Você está na página 1de 8

UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA

CURSO DE BACHARELADO INTERDISCIPLINAR EM CIÊNCIAS HUMANAS

Esclarecimento da vida e da religião por parte da Ética, Moral,


Consciência, Responsabilidade e Senso de Justiça

Nome: Nathan Daniel Salles Barbosa


Disciplina: CRE 036-2022.1-A - LINGUAGENS DA RELIGIÃO
Docente responsável: Prof.Dr Rodrigo Portella
N° da matrícula: 202072037A

Neste capítulo do livro “O Livro das Religiões" Escrito por Victor hellern, Henry
Notaker, Jostein Gaarder, visa primariamente uma discussão em torno da Ética.
onde estão sendo apresentados de forma sucinta como por exemplo, Senso de
justiça, Moral, Fins para um objetivo entre diversos outras que serão observados
aqui.
Partimos então da premissa em conceituar a esfera pública bem como a visão de
devoção religiosa, deste modo podemos pensar que por muitas vezes para o
indivíduo tanto quanto para uma vida social a visão de uma pertença religiosa
caminha significamente diante as mudanças sociais, um exemplo muito forte disto é
a desigualdade social na qual acarreta diversos outros fatores sociais e essa
mudança na vida do indivíduo pode afetar a concepção de esfera religiosa ou de
instituições religiosas. Por tanto, neste sentido não se trata de saber apenas das
relações internas e externas das religiões, mas também conceituar as posições
sociais que certas motivações políticas e econômicas chegam para desestabilizar
tanto a esfera social quanto a esfera religiosa.

Para então adentrar mais a esse conceito os autores desmembraram as vertentes


que podem causar/infringir os problemas sociais e acaba resvalando ao religioso. O
primeiro é que, bem provavelmente, um dos mais importantes é a relação da
natureza fundamentais à vida, isto é, o mundo em geral. Não temos dúvidas que a
globalização tanto quanto Já não é fator de mistério para dizer que o homem polui,
isto é, que a humanidade vem desencadeando uma série de desventuras para
suprimir seus desejos sociais, econômicos e rudimentares. Em um estudo
concretizado e avaliado por um grupo de ingleses e antropólogos na revista
científica Science of the total environment, encontram fortes resíduos e acúmulos
incomuns de restos de cobre em um sítio arqueológico de Tell Wadi Faynan, que
seriam hoje uma parte do rio que secou no sul da jordânia. No estudo eles aprovam
e afirmam com clareza “Esta é a primeira evidência de poluição de um rio devido às
atividades humanas”, com o passar do estudo vem uma nova descoberta para
concretizar ainda mais os pensamentos pessimistas que estão envoltos no âmbito
do conhecimento das crises ambientais, os cientistas descobrem então que aquela
região estava sobre uma grande influência caracterizada por uma forte extração que
poderia ter levado a meados de 7 mil anos da produção de cobre e até
recentemente (contando com o fator tempo e espaço) o solo mostra recentes traços
de extração, ou seja, são 7 mil anos de produtividade do cobre que para aquela
época esteve ligada. Ou seja, esses estudos da parte sociológica acumulam
conhecimento sobre os dilemas que abordam o futuro da terra.

Adjunto ao texto podemos observar que, essas práticas de estudos voltados ao


âmbito social e a atividade que coloca realmente em prática essas ideias têm um
grande abismo em relação às duas.

“Isso é imoral! Alguém exclama de vez em


quando. Talvez nós mesmos o façamos.
Expressões como “Moralidade Comercial” e
"Moral Sexual” surgem nas conversas ou
nas manchetes dos jornais. Ou se pode
empregar o termo ética. Perguntamos “Será
que isso é ético?”. Falamos em Ética do
Trabalho” ou Ética médica”. A maneira de
tratar os assuntos públicos e as pessoas é
governada pela “ética da mídia”.

