístico, sendo assim, pela equação 20,
2
Δ𝜌𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = √Δ𝜌𝑒𝑠𝑡𝑎𝑡. + (Δ𝜌𝑖𝑛𝑠𝑡𝑟𝑢𝑚. + Δ𝜌ℎ𝑢𝑚𝑎𝑛𝑜 )2 = √02 + (0,002 + 0,002)2
= 0,004 𝑔⁄𝑐𝑚3
0,004
𝑃𝑟𝑒𝑐𝑖𝑠ã𝑜𝑒𝑠𝑝𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜 = | | ∙ 100% = 0,4%
1,000
1 − 0,96
𝐸𝑥𝑎𝑡𝑖𝑑ã𝑜 = ∙ 100% ≅ 4,2%
0,96
DISCUSSÃO
Com os resultados obtidos, pôde-se observar que a relação entre o afundamento ℎ e a massa do
copo com areia 𝑚 é linear, já que, pelo gráfico, a disposição dos pontos se assemelha muito à
uma reta. Essa dependência observada entre massa e profundidade está de acordo com o
esperado, pois, segundo a relação expressa pela eq. 2, essa mesma pode ser escrita na forma
linear da eq. 3, onde o coeficiente angular da reta, 𝑎, é dado pelo produto da densidade do
líquido pela área, neste caso, da seção transversal do copo.
Analisando agora os valores numéricos das densidades num campo experimental de 3𝜎 para
ambas a densidades, tem-se a Figura 5.
Fazendo uma análise do esquema, nota-se que a densidade experimental pode chegar aos
valores da densidade esperada, obtida com o densímetro. Com isso, pode-se afirmar que o valor
encontrado é bom, apesar da diferença de valores.
Fisicamente, essa diferença entre os valores encontrados para a densidade da água ocorre devido
à vários fatores externos que influenciaram nos resultados do experimento, tais como possíveis
erros de medição (caracterizado pelo erro humano em alguns cálculos), o fato do copo cilíndrico
utilizado não ser perfeitamente homogêneo, e da distribuição de areia no copo não ser uniforme,
o que impossibilitou o nivelamento correto do copo no béquer. Há também a influência da força
de atrito entre o copo e o furo na tampa do béquer que continha a água.
CONCLUSÃO
A partir do experimento realizado, pode-se concluir que quando o corpo está em equilíbrio, ou
seja, em repouso ou com velocidade constante, o empuxo é igual ao peso e, portanto, pode-se
estabelecer uma relação linear entre a massa e a altura, o que de fato foi comprovado pelo
gráfico 𝑚 𝑥 ℎ.
A experiência poderia ser melhorada se fossem feitas mais medições de massa e altura, além da
utilização de instrumentos com erros instrumentais menores, ou seja, mais precisos. Além disso,
o fato de o cilindro e a areia utilizados não serem homogêneos, ocasionou um erro no
experimento, influenciando assim o resultado.
RESNICK, Robert; HALLIDAY, David. Fundamentos de Física, vol. 2, 8. ed.: LTC, 2011.
(1)
Imagem feita no programa Photoscape, disponível para download em
http://www.photoscape.org/.
(2)
Foto tirada pelo estudante Sérgio Felipe F. Silva.
(3)
Imagens buscadas no portal Google Imagens, https://www.google.com/imghp, tags
“densímetro” e “proveta”.
(4)
Roteiro do experimento disponível no site de Física Experimental 3 – VCE, disponível em
https://sites.google.com/site/fisvce/fisexp3, seção “Roteiros de experimentos”, 1. Roteiro de
Densimetria. Acesso em 08/03/2014.
(5)
Esquema feito no programa Microsoft Excel, colado como imagem no relatório.
Gráfico 𝑚 𝑥 ℎ:
m (g) x h (cm)
300,00
250,00
200,00
150,00
100,00
50,00
0,00
0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00 7,00