Podemos observar que as palavras ética e moral ( Moral: Pertence a um meio social
que dissolve na coletividade das regras sociais/cultura daquele tempo e espaço;
Ética: é uma reflexão geral da moral e isso caracteriza em uma interpretação da
moral) são utilizadas indiferentemente na esfera social se formos analisar de forma
“rápida”, mas a realidade é diferente, as ações sociais e uma conduta real isso
significa que essas falas carregam uma grande bagagem de sentido, sendo assim
podemos conceituar que as falas entre a ética e a moral condicionam a Teoria e
Prática (A Prática de fato).

Neste mesmo sentido, condicionamos o pensamento para uma vertente de que a


ética parte por “determinar” o certo do errado de uma forma geral do qual aquele
grupo que aborda essa concepção irá sempre seguir. Sendo assim podemos
conceber que a população está envolta a diversas percepções de ética, essas que
acabam por muitas vezes colidindo com a ideia de ignorância. Um exemplo muito
claro disto é a visão da macumba, essa visão distorcida se forma com uma
densidade muito ampla, dado que, a pesquisa levantada 22:30 no dia 31/07/2022
por uma causalidade do destino me fez perceber que ao pesquisar “Macumba
instrumento Sinônimo" no google as representações de respostas se dão da
seguinte maneira (Feitiço, Coisa ruim, Bruxaria, Bruxedo, Coisa-Feita, Mau …)
Caracterizando uma forte repressão nos vínculos de pesquisa, ou seja, qualquer
pessoa que queira realmente saber o significado do instrumento e pesquisar de
forma rasa acabará se deparando com a essa imagem que muitas das vezes é a
única que se sobressai na esfera social, isso quer dizer que neste quesito apenas
uma verdade de mundo se forma para vislumbrar aos indivíduos da mesma
sociedade, e para complicar e se agravar essa situação a visão de mundo que se
sobressai não é a do oprimido mas sim do opressor.

Somos confrontados, quase diariamente, com a


ética descritiva sob a forma de estatísticas e
pesquisas de opinião. Um perigo óbvio de tais
pesquisas é que elas podem facilmente gerar
uma espécie de "moralidade estatística", ou
seja, a noção de que aquilo que a maioria faz
deve estar certo. Na ausência de outras normas,
a estatística passa a ser o princípio orientador!
Mas saber o que é certo ou errado nunca pode
ser a mesma coisa que saber o que é mais
usual. A ética descritiva jamais deve ser usada
de maneira normativa. Se fosse demonstrado
que o preconceito racial é muito difundido, isso
não o tornaria eticamente aceitável. Embora
outras pessoas fraudam o imposto de renda,
isso não torna moralmente defensável que você
faça o mesmo.(Pág. 289-290)

Para tanto temos a consciência que parte por ser nossa resguarda de nossas ações
sociais, a consciência é aquela que detém uma força para modificar estas mesmas
ações ou até mesmo nos restringir de completá-las, mas infelizmente ela não
consegue detém todos os tipos de situação mesmo com a importância de nós
comportamos diante de certos valores e códigos que deixam a pessoa com a
famosa "consciência pesada” podem vir a não funcionar na esfera social, e isso
pode ser muitas vezes influenciável pela cultura da região ou até mesmo crescendo
com a ética e moral que os parentes apresentaram. 1

Com isso conseguimos perceber a decadência do sentido religioso da qual está


ligada a apreensão social e as questões moralidade e ética, e aos grupos que
tentam dar continuidade às instituições religiosas se tornam cada vez mais
invisibilizadas pelos grandes grupos religiosos, no qual muitas das vezes dão
apenas aquele sentido de religião para os indivíduos que buscam a religiosidade, é
um fator de pressão que tenta estimular a sociedade em um único ponto, eu mesmo
antes de pesquisar mais profundamente e ter que buscar um conhecimento
específico ainda tinha o pré-conceito de uma inviabilidade de pluralismo em alguma
religião de forma concreta, Então a opção intrínseca de analisar as religiões por alto
e de forma rasa se torna a quebra do óculos da passagem de Faustino Teixeira,
quando não usamos os óculos para ver as ideias ocultas analisamos apenas uma
forma de religião e muitas das vezes pode não agradar e por fim acabamos por
descartar o sentido religioso da concepção humana, por isso decaimento das
1
“Do mesmo modo que a fala é o instrumento que usamos para nos comunicar com outras pessoas,
a consciência é a voz dentro de nós que nos diz quando nos desviamos do que é correto. Se não
falarmos nossa língua natal, podemos vir a esquecê-la. E se agirmos constantemente contra nossa
consciência, ela pode se desgastar, ou ser esquecida ou anulada por completo. Dizemos de algumas
pessoas que elas "não têm consciência". A consciência não dita o que é certo ou errado; ela é o
instrumento que os seres humanos possuem para alertá-los quando infringem as normas éticas. A
consciência equivale a um tribunal. Julga e decide o que é certo ou errado, mas deve ter alguma
informação externa sobre o que é certo e o que é errado.” (pág. 293-294).
religiões, o acobertamento que se dá e a invisibilidade acarreta em uma única forma
de religião ao todo. O pluralismo neste sentido vem entrelaçado a recepção do EU
para o OUTRO de forma com que não somente as religiões passem a aderir a
experiência religiosa do outro, mas sim, para que na esfera social se abranja de
forma mais convincente a alteridade religiosa, os grupos sociais já não precisam
travar disputas sociais para que os grupos maiores desvinculam as pressão de
apagar a presença dele na esfera social, mas sim englobar de forma coesa a
adaptação familiar o forte apoio a religião como fonte de demonstrar o cerne da
religiosidade.

“A base de toda a ética é o senso de


responsabilidade. Por quem nos sentimos
responsáveis? E pelo que nos sentimos
responsáveis? Falamos de responsabilidade
individual, isto é, da responsabilidade do
indivíduo por si mesmo e por tudo o que o
rodeia. Há também a responsabilidade coletiva,
isto é, da sociedade, pelas tarefas que o
indivíduo não pode realizar por si só. Exemplos
de responsabilidade coletiva são a conservação
da natureza e do meio ambiente, a luta contra a
poluição, o trabalho pela paz, pelo
desarmamento e por uma distribuição eqüitativa
dos recursos. Mas até mesmo a
responsabilidade coletiva pertence ao indivíduo.
Se as instituições e as organizações
internacionais não cuidam das pessoas no
Terceiro Mundo, é responsabilidade do indivíduo
fazê-lo. Assim, se a sociedade se esquiva de
seus deveres, o indivíduo tem uma
responsabilidade. Ele não pode se esconder
atrás da obrigação coletiva da sociedade. Ele
está incluído nessa sociedade. Portanto, é sua
responsabilidade fazer sua parte nela.” (pág.
295-296)

o diálogo entre religiões das quais no ocidente travam disputas sociais a todo
momento. Deste modo voltamos a pensar nos sermões islamitas, como por exemplo
um dos pilares que desenvolveu muito essa pratica pluralista e constituindo que o
islamismo é por si só diverso ,ou seja,

“um árabe não é superior a um não árabe, nem


um não árabe tem qualquer superioridade sobre
um árabe; o branco não tem superioridade sobre
o negro, nem o negro é superior ao branco;
ninguém é superior, exceto pela piedade e boas
ações. Aprendam que todo muçulmano é irmão
de todo muçulmano e que os muçulmanos
constituem uma irmandade. Nada que pertença
a um muçulmano é legítimo para outro
muçulmano a menos que seja dado de livre e
espontânea vontade. Portanto, não cometam
injustiças contra vocês mesmos.”
(PLURALISMO ISLÂMICO – DA TEOLOGIA À
ETNOGRAFIA Francirosy Campos Barbosa,
Pág. 248).

Em termos do campo religioso em um olhar para as religiões predominantes no


ocidente vemos que as práticas das igrejas se desenvolveram de uma forma não
plural, isto é, elas vão se entrelaçando de uma forma muito ampla ao estranhamento
do outro pois a sua base é uma base formal tradicional, deste modo não conseguem
captar as preciosas experiências derivadas das experiências que estão localizadas
nos grupos religiosos fora da instituição religiosa tradicionalista. Deste modo,
podemos até pensar nas malhas da hospitalidade de Faustino Teixeira, isto é,
quando o EU se encontra com o OUTRO, propriamente por afinidades de diálogo
vão se criar entre-lugares que poderiam ser benéfico com as duas instituições
religiosas e acabar com os grupos religiosos não inclusas como por exemplo,
pessoas homoafetivas, distribuição dos grupos religiosos em áreas periféricas com
baixa renda e grupos que não são reconhecidos pelas instituições maiores (de suas
próprias vertentes como grupos jovens e grupos de mulheres). Isso se vincularia às
falhas dos direitos humanos, sociais, de cunho econômico, liberdade de expressão
entre diversas outros envolvimentos sociopolíticos

“A acolhida da diversidade e do pluralismo não


é algo simples ou natural, mas envolve um
esforço e uma dedicação particulares. Abraçar o
pluralismo como um valor é um dom presente
entre alguns “virtuosos”, pois a maioria das
pessoas vive uma resistência surda ou ativa
contra tal desafio, pois o mundo plural provoca
nelas há insegurança e temor. Nada mais
complexo do que um “mundo confuso e cheio de
possibilidades de interpretação”, um mundo que
abre diferentes possibilidades de vida
(BERGER; LUCKMANN, 2004, p. 54) Malhas da
hospitalidade, Faustino Teixeira, Pág. 20”.

Caracterizamos que a isso, parte para o lado intrínseco da esfera social mas resvala
no sentido que o humano tem escolhas, ou seja, livre arbítrio. Em toda a
humanidade podemos perceber que se forma a todo momento ideias opostas sobre
diversos pontos, tais esse que acabam sendo fonte de escolhas e observações de
pessoas diferentes, mas acaba que duas ideias de um mesmo objeto de estudo
acaba formando o pensamento “Quem está certo?”. Essa pergunta pode ser muitas
vezes conflituosa mas ao mesmo tempo consegue desenvolver uma ideia crítica de
que ambos os lados podem estar certos, e o autor acaba por observar esse
aspecto, “Há um dilema ético quando existem dois ou mais caminhos alternativos a
se tomar. Com a ajuda de um conjunto de valores e normas, é possível inferir qual é
o caminho certo.” isso é, com uma ajuda de leis cívicas podemos conceituar
diversas variedades de sentidos para uma mesma questão como por exemplo a
ideia de Deus, porém, o que nós vemos hoje em dia nos diálogos desse cunho são
ações impulsivas de forma premeditada que acaba por contradizer a moralidade que
advém das leis.

_________________
Bibliografia

GAARDER, Jostein; HELLERN, Victor; NOTAKER, Henry. O livro das religiões. Editora Companhia
das Letras, 2005.
MACHADO, Maria das Dores Campos; PICCOLO, Fernanda Delvalhas. Religiões e
homossexualidades. Editora FGV, 2011.

COMPARATO, Fábio Konder. Ética: direito, moral e religião no mundo moderno. São Paulo:
Companhia das letras, 2006.

ZANELLA, Diego Carlos. Moral e religião em Kant. Intuitio, v. 1, n. 2, p. 89-105, 2008.

BERGSON, Henri. As duas fontes da moral e da religião. Leya, 2019.

TEIXEIRA, Faustino Luiz Couto. Malhas da hospitalidade. Horizonte: Revista de Estudos de


Teologia e Ciências da Religião, v. 15, n. 45, p. 18-39, 2017.
DE OLIVEIRA RIBEIRO, Claudio. O princípio pluralista como elemento articulador de pesquisas na
área “Ciências da Religião e Teologia”. Rever: Revista de Estudos da Religião, v. 19, n. 2, p. 65-86,
2019.

Último acesso 31/07. Disponível em:


https://www.ihu.unisinos.br/categorias/188-noticias-2018/577349-jovens-europeus-cada-vez-mais-dist
antes-da-religiao

Último acesso 31/07. Disponível em:


https://www.ihu.unisinos.br/categorias/171-noticias-2013/519741-pertenca-religiosa-numa-era-secular
-desafios-e-possibilidades

FONSECA, Alexandre Brasil Carvalho da; PIERUCCI, Antônio Flávio de Oliveira. Secularização,
pluralismo religioso e democracia no Brasil: um estudo sobre a participação dos principais atores
evangélicos na política (1998-2001). 2002.

Você também pode gostar